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I - NOÇÕES BÁSICAS

1 – O QUE É O HOMEM?

Se quisermos entender o que é o homem, o propósito e o significado da sua vida, então


devemos começar bem aqui: com um ancinho. Soa estranho mas ajuda.

o que é um ancinho?

Vamos dizer que você nunca viu antes um ancinho. O que você faria?

Bem, você provavelmente daria uma olhada nele nas suas diversas partes e como elas
compõem o todo. A primeira coisa que você perceberia essa coisa longa de madeira, isso
poderia ser uma alça e essas partes de metal, elas se parecem um pouco com dentes, com
lacunas. Pequenas coisas conseguiriam passar por essas lacunas e as grandes ficaram
presas. Então, quando você olha para um ancinho você está vendo uma coisa com uma
alça e dentes de metal em que as coisas grandes ficam presas.

Parabéns, isso é exatamente o que é um ancinho. Assim, se quisermos compreender a


natureza e o propósito de uma coisa,então, nós temos que dar uma analisada nela.

Tudo bem, vamos voltar para o homem e aplicar esta técnica maravilhosa

Bem, a primeira coisa que podemos observar é que o homem é um objeto físico com
extensão

e peso, assim como uma pedra, mas há mais coisas. Ele é um ser vivo, ele consome
nutrientes

e cresce assim como as plantas como as vacas e outros animais ele tem sentidos que lhe
permitem

perceber o mundo ao seu redor. Mas tem mais, existe algo que o distingue das outras
criaturas, mesmo as mais inteligentes, ele tem razão e vontade.

Com esses dois poderes ele pode conhecer e amar as coisas de uma forma bastante
exclusiva. O que torna o homem especial são esses poderes. Com essa visão agora
podemos realmente responder a maior pergunta de todas: qual é o sentido da vida e porque
o homem está na terra.
Se a razão e a vontade são as duas capacidades distintivas do homem, então a resposta
deve ser o homem está aqui na terra para conhecer e amar, e isso não é de maneira
nenhuma limitado a conhecer o caminho de uma pizzaria e amar a comida que é servida lá.
Não! Esses poderes visam coisas mais elevadas: o conhecimento da verdade eo amor
ao bem. Assim, o homem está aqui na terra para saber da verdade e amar o bem, esse é o
seu propósito.

Mas não é o sentido da vida ainda mais do que isso? Não são o propósito do homem e seu
fim último, de alguma forma, relacionados com Deus?

É claro e é sim. Falamos que a razão e a vontade direcionam o homem para o


conhecimento da verdade e ao amor tudo bem. Então, o que acontece quando o homem se
volta para a verdade maior e para o bem supremo?

Bem, aí é quando o homem entra no caminho da religião. Pois Deus é exatamente isso: a
verdade maior e o bem supremo. É por isso que o catecismo responde à pergunta: por que
estamos aqui na terra desta forma?

O homem está aqui na terra para conhecer e amar a deus que aquele que conhece ama a
deus irá servir lo e ganhar a felicidade do céu

2 – O QUE É A ALMA?

A alma é o princípio da vida e de unidade em um ser vivo. Parece complicado mas não é.
Vamos pensar em uma galinha caipira, seu nome é Core.

Core passeia livre e é feliz. Três, dois, um e agora Core é uma ave morta. Do lado de fora
não mudou muito, além de sua postura corporal, mas há uma enorme diferença. Alguns
segundos atrás Core ainda era uma unidade viva. Agora ela não é nenhum todo unificado,
nem viva e nem mesmo uma galinha. Agora que ela está morta, seu corpo começou a se
decompor. Todas as partes individuais podem formar um amontoado, mas não um todo
unificado. Não há nada que mantém as partes unidas desde dentro para formar um ser vivo
unificado: uma galinha caipira.

O princípio e a causa que torna muitas partes diversas e uma unidade viva é conhecida
como alma. Todo ser vivo tem uma alma, mas quando as pessoas falam sobre as almas
não é geralmente

referindo se a alma de um homem? Isso é verdade.


Hoje quando falamos de almas, geralmente nos referimos a alma de um ser humano. No
passado os antigos filósofos gregos falavam de maneira mais ampla, como acabamos de
mencionar, e distinguiu a alma vegetativa de uma planta, da alma sensível de animais e dá
uma racional do

homem, à qual é uma alma com a capacidade de conhecer e amar.

Naturalmente, os filósofos eram especialmente interessados na alma humana e passavam


muito tempo discutindo seus poderes e qualidades. É por isso que hoje quando falamos de
uma alma é normalmente em referência à alma racional de um ser humano. Agora, porque
a alma do homem é tão especial? Bem, por causa dos dois poderes que pertencem
exclusivamente o homem: razão e vontade.

Essas faculdades vão além dos limites da matéria, tornando a alma algo espiritual. Duas
coisas interessantes resultam disso:

1.
Em primeiro lugar uma vez que as coisas materiais só podem gerar coisas
materiais, mas nada espiritual, a alma deve então ter outra origem; essa
origem a Deus. Cada alma humana é criada diretamente por Deus

2. Em segundo lugar as coisas materiais têm partes. Consequentemente elas


podem quebrar e desintegrar-se. A alma, por outro lado, é espiritual. Ela não
tem partes. Ela não pode quebrar ou ser destruída. A alma humana é
imortal.

Então vamos resumir: a alma é o princípio da vida e de unidade um ser vivo. Hoje em dia,
quando falamos sobre a alma, geralmente nos referimos a alma humana. E a alma humana
é tão especial porque os seus poderes e proporcionam uma qualidade espiritual por isso
sabemos que a alma é criada por Deus e é imortal.

3 – QUAL A DIFERENÇA ENTRE ACREDITAR E SABER?

Era uma vez um filósofo. Não só ele usava uma peruca absolutamente elegante, mas
também tinha

algumas idéias sobre essa questão. Ele distinguir três aspectos: opinião, conhecimento e
crença.

Um exemplo de opinião seria se eu digo: esse time vai vencer o próximo campeonato
mundial de futebol. Outras pessoas, terão outras opiniões e quem sabe no final o vencedor
pode até ser um time que ninguém contava. As opiniões podem ter razões, mas como
declarações, elas são bastante incertas.
Conhecimento, por outro lado, exceto, pelo menos em princípio, não é uma opinião. O
conhecimento precisa ser demonstrável, ou capaz de ser comprovado a partir de
evidências. Ele exige uma prova e tem que ser objetivo.

Mas que dizer da crença?

A crença, no sentido religioso, é mais do que uma opinião. Opiniões são incertas, crenças
por outro lado, não são. Elas são tidas como certas quando você diz: eu acredito em Deus
pai todo poderoso.

Você não está dizendo que é da opinião de que possivelmente poderia existir um Deus, um
pai, talvez, todo poderoso. Não! A crença se refere a algo certo na verdade, algo tão certo
que as pessoas

que acreditam constroem a sua vida sobre ela. Isso é uma clara diferença entre opinião e
crença.

Agora qual é a diferença entre conhecimento e crença?

Conhecimento como já dissemos é verificável. Crença, por outro lado, e essa é a diferença,
não é tão facilmente verificável. Por que? Por que uma crença pode ter a ver com as coisas
que estão fora do alcance da razão, como é o caso do centro da crença religiosa, ou seja,
Deus.

Fé aqui não se opõe a razão, mas ela se ocupa com as coisas acima da razão.

Ok, assim podemos dizer: a crença religiosa, ou fé, é principalmente a certeza sobre as
coisas que estão fora do alcance natural da razão.

Mas agora, chegamos a uma questão fundamental: de onde a crença religiosa adquire sua
certeza?Porque os crentes acreditam?

As pessoas têm diferentes razões por que elas acreditam em Deus. Algumas pessoas
podem ter visto as obras de Deus em sua própria vida. Elas estão certas de que foram
tocadas por Deus, eles tiveram uma experiência de Deus em um nível pessoal, é por isso
que elas acreditam. Outras descobriram que a fé oferece as melhores respostas para as
perguntas mais importantes da vida. É por isso que elas acreditam. E ainda, outros
acreditam porque confiam naqueles de quem receberam a sua fé. Uma fé que foi passada
não como uma simples teoria, mas como algo tangível incorporada em suas

vidas. Como algo que os preenche e realiza. Todas essas são boas razões para acreditar.
Mas em que alguém deveria acreditar, é algo que ainda não discutimos.
04 - O que significa a "acreditar em Deus?"

Acreditar em deus pode significar coisas diferentes dependendo de como usamos a


palavra acreditar. Aqui estão três exemplos:

1. O médico pode dizer: “eu acredito que essas pílulas irão ajudá-lo”. A palavra
acreditar aqui significa uma convicção. O médico examinou o problema e está
convencido de que esta receita vai ajudar.
2. O alpinista pode dizer: “eu acredito no guia quando ele diz que levaremos mais duas
horas para chegar ao topo”. Aqui acreditar significa confiar. O alpinista confia no guia
porque ele sabe o caminho.
3. Em terceiro lugar, um jogador de futebol pode dizer: “eu acredito no meu time”. O
que ele está dizendo é que ele pode contar inteiramente com seu time.

Três exemplos, três coisas diferentes.

Todas essas três formas de crer podem ser encontradas também na religião. E aqui,
ela significa o seguinte:
1. Primeiro de tudo, um homem de fé acredita que deus existe. Como vimos
com a crença do médico, aqui significa uma convicção e essa convicção
pode ter diferentes motivos, como já vimos. A experiência pessoal de Deus, o
insight ou o testemunho de outras pessoas.
2. segundo como no caso do alpinista ou do guia, a crença pode significar uma
espécie de confiança. O homem de fé confia na mensagem das pessoas que
transmitiram a fé para ele. E essa confiança se justifica? Bem, é como os
guias de montanha. Quando você vê que um guia sabe como lidar com o seu
equipamento e que ele tem conhecimento sobre o caminho a seguir, então
você confia no julgamento dele. Agora, olhando para a vida de Jesus e dos
apóstolos e dos santos, suas mensagens e pregações, o seu empenho e
humildade, tudo isso faz com que as suas mensagens sejam de confiança
3. Terceito como um jogador de futebol pode acreditar em sua equipe, um
homem de fé acredita em Deus. Nesse caso acreditar significa contar com
Deus e confiar-se a ele completamente.

Todas as três formas são formas de acreditar em Deus. Mas é apenas a terceira que
nos leva ao cerne do que a crença religiosa na verdade significa: um relacionamento vivo
com Deus.

Portanto, quando eu digo que acredito em Deus, não estou apenas dizendo que eu
acredito na existência de Deus, que eu acredito na mensagem de Jesus e de seus
apóstolos, mas que, acima de tudo, eu me entrego a Deus, que eu conto com Ele e sei que
Ele está sempre comigo.

Isto é o que significa crer em deus


05 - Existe uma prova da existência de Deus?

Se você acredita em Deus, você tem certeza que ele existe e pode haver diferentes razões
para essa certeza. O encontro com Deus, uma experiência vivenciada, vendo a fé vivida por
outra pessoa, esse tipo de coisa. Mas será que a existência de deus pode ser provada
através da filosofia?

Os antigos gregos já estavam se fazendo essa pergunta e mais tarde teólogos como São
Tomás De Aquino exploraram isso mais ainda. Há por exemplo, o argumento da
necessidade de uma primeira causa. Uma causa que o princípio de todas as coisas, sem
ser ela mesmo causada. Parece complicado, e tudo bem, é um pouco complicado
principalmente se você não estudou filosofia e não está familiarizado com os termos
técnicos. Mas talvez possamos pelo menos esboçar o esquema básico do argumento e
para isso seria melhor começar com significado da palavra causa.

O que é uma causa?

Aqui está um exemplo para ilustrar:

Essa engrenagem movimenta outra engrenagem. A primeira engrenagem é uma causa, a


segunda engrenagem é um efeito. A relação causa e efeito pode ser encontrada em todo o
mundo, não apenas quando são engrenagens. Uma chuva rápida por exemplo pode ser a
causa do crescimento de uma planta. A corrente elétrica, pode ser chamada de causa da
luz de uma lâmpada. E se um pai entrega uma tocha para seu filho, então ele pode ser
chamado de causa da tocha nas mãos de seu filho.

Esses são apenas quatro exemplos facultativos de causas e efeitos. E se olharmos


atentamente vamos perceber o seguinte:

existem dois tipos de causas. Nestes dois exemplos o efeito continua mesmo quando
a causa deixou de estar ativa. A planta pode crescer por causa da chuva, mas continua a
crescer mesmo depois que a chuva parou. Da mesma forma, o menino poderia estar
segurando uma tocha por causa do seu pai. Mas ele vai continuar a queimar mesmo
quando o pai foi embora.
Com os outros dois exemplos (luz da lampada e movimento da engrenagem), no entanto, é
muito diferente. Aqui vemos que o efeito cessa assim que a causa não está mais ativa. O
efeito depende direta e simultaneamente da causa. Se a corrente elétrica acaba, a luz se
apaga. Se a primeira marcha não está se movendo, então a segunda marcha vai ficar
parada. Ambos esses casos o efeito depende da causa aqui e agora.

Tudo bem, vamos agora estender essas relações adicionando mais elementos, criando
cadeias causais, como são chamadas.Isso vai mostrar a diferença mais claramente. É fácil,
no entanto, das engrenagens, acabamos de adicionar mais algumas. No caso da lâmpada,
podemos adicionar um rio e uma usina hidrelétrica. O rio gira as turbinas, que são ligadas a
geradores que geram eletricidade, que acende a lâmpada.

No caso da planta podemos adicionar o sol como uma causa anterior. O sol causa a
evaporação da água, o que leva à formação de nuvens que condensam quando esfriam e
causam a chuva que em seguida, faz com que a planta cresça.

No caso do menino, poderíamos dizer que seu pai havia recebido a chama de seu
próprio pa,i que por sua vez, tinha recebido de seu próprio pai, que por sua vez, havia
recebido de seu pai e assim por diante.
Agora cada sequência de causa e efeito foi ampliada para formar uma espécie de causas,
uma cadeia causal, e a diferença entre os dois grupos é agora ainda mais visível.

Nesses dois exemplos, vemos claramente uma seqüência temporal, enquanto os


outros dois, ilustram uma cadeia de causas simultâneas que depende de cada elemento
aqui e agora.

Agora vamos fazer as perguntas cruciais: será que essas cadeias causais exigem uma
primeira causa? Uma causa que induz, sem ela mesmo ter sido inicialmente causada?

No caso de uma sequência temporal (familia e chuva), logicamente não é necessária a


existência de uma primeira causa. É possível, pelo menos em teoria, adicionar por trás cada
vez mais novos elementos na cadeia para além do infinito.

No caso de seqüências simultâneas, isto não é possível. Por aqui, cada elemento depende
direta e imediatamente do elemento anterior a ela. Na verdade, o seu poder de agir como
uma causa em qualquer momento, depende da causa que o precede. Sem a causa anterior
a si, não poderia causar efeito em nada.

Se tentarmos expressar isso em números matemáticos poderíamos dizer que cada


elemento na sequência por si só é um zero. Apenas por conta do elemento anterior é
que ele se torna ativo, ou seja, 1 e 1. Portanto, se a cadeia causal dessa natureza fosse
infinita e também sem ter uma causa primeira, então ela seria um número infinito de zeros e
nunca poderia existir um efeito.

Mas como existe um efeito, tem que haver uma primeira causa. Traduzido para o reino do
ser, isso significa que deve existir uma primeira causa e essa é a primeira causa é chamada
Deus. Aí está, a prova da existência de Deus.

Embora nós devemos reconhecer que, a rigor, esse argumento não prova a existência de
Deus como nós acreditamos Nele. O Deus de Abraão, Isaac e de Jacó.
Contudo, isso prova ser razoável sustentar que há algo que com justiça é chamado de
Deus.

06 - O que são milagres?

Um milagre é uma intervenção direta de Deus no curso natural dos acontecimentos. Um


curso natural de acontecimentos é algo assim: o sol aquece a água e ela começa a
evaporar. O vapor sobe e se condensa em nuvens. Quando o ar esfria, a chuva começa a
cair.

Sol, vapor, nuvens, chuva, isto é o que chamamos de cadeia natural de eventos, ou causas.

Onde está Deus em tudo isso?

Deus está lá, mas ele não é uma ligação invisível na cadeia. Ele não é uma rodinha invisível
que mantém as coisas em movimento. Ele é a primeira causa. A causa que mantém todas
as outras causas em existência. Se Deus não existisse, tudo o que não é a sua própria
causa, deixaria de existir.

Então vemos que, enquanto a natureza pode agir de acordo com suas próprias leis e
processos naturais, Deus ainda permanece em ação. Ele é a primeira causa que mantém
tudo em existência. Tudo o que não seja Deus é, portanto, uma causa secundária
recebendo a sua existência e o poder de causar de Deus, a primeira causa.

O sol é a causa do vapor. O vapor é causa da formação de nuvens, o esfriamento do ar é a


causa da condensação e da chuva. Todos estes elementos são causas secundárias. Todos
eles existem e agem por causa da primeira causa, que é Deus. Essa é uma cadeia natural
de acontecimentos.

O que acontece no caso de um milagre?

Deus, como a primeira causa, causa as coisas diretamente e ele faz isso de duas maneiras:
1. Primeiro ele faz acontecer algo que normalmente aconteceria através de causas
secundárias. Por exemplo, uma doença é geralmente curada quando se toma
remédio. Deus, como causa a primeira, pode causar a cura diretamente, se isso for
parte de Seu plano providencial.
2. Em segundo lugar Deus como a causa primeira é maior do que todas as causas
secundárias que ele mantém a existência. Devido a isso, ele não só pode causar
directamente coisas que normalmente são produzidas por uma causa secundária,
mas ele também pode ocasionar coisas que ultrapassam todas as causas naturais.
A ressurreição de Cristo é um exemplo disso. E também o notável milagre diário da
Santa Eucaristia. Cristo estando presente sobre as espécies do pão e do vinho em
cada missa, está além do poder de qualquer causa secundária. Só Deus, como a
primeira causa, pode causar isso.

Agora, tudo isso foi muito filosófico e talvez complicado. Mas com essa explicação,
podemos ver porque é completamente razoável, até mesmo para pessoas de
opinião científica, acreditar em milagres.

Milagres não são contra a ordem natural. A sua causa está simplesmente acima dela. Se eu
estou convencido da existência de Deus como causa primeira, então os milagres, como
intervenções sobrenaturais, são uma possibilidade real e lógica.

Agora se Deus faz milagres, ou quantas vezes ele os faz, assim como se esse ou aquele
determinado evento é verdadeiramente um milagre, isso é naturalmente uma outra questão.

II - REVELAÇÃO

3MC 07 - Por que Deus se revela?

O homem é um ser com os poderes da razão e da vontade. O sentido de sua vida é


conhecer a verdade e amar o bem. Se o homem se volta para a busca da verdade
mais elevada e do bem supremo, então ele entra no caminho da religião.

Agora, uma vez que Deus é infinitamente maior que a nossa inteligência, a nossa própria
busca e luta por Deus pode até causar pena. E continuaria causando apenas se Deus não
houvesse se inclinado para vir ao nosso encontro. Se Deus não tivesse revelado.

A crença de que Deus se revela, é o centro da fé judaica cristã, mas aqui surge uma
questão. Por que Deus se inclinaria para nós? Porque ele se revelaria?

Deus é bendito em si mesmo, ele não precisa do mundo.


A resposta cristã para essa pergunta pode ser encontrada na primeira carta de João, lá está
escrito: “Deus é amor”. Não só isso soa muito bem, mas também é muito útil para
compreender a revelação. Para isso, vamos levar em conta o amor humano que já
conhecemos. Quando vivemos algo belo, algo maravilhoso, temos o desejo de compartilhar
isso com aqueles que amamos. Por exemplo, se estamos contemplando uma vista
panorâmica das montanhas, assistindo a um sentimental pôr do sol enquanto um bando de
gansos cruz o céu em perfeita formação, desejamos que nossos entes queridos estivessem
conosco para compartilhar o momento. O amor quer o bem do outro, o amor deseja que
o outro também participe da sua própria felicidade.

Então, se Deus é amor podemos entender o significado da criação e revelação. Deus não
precisa do mundo, ele não depende dele. Mas Deus deseja criar pela simples razão de
que a criação possa participar da sua bondade.

Bonum est diffusivum sui, é como São Tomás de Aquino expressou: o bem é difusivo de si
mesmo. Então, Deus criou o mundo e revelou-se a ele porque Ele é amor. Ele deseja que o
homem participe da sua vida divina, a mais alta verdade e o bem supremo.

É necessário perceber essa revelação final, porque só podemos amar o que conhecemos.

3MC 08 - Como é que Deus se revelou?

Ao longo de milhares de anos, Deus mostrou e manifestou-se ao homem, levando-o a uma


compreensão cada vez mais profunda de Sua natureza e seu plano para a raça humana.
Esse processo é chamado de revelação.

Um evento chave na história da revelação teve lugar há cerca de 4 mil anos atrás. Naquele
momento, um homem chamado Abrão viveu em Arã, que está no que é hoje o sudeste
da Turquia. Não só havia casas em Arã, estacionamentos e shoppings, mas havia
templos, um monte de templos. Porque naquela época a maioria das pessoas acreditavam
em muitos deuses. Tinha um para a fertilidade, um para a colheita, um para chuva, um pra
guerra, um para pedir cura e bem no meio dessa bagunça de divindades Abrão ouviu a voz
de Deus: “Sai da tua terra e vai para onde eu te mostrarei”.

Abrão confiou em Deus, ele teve fé e partiu para Canaã. Ele confiou em Deus quando lhe
foi prometido um filho e permaneceu fiel em todas as suas provações. Abrão, cujo nome
mudou para Abraão, é chamado o pai da fé no Deus único.

Os descendentes de Abraão são chamados de Israelitas. Muitos anos mais tarde os


Israelitas caíram sob o poder dos Egípcios. Um novo capítulo começou com a conhecida
história de Moisés.

Depois de muitos anos de escravidão, uma sarsa ardente, um faraó que ficava mudando
de ideia e muitas pragas, Moisés conduziu seu povo a liberdade. Ao longo do caminho de
volta para sua terra natal, Deus deu aos israelitas os Dez Mandamentos e fez uma Aliança
com eles. Eles conquistaram a terra de seus antepassados e se estabeleceram.
Anos iam e vinham, então os israelitas exigiram um rei, que lhes foi dado Saul. Seu
governo infeliz e foi sucedido por Davi. Baixo reinado de Davi e do seu filho Salomão, Israel
viver um período de prosperidade. O templo de Jerusalém foi erguido.

Então o reino desmoronou e Israel tornou-se alvo de seus poderosos vizinhos. Primeiro
foram os Assírios, depois os Babilônios, em seguida os Persas, depois dos Gregos, depois
dos Ptolomaicos, Selêucidas e finalmente eles foram submetidos ao governo de Roma.

Durante todos esses séculos, o povo de Deus experimentou uma história de montanha
russa que muitas vezes foi dolorosa. E através de tudo isso, Deus se revelou. Essa é a sua
pedagogia, ele fala não só através de seus profetas, mas também através da história de seu
povo e as pessoas começaram lentamente a entender quem é Deus. Elas começaram a
entender que alguém poderia ser um escravo, não só dos Egípcios, mas do pecado e que
também precisavam de um êxodo do cativeiro do pecado.

Eles perceberam que a terra prometida era apenas um pálido conceito do verdadeiro lar
celestial. Eles reconheceram que apesar de todo o seu esforço, a lei nunca vai fazer os
homens verdadeiramente justos e que a ação de Deus é necessário para isso. Eles
perceberam que um salvador era necessário, um redentor da humanidade enviado desde
cima.

E há dois mil anos atrás na plenitude dos tempos como se diz, Deus agiu. Jesus, o redentor
da humanidade nasceu em Belém. Sua vida foi diferente do que muitos esperavam. Ele não
era um guerreiro colossal, um super-herói pronto para a batalha com os Romanos. Ele
pregou a paz no meio da opressão, ele lutou contra o ódio com o amor, ele nos deu a vida
através de sua própria morte. Para alguns dos israelitas estava claro que com a vinda de
Jesus todas as velhas promessas tinham sido cumpridas e levaram a mensagem de
redenção para os confins da Terra.

Eles foram logo chamados pelo nome de cristãos e hoje formam o maior grupo de
fiéis na terra. Essa é a versão curta da história da revelação de Deus. O que encontramos
não é uma coleção de contos heróicos, encontramos santidade e pecado, muitas vezes
presentes na mesma pessoa. E entre as linhas dessa história de santos e pecadores, Deus
se revela.

3MC 09 - Como a revelação é transmitida?

A mensagem da revelação de deus vem a nós de duas maneiras: através da sagrada


escritura e pela sagrada tradição.

Sagrada Escritura, ou que chamamos de Bíblia, é a palavra escrita da revelação. A


palavra Bíblia vem do grego e se traduz como livros. Ela se parece com apenas um
livro, mas é na verdade uma coleção de livros encadernados que juntos somam 73 livros.

Diferentes autores escreveram esses textos sob a orientação do Espírito Santo. Isso
significa que esses textos são de inspiração divina. Isso porém não os torna em uma
espécie de ditado divino. Os autores sagrados escreveram como pessoas falando de suas
próprias vidas, enraizados em seus próprios idiomas tempos e culturas.

A Bíblia é uma coleção de 73 livros. Os primeiros 46 livros da Bíblia pertencem ao Antigo


Testamento e outros 27 ao Novo Testamento.

O antigo testamento cobre o tempo antes de Jesus: Abraão, Isaac e Jacó, Moisés, os reis
de Israel, os profetas e assim por diante. O Novo Testamento é todo sobre Jesus e
seus discípulos.

