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RESUMO:
1 Introdução
2
Em esclarecimento do cuidado de si em Michel Foucault investigaremos a
problematização que o filósofo francês levanta a cerca da subjetividade do sujeito
perante a sociedade e as diversas manifestações de poder, ou seja, analisaremos de que
forma o sujeito contribui para que o poder possa ser interiorizado e funcionar na vida
individual, tal análise nos conduzirá a pensar sobre a história da subjetividade perante a
historicidade humana, pensando acerca do sujeito, e suas práticas e ações diante do
convívio social.
Discorreremos sobre as técnicas de subjetivação executadas pelo indivíduo e o
quanto isso afeta sua vida interior e em sociedade, como o sujeito e os conceitos de
subjetivação se transformaram no decorrer da historicidade humana. Dessa forma,
investigaremos como a dimensão ética aparece aliada a estética da existência,
abordando o jogo parresiástico e o poder de subjetivação, bem como, esclarecendo a
respeito do movimento parresiástico: parástema, parakeué e parresia.
3 Aqui temos que considerar que no pensamento de Michel Foucault não existe uma essência pura em
que o indivíduo vai desenvolvê-la, cultivá-la ou algo desse tipo, o que o francês prioriza é como o sujeito
se constitui enquanto indivíduo, mesmo assim ele não constitui um essência, mas constitui a si próprio e
essa constituição pode mudar constantemente de acordo com sua experiências e vivências, lutas e
resistência, estratégias e criações contínuas.
uma espiritualidade que se modifica, ele será aquele que se reconhece na verdade que já
está sempre no mesmo lugar:
Assim, têm-se que o sujeito moderno é um sujeito da verdade que não deixa a
interioridade do ser. Foucault de certa forma nos leva a pensar sobre a nossa subjetividade
novamente como uma espiritualidade, em que, tornar-se outro do que se é hoje, possa ser
possível e factível.
4 Para Foucault o saber espiritual é a busca prática. É a experiência pelas quais o sujeito opera as
transformações necessárias. Não se trata de uma espiritualidade metafísica, mas presente na própria vida.
apathéia, ou seja, ter o controle das paixões, ser temperante e ético, fazer de si uma obra
de arte, sendo assim coerente consigo mesmo além de praticar aquilo que se fala.
Para Foucault não existe uma natureza humana que é uma só ao longo da
história, portanto, há processos de construção da subjetividade do sujeito, o filósofo
francês analisa como a interioridade, considerada como essência do sujeito moderno, é
apenas uma representação, uma ideia criada em relações de poder que individualizam a
interioridade como espaço da subjetividade, Foucault mostra que é uma construção
cultural relacionada a discursos, práticas sociais e relações de poder que criam essa ideia
da subjetividade e da verdade como interiores ao sujeito:
Foucault busca mostrar os modos pelos quais fomos criados como sujeitos da
interioridade, isto é, o sujeito que possui uma verdade interior. A subjetividade como
interioridade é uma invenção de uma cultura particular impulsionada pelo cristianismo,
por discursos e práticas do estado e da cultura atual que na prática é uma cultura
metafísica que acredita que todo sujeito carrega uma verdade dentro de si e essa verdade
se exterioriza. No pensamento dominante no ocidente a história caminha apenas em
linha reta, do passado, do presente ao futuro sendo assim uma teleologia do mundo. A
história, então, poderia ser contada de forma progressiva chegando a unidade definida
do ser, essa teleologia, de certo modo, tanto interpreta o pensamento dominante quanto
concede um discurso de autolegitimação e de autoperpetuação:
Foucault retoma termos gregos que estão em desuso para explanar uma possível
proposta para a ética da existência, tais termos são: parástema que consiste no sujeito
exercer a prática da liberdade onde o mesmo dedica-se a interação nas relações de poder
com o ambiente no qual o indivíduo está inserido e sendo assim podendo alterar a
realidade presente.
Outro termo é o Paraskeué onde o sujeito encontra as práticas e exercícios de si
através da subjetividade, individuação, de modo que o conceito de universalidade não se
aplica, pois o ideal nesse ponto seria a liberdade do sujeito que busca a vida feliz por si
mesmo, através de suas próprias ações, e por fim a Parresia que trata da liberdade de
expressão do sujeito onde o indivíduo vive de acordo com sua verdade e se dispõe a
arcar com as consequências desse ato.
Para Foucault o cuidado de si é uma prática na qual o sujeito tem como
obrigação que deve durar a vida toda, o filósofo francês traz esse conceito do cuidado de
si ao modo socrático em que o sujeito está em constante busca de si mesmo, do
conhecimento, de uma vida filosófica e por meio de práticas diárias o sujeito pratica o
autocuidado por meio de ações, atividades individuais, vivenciando e apreciando sua
própria companhia:
3 Considerações finais
4. Referências: