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m a Breve Hist ór

U ia

Da Tra ç ão
nsf igura
Copyright © Sidonie Colette, 2012
Copyright desta edição © Floreios e Borrões, 2013
Título original: A Brief History of the
Transfiguration
Coordenação editorial Isadora Ravenswood
Editores Cassius Evergreen

Assistentes editoriais Selene Starweaver



Phoenix Fireheart

Apresentação Oberon Shadowstorm


Tradução Andromeda Nightshade
Revisão Técnica Alistair Thornhill
Edição de texto Bellatrix Moonstone

Thalia Spellbound

Capa Orion Blackwood


Diagramação Calypso Windwhisper
Produção Eros Flamecaster
Assistência de produção Vesperia Starlight
Lucius Shadowhunter
A811a
Colette, Sidonie, 2012

Uma Breve História da Transfiguração / Sidonie


Colette ; tradução Andromeda Nightshade - Escócia
: Floreios e Borrões, 2013
ISBN 978-85-7559-112-3
1.Transfiguração. 2. História. Aspectos
sociológicos. 3. Idades do mundo
Floreios & Borrões
01

A transfiguração é uma das mais antigas e


poderosas artes mágicas conhecidas pelo homem.
Sua origem remonta aos tempos antigos, quando
os primeiros bruxos começaram a explorar o
potencial mágico do mundo ao seu redor. Embora
seja difícil determinar exatamente quando a
transfiguração foi desenvolvida pela primeira
vez, muitos registros históricos indicam que
ela foi praticada há milhares de anos.
E ntre os primeiros registros de
transfiguração na história está o relato
bíblico de Moisés. Na tradição judaico-cristã,
existe um episódio famoso em que Moisés
realiza uma transfiguração de seu cajado. De
acordo com o livro de Êxodo, capítulo 7,
versículos 8 a 13, Deus envia Moisés e seu
irmão, Aarão, para o faraó do Egito para
exigir a libertação dos israelitas. O faraó,
porém, se recusa a ceder, e Deus instrui
Moisés a realizar um milagre para provar sua
autoridade divina. Moisés, então, lança seu
cajado no chão, e este se transforma em uma
serpente. O faraó, por sua vez, ordena que
seus magos façam o mesmo, e eles conseguem
realizar o mesmo feito. No entanto, a serpente
produzida pelos magos é engolida pela serpente
de Moisés, provando a superioridade do poder
divino.
Outros exemplos são o de Elias sendo
transportado ao céu em um carro de fogo e no
Novo Testamento, há o relato da transfiguração
de Jesus, que ocorreu quando foi transformado
em uma figura radiante, com roupas brilhantes
e uma voz celestial.
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A s narrativas mencionadas denotam a


relevância da transfiguração na tradição
judaico-cristã, considerada uma efusão
grandiloquente da divindade. No cristianismo,
a transfiguração de Jesus é encarada como um
acontecimento de revelação, mediante o qual
sua verídica essência divina foi desvendada a
seus seguidores. No contexto da prática
secular de magia e bruxaria, a transfiguração
é ministrada como um meio de alterar a
aparência e a essência das coisas, atendendo
aos cânones da alquimia e da transmutação.
Malgrado a transfiguração não seja vista como
uma expressão patente da potência divina, é
reputada como uma via de manipulação do meio
ambiente e do universo circunvizinho, para
originar mudanças e novas perspectivas.

O Antigo Egito
A transfiguração
era uma prática mágica
amplamente difundida no antigo Egito, onde era
conhecida como "heka". Acredita-se que a heka
tenha sido praticada pelos antigos egípcios
desde os tempos mais remotos, sendo mencionada
nas inscrições hieroglíficas desde o período
pré-dinástico. A heka era considerada uma das
formas mais poderosas de magia no Egito
Antigo, e era frequentemente associada à
divindade. Acredita-se que os deuses e deusas
egípcios eram capazes de transfigurar-se em
diferentes formas, e os sacerdotes e magos
egípcios tentavam imitar esses poderes divinos
através da prática da heka.
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A Esfinge é uma figura lendária que é


frequentemente associada à magia e à
transfiguração. Na mitologia grega, a Esfinge
é descrita como uma criatura com o corpo de um
leão, as asas de uma águia e a cabeça de uma
mulher. Ela é famosa por seu enigma, que
desafiou a capacidade de resolução de Édipo.
Na mitologia egípcia, a Esfinge é descrita
como uma criatura com o corpo de um leão e a
cabeça de um humano. Ela é frequentemente
retratada como uma guardiã, protegendo a
entrada de templos e túmulos importantes. A
Esfinge também é conhecida por ter a
capacidade de transfigurar partes do seu
corpo, especialmente a cabeça e as asas. Ela
poderia mudar sua aparência de um humano para
um leão ou águia, e vice-versa, como uma forma
de se adaptar a diferentes situações. Essa
habilidade de transfigurar partes do corpo é
uma característica comum de muitas criaturas
mágicas, como os animagos e os metamorfomagos

A Grécia antiga
A transfiguração na Grécia Antiga é uma
prática intrigante que penetra nas obras
literárias e mitológicas da época. Nesta
tradição, a transfiguração é concebida como
uma habilidade para alterar a natureza
fundamental da matéria e transmutá-la em novas
formas, fundamentada nos princípios da
metamorfose e da transformação.
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A história de Circe é uma das mais


fascinantes narrativas que ilustram a prática
da transfiguração na mitologia grega. Filha de
Hélio, o deus do sol, e da oceânide Perseis,
Circe possuía uma habilidade sobrenatural para
transfigurar a natureza da matéria,
transformando seres humanos em animais e vice-
versa. Em diversas passagens mitológicas,
Circe foi descrita como uma figura enigmática
e poderosa, capaz de usar suas artes mágicas
para manipular a essência fundamental dos
seres. Segundo o épico "Odisseia", de Homero,
quando Odisseu e seus homens chegaram à ilha
de Eéia, Circe os recebeu amigavelmente, mas,
secretamente, usou sua magia para transformar
os companheiros de Odisseu em porcos. Odisseu,
no entanto, com a ajuda do deus Hermes,
conseguiu resistir à magia de Circe e forçá-la
a restaurar seus homens à forma humana. Depois
disso, Circe se tornou uma aliada de Odisseu e
o ajudou em sua jornada de volta para casa.
A Medusa, na mitologia
grega, é outra figura
emblemática que ilustra a
prática da transfiguração na
antiguidade. Originalmente,
era uma bela sacerdotisa de
Atena, mas após ser seduzida
pelo deus Poseidon em um
templo ela foi transformada
em uma criatura horrenda com
cabelos de serpente e o
poder de transformar
qualquer pessoa em pedra com
o seu olhar.
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N a obra "As Metamorfoses", do poeta romano


Ovídio, a história da Medusa é contada de uma
forma mais detalhada. Em seu poema, Ovídio
descreve a transformação de Medusa como um ato
de punição divina, e não simplesmente uma ação
de vingança de Atena. Ele descreve como os
cabelos da Medusa foram transformados em
serpentes, e como seu rosto se tornou tão
horripilante que quem a visse seria
transformado em pedra. Além disso, "As
Metamorfoses" de Ovídio são uma obra que reúne
diversas histórias sobre transfigurações no
mundo antigo, onde a transformação de um ser
em outro era um tema recorrente na mitologia
greco-romana. A obra destaca a metamorfose
como uma forma de expressão artística e
literária, mas também como uma forma de
representar o poder da mudança e da
transformação na vida humana.
Em suma, a Medusa e a obra "As
Metamorfoses" de Ovídio são dois exemplos
significativos da presença da transfiguração
na literatura e mitologia da antiguidade,
demonstrando a importância desta prática na
cultura e sociedade dos povos antigos.
N a síntese do exposto, a transfiguração,
em sua prática, permeou a mitologia e a
literatura antigas, sendo concebida como uma
forma poderosa de manipular a natureza e
transmutá-la em novas formas. Através deste
meio, os antigos procuravam apreender o mundo
à sua volta e buscar modos de gerar mudanças
significativas em suas existências.
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Durante a Idade Média a transfiguração se


