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DIAGRAMA PERT- CPM

São dois modos de prever e acompanhar racionalmente trabalhos com muitas


tarefas.

Ambos foram criados na mesma época (1958), partindo do cronograma de obras


convencional, mas com motivações diferentes.

O PERT (Program Evaluation and Review Techinique), foi criado pela a Marinha
Norte America com o fim de controlar o tempo e a execução de tarefas realizadas
pela primeira vez.

O CPM (Critical Path Method) foi criado na empresa norte-americana Dupont.


Com o fim de realizar as paradas de manutenção dentro do menor prazo possível
e com um nível constante de utilização dos recursos.

Os dois modelos são quase idênticos, a diferença está no uso da probabilidade


no PERT. Esse uso é extremamente restrito em manutenção, por isso, o
emprego dos métodos nas empresas recebeu o nome CPM-PERT ou método do
caminho crítico, que é a tradução de CPM.

O diagrama se vale de construções gráficas simples como flechas, círculos


numerados e linhas tracejadas, que constituem:

• atividade (tarefa).
• atividade fantasma.
• nó ou evento.
• caminho crítico.

O diagrama é chamado diagrama de flechas ou diagrama do caminho crítico.

Além disso, é importante salientar que esta ferramenta gráfica é um poderoso


auxiliar nas mais diversas atividades: produção, montagens etc.
ATIVIDADE
Atividade é cada uma das tarefas (operações), que constitui um trabalho. É
representada por uma flecha que recebe a identificação da tarefa e de outros
recursos necessários. (Figura 4.2).

TAREFA

A
X - H

QUANTIDADE
DURAÇÃO
DE HOMENS
Figura 4.2
As flechas são usadas para expressar as relações entre as operações e definir
uma ou mais das seguintes situações:

• A operação deve preceder algumas operações.

• A operação deve suceder algumas operações.

• A operação pode ocorrer simultaneamente a outras operações.

O modo como as relações são representadas por flechas é mostrado na Figura


4.3.

W Y W
W PRECEDE A Y K

Y
W
W E Y SÓ INICIAM SE K TERMINAR

Y
W
W É SIMULTÂNEO A Y K

W
K Y Z
Y

K SÓ INICIA COM O FINAL DE W E Y K E Z SÓ INICIAM SE W E Y TERMINAREM

Figura 4.3
ATIVIDADE FANTASMA
É uma flecha tracejada usada como artifício para identificar a dependência entre
operações. É também chamada operação imaginária e não requer tempo.

Na Figura 4.4, tem-se um exemplo para atender as seguintes condições:

• W deve preceder Y.
• K deve preceder Z.
• Y deve seguir-se a W e K.

W Y

K Z

Figura 4.4

Assim, as atividades W, Y, K e Z são operações físicas como tornear, montar,


testar etc. Cada um destes itens requer um tempo de execução, enquanto a
atividade fantasma é um ajuste do cronograma, isto é, depende da programação
correta apenas.

NÓ OU EVENTO
São círculos desenhados no início e no final de cada flecha. Têm o objetivo de
facilitar a visualização e os cálculos de tempo. Devem ser numerados e sua
numeração é aleatória. (Figura 4.5).

O nó não deve ser confundido com uma atividade que demande tempo. Ele é
um instante, isto é, um limite entre o início de uma atividade e o final de outra.

3

K
W

1 4
Y
Z

ATIVIDADE
2 FANTASMA

Figura 4.5
CONSTRUÇÃO DO DIAGRAMA
Para construir o diagrama é preciso ter em mãos a lista de tarefas com os tempos
e a sequência lógica.

Em seguida, vai-se posicionando as flechas e os nós obedecendo as relações


de dependência.

Na Figura 4.6 vê-se um exemplo para um torno que apresenta avarias na árvore
e na bomba de lubrificação.