Embora os textos do antigo testamento preparem para a vinda de Jesus e o Novo


Testamento seja todo sobre Jesus, o Cristianismo não é na verdade a religião do livro.
Jesus não escreveu um livro, em vez disso, ele reuniu os discípulos em torno dele e fundou
uma
comunidade viva de pessoas. Foi através desta comunidade e não apenas através do livro
sagrado que sua mensagem alcançaria os confins da Terra.

Naturalmente e por razões práticas os apóstolos também passaram sua mensagem por
escrito e enquanto todos esses textos hoje compõem os livros do novo testamento a
pregação dos apóstolos vai além da palavra escrita.

São Paulo escreve em sua segunda carta aos Tessalonicenses: portanto irmãos, sedes
firmes e conservais as tradições que vos foram ensinadas, seja por palavra, seja o por
epistola nossa.

Assim, ao lado da palavra escrita nas sagradas escrituras, há também uma tradição oral da
mensagem de Cristo preservada e incorporada na vida das comunidades cristãs. Isto é o
que chamamos de Sagrada Tradição. Nem tudo dito e feito na igreja, é parte dessa sagrada
tradição. E não inclui procissões, presépios e ovos de páscoa.

A Sagrada Tradição refere-se apenas ao que pertence ao depósito da fé, como por exemplo
as formulas teológicas sobre a fé na trindade, a doutrina do purgatório ou dogmas marianos.
Todos esses ensinamentos são uma parte do que a igreja recebeu dos apóstolos.

Ao longo do tempo alguns ensinamentos podem ter recebido uma formação geológica mais
detalhada, mas em seu núcleo elas são o que a igreja recebeu dos apóstolos e que nós
chamamos de Sagrada Tradição.

Para resumir podemos dizer: a revelação divina nos alcança através de dois canais, a
sagrada escritura e a sagrada tradição. Ambos, bíblia e tradição, estão intimamente ligados
um ao outro, são interpretados pelo magistério da igreja e são entregues a comunhão dos
fiéis.

3MC 10 - Quais são as partes da Bíblia?

A bíblia não é apenas um livro, mas sim uma coleção de livros (73 no total). Cada
livro da bíblia é dividido em capítulos e cada capítulo, em versículos. Então, se você quiser
citar a bíblia, você primeiro cita o livro, abreviado a maioria das vezes, em seguida diz o
número do capítulo, em seguida o versículo. Parece lógico, e é. Por que com todas as
diferentes línguas, traduções e edições, você nunca iria encontrar a mesma coisa
escrita embaixo da página 79. Se por outro lado alguém dissesse Gênesis capítulo 45
versículo 4, todo mundo estaria lendo a mesma passagem.

Os 73 livros da Bíblia são divididos em antigo testamento (46 livros) e novo testamento (27
livros). O antigo testamento cobre aproximadamente a extensão de 1.300 anos desde
Moisés até Jesus e conta sobre o mutante destino das tribos de Israel. Apenas o primeiro
livro da bíblia chamado Gênesis nos dá uma pincelada teológica sobre o tempo antes e
Moisés. Ele narra sobre o início do mundo e as histórias dos patriarcas.

O antigo testamento pode ser dividido em quatro partes. Primeiro, os cinco livros de Moisés,
que os judeus chamam de Torá e são considerados os mais importantes manuscritos do
judaísmo.
Segundo, os livros históricos. Aqui encontramos o relato de muitos eventos e
personagens que ao longo dos séculos moldaram o destino do povo de Israel. Grandes reis
como o Davi e Salomão, e outros, que não eram tão grandes.
Na terceira parte do Antigo Testamento nos deparamos com os livros didáticos, ou
sapienciais. Há sete livros e o mais importante, assim como o mais longo da Bíblia, é o livro
dos Salmos. Salmos são orações canções e textos poéticos. Mesmo três mil anos depois
que foram escritos, eles ainda estão sendo rezados e cantados em igrejas e sinagogas.
Os livros proféticos constituem a quarta e última parte do antigo testamento. Há 4 profetas
maiores e 12 menores, mas isso não se refere à aparência física deles, nem a importância
de suas mensagens. Maior e menor simplesmente se referem ao cumprimento dos textos
que nos deixaram. Os profetas maiores ou menores são um tipo de megafone de Deus.
Eles anunciam a palavra do Senhor, eles lembram e alertam, confortam e dão esperança.
Esperança para que? Para uma Nova Aliança, para um Novo Testamento.

Na plenitude dos tempos, como está escrito, depois de um longo e tedioso processo de
preparação, Deus enviou seu filho nascido em Belém, crucificado em Jerusalém. Com
Jesus, uma Nova Aliança foi formada entre Deus e o homem. Esse é o conteúdo dos livros
do Novo Testamento, e como velho, assim também o Novo Testamento pode ser dividido
em
quatro partes:
Primeiro os quatro Evangelhos, quatro relatos da vida de Jesus sobre o que ele ensinou e o
que ele fez e como ele redimiu a humanidade.
Os Atos Dos Apóstolos são os próximos da linha. Eles documentam a história da Igreja
primitiva e as viagens missionárias do apóstolo Paulo.
São Paulo também domina a terceira parte do Novo Testamento, as epístolas. Ele é autor
da maioria delas. Ao todo temos 21 epístolas que foram enviadas pelos apóstolos as
primeiras comunidades Cristãs, a fim de fortalecer, consolar ou corrigi-los e expor mais
plenamente a fé em Cristo.
Finalmente, como quarta parte no Novo Testamento, temos o livro do Apocalipse escrito por
São João. É uma visão do passado, do presente e do futuro da igreja. Foi escrito durante o
exílio de João na ilha grega de Patmos. João foi o último apóstolo morrer, com seus escritos
a bíblia cristã está completa.
Essas são as diferentes partes da bíblia e se você conseguir lembrar a ordem de seus
muitos livros, então você vai ser mais rápido encontrar o que está procurando.

3MC 11 - Quem decidiu o que pertence à Bíblia?

A Bíblia não caiu do céu, então de onde ela vem? E porque há outros textos que falam
sobre Jesus, mas não são encontrados na Bíblia?

Não existe um evangelho de Judas, um evangelho de Tomás, um Apocalipse supostamente


escrito por Pedro e assim por diante?

Porque esses textos não estão na Bíblia? Quem jogou fora?

Porque hoje temos em nossas mãos o Novo Testamento precisamente com aqueles 27
livros contando a vida e ministério de Jesus?

Ok, Jesus viveu e ensinou a dois mil anos atrás. Seu ministério durou cerca de três
anos. As parabolas que ele usou em sua pregação e as maravilhas que realizou entre as
pessoas foram preservadas e transmitidas por seus discípulos.

Depois de sua morte e ressurreição os apóstolos foram para os quatro cantos da terra para
proclamar a mensagem de cristo e da redenção realizada na cruz. Todos esses escritos
foram preservados nas comunidades cristãs, copiados e passados adiante. Assim foi como
nós recebemos os 27 livros do Novo Testamento.

Até aqui, tudo bem. Bem, o cristianismo não se desenvolveu em um vácuo religioso. Ao
redor havia muitas religiões e tendências religiosas. Talvez a mais importante naquela
época era o gnosticismo. O gnosticismo era uma religião dualista. Eles acreditavam em
guerra entre um deus bom e um deus mal. A divindade do bem criou o mundo espiritual que
em seguida se misturou com o mundo material criado pela divindade do mal. A alma
espiritual
do homem pertencente ao lado do bem, tinha de libertar-se por meio de ensinamentos
secretos do malvado mundo material.

Se parece estranho, é porque realmente é. De qualquer maneira, os gnósticos encontraram


vários temas da mensagem Cristã que os atraía. E já que eles eram sincretistas, pessoas
que misturaram elementos de diversas tradições religiosas, também retiraram elementos da
mensagem de cristo e os misturaram com a sua própria tradição. Como resultado, uma
série de textos apareceram entre os séculos segundo e quarto mencionando Jesus, mas
não tinham nada a ver com a real fé Cristã.

O fato de que os gnósticos tentaram legitimar esses escritos, colocando o nome de um


apóstolo em sua capa, não muda nada. Isso portanto, é origem de textos como o
evangelho de Judas, o Apocalipse de Pedro e vários outros. Naturalmente nenhum desses
escritos entraram na Bíblia.
Como a comunidade cristã estava começando a precaver-se contra a entrada de tais textos
falsos eles elaboraram uma lista de livros canônicos que tinham que combinar dois
critérios: Primeiro, eles tinham que remontar a um apóstolo e segundo tinham que ter
sido usados na missa pelas antigas comunidades cristãs.

Essa é a razão porque nem todos os textos antigos que falam sobre Jesus encontram-se na
bíblia.

III - DEUS

3MC 12 - Quem é Deus?

Sempre que a humanidade era deixada de lado com essa pergunta, a sua resposta era
bastante criativa. Tudo o que era de alguma forma impressionante, ou misterioso, como os
elementos naturais ou emoções fortes rapidamente se tornavam algo divino. É assim que a
humanidade acabou criando os deuses do trovão, da chuva, deus do mar, deusas da
fertilidade, do amor, deuses da guerra e da morte, e a lista não acaba.

Todos os deuses eram geralmente bastante vaidosos. Eles queriam atenção e intimidavam
uns aos outros, como adolescentes imaturos e assim, os deuses eram realmente como as
pessoas que inventaram eles. Vaidosos, queriam chamar atenção assim como gangsters
adolescentes. A única possível diferença é que os deuses podiam atirar raios nas pessoas e
assim por diante.

O Deus da revelação judaico cristã é completamente diferente. Bem, não ele não é
exatamente um triângulo em uma nuvem, que é apenas uma representação, porque Deus
não pode ser desenhado. Ele é diferente pelo motivo de não ser um elevado poder terreno
cósmico. Nem ele é o ser mais elevado do topo da pirâmide dos seres. Deus não é uma
parte do mundo. Ele não é um dos muitos seres existentes. Ele é o próprio Ser.

Tudo que existe é mantido em existência por ele. Ele é a fonte a origem de todas as coisas.
Ele é, portanto, nenhum de muitos, nem o maior de todos. Deus É, como se diz em latim:
totaliter aliter (completamente diferente de tudo o que existe).

E é isso, este Deus único é eterno. Ele não tem começo nem fim, ele sempre foi e sempre
será. Ele é onipresente porque ele não está confinado pelo espaço como as coisas criadas
são. Ele é onisciente, sabe tudo, porque nada lhe escapa, afinal, ele é o que mantém tudo
em existência.

Ele lida com sua criação perfeita justiça porque dá a cada um o que merece. Tanto o bem
como o mal, vão colher sua recompensa. Ele é visto como misericordioso e bondoso,
porque ele perdoa o coração contrito e não abandona o pecador. Ele se inclina para ajudar
o homem em sua fraqueza e necessidade.

Todas essas coisas são ditas de Deus, ao mesmo tempo, não se deve esquecer: Deus é
sempre maior do que a mente humana. Nós sabemos sobre Deus porque Ele se revelou,
mas devemos ter cuidado ao forçá-lo dentro de conceitos humanos.
Santo Agostinho uma vez disse corretamente: Si comprehendis, non est Deus. Mais ou
menos traduzido, se você entende, então não é Deus.

3MC 13 - Deus é realmente todo-poderoso?

Se Deus é todo poderoso então ele tem que ser capaz de fazer tudo. Agora, Deus pode
fazer um círculo quadrado? Deus pode fazer uma pedra tão pesada que ele não pode
carrega-la? Deus pode deixar de existir?

Se Deus não é capaz de fazer essas coisas, então ele não é todo poderoso certo?

Pode parecer lógico, mas não é, de jeito nenhum. Aqui está um problema com esses
exemplos: Deus é o próprio Ser e sendo todo poderoso ele é capaz de fazer tudo o que
pode ser. Agora, um círculo quadrado é um exemplo clássico de algo absurdo. Podemos
dizer círculo quadrado, mas não podemos pensar nele assim. Círculos e quadrados tem
duas definições culturalmente exclusivas e enquanto podemos combiná las em palavras
eles não descrevem algo que é possível na realidade, algo que pode ser. Essas coisas são
impossíveis para Deus, que é o próprio Ser, simplesmente porque exclui a possibilidade de
ser. Um círculo quadrado é algo absurdo que não pode ser e é por isso que Deus não pode
criá-lo.
Um problema semelhante surge quando fazemos a pergunta: se um Deus todo
poderoso pode ser fraco, como no exemplo com a rocha, ou ele pode deixar de existir?

Aqui onipotência é entendida como incluindo o seu oposto, a fraqueza. Fraqueza no entanto
não é algo que possua um ser, mas é a ausência de algo, ou seja a força.

Então dizer que Deus só seria todo poderoso se ele também fosse fraco, não faz sentido.
Mais uma vez nos deparamos com algo absurdo que consequentemente não pode ser.
Então Deus, que é o próprio Ser, não pode criar o que não pode ser. Ele não pode fazer
isso
não porque seja fraco mas, precisamente porque ele é onipotente.

Essas considerações podem ser estendidas para outras áreas e são úteis para a
compreensão da verdadeira natureza de Deus. Deus que é justo, não pode ser injusto.
Deus que é luz, não pode ser escuridão. Deus que é bom, não pode ser mal. Ele não
pode ser qualquer uma dessas coisas porque são privações, isto é, elas são a falta de
alguma coisa. Eles são reais, mas eles não têm o seu próprio ser. É por isso que não
podemos encontrá-las em Deus, que é o próprio Ser.

3MC 14 - Deus é realmente imutável?

Quando lemos a Bíblia podemos perguntar-nos por vezes se Deus realmente sabe tudo,
se é onipresente e imutável. Essas características são claramente expressas em algumas
passagens, mas ao mesmo tempo lemos sobre Deus andando pelo paraíso à procura de
Adão, como ele fica com raiva, mas depois se arrepende de sua raiva e assim por diante.

Como conciliar essas aparentes contradições?


A Bíblia geralmente usa uma linguagem cheia de imagens simples e potentes, afinal, isso
torna muito mais fácil comunicar uma verdade e memorizá-la do que um trato filosófico e
abstrato sobre algum atributo de Deus. Isso, porém, significa que as coisas são
freqüentemente descritas mais do jeito de como elas aparecem para nós do que como elas
realmente estão em Deus.

O que isso significa?

Vamos analisar a seguinte característica: certas passagens descrevem Deus como


vingativo em um momento, em outro como misericordioso e isso é dito mesmo que ele seja
eterno e imutável. Bem, a mudança que vemos aqui não é realmente tanto em Deus, mas
em nós e na maneira como nos relacionamos com Ele.

Um exemplo pode tornar isso mais claro: a gravidade mantém uma estátua no pedestal, se
a estátua muda a sua posição e cai, a própria força da gravidade é responsável pela queda
da estátua em mil pedaços. A gravidade, obviamente, continua a mesma, mas o efeito que
ela exerce sobre a estátua é muito diferente.

Vemos algo semelhante a respeito da alma humana. Deus não muda, mas a relação do
homem para com deus pode mudar com todas as suas já várias consequências e como
experimentamos a Deus em nossas vidas.
A Bíblia frequentemente descreve Deus em termos de experiências humanas e imagens
poderosas. Se entendermos essas imagens corretamente, então elas realmente nos
levarão mais perto de um entendimento de Deus, embora Ele, naturalmente, sempre
ultrapassar a qualquer imagem verbal.

3MC 15 - Deus é um homem com uma barba longa?

Deus não é um homem, nem é uma mulher. Deus é puro espírito. Sexo tem um significado
apenas em relação à reprodução que é necessária para a preservação de uma espécie.
Deus não precisa disso, ele é eterno e simples. Nele encontramos todas as perfeições da
masculinidade e da feminilidade. Parece lógico e realmente é. Mas então por que Jesus nos
ensina a dizer Pai Nosso?

Uma olhada nas descobertas dos estudos religiosos pode ser útil. Cada cultura tem suas
divindades e embora possam ter nomes diferentes, eles realmente têm muitas vezes
semelhanças. Divindades femininas são principalmente deusas mãe e símbolo de fertilidade
estreitamente ligadas à terra e isso é razoável, porque a terra em si é algo fértil. O termo
técnico usado para principal característica dessas atividades femininas é imanência. Essas
deusas se fundem com o cosmos material e estão ligadas a ele.

Divindades masculinas, por outro lado, são geralmente entendidas como sendo diferentes
do mundo. O conceito aqui é transcendência. Isso está ligado aos conceitos de
masculinidade e feminilidade cravados profundamente na nossa psique.

Masculinidade e feminilidade são uma experiência fundamental do que significa ser humano
e isso naturalmente dá forma o nosso pensamento. Isso é refletido por exemplo em
algumas línguas e como elas descrevem algumas coisas como masculinas e outras com
artigos e atributos femininos. Agora, quando nós chamamos a Deus de Pai, como Cristo nos
ensina a fazer, não é porque Deus é masculino ou por que ele não poderia ser a nossa
mãe. Pelo contrário, é porque o conceito de paternidade nos ajuda a compreender que
Deus transcende este mundo, ou seja, ele é diferente do mundo. E por que esses conceitos
estão tão profundamente enraizado em nós, os termos masculino e feminino não são
simplesmente intercambiáveis quando aplicados a Deus, alterariam radicalmente a nossa
forma de compreendê lo afinal uma grande diferença entre um Deus que transcende o
mundo e uma deusa unificada com a Terra e o cosmos.

Para resumir deus não é nem homem, nem mulher, mas puro espírito e mesmo que as
palavras nunca possa esgotar ou capturar a realidade divina essas descrições não
são arbitrárias. Então é melhor ficar com o Pai Nosso pelo simples motivo de essas serem
as palavras que Jesus nos ensinou.

3MC 16 - O que significa que Deus é uno e trino?

Os cristãos acreditam em um Deus, mas esse Deus único é uma comunhão de


pessoas: Pai, Filho e Espírito Santo. Parece complicado e é, pelo menos para nossas
cabeças.
De onde veio essa idéia complicada da trindade?

Bem, em toda a história da revelação Deus deixou uma coisa muito clara: que somente há
um Deus. Até aqui tudo bem, então veio Jesus e por perdoar os pecados e usando o nome
divino revelado do antigo testamento para si mesmo, ele deixou bem claro que ele também
é
Deus, assim como o Pai. E depois também falam do Espírito Santo, que também é Deus
assim como o Pai e o Filho.

Três deuses então? Mas não acabamos de dizer que há somente um Deus?

Uma vez que isso é realmente complicado, houve várias tentativas de tornar as coisas mais
fáceis de novo.

Proposta 1: por que não transformar o Pai o Filho e o Espírito Santo em três máscaras
usadas por um único Deus? Dependendo do humor Dele e das circunstâncias Deus coloca
em si uma dessas máscaras. Em um momento ele é o Pai, em outro é o Filho e em outra
hora ele se apresenta como o Espírito Santo. Essa é uma boa ideia e ainda por cima ela
tem um nome, modalismo. Mas se modalismo fosse verdade, então não existiria realmente
uma diferença entre o Pai, o Filho e o Espírito Santo. No entanto, temos que ser capazes de
fazer a diferença entre eles, porque foi o Filho que veio ao mundo e não o Pai. O Filho deu
a sua vida por nós, não o Espírito Santo.
A revelação distingue claramente as pessoas divinas. Modalismo pode ser uma boa ideia
para proteger a unidade de Deus, mas essa idéia não funciona. Não importa, pensou uma
certa pessoa chamada Ário e ele apresentou a proposta número 2.
Proposta 2: vamos apenas dizer que só o Pai é realmente Deus. O Filho e o Espírito Santo
são quase Deus, até 93%, mas não completamente. Eles são simplesmente as duas
criaturas mais bacanas que Deus criou. Essa ideia, chamada arianismo, é também uma
tentativa de resguardar a unidade de Deus, mas, nos deparamos com o mesmo problema:
ela não se encaixa com o da revelação.
Jesus reivindicou a sua divindade bem claramente: Eu e o Pai somos um. E esta é apenas
uma das muitas afirmações de Jesus que não se enquadra com o arianismo. Não nos
esqueçamos de que mesmo a criatura mais sublime ainda é infinitamente inferior ao seu
criador. Então, não há realmente muitas opções temos que aceitar a Revelação como ela é.
Deus é um e Deus é três. Isto é, Deus é um só no que diz respeito à sua natureza divina e
três em relação às pessoas divinas e esse mistério é precisamente chamado de santíssima
trindade.

3MC 17 - Como podemos resumir a crença na Trindade?

O Deus trino é um no que diz respeito à sua natureza divina e três em relação às pessoas
divinas. O que queremos dizer com natureza e o que é exatamente uma pessoa?

Natureza se refere ao que algo é, por exemplo, um ser humano do sexo masculino. Ele é
um bípede racional, essa é a sua natureza. Surge também uma humana do sexo feminino,
uma bípede racional. Eles têm a mesma natureza humana, mas eles não a compartilham.
Cada um deles é um exemplo dessa natureza. Eles são indivíduos, ou duas pessoas
distintas.

Simplificando nós podemos dizer: natureza descreve o que eles são e pessoa descreve
quem são como indivíduos. Agora em Deus há uma natureza divina e três pessoas divinas.
No entanto é diferente do caso dos seres humanos que apenas observamos. Em Deus não
há três indivíduos, três deuses que possuem uma instância da natureza divina, em vez
disso há as três pessoas de uma natureza divina. O Deus único existe em três pessoas.

Agora o que tudo isso significa?

Pai, Filho e Espírito Santo são Deus, os três juntos são o seu Divino, a Santíssima
Trindade. Ao mesmo tempo o Pai não é o Filho, o Filho não é o Espírito e o Espírito não é o
Pai. Em relação às suas identidades eles são realmente distintos. E a base para distinção
entre as pessoas divinas é como eles se relacionam entre si.

Deus Pai é a fonte. O Filho é gerado pelo Pai como sua imagem perfeita e o Espírito
procede do Pai e do Filho. Ou poderíamos dizer, o Espírito procede do Pai através do Filho.

O que diferencia as três pessoas divinas, portanto, é apenas a sua relação um ao


outro. A geração do Filho e procedência do Espírito não aconteceram um longo, longo,
longo tempo atrás, mas são desde a eternidade. Poderíamos dizer que Deus é imutável
mas em uma maneira dinâmica e não é estática. esse diagrama é um resumo dos aspectos
centrais da fé cristã na Trindade. Mas não confunda a Deus com um triângulo
com círculos de cetas.
3MC 18 - Como podemos entender a Trindade?

Naturalmente nós não podemos, porque a Santíssima Trindade ultrapassa o nosso


intelecto. De qualquer maneira, Santo Agostinho tentou e o resultado não foi realmente tão
ruim assim.

Agostinho começa a sua reflexão aqui: A Bíblia diz “o homem é feito à imagem e
semelhança de Deus”. Agora, uma vez que Deus é trino, pode ser justo afirmar que à
semelhança de Deus no homem é também uma espécie de trindade. E se podemos
identificar essa semelhança, isso pode ajuda-mos a entender melhor o seu arquétipo. Essa
é a proposta de Santo Agostinho.

Agora, onde poderemos encontrar a imagem e semelhança de Deus no homem?

Não no corpo. O corpo não é tão especial assim. Bem, então temos que observar a alma e
isso parece certo, pois a alma é algo espiritual, assim como Deus é puro espírito.

Quando olhamos para a alma, em especial a sua parte superior e racional,


encontramos a interessante interação entre o intelecto e a vontade. Quando percebo
um objeto atrás de meus sentidos, então meu intelecto forma uma imagem mental do
objeto, um conceito.

Se eu ver uma maçã, por exemplo, vou ter uma imagem em semelhança mental da maçã
em minha mente. Agora, se esse conceito de maçã é algo bom e desejável, então a
vontade me impulsiona para a maçã. Isso é como a interação entre o intelecto e a
vontade funciona. O intelecto forma uma imagem, ou conceito, que se é percebido como
bom. A vontade nos inclina a amar esse objeto.

Vamos deixar as maçãs em paz e ir um passo além. Que tal se não refletirmos sobre
uma fruta, mas sobre nós mesmos?

Bem o intelecto vai formar uma imagem de nós mesmos e se o conceito resultante é
bom, a vontade nos leva a amar a nós mesmos.
Ok, agora vai ficar emocionante. Vamos aplicar esse processo mental para a natureza
Trinitária de Deus.

Deus Pai conhece a si mesmo formando assim uma imagem perfeita de si mesmo. Essa
imagem perfeita do Pai é o Filho. Qual é a diferença entre os dois?

A única diferença entre o Pai o Filho é que um gera, enquanto o outro é gerado. Agora o Pai
conhece a si mesmo no Filho e o Filho no Pai, porque ambos são Bondade e Verdade em
si. Eles se inclinam em direção ao outro em Amor e essa é a procedência do Espírito Santo,
que é o próprio Amor entre o Pai e o Filho.

Assim é como Santo Agostinho explica vida Trinitária de Deus. Mas mesmo o estudioso
Agostinho sabia que no final, Deus é maior do que qualquer um dos nossos pensamentos e
ilustrado pela seguinte história sobre o Santo: disse que um dia agostinho estava na praia
contemplando o Mistério de Deus. Em seguida chegou uma criança que cavou um buraco e
corria para trás e para a frente do oceano tentando preencher o buraco com água. Depois
de um tempo Agostinho perguntou ao menininho o que estava tentando fazer. Ele
respondeu “estou esvaziando mar para dentro desse buraco”. Quando o Santo falou da
impossibilidade da sua tarefa, a criança respondeu “é mais fácil eu transportar o mar para
esse buraco do que você conseguir colocar o mistério da Santíssima Trindade em sua
cabeça”.
Tuchê, pensou Santo Agostinho, e sorriu.

3MC 19 - Que fotos que temos da Santíssima Trindade?

Obviamente não há nenhuma imagem de Deus, pois Deus é puro espírito. Mas então o que
dizem de todas aquelas pinturas e imagens que vemos nas Igrejas, algumas representando
a Santíssima Trindade?