desenvolveu principalmente por meio da
alquimia, essa prática surgiu no início da era
cristã, provavelmente no Egito ou na
Mesopotâmia. A palavra "alquimia" tem origem
árabe, "al-kimia", que significa "a arte da
transformação". No entanto, a alquimia se
desenvolveu e evoluiu ao longo de muitos
séculos, abrangendo várias culturas e
tradições, desde a Grécia antiga até a Idade
Média e além. Durante esse tempo, a alquimia
foi influenciada pela ideia de que a matéria
pode ser transformada por meio da magia e da
espiritualidade. A alquimia desempenhou um
papel importante no desenvolvimento da
transfiguração moderna, e muitas das técnicas
e métodos usados pelos alquimistas ainda são
estudados e valorizados hoje em dia.

A Transfiguração é a arte de transformar um


objeto em outro. É uma das disciplinas mais
complexas e desafiadoras da magia, exigindo
grande habilidade e
prática. Embora seja
diferente da alquimia,
ambas as práticas
compartilham a ideia
de que a transformação
é possível e que a
matéria pode ser
moldada de maneira
mágica.
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No que diz respeito a Merlin, acredita-se


que ele tenha nascido no século V ou VI d.C.
Ele é considerado um dos bruxos mais poderosos
de todos os tempos e é famoso por suas
habilidades em transfiguração, entre outras
áreas da magia.
Merlin é conhecido por
ter transfigurado a si
mesmo e a outros em
diversas formas, como
animais e objetos
inanimados, além de
ter realizado
transformações
impressionantes em
larga escala, como a
criação de um exército
de pedras que lutaram
na batalha de Camlan. A sua habilidade em
transfiguração era tão avançada que muitos
acreditam que ele tenha sido um dos criadores
da técnica de transfiguração humana. Seus
feitos lendários fizeram com que sua fama e
reputação crescessem ao longo dos séculos,
tornando-o um bruxo emblemático no mundo da
magia.
Salazar Slytherin é um dos fundadores da
Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts, e
embora sua data de nascimento seja
desconhecida, acredita-se que ele tenha vivido
no século X. Ele era conhecido por ser um
bruxo muito habilidoso em várias áreas da
magia, incluindo a transfiguração. Em um dos
eventos de Hogsmeade, Slytherin participou de
um amistoso espetáculo de transfiguração, onde
o mesmo transformou 7 pessoas em 7 cobras
najas.
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D Outros bruxos que contribuiram para a


evolução da transfiguração na Idade Média
foram Nicolas Flamel - um alquimista francês
do século XIV que é famoso por ter criado a
pedra filosofal, uma substância mágica que era
capaz de conferir a imortalidade. Flamel era
também um especialista em transfiguração e foi
capaz de transmutar metais comuns em ouro.
Paracelsus - um médico suíço do século XVI que
foi também um alquimista e um mago poderoso.
Ele acreditava que a transfiguração era a
chave para a realização de todos os desejos
humanos, e seus escritos sobre a arte da
transmutação são considerados uma das maiores
contribuições para o desenvolvimento da
alquimia. Gerbert d'Aurillac - um estudioso e
mágico francês do século X que se tornou Papa,
sob o nome de Silvestre II. Ele era conhecido
por suas habilidades em transfiguração,
especialmente em transmutar materiais em ouro.
Sua habilidade mágica foi considerada tão
avançada que muitos acreditavam que ele havia
feito um pacto com o diabo.
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D urante a época de caça às bruxas (1450-


