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RESUMO DE GEOGRAFIA A- 10º ANO

Módulo inicial – A posição de Portugal na Europa e no Mundo


Conhecer a constituição das diferentes unidades territoriais portuguesas:
O território continental encontra-se dividido em 18 distritos, que, por sua vez, se
subdividem em concelhos e estes em freguesias. Desde 1976, existem em Portugal duas
Regiões Autónomas (RA), Açores e Madeira. Estas regiões subdividem-se em concelhos –
19 nos Açores e 11 na Madeira – e estes em freguesias. Com a adesão à União Europeia,
em 1986, foi introduzida a Nomenclatura das Unidades Territoriais para Fins Estatísticos
(NUTS) que criou uma divisão territorial segundo três níveis:
- NUT I: 3 Unidades: Continente Português; Regiões Autónomas.
- NUT II: 7 Unidades: Norte; Centro; Lisboa; Alentejo; Algarve; Regiões Autónomas.
- NUT III: 30 Unidades:
No Norte: Alto Trás-os-Montes; Ave; Cávado; Douro; Entre Douro e Vouga; Grande Porto;
Minho- Lima; Tâmega.
No Centro: Baixo Mondego; Baixo Vouga; Beira Interior Norte; Beira Interior Sul; Cova
da Beira; Dão-Lafões; Médio Tejo; Oeste; Pinhal Interior Norte; Pinhal Interior Sul; Pinhal
Litoral; Serra da Estrela.
Lisboa: Grande Lisboa; Península de Setúbal
Alentejo: Alentejo Central; Alentejo Litoral; Alto Alentejo; Baixo Alentejo; Lezíria do Tejo.
Algarve
Regiões Autónomas: Região Autónoma dos Açores; Região Autónoma da Madeira.

Conhecer a posição de Portugal Continental e Insular na Europa e no Mundo:


Portugal Continental: Portugal situa-se no extremo sudoeste da Europa, ocupando a faixa
ocidental da península Ibérica, representando cerca de 1/5 do seu território, e tem uma
linha de costa com mais de 1200 km de extensão.
Portugal Insular:
-Arquipélago dos Açores: Situado a oeste de Portugal Continental, tem uma superfície de
cerca de 2300 km², distribuída por 9 ilhas e um conjunto de ilhéus.
1. Ilhas:
Grupo Ocidental: Flores; Corvo
Grupo Central: Terceira; São Jorge; Faial; Graciosa; Ilhéus
Grupo Oriental: São Miguel; Santa Maria
- Arquipélago da Madeira: Situado a sudoeste de Portugal Continental, possui uma
superfície de aproximadamente 800 km², distribuídos por 2 ilhas e 2 conjuntos de ilhéus.
2. Ilhas; Madeira; Porto Santo
Ilhéus: Desertas, Ilhéu Chão; Deserta Grande; Bugio
Reconhecer a importância da posição geográfica de Portugal no
contexto cultural europeu:

Apesar da posição periférica de Portugal em relação à Europa, o país encontra -se inserido
na mesma. Assim, é permitida a livre circulação de pessoas, bens, serviços e capitais. A
presença de comunidades portuguesas em países da Europa gera oportunidades de
cooperação económica e cultural, aprofundando relações entre Portugal e os países de
acolhimento.
Consequente da emigração portuguesa são as remessas dos emigrantes, geralmente sob
a forma de depósitos bancários de poupança, canalizados para o nosso país.
Dada a relevância dos fluxos culturais e financeiros gerados pelas comunidades
portuguesas, é importante promover junto delas a preservação da língua e a valorização
da cultura portuguesa e garantir o apoio nacional em momentos de crise económica ou
de catástrofe.

Reconhecer a importância da integração de Portugal no contexto


da União Europeia:
A União Europeia assume um papel relevante a nível mundial, não apenas pela dimensão
económica, territorial e populacional, mas sobretudo devido à influência e intervenção
em domínios como o ambiente global, a ajuda ao desenvolvimento das regiões mais
pobres e a promoção da democracia e do respeito pelos deveres humanos.

Para Portugal, a integração na U.E foi um fator de desenvolvimento, promovendo a


melhoria das condições de vida, que se deveu:

- Aos apoios financeiros, que tornaram possível a concretização de inúmeros projetos no


domínio das obras públicas, da modernização das empresas, da formação profissional;
- À participação em variados programas de apoio ao desenvolvimento;
- Aos benefícios económicos da participação num mercado único;
- À harmonização dos padrões de qualidade e das normas de funcionamento da economia
e da sociedade com a legislação europeia, nos diversos domínios.

Reconhecer a importância do espaço lusófono:


Para além de constituir a língua oficial de oito países, em que se incluem, além de
Portugal, o Brasil e os PALOP e, Timor-Leste, o português representa um dos principais
elos de ligação entre os países lusófonos.

A associação dos países lusófonos na CPLP veio reforçar a cooperação entre oito países
que se encontram unidos por uma herança histórica comum, assumindo Portugal um
papel de interlocutor privilegiado, sobretudo nas relações com a União Europeia, devido
à sua posição geográfica.
Reconhecer a importância das relações privilegiadas de Portugal
com as comunidades portuguesas e com a CPLP:
A ação das comunidades da CPLP projeta-se na vertente social, política, cultural e
económica. No plano político, destacam-se as ações diplomáticas desenvolvidas nas
organizações internacionais e na mediação de conflitos. No Plano cultural, os países da
CPLP implementaram o português como língua de trabalho nos organismos
internacionais e promovem, através da comunicação social, a difusão de programas de
informação, entretenimento e formação, em língua portuguesa. No plano económico,
como os membros da CPLP se inserem em espaços económico-regionais distintos, as
trocas Comerciais não são grandemente influenciadas, mas tem sido promovida a
cooperação empresarial.
No plano social, tem-se intensificado a cooperação nos setores da saúde e educação. Os
parceiros da CPLP são os principais beneficiários da Ajuda Pública ao Desenvolvimento
de Portugal.

Conceitos:😉
Cidadania: é o exercício dos direitos e deveres civis, políticos e sociais estabelecidos na
constituição. Os direitos e deveres de um cidadão devem andar sempre juntos, uma vez
que ao cumprirmos nossas obrigações permitimos que o outro exerça também seus
direitos.
Concelho: unidade de divisão territorial e de divisão administrativa de determinados
países.
CPLP: Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, uma organização internacional
formada por países lusófonos, que procura o "aprofundamento da amizade mútua e da
cooperação entre os seus membros".
Distrito: divisão de um determinado território, que pode ser de natureza política,
administrativa, militar, judicial, fiscal, policial ou sanitária.
Espaço lusófono: é uma Organização Não Governamental para o Desenvolvimento
(ONGD), que tem por objetivo a conceção, a execução e o apoio a programas, atividades e
projetos de cariz educativo, cultural, científico, ambiental e económico, designadamente
em Portugal e nos países de língua oficial portuguesa.
Freguesia: a menor divisão administrativa, correspondente à ''paróquia civil'' de outros
países. Trata- se de subdivisões dos concelhos e são obrigatórias, no sentido de que todos
os concelhos têm pelo menos uma freguesia.
Mercado Comum: Área Política que permite livre circulação de bens, serviços, pessoas e
capitais.
Moeda Única: Substituição das moedas dos países da União Europeia por uma única,
comum a todos, o Euro, com plenas funções monetárias.
NUT: sub-regiões estatísticas em que se divide o território dos EstadosMembros da União
Europeia.
Região Autónoma: parcela do território nacional que, pelas suas características específica
s, foi dotada de um estatuto políticoadministrativo e de órgãos de governo próprios.
Território: área delimitada sob a posse de uma pessoa (ou grupo de pessoas), de uma
organização ou de uma instituição.
Tratado de Maastricht: Prepara a união monetária e introduz elementos para uma união
política (cidadania, política comum em matéria de política externa e assuntos internos).
Criado em 1992
Tratado de Roma: Institui a Comunidade Económica Europeia e a Comunidade da
Energia Atómica.
União Europeia: união económica e política de 28 Estados-membros independentes
situados principalmente na Europa.

1) A População, Utilizadora de Recursos e Organizadora de Espaços


A população: evolução e diferenças regionais
Caracterizar a evolução da população portuguesa, na 2ª metade do séc. XX,
referindo fatores que justifiquem as variações demográficas e a mobilidade
da população:
Até aos anos 60, a emigração portuguesa caracterizou-se por intercontinental, tendo
como principal destino o Brasil, que absorveu cerca de 80% dos emigrantes portugueses.
Brasil necessitava de mão-de-obra após a descolonização pelo que aceitou este fluxo
migratório de boa vontade.
Porém, os Açorianos preferiam destinos como a Venezuela, enquanto que os Madeirenses,
os E.U.A.
No início da segunda metade do século XX (1960), predominava a Ditadura em Portugal.
As autorizações de saída do país eram demoradas e a guerra colonial aproximava-se. Com
isto, nos períodos de 1960-1974, a emigração diminuiu, apesar do período ter sido
caracterizado pelas emigrações clandestinas. No entanto, este período foi caracterizado
por um grande decréscimo populacional devido à entrada da mulher no mercado de
trabalho, o stress da vida urbana, o aumento dos casamentos tardios e a independência
financeira dos filhos ser alcançada cada vez mais tarde.
Após a caída da ditadura, a população jovem, sobretudo os combatentes da guerra colonial
voltam das ex-colónias e, com isto registou-se o aumento da taxa de natalidade e um
consequente aumento populacional.
Entre 1974 e 1980 a população portuguesa emigrou, mas, mantendo um saldo migratório
positivo, mas, não influenciando de forma extrema a natalidade, e, tendo como destinos
de preferência os países industrializados Europeus. Assim, a emigração caracteriza-se por
intercontinental.
Havendo uma crise na Europa, a população deixou de emigra tanto quanto antes, havendo
um decréscimo das emigrações e um aumento populacional.
Entre 1986 e a atualidade, regista-se um grande fluxo migratório Português para a
Europa, pois o desemprego em Portugal tem vindo a aumentar, os países recetores
necessitam de mão-de-obra barata, e, devido à facilidade de emigração dentro da Europa
com a abolição de fronteiras por parte da União Europeia. Estes acontecimentos tiveram
um grande impacto na estrutura etária portuguesa, pois a população ativa emigrava, o
que fazia diminuir a população jovem e, a possibilidade de renovação de gerações, ficando
em Portugal apenas os idosos que nada têm a ganhar ao emigrar. Isto tornou Portugal
um país envelhecido com o topo da pirâmide etária larga.

Explicar a variação do comportamento das variáveis demográficas:


Idosos: Topo da pirâmide etária portuguesa tornou-se mais largo, por efeito do aumento
da proporção dos idosos

Adultos: Classes dos 15 aos 24 anos estreitaram e as restantes alargaram, sobretudo acima
dos 30 anos.

Jovens: Base da Pirâmide etária portuguesa tornou-se mais estreita, revelando uma
progressiva e acentuada proporção de jovens.
De 1960 a 2010, ocorreu um processo de duplo envelhecimento da população portuguesa:
• Na Base- diminuição da proporção de jovens, por efeito da redução da natalidade:
• No Topo- Aumento da proporção de idosos, devido à redução da mortalidade e
consequente prolongamento da esperança média de vida.
Prevê-se que este processo de envelhecimento demográfico continue e se agrave,
tornando-se mais evidente na população adulta.

Caracterizar a estrutura etária da população portuguesa:


A estrutura etária portuguesa é equiparada às estruturas etárias dos outros países
desenvolvidos, tendo tanto a Taxa de Natalidade como a Taxa de Mortalidade reduzidas,
um Índice de Envelhecimento elevado, bem como a esperança média de vida e, uma Taxa
de Fecundidade, assim como um índice de renovação de gerações reduzido.
Explicar a desigual distribuição das variáveis demográficas no espaço
português:
O envelhecimento da população, reflexo da evolução dos comportamentos demográficos,
também influencia a variação das taxas de natalidade e de mortalidade.
O padrão de distribuição das taxas de natalidade é, regra geral, inverso ao das taxas de
mortalidade, refletindo-se nos contrastes regionais do índice de envelhecimento:
• A taxa de natalidade é mais alta nos Açores, no Algarve, na Grande Lisboa e
Península de Setúbal, apresentando os valores mais baixos em quase todo o interior
do país.
• A taxa de mortalidade, pelo contrário, é menor no litoral e mais elevada no interior,
onde se destacam o Pinhal Interior Norte e Sul, a Beira Interior Norte e Sul, a Serra
da Estrela, o Alto e o Baixo Alentejo
• O índice de envelhecimento é maior nas regiões do interior, onde a elevada
proporção de idosos contribui para as baixas taxas de natalidade, dado que este
grupo já ultrapassou a idade fértil, e explica os valores mais elevados da taxa de
mortalidade.
Estes contrastes regionais resultaram, em grande medida, do êxodo rural e da emigração,
que despovoaram o interior, acentuando-se também com a maior fixação de imigrantes
nas áreas urbanas do litoral.
Os contrastes a variação regional do índice de envelhecimento estão claramente
associados às diferenças verificadas na estrutura etária. Assim, e de um modo geral:
• Nas sub-regiões do interior, onde a proporção de idosos é superior à dos jovens, o
índice de envelhecimento é mais elevado.
• Nas sub-regiões do litoral a proporção dos jovens é maior e a de idosos menor, o
que explica o menor índice de envelhecimento
Equacionar as consequências dos principais problemas demográficos:
O aumento do nº de idosos e a redução da natalidade, que se reflete na diminuição do nº
de ativos, dificultam a sustentabilidade social económica, uma vez que o aumento das
despesas com a saúde, os serviços de apoio aos idosos e, principalmente, com as pensões
de reforma, não é compensado pelas contribuições da população ativa que tendem a
diminuir, conduzindo a um desequilíbrio crescente das contas da Segurança Social. Tal
poderá levar à sua rutura, caso não sejam tomadas medidas adequadas e atempadamente.
Sento que a população idosa concentra-se no interior do país, a evolução das tecnologias
e da indústria nessas áreas será nula, assim como a agricultura, porque a população mais
idosa é menos propícia a aprender a usar novas tecnologias.
Debater medidas passíveis de contribuir para a resolução dos problemas
demográficos:
Os problemas decorrentes do envelhecimento demográfico evidenciam a necessidade de
se promover o rejuvenescimento da população. A melhor forma de rejuvenescer a
rejuvenescer a população é incentivando o aumento da natalidade, através de medidas
como:
- Aumento dos abonos de família em função do nº de filhos;
- Redução dos impostos para as famílias mais numerosas;
-Alargamento do período de licença de paternidade, partilhada por ambos os pais;
-Expansão das redes de creches e jardins-de-infância e de atividades de tempos livres;
-Bonificação das tarifas de água e energia para as famílias numerosas;
-Promoção de empregos mais seguros e melhor remunerados;
-Conciliação da vida familiar e profissional, nomeadamente a flexibilização de horários
de trabalho.
Reconhecer a importância do ordenamento do território na melhoria da
qualidade de vida da população:
O ordenamento do território é fundamental para evitar e ultrapassar os problemas
resultantes da má ocupação do espaço e para melhorar a qualidade de vida da população.
As soluções passam ainda pela promoção do desenvolvimento do interior do país. O
planeamento, a diferentes escalas, tem um papel importante na previsão de ações que
conduzam:
- À efetiva melhoria das acessibilidades;
- À criação dos serviços essenciais de apoio à população;
- Ao desenvolvimento de atividades económicas geradoras de emprego;
- À qualificação da mão-de-obra;
- À concessão de benefícios e incentivos a empresas e a profissionais qualificados para
que se instalem no interior.
Conceitos:
Desemprego: Situação em que um determinado membro ou grupo populacional
integrante da parte ativa da população se encontra sem emprego.
Desenvolvimento sustentável: Desenvolvimento que procura satisfazer as necessidades
da geração atual, sem comprometer a capacidade das reações futuras de satisfazerem as
suas próprias necessidades, significa possibilitar que as pessoas, agora e no futuro,
atinjam um nível satisfatório de desenvolvimento social e económico e de realização
humana e cultural, fazendo, ao mesmo tempo, um uso razoável dos recursos da terra e
preservando as espécies e os habitats naturais.
Envelhecimento demográfico: Problema demográfico em que existe um aumento da
população idosa em relação à população jovem.
Estrutura ativa: Conjunto de indivíduos que exerce uma profissão remunerada e os
desempregados em idade de trabalhar e à procura de emprego.
Estrutura etária: Repartição de uma população por géneros e idade.
Êxodo rural: Fenómeno de deslocação da população das áreas rurais para as áreas
urbanas.
Imigração: Entrada de um indivíduo de um determinado país ou nação para outro/a
Índice de dependência de idosos: Relação entre a população idosa e a população ativa:
Idosos/População Ativa x 100
Índice de dependência de jovens: Relação entre a população jovem e a população ativa:
Jovens/População Ativa x 100
Índice de dependência total: Relação entre o total de jovens e de idosos e a população
ativa:
Jovens + Idosos/População Ativa x 100
Índice de renovação de gerações: Valor mínimo índice de fecundidade para assegurar a
substituição de gerações.
Índice sintético de fecundidade: Nº médio de filhos por cada mulher em idade fértil.
Nível de qualificação profissional: Nível de instrução escolar de um indivíduo: 1º Ciclo; 2º
Ciclo; 3ª Ciclo; Secundário; Licenciatura; Mestrado; Doutoramento
PDM: Documento regulamentador do planeamento e ordenamento do território de um
dado município em Portugal em Portugal.
Taxa de alfabetização: Percentagem de alfabetização (capacidade de ler e escrever) da
população de uma determinada região.
Taxa de desemprego: Proporção de pessoas capazes de exercer uma profissão e que
procuram um emprego remunerado, mas que, por diversas razões, não entram no
mercado de trabalho.
Taxa de fecundidade: Nº de nados-vivos, ocorridos num ano, por mil mulheres em idade
fértil.
Tipos de emprego: A Termo; A Termo Incerto; Part-time; Trabalho Temporário;
Comissão de Serviço; Recibos Verdes; Serviço Doméstico; Cedência ocasional de
trabalhadores
A distribuição da população
Relacionar a desigual distribuição espacial da população com fatores
naturais e humanos:
Em Portugal, a tendência foi sempre e concentração demográfica no litoral. Esta
tendência intensificou-se com o êxodo rural, mantendo-se atualmente.
No entanto, as principais tendências a ter em conta quanto à distribuição da população
em Portugal são:
Litoralização: concentração da população e das atividades económicas no litoral,
com perda demográfica no interior.
Bipolarização: elevada densidade populacional nas duas áreas metropolitanas de Lisboa
e Porto, que se destacam claramente pelo seu maior desenvolvimento.
-Nas áreas mais densamente povoadas do litoral, ou seja, nos concelhos de Lisboa e do
litoral Norte, Centro e Algarve, conjugam-se fatores físicos e humanos que facilitaram
um progressivo dinamismo demográfico económico.
Fatores Físicos:
-Devido à influência do Atlântico, o clima é mais húmido e ameno, com diferenças
menores entre as temperaturas de inverno e de verão.
-Predomina um relevo menos acidentado, com planícies como as do Mondego, Tejo e
Sado, que oferece uma maior acessibilidade natural.
-Extensa linha de costa que permite a prática de pesca e cria acessibilidade para o
exterior.
-Relevo e clima favorecem a formação de solos mais férteis, sobretudo nas planícies
aluviais, o que favorece a agricultura.
Fatores Humanos:
-Melhores condições naturais para a agricultura, atividade económica mais importante
até meados do século XX, favorecendo, atualmente, uma prática agrícola mais moderna
e produtiva, com maior acesso aos mercados.
-Grande nº de cidades e áreas urbanizadas, com oferta de habitação e grande
diversidade de serviços (saúde, educação, cultura, lazer...).
-Maior densidade e qualidade das redes e infraestruturas de transporte e comunicação.
-Grande implantação das atividades industriais e terciárias, muitas de grande dimensão,
que proporcionam maior oferta de emprego.
A progressiva perda e envelhecimento da população na generalidade das regiões do
interior deve-se a fatores menos favoráveis, que se traduzem num menor
desenvolvimento e em menos oportunidades de trabalho e futuro, comparativamente
com o litoral.
Fatores Físicos:
-A norte do Tejo, o relevo é mais acidentado, com predomínio de montanha e planalto
-As temperaturas são, geralmente, mais baixas no Inverno e mais altas no Verão,
Principalmente No sul, onde o clima se caracteriza também por uma secura acentuada.
- Relevo e clima Influenciam os solos que, de modo geral são mais pobres.
-Menos acessibilidade natural.
Fatores Humanos:
-Condições naturais menos propícias à agricultura e que, por vezes, dificultam a sua
modernização.
-Menor nº de cidades e de áreas urbanas com menor dimensão, sendo a oferta de
serviços menos diversificada e com pouca especialização.
-Menor implantação da e indústria e de atividades terciárias e, assim, menor oferta de
emprego.
-Redes e infraestruturas de transporte e comunicação menos densas e, muitas vezes,
com fraca ligação às povoações dos territórios que atravessam.
Explicar os problemas na distribuição da população;
-Desordenamento do território: Aparecimento de bairros degradados e de construção
não planeada, saturação do espaço pela construção excessiva, fala de espaços verdes,
etc...
-Sobrelotação de equipamentos, infraestruturas e serviços, nas áreas de saúde,
educação, justiça, transportes, etc...
-Degradação ambiental: Pela poluição atmosférica, produção excessiva de resíduos,
impermeabilização do solo, uso de solos de aptidão agrícola para fins urbanos.
-Desqualificação social e urbana: Devido a situações de desemprego, subemprego,
marginalidade, insegurança, aumento do stress e diminuição da qualidade de vida.
Debater medidas passíveis de atenuar as assimetrias regionais na
distribuição espacial da população:
Para ultrapassar os problemas resultantes da desigual e, por vezes, incorreta ocupação
humana é fundamental desenvolver o ordenamento do território-processo contínuo e
integrado de organização do espaço biofísico, visando a utilização do território de
acordo com as suas capacidades e vocações.
Deve incluir o planeamento socioeconómico, para o desenvolvimento das atividades
económicas e a melhoria da qualidade de vida, numa lógica de desenvolvimento
sustentável- que satisfaz as necessidades do presente sem comprometer a capacidade de
satisfação das gerações futuras, pela correta utilização gestão dos recursos naturais.
Conceitos:
Assimetrias regionais: desigualdades na taxa de crescimento da atividade económica e
estão ligadas a diferentes níveis de prosperidade económica e consequentemente a
diferentes níveis de desenvolvimento entre regiões de um mesmo país ou entre países,
como é o caso dos vários níveis de desenvolvimento económico que atingiram os diversos
Estados da União Europeia.
Capacidade de carga humana: número de pessoas que um determinado espaço pode
suportar, em termos de emprego, habitação, entre outros.
Despovoamento: Diminuição do número de indivíduos que vivem numa dada região,
geralmente devido a movimentos migratórios.
Litoralização: Processo que corresponde a uma maior concentração populacional junto
à faixa litoral. Este fenómeno cria, em geral, grandes desequilíbrios e assimetrias
regionais, já que a estas áreas se opõem, muitas vezes, extensas áreas de desertificação
no que se refere à ocupação humana
2) Os recursos naturais de que a população dispõe: Usos, limites e
potencialidades
Os recursos do subsolo
Conhecer a localização geográfica dos recursos de subsolo de maior valor
económico:
Maciço Hespérico- Granitos e Xistos Orlas Sedimentares-
Calcários e Margas Bacias do Tejo e do Sado- Areias e Argilas.
Maciço Hespérico- Grande diversidade geológica e uma variedade significativa de
rochas muito antigas e de grande dureza. É nesta área, principalmente nas zonas de
contacto entre formações geológicas diferentes, que se localiza uma boa parte dos
depósitos ou jazidas minerais.
Orlas Sedimentares- São mais recentes, pelo que a diversidade geológica é menor. São
também designadas de Mesocenozoicas e correspondem a fossos tectónicos onde se
foram acumulando numerosos sedimentos calcários e margosos.
Bacias do Sado e do Tejo- constituem a unidade geomorfológica mais recente, formada
no cenozoico pela deposição de sedimentos marinhos mas, sobretudo, por sedimentos de
origem continental, arenosos e argilosos.

Compreender as desigualdades na distribuição e consumo de energia:


Na distribuição: As áreas de maior consumo de energia estão localizadas no litoral, não
apenas devido à grande concentração de população, de transportes, de comércio, mas
também devido as áreas industriais, especialmente as de setúbal e porto.
Consequentemente, existe maior necessidade de consumo de energia.
No consumo: fatores que influenciam o consumo:
- Crescimento dos transportes, sobretudo o que se refere ao tráfego de mercadorias.
- Expansão da indústria e dos serviços, que utilizam muito equipamento tecnológico e
instalações climatizadas.
- Melhoria da qualidade de vida da população.
Relacionar as desigualdades no consumo de energia com os níveis de
desenvolvimento das regiões:
As regiões do litoral são mais desenvolvidas do que as do interior. Possuem um elevado
número de população que necessita de uma grande rede de transportes, um comércio de
alto nível que requer o dispêndio de uma grande quantidade de combustível, para o
transporte de mercadorias e grandes áreas industriais que necessitam de grandes
quantidades de energia, para a manutenção do funcionamento (terciarização). Em
contraparte, as regiões do interior são menos desenvolvidas, possuem menos população
o que resulta de um menor dispêndio de energia.
Compreender os principais condicionalismos na exploração dos recursos do
subsolo:
A relativa abundancia de recursos do subsolo está associada a uma exploração que se
tem revelado economicamente pouco viável para o pais e tem acarretado alguns
problemas ambientais, quer para a paisagem e para os recursos naturais, ou seja, sobre
o ambiente, quer para a saúde e segurança pública resultante da poluição (os resíduos,
principalmente nas minas metálicas, podem originar aguas acidas e provocar
contaminação de solos e d
e cursos de agua), da instabilidade das escavações, dos aterros e da existência de
cavidades protegidas.
Explicar a dependência de Portugal relativamente aos recursos do subsolo,
em particular os energéticos