Bem, propriamente falando, essas imagens não são reproduções exatas, mas sim,
representações simbólicas. Elas não retratam a Trindade, mas expressam a nossa fé na
Trindade.

Nas Igrejas Católicas, por exemplo, pode-se encontrar muitas vezes a seguinte imagem: um
ancião com uma longa barba, Jesus e uma pomba.
https://deniseludwig.blogspot.com/2013/05/arte-em-pinturas-da-trindade-santa-ou.html

Jesus é o Filho, isso é bem claro. O Pai, por outro lado, é representado como sendo
de muita idade. Ele obviamente não é um homem velho, mas ele É desde toda a
eternidade e a longa barba representa a sabedoria de Deus.

O Espírito Santo é representado por uma pomba. É claro que ele não é um pássaro,
mas no batismo de Jesus, Ele desceu do céu em forma de uma pomba. Isso é
bastante apropriado porque a pomba tem a sua primeira aparição na história bíblica
na arca de Noé, quando Noé lança uma pomba depois de muitos dias a bordo do
navio, ela retorna com um ramo de oliveira e, por isso, é a mensageira de uma nova
vida. E já que o espírito santo é também um mensageiro de uma nova vida, a vida da
Graça, a pomba é um símbolo muito apropriado para Ele.

Agora, isso não é a única representação da Santíssima Trindade, há outras imagens. Esta
por exemplo, pintada por monges e é muito teológica:
https://www.vatican.va/news_services/liturgy/2002/img/balaguer_frontespizio-big.jpg

Ela mostra que o Filho é a imagem perfeita do Pai e que o Espírito Santo é sopro
proveniente do Pai e do Filho. Ele é o Amor que une os dois.

Depois, há essa imagem em uma antiga igreja na Itália. Ela mostra a unidade de Deus na
medida em que combina as três faces em uma.
O próximo é bastante curioso, os três coelhos. Eles estão dispostos de tal maneira que
enquanto que existem apenas três orelhas, cada coelho tem ainda um par delas. Essa
imagem, na verdade, antecede o Cristianismo. Mas as pessoas acharam conveniente e
reinterpretaram-na como um símbolo da Trindade.

Essa imagem é menos obscura. É um mural da Etiópia e mostra a verdadeira igualdade de


todas as três Pessoas Divinas, indivisivelmente unidas umas às outras. Elas compartilham
os atributos da eternidade e da sabedoria.
Nas igrejas orientais a representação abaixo é a mais conhecida, o ícone da Trindade. Ela
narra a visita de Deus a Abraão no antigo testamento na forma de três anjos. Os Cristãos
sempre interpretaram isso como uma manifestação da Santíssima Trindade. Mas quem é
quem? Embora haja diferentes explicações, uma delas ilustra muito bem a teologia da
Trindade.
Vamos dar uma olhada nas mãos. A mão da figura da esquerda é a única que aponta com
um gesto de bênção, mas nada aponta para ela. E seu Pai, o único que é fonte, trazendo o
Filho e por meio do filho, sopra o Espírito Santo.

A figura do meio seria então, de acordo com as mãos, o Filho e a figura da direita teria que
ser o Espírito Santo porque ele não aponta para nada. Assim como também na Trindade, o
Espírito Santo é o único que não origina uma outra pessoa divina.

Essas são apenas algumas representações selecionadas, há muitas outras. E como já


dissemos, elas não são representações exatas e sim expressões visuais de nossa fé.

3MC 20 - O que significa que Deus é Amor?

Deus é Amor, isso é o que a Bíblia diz. Mas ele não é o amor que conhecemos dentro das
limitações do amor humano, mas o transcende. Ele é o arquétipo, o modelo do Amor.
De fato o arquétipo de todas as perfeições do mundo. Na verdade, cada coisa sobre a terra
é um mero reflexo da mais alta perfeição encontrada em Deus. Nós reconhecemos que
Deus é amor por conta de três coisas:

1o: Vemo-lo na criação, tudo que existe nos mostra a natureza amorosa de Deus, porque
deus não precisa do mundo, no entanto já vimos que a bondade é difusível de si mesmo, o
amor quer o bem do outro, e assim Deus quer os outros para partilhar a sua felicidade. É
por isso que o mundo existe, ele foi criado para compartilhar Sua vida divina.

2o - Deus não abandonou o homem ao pecado, Ele vem em seu socorro, apesar do fato de
que o homem tinha se afastado de Deus. Porque deus amou o mundo que lhe deu seu
filho único para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna - isto é o
que está escrito no evangelho de João.

3o - Deus mostra-se como o amor não apenas para um universo criado, mas também como
Ele é em si mesmo, uma comunhão de amor entre pessoas. Na Trindade o Pai da-se
completamente gerando Filho eternamente e o próprio amor entre o Pai e o Filho é o
Espírito Santo. Deus é comunhão de Amor.

Esses tres pontos ilustram como Deus é Amor e de certa forma, esses três aspectos se
unem no destino sobrenatural do homem. É assim: Deus criou o homem e carinhosamente
o chama para uma participação em sua vida divina, mas o homem se afasta de Deus. Ele
é infeliz e está perdido mas ele não pode voltar. Então Deus envia o seu Filho que por amor
da a sua vida para o homem e quem crer em Cristo, será uma nova criação.

Como nova criação, o homem torna-se um templo do Espírito Santo. O Espírito Santo
derramado no coração do homem, traz o homem para a vida de Deus, pois Ele é o amor
entre o pai eo filho. Assim o homem é realmente levado para a própria vida da Santíssima
Trindade. Tudo isso sua realmente incrível - e é - porque Deus é amor e nesse amor
encontramos a origem, a redenção e o propósito final do homem.

IV - CRIAÇÃO

3MC 21 - O que é a Criação de acordo com a Igreja?

Bem, no início não havia nada, não existia espaço, nem tempo, nada, só Deus. É difícil
imaginar isso porque a nossa maneira de pensar reflete a nossa experiência e assim,
pensamos em termos espaciais. Temos dificuldade em imaginar o nada, pois, tão logo
imaginamos algo, por exemplo, um quarto vazio e escuro, isto não é o nada.

De qualquer maneira no princípio Deus criou o céu e a terra do nada (ex nihilo). O universo,
a terra, morangos, pés de ameixa, minhocas, galinhas, as formigas o homem, tudo. Como
exatamente Deus criou essas coisas é uma questão abordada pela ciência. O fato de que
Ele criou toda a criação é uma certeza de fé.

Hoje a maioria dos cientistas propõem que o nosso universo junto com o espaço e o tempo
começaram com o famoso Big Bang. Essa teoria foi apresentada pela primeira vez a cerca
de 90 anos atrás pelo físico, Georges Lemaître, que por sinal não era apenas um professor
de física, um astrônomo e um colega de Albert Einstein, não. Ele também era um sacerdote
Católico, quem diria.

Tudo no Universo reflete a grandeza do Criador; cada coisa criada em sua própria maneira,
mesmo a humilde minhoca. Há a criação visível como pedras, plantas, vacas e o homem, e
as criaturas que não podemos ver, porque elas não têm um corpo físico. Estamos falando
aqui de anjos. Os anjos são criaturas racionais como homem, mas eles não têm corpo
material. O nome de anjo vem do grego angelos, que significa mensageiro. Porque Deus
enviou repetidamente anjos para nós, homens, como mensageiros. E essa é também a
razão pela qual os anjos são retratados com asas, não porque eles tenham necessidade de
asas, mas porque as asas são o símbolo da sua tarefa como mensageiros de Deus.

Tudo bem, vamos resumir a crença Católica na Criação. Deus criou todas as coisas do
nada, e Deus continua a manter tudo o que Ele criou em existência. Tudo o que existe no
universo, visível ou invisível, vem de Deus. Tudo reflete a grandeza de Deus. Tudo foi
criado para Sua glória e tudo, de alguma forma, participa de Sua bondade.

Anjos e homens têm um chamado especial para participar da bondade de Deus, uma vez
que eles são criaturas racionais. Eles podem conhecer a Deus como seu criador e como
seu fim último, eles são chamados a participar da vida divina. Isso, em poucas palavras, é o
que a Igreja Católica ensina sobre a criação.

3MC 22 - Há uma contradição entre fé e ciência?

Bem, aqui só uma realidade, a ciência busca entender e explicar essa realidade por meio de
observação e reflexão no processo que proporciona teorias e hipóteses sobre o mundo que
nos rodeia. A religião também busca compreender essa mesma realidade, porém, não com
ajuda de microscópios, mas com a ajuda da Revelação de Deus. Ela está menos
preocupada com o problema de como as coisas funcionam, mas sim com a pergunta: por
que o mundo existe e e qual é o seu significado?

E assim a ciência e a religião viveram felizes para sempre.

Bem, infelizmente isso não aconteceu, podem surgir problemas em ambos os lados. Se, por
exemplo, um cientista afirma que a vida tem esse ou aquele sentido, ou nenhum, então
essa é uma simples afirmação e não o resultado de uma investigação científica. Isso
acontece porque um cientista não obtém uma resposta para essas perguntas resultando do
tipo de estudos que ele faz. Enquanto ele pode ser capaz de entender como algo funciona,
as questões de propósito e significado não se revelam para ele.

Coloquemos isso em um exemplo: se eu entender como funciona um carro, como o motor


funciona, como todas as partes trabalham em conjunto e assim por diante, no entanto eu
não tenho absolutamente nenhuma idéia e para onde o carro está indo, se para Paris,
Viena ou Yerevan. Estudar as partes de um carro simplesmente responde a essa pergunta
e no mundo lá fora é muito semelhante.

A ciência pode explicar como algo funciona, mas não pode fazer um julgamento sobre seu
propósito final, ou valor. Na verdade, sempre que a ciência tenta responder a essas
questões torna decididamente não científica.

Problemas também podem surgir ao lado da religião. Isso acontece sempre que a revelação
é mal interpretada. Por exemplo, se a linguagem figurativa encontrada em partes da Bíblia
não entendida como figurativa, mas como palavra por palavra. Ou se ignorássemos o fato
de que a bíblia não é um ditado divino, mas sim o trabalho de autores divinamente
inspirados que trabalham fora de suas próprias culturas, tempo e linguagem. Quando essas
coisas são esquecidas, isso pode levar a erros e muito possivelmente a conflitos com as
disciplinas da ciência.

No entanto, é importante ver nesses casos que não é a revelação que erra, o que é
impossível, uma vez que vem de Deus, mas sim é a nossa interpretação da revelação
de que é um erro. Nesse contexto o grande teólogo Santo Agostinho afirmou no século 5o
“normalmente até mesmo o não cristão sabe algo sobre a Terra, os céus, sobre o
movimento e a órbita das estrelas e até mesmo seu tamanho e posições relativas. E
ele se adere a esse conhecimento como certo, vindo da razão e da experiência. Agora, é
uma coisa vergonhosa e perigosa que o incrédulo ouça um cristão supostamente
explicando o sentido da Sagrada Escritura falando besteiras sobre esses temas”.

Se a ciência religião reconhecem suas respectivas áreas de competência, então ambas


podem se dar bem e ainda mais, ambas se completam e nos ajudam a compreender o todo
da realidade.

3MC 23 - Há uma contradição entre o relato bíblico da criação e a Teoria da Evolução?

Vejamos o primeiro livro da Bíblia. Em Gênesis não há apenas um, mas há dois relatos da
criação.

O número 1 é assim: Deus cria um monte de coisas, em seguida os animais, depois o


homem, fim.

O número dois é o seguinte: Deus cria um monte de coisas, depois um homem, em seguida
as plantas e os animais do campo, e uma vez que um pinguim, um coelho, um mamute não
completavam realmente o homem, Deus cria um outro ser humano, a mulher. Fim.

Algo não está certo aqui, há uma contradição entre esses dois relatos?

Bem, se o que a Bíblia queria era nos dizer como as coisas aconteceram de um ponto de
vista biológico, então nós realmente temos um problema. Mas, isso não é obviamente o que
a bíblia está fazendo, em vez disso, ela oferece-nos dois comentários teológicos sobre a
criação.

O número 1 explica a relação do homem com o resto da criação, ele é, por assim dizer,
a coroa da criação.

O número 2 explica como homem e mulher estão em relação ao outro, que ambos são de
igual valor, que se completam em união de amor. Essa é a mensagem central da narrativa
bíblica. O foco não está na biologia e é por isso que a igreja Católica não tem realmente
um problema fundamental com teorias biológicas, como a evolução.

As declarações do papa Pio XII, o papa João Paulo II e o papa Bento XVI tornam isso claro.
No entanto, não é como se a igreja não tenha nada a dizer sobre a origem do homem, ela
muito solenemente ensina que o homem é uma criação especial de Deus, porque ele
recebe sua alma espiritual diretamente de Deus e esta não é uma diferença gradual
das outras criaturas, mas sim um salto qualitativo tornando o homem uma coisa
criada que é capaz de formar amizade com Deus. Visões materialistas da vida, que
também são apresentadas por alguns biólogos, são rejeitadas.

Enquanto essa verdade for protegida, criação e evolução não tem que ser contraditórias. Na
verdade, o crente pode compreender a evolução como a contínua criação por Deus. E esse
processo não precisa ser aleatório e sem direção, mesmo que obedeça estritamente as leis
naturais e influências, porque Deus é a primeira causa. Todas as outras causas têm o seu
ser e o seu poder de causa através Dele. Tudo existe não só por causa de Deus, mas
também é dirigido por ele como o seu fim último.

Essa é a posição da igreja sobre a questão da evolução, ela protesta e certas verdades
reveladas mas deixa a investigação das leis naturais e de processos para a ciência. E esse
esforço científico continua a ser emocionante até hoje, porque enquanto podem assistir
algumas teorias gerais, nós ainda não encontramos todas as respostas, nem de longe.

Por exemplo, vamos olhar para o comportamento instintivo dos animais. Ele levanta uma
série de questões relativas às leis precisas, que regem a evolução. As abelhas por exemplo,
podem comunicar a direção e a abundância de uma fonte de alimento através da dança.
Ok, então parece um pouco diferente, mas a coisa sobre a dança é verdade.

Como tal forma complicada de comunicação poderia se desenvolver em insetos, por


enquanto, os modelos convencionais não têm sido capazes de fornecer as respostas. Isso
não significa que a ciência não acabará por encontrar respostas, mas certamente não é que
ela já entendeu tudo, pelo contrário. E é por isso que a emocionante busca da Verdade tem
que continuar juntamente com uma atitude de abertura para de vez em quando ser
corrigida.

3MC 24 - O que é o mal?

A fé cristã professa que tudo que existe vem de Deus. Vem, mas de onde então vem o mal?
Será que ele também vem de Deus?

Isso é realmente uma boa pergunta e existe uma boa resposta, mas só seremos capazes
de entendê-la uma vez que entendamos que o mal realmente é.

Bem, vamos usar a comparação de luz e escuridão. O que é a escuridão?

A escuridão é nada além da ausência de luz. A escuridão é real, verdadeiramente existe


mas não é uma espécie de névoa negra que se espalha super rapidamente quando a luz se
apaga e depois desaparece tão logo alguém acende a luz novamente. Não, a escuridão é
simplesmente a ausência de luz.

É assim que acontece com o mal. O mal é a ausência de algo, é a falta de algo que deveria
estar lá. Nós chamamos de privação.
Essa privação pode ser encontrada no mundo físico ou em nossas ações, isto é, em nossos
pensamentos, palavras e ações.

Um exemplo de um mal no mundo físico seria perder uma perna. Quando estou sentindo
falta de uma perna eu provavelmente não sou um corredor muito rápido, eu sofro de uma
deficiência. O fato de uma margarida não ter pernas, não é uma privação. Isso porque ter
pernas não é algo pertinente e margaridas, portanto, ela não sente falta delas.

As pessoas, por outro lado, normalmente tem duas pernas e se perdem uma delas, isso
constitui um mal físico.

Um mal moral por outro lado, é por exemplo, o seu agir de uma forma malvada com alguém.
Minhas ações carecem de algo que deveria estar lá, elas não têm o devido respeito
e boa vontade para com outra pessoa. Esta falta deficiência da minha ação, é um mal
moral. Outro nome para o mal moral, é o pecado. Males morais são muito piores do que
males físicos, porque se eu tenho falta de uma perna, eu poderia ser ruim em algo como
correr maratonas. Se, no entanto me falta respeito para com as outras pessoas, eu sou
ruim, ponto.

São minhas ações que determinam que tipo de pessoa que eu sou, não minhas
características físicas. Males físicos e morais são os dois tipos de mal que existem no
mundo. Agora, normalmente quando alguém chama algo de mal, está pensando no mal
moral, no pecado. E com o que estabelecemos nos últimos dois minutos, podemos
realmente entender de onde o mal vem. Ele não vem de Deus, mas sim daquelas coisas
criadas que podem conhecer e compreender a ordem correta das coisas e então, há duas
possibilidades: elas podem livremente ignorar a ordem adequada, ou respeitá-la.

3MC 25 - O que são a queda do homem e o Pecado Original?

Todo mundo conhece a história sobre a árvore e as maçãs no início da Bíblia, mas do que
se trata?

Não se trata de maçãs, nem sobre qualquer outra fruta, é sobre isso: o homem é uma
criatura dotada de razão e de vontade, ele é criado para participar da vida divina, ele pode
conhecer o seu criador e responder ao amor de Deus com o seu próprio amor, mas ele não
faz isso.

O homem se acha incrível, na verdade, tão incrível que ele não poderia se importar nem um
pouco com Deus e seus mandamentos. O homem não ordena sua vida em direção a Deus,
mas declara-se o centro do universo. Soa corajoso, mas, realmente, isso não é bom, porque
o homem não é a fonte, nem o fim de todas as coisas. Ele não é o centro do universo, as
coisas não são ordenadas como lhe agrada. Um exemplo pode mostrar isso, se eu colocar
um pé de tomate em um armário por três meses e orgulhosamente declarar:
vai ser ótimo, eu não vou colher nenhum tomate. Isso porque a natureza de pé de tomate
requer, entre outras coisas, água luz e calor. O que eu quero realmente não importa.

Então quando o homem se coloca no centro de todas as coisas, nada funciona, nem
para ele nem para qualquer outra coisa. Isso porque ao querer ser como Deus e colocar
se no lugar de Deus, o homem destrói a ordem entre ele e Deus, e a ordem entre ele e o
resto da criação. É isso que aconteceu no início da humanidade, isso é chamado de queda
do homem, ou pecado original.

A queda tem consequências amargas para a humanidade. Primeiro o homem perde a sua
amizade com Deus, ele perde o que chamamos de graça santificante. Em segundo lugar ele
é afligido por uma série de males físicos no lugar de ir tranquilamente para a vida mais
além, agora existe a morte separando o corpo da alma. O homem é doravante também
afligido pela dor e tem que lutar contra a desordem de seus poderes interiores. Essas
consequências são dolorosas, mas elas não são simplesmente uma retaliação ou vingança
de Deus. Na verdade elas são o primeiro passo de Deus em direção ao homem caído.

Na vivência da sua própria fragilidade, o homem caído pode começar a entender que ele
está no caminho errado, que ele não é o centro do universo, que as coisas não giram em
torno dele e isso é uma coisa boa. Ele pode começar a perceber que como um ser criado
ele é ordenado ao seu criador, que o isolamento em seu interior é doloroso e destrutivo. O
homem tem que reconhecer isso e voltar para Deus.

As consequências da queda do homem podem ser sentidos até hoje. Quando entramos
nesse mundo nos falta graça santificante. Experimentamos a desordem na nossa alma,
emoções e nossa mortalidade. O fato de que nossa morte chegará algum dia pesa sobre
nós. Esse estado em que nascemos é chamado o estado de pecado original. Pecado
original não tem nada a ver com culpa pessoal. mas descreve uma condição da
humanidade caída, que herdamos. Isso é o que a queda e o pecado original significam.

A queda aconteceu no início da humanidade, o estado de pecado original é a sua


consequência.

3MC 26 - Será que o Diabo existe?

As pessoas são seres criados dotados dos poderes da razão e da vontade. Elas foram
criadas para participar da vida divina, para que possam conhecer a Deus e responder ao
seu amor com o seu próprio amor.

Que o homem na verdade e muito lamentavelmente optou por fazer algo muito diferente
é algo que nós já falamos. Agora, o homem não é a única criatura dotada de razão e de
vontade, ele não é o único que tem a capacidade de conhecer e amar a Deus e de
participar da vida divina. Existem os anjos e, muito lamentavelmente o homem não foi a
única criatura no início e se julgava super incrível e o centro do universo.

Havia também alguns anjos que deixaram de servir a Deus e é claro que também não deu
certo. Esses anjos, como o homem, perderam a amizade amorosa de Deus. Eles são
chamados de anjos caídos, ou diabos, ou demônios. Lúcifer ou Satanás é o nome comum
para o seu líder.
Agora há uma boa notícia e uma má notícia. A má notícia primeiro. O diabo realmente
existe. Ele pode não ter chifres, patas ou vestir legs vermelhas, mas anjos caídos são reais.
O fato de que eles existem e atestando claramente na bíblia.

Agora a boa notícia. As coisas não são realmente tão do jeito como hollywood quer que
acreditemos. Alguns filmes retratam a Terra como um campo de batalha entre um deus bom
e um deus mal, o diabo, e nós caímos nesse meio.

Mas as coisas não são assim, não existe um deus bom e um deus mal, o diabo. Há um só
Deus e ele é bom. Deus criou os seres capazes de partilhar da sua vida divina e eles têm
de fazê lo livremente. Eu não posso forçar alguém a me amar, o amor exige a liberdade e
essa liberdade faz com que seja muito possível rejeitar a comunhão com Deus.

Pessoas e anjos são capazes do melhor, isto é, o amor verdadeiro, e do pior, o


egocentrismo.

Então é isso que o diabo e os demônios são. Essa realidade às vezes pode parecer
assustadora, mas não há motivos para medo. Os diabos e demônios são apenas coisas
criadas como nós, isso significa que é uma coisa que eles nunca podem fazer: vencer a
Deus.

V - REDENÇÃO

Há um monte de Jesuses flutuando na tv e nos livros nestes dias. Na verdade, não há


praticamente nada que não tenha sido dito sobre ele.

Jesus, o homem de família, o marido de Maria Madalena e pai de 14 filhos. Jesus o


abraçador de árvores que cantava canções sobre paz e vegetarianismo com uma guitarra
antiga ao lado de uma fogueira. Jesus o rico herdeiro do império de construção de José.
Essas visões de Jesus têm pouco a ver com Jesus dos evangelhos. Os evangelhos, sendo
os primeiros registros de sua vida, o descrevem de forma bastante diferente.

Lá ele é descrito como filho de Deus. Ele afirma que ele o Pai são um. Ele permite o
apóstolo Tomé cair diante dele e falar as palavras: meu Senhor e meu Deus. E, talvez, o
testemunho mais impressionante da divindade de Cristo pode ser encontrado em um de
seus discursos com seus contemporâneos. Ele disse: antes que Abraão existisse, eu sou.
Uma estranha expressão que, de fato, é entendida como uma referência ao nome de Deus
revelado do antigo testamento, na história de Moisés e da sarsa ardente.

Jesus se apresenta como Filho de Deus. Sem esta reivindicação sua, nem as reações dos
judeus, nem um movimento cristão, faz qualquer sentido. Porque o centro da mensagem
cristã repousa sobre esta verdade?

Só porque Jesus é verdadeiro Deus e verdadeiro Homem que seu ato de redenção na cruz
tem o poder de restaurar o homem caído para a comunhão com Deus.

Agora, como é que esse Jesus verdadeiro Deus e verdadeiro Homem realmente funciona?
Bem, na Santíssima Trindade, o Filho é a imagem perfeita do Pai. Na encarnação, o Filho
vem para a Terra e assume a nossa natureza humana, isto é, um corpo humano e uma
alma humana.

O Deus incompreensível se torna compreensível, tangível e visível para nós mortais. É claro
que na encarnação o Filho não sai da Trindade, ele permanece inseparavelmente unido ao
Pai e ao Espírito. Portanto, Jesus tem uma natureza divina e uma natureza humana, isto é,
um corpo humano e uma alma humana.

Agora, quando se trata de nós, chamamos de uma pessoa humana se é um corpo e uma
alma estão unidos. Mas no caso de Jesus, ele não se torna uma pessoa na encarnação, ele
já é uma pessoa divina desde toda a eternidade, a segunda pessoa da Trindade. E é
precisamente como esta segunda pessoa da Santíssima Trindade que ele assume nossa
natureza humana. Quando nos dirigimos a Jesus, nós dirigimos a uma pessoa divina, que
assumiu a natureza humana.

Assim, para concluir Jesus é uma pessoa divina com duas naturezas. Ele é verdadeiro
Deus e verdadeiro Homem.

3MC 28 - Por que Deus se fez homem?

Bem já sabemos que a humanidade sofre as conseqüências do pecado original. Quando


nascemos nesse mundo, nós não tendemos automaticamente para o bem, mas sim, para o
egoísmo. Nós preferimos girar em torno de nós mesmos, falta-nos a verdadeira amizade
com Deus, falta-nos a Graça Santificante, falta-nos a vida sobrenatural que se desenvolve a
partir da Graça. Então nos faltam algumas coisas, mas o que temos em abundância são
falhas e pecados, uma montanha inteira deles. Tudo isso, se coloca entre nós e Deus.

Então, como vamos nos livrar dessa montanha?

Bem, nós não podemos fazer isso por nós mesmos, podemos nos arrepender dos nossos
pecados e esse é o primeiro passo. Nosso pecado, como já falamos, é no final sempre uma
falta de amor para com Deus. Ele ofende a Deus e, portanto, requer o seu perdão.

Deus tem que agir, essa é a única maneira para nós nos livrarmos da montanha. Assim,
Deus tem que agir e é isso que ele faz.