LISTA DE TAREFAS, DEPENDÊNCIA E TEMPOS

TAREFAS DESCRIÇÃO DEPENDE DE: TEMPO

A Retirar placa, proteções e esgotar óleo - 1h


B Retirar árvore e transportá-la A 3h
C Lavar cabeçote A 2h
D Trocar rolamentos B 3h
E Trocar reparo de bomba de lubrificação BeC 2h
F Montar, abastecer e testar o conjunto DeF 4h

2
D
B
3h
3h

A F
0 1h
1 4 4h 5
C
E
2h
2h

Figura 4.6

O CAMINHO CRÍTICO
É um caminho percorrido através dos eventos (nós), cuja somatória dos tempos
condiciona a duração do trabalho. Através dele obtém-se a duração total do
trabalho e folga das tarefas que não controlam o término do trabalho.

No caso da Figura 4.6, há três caminhos de atividades levando o trabalho do


evento 0 ao evento 5, são eles:

• A - B - D - F, com duração de 11 horas.

• A - C - E - F, com duração de 9 horas.

• A - B - imaginária - E - F, com duração de 10 horas.


Há, pois, um caminho com duração superior aos demais, que condiciona a
duração do projeto. É este o caminho crítico. Sua importância decorre dos
seguintes fatores:

• Ele é o caminho onde, ao contrário dos demais, nenhuma tarefa pode atrasar,
pois atrasaria todo o trabalho.

• No caso de procurar-se diminuir o tempo de uma parada de manutenção


utilizando hora-extra ou maior número de recursos, é o caminho crítico que
deve ser pensado, e não os demais, os quais têm folga.

Tendo em vista o conceito do caminho crítico, pode-se afirmar que as tarefas C


e E da Figura 4.6, podem atrasar até duas horas sem comprometer a duração
total.

A Figura 4.7 mostra outro exemplo, este com caminho crítico de 22 horas.

MÉTODO PARA DETERMINAÇÃO DO CAMINHO CRÍTICO


Determinar o caminho crítico em planejamentos com poucas tarefas é simples
como foi visto, porém em um planejamento com 30, 50, é difícil pela simples
soma dos tempos dos caminhos. Além disso, saber quais as folgas para poder
distribuir os recursos humanos sem sobrecargas desnecessárias é fundamental.
Assim, determina-se o caminho crítico através da determinação dos tempos
cedo e tarde.

O caminho crítico será aquele formado pelos nós onde o tempo cedo é igual ao
tempo tarde. Nos outros eventos, a diferença entre os tempos representa a folga.

TEMPO CEDO
É a data ou hora (posição cronológica) mais cedo que uma tarefa pode começar.
Isto é, responde à: quando, no mínimo, a tarefa pode iniciar?

Calcula-se pela soma do tempo mais cedo do evento anterior com o prazo da
tarefa que une dois eventos. Começa-se pelo primeiro evento o qual tem 0 como
tempo mais cedo, escreve-se usualmente abaixo do nó.

Considera-se um evento completo ou concluído somente quando todas as


tarefas que chegam até ele estiverem terminadas. Portanto, no caso de haver
vários tempos cedo, escolhe-se o maior.

TEMPO TARDE
É a data ou hora mais tarde que uma tarefa pode iniciar sem atrasar a duração
total do projeto. Isto é, é a resposta para: quando no máximo a tarefa pode ser
iniciada?

Calcula-se pela subtração do tempo mais tarde do evento anterior com o prazo
da tarefa que une dois eventos. Começa-se pelo último evento o qual tem o
tempo tarde igual ao tempo, escreve-se usualmente acima do nó.
No caso de haver vários tempos tarde, a escolha é o inverso daquela usada
para o tempo cedo, ou seja, escolhe-se o menor.