Em Portugal, não existe exploração de combustíveis


fósseis e o subsolo é pobre em minérios energéticos.
Grande parte da energia consumida em Portugal provém de combustíveis fósseis,
importados na sua totalidade, criando uma forte dependência externa com custos
elevados para o país.
O petróleo é a principal fonte de energia primário e é importado, principalmente, de
Angola e da Arábia Saudita.
Grande parte do carvão provém da Colômbia e dos EUA.
O gás natural, da Nigéria e Argélia. A construção do terminal de gás liquefeito no porto
de Sines permitiu diversificar os países abastecedores.
Reconhecer os impactos ambientais da extração de minérios:
Atividade extrativa:
- Degradação da paisagem com um grande impacto visual, como é o caso das pedreiras e
muitas das minas; - Contaminação dos solos e das águas superficiais e subterrâneas com
produtos químicos, tóxicos e radioativos junto das minas de minérios metálicos,
sobretudo no caso das minas abandonadas.
Recursos energéticos:
- Emissão de gases poluentes pela refinação do petróleo, produção de energia
termoeléctrica, industria, transporte e consumo;
- Agravamento do efeito de estufa, podendo conduzir a alterações climáticas
irreversíveis;
- Acidentes e derrames que ocorrem durante o transporte de combustíveis, tanto
marítimo como terrestre.
Reconhecer a necessidade de valorizar os recursos endógenos:
Os recursos do subsolo português apresentam um potencial capaz de contribuir para a
criação de emprego e para o desenvolvimento das regiões, pelo que deverão ser
valorizados do ponto de vista económico, social e ambiental.
A sua valorização implica:
- A procura de soluções para os principais problemas do sector;
- A mobilização de meios políticos, financeiros, científicos e tecnológicos para a
inventariação e localização de recursos ainda não aproveitados.
- A realização de estudos e a definição de medidas que levem a uma relação de equilíbrio
entre a indústria extrativa e a preservação ambiental.
Reconhecer a importância das termas no desenvolvimento de atividades de
turismo e de lazer:
- É uma atividade que incentiva o turismo,
- Para complementar, são criadas infraestruturas de apoio, o que contribui para o
desenvolvimento regional, e consequentemente, capta investimentos;
- Contribui para a criação e manutenção de emprego;
- Gera riqueza para o país;
- Gera o aproveitamento energético do calor das águas.
Equacionar as implicações financeiras e ambientais da introdução e/ou
intensificação das energias renováveis:
As implicações financeiras são principalmente os investimentos iniciais dos quais os
investidores só beneficiam a longo prazo. Em termos ambientais, a introdução e/ou a
intensificação de energias renováveis permite a menor emissão de gases poluentes, o
que resulta num ambiente mais saudável e limpo.
Reconhecer a importância da integração de Portugal na Política Energética
Comum:
O consumo energético, em Portugal, está muito dependente de recursos exógenos
(provenientes do exterior). Assim, a potencialização dos recursos energéticos passa pela
implementação de uma política energética. Ora, a política energética incentiva:
-A eficiência energética através da racionalização e redução dos consumos e
contribuindo para a diminuição dos impactos ambientais
-o aumento da produção de energia a partir de fontes renováveis e endógenas
- A investigação científica e a avaliação do potencial de aplicação da energia geotérmica
para geração de energia elétrica e para o aproveitamento térmico da energia associada
aos aquíferos ou em formações geológicas.
- A diversificação das origens, no que respeita à variedade dos parceiros comerciais e
dos produtos energéticos
- O desenvolvimento de novas tecnologias, menos poluentes
- A prospeção de novas áreas do território para identificação de reservas nacionais de
combustíveis fósseis
Conceitos:
Águas minerais: são águas de origem profunda, provenientes de uma nascente e cujas
características físico-químicas, estáveis na origem, resultam em propriedades
terapêuticas.
Águas termais: são águas subterrâneas com características especiais para fins
terapêuticos / medicinais. Podem ser bebidas e utilizadas
Combustíveis fósseis: fontes de energia que resultaram da decomposição de animais,
vegetais e outras matérias orgânicas, no interior da Terra, há muitos milhões de anos.
Exemplos: petróleo, carvão e gás natural.
Energia geotérmica: aproveitamento to calor do interior da Terra, sob a forma de vapor,
para produção de energia.
Jazida: local de elevada concentração de minerais.
Mineral energético: carvão, uranio
Mineral metálico: ferro, cobre, volfrâmio, estanho, ouro e prata
Mineral não metálico: sal-gema, quartzo, feldspato, caulino
Recurso endógeno: recursos do interior (país)
Recurso exógeno: recursos do exterior (de outros países)
Recurso não renovável: São recursos naturais que, uma vez consumidos, não podem ser
substituí dos, pelo menos num espaço detempo razoável
Recurso renovável: possibilitam a sua utilização sistemática sem risco de se esgotarem.
A sua reposição ou regeneração é feita de forma contínua pela Natureza. Em termos
dereservas naturais, trata-se de um bem ilimitado.
Rochas industriais: são rochas de grande valor, pois destinam-se a variadíssimas
industrias. (calcário sedimentar comum, argilas comuns, argilas especiais, areias)
Rochas ornamentais: são as rochas que servem essencialmente para decorar, sendo, por
isso, bastante caras. (carbonatadas: calcários cristalinos e sedimentares e brecha
calcária; siliciosas: sienito, gabro, serpentinito; ardósias e xistos ardosíferos)
Turismo termal: ocorre exclusivamente onde se utiliza à água com temperatura alta
(termas)
A radiação solar
Relacionar a variação da radiação solar com o movimento de translação:
A variação da radiação solar existe devido à forma aproximadamente esférica da Terra e
à inclinação do seu eixo de órbita.
O movimento de translação faz variar o ângulo de incidência (formado pelo feixe de luz
solar e pela luz perpendicular à superfície) da radiação solar e a duração dos dias e das
noites. A latitude influencia o ângulo de incidência da luz solar, o que explica a variação
da energia que chega às diversas regiões da Terra.
Em Portugal, situado na faixa de latitude (32- 42 graus Norte):

- No solstício de junho (21-22) : início do verão no


hemisfério norte. A radiação global é maior, pois a luz do sol incide perpendicularmente
sobre o tropico de câncer, atingindo Portugal com menor obliquidade. Os dias têm
maior duração, aumentando o tempo de exposição à radiação solar.
- No solstício de dezembro (22-23): início do inverno no hemisfério norte. A radiação
global é menor, pois a luz incide na vertical sobre o tropico de capricórnio, atingindo
com maior obliquidade Portugal. A duração do dia é menor.
Explicar o papel da atmosfera na variação da radiação solar:

Sem a atmosfera não seria possível a manutenção à


superfície terrestre, do equilíbrio térmico. Existe um equilíbrio térmico entre a radiação
global (direta + difusa) e a radiação terrestre. Cerca de metade da energia que chega à
atmosfera, perde-se nos processos atmosféricos, que servem para o equilíbrio térmico:
- Absorção: radiação solar absorvida por poeiras e gases, que absorve grande parte da
radiação ultravioleta.
- Reflexão: radiação solar refletida pelo topo das nuvens, pela superfície terrestre.
- Difusão: radiação solar perdida para o espaço exterior.

A maior parte da radiação terrestre é absorvida por alguns gases atmosféricos, como o
vapor de agua e o dióxido de carbono, que a devolvem à superfície, mantendo assim uma
temperatura +/- constante (15 graus) – Efeito de estufa.

Explicar as diferenças de duração e intensidade da radiação solar no


território nacional:
Em Portugal continental, os valores médios da radiação global anual diminuem, em
geral, de sudeste para noroeste, embora algumas diferenças sazonais:
- No inverno: registam-se valores mais altos no sul, com uma inflexão para nordeste no
vale inferior do Tejo e até do Mondego, e mais baixos em todo o extremo norte.
- No verão: o máximo da radiação solar ocorre no Algarve, prolongando-se por todo o
interior, numa faixa que se estreita para norte, enquanto os valores mínimos se
registam no litoral.
A latitude e a proximidade do mar são os principais fatores que explicam essas
variações:
- As regiões do sul, situadas a menor latitude, recebem maior radiação solar.
- No litoral (sobretudo a norte do Tejo) há menor radiação solar, pois a proximidade do
mar aumenta a nebulosidade (porção de céu coberto por nuvens num dado momento)
A diferença entre litoral e interior torna-se mais evidente no verão, que é mais seco no
interior, permitindo uma maior insolação (nº de horas de céu descoberto, com sol acima
do horizonte) e como tal, maiores valores da radiação global.
O efeito da altitude aumenta a nebulosidade e reduz a insolação e a radiação global:Com
a influência da disposição de vertentes
- As encostas soalheiras (voltadas a sul) recebem maior radiação solar e têm maior
insolação do que as encostas umbrias (voltadas a norte) que são mais sombrias.
- As vertentes expostas a ventos marítimos têm maior nebulosidade, recebendo menor
insolação e radiação global, como acontece no noroeste de Portugal continental.
Comparar o número de horas de sol descoberto em Portugal com outros
países da Europa:

A radiação média anual, em


Portugal, é superior à média europeia
Explicar os efeitos da topografia na radiação solar:
Os acidentes do terreno exercem, a nível local, alterações da temperatura.
A disposição dos relevos mais elevados pode favorecer ou dificultar a circulação das
massas de ar:
- O interior norte é protegido pelos relevos de noroeste de orientação paralela à linha de
costa, que dificultam a passagem dos ventos oceânicos, retendo grande parte da sua
humidade.
- Junto ao vale do Mondego, o relevo dispõe-se obliquamente à linha de costa, permitindo
que a influência marítima se estenda para o interior.
Explicar a variação anual da temperatura em Portugal:
A temperatura média anual diminui de sul para norte, onde os valores mais baixos se
registam nas áreas de montanha e se dá também um decréscimo do litoral para o interior
(exceção do vale superior do douro).
O traçado das isotérmicas de janeiro e julho revela uma importante diferenciação
sazonal, na variação espacial das temperaturas médias anuais:
- Em janeiro (inverno) as isotérmicas dispõem-se obliquamente à linha de costa,
evidenciando uma diminuição da temperatura média de sudoeste para nordeste.
- Em julho (verão) essa disposição é quase paralela à linha de costa, revelando um
aumento da temperatura do litoral para o interior.
A amplitude de variação térmica anual aumenta do litoral para o interior, segundo faixas
quase paralelas à linha de costa, embora com influência de outros fatores, além da
distância e disposição em relação ao mar.
Reconhecer a existência de condições de insolação favoráveis ao uso da
energia solar:
As condições naturais de temperatura e luminosidade são muito favoráveis ao
aproveitamento energético da radiação solar. O aproveito energético pode ser feito
diretamente, como fonte de calor para aquecimento (ativa- sistemas de conversão
térmica; passiva- materiais), ou através da conversão da radiação solar em eletricidade,
indiretamente.
O potencial de aproveitamento de energia solar varia de acordo com a radiação global,
por isso:
- Diminui de sul para norte, por efeito da latitude e relevo;
- Aumenta de oeste para este, sobretudo a norte do tejo, pela maior nebulosidade do
litoral e maior insolação do interior;
- É maior no final da primavera e verão, devido à maior duração dos dias e ao menor
ângulo de incidência da radiação solar.
Problematizar o uso da energia solar:
A tecnologia atual coloca-nos alguns condicionalismos:
- A produção de eletricidade a partir da energia solar encontra-se ainda muito dependente
da variação da radiação solar;
- Com a tecnologia atual, a utilização da energia solar para produção de eletricidade exige
grandes investimentos em espaço e capital, bem como a proximidade dos centros a
abastecer.
Reconhecer a importância da duração da insolação na valorização turística
do território nacional:
A radiação solar é um recurso natural que pode ser potencializado do ponto de vista
económico, quer pela promoção do turismo quer pela produção de energia:
O turismo: o clima português, com temperaturas moderadas e grande número de dias
luminosos, é uma das principais razões para Portugal se encontrar entre os principais
destinos turísticos do mundo. Neste sentido, a radiação solar constitui um fator de
desenvolvimento, pois a atividade turística:
- Gera emprego;
- Proporciona a entrada de divisas;
- Induz efeitos multiplicadores que se refletem no desenvolvimento de outras atividades
(como o comércio, os transportes, o artesanato, a produção agrícola especializada, entre
outros)
O turismo balnear/de praia, que conjuga o clima com uma vasta costa de praia, é o que
mais beneficia das características do clima português.
Conceitos:😉
- Amplitude da variação térmica: designa a diferença entre a temperatura máxima e a
temperatura mínima registada num determinado período de tempo.
- Ângulo de incidência: é o ângulo formado entre o raio incidente e a direção normal à
superfície.
- Constante solar: energia que, por segundo, chega a cada metro quadrado de superfície
da camada superior da atmosfera, exposta perpendicularmente à radiação solar. 1400
watts
- Encosta/ vertente soalheira: vertente diretamente exposta aos raios solares.
- Encosta/ vertente umbria: lado do revelo que não recebe radiação solar.
- Insolação: número de horas de céu descoberto, com sol acima do horizonte
- Isotérmica: é um contorno ou faixa de mesma temperatura nos mapas meteorológicos
- Nebulosidade: porção de céu coberto por nuvens num dado momento.
- Radiação global: energia solar recebida, direta e indiretamente, pela superfície terrestre
- Radiação terrestre: energia solar emitida pela Terra
- Radiação solar: emissão de energia pelo sol, sob a forma de ondas eletromagnéticas.
- Radiação solar direta: energia solar que atinge diretamente a superfície terrestre.
- Temperatura média: é a média aritmética dos valores obtidos de temperatura, num
certo intervalo de tempo.
- Turismo balnear: turismo de destinos apropriados ao banho (em particular, as praias)
Os recursos hídricos
Reconhecer o papel do ciclo hidrológico na manutenção do equilíbrio da
Terra:
A capacidade do ar absorver e reter a humidade depende da temperatura. Quanto mais
elevada a temperatura, maior a capacidade de absorver e reter vapor de água. O
arrefecimento do ar provoca a condensação do vapor de água presente na atmosfera,
formando nuvens e tornando possível a precipitação. A água regressa muitas vezes de
locais distantes de onde foi evaporado.
Tal deve-se à circulação do ar, pela qual 75% da água que se evapora dos oceanos, volta
a precipitar sobre eles. O ciclo hidrológico mantem assim mais ou menos constante a
quantidade de água no nosso planeta.
Conhecer a circulação geral da atmosfera na zona temperada do
Hemisfério Norte:
Centros de baixas pressões: Ao subir, a temperatura do ar diminui, o que provoca a
condensação do vapor de água, formando-se nuvens e originando precipitação- mau
tempo.
Origem:
- Térmica: aquecimento do ar + terra quente = ar menos denso = ascensão
- Dinâmica: convergência de ar de direções opostas = ascensão
Centros de altas pressões: Ao descer, a temperatura do ar aumenta, não se dando a
condensação de vapor de água. Assim, estes centros associam-se, geralmente, a céu
limpo e tempo seco- bom tempo.

Relacionar a variabilidade da precipitação com a deslocação, em latitude,


das cinturas de altas e baixas pressões:

Explicar os tipos de precipitação mais frequentes em Portugal:


Precipitações frontais: formam-se pela ascensão do ar quente numa superfície frontal. A
intensidade e a duração das precipitações frontais diferem consoante se trate de uma
frente fria ou frente quente.
- Como nas frentes frias a ascensão do ar é mais rápida e violenta, as precipitações são
mais intensas, do tipo aguaceiro.
- Enquanto as precipitações associadas a frentes quentes são menos intensas, mas
continuas e de maior duração.
Precipitações orográficas: formam-se por ação do relevo. As vertentes das montanhas
constituem uma barreira de condensação- obrigam o ar a subir, desencadeando o
processo de arrefecimento que conduz à condensação do vapor de água, formando-se
nuvens e precipitação.
Relacionar a variação da precipitação com a altitude e a disposição do
relevo:
O contraste norte-sul deve-se à influência da latitude, pois a perturbação da frente polar
afeta com maior frequência o norte do país. O sul recebe influência das altas pressões
subtropicais, pelo que é mais seco e luminoso. O relevo também exerce uma ação
importante, visto que o norte com maior orografia é mais chuvoso (devido à precipitação
orográfica).
Caracterizar o clima de Portugal Continental e Insular:
Clima temperado mediterrânico com feição marítima – norte do litoral
- Temperaturas médias amenas ao longo do ano
- Amplitude térmica anual moderada ou fraca
- Precipitação abundante, sobretudo no outono e inverno
- Dois meses secos
Clima temperado mediterrânico - em todo o sul do país
- Temperaturas médias suaves no inverno e elevadas no verão
- Amplitude térmica anual moderada
- Precipitação fraca
- 4 a 6 meses secos
Clima de altitude – serra da estrela e serra algarvia etc.
- Inverno mais rigoroso
- Verão mais fresco
- Precipitação elevada
- Queda de neve no inverno nas terras mais altas
Clima açores -> características próximas do clima temperatura marítimo devido a
Influência do oceano
- Temperaturas médias amenas ao longo de todo o ano
- Amplitude térmica anual fraca ou moderada
- Precipitação abundante
- Meses secos nunca superiores a 2 – apenas nas ilhas mais a Este
Clima madeira -> clima predominantemente mediterrânico devido altitude mais baixa,
devido a orientação este-oeste do relevo, vertente norte + frio e + precipitação vertente
sul, + quente e seca. Porto santo – temperaturas altas, precipitação fraca, + meses secos.
Clima açores -> características próximas do clima temperatura marítimo devido a
influência do oceano
- Temperaturas médias amenas ao longo de todo o ano
- Amplitude térmica anual fraca ou moderada
- Precipitação abundante
- Meses secos nunca superiores a 2 – apenas nas ilhas mais a Este
Relacionar as disponibilidades hídricas com a quantidade e o tipo de
precipitação:
Em Portugal, a irregularidade da precipitação, tanto no volume total anual, como na sua
distribuição ao longo do ano, torna-se difícil de gerir, mesmo apesar da abundância de
recursos hídricos nacional. Ora este problema é mais relevante porque as maiores
necessidades de consumo verificam-se na época de menor disponibilidade hídrica, o
Verão. Devido a esta irregularidade, em Portugal podem ocorrer períodos de chuva tão
intensa que dá origem a inundações ou períodos de seca mais ou menos prolongados,
com graves consequências para as atividades económicas e para a população.
Caracterizar a rede hidrográfica:
-> Em Portugal, os rios constituem importantes fontes de água utilizável, uma vez que a
rede hidrográfica apresenta uma densidade considerável.
Rede Hidrográfica: Conjunto Formado pelo rio principal e seus tributários, afluente e
subafluentes.
Dos Rios Portugueses, destacam-se:
- Rios Internacionais, que nascem em Espanha: Minho; Lima; Douro; Tejo; Guadiana.
- Rios Portugueses: Vouga; Mondego; Sado.
-> No Norte do País, a rede hidrográfica é mais densa, os rios apresentam maior declive
ao longo do seu percurso e escoam em vales mais profundos.
-> No Sul do País, o relevo mais aplanado faz com que os cursos de água tenham
percursos com menor declive e escoem em vales mais largos.
-> Os rios, ao longo do seu percurso, atravessam áreas diferentes no que respeita à
altitude, à s formas de relevo e ao grau de dureza das rochas, características que
exercem uma poderosa influência.
Perfil Longitudinal: Linha que une vários pontos de fundo do leito de um rio, desde a
nascente até à foz.
Perfil Transversal: Linha que resulta da interseção, num determinado ponto, de um
plano vertical com o vale, perpendicularmente à sai direção.
A Norte do Tejo, os rios apresentam um perfil longitudinal mais irregular, devido ao
relevo acidentado, enquanto a Sul, o relevo aplanado permite que os cursos de água
tenham perfis longitudinais mais irregulares.
O Perfil Transversal dos rios é, vulgarmente, denominado por Vale e apresenta
diferentes formas de nascente até à foz.
Tipo de Vale:
- ''V'' Fechado ou Garganta: São vales geralmente muito encaixados e profundos.
-''V'' Aberto: Em direção à foz o vale vai -se tornando menos profundo, mais encaixado e
mais largo.
- ''U'' Aberto, Plano ou Caleira Aluvial: São vales geralmente muito largos e pouco
encaixados
Relacionar o regime dos cursos de água com a irregularidade da
precipitação:
Os cursos de água têm um regime irregular (especialmente no Sul), e mesmo torrencial,
pois os caudais são:
- No Inverno, muito elevados, devido à precipitação mais elevada e às menores
temperaturas, o que leva à diminuição da evaporação.
- No Verão, muito baixos ou nulos, devido aos menores níveis pluviométricos e às
temperaturas mais elevadas, o que favorece o aumento da evaporação.
Conhecer os fatores que interferem na variação de caudal dos cursos de
água;
O regime dos rios nacionais é condicionado por fatores:
Naturais:
-O clima (temperatura e precipitação)
-O relevo (forma e declive)
-Natureza dos Terrenos (permeável e impermeável)
-Coberto Vegetal
Humanos, associados a:
-Construção de Barragens
-Alteração do Coberto Vegetal
Equacionar a necessidade de armazenamento das águas superficiais:
Questões como a poluição, preservação e planificação da gestão dos recursos hídricos.
Por exemplo, a eutrofização, poluição pelas indústrias, problemas na gestão de rios luso
espanhóis, caudais ecológicos etc.
Conhecer os fatores que condicionam a produtividade aquífera
A produtividade aquífera depende essencialmente da permeabilidade e porosidade das
rochas da região. As regiões em que a rocha detém maior permeabilidade e porosidade
são onde a produtividade aquífera é maior. Em Portugal a produtividade aquífera é
maior nas orlas e na bacia sedimentar porque estas unidades rochosas são constituídas
pelo arenito e o calcário, mais permeáveis, havendo por isso mais águas subterrâneas. O
maciço antigo tem menor produtividade porque as rochas constituintes são o granito e o
xisto, menos permeáveis e por isso existe menor produtividade aquífera.
Reconhecer que as atividades humanas interferem na quantidade e
qualidade das águas;
Os principais problemas que afetam a qualidade das águas relacionam-se sobretudo com
o crescimento do consumo e com a poluição das águas, sendo mais graves nas áreas de
maior ocupação humana.
Fontes de Poluição das Águas:
- Química- Com substâncias químicas nocivas às espécies
-Física- Com a alteração da temperatura da água (as centrais nucleares usam a água
para arrefecer os reatores, causando uma alteração da temperatura da água quando
direcionada para os rios.)
- Destruição dos fundos marinhos etc. (Devido às redes de arrasto que destroem os
corais, etc.)
- Biológica- Com a introdução de vírus e bactérias.
- Efluentes domésticos (rurais e urbanos)
- Tráfego de navios petroleiros
- Acidentes com navios petroleiros
- Poluição das águas dos rios
- Emissões naturais (vulcões)
- Efluentes industriais
- Limpeza de tanques em alto mar
Equacionar os riscos na gestão dos recursos hídricos;
Questão associada à necessidade de armazenar as águas superficiais (albufeiras e
barragens) mas, como é dito, EQUACIONANDO tudo que possa ser necessidades VS
impactos.
Inferir a necessidade de estabelecer acordos internacionais na gestão dos
recursos hídricos;
Existem muitos rios cujo percurso se estende por mais de um País, o que obriga os países
que dividem as suas águas se estendam e definam formas de cooperação, de modo a
garantir a partilha e gestão dessa água sem conflitos. Assim, o planeamento e a gestão
dos recursos hídricos, neste caso os portugueses não podem deixar de ser articulados
com o planeamento e a gestão dos recursos hídricos da parte espanhola, das bacias
hidrográficas partilhadas.
O incumprimento destas medidas pode levar a:
1. Redução dos caudais em tempos de seca, pois as albufeiras espanholas têm uma
considerável capacidade de armazenamento.
2. Poluição das águas espanholas, que se vai refletir nas portuguesas.
3. Construção de barragens ou transvases em Espanha que podem reduzir os caudais.
4. O agravamento de situações de cheias.
Debater medidas conducentes ao controlo da quantidade e qualidade da
água;
Qualidade: Tão importante quanto o abastecimento é garantir a qualidade da água
fornecida à população. Isto é feito através do tratamento e controlo de qualidade das
águas.
Em Portugal, a percentagem de água controlada passou de 50% em 1993 para 98% em
2009, o que evidencia uma significativa melhoria da qualidade. Os poucos
incumprimentos, correspondentes aos 2% registam-se essencialmente nas zonas de
abastecimento que servem até 5000 habitantes, com maiores carências de recursos
humanos, técnicos e financeiros.
Quantidade: Têm-se vindo a construir mais barragens, de forma a armazenar águas
cada vez maiores, em substituição às albufeiras. A falta de capacidade de
armazenamento de algumas bacias hidrográficas torna-as muito vulneráveis à
irregularidade das afluências, designadamente em situações de seca. As condições do
relevo determinam que, apesar de existirem mais barragens e mais condições de