É claro, uma única palavra de Deus seria suficiente para limpar os nossos pecados, mas ele
escolheu outro caminho, um caminho que traz o homem de volta para Ele de um modo
superabundante e mais bonito. Deus torna-se homem. E ele se faz homem para realizar
três coisas:

Primeiro: depois do que ja temos falado, você provavelmente pode adivinhar isso. Ele se
torna homem para nos salvar. Como exatamente a redenção funciona? Vamos tentar
entender mais tarde, mas de qualquer forma, Jesus faz algo que nos livra da montanha do
pecado.

Em Jesus, Deus age para que o pecado já não nos separe dele.
Em segundo lugar, quando Deus torna-se homem ele já não fala conosco por meio dos
profetas mas, ele mesmo nos fala. Jesus traz-nos a plenitude da revelação de Deus. De
forma muito mais profunda do que nunca, podemos perceber quem Deus é. E quanto mais
conhecemos a Deus, mais poderemos amá-Lo.

Em terceiro lugar, em suas palavras, em seus atos, Jesus nos dá um exemplo de como
viver uma vida justa. Ele nos mostra o caminho que conduz ao céu.

Essas três coisas Deus realizou tornando-se homem e, de fato, há um momento particular
da vida de Cristo onde essas três coisas se unem perfeitamente, na cruz.

Na cruz a nossa redenção é realizada. Na cruz percebemos a verdade de que Deus é amor.
E na cruz nos é dado o exemplo perfeito do amor e do dom de si mesmo, para que
possamos moldar cada pensamento palavra e ação por ele. Portanto é por isso que Deus
se tornou homem.

3MC 29 - Por que Jesus veio ao mundo há 2000 anos atrás?

Essa é uma questão que não é fácil de responder. A história é complexa, é por isso
que geralmente é difícil entender exatamente porque as coisas acontecem, como tudo está
conectado e ainda mais difícil entender o plano de Deus em tudo isso.

Nós simplesmente não temos uma posição estratégica para isso, é um pouco como nesse
exemplo: se eu estou em uma cidade sentado no meu carro em um engarrafamento, eu
poderia perguntar a mim mesmo porque é que há todo esse trânsito? Na minha perspectiva
eu poderia ver que todas as ruas em volta de mim estão engarrafadas, mas eu não
conseguiria ver as razões para isso. Para ser capaz de vê-las eu teria que estar em uma
posição estratégica diferente, eu tenho que ser capaz de ver tudo de cima. Então, talvez eu
veria que em uma rua há um desfile, em outra uma zona em construção, em outra um
camelo bloqueando a faixa de pedestres.

Todas essas coisas têm um efeito sobre o trânsito e sobre eu estar preso nele, mas na
minha posição eu simplesmente não posso vê-las. Todo esse cenário é semelhante a
quando tentamos entender qualquer uma das ações de Deus na história, não é possível.
Falta-nos uma boa posição estratégica, nós precisamos ser capazes de ver as
coisas de cima.

Uma coisa no entanto podemos dizer sobre esta pergunta deus veio a este mundo na
plenitude dos tempos, como diz a Escritura. O que significa isso?

Isso significa que Deus teve que preparar a humanidade para sua vinda ao mundo e para
isso algumas coisas eram necessárias. A primeira coisa que as pessoas tinham de entender
é que há somente um Deus e que esse Deus não reside no fogo, raio ou trovão, mas é
completamente diferente do mundo. Então as pessoas tinham que perceber que
esse Deus não reside em imagens de madeira, de pedra e não é manipulado através de
ofertas de alimentos e sacrifícios. O homem tinha que entender que a comunhão com Deus
se faz por um certo modo de vida e não através de rituais de vodu ou xamanismo. Eles
tiveram que chegar a um entendimento de que a mudança do coração humano era algo
interior e não poderia ser provocado por leis externas, independentemente de quão boas
essas leis eram em si mesmas.

O homem teve que reconhecer que uma verdadeira conversão do coração era além
de seus próprios poderes e que precisava de uma intervenção divina, um redentor
que iria restaurar a humanidade. O homem tinha de entender e internalizar estas
coisas e muito mais para que encarnação fosse capaz de alcançar o que se propôs
a realizar. E assim toda a história da revelação aparece como um processo
bastante tedioso que se desdobrou com as eras dos homens.

Mas na plenitude dos tempos, como dizem as escrituras, Deus veio a este mundo e se
tornou o homem.

Desde a nossa perspectiva e ponto de vista limitados podemos apenas especular sobre
porque tudo aconteceu exatamente cerca de dois mil anos atrás, mas como em todas as
coisas relativas ao plano de Deus, incluindo o seu plano para nossa própria vida, nós só
seremos capazes de entender e compreender tudo quando tivermos mudado nossa posição
estratégica e, quando em comunhão definitiva com Deus, vamos ser capazes de olhar para
tudo como se fosse de cima.

3MC 30 - Como Jesus viveu?

O Filho eterno do Pai assumiu a nossa natureza humana e se fez homem. Jesus é
verdadeiro Deus e verdadeiro Homem. Ele nasceu em Belém, que está a poucos
quilômetros ao sul de Jerusalém. Ele cresceu em Nazaré e por 30 anos viveu uma vida
tranquila. Compartilhou a vida dos homens comuns e desta forma santificou nossa vida de
todos os dias.

Segundo a tradição judaica, com idade de 30 anos, uma pessoa atinge a idade adulta.
Nessa idade, por exemplo, uma pessoa passa a ter direito de herança. Jesus também
recebeu o seu direito de herança nessa idade, mas a herança não era de José e sim, de
seu Pai celestial.

Nos seguintes três anos ele tentou conquistar as mentes e corações das pessoas para o
seu Pai celestial. Ele fez o seguinte:
● Em primeiro lugar Jesus pregou ao povo, ele contou parábolas sobre Deus, as
parábolas eram simples e ao mesmo tempo memoráveis e, mais ainda, elas eram
algo especial porque Jesus não falava sobre Deus, mas através de Jesus o próprio
Deus falou conosco.
● Em segundo lugar Jesus expulsou demônios, ele libertou o povo do poder do
mal, acima de tudo pelo fato de que ele perdoou os pecados
● Em terceiro lugar Jesus certificava a sua mensagem através de milagres e, desta
forma, revelou o povo quem ele realmente era.
Muita gente achava que ele era o máximo, mas nem todos. Alguns provavelmente temiam o
seu próprio poder e influência, alguns se sentiram ameaçados por suas declarações
radicais e alguns tinham uma ideia completamente diferente do que o messias tinha que
ser, mais do jeito de um herói de guerra que iria expulsar os romanos de suas terras.

Assim Cristo tinha inimigos, alguns deles o queriam morto e eles um dia conseguiram.
Jesus foi entregue para as autoridades romanas, jogado, condenado e crucificado. Mas o
que parecia ser uma derrota catastrófica é de fato a vitória que ele havia prometido. Ao dar
a vida por nós Jesus salva a humanidade.

E para que esse triunfo fosse reconhecível ao homem, Jesus ressuscitou dos mortos no
terceiro dia. Durante 40 dias ele apareceu aos seus discípulos, encorajou-os e os trouxe
cada vez mais perto da compreensão de seu ensinamento. Então ele enviou-os para levar a
sua mensagem até os confins da Terra. Ele voltou para o céu e lá ele está sentado à direita
do pai até que ele venha novamente para julgar os vivos e os mortos.

Essa é a vida de Jesus em três minutos. Se você quiser ler sobre a sua mensagem inteira e
todos os seus atos, você pode encontrá-los no início do novo testamento, nos evangelhos
de Mateus, Marcos Lucas e João.

3MC 31 - De que maneira Jesus é diferente dos fundadores de outras religiões?

Há muitas tradições religiosas com seus respectivos fundadores: Lao-Tsé, Buda, Kurnanac
e claro, Jesus. Porque ouvir as palavras de Cristo sobre todas as outras?

Para começar, observamos que Jesus é diferente de todos os outros fundadores religiosos.
Isso porque enquanto todos os outros falam sobre Deus, os deuses ou divino, Jesus faz a
afirmação radical de ser Deus. Ele o faz, por exemplo, ao perdoar os pecados, ou
reivindicando o nome de Deus revelado do Antigo Testamento para si mesmo.

Essa afirmação extraordinária de Jesus não é uma invenção posterior dos seus discípulos,
encontra-se no centro de seu inteiro conflito com seus contemporâneos. Por essa razão, a
seguinte ideia pode ser descartada: Jesus não é um entre muitos mestres sábios da história
humana compartilhando algumas idéias boas sobre o divino, não. Ele próprio não queria ser
entendido dessa forma, ele fez uma afirmação, uma bem pesada, ou seja, que ele é o filho
de Deus. E isso nos deixa com três explicações possíveis.
● Se Jesus disse e acreditava que ele era o filho de Deus, mas na verdade não era,
então a primeira possibilidade é que Jesus era um lunático, mas não daqueles
loucos agradáveis, brincando em um campo de flores vestindo uma camisa de força
e sim um megalomaníaco bastante perigoso.
● a segunda possibilidade é, se Jesus disse que ele era o filho de Deus, mas ele sabia
que era uma mentira, então Jesus era um mentiroso astuto enganando as pessoas
em blasfêmia e erro.
● ou a terceira possibilidade, Jesus disse que ele era Filho de Deus e de fato ele
realmente era.

Essas são as três opções que existem. Qual se encaixa com a realidade? Qual opção
parece ser coerente?
Essa mensagem de Jesus sobre o amor perfeito de Deus é o amor ao próximo, sobre a
prontidão para perdoar uns aos outros compartilhar e até mesmo para amar os inimigos é a
mensagem de um megalomaníaco? a sua atitude voluntária de se aproximar da morte é de
um lunático desconectado da realidade? Será que as parábolas maravilhosas sobre Deus e
seu reino realmente vieram de um homem sem uma cabeça equilibrada? Ou sera que sua
vida se parece a de um mentiroso habil enganando e defraudando as pessoas? onde está
sua motivação? onde estava o seu lucro a riqueza o reconhecimento e o poder terreno que
ele deve ter procurado? o que ele ganhava com suas mentiras? Será que seus discípulos
colheram os benefícios da sua trapaça?

Parece que nem louco, nem mentiroso se enquadram muito com a figura de Jesus. Não
parece que a clareza e a beleza de sua mensagem correspondem muito mais a alegação
real que ele fez? não são suas palavras e atos de tal forma que poderiam pertencer ao filho
de Deus?

Jesus lunático, mentiroso ou Senhor?


Não existem outras possibilidades.

3MC 32 - Como Jesus nos salvou na cruz?

Um monte de gente imagina que isso aconteceu assim: a morte na cruz é uma grande
catástrofe, mas então, graças a Deus, a ressurreição coloca tudo certo novamente.

Ufa, foi por pouco. Jesus venceu a morte, viva!

Mas não é assim que funciona a salvação.

A salvação ocorre realmente na cruz. A cruz é o sinal da redenção. Então o que acontece
na cruz?

Uma balança pode ser vista como representando a relação justa e adequada entre Deus e
os homens. Com o pecado tudo se desequilibra e como já dissemos, o pecado é a falta de
algo que deveria estar lá. A injustiça é uma falta de justiça, o ciúme é uma falta de
generosidade e assim por diante.

O pecado então, é a falta de algo que deveria estar lá e no fim das contas é sempre uma
falta de amor para com Deus e Sua criação.

Então como é que vamos resolver a falta de alguma coisa?

Bem isso é remediado pelo fornecimento de tudo o que está faltando. Se o pecado
é uma falta de amor, então é remediado com um ato de amor.

Só o amor humano não parece pesar o suficiente para equilibrar a profundidade de


ingratidão e falta de amor que encontramos no pecado. Nosso amor parece ser muito fraco,
vai precisar de algo maior, vai precisar de um amor mais perfeito e o amor de Jesus
exatamente esse tipo de amor.
Ele é o Filho de Deus, Seu amor não é apenas o amor de um homem, mas o amor da
segunda pessoa da Santíssima Trindade. Esse amor é infinito e se manifesta no ato
de Cristo de auto doação na cruz. Esse amor tem o peso para combater todos
os pecados de todos os homens de todos os tempos.

A cruz então, não é um fracasso. Também não é, como Martinho Lutero, o pai
da reforma protestante entendeu, um pára raios para a ira de Deus que ataca seu
próprio filho como punição por nossos pecados.

Deus não tem que desafogar sua raiva para que possamos ser poupados de sua punição
justa. A cruz é o sinal do amor de Deus e esse é exatamente de onde o seu poder salvífico
vem. O perfeito amor de Cristo na cruz pesa mais do que todos os pecados de todos os
homens de todos os tempos. É assim que funciona a redenção, isto é, como a montanha de
pecado que nos separa de Deus é superada.

É assim que somos libertos do desespero do pecado.

3MC 33 - Como é que a graça da salvação chegou até nós?

Jesus salva a humanidade ao dar a sua vida por nós por amor, porque o amor é na verdade
maior que o pecado, e o amor do Filho de Deus pesa mais do que todos os pecados de
todos os homens de todos os tempos. Ao dar sua vida na cruz Jesus deu-nos algo que
supera todos os pecados, isso é, como já dissemos, como a salvação funciona.

Agora, como é que podemos realmente participar dos frutos da salvação? Como o amor de
Jesus na Cruz há dois mil anos atrás entra em nossas vidas hoje?

Para que o homem possa compartilhar os frutos da salvação, ele tem que crer em Jesus,
segui-lo e ser recriado a sua imagem. Mas você não se torna como Jesus vestindo
sandálias e uma túnica, mas pela ação da graça de Deus. Através da graça nós somos
recriados em Jesus Cristo e nos tornamos uma nova criação. E a principal fonte de
graça são os sete sacramentos.

Sacramentos são sinais instituídos por Cristo através do qual Deus age em nossa
alma. Eles são como canais pelos quais o Seu amor é derramado em nossos corações. Em
nossa alma, o poder da Graça se desdobra e nos transforma em uma nova criação.

O batismo é o primeiro o sacramento. Do batismo o homem velho, por assim dizer,


morre. Ele se afoga na água e o novo homem é criado para a vida. Ele se levanta da água
pelo batismo, nós nos tornamos como Cristo, porque nós participamos de sua morte e sua
ressurreição. E assim começa a nossa vida como uma nova criação.

Infelizmente o homem velho do pecado vem à tona de vez em quando, pois, embora para
se tornar uma nova criação leve apenas um instante vivendo como uma nova criação é
mais um processo para toda a vida. É por isso que os sacramentos da penitência e da
eucaristia são especialmente importantes, eles nos restaurantes e fortalecem
repetidamente.
Todos os sete sacramentos tem um poder transformador em nós para que possamos viver
mais e mais como uma nova criação e tornar-nos verdadeiros filhos e filhas de Deus. Desta
forma, isto é, acima de tudo através dos Sete Sacramentos compartilhamos os frutos da
salvação que Jesus conquistou para nós na cruz 2 mil anos atrás.

VI - SANTIFICAÇÃO

3MC 34 - O que é a Graça?

as graças são dons que Deus nos dá para o bem da nossa salvação. Sem a graça não
estaria acontecendo muita coisa em nossas vidas, assim, a graça é de extrema importância.

Existem diferentes tipos de graça, mas a mais importante é a Graça Santificante. Ela
tem o poder transformador em nossa alma, ela nos torna verdadeiro os filhos de Deus.

O poder transformador da Graça Santificante pode ser entendido de maneiras diferentes,


por exemplo, como um fortalecimento da alma, um tipo de espinafre com o qual agora
podemos realmente realizar as obras de Deus. Ou como adorno para a alma que a
transforma em uma morada digna para Deus.

Outra metáfora da graça que é bastante apropriada, é a da luz. Com a luz da graça
podemos ver e reconhecer a Deus, o nosso objetivo final. E quanto mais essa luz brilhar em
nós, melhor poderemos seguir o caminho para ele, mesmo com todos os cruzamentos,
bifurcações na estrada e obstáculos.

A luz como metáfora para Graça Santificante é também um tema no batismo. É no batismo
que recebemos a Graça Santificante pela primeira vez e a vela batismal acendida na venda
da páscoa é um símbolo apropriado para isso. Nós recebemos a luz de cristo e devemos
preservá-la e nutri-la em nosso coração. A graça santificante pode ser aumentada ou
perdida por causa do pecado. Quem perde-la pode acender a luz da graça de novo através
da conversão, do arrependimento e de uma boa confissão.

A graça santificante é absolutamente necessária para a nossa vida com Deus. Por causa
dela, somos verdadeiramente chamados filhos de Deus e nos tornamos uma morada para o
Espírito Santo. Através do Espírito Santo participamos na vida divina do Deus Trino.

Existem também outros tipos de graça, por exemplo, a Graça Atual ou graça da ajuda.
Enquanto a Graça Santificante nos faz filhos de Deus, a Graça Atual ajuda-nos a
viver como filhos de Deus. A Graça Atual apoia e acompanha as nossas ações para
que possamos ter sucesso em fazer o bem. Ela ilumina o entendimento e move a nossa
vontade para que possamos evitar o mal e fazer o bem.

Junto com esses dois tipos mais importantes graças em nossa vida existem também outras
graças. Os carismas são dons especiais dados a nós para ajudar aos outros, por exemplo,
ou graças externas.

Todas essas graças são presentes que Deus nos envia para o bem da nossa salvação.
3MC 35 - Como recebemos e aumentamos a graça?
Graça são dons que Deus nos dá para a nossa salvação eterna. O mediador, ou doador, de
todas as graças é Cristo. Através de seu ato de amor na cruz ele ganhou um tesouro de
graça infinita que podem superar todos os pecados.

Para que o ato redentor de Cristo na cruz há dois mil anos ser fecundo e eficaz para nós
hoje, precisamos ser transformados pela Graça. De modo, a tornar nos uma nova criação
em Cristo.

Então, como vamos explorar esse tesouro de graça?

Existem três maneiras:


1. Oração: na oração nós nos reabastecemos, de certa forma, nós recebemos e
aumentamos em Graça e sua luz vai brilhar mais forte para nós
2. Existem os chamados sacramentais. Os sacramentais são sinais sagrados e ações
que foram instituídas pela igreja para nos ajudar a crescer em santidade. Bênçãos, o
uso de água benta cinza sobre nossas peças na quarta feira de cinzas e o terço são
exemplos de sacramentais. Eles são uma ajuda preciosa na nossa vida espiritual.
3. A terceira maneira de receber e aumentar a Graça é através dos sacramentos. Já
vimos que os sacramentos são uma coisa legítima e o canal principal pelo qual
recebemos a graça. Porque os sacramentos foram instituídos pelo próprio cristo
como uma forma de nos dar a ajuda que precisamos para ir para o céu.

Ha sete Sacramentos. Com o batismo, seja administrado em uma criança ou em um adulto,


a nossa vida como filhos de Deus começa. Pois é no batismo que recebemos a Graça
Santificante.

A confirmação, ou Crisma, fortalece o cristão para ser um soldado de cristo. Através do seu
poder ele é capaz de permanecer firme sem medo, protegendo, proclamando e defendendo
a fé.

A Eucaristia não é alimento para o corpo, mas para a alma. Ela fortalece a vida sobrenatural
em nós e nos une cada vez mais a Cristo.

Confissão, por outro lado, nos ajuda a combater o salário do pecado. Ela nos cura quando
perdemos a graça e nos fortalece para combater o pecado no futuro.

Quando estamos doentes ou morrendo, a unção dos enfermos é dada para curar nossas
almas. Esse sacramento nos fortalecem corpo e alma e nos prepara para uma difícil e,
possivelmente, última viagem.

Ordem e matrimónio nos apóiam para viver uma vocação específica. Ambos os
sacramentos nos fortalecem para servir a comunidade.

Assim, vemos que os sacramentos nos ajudam de diferentes maneiras em diferentes


momentos da nossa vida. Batismo, confirmação, matrimônio, ordem e unção dos enfermos.
Dois sacramentos que podemos e devemos receber com freqüência: a eucaristia e a
confissão. Eles devem ser nossos companheiros constantes para progredirmos no caminho
até Deus.

Oração Sacramentais e, acima de tudo, os sete sacramentos, são então os


meios pelos quais recebemos e aumentamos a graça.

3MC 36 - O que é o Batismo?

O batismo é o primeiro sacramento. Ele é a porta para a vida cristã.

No batismo estamos conformados com Cristo. Conformado significa em forma para


corresponder. Isso não significa que nós ganhamos barbas, extensões de cabelo e
uma transformação de look no batismo, não. No batismo nós compartilhamos da morte e
ressurreição de Cristo.

Soa místico, e é, o que significa que no batismo ficamos submersos em água, ou água é
derramada sobre a nossa cabeça, isto representa a morte. Quando saímos da água,
isso representa a ressurreição. O batismo então significa o compartilhar na morte e
ressurreição de Cristo. E tudo isso não é apenas um símbolo bonito, mas o batismo
realmente faz algo acontecer em nós.

No batismo deus está trabalhando em nossa alma. O homem velho do pecado morre e
nasce uma nova criação para a vida. O homem velho do pecado significa o homem no
estado de pecado original.

O que é o pecado original?

Já falamos sobre essa pergunta. Pecado original descreve o estado do homem em nosso
mundo caído. Quando nascemos nós não vivemos automaticamente em amizade com
Deus. Em vez disso, tendemos a ser egoístas e preferimos as coisas do nosso jeito. Nunca
é difícil para nós nos deitarmos em um sofá e deixar que nos sirvam, mas por outro lado,
devemos nos esforçar para fazer o que é bom.

Essa condição que vem da falta de graça santificante é chamada pecado original.

Agora, no batismo, esta falta é remediada. Recebemos a graça santificante e pelo poder
dessa graça, podemos começar a viver como uma nova criatura e seguir a Cristo.

Que pena que tantos cristãos realmente se esquecem e no batismo eles foram
chamados para uma nova vida em Cristo. O fato de que uma nova vida começa com o
batismo é também mostrado por outros sinais durante a sua celebração.

Por exemplo, nós recebemos o nosso nome no batismo. Até mesmo quando um adulto é
batizado ele pode escolher o nome de batismo para si. Isso mostra que nós nos tornamos
uma nova criação e começou uma nova vida. É o próprio nome com o qual Deus nos
chama a viver como os seus verdadeiros filhos.
No batismo nós também recebemos uma roupa nova, uma completamente branca. Ela
representa a purificação de todos os nossos pecados pelo batismo. Somos chamados a
levar uma vida pura e evitar a mancha do pecado. Em terceiro lugar, nós recebemos a vela
batismal durante o batismo. A luz representa graça que recebemos neste sacramento. Com
a ajuda da luz da graça podemos encontrar e conhecer o caminho que conduz à Deus.

Para resumir, o batismo é o início de uma nova vida na graça, uma vida em que somos
chamados a seguir Cristo.

3MC 37 - O que é Confirmação?

Confirmação é o sacramento que completa o batismo. Na confirmação somos fortalecidos


pelo Espírito Santo. Espera, nós já não recebemos o Espírito Santo no batismo juntamente
com a graça santificante?

Isso mesmo, no batismo somos santificados pela graça santificante. Nossa alma se torna
uma morada para Deus e é especialmente o Espírito Santo que toma sua morada na alma.
Através do Espírito Santo somos elevados na vida da Santíssima Trindade e ele
acompanha as nossas ações com o seu poder.

Então porque precisamos do Espírito Santo novamente na confirmação?

Bem, é como nos evangelhos, onde o Espírito Santo é dado aos apóstolos não uma, mas
duas vezes. A primeira vez depois da ressurreição de Jesus e depois novamente no dia de
Pentecostes. Depois de sua ressurreição, Jesus sopra sobre seus discípulos e diz: recebei
o Espírito Santo.

O Espírito Santo é como um sopro de vida santificando os discípulos e abrindo lhes a


compreensão sobre as escrituras. O Espírito Santo os ensina e orienta, mas eles ainda
guardam um segredo. Eles oram e vivem na clandestinidade enquanto sua fé cresce. Em
Pentecostes tudo isso muda, o Espírito Santo vem como um vento que ruge e como línguas
de fogo. Os discípulos começam a anunciar a fé abertamente com poder e coragem. Isso é
semelhante ao que acontece no Batismo e na Confirmação.

No Batismo recebemos o Espírito Santo. Somos santificados por ele e começamos a


compartilhar de uma nova vida. Na Confirmação o Espírito Santo nos fortalece para
que tenhamos a coragem de levar esse presente para o mundo. Quando recebemos a
Confirmação somos chamados a proclamar a nossa fé com coragem e conquistar
pessoas para Cristo, como os apóstolos.

A confirmação então é um fortalecimento para ser um soldado do Reino de Deus e


não apenas um cidadão. Somos chamados a ser destemidos e firmes, mesmo em face da
oposição. Pelo poder da confirmação, somos capazes de preservar, proclamar e defender a
fé.

3MC 38 - O que é a Eucaristia?


O que aconteceria se você fizesse as pessoas a seguinte oferta: quem pular em uma perna
por uma hora irá receber 100 dólares.

Sem dúvida haveria algumas pessoas que se inscreveriam para este desafio. Se você
aumentasse a recompensa para mil dólares, certamente mais competidores iriam aparecer.
E se você aumentasse a aposta para cem mil dólares, então ficaria lotado.

Agora o que você acha que aconteceria se você oferecesse mais ainda do que 100
mil e vamos dizer que as pessoas nem precisariam pular em uma perna para receber, o que
aconteceria?

Na Santa Missa nos é oferecida a Sagrada Comunhão, que mais do que muitos baldes
cheios de ouro porque é o próprio Cristo está presente na Sagrada Comunhão tornando-a
acima de qualquer preço, infinitamente preciosa e sem precisar pular em uma só perna.

Portanto, se há um monte de lugares vazios nas igrejas nos dias de hoje, então, obviamente
é porque muitos católicos não têm nenhuma ideia do que a Sagrada Comunhão é na
verdade. Eles não têm idéia do que estão perdendo.

Então o que é a Sagrada Comunhão?

Na última ceia Jesus tomou o pão e o vinho e falou as palavras “esse é o meu corpo e esse
é o meu sangue”. Ele não disse que isso era para ser entendido apenas simbolicamente,
mas que aqui temos verdadeiramente o seu corpo e sangue. O evangelho de João capítulo
6 deixa isso muito claro.

Agora, Jesus instruiu os apóstolos em fazer isso em memória dele e é isso o que a igreja
faz até hoje. Na Santa Missa as oferendas de pão e vinho são transformados no altar. A
Sagrada Eucaristia, como são chamadas as oferendas após a Consagração, se parecem
ainda com o pão e o vinho. Possuem o mesmo gosto, mas não são mais pão e vinho. Eles
têm aparência dessas coisas mas através da Consagração eles se tornaram
verdadeiramente o corpo e sangue de Cristo. As aparências, o que é chamado de espécie,
permanecem as mesmas. Mas o que é a substância é alterada.

Devido a isso, a transformação que ocorre na Missa é chamada de transubstanciação e a


presença de Jesus sobre as espécies do pão e do vinho é chamada de presença real. Essa
presença de Jesus é verdadeira e real, mas o seu modo difere da presença de outras
coisas materiais. Se você dividir as coisas materiais, por exemplo, pão na metade, então
você tem uma metade na esquerda e a outra metade na direita. Mas se você quebrar a
hóstia em duas partes, você não dividiu Jesus, mas apenas a forma exterior. Isso porque
Jesus, como dissemos, antes está verdadeiramente presente na Eucaristia, mas não da
maneira como as coisas materiais agem. Ao contrário, ele está realmente e totalmente
presente em cada parte, até nas menores partículas, e portanto ele pode também estar
presente ao mesmo tempo em todo o mundo, em cada Missa.

A presença real que Cristo nos deixou neste sacramento é um grande presente. Ele não
precisava fazer isso, mas em dar-se á nossa aparência de algo para comer e beber, ele nos
mostra que ele é o único que verdadeiramente nos alimenta, fortalece a nossa alma e nos
dá o crescimento.

3MC 39 - O que é a Santa Missa?

A Santa Missa não é só uma oração comunitária e uma reunião para cantar alguns hinos, a
Santa Missa é muito mais que isso. Mas a fim de compreender plenamente isso,
precisamos estabelecer algumas verdades básicas e vamos fazer isso em três etapas:

O primeiro passo: vamos entender o que é um sacrifício. Bem, quando sentimos algo no
nosso interior nós expressamos isso através de alguma forma de linguagem dos sinais é
assim que podemos distinguir alguém que está apaixonado e alguém que está com raiva.
Seus sentimentos têm expressões muito diferentes. Na religião não é diferente, aqui
também vemos formas em que o homem exprime o que está acontecendo lá dentro. O
exemplo mais importante disso são sacrifícios. E sacrifícios podem ser encontrados em
praticamente todas as regiões. Um sacrifício é um dom precioso para Deus. Um sacrifício
procura expressar que Deus é importante para nós, que Ele toma o primeiro lugar em nossa
vida. O próprio deus naturalmente não precisa de nenhum sacrifício, mas nós
precisamos deles porque pertence à nossa natureza expressar o que está dentro de
nós. Essa é a ideia de sacrifício.

O passo 2 é ver que tipo de sacrifícios encontramos em nossa região: no antigo testamento
havia muitos sacrifícios diferentes, por exemplo, o sacrifício de Abel, de Abraão ou de
Melquisedeque e depois ouvir todos aqueles sacrifícios solicitados pela lei de Moisés. O
objetivo de todos esses sacrifícios era, como já dissemos, expressar que Deus possuía o
lugar mais alto. E uma vez que os pecados da humanidade são precisamente colocar algo
acima de Deus, muitos sacrifícios também tiveram como finalidade restaurar a ordem e
levar Deus de volta para o lugar que lhe pertence. Tais sacrifícios, portanto, tinham um
caráter expiatório que visa a re-expiar, ou compensar os pecados. Isso é o sacrifício no
Antigo Testamento. No Novo Testamento encontramos também um sacrifício, mas apenas
um, oferecido por Jesus na cruz. Na cruz ele deu a sua vida expiação dos pecados da
humanidade. Sua obediência amorosa supera a desobediência sem amor do homem
pecador. Pelo seu sacrifício Cristo restaura a ordem e a relação entre Deus e o homem.
Agora, porque o sacrifício de Jesus é absolutamente perfeito, outros sacrifícios não são
mais necessários. Seu sacrifício é o principal e único da Nova Aliança.
Tudo bem agora entendemos o que é o sacrifício, quais sacrifícios existiam e que o
sacrifício de Jesus é tão perfeito que não são mais necessários outros sacrifícios. Vamos
passar para o ponto 3.

A maioria das pessoas tem uma noção básica do que é a Santa Missa, mas parece que só
algumas notam que ela é tradicionalmente conhecida como o Sacrifício da Missa.

Espere, não acabamos de dizer que após o sacrifício perfeito de Cristo outros sacrifícios
não eram mais necessários, ou mesmo legítimos?

Certo, mas não entendemos o sacrifício da missa como se fosse um novo sacrifício, mas
porque a Santa Missa, o único sacrifício de Cristo, se torna presente para nós.
E assim, na Santa Missa, o pão e o vinho se transformam em corpo e sangue de Cristo.
Jesus então está realmente presente sobre as aparências do pão e do vinho. Isto é
chamado, como já sabemos, a Presença Real. Mas o pão e o vinho na missa são
consagrados separadamente. Assim, por ordem no sinal do sacerdote, o corpo e o sangue
de Jesus são separados um do outro na Consagração. Agora, na vida humana quando
um corpo se separa de seu sangue, isso significa morte. E da mesma forma na missa,
quando o corpo e o sangue de Jesus são feitos presentes separadamente um do
outro, este ato significa sua morte.

O que está acontecendo na missa é uma representação sacramental da morte de Cristo na


cruz. É claro que Jesus não sofre novamente, isso não seria possível, porque ele agora está
glorificado. Mas de uma forma sacramental, a forma de um sinal de que realmente faz
as coisas acontecerem, Jesus se torna presente no altar como aquele que morreu por nós e
é exatamente sobre isso que a mídia trata, fazer presente o sacrifício na cruz.

Orando e cantando junto com outras pessoas é bom, mas não é nada mais que uma ponta
do que se encontra no centro da missa. A obra salvadora de Cristo na cruz através da
sacramental representação da sua morte, ele nos permite participar das graças que ele
conquistou para nós na cruz.

Na Santa Missa, a salvação é decretada e seus efeitos são aplicados a nós. Isto é o que faz
com que a Santa Missa seja tão especial e absolutamente espetacular.

3MC 40 - Quais são as partes da Missa?

Normalmente a Santa Missa é dividida em duas partes: a Liturgia da Palavra e a Liturgia


Eucarística.

A liturgia da palavra é formada sobretudo de leituras. As leituras são textos selecionados da


Bíblia e os evangelhos que falam de Jesus tem, naturalmente, um lugar central. Nas leituras
ouvimos a Palavra de Deus, o que Deus nos revelou na História da Salvação. Isso nos
ajuda a conhecer a Deus cada vez mais e nos ensina a levar uma vida boa e justa em
Cristo.

A segunda parte, a Liturgia Eucaristica, também gira em torno da Palavra de Deus.


Mas a Palavra do Deus encarnado, que se fez carne em Jesus, que agora está
realmente presente no altar sobre as espécies do pão e do vinho.

Essas duas partes são a forma mais comum de dividir a celebração litúrgica. Mas também
há uma outra divisão da Santa Missa.

À 500 anos atrás havia esses dois santos realmente fantásticos, Santa Tereza D'Ávila
e São João da Cruz, que passaram a maior parte de seu tempo pensando nossa vida
cristã e eles observaram o seguinte. Nossa vida espiritual progride em três fases:
purificação, iluminação e união com Deus. Soa um pouco budista, mas é completamente
católico.
Uma vez que Santa Tereza D'Ávila e São João da Cruz iam para Santa Missa todos os
dias, eles notaram que algo bastante semelhante ocorre na Missa: purificação, iluminação e
união com Deus.

No início da missa encontramos o tema da purificação. Rezamos: confesso a Deus todo


poderoso e cantamos o Kirie, ou, Senhor tem piedade. Depois nós temos as leituras da
Sagrada Escritura. As leituras lança luz sobre o mistério de Deus e nossa fé, elas nos
iluminam e finalmente no altar, Jesus torna-se presente e até mesmo mais do que isso,
podemos recebe-lo na Santa Comunhão e esse é o momento de união mais íntimo.

Portanto, encontramos na Santa Missa às mesmas etapas da vida espiritual: iluminação,


purificação e união com Deus.

Só por isso a Santa missa é certamente a melhor escolha para a nossa vida cristã.

3MC 41 - O que são pecados?

Pecados são pensamentos, palavras e atos contra a Lei Divina.

O que é Lei Divina?

Não é um livro extremamente grosso, com uma lista gigantesca de disposições legais, mas
sim, como diz Jesus, a Lei consiste no amor a Deus e amor ao próximo. Se alguém
realmente ama a Deus e ao seu próximo, ele cumpra lei.

Um pecado então é uma ação incompatível com o amor de Deus ou o amor ao próximo.

Bem, há pecados que são completamente contra o amor de Deus e ao próximo e assim, o
destrói. E há os pecados que só ferem esse amor.

Dessa forma podemos diferenciar entre pecados graves e pecados menores, ou veniais.
Pecados graves são simplesmente contrários ao amor de Deus e do próximo. Eles atacam
completamente esse amor.

Idolatria, não guardar os domingos, adultério, assassinato ou roubo são apenas


alguns exemplos deles. Quem faz essas coisas conscientemente e de livre arbítrio
comente o que é chamado de pecado sério, ou grave. Pecados graves destroem o vínculo
de amor que nos une a Deus. Perdemos a Graça Santificante pela qual nós compartilhamos
na vida divina e assim, a perda da Graça também significa a perda da nossa vida
sobrenatural. É
por isso que os pecados graves são também chamados pecados mortais.

Os pecados veniais, como todos os pecados, mostram uma certa falta em colocar as
coisas na ordem certa. Eles podem ser um exagero, ou desleixo, em matérias que não
são tão graves. Pode haver desorientação, mas ela não é dirigida contra o amor de Deus
ou ao próximo.
Qual seria um exemplo que ilustra a diferença?

Bem, mentir é claramente sempre um pecado e esse pecado seria grave se eu enganar
alguém em um assunto muito importante, ou causar-lhe danos.

Por exemplo, se eu vender alguém uma casa fantástica por um monte de dinheiro mas na
realidade eu bem sei que ela é um horror. Isso está voltado diretamente contra o amor ao
próximo. Se por outro lado, sem intenção de machucar alguém, eu digo a uma outra pessoa
que eu gosto de sua forma de tocar violoncelo, mesmo que eu não goste de violoncelos,
isso normalmente seria considerado um pecado venial.

Os pecados veniais então são menos graves porque eles não destroem o amor de Deus e
do próximo. Mas mesmo assim, isso não os torna bons, eles são e permanecem sendo
pecados. Eles precisam ser evitados assim como todos os outros pecados, ainda mais pelo
fato de que frequentes pecados veniais nos levam a cair rapidamente em um pecado
mortal.

Se por exemplo, eu sou frequentemente criativo com a verdade em questões


menores, então eu vou formar um hábito e eu rapidamente vou me encontrar em uma
situação em que eu comece a mentir em assuntos mais importantes.

Então, aí está: pecados graves e veniais.

Para concluir esse episódio, podemos tentar ilustrar os efeitos que esses diferentes
pecados têm sobre nós.

Uma vela acesa representa a luz da Graça e ilumina a nossa alma. Ela nos permite ver o
caminho para Deus, para que possamos alcançar o nosso objetivo com segurança. Assim é
que realmente deve parecer em todos nós o tempo todo.

Através de pecados veniais a chama começa a tremer. Nós ainda podemos ver as
coisas, mas uma chama vacilante já não brilha tanto e é difícil ver tudo claramente
sob essa luz.

Qualquer pessoa que tenha tentado ler algo à luz de uma vela vacilante sabe o que eu
quero dizer.

Através do pecado mortal a luz se apaga completamente, estamos no escuro e não somos
mais capazes de avançar em direção a Deus até que a luz seja restaurada para nós. Aqui
vemos isso mais uma vez usando um exemplo diferente.

Viver a vida de Graça significa uma alimentação saudável, você cresce e prospera. Os
pecados veniais são como alimentos não digeríveis, ou em exagero, ambos vão lhe dar
uma dor de estômago.

Pecados graves, por outro lado, são como veneno, o fim, game over. Enquanto com os
pecados veniais você pode consertar as questões em grande parte por conta própria, com
os pecados graves você precisa de ajuda de fora, e essa ajuda nos vem de Deus na forma
do Sacramento da Reconciliação ou Confissão.

Ficando ainda com os exemplos, na Confiissão somos ressuscitados, ou a luz da Graça é


reacendida.

3MC 42 - Quais são os 10 Mandamentos?

Um pecado é um ato contrário ao amor de Deus, ou ao próximo. Como uma boa pista para
saber o que corresponde o que é contrário a esse duplo preceito do amor, Deus deu a seu
povo os dez mandamentos. Isso aconteceu a muito tempo atrás durante o êxodo do Egito,
mas os Dez Mandamentos, naturalmente, continuarão a ser um bom padrão moral para a
nossa consciência.

De acordo com a maneira católica usual de agrupar os Dez Mandamentos, eles se dividem
em dois grupos: os três primeiros mandamentos são em relação a Deus e os outros sete
mandamentos se aplicam a nossa vida como membros de uma sociedade.

O primeiro mandamento é: eu sou o senhor teu Deus, tu não deves ter outros deuses
além de mim, tu não farás para ti um ídolo.

Isso significa que Deus, que transcende a terra todas as coisas terrenas, tem que tomar o
primeiro lugar em nossa vida. Nem dinheiro, nem influência, sucesso, beleza ou qualquer
outra coisa deve tornar-se um ídolo tomando o lugar de direito de Deus.

O segundo mandamento é: não tomarás o nome do Senhor teu Deus em vão.

Isso significa que devemos tratar os nomes de Deus e de todas as coisas sagradas com
respeito e não abusar deles para amaldiçoar. Nem devemos cometer o mal em nome de
Deus.

O terceiro mandamento é: guardar domingos e festas.

Isso significa que vamos para Santa Missa no dia do Senhor, que nos permitimos descansar
e que não fazemos trabalhos desnecessários nesse dia. Para os judeus o dia do Senhor era
o sábado, o sétimo dia, o dia da conclusão da Criação. Para os cristãos o dia do Senhor é
o domingo. Ele é visto como cumprimento do sábado e é o oitavo dia, o primeiro dia
da nova semana, o dia da ressurreição e assim, o dia da nova criação em Cristo.

O quarto mandamento é: tu deves honrar seu pai e sua mãe.

Esse mandamento é sobre a correta relação das crianças em relação a seus pais e dos pais
para com seus filhos. As relações na família devem ser marcadas pelo amor e respeito.

O quinto mandamento: não matarás.

Isso significa que não se pode violar o direito à vida de uma pessoa inocente, assim, a
eutanásia, o aborto e o suicídio também quebram este mandamento. Poderíamos, é claro,
também reformular o quinto mandamento em: tu deves respeitar a vida. O uso indevido de
álcool, tabagismo pesado, o uso de drogas destroem a vida, e assim, eles também são
contrários ao quinto mandamento.

O sexto mandamento: não cometerás adultério.

Isso significa que devemos manter o casamento sagrado e o amor conjugal juntamente com
tudo o que pertence a ele. A sexualidade é uma expressão do amor conjugal e tem seu
lugar justamente aí, no casamento. Todas as coisas relacionadas com esta verdade será o
tema dos episódios posteriores.

O sétimo mandamento é: não roubar.

Isso significa que devemos respeitar a propriedade e os direitos dos outros. Isso inclui tratar
os outros de forma justa e não tirar lucro às suas custas, trapacear na escola também não
vale.

O oitavo mandamento é: não levantarás falso testemunho contra o teu próximo.

Isso significa que nós, como cristãos, estamos comprometidos com a Verdade. Nós não
devemos mentir e definitivamente não causar dano a outros por meio de fraudes.

O nono mandamento é: não cobiçarás a mulher do teu próximo.

Esse mandamento naturalmente vai para homens e mulheres. É dirigido contra a luxúria,
porque a luxúria não apenas destrói a própria vida mas a vida de toda família. Esse
mandamento também nos ordena a evitar as coisas que despertam desejo nos outros. Por
exemplo, não é bom usar uma saia que é tão curta que poderia ser confundida com um
cinto. A palavra antiquada, mas perfeitamente apropriada para isso é modéstia. Ela não
existe para esconder algo feio e falso, mas sim, para proteger algo de valor.

O décimo mandamento é: não cobiçarás os bens do seu próximo.

Isso significa que devemos lutar contra toda forma de inveja e ganância. Temos de
aprender a lutar pelos bens mais altos porque os bens mais altos e espirituais têm uma
enorme vantagem, podem ser compartilhados sem se tornar menores. Se alguém por
exemplo compartilha de alguma verdade, ela não se torna menor por ter sido compartilhada,
porém, agora há mais pessoas que podem aprecia-la.

Esse é um breve resumo dos Dez Mandamentos. Eles são uma boa bússola que está
sempre apontando para o fim último do homem, que é estar com Deus.

3MC 43 - Quais são os 7 pecados capitais?

junto com os Dez Mandamentos há outra lista de coisas que devemos procurar evitar, os
Sete Pecados Capitais: Orgulho, avareza, inveja, ira, luxúria, gula e preguiça.
Os Pecados Capitais são chamados pecados capitais não porque eles são sempre os
pecados mais graves, mas porque eles são geralmente a fonte de muitos outros pecados.

Os sete pecados capitais podem com freqüência ter algo a ver com as nossas disposições
naturais ou como fomos criados.

Algumas pessoas, por exemplo, são por natureza muito ativas e impulsivas. Devido a isso
elas provavelmente irão ter que lutar contra a raiva muito mais do que contra a preguiça.
Outras pessoas podem ter exatamente o problema contrário, elas podem ser mais
relaxados ou preguiçosos por natureza. Vai ser mais difícil para elas lutarem contra a
preguiça do que evitar a raiva.

Há uma maneira de aprender os pecados capitais que ligando-os todos em uma cadeia.
Essa cadeia de pecados naturalmente não tem que acontecer assim na realidade, mas
é uma boa maneira de lembrar deles.

Vamos começar com o orgulho.

Quando eu me orgulho, eu me considero o centro do universo. Se eu sou o centro do


universo então eu naturalmente acho que eu tenho direito a tudo. Eu não vou dar nada
livremente e por isso eu sou ganancioso. Então, se eu ver que alguém tem algo que eu não
tenho vou me tornar invejoso e se eu não puder possuir aquela coisa então eu fico com
raiva, mas como estar com raiva não ajuda muito, vou procurar alguma espécie de
substituto bem não geralmente procuramos um substituto na forma de prazer especialmente
o prazer ligado com dois de nossos impulsos básicos: o impulso sexual e a vontade de
comer. Isso conduz rapidamente aos pecados capitais da luxúria e da gula. Mas como
seguindo a esses impulsos na verdade não realiza o homem, vamos cair na preguiça.

E aí está os Sete Pecados Capitais: soberba, avareza, inveja, ira, luxúria, gula e preguiça.

3MC 44 - O que é a confissão?

Quando perdemos a luz da graça pelo pecado, só uma coisa pode ajudar: a confissão.

Na confissão somos reconciliados com Deus através do ministério da Igreja, mas porque
não podemos consertar as coisas diretamente entre nós e Deus? Porque é que a
reconciliação é mediada através da Igreja?

Bem, Jesus disse aos apóstolos: a quem perdoardes os pecados lhe serão perdoados.
Aqueles a quem lhe retiverdes, serão retidos.

A Reconciliação, portanto, é um mandato, um dever ordenado a Igreja por Cristo e a Igreja


exerce esse mandato até hoje através dos bispos como sucessores dos apóstolos e através
de seus colaboradores sacerdotais.

Com o claro mandato de Jesus o assunto pode realmente ser considerado resolvido, mas
como com tudo o que deus faz a uma sabedoria por trás da forma que o sacramento da
penitência foi estabelecido.
Primeiro de tudo, Deus, como já vimos, permite e deseja que a humanidade participe na
obra de sua salvação através da administração dos Sacramentos. Dessa forma, o bispo, ou
padre, está agindo como um instrumento. Ele não age por sua própria força, mas é Cristo
quem age através dele. Em segundo lugar, os sacramentos fazem o que é espiritual ser
visível, audível e tangível os sentidos. Através dos sacramentos podemos perceber através
de sinais sagrados o que está sendo realizado de forma invisível em nossa alma.

Deus criou os sacramentos e esses sinais sagrados precisamente porque respondem à


nossa natureza humana, uma natureza que ele mesmo criou.

A confissão não é diferente dos outros sacramentos nessa área. Nós podemos realmente
ouvir que nossos pecados realmente foram perdoados.

Em terceiro lugar a existência do cristão não é solitária, mas, ele existe como membro do
corpo místico de Cristo. Se um membro está doente, todo o corpo sofre por conta disso.

Assim, se por exemplo a igreja enviada a anunciar o amor de Deus para a humanidade e
alguns de seus membros agem contra ela, então esse comportamento entre aquece toda a
igreja.

Nossos pecados prejudicam a missão e a credibilidade da igreja e é por isso que é


realmente bastante conveniente que o sacramento da reconciliação seja dado de tal forma
que ele também mostre a reconciliação com a comunhão dos fiéis.

Então, confissão como um mandato da igreja faz sentido. No entanto não só faz sentido
como um sacramento que podemos receber com freqüência, é também um dos principais
auxiliares no nosso caminho para Deus. Pois, veja você, ela realiza três coisas:

1. primeiro, a confissão limpa. Assim como o banho regular é bom para o corpo,
também é para alma. Porque a confissão limpa do pecado todos aqueles que estão
arrependidos e seus pecados e que possui um coração contrito.
2. segundo, a confissão cura. O pecado causa muitas feridas e elas são curadas na
confissão
3. terceiro, a confissão fortalece. Assim como um bom remédio não só cura, mas
também restaura as nossas forças, assim é com a confissão que cura e fortalece.

A confissão então é um ótimo meio para santificar as nossas vidas

3MC 45 - O que é a Unção dos Enfermos?

Há pessoas que podem fazer truques muito legais em uma bicicleta, há pessoas que não
podem, mas elas podem plantar bananeira e depois há pessoas que não podem fazer
truques nem plantar bananeira nem qualquer outro grande feito físico porque estão doentes,
por exemplo, ou porque elas já são de idade. Mas elas não perderam nada da sua
dignidade por causa disso, porque a dignidade e o valor do homem residem na sua alma
imortal e não em seu corpo e independentemente de quão em forma ou bem treinado ele
está.
Agora, quando o corpo fica doente e frágil e a vida de uma pessoa está em perigo, quando
talvez ela esteja prestes a embarcar nessa jornada final então a igreja administra o
sacramento chamado unção dos enfermos.

Na celebração desse sacramento a testa e as mãos são ungidos com óleo e essa oração é
recitadas: por esta Santa Unção e pela Sua infinita misericórdia o Senhor venha em
teu auxílio com a Graça do Espírito Santo, para que, liberto dos teus pecados ele Te
salve e na Sua bondade, alivie os teus sofrimentos.

O efeito desse sacramento é um fortalecimento do corpo e da alma, particularmente da


alma porque a unção dos enfermos traz entre outras coisas o perdão dos pecados. Para
aqueles que se encontram em estado crítico esse sacramento une a Jesus de uma maneira
especial. O próprio Jesus, como verdadeiro homem, enfrentou os temores crescentes de
sua natureza humana. Ele não se coíbe do caminho do sofrimento, mas tomou a morte
sobre si. E através da união com Jesus, o receptor desse sacramento recebe consolo e paz.

O sacramento da Unção dos Enfermos pode ser recebido mais de uma vez, sempre que um
novo perigo ameaça a vida de alguém. E desde que a Unção dos Enfermos é administrada
idealmente junto da Confissão e da Eucaristia, é bom que os familiares chamem um padre
o mais cedo possível.

Bem, essa é a unção dos enfermos.

3MC 46 - O que é um sacerdote católico?

Há sacerdotes na maioria das religiões. Os sacerdotes são vistos como mediadores entre
Deus e os homens. Eles instruem as pessoas, santificam o povo e oferecem sacrifícios em
nome Dele. Sacerdotes também existiam no judaísmo e eles fizeram a mesma coisa, eles
instruiram as pessoas, santificaram e ofereceram sacrifícios em Seu nome.

Agora, o cristianismo veem do judaísmo, mas algo muda aqui. No cristianismo não
existe mais sacerdotes no plural, mas, apenas um único sacerdote, isto é, Cristo.

Assim como outros sacerdotes, Cristo instruiu o povo, santificou e ofereceu um sacrifício.
Mas ele fez tudo isso de forma tão perfeita, que nada pode realmente ser adicionado a isso.

Jesus é o mediador perfeito entre Deus e o homem e não é de se estranhar, já que é


verdadeiro Deus e verdadeiro Homem. Uma vez que Jesus é o mediador perfeito,
ressuscitado dos mortos e que não morre mais, só há um único sacerdote na nova aliança,
Cristo.

Mas então quem são todos os homens com camisas pretas e roupões? O que são os
padres católicos?

Bem, já dissemos que Jesus ofereceu o sacrifício perfeito na cruz. Ele deu a sua vida por
amor à humanidade a fim de que o sacrifício da cruz possa permanecer presente e continua
santificar o homem Jesus instituiu o sacramento da eucaristia na última ceia, o que nós
chamamos de sacrifício da missa. Como já foi dito, não é um novo sacrifício e sim, um fazer
presente o sacrifício da cruz.