1700), a crença de que as bruxas podiam se
transfigurar em animais, principalmente em
gatos, já havia se tornado um lugar-comum. Os
julgamentos desse período estão repletos de
“provas” de tais transfigurações,
principalmente sob a forma de histórias de
ferimentos, que teriam sido feitos nos animais
e que mais tarde apareciam nos corpos das
pessoas acusadas. Por exemplo: em um
julgamento do século XVI em Ferrara, na
Itália, um homem testemunhou que havia
espancado um gato com uma vara quando viu que
ele estava atacando seu bebê. No dia seguinte,
uma mulher da vizinhança foi vista coberta de
machucados. Isso era considerado prova de que
havia sido ela, sob a forma felina, que
atacara o bebê. Em outro julgamento, desta vez
de uma bruxa escocesa, em 1718, um homem
testemunhou que se sentia tão incomodado pelos
gatos conversando com vozes humanas perto de
sua casa que matou dois e feriu vários outros.
Logo depois, duas mulheres da localidade foram
encontradas mortas em suas camas e uma outra
tinha um corte misterioso em sua perna,
provando novamente que os gatos eram, na
verdade, bruxas disfarçadas sob a forma de
animais.
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U ma das maiores mudanças foi a criação do


Ministério da Magia, que foi fundado no início
do século XVIII para regular o uso da magia e
manter a ordem no mundo bruxo. O Ministério
criou várias leis e regulamentações
relacionadas à prática da Transfiguração,
incluindo: O Estatuto Internacional de Sigilo
em Magia, que foi aprovado em 1692. Este
estatuto estabeleceu que os bruxos deveriam
manter em segredo a existência do mundo bruxo
dos trouxas, a fim de evitar perseguição e
discriminação. A Lei de Regulação de
Transfiguração, que foi aprovada em 1947. Esta
lei estabeleceu que a prática da
Transfiguração só poderia ser realizada por
bruxos e bruxas devidamente treinados e
licenciados pelo Ministério da Magia. Aqueles
que praticassem transfiguração sem autorização
seriam punidos com rigor. A Lei de Uso
Restrito da Transfiguração, que foi aprovada
em 1965. Esta lei estabeleceu que a
Transfiguração não poderia ser usada para fins
ilegais ou prejudiciais, como transformar
outras pessoas sem o seu consentimento ou
transfigurar objetos em armas ou substâncias
perigosas. A Lei de Proteção à Integridade
Física, que foi aprovada em 1981. Esta lei
estabeleceu que a Transfiguração não poderia
ser usada para prejudicar outras pessoas
fisicamente, como transformá-las em animais ou
objetos.
Essas leis e regulamentações ajudaram a
garantir que a Transfiguração fosse usada
apenas para fins legítimos e benéficos, e que
aqueles que praticassem essa arte mágica o
fizessem com responsabilidade e cuidado.
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A lguns bruxos notáveis em transfiguração


na Idade Moderna são Grindelwald era um bruxo
poderoso e habilidoso em várias disciplinas
mágicas, incluindo a transfiguração. Ele usou
sua habilidade em transfiguração para
transfigurar objetos complexos em outras
formas, como transfigurar uma velha igreja em
uma fortaleza. Alvo Dumbledore é amplamente
considerado um dos maiores bruxos de todos os
tempos, e suas habilidades em transfiguração
não são exceção. Ele foi capaz de realizar
feitos notáveis. Além disso, Dumbledore
desenvolveu a teoria da transfiguração
reversa, que permitia que um objeto ou ser
vivo voltasse ao seu estado original após ter
sido transfigurado. Minerva McGonagall é uma
das bruxas mais talentosas e habilidosas em
transfiguração que já viveu. Ela foi uma
animaga habilidosa e foi capaz de se
transformar em um gato desde a idade de 18
anos. McGonagall foi também uma professora de
transfiguração excepcional em Hogwarts. Lord
Voldemort era conhecido por ser um dos bruxos
mais poderosos e habilidosos de sua época, e
suas habilidades em transfiguração não eram
exceção. Ele usou a transfiguração para se
transformar em outras pessoas ou criaturas,
como quando ele se transformou em um rato para
escapar da prisão de Azkaban. Além disso,
Voldemort foi capaz de criar seres complexos
como os Inferi, mortos-vivos que eram usados
como suas forças armadas.

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