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ARLS CAVALEIROS HOSPITALÁRIOS nº 4385

FEDERADA AO GRANDE ORIENTE DO BRASIL


JURISDICIONADA AO GRANDE ORIENTE DO PARÁ

I. M IR. LUÃ WANZELLER VAZ RIBEIRO - CIM: 242.151


ARTISTA VISUAL PELA UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ – UFPA

A HERANÇA DO SIMBOLISMO HERMÉTICO NA MAÇONARIA


(CARGOS DO RITUAL DE EMULAÇÃO)

BELÉM – PARÁ
2018
INTRODUÇÃO

Saudações nas três pontas do sagrado triângulo. Este pequeno artigo tem como
objetivo abordar um tema muito complexo o qual está muito velado nas alegorias e
iconografias maçônicas, o simbolismo hermético. Nossa Ordem de pedreiros livres e
aceitos da idade média permitiu o ingresso de membros de diversas crenças,
pensamentos e conhecimentos, dentre os quais acabaram corroborando para o
crescimento simbólico e filosófico da maçonaria na transição do operativo ao
especulativo (maçons antigos e modernos). Portanto, a franco-maçonaria sempre
carregou em seu corpo simbólico, ícones relacionados ao hermetismo. Muitos membros
que alavancaram a maçonaria já eram conhecedores do misticismo, do esoterismo, eram
iniciados em outras Ordens cujo todas beberam da mesma fonte de sabedoria antiga, o
hermetismo, conhecimento este milenar, estudado e praticado por várias civilizações
antigas até os dias atuais.

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O HERMETISMO

É o estudo dos ensinamentos de “Hermes Trimegistos” (o três vezes grande)


assim conhecido pelos alquimistas da idade média, que estudavam um antigo e
tradicional conhecimento guardado pelos que se dizem buscadores da sabedoria e da
verdade, transmitidos veladamente em misteriosas alegorias e textos complexos que só
podem ser decodificados e compreendidos pelos adeptos iniciados e dedicados à esta
filosofia.

HERMES TRIMEGISTOS

Figura 01: Hermes, o mensageiro dos deuses.

Conhecido como o “Três Vezes Grande”, Hermes (Fig.01) foi um personagem


atemporal de muita sabedoria que viveu há 12.000 a.C. na Atlântida, cidade lendária
que submergiu no mar durante o dilúvio relatado em vários livros sagrados. Hermes foi
um dos sobreviventes desta catástrofe e ensinou a humanidade sobrevivente sobre todos
os conhecimentos e atividades desenvolvidas numa civilização: agricultura, pecuária,
medicina, comércio, geometria, engenharia, astronomia, magia, música etc.

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AS ORIGENS DE HERMES

Figura 02: “As Almas do rio Caronte”, por Adolf Hirémy-Hirschl, óleo
sobre tela - (1898).

Segundo a mitologia greco-romana, Hermes (Mercúrio) era o filho mais novo da


linhagem divina no panteão Grego e Romano. Ele Foi filho do deus Zeus (Júpiter) com
a deusa Maia (Bona Dea), uma das sete filhas conhecidas como Plêiades, as filhas dos
titãs Atlas e Pleione. Portanto, sua linhagem divina pudera-lhe propor poderes incríveis
de percorrer em alta velocidade, e atingir longas distâncias, transitando diversos
mundos, dentre eles: o céu, a terra e o submundo de Hades, o mundo dos mortos, onde
todas as almas são encaminhadas para aguardarem seus julgamentos (Fig. 02).

As sete Ninfas conhecidas como Plêiades na mitologia grega, foram fonte de


inspiração para aos astrônomos ao nomearem o Aglomerado de Estrelas localizado na
constelação de Touro (Fig.03).

Figura 03: Aglomerado de estrelas Plêiades, com os nomes das sete Ninfa.

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HERMES, ATLÂNTIDA E O PÓS DILÚVIO

Figura 04: ilustração do lendário continente de Atlântida.

Hermes veio de uma linhagem atlante, povoado que viveu no continente que
submergiu no mar após o Grande Dilúvio (relatado em diversos livros de sagradas
escrituras), onde hoje, conhecemos por oceano Atlântico. Portanto, já que ele era neto
de Atlas (Atlante) e Pleione (filha de Oceano), Hermes foi um descendente da lendária
Atlântida, um ser estelar, vindo dos céus à Terra das águas (pag. 02). Segundo a lenda
transmitida a Sólon por um antigo sacerdote egípcio, e pouco relatado no livro de Platão
– A República - após o Grande Dilúvio no nosso planeta, Atlântida afundou no mar e
sua civilização desapareceu, exceto nove sobreviventes que migraram para as colônias
próximas em continentes como as três Américas, África e Europa, disseminando-se por
territórios asiáticos etc., um desses sobreviventes era Hermes, e que foi o responsável
por espalhar a tradição de seus ensinamentos para a reconstrução de novas civilizações.
Portanto, Hermes e o hermetismo esteve presente nos quatro cantos do mundo, sempre
com nomes diferentes, como Ningizzida (Antiga Suméria); Thoth (Antigo Egito);
Garuda (Antiga Índia); Hermes (Grécia Antiga); Mercúrio (Roma Antiga);
Quetzalcoatl (Antiga América Central); Viracocha (América do Sul) etc. Todos esses
personagens foram reconhecidos por portarem em suas mãos, os mesmos símbolos de
sempre, um bastão com duas serpentes entrelaçadas ou o domínio sobre serpentes.

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O SIMBOLISMO HERMÉTICO

Figura 05: “Mercúrio e a invenção do caduceu”, por Jean Antoine


Marie Idrac, escultura em mármore - (1878).

O deus Hermes era um personagem bastante misterioso, sempre relatado através


das artes como um ser que descia e subia dos céus, pois assim o era denominado “o
mensageiro dos deuses” na mitologia greco-romana. Três ícones presente em sua
persona são muito característicos: as sandálias aladas, o chapéu ou elmo alado e o
caduceu alado. Na mitologia greco-romana, Hermes, após roubar, esconder e revelar o
rebanho de gado de seu irmão, o deus Apolo, recebeu do próprio, um chapéu para se
proteger da forte luz do Sol, o qual também simboliza a proteção de toda a sua
sabedoria. Recebeu também, um par de sandálias aladas, o qual protegiam os seus pés
durante as caminhadas em longas estradas, estas sandálias aladas também simbolizam a
elevação sobre planos. Outro presente, talvez o mais importante, foi o caduceu mágico,
um bastão feito do ramo de uma oliveira, que ajudaria na condução do pasto em troca de
um instrumento musical inventado por Hermes, a lira (construído com nove linhas em
um casco de tartaruga), o qual Apolo se encantou com o harmônico som produzido pelo
mesmo. Certa vez, Hermes em suas peregrinações pela floresta, ouviu um barulho em
meio as folhas secas do chão e, tomado pela curiosidade, afastou as folhas e viu que
haviam duas serpentes brigando, então pegou o seu bastão e as separou, elas se
entrelaçaram no bastão e ali permaneceram em paz, o bastão tinha o poder de trazer paz
e harmonia perante a dualidade de cada ser, como mostra a Figura 05.

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O CADUCEU HERMÉTICO

Figura 06: Caduceu de Hermes, o bastão alado com duas serpentes entrelaçadas.

O caduceu hermético é um instrumento divino e de conhecimentos poderosos.