O mesmo sacerdote que oferece o sacrifício da missa é de fato o próprio Cristo. Ele é o
sacrifício e aquele que se sacrifica. Ele dá a si ao Pai Celestial.

Até aqui, tudo bem, mas tudo o que acontece na santa missa não é apenas algo puramente
espiritual, mas um sacramento. Isto é, um sinal visível instituído por Cristo para o bem da
humanidade. E se na Sagrada Eucaristia o sacrifício é representado através das espécies
de pão e vinho, então quem sacrifica também deve ser reapresentado de alguma forma e
isso é precisamente o que o sacerdócio sacramental faz. O sacerdote consagrado está lá a
fim de representar a Cristo, para tornar Cristo presente e para torna-Lo visível.

O sacerdote consagrado não age em seu próprio nome, em vez disso, através de sua
ordenação, ele participa do único sacerdócio de Cristo. Consagrado no sacerdócio de Cristo
ele age in persona Christi, como é chamado latim.

Isso faz com que o sacerdote na visão católica seja completamente diferente do que
quaisquer sacerdotes em outras religiões. O sacerdote católico, como um homem, não
oferece para si ou para outras pessoas. Ele não age em seu próprio nome ou por conta de
sua própria santidade pessoal, não. Na celebração dos sacramentos e especialmente na
celebração da eucaristia ele torna Cristo presente.

Os momentos em que ele é mais sacerdote são os momentos em que ele é menos ele
mesmo.

Soa místico, e é.

3MC 47 - Quais são os graus do sacramento da Ordem?

O sacramento da Ordem tem três níveis: o bispo tem a plenitude da autoridade sacerdotal.
Através da imposição das mãos, ele é ligado, em linhagem direta, com os apóstolos. Isso
significa que um bispo foi ordenado por um outro bispo, e que o bispo foi ordenado por um
outro bispo, e assim sucessivamente até chegar a um bispo que foi nomeado por seu
ofício e ordenado por um apóstolo.

Essa linhagem é o que é chamado de Sucessão Apostólica. A tarefa do bispo é orientar


uma parte dos fiéis, ensiná-los e santifica-los. A parte da igreja é chamada de diocese ou
bispado.

Normalmente o bispo não pode fazer todo o trabalho sozinho, por isso ele tem ajudantes.
Destes, os chefes são os sacerdotes, que constituem o segundo nível do sacramento da
Ordem. Os sacerdotes são ordenados por um bispo e são encarregados de uma tarefa
específica. A tarefa principal de qualquer sacerdote é administrar os sacramentos.
Quando um sacerdote recebe a tarefa de liderar uma das muitas unidades menores de uma
diocese, chamada de paróquia, ele é chamado de pastor. Quando um sacerdote enviado
para apoiar um pastor, ele é chamado de vigário, ou pastor assistente. Além de bispos e
padres, há ainda um terceiro nível de ordens sagradas, o diaconato.

Normalmente o diácono é ordenado e comissionado para ajudar o padre na paróquia. Ele


pode batizar e presidir casamentos, ou, entre outras tarefas pastorais, realizar funerais.

Assim, esses são os três graus do sacramento da Ordem. Mas e o papa?

Bem, ser papa não significa realmente um nível mais elevado de ordens sagradas. Se
tornar papa é o resultado de uma eleição. Em termos do sacramento da ordem o papa
ainda é apenas um bispo, no entanto ele é o bispo de Roma. Como bispo de Roma, ele é o
sucessor de Pedro, que levou a comunidade cristã a Roma no primeiro século. E como
sucessor de Pedro, o papa tem uma autoridade especial que exerce para o bem de toda a
igreja.

Nos três níveis de ontem sagradas podemos ver a natureza hierárquica da igreja, mas essa
hierarquia é mais sobre o serviço, do que sobre o governo.

3MC 48 - O que é o casamento?

Estar apaixonado é uma sensação de formigamento na área do estômago, ou algo assim.


De qualquer modo, este tipo de paixão é um sentimento. Amor real, por outro lado, é muito
mais do que um sentimento, é um ato da vontade.

Isso pode não soar é muito romântico, mas mesmo assim é verdade e esta é a razão: todo
mundo sabe que o melhor fundamento para o verdadeiro amor é uma amizade profunda e
como os antigos filósofos gregos mostraram a amizade é fundamental, querer o bem do
outro. E aí está o amor no sentido de uma verdadeira e profunda amizade é um ato da
vontade, pois, queremos o bem do outro.

Ok, mas nós podemos ter um monte de amigos. Nós podemos desejar o bem de muitos e
não apenas um. Porém, além de todas essas amizades, existe uma forma única de
amizade, algo que podemos chamar de relação especial.

Essa relação e um tipo único de amizade porque é exclusivo, isto é, nela nós nos
relacionamos com uma única pessoa, e não com muitas. Nessa amizade única
encontramos expressões únicas também de amor, as formas de expressão que são
reservadas para uma única pessoa.

Essa relação de exclusividade normalmente pode ser chamada de casamento. A existência


do casamento é tão longa, quanto a das pessoas independente de cultura ou religião. Não é
uma invenção do cristianismo, mas a fé cristã pode nos dar uma perspectiva nova e mais
profunda sobre o casamento. Isto porque Cristo elevou o casamento à dignidade de
sacramento. Isso significa que casamento cristão entre um homem e uma mulher não é
apenas uma união natural, mas um sinal sagrado que simboliza a relação entre Cristo e a
igreja.

Sempre que dois cristãos batizados se comprometem com essa parceria diante de Deus e
da igreja, ou seja, eles dizem sim a uma fidelidade de toda a vida, ao dom recíproco de si e
também os filhos que Deus lhes dará, então, o seu casamento é um sacramento.

Como um sacramento, o casamento é uma fonte de graça de força e os cônjuges


necessitarão um do outro para caminhar juntos pela vida com sucesso, pois haverá
tempos bons e ruins, vezes quando o caminho é difícil. As pessoas mudam, cometem erros,
discutem, se sentem abandonadas, vamos precisar de paciência, de força para pedir
perdão e para ter vontade de perdoar.

No casamento você terá constantemente que aprender o que significa a boa vontade para
com o outro. Significa uma chamada morrer para si mesmo e viver para o outro. Mas como
essa é precisamente a mensagem de Cristo, o casamento cristão revela-se como
verdadeiro discipulado e como um caminho para a santidade.

Para resumir, o casamento é uma relação exclusiva voltada para o bem dos cônjuges e
seus filhos. Se o casamento é Cristão, então é um sacramento, um sinal santos, sagrado e
santificante que representa Cristo e sua igreja.

3MC 49 - O que é o sexo?

Que pergunta tola, todo mundo sabe o que é o sexo. Não?

Todo mundo sabe como o sexo funciona, mas poucos parecem saber o que o sexo é
realmente.

Visto de uma perspectiva biológica básica, o sexo é o ato da procriação. Isso é importante e
não deve ser esquecido. Mas com as pessoas, no entanto, o sexo vai além desta função
biológica, é um ato de pessoas humanas e devemos entender essa dimensão humana
pessoal do sexo a fim de entender o que a sexualidade humana realmente é e o que ela
significa.

A fim de conseguir isso vamos começar com a seguinte pergunta: quais são as diferentes
maneiras de adquirir ou possuir alguma coisa?

Nós podemos comprar algo. Eu dou alguma coisa e em troca eu consigo alguma coisa.
Assim, por exemplo, eu dou dinheiro e receber um hambúrguer, mas, isso é importante,
eu só dou alguma coisa se eu conseguir alguma coisa em troca. É assim que a compra
funciona.

A propósito, comprar e perguntar coisas é o mesmo. O dinheiro foi simplesmente inventado


por que é mais prático transportar notas em sua carteira do que digamos, um porco.
Outra forma de adquirir algo é roubar. Essencialmente, roubar é tomar algo contra a
vontade do outro. Não é uma maneira muito agradável, mas, infelizmente, algumas pessoas
fazem isso. Quando eu roubo alguma coisa, então, eu não me importo com a outra pessoa.
O que importa é que eu tenha o que eu quero.

A terceira maneira de adquirir algo é recebendo como um presente. Dar é diferente das
outras duas formas. Isso porque um presente não se trata do que eu recebo em troca, mas
é sobre o bem do outro.

Essas três formas descrevem como chegamos a possuir coisas: como algo comprado,
roubado ou como um presente.

Todas as outras formas de adquirir algo são semelhantes e podem ser reduzidas para
essas três formas básicas.

Vamos pegar essas três formas e relacionadas com as relações humanas, com relações
sexuais. O exemplo clássico de comprar algo em um relacionamento sexual é a
prostituição, sexo por dinheiro. Mas na verdade, toda relação caminha nesse sentido se os
parceiros estão principalmente preocupados com seus próprios benefícios. Trata-se de: eu
vou te dar alguma coisa, mas só se você me der alguma coisa.

Tais relações geralmente acabam tão logo um dos parceiros sente que ele ou ela não
está recebendo nada ou não o suficiente, ou, simplesmente, não o que ele ou ela quer.

Roubo em uma relação sexual é equivalente ao estupro. Eu tomo o que eu quero contra a
vontade do outro e em detrimento do outro. Enquanto o estupro é certamente o exemplo
mais abominável de tal tipo de relação, de fato qualquer relação vai nessa direção se
pressão forças são usados para fazer o outro submisso.

Agora, o que acontece com o presente?

Dar tem a ver com amor, isso não é surpresa, pois já estabelecemos que amar significa
querer o bem do outro e não há nada nessa definição sobre o que você lucra dela, você
simplesmente dá e no caso de um relacionamento, você não dá nada além de si mesmo.

Esses três tipos descrevem as formas em que vivemos e experimentamos relacionamentos


e sexualidade. Pode não ser sempre tão nítido, às vezes essas três formas estão presentes
de alguma forma de relação, mas mesmo assim esses são os três tipos básicos de
relacionamentos.

Agora, que tipo de relacionamento vai fazer uma pessoa verdadeiramente feliz?

A resposta não é tão difícil, os dois primeiros tipos de relações tratam a outra pessoa como
um objeto que é utilizado. Trata-se do que eu quero, o que me beneficia agrada. No final, a
outra pessoa realmente não importa para mim.

Tratar os outros como objetos não é humano e ser tratado como objeto, definitivamente não
nos faz feliz. Com o amor é diferente, não é sobre mim, mas sobre a outra pessoa. Eu
percebo o outro como uma pessoa, em toda sua dignidade. A outra pessoa não é um objeto
que eu uso, mas um outro ego. É por isso que o amor apenas corresponde a natureza do
homem e só o amor pode fazê-lo feliz.

O que isso significa para o sexo?

Bem, o sexo deve ser uma expressão genuína da doação, só então é verdadeiramente um
ato humano de amor.

O próximo episódio vai tentar explicar o que isso significa mais concretamente.

3MC 50 - O que a Igreja ensina sobre a moralidade sexual?

No ponto de vista biológico basico, o sexo é o ato da procriação. Como um ato sexual
humano genuíno ele também deve ser uma expressão de um dom de si amoroso. Até aqui
já falamos no episódio anterior, agora, para que o sexo seja uma expressão real do dom de
si, algumas coisas devem ser levadas em consideração.

Um presente tem duas características essenciais. Um presente é para sempre e um


presente é dado completamente.

Quando eu ignoro essas características de um presente na sexualidade humana eu destruo


o real significado do ato sexual como uma expressão da doação. Isso significa que, antes
de mais nada, o sexo não pode ser uma expressão genuína da doação se eu não pretendo
permanecer junto ao outro. Ou seja, se há uma data de validade no relacionamento ele é
uma aventura, um caso amoroso, um relacionamento temporário ou um “vamos dar uma
tentada” e Isso destrói o sentido do sexo como uma expressão da doação de si.

O sexo tem seu lugar em um relacionamento onde se leva a sério e esse doar-se para
sempre.

No casamento, quando eu prometo solenemente diante de Deus e das pessoas que vou
amar honrar e estimar o outro todos os dias da minha vida. Eu faço um compromisso firme
de que eu quero me doar para sempre e é por isso que o sexo pertence apropriadamente
ao casamento.

Em segundo lugar, um presente é dado completamente, tem que ser dado por inteiro. Para
o sexo isso significa que eu tenho que doar-me como eu sou, como um homem ou uma
mulher, com a minha masculinidade ou feminilidade. Isso inclui a minha fertilidade que é
parte de mim como um ser biológico. Procriação não é o único significado da sexualidade
humana, mas ela está lá, na própria natureza do ato sexual e se destruo a minha fertilidade
de propósito, o ato sexual não consegue mais ser uma expressão do doar-me
completamente, essa é a razão por que a igreja rejeita a contracepção artificial.

Contraceptivos artificiais destroem o significado do ato sexual como um dom de si


verdadeiro e, portanto, o sexo já não seria uma expressão autêntica doar-se. A
contracepção artificial é consequentemente excluída pela igreja.
Agora, há outros métodos de planejamento familiar?

Existem diferentes métodos, na verdade, modernos, de planejamento familiar natural. Estes


métodos procuram determinar os dias férteis e inférteis de uma mulher. Se o amor do
cônjuge ou os filhos são motivos sérios para evitar a concepção de uma outra criança, o uso
de planejamento familiar natural é moralmente aceitável.

A diferença entre o planejamento familiar natural e a contracepção artificial reside no fato de


que ao usar o planejamento familiar natural a fertilidade humana e a integridade da pessoa
humana não são aniquilados, mas são respeitadas como são.

Ok, já é o suficiente sobre esse assunto. Agora, naturalmente, há outros temas ligados à
sexualidade, mas se entendermos o argumento básico da natureza do sexo, sendo tanto
um ato biológico, como um ato humano, então vamos também compreender o ensinamento
da igreja sobre a pornografia, masturbação ou atos homossexuais.

A igreja pesa todas essas coisas à luz do verdadeiro significado do ato sexual. Porque a
sexualidade humana não é simplesmente para acalmar alguma necessidade ou satisfazer o
impulso, mas esse ato tem uma dimensão humana e pessoal. Sexo existe para expressar
um dom de si.

Sempre isso é ignorado, nós em verdade destruímos o amor e, no final, a dignidade da


pessoa humana.

VII - O Santificado (Igreja)

3MC 51 - Quem é o Espírito Santo?

O Espirito Santo é a terceira pessoa da Santíssima Trindade. Na Trindade ele procede do


Pai e do Filho, ou seja, ele é o amor entre o Pai o Filho.

Agora vai ficar emocionante para todos aqueles que seguem a Cristo e são santificados por
meio dos Sacramentos.

São Paulo escreve: “o amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo
que nos foi dado”.

Então, se seguirmos a Cristo e estamos conformados com Ele, o amor de Deus, o


Espírito Santo, é derramado em nossos corações. Nós nos tornamos um templo do Espírito
Santo, Ele toma sua morada em nós, isso não só soa bem, mas também faz uma tremenda
diferença em nossa vida. Porque com o Espírito Santo também temos o seu poder apoiando
nossas ações. Manter os mandamentos e realizar obras de caridade será muito mais fácil
dessa maneira e a oração também se tornará mais profunda porque Deus está mais perto
de nós através da moradia do Espírito Santo. A grande diferença entre uma vida
apoiada no Espírito Santo e uma sem, pode ser ilustrada no exemplo a seguir.

Se eu tentar sair da Europa para a América em um barco a remo, então isso vai ser muito
lento e cansativo. Na verdade, é bem provável que tal feito seja simplesmente além das
minhas forças e, ainda, ao tempo que seria necessário para que eu faça isso. Não, só com
minhas próprias forças em um barco a remo eu provavelmente não vou chegar à América
nunca.

Agora, contrastando, vamos pegar um veleiro. Ele usa o poder do vento e portanto, vou
chegar mais rápido. Será, ainda, certamente uma aventura no mar e com tempestades
violentas, mas graças à força do vento eu posso em realidade ter sucesso.

Essa é precisamente a diferença entre uma vida sem o Espírito Santo e uma vida
com o Espírito Santo.

Com o Espírito Santo nós realmente podemos fazer progressos porque o poder de Deus
apóia nossas ações. Se quisermos ficar com a comparação do veleiro, então poderíamos
acrescentar o seguinte: o veleiro do Espírito Santo tem sete velas, elas representam os sete
Dons do Espírito Santo, que são sabedoria, entendimento, conselho, fortaleza,
ciência, piedade e temor de Deus.

Esses dons aperfeiçoam as habilidades de nossa alma e nos fazem receptivos às


sugestões do Espírito Santo. Eles são de alguma forma como verdadeiras velas que dão ao
Espírito Santo uma maior área de superfície para conduzirmos para frente.

3MC 52 - O que é a Igreja?

A palavra a igreja vem da palavra grega ecclesia, que significa ser chamado para fora, ou
chamado para adiante. Então, quem chamou? Bem, Deus, é claro. O cristão é chamado
para fora do mundo para seguir a Cristo.

A igreja então é a comunidade daqueles que seguem a Cristo e estão unidos a ele e ao
outro. Nós estamos unidos a Cristo através da fé, esperança e caridade. Estamos unidos
um ao outro por meio da comum profissão de fé, através da celebração dos sete
sacramentos e do reconhecimento da autoridade competente da igreja.

Tudo isso nos faz católicos e membros vivos da igreja. Isso nos leva a imagem mais comum
da igreja, a igreja como corpo místico de Cristo. Cristo é a cabeça, nós somos membros do
seu corpo. Essa imagem bíblica nos mostra duas coisas. Primeiro, assim como um corpo
não pode funcionar sem a cabeça, assim é com a igreja. Sem Cristo a igreja não é nada, ele
é a cabeça.

Jesus fala sobre isso na parábola da videira. Ele é a videira, nós os ramos. Separado da
videira os ramos não podem produzir qualquer fruto, eles murcham, é a mesma coisa com a
gente. Cristo então é a cabeça da igreja, ele dá a direção e sem ele nada funcionaria. Ao
mesmo tempo, como membros de seu corpo, somos chamados a trabalhar no mundo que
nos rodeia, somos, por assim dizer, as mãos e os pés de Deus no mundo.

Segundo, a imagem do corpo mostra que a igreja não é apenas um conjunto de crentes.
Um corpo só funciona porque os seus diferentes órgãos e partes trabalham em conjunto, é
assim também com o corpo místico de Cristo.
Existem diferentes tarefas e ofícios. Todas as partes da igreja são coordenadas e
hierarquicamente entre si e todos eles são ordenadas para a cabeça.

Todos os fiéis são membros desse corpo místico e isso inclui não apenas aqueles que
atualmente vagam sobre a terra, mas também aqueles que já se foram daqui. Compreende
aqueles que ainda precisam de purificação e os que já estão notificados no céu. Esses três
grupos são chamados de igreja militante, isto é, aqueles que ainda lutam aqui na Terra.

Depois, a igreja purgante, que são as almas do purgatório e a igreja triunfante, que são as
almas no céu.

Não membros em realidade, porém, ordenados ao corpo místico de Cristo são aqueles
que talvez nunca tenha ouvido falar da igreja, mas vivem com justiça e retidão diante de
Deus que anseiam por um redentor e que sinceramente buscam o todo poderoso.

Pode ser que eles ainda não pertençam à igreja, mas Deus os ajuda com a sua graça para
que também eles possam encontrar o caminho para o seu povo. Ao mesmo tempo, pode
haver pessoas que exteriormente pertençam a igreja simplesmente em virtude do seu
batismo, mas por causa do seu estado de alma, ela são agora simplesmente membros
mortos do corpo de Cristo.

3MC 53 - Quais são as quatro características da Igreja?

O Crédo fala de una, santa, católica e apostólica.

A igreja é una porque os fiéis a compartilham com uma só a fé comum. Assegurar que essa
fé única seja preservada e transmitida é a principal tarefa do papa. Ele é, portanto, um servo
da unidade na fé.

A igreja santa assim felizmente não porque todos os seus membros são fantasticamente
santos. As pessoas na igreja são apenas pessoas e, portanto, elas são pecadoras desde o
pegador de picles, até o papa. Por que então nós ainda dizemos que a igreja é santa?

1. Primeiro é igreja santa porque Jesus é o seu chefe e fundador e todos aqueles que
estão unidos a ele através da graça, são de fato membros vivos e santificados do
seu corpo.
2. Em segundo lugar, a igreja é santa por causa de seu objetivo final. A razão pela qual
a igreja existe é trazer as pessoas para a comunhão com Deus, a glória do céu,
onde todos os que pertencem a cristo são santos e aperfeiçoados.
3. Terceiro a igreja santa porque nela encontramos todos os meios para santificar as
nossas vidas, para nos tornar santos. Os meios para a santidade são acima de tudo
os sete sacramentos. Através dos sete sacramentos estamos unidos cada vez mais
a Cristo e somos, portanto, santificados.

Nestas três formas a igreja é realmente santa, apesar do fato de que nela encontramos
mais do que suficiente pessoas fracas e pecadoras.
A igreja é católica porque é encontrada em todo o mundo. A palavra católica vem da palavra
grega katholikos que significa universal. A igreja então é católica porque se estende a todos
os cantos do mundo e as pessoas de cada país, língua e cultura estão entre os seus
membros.
A quarta característica da igreja é que ela é apostólica. A palavra apóstolo está escondida
nesta palavra. Após sua ressurreição Jesus confiou aos apóstolos a missão de levar a fé
até os confins da Terra. Ele confiou a sua mensagem a eles e aos seus sucessores, os
bispos. Cada bispo na igreja pode traçar sua linha de sucessão de volta a um dos
apóstolos. Desta forma os apóstolos de sua pregação continuam sendo a base da igreja até
hoje e é por isso que a igreja chamada apostólica.

Essa característica da igreja, no entanto, também deve lembrar nos de que nós mesmos
somos chamados a ser apóstolos do nosso tempo. Essas, então, são as quatro
características principais da igreja: é una, santa, católica e apostólica.

3MC 54 - Por que mesmo que a Igreja existe?

Uma história muito legal para responder a essa pergunta. O menino quer fazer seu pai feliz,
ele quer comprar um presente para ele, mas ele não tem dinheiro. Então, ele se vira para o
pai e pede a ele algumas moedas. Agora ele tem dinheiro, mas o presente que ele quer
comprar está em uma loja e a loja está na cidade. Mais uma vez ele precisa da ajuda de
seu
pai.

Uma vez na loja ele descobre que o presente está lá em cima na prateleira. O pai tem que
levanta-lo. É a mesma coisa no caixa.

Tendo retornado para casa, o filho sorridente e orgulhoso entrega ao pai o seu presente.

Uma doce história sobre um menino dando um presente. Sim, doce, mas a rigor pode se
argumentar que aqui o próprio pai foi o doador generoso, pois, no final, ele teve de
acompanhar e ajudar seu filho a cada passo do caminho e foi ele mesmo quem pagou tudo.
Se, entanto, o pai tivesse feito tudo sozinho, o resultado não teria sido o mesmo. Pois, da
forma como aconteceu, o pai, de fato, tornou possível para o filho ser algo que ele não
poderia ter se tornado por conta própria, um doador de presentes.

Essa história ilustra como Deus se relaciona conosco. Deus não precisa do homem, mas
Deus permite que o homem participe na sua obra de salvação. Ao homem é dada a graça
de participar na obra de Deus e isso realmente mostra a verdadeira grandeza de Deus. O
homem não é mantido em uma dependência completamente inativa, mas sim e é equipado
com o poder de fazer o bem.

Esse é exatamente o motivo pelo qual há uma igreja.

Deus não precisa da igreja, mas ele estabeleceu e quis a igreja para que através dela
possamos nos tornar participantes ativos na obra divina da salvação.
Desta forma, o homem que através do pecado causa tanta desgraça e dor no mundo, agora
está capacitado e com poderes para trazer a cura e participar na obra redentora de Deus.
Desta maneira, o homem caído reabilitado na igreja pode viver como uma nova criação.

Assim, resumindo, poderíamos dizer: Deus não precisa da igreja, mas precisamos da
igreja e é exatamente por isso que ela nos foi dada como um meio de salvação.

3MC 55 - Qual é a estrutura da Igreja?

Jesus fundou a igreja e essa igreja tem uma estrutura hierárquica que está a serviço de
todo o corpo místico. Jesus não escolheu 23 ou 17, mas doze apóstolos e ele confiou-lhes
um
papel especial. Não foi por acaso que o seu número acabou sendo exatamente 12. Isso
porque assim como na antiga aliança, havia as 12 tribos de Israel. Agora, na nova aliança
deveria haver 12 novas tribos, um novo povo de Deus composto por todos os povos e
nações da Terra.

Como os apóstolos saíram para o mundo para difundir a mensagem de Jesus, as primeiras
comunidades cristãs surgiram. Os apóstolos nomearam homens adequados como líderes
pastores e protetores das comunidades. A palavra grega para esse cargo é episcopos, de
onde vem também o nosso termo em português bispo.

Os bichos são os sucessores dos apóstolos consagrados ao seu ofício através da


imposição das mãos. Agora, assim como havia um apóstolo especial entre os apóstolos, a
saber, Pedro, assim também há um bispo especial entre os bispos de hoje. Esse bispo
especial é o bispo de Roma. Ele é especial, precisamente, porque ele é o sucessor de São
Pedro e ele é chamado de papa.

O papa serve a igreja como Pedro fez, guiando e garantindo a sua unidade e tomando
cuidado para que o ensino de Cristo seja transmitido fielmente tal como foi recebido.

Os bispos são hoje exatamente como eram no início da cristandade, os pastores de uma
determinada comunidade cristã. Mas porque eles não podem estar em todo lugar e servir a
todos em suas comunidades de uma só vez, eles têm colegas de trabalho, os sacerdotes.

