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ESCOLA TEOLÓGICA CHARLES SPURGEON

POLO: LIMOEIRO DO NORTE, CE


DISCIPLINA: ESTUDO BÍBLICO INDUTIVO – EBI
COORDENADOR: PR. RODSON VIEIRA
ALUNO: DAVID FERNANDES LUNA DATA:
23.02.2019

ESTUDO BIBLICO INDUTIVO


TIAGO 5. 13 -18

Tiago, em sua epístola aos cristãos de sua época, envia-lhes instruções


práticas acerca do fortalecimento na fé e do procedimento cristão em diversas
situações, principalmente as conflitantes.
Meio-irmão de Jesus, não utiliza essa prerrogativa para vantagens pessoais
ou soberba, pelo contrário, inicia sua epístola identificando-se, apenas, como
servo de Deus e do Senhor Jesus Cristo.
Em um período de extrema perseguição, a maturidade cristã, por meio da fé
em Deus, serviria para seus irmãos como uma bússola diante das lutas.
O encorajamento ante as tentações permeia toda sua exposição. É uma
epístola encrustada de fé. Fé que é provada pelas provações, fortalecida em
meio às tentações e laureada com a coroa da vida.
Assim, a verdadeira fé e demonstrada por meio das obras.
Os destinatários, além de perseguidos, precisavam compreender a
importância da alegria, paciência e sabedoria em Deus diante das provações.
Tiago lhes escreve para organizar de forma prática o comportamento cristão
dentro e fora da igreja, no local de culto e na sociedade.
Os cristãos de sua época estavam sendo tentados a pecar, as práticas da
velha natureza não poderiam sobressair em relação à nova criatura, afinal, um
novo nascimento havia acontecido em seus corações.
Os ricos de sua época humilhavam e roubavam os menos favorecidos.
O desejo pelo poder levou alguns crentes a buscarem posições de liderança,
em detrimento do chamado, do serviço e da Palavra.
Outros, intitulavam-se sábios e destilavam sabedoria humana, quando suas
práticas de vida e seus corações os denunciavam como néscios e ignorantes,
indoutos espirituais. Palavras doces e bem elaboradas nos lábios e fel no
coração, distantes das Escrituras.
Havia mundanismo na igreja, cristãos com línguas desenfreadas e lábios
amaldiçoadores proferiam palavras de morte contra os irmãos. A perseguição e
o distanciamento da sã doutrina fez com que alguns se afastassem da igreja e
guerras e divisões entre os membros eram percebida entre os membros.
Um manual prático de conduta cristã, pautado na perspectiva doutrinária das
Escrituras, deveria ser lido para todo o corpo de modo a encorajar, corrigir,
instruir e capacitar os irmãos a viverem aquilo que pregavam e pregarem aquilo
que vivessem.
Tiago, apresenta diversas situações da rotina da igreja, os erros e equívocos
cometidos, as ordens e orientações das Escrituras e como praticá-las. Sem
delongas ou implicações incompreensíveis, ele vai direto ao ponto.
Seus escritos ultrapassam a barreira das eras e chega aos cristãos da
atualidade como uma epístola urgente de ser lida e praticada. É uma epístola
para o hoje.
Encerrando sua epístola, dos versos 13 a 18, Tiago trata da relação
intrínseca entre oração, fé e prática.
v. 13. Está alguém entre vós aflito? Ore. A oração é o antídoto contra a
aflição. O comportamento do filho de Deus diante das aflições revela quão
profunda é sua intimidade e fé para com o Deus Soberano. As perseguições e
aflições pelas quais passavam os cristãos do primeiro século não deveriam
levá-los à apostasia ou à frieza espiritual, pelo contrário, Tiago os encoraja a
orar e a confiar no Deus Soberano que cuida dos Seus mesmo em meios à
mais terríveis e severas aflições, sejam físicas, emocionais ou espirituais.
Quando o medo natural tentar dominar os corações e o vale da sombra da
morte circundar a vida do cristão a ordem é, ore.
Mas não é qualquer oração, é a oração do coração aflito, é um pedido de
socorro alicerçado em um despojar-se de si mesmo, da autossuficiência na
resolução de conflitos e uma demonstração de total dependência de Deus. Tal
qual é a dependência de um homem à deriva no mar, pedindo por socorro, sem
que saiba nadar e prestes a perecer, assim deve ser a oração do coração aflito,
totalmente dependente e entregue à vontade daquele que pode lhe atender e
salvar.
Está alguém contente? Cante louvores. A vida cristã deve ser marcada por
coerência. Não se deve dirigir-se a Deus com a oração do aflito quando se está
contente, tampouco cantar louvores na aflição (com algumas ressalvas).
O período de bonança deve nos aproximar mais de Deus. A alegria é uma
dádiva celestial e um coração alegre deve externar esse contentamento em
forma de louvor àquele que graciosamente nos abençoou.
v.14 a 16 As enfermidades deveriam ser tratadas pelos presbíteros (anciãos)
para que orassem e ungissem com azeite. Aqui percebe-se o conhecimento de
práticas medicinais na aplicação do azeite. O versículo seguinte diz que a
oração de fé curará o doente e não a aplicação do azeite.
A palavra salvar, no verso 15, não deve ser compreendida como salvação da
alma, tendo em vista que o Senhor o levantará de sua enfermidade. Nota-se
que o perdão de pecados mencionado no referido versículo ser-lhe-á perdoado,
não porque a oração tem poder de perdoar pecados, e sim, porque algumas
enfermidades são o resultado de pecados cometidos. A oração da fé curará o
enfermo e o Senhor, apenas Ele, o levantará, curado e perdoado.
v.16 A confissão de culpas uns aos outros não deve ser compreendida como
uma ação para que sejam perdoados tais feitos, e sim, para o encorajamento e
fortalecimento mútuo. A sequência do versículo enfatiza que deve-se orar uns
pelos outros para que feridas causadas por dificuldades entre irmãos sejam
curadas e isso acontece, quando há confissão de pecados entre os irmãos.
Os resultados são extraordinários. A oração do justo pode muito em seus
efeitos. Ela reestabelece relacionamentos destruídos, perdoa mágoas,
despedaça o coração orgulhoso e o impulsiona a pedir perdão, etc.
V.17 e 18 Nossos referenciais de fé eram como nós, fracos, pecadores e
humanos. Seus feitos históricos, registrados na eternidade não advinham de
méritos próprios, não possuíam superpoderes, tampouco eram perfeitos e
infalíveis. O profeta Elias, por mais admirável que seja sua vida e sua história,
não difere em absolutamente nada dos cristãos da época de Tiago e de nós
hoje.
Tiago lembra a igreja que não há triunfo sem luta, fé sem provação, fé sem
obras e sabedoria que não seja dada por Deus.
A igreja receptora da epístola deveria, a partir da compreensão desse
manual prático de vida cristã, modificar sua forma de ser, viver e pensar, na
integralidade da vida. Eis o desafio!

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