produção hidrelétrica no norte do país, seja a sul que a capacidade de armazenamento
das albufeiras é mais significativa.
A maior disponibilidade de água aumenta imenso o potencial agrícola das regiões,
sobretudo se a barragem se destinar também a esse tipo de utilidade, nomeadamente no
que diz respeito às áreas de regadio, à diversidade de culturas, à qualidade e quantidade
da produção e, ao rendimento agrícola.
Debater a importância do ordenamento das albufeiras e das bacias
hidrográficas:
Os planos de ordenamento das albufeiras e das bacias hidrográficas são planos especiais
de ordenamento do território que se aplicam a áreas com características específicas,
dentro da região hidrográfica.
Permitem-nos:
- Um melhor conhecimento das disponibilidades e potencialidades hídricas;
- Uma melhor distribuição e utilização da água
- Uma mais eficaz proteção, conservação e requalificação dos recursos hídricos
-A definição de um quadro estável de relacionamento com Espanha face aos rios
internacionais
-Uma gestão dos recursos hídricos em articulação com os restantes setores de
ordenamento de território, nomeadamente o ambiente e a ocupação humana das bacias
hidrográficas
Conceitos:
Água residual: água procedente de usos domésticos, comerciais ou industriais, pelo que
se encontra poluída.
Água subterrânea: Nascentes e lençóis de água que retêm a água da infiltração e que se
encontram até 800 metros de profundidade.
Água superficial: Rios, Lagos, lagoas, Albufeiras
Albufeira: Lago artificial criado por barragens construídas em linhas de água. É um
local onde ocorre forte sedimentação, inicialmente de detritos minerais e vegetais
arrastado pela corrente.
Aquífero: Lençol de água subterrânea que se forma no seio de rochas permeáveis.
Balanço hídrico: Distribuição da Precipitação pela evapotranspiração e pelo
escoamento superficial e subterrâneo.
Barragem: Construção humana num curso de água com o objetivo de armazenar
grandes quantidades da água para produção de energia ou, para rega.
Barreira de condensação: conjunto formado pelas serras do Gerês, Cabreira, Padrela,
Alvão, Caramulo e Montemuro, que se dispõem quase paralelamente à costa,
constituindo, por isso, uma enorme barreira à penetração, no interior, dos ventos
húmidos do oeste.
POA: Planos de Ordenamento das Albufeiras
Superfície frontal polar:
-Quente: Mais Extensa, apresenta menor declive, pois o ar quente desliza sobre o frio,
subindo mais lentamente e originando nuvens de desenvolvimento horizontal
-Fria: Maior declive, pois o ar frio, ao introduzir-se por baixo do ar quente, provoca a sua
ascensão de forma rápida e violenta, formando -se nuvens de grande desenvolvimento
vertical.
Rede hidrográfica: Conjunto Formado pelo rio principal, seus afluentes e subafluentes.
Caudal: Volume de Água que passa numa dada secção de um curso de água por unidade
de tempo.
Declive: inclinação da estrutura onde se situa o curso de água.
Depressão barométrica: centro de baixa pressão atmosférica, limitado por isóbaras,
curvas e fechadas, com valores decrescentes da periferia para o interior, e onde o ar
converge e ascende.
Disponibilidade hídrica: quantidade de água disponível no planeta.
Efluente: resíduos sólidos, líquidos ou gasosos descarregados ou emanados por um
processo sujeito a tratamento ou não.
Escorrência: parte da precipitação que escorre à superfície ou em canais subterrâneos.
Eutrofização: crescimento de algas e outras espécies vegetais que consomem o oxigénio
das águas, levando à extinção da fauna aquática.
Evapotranspiração: evaporação das águas superficiais, da água do solo e da água
libertada pela respiração e pela transpiração dos seres vivos.
Infiltração: a água infiltra-se no subsolo, podendo alimentar os lençóis freáticos ou ser
absorvida pelas plantas. Isóbara: linha que, num mapa geográfico, une os pontos de igual
pressão atmosférica, reduzida ao nível do mar, à temperatura de 0ºC e à gravidade de 45
º.
Massas de ar: grandes volumes de ar que, horizontalmente, apresentam as mesmas
características de temperatura, humidade e densidade.
Permeabilidade: propriedade de um corpo de se deixar penetrar por uma substância /
maior ou menos capacidade da infiltração das aguas.
Período seco estival: Período que regista uma diminuição do caudal como
consequência da ausência de precipitação e do aumento da evaporação (devido ao
aumento da temperatura).
Plano de ordenamento das bacias hidrografias: instrumento de planeamento dos
recursos hídricos que visam a gestão, a proteção e a valorização ambiental, social e
económica das águas ao nível das bacias hidrográficas integradas numa região
hidrográfica.
Precipitação atmosférica: é a pressão exercida pela camada de moléculas de ar sobre a
superfície.
Precipitação convectiva: quando o ar está em contacto com uma superfície muito
quente, aquece e torna-se mais leve, tendo tendência para subir. Ao faze-lo, expande-se,
arrefece, atinge um ponto de orvalho, condensa-se, formam-se nuvens e precipitação.
Geralmente são chuvas de grande intensidade e acompanhadas com fortes trovoadas.
Precipitação frontal: resultam da passagem de uma perturbação frontal, pois o ar
quente, por ser mais leve que o ar frio, eleva-se, expande-se e arrefece, originando
precipitação.
Precipitação orográfica: o ar é obrigado a subir ao longo das vertentes das montanhas
que encontra e, assim, arrefece, aumenta a humidade relativa, satura-se e desencadeia a
condensação, formando nuvens que podem dar origem a precipitação.
Produtividade aquífera: quantidade de água subterrânea que é possível extrair
continuamente para a superfície.
Recurso hídrico: são as águas superficiais ou subterrâneas disponíveis para qualquer
tipo de uso de região ou bacia.
Regime de um rio: Variação Média do Caudal de um Rio ao longo do ano.
Salinização: Concentração de sal nas águas dos aquíferos devido à sua sub-exploração
Toalha freática: Reservatório de água a dezenas ou centenas de metros de
profundidade, retido em consequência da existência de rocha impermeável
Toalha cársica: Toalha freática em áreas de formações geológicas de natureza calcária.
Os recursos marítimos
Compreender a Acão erosiva do mar sobre a linha de costa:
As características da linha de costa resultam, em grande medida, da ação do mar sobre
ela, sendo continuamente modificada pela erosão marinha, que desgasta e fragmenta as
formações rochosas do litoral, de transporte e acumulação desses fragmentos.
O poder erosivo das ondas é reforçado pela areia e pelos fragmentos arrancados à base
das arribas ou lançados ao mar pelos rios e transportados pelas correntes marítimas.
Estes são projetados pelas ondas, provocando uma intensa erosão mecânica, a abrasão
marinha- que leva ao progressivo recuo das arribas.
Relacionar a localização dos portos com a direção dos ventos, das correntes
marítimas e a configuração da linha de costa:
As características da costa portuguesa são pouco propícias à instalação de portos
marítimos com condições favoráveis à navegabilidade.
Falo então da profundidade e da agitação do mar e da deficiência em reentrâncias.
Em relação à agitação do mar, isto faz com que os portos portugueses se localizem,
frequentemente, a sul dos acidentes do litoral, procurando contornar a adversidade
desta inconveniência. Isto acontece porque o vento sopra de Norte, e como a formação
das ondas é gerada pelo vento, o lado Norte dos acidentes torna-se então mais agitado,
preferindo o sul para a construção de portos abrigados.
Nos estuários a localização dos portos encontra-se no próprio acidente.
Deste modo, como a costa portuguesa é praticamente retilínea é necessária a
construção de portos artificiais (paredões), dos quais a Povoa do Varzim constitui um
exemplo.
Relacionar as disponibilidades de recursos piscatórios da ZEE com a
extensão da plataforma continental e com as correntes marítimas:
Causas da existência de maior quantidade de pescado na plataforma continental
relacionando com as condições físicas/naturais da plataforma (oxigenação, plâncton,
salinidade, luminosidade...) e, por outro lado, referir a irregularidade da nossa
plataforma e onde ela é mais extensa.
-Tem pouca profundidade (facilitando a entrada de luz)
- Abundância em oxigénio (devido à agitação das águas)
- Baixo teor em sal (devido à água dos rios)
- Água rica em nutrientes (desenvolvimento do plâncton devido à matéria orgânica
transportada pelos rios)
A questão das correntes marítimas tem a ver com o fenómeno de upwelling.
Problematizar a aplicação da Política Comum das Pescas na atividade
piscatória portuguesa:
Se não conseguirmos os acordos com os outros países, isso obriga-nos a uma
intensificação da pesca na costa portuguesa, o que empobrece ainda mais a quantidade
de peixe existente.
80% do peixe pescado em Portugal, provém das águas nacionais. Contudo é necessário
importar pois somos um pais grande consumir de peixe.
Compreender a necessidade da gestão racional dos stocks:
A redução da atividade nos pesqueiros externos tem levado à intensificação da
exploração dos recursos em águas costeiras, o que leva à diminuição dos stocks.
A implementação de medidas de proteção das espécies, como a definição de quotas de
pesca e de restrições de às capturas, deverá contribuir para a estabilização e renovação
dos stocks.
Compreender que a existência da atividade piscatória induz o
desenvolvimento de outras atividades:
Aquicultura
Trata-se de uma atividade, com benefícios para o ambiente, uma vez que pode colaborar
na preservação de espécies piscícolas evitando a sobre exploração de recursos.
A indústria conserveira
A indústria de conservas foi uma das atividades mais rendíveis em Portugal. Contudo
nas últimas décadas, esta atividade entrou em recessão por falta de modernização neste
setor. O Estado tem feito um esforço para renovar e dinamizar as antigas fábricas de