Sacerdotes são consagrados com o seu bispo para servir pequenas comunidades dentro da
comunidade maior. A unidade menor é chamada de paróquia e o padre responsável é
chamado de pastor. As vezes as paróquias obtém um segundo sacerdote que apoia o
pastor, ele é chamado de capelão, vigário ou de padre assistente.

Essa é a estrutura básica hierarquica da igreja, mas, e isso é importante, a hierarquia da


igreja não se refere tanto à governo e poder, mas, de acordo com o mandamento de Cristo,
é uma hierarquia de serviço.

Toda a hierarquia, finalmente, está ao serviço de todos os fiéis no sentido de garantir que
há nenhum deles nunca falte os meios necessários para progredir no caminho para Deus.
Desta forma, a ideia usual de hierarquia é virada de cabeça para baixo e entre os
membros do corpo místico o papa e no final, não o governante, mas o servo de
todos. O título oficial mais verdadeiro e belo do papa é, portanto, Servus Servorum Dei
(Servo dos servos de Deus).

3MC 56 - O que são monges, monjas e ordens religiosas?

Viver uma vida cristã significa seguir Jesus. Todos são chamados para fazer isso, sejam
eles professores, lixeiros ou corretores da bolsa de valores.

Agora, algumas pessoas sentem o desejo de colocar suas vidas na serviço de Jesus de
uma forma mais radical. Elas procuram seguir os três conselhos evangélicos encontrados
nas escrituras: pobreza, castidade e obediência.

Elas abrem mão dos seus pertences, dos seus relacionamentos e até mesmo de si próprios
por amor ao reino dos Céus. Esse estado de vida na igreja é chamado de
vida consagrada.

Os princípios básicos da vida consagrada são encontrados, como foi dito, na mensagem do
evangelho, mas tornou-se todo um movimento no terceiro século. Naquela época mais e
mais pessoas estavam se retirando para o deserto egípcio para viver vidas solitárias e de
oração completamente dedicadas a Deus. Os homens que viveram dessa maneira foram
chamados de monges.

A palavra monge vem da palavra grega monos, que significa sozinho, pois é isso que os
monges eram. Viviam sozinhos no isolamento.

As mulheres que escolheram este estado de vida foram chamadas freiras. Conforme o
tempo passava, alguns monges formaram comunidades. Eles distribuíram as funções
necessárias entre si e apoiaram-se mutuamente no esforço para levar uma vida
completamente dedicada a Deus e mais há para baixo, especialmente no ocidente,
vemos o surgimento de diferentes tipos de mosteiros e conventos.

Alguns permaneceram fiéis ao ideal original, dedicando-se, acima de tudo, a oração.


Essas comunidades são chamadas contemplativas. Outras comunidades escolheram uma
regra específica de vida adotando um serviço particular para a igreja como sua missão.

Alguns se dedicaram a propagação da fé, outros ajudar os pobres, cuidar dos doentes ou
fornecer uma educação para o povo. Ao longo dos séculos essas comunidades monásticas
foram os principais centros de conhecimento, arte, educação e cultura. E acima de tudo,
eles foram pioneiros na medicina e conhecimentos agrícolas. Essa é a razão porque sem
mosteiros e claustros, a cultura ocidental não seria o que é hoje.

3MC 57 - O que e quantos?


Essa igreja em números: ha cerca de 1 bilhão e 200 milhões de católicos no mundo e esse
número aumenta a cada ano. Sendo que atualmente, na verdade, está crescendo mais
rápido do que a população do mundo.

O número de sacerdotes também está aumentando progressivamente, atualmente existem


mais de 412 mil. O número de irmãos e freiras e de cercas 720 mil e mais uma figura sobre
o pessoal, a cerca de cinco mil e cem bispos.

A igreja mantém 129 mil escolas com mais de 45 milhões de estudantes. Ela opera cinco
mil e 400 hospitais 9 mil orfanatos, 14.400 lares para pessoas com deficiência e a igreja é,
com mais de 100 mil instituições de caridade, o maior provedor de serviço social do planeta.

O país com maior número de católicos é o Brasil, com 140 milhões. Um dos menores
países católicos, por outro lado, é o Vaticano, com seus meros 900 cidadãos. Mas o
Vaticano, naturalmente, ocupa um lugar especial. É o centro da igreja católica, esse é o
lugar onde vive o papa.

Papa Francisco é o sucessor de São Pedro número 265. Ele sucedeu a Bento 16 e João
Paulo II, o papa com o terceiro maior tempo em ofício. Ele serviu por nove mil seiscentos e
sessenta e cinco dias, o que é mais do que 26 anos.

João Paulo II foi um papa de vários recordes, ele fez 104 visitas pastorais fora da itália
viajando por 129 países. Ele cobriu 1,5 milhões de quilômetros, o que corresponde a três
vezes a distância de ida e volta da lua. Bem, o papa mora no Vaticano e o Vaticano é tão
pequeno que não chega a cobrir a metade de um quilômetro quadrado, ou, 0,2 quilômetros
quadrados. Mas isso não foi sempre assim.

Em sua história, o estado do Vaticano cobria grande parte da região central da Itália, mas
hoje o Vaticano é o menor estado soberano do mundo. Esse pequeno estado tem um
supermercado, uma casa de correios, uma estação de trem, um heliporto, caixa eletrônico
com instruções em latim e até mesmo uma equipe de futebol nacional. Além disso, o
vaticano opera uma estação de rádio.

A rádio vaticano foi criada em 1931 e faz transmissões em 47 idiomas. O jornal do Vaticano
l'osservatore romano também já existe há um bom tempo. Por mais de 150 anos
o l'osservatore relata notícias do Vaticano. Ele está disponível hoje em 129 países ao redor
do mundo.

É claro que o vaticano também tem sua própria estação de tv, um site e seu domínio
próprio na internet e ainda tem o seu próprio canal no youtube, publicando vídeos do papa e
suas aparições públicas.

Assim, o Vaticano é algo como o centro do mundo para a maior comunidade religiosa desta
Terra, mas, já basta com todos esses números.

3MC 58 - A Crítica sobre a Igreja


A história da igreja é uma história não só de Deus, mas também do homem. Uma história
com altos e baixos, com luzes e sombras. É uma história sobre os pecadores e o santos,
tem sido sempre assim e sempre será.

A igreja não é santa porque todos os seus membros aqui na Terra são santos, mas como já
sabemos, por causa de sua origem (Jesus), seu fim último e porque nela se encontram
todos os meios para se alcançar a santidade.

Assim, na história da igreja, encontramos não só santidade mas também um grande número
de pecados e isso faz dela um alvo fácil para seus críticos. Três coisas no entanto se
destacam em algumas das críticas:

1. Primeiro, o quadro que se apresenta é muitas vezes unilateral. O mal está sendo
relatado, o bem muitas vezes esquecido ou ignorado. Isso não acontece só com as
notícias relacionadas à igreja, se em algum lugar um milhar de pessoas protestar
pacificamente e uma pessoa fizer um tumulto destrutivo, as milhares de pessoas são
de repente esquecidas e todos os olhos microfones e câmeras são direcionados
para pessoas que correm enlouquecida. Isto é o que nós como telespectadores e
leitores aparentemente temos curiosidade. Nós devemos estar cientes de que isso
distorce a imagem. O primeiro problema então pode ser a unilateralidade.

2. A segunda coisa que nós encontramos freqüentemente nos relatórios sobre a igreja
é um absurdo muito estranho. O estranho absurdo surge quando:
A. as pessoas que relatam sabem muito pouco sobre o assunto
B. elas se dedicam a super simplificar e tratar questões complexas como preto
e branco.

Novamente, isso não acontece só com temas relacionados à igreja. Mas quando
analisamos a história da igreja vemos que isso acontece com especial freqüência. Aqui está
um exemplo típico de tal representação a preto e branco. A proposta de uma tese é que
todas as pessoas desejam apenas uma coisa: o poder. Portanto, quando as pessoas atuam
na igreja é porque obviamente querem aumentar seu poder e, de fato, ninguém precisa
procurar muito para encontrar pessoas na história da igreja que se encaixam nesse papel.
Mas se você olhar apenas dois segundos a mais você pode ver muitos outros que,
obviamente, não estavam preocupados com o poder nem um pouco. Por isso, talvez, você
deva questionar aquela tese proposta no início que era demasiado simples. Mas alguém
que pinta coisas em preto e branco não vê isso, ou não quer ver.

Assim, o segundo problema é a distorção da verdade por ignorância ou por causa de uma
ideologia que é a principal fonte para todos os empregos preto e branco.

O terceiro problema é muito mais pessoal e humano. Se alguém me mostra que eu fiz algo
errado e eu sei que ele está certo, então, eu tenho duas opções: eu posso mudar ou posso
simplesmente criticar o mensageiro porque eu não quero mudar. E uma vez que o
mensageiro é geralmente apenas humano, não será muito difícil encontrar algo para criticar
de volta.
Por exemplo o médico diz ao paciente que fumar é mau para sua saúde e que ele deve
parar. O paciente sabe que o médico está certo, mas, não quer mudar seu hábito e, vendo
que o médico também é um fumante, responde “não, eu não vou parar porque você fuma
também”.

O médico nesse caso é certamente um mau exemplo, mas fumar não é saudável para mim
só porque o médico é um fumante. Porque se uma mensagem é falsa ou verdadeira, isso
não depende de se o próprio mensageiro vive de acordo com ela.

Esse problema também é perceptível quando se trata da mensagem da igreja. Só porque


aqueles que pregam são meros mortais e pecadores, uma pessoa não se deve privar da
verdade que é encontrada em sua mensagem.

Esses três pontos devem ser mantidos em mente quando se olha para o aspecto muito
humano da história da igreja. De fato é uma história de pecadores, mas, também de santos
e talvez para o próprio crescimento pessoal, seria melhor imitar a vida do santos em vez de
desprezar as suas mensagens por causa da fraqueza dos pecadores.

3MC 59 - Por que os católicos invocam os santos?

Quando você visita uma igreja católica você pode notar que, geralmente, há um monte de
estatuas de santos. Será que elas obstruem a nossa visão de Jesus?

Não, o santos não obstruem a nossa visão, eles apontam de fato em direção a Jesus.
Porque nos santos é que vemos o que a Graça de Deus é capaz de realizar na vida de um
simples ser humano. Os santos são a sua criação, então homenagear o santos não diminui
a Deus em nada, é semelhante a esses exemplos.

Quando louvo um pintura estou elogiando o artista que pintou, ou quando elogio uma boa
refeição estou elogiando o cozinheiro. Então, homenagear o santos não diminui a honra que
é devida somente a Deus, ao contrário, louvamos nos santos a grandeza de Deus e o poder
da sua Graça transformadora. Isso porque o que os santos são eles alcançaram através de
Deus.

Agora, não só os santos não atrapalham o nosso caminho mas eles até nos ajudam nele.
Primeiro porque eles nos dão um exemplo concreto de como seguir Jesus e, segundo,
porque eles intercedem por nós junto ao trono de Deus.

A interceção e assim: Jesus, claro, é o único mediador entre Deus e o homem, mas isso
não exclui a intercessão dos santos, afinal, o que Jesus fez na Terra? Ele permitiu que as
pessoas a partilharssem da sua obra, ele confiou a sua mensagem as pessoas comuns, ele
nos permite participar de sua obra de salvação. Deus aqui não é mesquinho, pelo contrário,
ele que não precisa do homem o que quer para compartilhar em seu trabalho. E porque
essa participação em seu trabalho termina com a morte? Os santos ainda estão vivos em
Deus, não estão?

Afinal de contas, ele é um Deus dos vivos, não dos mortos. Aqueles que são glorificados e
que estão com Deus, são ainda uma parte da igreja, estamos ligados a eles no corpo
místico. Eles são nossos irmãos diante do trono de Deus e se a sagrada escritura nos
convidou a rezar uns pelos outros aqui na Terra, quanto mais isso se aplica para aqueles
que se foram antes de nós.

Então, realmente, faz sentido invocar o santos e pedir sua intercessão. A propósito, a
veneração dos santos, acima de tudo, a veneração a Virgem Maria não é uma coisa
católica, nós ha encontramos em todas as igrejas cristãs antigas que remontam aos
apóstolos. Nós encontramos isso não só no ocidente católico, mas também no oriente
ortodoxo e no oriente com os gregos, russos, quotas, etíopes, caldeus, índios ou sírios.

A veneração dos santos então não é coisa católica, é uma coisa cristã desde os primórdios
dos tempos.

3MC 60 - Quem é Maria?

Há dois mil anos atrás uma jovem chamada Maria deu a luz a jesus em Belém e ela estava
lá com ele ao longo de sua vida. Ela estava lá durante sua infância e sua juventude, ela
estava lá quando ele realizou seu primeiro milagre nas bodas de Caná. Ela estava lá no pé
da cruz e ela estava lá quando após a ressurreição o Espírito Santo desceu sobre os
apóstolos.

Maria, então, estava sempre lá. Sua vida girava em torno de seu filho Jesus e é isso que os
ensinamentos marianos da igreja fazem, porque na verdade os 4 ensinamentos marianos
também são bastante centrados em Jesus.

O primeiro ensinamento: Maria é justamente chamada de mãe de Deus e esse título é


menos sobre Maria e mais sobre o próprio Jesus, porque quem é Jesus? Jesus não é
apenas um homem, ele é a segunda pessoa da santíssima trindade que assumiu a nossa
natureza humana. Jesus então é verdadeiro Deus e verdadeiro Homem e é justamente por
isso que Maria é chamada mãe de Deus.

Não porque o Deus eterno jamais poderia ter uma mãe, mas porque Ele a quem ela
deu à luz foi verdadeiramente uma pessoa divina. Aqui, o título de mãe de Deus, realmente
diz algo sobre Jesus, sobre quem é Jesus. Isso vale também para a segunda doutrina, a
virgindade perpétua de Maria.

Maria foi sempre virgem, antes durante e depois do nascimento de Jesus. O que isso nos
diz sobre o ensino de Jesus agora, uma vez que, jesus nasceu de uma mulher é claro que
ele é realmente um homem e porque sua concepção e nascimento foram milagrosos,
vemos que Jesus é divino.

Então, novamente o ensino da virgindade perpétua de Maria mostra a verdade de que jesus
é verdadeiro Deus e verdadeiro Homem.

A terceira doutrina Mariana também é sobre Jesus, mas não da maneira que você imagina.
O ensino é chamado de imaculada conceição de nossa senhora. Essa doutrina não se
refere ao fato de que Jesus foi concebido pelo Espírito Santo sem um pai humano, isso
significa que Maria foi preservada de todo pecado, incluindo o pecado original desde o
primeiro momento de sua concepção.

Maria desde o primeiro momento da sua existência foi preenchida com a Graça Santificante
e, assim, o anjo a saúda com as palavras “ave Maria, cheia de Graça”. Essa plenitude de
graça é bem adequada.

No antigo testamento apenas os materiais mais preciosos foram usados para construir a
arca da aliança porque na arca da aliança dos israelitas eram mantidos e carregados os dez
mandamentos e afinal de contas os dez mandamentos não eram nada menos que a palavra
de deus esculpidas em pedra. Mas agora, quem é Jesus? Ele não é o Verbo de Deus feito
carne? Então parece extremamente adequado que ele também viesse ao mundo em tão
imaculado e precioso vaso. Maria era esse vaso e assim Deus a fez imaculada, isto é, livre
do pecado e cheia de Graça desde o primeiro instante de sua existência.

O quarto dogma mariano ensina que maria foi elevado ao céu em corpo e alma e como a
doutrina anterior esse privilégio também é fundado sobre a maternidade especial de Maria e
sobre os dons da Graça ligados a ele.

Assim, vimos que todos os ensinamentos marianos da igreja são, realmente, muito
cristológicos.

VIII - Escatologia
3MC 61 - O que acontece no final de nossas vidas?

Bem, no final das nossas vidas, morremos. A morte consiste na separação do corpo e da
alma e por que a alma é o princípio da vida e da unidade em um ser vivo, o corpo começa a
decompor-se logo que uma pessoa morre, isto é, logo que a alma deixa o corpo.

Agora, a alma humana, como já dissemos no início à eterna, é algo espiritual e, portanto,
não pode cair ou quebrar. Após a morte a uma humana se apresenta diante de Deus. Lá
receberemos a recompensa para o bem e para o mal que fizemos. Esse processo é
chamado de julgamento particular. No julgamento particular é determinado o nosso destino
eterno. Essa atribuição é final porque para alma separada, mudança não é mais possível. A
alma está diante de Deus, uma vez que deixou este mundo.

Teólogos têm descrito essa imutabilidade da alma após a morte usando esse exemplo:
quando uma árvore cai ela está como ela caiu e assim é com a alma. É por isso que é
importante saber se a alma deixou este mundo no amor e na amizade com Deus, ou não.
Além do juizo particular logo após a morte, haverá o último julgamento. O julgamento final
ocorrerá no fim do mundo quando este mundo e o universo devem passar e todas as coisas
terrenas chegaram ao fim.

No último julgamento o nosso corpo vai receber a sua porção do destino eterno da alma,
nossos corpos ressuscitarão. Mas como exatamente eles vão ser é mais difícil de se
imaginar.
São Paulo compara o nosso corpo aqui na terra e nosso futuro corpo glorificado como uma
semente e a planta que cresce a partir dela. Eles são de algum modo mesmo e ainda
completamente diferente. Nosso corpo será transformado, mas ainda vai ser o nosso corpo.

Afinal, por que o corpo tem que ressuscitar dentre os mortos? Ele é, afinal, tão terreno.

O fato de que o nosso corpo vai participar do destino da alma é certamente bastante
apropriado, pois, nós somos, afinal, não apenas almas, mas seres com uma alma e um
corpo. O corpo é parte do que nos faz um ser humano.

O que prova que é uma verdadeira parte de nós pode ser ilustrado pelo exemplo a seguir.
Se eu bater em alguém, eu não posso dizer “uau, você viu meu corpo? Ele acabou de bater
no seu corpo”. Não, um tapa é dado por uma pessoa e também é uma pessoa que está
sendo atingida, porque o corpo é uma parte da pessoa humana e é por isso que é
adequado que o corpo que teve a sua participação no bem e no mal que fizemos nesta
vida, também faça parte do destino eterno do homem.

3MC 62 - O que faremos no Céu?

Bem, os cristãos acreditam que a vida eterna, na verdade, já começa aqui na Terra e não
apenas após a morte. Pois. é aqui na Terra que recebemos a Graça Santificante no batismo
e porque a Graça Santificante, na verdade, já é uma participação na vida divina, isto é,
quando a vida eterna começa.

Nossa vida após a morte, portanto, não é realmente um novo começo mas a perfeição e
conclusão desta vida da Graça. Agora, no que exatamente esta perfeição consiste? O que é
o céu?

Em algumas regiões o céu é muito bonito descrito em termos de um paraíso terrestre, um


pouco como o Havaí, só que ainda melhor. Paraíso pode ser ficar bêbado na mesa do Deus
Odin, ou receber um monte de virgens como recompensa com quem você faz o que? Joga
peteca?

Para os cristãos, por outro lado, o céu é algo muito diferente. Embora a bíblia usa a imagem
de um banquete celestial, o foco não é na verdade a realização e a satisfação de todos os
desejos mundanos. O céu não se trata de estômagos em vez disso, uma imagem tenta
invocar a ideia de uma comunhão íntima, porque a imagem que Jesus usa em suas
parábolas é mais precisamente a de uma festa de casamento, ou matrimônio, e que deseja
comunicar que a alma humana está unida com quem almeja seu Noivo Celestial.

A idéia cristã de banquete celeste é, portanto, na realidade, uma imagem de uma união
íntima. O céu se trata da perfeita comunhão com Deus, uma comunhão que deve começar
aqui na Terra e que depois da morte vai encontrar a sua realização. Essa é a idéia cristã do
céu.

Agora, essa comunhão é possível porque veremos a Deus como ele é. Isso é chamado de
visão beatífica. Isso não é algo feito com os nossos olhos humanos, mas, sim, algo
contemplativo, algo intelectual, um ato espiritual. No céu, vamos conhecer a Deus e em
Deus saberemos todo o resto. E com esse conhecimento perfeito, vem o amor perfeito.

Visão beatífica parece bom, mas também um pouco abstrato. Tudo bem, vamos tentar
ilustrar a idéia básica. Se você ficar sentado em frente de um problema de matemática por
um longo tempo e não consegue ver a solução, então, o seu rosto será algo parecido com
isso:

Agora, preste atenção ao que acontece em seguida.

Exatamente, agora que você já descobriu, você entende como funciona, você percebeu,
você compreende isso. Conhecer algo é um momento de felicidade e alegria e a felicidade
do céu é assim. Mas a alegria não vai durar só dois minutos, mas toda a eternidade.

Ver a Deus como Ele é. Conhecer a Ele, a Verdade suprema, amá-Lo, o Bem supremo,
isso é exatamente o que pode satisfazer a uma pessoa, porque nós sabemos desde o
primeiro episódio, o homem foi criado para essa finalidade, conhecer e amar a Deus, a
Verdade e o Bem supremo.

3MC 63 - O que é o purgatório?

Céu, como já dissemos, é a perfeita comunhão com Deus. Mas, só podemos chegar à
perfeita comunhão com Deus se fomos santificados e nos tornarmos santos, porque na
presença de Deus não pode haver qualquer imperfeição ou o mínimo apego aos pecados.
Para alcançar o céu, portanto, temos que ser santos

Bem, somos santificados no batismo, tornamo-nos filhos de Deus e por causa da Graça
podemos começar nosso caminho em direção à santidade e a perfeição. Mas costumamos
andar muito imperfeitamente nesse caminho para a perfeição como nossos pecados e
falhas mostram claramente. Mas se nos arrependemos de nossos pecados e os
confessamos no sacramento da reconciliação somos perdoados, somos restaurados para
Deus e agora podemos voltar para o caminho certo.

Bom, mas o arrependimento e a confissão são apenas dois passos necessários para deixar
o pecado para trás, há ainda algo que precisa ser corrigido.

Para ilustrar, se eu roubar o dinheiro de um amigo, em seguida me arrepender e pedir


perdão, então isso é bom. Mas mesmo se ele me perdoar, ainda há algo que precisa ser
feito. A justiça exige que eu corrija o erro.

Nesse caso, eu certamente terei que devolver o dinheiro, eu não posso simplesmente dizer
obrigado por me perdoar mas agora vou ver onde eu posso comprar uma nova tv. Não, eu
tenho que tentar reparar o dano e talvez eu mesmo tente fazer algo que mostre a
autenticidade do meu remorso e restaurar a confiança da nossa amizade.

Isso realmente é o caso de todos os pecados, mesmo depois de ter nos arrependido e
confessado, temos que tentar reparar o dano que fizemos e fazer penitência. Além disso, os
pecados sempre deixarão para trás algum tipo de desordem e uma problemática ligada às
coisas criadas. Isso não desaparece automaticamente só porque nos arrependemos de
nossos pecados, você nota isso especialmente com os pecados que se tornaram um hábito.

Podemos nos arrepender sinceramente, mas ainda é necessário mesmo depois de


arrepender-nos combater o mau hábito e inclinação para o pecado. Assim, vemos que os
pecados, mesmo aqueles de que já nos rendemos, tem consequências. Essas
consequências exigem, antes de tudo, a reparação e a expiação.

Em segundo, lugar a desordem que os pecados causaram deve ser superada. Os atos de
penitência ajudam em ambos os casos.

O que são os atos de penitência?

Bem, há naturalmente a penitência que se recebe no confessionário e outras obras de


penitência, como a oração, o jejum ou pacientemente superar uma situação difícil ou
dolorosa. A propósito, só para ficar claro, nossos atos penitenciais não diminui o fato de que
Cristo expiou os nossos pecados, pelo contrário, nosso atos penitenciais tem um efeito
apenas por causa de Cristo, pois, foi na cruz que ele mereceu receber todas as graças que
fazem nossos atos verdadeiramente um caminho de santidade.

Tudo bem, já falamos bastante sobre o pecado e as suas consequências, mas o que tudo
isso tem a ver com o purgatório?

Como veremos agora, muito. É assim, se nos arrependemos de nossos pecados e os


expiamos, então, realmente, os deixamos para trás e podemos ficar puros e santos diante
de Deus e entrar no céu.

No entanto, se há algo, por exemplo, algo menor, que não nos arrependemos, ou algo
parecido, e que não tenha sido expiado, algo desordenado que ainda estamos apegados,
então isso deve ser purificado e essa purificação acontece no purgatório.

Purgatório é lugar para purificação das almas. Todas as almas que estão unidas a Deus na
caridade, mas ainda não tem o amor perfeito que precisa para uma completa união com
Deus, vão para o purgatório. Elas vão entrar no Reino de Deus quando forem purificadas.

3MC 64 - O que é o Inferno?

O inferno é estado de separação eterna de Deus. Mas se Deus é amor, é realmente


possível que haja algo como inferno? Como pode um Deus bom permitir o inferno e ainda
mais, mandar alguém para lá?

Bem, o problema não está com Deus, o problema está com o homem.

O homem é chamado a uma comunhão de amor com Deus, mas o amor não pode ser algo
forçado. O amor deve ser um dom gratuito, isso se torna bastante evidente no seguinte
exemplo: se eu torcer o braço de alguém até que ele me ame, então eu não vou chegar a
lugar nenhum. Talvez por causa da dor ele me diga que me ama, mas ele certamente não
vai sentir nenhum amor.

O amor não pode ser forçado. O amor deve ser dado livremente. Agora, essa mesma
liberdade também torna possível que nós nos viremos contra Deus. Todo pecado mortal é
dirigido contra Deus ou contra a sua criação e, portanto, nos separa Dele. Se não nos
arrependermos, essa separação vai persistir. Nesse sentido, na verdade, não é realmente
Deus que nos condena ao inferno, mas nós mesmos.

Agora, como é que podemos imaginar o inferno?