Sua forma é bem intrigante e nos faz refletir sobre seus profundos significados. O
bastão sempre foi um instrumento de sustento, condução e poder, por isso sempre foi
artisticamente representado nas mãos de sábios anciões, pastores, caçadores, profetas,
reis etc., isso nos mostra o quanto um simples bastão já possui sua importância
significativa e, quando se une a outros elementos, se torna mais grandioso ainda. O fato
dele ser alado (Fig. 06), transmite a sua origem celestial, pois as asas são características
angelicais no plano espiritual. No plano material, está presente em animais que atingem
as alturas do céu sobrevoando a terra. Portanto, é um instrumento mágico e divino que
conduz o seu portador ao conhecimento destes dois planos, o celestial e o terreno. O
bastão possui em seu ápice, uma esfera que representa o Sol, a fonte de luz e sabedoria,
a representação de D’us na Terra, pois sem o calor de sua luz, não haveria a vida no
mundo. Sob um olhar metafísico, podemos notar que o bastão representa o caminho
mais rápido para se chegar à D’us, a consciência divina da criação, o caminho do meio,
o caminho que permite ao homem distinguir sabiamente os dois lados e se manter no
perfeito equilíbrio. O Sol Alado era um símbolo muito comum de ser visto e cultuado
nas antigas civilizações da Mesopotâmia e Egito, isso explica o porque da imagem
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completa do caduceu com seus elementos característicos e universais foram achados
pela primeira vez nesses locais citados. As serpentes entrelaçadas no caduceu também
estão presentes nas iconografias de diversas civilizações antigas e possuem seus
significados místicos e complexos. Por milênios, a serpente possui a dualidade em sua
representação. Eram vistas como animais malignos, como também, animais de grande
sabedoria. A serpente é um animal fascinante, inteligente e sedutor, pois foi assim
relatado no episódio de Adão e Eva no livro Gênesis das Sagradas Escrituras. No Livro
dos Mortos do Antigo Egito a serpente era vista como um grande monstro o qual a alma
do defunto Hunefer teria que enfrentar no submundo governado pelo deus Osíris. Na
Grécia, através das análises e reflexões com base na natureza, os filósofos a
consideravam como um símbolo da renovação cíclica, da eternidade, por este animal
trocar sua velha pele e deixa-la para trás, assim, desfrutando de sua nova pele. As
serpentes entrelaçadas no bastão nos mostram o caminho conturbado e oscilante daquele
que não percorre o caminho do meio, chegam a passar por ele, porém se distanciam,
como podemos ver no movimento das serpentes do caduceu na Figura 06. As duas
serpentes podem também representar o duelo e o equilíbrio entre o bem e o mau, como
fora contado na história greco-romana na página 04 deste artigo. O caduceu é poderoso
em sua origem, formas e significados de seu simbolismo, entretanto não podemos
esquecer que, o caduceu, também carrega em seus elementos, os sete princípios
herméticos que foram escritos por Hermes em uma tábua de esmeralda com uma ponta
de diamante, estes princípios são:

1. Mentalismo (a iluminação solar no ápice do bastão);


2. Correspondência (bastão que liga os dois planos, céu e terra);
3. Vibração (movimento constante das serpentes e das asas);
4. Polaridade (equilíbrio das forças opostas nas serpentes);
5. Ritmo (o entrelaçar cíclico das serpentes);
6. Causa e Efeito (a ação e reação do encontro das serpentes);
7. Gênero (a feminilidade e masculinidade das serpentes).

PS: Hermes foi o pai de toda sabedoria e ciência antiga, da matemática ao comércio, das
artes à medicina, portanto, o seu caduceu se tornou o símbolo universal da medicina,
nacional da contabilidade e referencial do comércio.

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A HERANÇA HERMÉTICA EM CARGOS RITUALÍSTICOS
DA MAÇONARIA

Figura 07: antiga joia do colar de cargo de Diácono da maçonaria simbólica (CRAFT)

A franco-maçonaria é uma instituição que, ao longo dos séculos, vem


trabalhando no desenvolvimento interior do ser de forma especulativa, filosófica e
intelectual, com base em seus ensinamentos tradicionais, velados em símbolos e
alegorias que transmitem conhecimentos remotos deste os tempos do Antigo Egito e
Grécia, devido a isto, é notável muitos elementos referentes à essas culturas. A
maçonaria transmite seus ensinamentos de acordo com rituais específicos para cada
grau, ela possui diversos sistemas ritualísticos que diferem de acordo com cada país de
origem e costume. Esses rituais são desenvolvidos sob função de cargos ritualísticos e
administrativos, dentre eles, existem três cargos que, reconhecidos por suas insígnias,
referem-se a Hermes, como mostra a Figura 08.

Figura 08: joias dos cargos de Diácono, Mestre de Banquetes e Sonoplasta.

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Abordaremos por primeiro, o cargo de Diácono. Este cargo carrega uma forte
herança hermética o qual seu antigo símbolo faz referência ao personagem, como
podemos ver claramente na Figura 07. Este objeto fundindo em metal é uma joia de
colar de cargos chamados de Oficiais Ajudantes de Loja, foi muito utilizada para o
cargo de 1º e 2º Diácono em épocas antigas, porém infelizmente ela foi substituída pelos
próprios maçons, talvez por conta da perseguição da igreja católica em tempos de
intolerância religiosa e política no passado, portanto, a maçonaria teve que se tornar
mais discreta quanto a símbolos de origem pagã e que pudessem trazer motivos de
vigilância e perseguição. Essa discrição simbólica fez com que a joia do personagem
Hermes fosse substituída por uma outra que pudesse se adequar mais aos textos
bíblicos, como por exemplo, a pomba branca com o ramo de oliveira preso no bico (Fig.
08), uma figura relatada na história de Moisés durante o Grande Dilúvio em Gênesis, no
Antigo Testamento das Sagradas Escrituras. Portanto, fica a dúvida aqui, será que essa
substituição foi proposital para deixar rastros subliminares da simbologia hermética,
atlante e antediluviana? Se voltarmos para o inicio deste artigo, veremos que estes
ícones estão outra vez se repetindo. A pomba possui asas e estas estão presentes no
chapéu, sandálias e caduceu de Hermes. O ramo de oliveira preso em seu bico, faz
alusão ao material que constitui o caduceu em sua confecção por Apolo (Pag. 05). O
caduceu é um bastão e, na Loja maçônica, o Diácono utiliza o mesmo, podendo ser o
único a caminhar dentro do templo, além do Diretor Cerimonial.

Figura 09: planta baixa do templo de Emulação, percursos dos Diáconos e Diácono.
O Sonoplasta O Diáconos => Trajeto dos Diáconos
PS: o Mestre de Banquete pode sentar em qualquer asento da câmara do meio.
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No ritual de Emulação do CRAFT inglês, os Diáconos representam Hermes na
Loja, pois o 1º Diácono que se localiza no Nordeste do templo, parte do Leste do templo
levando as mensagens do Venerável Mestre ao Secretário da Loja que se encontra ao
Norte do templo, além de caminhar com seu bastão / caduceu, ele ascende a Chama
Sagrada da vela que encontra-se ao lado direito do pedestal do Venerável Mestre, no
Leste do templo (Fig. 09).

O 2º Diácono está posicionado ao Sudoeste do templo, e faz a sua caminhada


levando informações aos dois Principais Oficiais da Loja, o 1º Vigilante que se encontra
no Oeste do templo e o 2º Vigilante que se encontra no Sul do templo (Fig. 09),
ativando também a Chama Sagrada das velas que se encontram ao lado direito do
pedestal de cada Vigilante da Loja. Hermes, o mensageiro dos deuses foi um portador
da sabedoria celestial o disseminador do conhecimento divino e científico nos quatro
cantos do mundo, portanto, os dois Diáconos representando o seu personagem, levam as
mensagens pelos quatro pontos cardeais do templo, assim como a luz do conhecimento,
representada pelo fogo da vela, é a manifestação divina no plano da matéria e no templo
maçônico, pois o fogo é um elemento tão poderoso, que é capaz de transmutar todos os
outros elementos. O fogo também é um elemento purificador, se altera qualquer estado
em elementos, altera também a alma de quem estuda ou medita sob a sua luz, por isso
também a importância das velas no templo, de estarem perto dos três Principais Oficiais
da Loja (Venerável, 1º e 2º Vigilante), pois eles são os que dirigem, abrem e fecham
ritualisticamente a Loja. Os Diáconos também são os que conduzem o candidato
durante o ritual de iniciação e nas passagens de grau. O hermetismo nos ensina que
Hermes também foi o responsável por conduzir muitos candidatos à iniciação dos
augustos mistérios da sabedoria antiga em várias civilizações no mundo, tanto no plano
material, quanto no pano espiritual, portanto, é mais uma relação que podemos fazer das
funções do deus mitológico com as funções dos Diáconos da franco-maçonaria.