conservas, mas os efeitos têm sido diminutos.
Atualmente, estão em expansão algumas atividades de conservação do pescado, como os
produtos congelados e os alimentos semicozinhados.
Extração de algas
A apanha de algas, outrora largamente utilizadas como adubo natural na agricultura,
tem vindo a perder a importância e as estatísticas referentes à apanha de algas para a
utilização industrial revelam valores pouco significativos e decrescentes.
A produção de sal
A direção-geral das pescas tem procurado incentivar a reativação desta atividade como
uma das formas de potencializar o espaço marítimo. Algumas das antigas salinas têm
sido recuperadas, até porque se tem assistido a uma valorização comercial de certos
tipos de sal, designadamente a flor de sal.
A exploração petrolífera
Foram feitas algumas sondagens e destas foram encontrados bons indícios de petróleo.
A atividade turística
A costa portuguesa tem inúmeras potencialidades para o turismo, que é um dos
principais recursos económicos de Portugal.
Atendendo às condições climáticas e à extensão da linha de costa, o turismo balnear é o
mais importante de Portugal, daí a excessiva pressão urbana e de construção que a
atividade tem exercido no litoral, É uma atividade que tem potencializado o espaço
marítimo e que pode ainda melhorar; no entanto, tem causado igualmente graves
problemas ambientais.
É importante que esta atividade venha a desenvolver-se, mas de forma sustentada e
criando novos focos de interesse, como a exploração aquática, a observação de golfinhos
e baleias, que pode reduzir a forte sazonalidade turística, geradora de muitos
problemas.
Um inconveniente desta atividade é o facto de ter um caráter sazonal.
Compreender a importância dos acordos bilaterais na diversificação das
áreas de pesca:
A regularidade da linha de costa e a reduzida extensão da plataforma continental
portuguesa são condicionantes que têm sido compensadas, desde há muito, pelas
capturas em pesqueiros externos, em águas de soberania estrangeiras ou em águas
internacionais.
Devido aos fatores condicionantes à pesca na costa portuguesa, a importância destes
acordos, que nos permitem praticar a atividade piscícola em áreas de pesca
internacionais é enorme.
Relacionar a extensão da ZEE com os problemas que se colocam à sua
gestão e controlo:
A ZEE portuguesa é a maior da Europa, o que constitui uma vantagem, embora traga
igualmente desvantagens, das quais se destaca, desde logo, a sua fiscalização.
Para a preservação e gestão dos recursos marinhos, é fundamental que Portugal
disponha de um sistema eficaz de vigia e controlo das atividades, não só da frota
estrangeira, mas também da portuguesa. No entanto, não é isso que acontece: a ZEE é
insuficientemente patrulhada por falta de meios técnicos e humanos, nomeadamente, a
falta de embarcações rápidas, de meios aéreos e informáticos e de técnicos
especializados.
Estas carências levam a que, na maioria dos casos, não se consiga prevenir ou punir as
infrações efetuadas por navios portugueses e estrangeiros. De entre estas, destacam -se:
* A captura de espécies não permitidas, devido ao seu peso e/ou dimensão e que pode
acelerar a sua extinção;
* O tipo de pesca praticado e o uso inadequado da malhagem da redes;
* O desrespeito pelas quotas* de pesca e TAB;
* Desperdícios de espécies que são capturadas indevidamente e não comercializáveis;
* A descarga de produtos poluentes, que vão desde a lavagem dos petroleiros até
produtos altamente tóxicos, como mercúrio e o chumbo;
* A utilização do espaço da ZEE para transporte de substâncias proibidas ou para o
contrabando.
Se o controlo não for eficaz, as consequências serão graves para Portugal,
designadamente:
* O esgotamento dos recursos marinhos existentes nas águas portuguesas;
* O aumento do tráfego clandestino não só de produtos proibidos (droga) como também
de outros que podem pôr em risco a segurança nacional (armas);
Equacionar medidas passíveis de potencializar o uso do espaço marítimo e
das áreas litorais:
A costa portuguesa tem inúmeras potencialidades para o turismo, que é um dos
principais recursos económicos de Portugal.
Atendendo às condições climáticas e à extensão da linha de costa, o turismo balnear é o
mais importante de Portugal, daí a excessiva pressão urbana e de construção que a
atividade tem exercido no litoral, É uma atividade que tem potencializado o espaço
marítimo e que pode ainda melhorar; no entanto, tem causado igualmente graves
problemas ambientais.
É importante que esta atividade venha a desenvolver-se, mas de forma sustentada e
criando novos focos de interesse, como a exploração aquática, a observação de golfinhos
e baleias, que pode reduzir a forte sazonalidade turística, geradora de muitos
problemas.
Quanto ao setor energético, o litoral apresenta grandes potencialidades, nomeadamente
na energia das marés, das ondas e na energia eólica, embora não tenham sido até hoje
aproveitadas.
Debater a importância do ordenamento das orlas costeiras:
Atendendo a importância que o litoral assume e aos problemas que o afectam, é
fundamental que se tomem medidas, nomeadamente ao nível legislativo e técnico, que
permitam melhorar e proteger a faixa costeira.
Os POOC foram definidos, visando planear de forma integrada os recursos do litoral.
Trata-se de planos que se encontram em articulação com outros planos de ordenamento
de território como os planos directores municipais PDM.
Têm como objectivos:
- Ordenamento dos usos e actividades específicas da faixa costeira
- Classificação, valorização e qualificação das praias estratégicas
- Enquadramento das actividades específicas da faixa costeira
- Defesa e conservação da natureza
- Racionalizar a construção na orla costeira
A implementação destes planos permitiu a inventariação das áreas de risco, das áreas
onde é necessária a intervenção em arribas, etc.
Conceitos:
Abrasão marinha: É o processo de desgaste da superfície terrestre provocado pelo
embate de fragmentos de rocha transportados pelas ondas.
Águas interiores: Mares completamente fechados, os lagos e os rios, bem como as águas
no interior da linha de base do mar territorial.
Águas territoriais: Faixa de águas costeiras que alcança 12 milhas náuticas (22
quilômetros) a partir do litoral de um Estado que são consideradas parte do território
soberano daquele Estado.
Aquicultura: Aquacultura ou aquicultura, é a produção de organismos aquáticos num
ambiente artificial, como a criação de peixes, moluscos, crustáceos, anfíbios, répteis o
cultivo de plantas aquáticas para uso do homem.
Arriba: Escarpade inclinação acentuada situada à beira mar, formada em consequência
da ação erosiva do mar. Geralmente, as arribas são constituídas por material rochoso
consolidado, com pouca ou nenhuma cobertura vegetal.
Barra: formação geológica que pode ocorrer nas fozes de canais, estreitos, estuários,
rios e outros cursos de água, devido à acumulação de material de aluvião, paralelo à
costa.
Corrente marítima: Movimentos de grandes massas de água dentro de um oceano ou
mar. Tal qual a circulação dos ventos, as correntes marítimas têm a característica de
influenciar o clima das regiões em que atuam, possuem direções e constâncias bem
definidas.
Deriva Norte-Sul: Ramificação da corrente quente do golfo que, ao largo da costa
portuguesa, inflete para sul e que também é designada por corrente de Portugal.
Energia eólica: Energia Produzida através da força dos ventos, sendo esta renovável.
Energia das marés: Energia produzida pela força das marés, sendo esta renovável.
Erosão marinha: Desgaste provocado exclusivamente pelas águas do mar à costa.
Estuário: Espaço Marítimo que se encontra na transição de um rio para um mar, ou
seja, o espaço entre eles.
Maré negra: Derrame que ocorre devido a um acidente ou prática inadequada que
contamina o meio ambiente, especialmente o mar, com produtos petrolíferos.
Nortada: é um tipo vento frio na costa ocidental da Europa que sopra de noroeste.
Plataforma continental: Área de grande abundância de pescado e corresponde à
extensão submersa da placo continental, de fraco declive e cuja profundidade não
ultrapassa os 200 metros.
Praia: costa baixa e arenosa, que não oferece resistência à abrasão e na qual predomina
a ação de acumulação.
Quotas de pesca: Quantidade limite de captura, em peso ou volume, de pescado, fixado a
uma embarcação, conjunto de embarcações ou empresa.
POOC: Procuram promover o ordenamento do território, tentando revalorizar e
requalificar as praias, consideradas estratégicas a nível ambiental e turístico.
“ R ia” : é o último pedaço de um rio.
Recurso piscícola: peixe
Restinga/ barra: acumulação de areia e seixos que forma uma barra à entrada da baía.
Stock: Mercadorias
Talude continental: zona oceânica situada abaixo da profundidade dos 180 metros. É
uma zona de grande inclinação onde se depositam os sedimentos batiais, situando se
entre as profundidades de 180 e 2000 metros.
Tipos de pesca: *Arrasto; Cerco; Rede de Deriva
Upwelling: Nos meses de verão a nortada – ventos fortes de norte – sopra junto ao litoral
e afasta as águas superficiais para o largo. Desenvolve-se então uma corrente de
compensação, o upwelling, que se desloca na vertical, trazendo à superfície as águas
profundas, mais frias e mais ricas em nutrientes, que desencadeiam, em pouco tempo, a
abundância de espécies como a sardinha e o carapau, favorecendo a atividade piscatória
nesta época.
Zona contígua: Zona de mar alto entre 12 e 24 milhas marítimas, sobre o qual o Estado
pode exercer fiscalização.
Zona económica exclusiva (ZEE): Zona de soberania dos Estados costeiros sobre o
espaço aéreo, o mar, os fundos e o subsolo marinhos até uma distância de 200 milha
náuticas, onde o Estado tem direitos de exploração, investigação, conservação e gestão
dos recursos naturais.

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