O autor britânico C.S. Lewis descreveu a seguinte visão do inferno em seu livro “O Grande
Divórcio”. Ele descreve o inferno como uma cidade cinzenta que está em constante
expansão. Quando as pessoas chegam lá, não demora muito para elas entrarem em brigas
com seus vizinhos. Então, elas se mudam para a periferia da cidade. Seu lema é “melhor
ficar sozinho comigo mesmo, do que ter que ceder alguma coisa para alguém”.
Os habitantes do inferno são obstinados e incapazes de ver seus próprios erros, ou admiti-
los. Mas eles não são felizes.

Agora, em seu conto da cidade cinza C.S. Lewis conta que alguns deles se juntam em uma
parada de ônibus e o ônibus vai para o céu. Mas enquanto se aproximam e chegam no céu,
isso torna se insuportável para as almas do inferno. A clareza e pureza, a luz, tudo isso está
perfurando as figuras de sombras da cidade cinza. Eles começam a desaparecer e todos
eles fogem de volta para a escuridão. A pessoa no inferno está presa no mundo de seu
próprio ego. Egoístas não são, de forma alguma, aqueles que odeiam todos os outros.
Mesmos os egoístas amam os outros, mas só que eles os amam porque tiram benefício
de alguma forma. O verdadeiro amor, não é possível para um egoísta.

Preso no eu o egoísta é incapaz de entrar em comunhão com Deus. Esta é a triste


realidade do inferno.

IX - A Vida de Fé

3MC 65 - O que é o homem à luz da fé?

No primeiro episódio, nós analisamos o homem. Vimos que os poderes de sua alma
racional o capacitam a conhecer e amar. A maior verdade que podemos conhecer e o
maior bem que podemos amar é Deus e é assim que nós estabelecemos o propósito
do homem na vida, que é conhecer e amar a Deus.

Esse é o fundamento que aprendemos no primeiro episódio. Agora, desde o primeiro


episódio já temos visto uma série de outras coisas.

Vamos recordar, vamos dar uma outra olhada no homem e desta vez não vamos
nos concentrar em seu fim natural, mas no seu fim sobrenatural, como revelado pela
fé.

Aqui podemos ver o seguinte. Deus criou o homem para que o homem participe da Sua vida
divina. Isso é o chamado e fim último do homem, pois Deus é amor e o amor quer que os
outros participem da sua própria bondade. É também por isso que Deus não abandona o
homem quando o homem decide abandonar Deus. Pelo contrário, Deus inclinou-se até nós
e se tornou o homem. Em Jesus Cristo ele desceu a esse mundo para salvar a
humanidade. Deus, assim, não só realiza a nossa salvação e redenção, mas também nos
mostra o verdadeiro valor e da dignidade da pessoa humana. Porque algumas pessoas
acreditam que elas só são alguém de valor quando fizeram algo de extraordinário ou
quando elas são mais inteligentes ou mais fortes ou quando elas são mais ricas do
que os outros.

Tudo isso não é verdade porque a pessoa humana recebe a sua verdadeira dignidade de
outro lugar. Vemos a dignidade da pessoa humana não em suas obras, mas no que foi feito
para ele. No preço que Jesus pagou para cada um de nós na cruz. Ele deu a vida por cada
um de nós. Dessa maneira, notamos o quanto somos preciosos para Deus. Essa verdade
sobre a dignidade do homem vai mudar nossas vidas. Nós não podemos mais desprezar a
ninguém, nem mesmo o mais atrevido dos vizinhos, porque Deus não considera essa
pessoa como alguém sem importância, ao contrário, ele ama essa pessoa tão preciosa que
lhe deu a sua vida por ele ou por ela.

Além disso, nós podemos perceber que essa verdadeira dignidade do homem é
intransferível. Ela não pode ser roubada por nenhuma pessoa, pela simples razão de ser
uma dignidade recebida de Deus.

E, finalmente, haveria muito menos discórdia e guerra por bens terrenos se o homem não
definisse a sua auto estima através dessas coisas materiais.

O problema maior de todas as coisas materiais é que elas não são realmente divisíveis, não
podem ser verdadeiramente compartilhadas. Elas até podem ser divididas, mas a
propriedade de um, não pode ser possuída por outro. A luz da fé revela ao homem a sua
verdadeira dignidade, uma dignidade firmada no amor de Deus.

3MC 66 - Todos são chamados à santidade?

A primeira pergunta que precisamos fazer aqui é: o que realmente é a santidade?

Santidade não é ter algum dom especial, não consiste em realizar ações extraordinárias,
milagres ou ter visões frequentes, não. A santidade é o resultado do desenvolvimento
normal da nossa vida cristã através da prática das virtudes, de uma vida enraizada na
oração e do aumento da Graça Santificante.

Santidade, então, não é apenas para alguns escolhidos e sim um chamado que é dirigido a
cada um de nós. Todos nós somos chamados a percorrer o caminho para a santidade.

Então, tudo bem. Prática de virtudes, oração e aumento da Graça. Puxa, soa trabalhoso.
Bem, pode ser. Pelo menos se você não tiver motivação, porque sem motivação ninguém
consegue fazer nada. Então, de onde é que essa motivação vem? Qual é o motor que nos
move ao longo do caminho para a santidade?

É o amor. Sem amor, não há progresso. Mas quando levamos o amor a sério ele nos
protege da mediocridade. O amor nunca tira nada de nós, mas tem uma medida bastante
diferente. Isso pode ser ilustrado pelo seguinte exemplo.

Dois namorados se sentam em um banco cochichando e conversando. Você acha que


escutaria eles dizer em qualquer uma das seguintes frases “eu realmente tenho que te ver
novamente amanhã?”; “uma rosa já tá bom ou você espera que eu comprei mais flores
ainda?”; “agora eu já passei cinco minutos com você, tá bom assim? posso ir embora?”.
Não, você nunca vai ouvir nada parecido dos apaixonados, porque o amor não pergunta
sobre o mínimo, o amor não busca o que é apenas o suficiente. O amor deseja plenitude,
ele deseja o bem do outro, ele busca trazer alegria para o amado, ele não estabelece limites
preguiçosos e nisso podemos começar a ver porque o amor tem que estar no centro da vida
moral cristã e da fé cristã.
Enquanto a minha relação com Deus for dominada por perguntas como “será que eu
realmente tenho que ir à igreja no domingo?” ou “será que eu realmente tenho que passar
algum tempo rezando?”, eu tenho um problema. Eu certamente não têm uma relação viva
com Deus.

Mas isso é exatamente o que todos nós somos chamados, a uma relação viva com Deus.
Só quem ama verdadeiramente segue os mandamentos, só quem ama vai perguntar o que
Deus quer da sua vida, só quem ama vai tentar responder ao amor com que foi amado
primeiro.

O amor não descansa até que esseja unido com o que ama. O amor é o motor do nosso
caminho da mediocridade para a santidade. Todo cristão, que é cristão não somente
de nome, deve, portanto, desejar tornar-se santo. Ele pode estar bem consciente de que ele
é fraco e pecador, mas, ele não vai se contentar com isso. Ele nunca vai dizer que a
mediocridade é suficiente. Santidade é seu destino, um destino para o qual todos somos
chamados.

3MC 67 - O que são virtudes?

Virtudes são hábitos adquiridos e, portanto, inclinações que aperfeiçoam os poderes


de nossa alma para que possamos fazer o que é certo mais facilmente e com mais
precisão. Soa muito teórico, mas na verdade isso é muito prático.

A alma humana tem diferentes poderes, ou faculdades. Existe a faculdade da razão, depois
existe a vontade. Temos ainda uma potência apetitiva que nos ajuda a superar as
dificuldades, ela é chamada de apetite irascível e nós temos também o poder que faz com
que os sentidos percebam algo como desejável, ele é chamado de apetite concupiscível.

Como é que todos esses poderes se relacionam com nossas ações?

● A razão, neste caso a razão prática, faz a pergunta “o que é bom? o que devo
fazer?”.
● A vontade, por outro lado, irá responder ao que razão percebeu como sendo bom e
nos inclinará para aquele bem.
● O apetite irascível é dirigido para bens que são difíceis de alcançar, ou que
possuem obstáculos que precisam ser superados. Um exemplo, tirar boas notas na
escola.
● o apetite concupiscível nos direciona para os bens que os sentidos veem como
desejáveis, porque nos dão prazer. Por exemplo, um bolo.

Em si mesmos todos esses poderes e apetites são bons, assim como as emoções que
estão ligadas a eles, tal como a esperança, a dúvida, a coragem, o medo, a alegria, o
desejo, a tristeza ou aversão.

Em si mesmas todas essas coisas são boas, mas é importante que todas as potências da
alma juntamente com suas respectivas emoções estejam corretamente ordenadas e
dirigidas pelo poder da razão. Essa ordem é alcançada nada menos que pela prática das
virtudes.

● A prudência é a virtude que aperfeiçoa o intelecto;


● Justiça aperfeiçoou a vontade;
● Fortaleza aperfeiçoa o apetite irascível;
● Temperança aperfeiçoa o apetite concupiscível.

Essas quatro virtudes são chamadas de virtudes cardeais, ou, principais virtudes
morais. Elas nos ajudam a alcançar o nosso fim natural, ou, perfeição, e é isso que torna
essas virtudes tão importantes.
Agora, como já sabemos, o homem não só tem um fim natural, mas um fim sobrenatural,
que é a comunhão com Deus, e para que ele possa chegar a esse fim sobrenatural, bem
como o seu fim natural, Deus nos dá virtudes adicionais que aperfeiçoam os poderes de
nossa alma com relação ao seu fim sobrenatural.

Primeiro de tudo, Deus nos dá as três virtudes teologais (fé, esperança e caridade). A fé
aperfeiçoou a razão, esperança e amor aperfeiçoam a vontade.

Em segundo lugar, Deus nos dá virtudes morais infusas que, por sua vez, aperfeiçoam as
quatro virtudes cardeais e nos colocam na direção do fim sobrenatural do homem. Então
recebemos prudência, justiça, fortaleza e temperança, que estão nos ajudando atingir o
nosso fim sobrenatural.

As virtudes morais naturais são adquiridas através da prática paciente. As virtudes


sobrenaturais, por outro lado, são dadas a nós por Deus. Juntamente com a Graça
Santificante, que primeiro recebemos no batismo, e que depois aumenta progressivamente
através dos outros sacramentos, da oração e dos sacramentais.

Para resumir, as virtudes, tanto as adquiridas através da prática, ou as infusas, aperfeiçoam


os poderes de nossa alma de diferentes maneiras. Através das virtudes podemos
seguramente alcançar nosso objetivo.

3MC 68 - O que é oração?

Oração é voltar o nosso coração a Deus. Se isso for verdade, então toda a nossa vida pode
e deve ser uma oração, quer dizer, direcionar o nosso coração a Deus. Mas porque no dia-
a-dia rezar nem sempre é tão fácil e primeiro, isso deve ser aprendido, para nós é melhor
começar reservando momentos específicos de oração, então, poderemos recolher-nos
mentalmente e voltar os nossos corações para Deus.

Existem três tipos básicos de oração e todos eles têm o seu lugar na nossa vida espiritual.
Primeiro, existe a oração vocal. Mesmo que Deus conheça nossos corações e
pensamentos mais íntimos, a oração vocal corresponde à necessidade da nossa natureza
humana de expressar as coisas. Por isso que a oração vocal é uma das formas básicas de
oração.
Além disso, a oração vocal torna possível para os outros se incluirem. Oração não tem que
ser solitária e pode ser muito bonita se feita em comunidade.

Em segundo existe a meditação. Isso tem pouco a ver com algumas práticas orientais que
usam esse nome. Na oração meditativa contemplamos imagens ou textos, por exemplo, os
versículos bíblicos. Ao meditar sobre eles eu os internalizando e eles podem moldar meu
pensamento e minha vida. A oração meditativa mais famosa na igreja católica é o terço.

Durante a oração do terço contemplamos certos acontecimentos da vida de Jesus durante


dez Ave Marias. Desta forma, esperamos interiorizar a vida de Jesus esperando que isso
forme e molde a nossa própria vida de acordo com o seu exemplo. Por isso, o terço pode
dar muitos frutos em nossas vidas
Por exemplo, quando eu medito sobre como jesus nasceu e foi colocado numa
manjedoura em belém, eu estou observando uma real e perfeita humildade, modéstia e
simplicidade. O fruto dessa oração deve ser que a modéstia e humildade e simplicidade
comece cada vez mais a moldar a minha própria vida, isto é o que torna o terço uma grande
ajuda na nossa vida espiritual.

Terceiro, existe o que pode ser chamado de oração do coração. Nessa oração o coração
descansa com Deus e está em paz em sua presença.

Essas são as três formas básicas de oração. É claro que podemos distinguir orações não só
por sua forma, mas também pelo seu modo.

Há, por exemplo, a oração da bênção. Em uma benção invocamos o poder e favor de Deus
sobre nós mesmos e outras pessoas. Depois, há a adoração. Na adoração nós
reverentemente contemplamos a grandeza, a onipotência e a santidade de Deus. A postura
natural da adoração é de joelhos. Através disso, expressamos uma simples verdade: Deus
é grande e eu sou pequeno.

Uma forma especial de oração é a adoração eucarística. Adoramos a Cristo presente na


eucaristia sob a aparência de pão e vinho. Fora da missa, a adoração eucarística acontece
quando o corpo de Cristo é colocado em um ostensório para que todos o possam ver e
reverenciar.

Depois, há a oração de súplica. Nessas orações, nos voltamos para Deus pedindo o que
nós desejamos. Certamente Deus conhece os desejos do nosso coração, mesmo sem a
gente pedir, mas a oração de súplica reconhece a Deus como a fonte de tudo o que é bom.
Aliás, essa idéia também é motivo para um outro tipo de oração, a oração de ação de
graças.

A oração de ação de graças tem um efeito muito libertador. Na ação de graças eu não
entendo como quem tem direito a tudo, mas como alguém a quem foi dado grandes coisas,
e isso não só me torna grato, mas também me faz feliz.

A oração de intercessão é uma forma especial de oração de súplica. Com orações de


intercessão rezamos a Deus em nome de outros. Isso mostra a solidariedade de toda a
família humana e segue o exemplo de Cristo, colocando a nossa vida a serviço dos outros.
Por fim, o louvor é mais uma forma de oração. Aqui damos graças a Deus pelo seu próprio
bem e não porque Ele fez algo por nós, mas por que Ele É. Nós nos unimos com o louvor
celeste dos anjos e dos santos.

Até aqui é só isso. É claro que muito mais poderia ser dito, mas como sempre, é melhor
falar com Deus do que apenas falar sobre Deus e assim também é com o a oração.

3MC 69 - Qual é o papel do corpo na oração?

A oração é voltar o nosso coração para Deus, a elevação de nossa alma. No entanto, uma
vez que a alma está unida ao corpo, a oração geralmente também se expressa em posturas
e gestos. Na verdade, essas posturas e gestos não são apenas expressões, mas também
apóiam a oração que vem de dentro.

O treino católico é algo assim: primeiro de pé. Ficar em pé expressa as seguinte as coisas,
por um lado admiração e respeito. Quando alguém mais importante entra em algum
lugar, nós nos levantamos. Ficar de pé também demonstra prontidão e atenção. Quando
estamos de pé, estamos prontos para realizar a vontade daquele diante de quem estamos.

Segundo, sentado. Estar sentado é a posição de descanso e de ouvir.

A terceira postura é a de ajoelhar, que pode ser intensificada com a prostração.

Quem se ajoelha reconhece a grandeza superior daquele diante de si. Nós dizemos “Deus é
grande, eu sou pequeno”. Na missa, estar de joelhos é a postura de adoração. Juntamente
com a postura do corpo como um todo, a posição das mãos também desempenham um
papel.
O gesto clássico de mãos em oração no mundo antigo é a elevação dos braços e mesmo
que essa posição tenha caído em desuso, em muitos lugares seus traços são ainda visíveis
na oração do padre durante a missa.

Muito comum em nossa parte do mundo é um gesto de entrelaçar as mãos. Na verdade há


uma razão interessante de como esse gesto surgiu. Nos tempos medievais havia senhores
e servos. Os servos entrelaçavam as suas mãos e as colocavam nas mãos de seu mestre.
Esse era o sinal usado para prometer o seu serviço para ele. Eles colocavam a sua vida e
sua força nas mãos de seu mestre. É por isso que não há praticamente um gesto mais
adequado que este durante a missa. Prometemos o nosso serviço a Deus e colocamos
nossa vida e força em suas mãos.

Essas, então, são algumas das posturas mais importantes e gestos de oração.
Através deles o nosso corpo apóia nossa alma em oração.

3MC 70 - O que é o Pai Nosso?

O Pai Nosso é a primeira e a principal oração da igreja. O próprio Jesus a ensinou a seus
discípulos. É revolucionário como uma oração, porque Deus não é abordado como um ser
distante, inexplicável, o todo-poderoso a quem nós nos curvamos em temor e tremor, mas
podemos chamá-lo de nosso pai amoroso. Ele me aceita como seu filho e não só eu, mas
todos os que o invocam. É por isso que oramos Pai Nosso e não meu pai. Portanto, todos
nós temos então um pai em comum, somos irmãos e irmãs.

O Pai Nosso é composto por sete pedidos.

A primeira petição é “santificado seja o Seu Nome”. Estamos de acordo com essa petição
quando colocamos Deus acima de tudo, quando tudo o que fazemos é para sua maior
glória.

A segunda petição é “vem o Teu Reino”. O reino de um governante refere-se ao domínio em


que as suas leis são não só ouvidas, mas também obedecidas. Quando pedimos que Seu
Reino venha a nós, estamos não apenas almejando algo futuro e universal, mas somos
chamados a dar a Deus aqui e agora o domínio sobre o nosso coração. No nosso coração,
Ele já deve estar coroado como Rei. O Seu Reino já deve começar lá em nossos corações.

A terceira petição é “seja feita a Vossa Vontade, assim na Terra como no Céu”. Essa
petição expressa fé e a confiança que devemos ter como filhos. Nós não podemos sempre
entender tudo o que acontece aqui na Terra, porém, temos o consolo de que a vontade de
Deus dirige tudo para o bem maior de seus filhos.

A quarta competição é “dá-nos hoje o nosso pão de cada dia”. Nessa petição nos voltamos
para Deus, a fonte de todo o Bem. Pedimos as coisas que precisamos para viver e ao pedir
a Deus, também somos capazes de discernir o que é realmente necessário.

O quinto pedido é “perdoai-nos as nossas ofensas, assim como nós perdoamos aqueles
que nos ofendem”. Se Deus nos perdoa, então, também temos que perdoar uns aos outros.
A comunhão com Deus Pai não é possível se nós, como filhos, nos recusamos a nos
reconciliar com o outro.

A sexta petição é “não nos deixeis cair em tentação”. Nessa petição nós estamos pedindo a
Deus para ficar conosco nas provações, tentações e tempos difíceis.

A sétima petição é "livrai-nos do mal”. Pedimos a Deus que ele destrua o poder do mal em
nossas vidas, de modo que vivamos não mais como filhos das trevas, mas como filhos da
luz.

Essas são as sete petições do Pai Nosso, a qual nós terminamos, como fazemos com todas
as orações, dizendo “amém”.

Amém é uma palavra em hebraico antigo que significa “assim seja”. Com essa palavra
estamos confirmando os sete pedidos que oferecemos como filhos ao nosso pai celestial.

3MC Bônus 1 - Por que os ateus estão errados?

Os ateus não acreditam em Deus. Para eles, nesse mundo existem apenas objetos
materiais e tudo pode ser explicado de uma forma materialista. Deus não é necessário para
isso, Deus é irrelevante. Bem, é realmente assim?

Vamos olhar para uma simples pergunta: por que as pessoas andam?

Uma resposta materialista poderia ser: porque contraem os músculos. Essa resposta não é
errada, mas a questão é, qual é a única resposta correta?

Você não poderia também responder a pergunta por que as pessoas andam, dizendo, eles
andam a fim de comprar uma revista. É claro que o ateu diria, sim, mas, comprar revistas é
o resultado de um processo bioquímico que, se você realmente for a fundo, dá ao
comprador uma vantagem na luta pela sobrevivência e é por isso que ele fez isso.

Ok, talvez seja verdade. Mas você não poderia então perguntar: qual é o objetivo último da
existência do homem, uma existência pela qual ele aparentemente tem de lutar
constantemente?

O ateu até poderia responder, mas não há nenhuma razão, a vida não tem um propósito
maior. Deixem-me em paz com essa besteira religiosa, Deus não existe. Pois em todas as
nossas investigações científicas, na verdade, nunca nos deparamos com Deus e, se
podemos explicar a realidade sem Deus, então Deus é uma hipótese que não precisamos,
Ele é supérfluo.

Bem, aqui é exatamente onde os ateus erram, mas o problema não está onde a maioria
das pessoas poderiam suspeitar. O problema não é que de fato precisamos de Deus para
entender o universo natural e as questões de como a vida começou. Embora seja possível
que tais perguntas não possam ser respondidas em Deus, isto não é o problema. O
problema é mais fundamental, é como os ateus compreendem Deus. sua noção de Deus é
completamente falsa e, a propósito, eles compartilham desta falsa noção com muitos
cristãos.

Um ateu pensa em Deus como um ser poderoso. Então, o que há de errado com isso? Isso
não soa tão ruim assim.

Bem, o problema com essa noção de Deus é: mesmo o ser mais supremo seria apenas um
ser. Um ser entre muitos outros seres. Ele seria uma parte do mundo. E se eu realmente
nunca me deparei com este sofisticado ser do meu estudo científico do mundo, então
parece injusto afirmar que provavelmente tal ser não exista, assim como um elfo voador não
é muito provável que exista. Porque até agora não há evidências de elfos voadores.

Mas essa noção de Deus como um ser supremo é falsa. Deus não é o ser mais elevado,
Ele não é um ser entre muitos seres, Ele não é uma parte do mundo. Deus é a causa de
todas as coisas e não apenas uma delas.

Quando a ciência investiga ela só pode investigar coisas que são os objetos próprios de
suas disciplinas, elas têm de ser uma parte do mundo e essa é a razão pela qual os
cientistas nunca vão se deparar com Deus. Ele não é uma parte do universo, mas a sua
primeira causa. Portanto, quando os ateus dizem não a Deus, você pode realmente
concordar um pouco com eles, porque um tipo de Deus que eles têm em mente não é de
fato muito provável que exista.
O principal problema do ateísmo materialista e moderno é, portanto, a sua noção de Deus.
Eles pensam em Deus como uma parte do mundo e é nisso que eles estão absolutamente
errados.

3MC Bônus 2 - O ateísmo nos leva a um mundo melhor?

Os ateus gostam de criticar a religião. Eles chamam de religião a rais e causa de muitos
males do mundo, mas não só isso. Eles estão realmente convencidos de que o ateísmo vai
fazer as pessoas melhores. Eles estão certos?

Ok, se há um Deus, então, há um padrão moral acima do homem. Ele não pode mudar isso,
pois, isso não está a seu alcance.

Essa ordem moral se aplica a todos igualmente, os pobres e os ricos, os fortes e os fracos.
Claro, nem todo mundo vai seguir esse código moral, mas a boa intenção será sempre boa
e a má intenção, será sempre ruim.

Agora, o que aconteceria se não houvesse Deus?

Bem, não haveria quaisquer absolutos morais. O certo e errado seria decidido pelo homem.
Por quem exatamente? Bem, pelos mais poderosos. Só os poderosos podem impor seus
padrões aos outros, pelo menos, até que venha alguém ainda mais poderoso.

É claro que vários indivíduos mais fracos podem unir forças para se tornar ainda
mais fortes, mas o princípio básico é o mesmo. O certo e o errado são determinados pelo
mais forte e o que é bom hoje pode ser declarado ruim amanhã, ou vice e versa.

Agora, não é problema concordar com os ateus que as pessoas que vivem nesse tipo de
sistema, não são automaticamente ruins, ou que vão fazer tudo errado. Pois, no final, a
maioria das pessoas apenas querem levar uma vida agradável e feliz e os ateus podem até
tentar formar alguns padrões morais que se baseiam em observações da natureza, por
exemplo que a cooperação é uma estratégia mais útil para a sobrevivência que a agressão.

Mas, isso só funciona realmente se alguém mais poderoso não discordar. Mas vamos ser
honestos, o que é que poderia servir como o princípio básico e norteador da moralidade
ateísta?

Bom é tudo que é útil, ou, talvez, bom é o que é útil para a humanidade. Soa bem, mas isso
não funciona realmente. Primeiro de tudo, utilidade requer uma resposta para a pergunta:
útil
para quem? Por que não é a mesma para todos.

O elogio da cooperação pode rapidamente se dissolverem confronto e depois quem ganha?

Bem, provavelmente será o mais poderoso. Ele simplesmente vai forçar o seu jeito.
Segundo, a questão da utilidade exige uma resposta para a pergunta: úteis para que?

Como devemos responder a essa pergunta? O que deve ser considerado útil,
especialmente porque os ateus afirmam que a existência do homem não tem
sentido? Quem deve decidir, então, o que é útil?

Novamente, bem ou mal será mais forte. Vemos que, em princípio, só há duas
possibilidades: que existe um Deus e então há um código moral fundamental, ou que Deus
não existe e não há nenhuma lei, mas o que nos é imposto pela vontade do mais forte.

A impiedosa lei do mais forte se fez presente de maneira vergonhosa muitas vezes ao longo
da história. Podemos vê-la na ditadura e no fanatismo racial. No materialismo o homem não
tem dignidade, não tem valor, não tem direito. Sua vida não é sagrada, o fraco vai ser
esmagado pelo forte, raça e tudo, ou classe ou outra coisa, porque não há certo e não há
errado, somente a exagerada força da vontade do mais forte. E assim, sem Deus, o homem
perde toda a humanidade.

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