O Sonoplasta (ou Mestre de Harmonia para outros ritos) é um cargo que carrega
consigo a insígnia da lira (Fig. 08), um instrumento criado por Hermes e presenteado ao
seu irmão Apolo em troca do caduceu, como foi relatado na Página 05 deste artigo.
Portanto, o mestre maçom que assume o cargo de Sonoplasta da Loja, deve
compreender a importância da música no templo, pois ela é extremamente necessária
para que o ritual ocorra em perfeita harmonia, onde todos os maçons possam atingir um

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equilíbrio na mesma frequência vibratória. A música é uma arte a qual pode afetar
beneficamente as moléculas do nosso corpo, como mostrou o escritor japonês Masaru
Emoto em suas experiências fotográficas com moléculas de água sob efeito da música,
onde o resultado foi a formação geométrica das moléculas em perfeita harmonia, isso é
o que ocorre em cada maçom reunido no templo. Hermes foi muitas vezes relatado por
meio da arte, portando instrumentos musicais como a lira e a flauta (outro instrumento
inventado por Hermes), onde todos ao seu redor expressam alegria, paz, sonolência,
encanto e harmonia. Portanto, o Sonoplasta que nada mais é do que um mestre de
harmonia na Loja, toma em si, a personificação de Hermes voltado à arte da música.

Figura 10: “Mercúrio com Cornucópia”, por Joseph Marie Vien – óleo sobre
tela, 1785.

A Cornucópia (Fig. 08) é um símbolo antigo da mitologia grega, se trata de um


chifre da cabra Aix que, segundo a lenda, pertencia a Ninfa Amalteia e, do leite deste
animal, alimentou Zeus quando criança. Este símbolo está associado a fartura,
abundância, da fortuna, riquezas materiais, espirituais e fertilidade, por isso a
Cornucópia aparece sempre derramando frutos, moedas e flores, extremamente
gracioso. Em muitas pinturas renascentistas, a Cornucópia foi retratada nas mãos de
Hermes (Fig. 10), pois ele, como já mencionado antes, foi o pai da agricultura e

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comércio, responsável por trazer a fartura alimentícia, as riquezas dos céus e o amor
para aqueles que suplicavam em suas oferendas aos deuses.

Na Maçonaria, o cargo de Mestre de Banquetes carrega em seu colar de ofício,


o símbolo da Cornucópia (Fig. 08), pois o maçom que assume este cargo em Loja é
responsável por cuidar dos jantares após as reuniões, uma forma de confraternizar após
um dia (ou uma noite) de muito trabalho, como faziam os antigos pedreiros operativos
no término de suas construções. Portanto, o Mestre de Banquete é quem trata de trazer a
fartura abundante e o amor fraternal para seus irmãos maçons. Na Inglaterra existe uma
Ordem fora do CRAFT chamada Stewards (Mordomos), com Lojas só de Mestres de
Banquetes, com suas cerimônias específicas e, por incrível que pareça, portam também,
além da Cornucópia, o bastão.

Figura 11: imagem de Hermes em joias do cargo de Diácono e de Grande


Diácono Passado do grau de Mestre Maçom da Marca no sistema inglês.

A imagem do personagem Hermes na maçonaria simbólica não se faz mais


presente, apenas de forma muito velada como eu abordei neste artigo. Porém, existe um
grau complementar ao grau de Mestre Maçom, no sistema inglês, que ainda carrega a
imagem deste personagem por completa, na joia do colar do cargo de Diácono e de
Grande Diácono Passado (Fig. 11), do grau de Mestres Maçons da Marca, um grau
paralelo que trabalha num sistema que relembra os antigos trabalhos da maçonaria
operativa. Nestas duas joias, é notável a imagem gravada no metal, de Hermes portando
o seu caduceu sagrado. Isso nos mostra que a franco-maçonaria conseguiu preservar
também, de alguma forma, a sua essência hermética.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

INICIADOS, Três. O Caibalion: estudo da filosofia hermética do antigo Egito e da


Grécia. São Paulo: Editora Pensamento, 1908.

BULFINCH, Thomas. O livro de ouro da mitologia: histórias de deuses e heróis. São


Paulo: Editora Ediouro, 2006.

RUSSEL, Adams. Lugares místicos: mistérios do desconhecido. São Paulo: Editora


Abril, 1991.
RIDPATH, Ian. Astronomia: guia ilustrado zahar. Rio de Janeiro: Editora Zahar, 2007.

SELEEM, Ramses. O livro dos mortos do antigo Egito. São Paulo: Madras Editora,
2005.
ELLIS, Ralph. Thoth o arquiteto do universo: mapas neolíticos da terra. São Paulo:
Madras Editora, 2006.
CRYER, Neville B. Conte-me mais sobre o grau da marca. São Paulo: Madras
Editora, 2009.
Imagens retiradas do Google e de arquivos pessoais.

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