Exemplo para a figura 4.6

4 4

D
B 4
3h 7 11
0 3h
1 2
F
A 4 5
0 1
4h
1h
E 6 7 11
0 1 C 7
2h 5 2h

3 4

Observações:
Os nós 0,1,2,4 e 5 formam o caminho crítico;
Nestes nós o tempo cedo é igual ao tempo tarde, portanto, a folga é zero;
O nó 3 indica que a tarefa E pode atrasar em uma hora;
O nó 2, apesar de fazer parte do caminho crítico, indica que a tarefa C pode
atrasar uma hora. Pois se for considerado o ramal A-C ocorre diferença de
tempos. Obviamente, considerando o ramal A-B tem-se o caminho crítico.
2

D
B 4
3h 7 11
0 3h
1 2
F
A 4 5
0 1
4h
1h
E 6 7 11
0 1 C 7
2h 5 2h

3 4

Observações:
Os nós 0,1,2,4 e 5 formam o caminho crítico;
Nestes nós o tempo cedo é igual ao tempo tarde, portanto, a folga é zero;
O nó 3 indica que a tarefa E pode atrasar em uma hora;
O nó 2, apesar de fazer parte do caminho crítico, indica que a tarefa C pode
atrasar uma hora. Pois se for considerado o ramal A-C ocorre diferença de
tempos. Obviamente, considerando o ramal A-B tem-se o caminho crítico.
11

M 2h

10

L 5h

G
1h H 3h
6 7 4h
K
3h
F E 4h

5 8

D 2h J 2h

3 4

3h
C I
2h
2

B 2h
1

A 1h

Figura 4.7
EXERCÍCIOS
Construa o diagrama de flechas e determine o caminho crítico.
1
TAREF DEP. TEMPO (dias)
A - 1
B A 2
C A 5
D B 2
E B 1
F EeD 3
CAMINHO CRÍTICO
TEMPO: ____________ DIAS TAREFAS: __________________________
2
TAREF DEP. TEMPO (dias)
A - 2
B - 3
C B 2
D A 4
E B 1
F EeD 3
G C 1
H GeF 2
I H 5
CAMINHO CRÍTICO
TEMPO: ____________ DIAS TAREFAS: __________________________
3
TAREFA DEP. TEMPO (dias)
A - 3
B - 2
C - 1
D A 5
E B 4
F C 4
G B 5
H E 3
I GeF 4
J D, H, I 4
CAMINHO CRÍTICO
TEMPO: ____________ DIAS TAREFAS: __________________________
EXEMPLO DE PLANEJAMENTO

A seguir será mostrado um planejamento usando as ferramentas estudadas.

OCORRÊNCIA

Um torno platô (Figura 4.3), necessita ser reformado. Depois da reforma, ele será
instalado em local diferente do atual.

Após estudos econômicos, decidiu-se reformar o cabeçote do torno numa


empresa subcontratada. Os demais serviços serão feitos internamente.

b
d
a e

a - Cabeçote
b - Placa c
c - Sela
d - Porta-ferramenta
e - Carros

Figura 4.10
LISTA DE TAREFAS

PRAZO
TAREFA DESCRIÇÃO DEPENDÊNCIA
(DIAS)
A Parada - 0,5
B Transporte do cabeçote A 1
C Reforma do cabeçote B 30
D Desmontar carros A 0,5
E Desmontar sela D 0,5
F Reparos na sela E 15
G Reparos nos carros D 10
H Montagem da sela F 2
I Montagem dos carros GeH 1
J Fundação em novo local - 5
K Instalação do cabeçote CeJ 1
L Instalação do conjunto carros sela KeI 1
M Ajustar e fazer alinhamento geométrico L 2
N Testar M 0,5

Na Figura 4.9, vê-se o diagrama de flechas, seu caminho crítico com 36 dias de
duração e as várias interdependências.

Na Figura 4.10 é mostrado o gráfico de barras para as equipes de trabalho. Nele


observa-se:

• Os eletricistas trabalham no primeiro e no último dia.

• Os mecânicos têm 2 opções para a tarefa G: ou fazem depois da tarefa H e


tem 1,5 dias de espera, ou fazem após a tarefa D e tem 11,5 dias de espera.

• A tarefa J pode começar até o 25º dia.


F
3 6
15d
H
2d

E
d
0,5
G
2 7
10d
I
1d
D
d
0,5

A B L M N
0 1 4 8 9 10 11
0,51 1d 1d 2d 0,5d
C
J 30
d K
5d
1d
5

Figura 4.9
DIAS
EQUIPES 1 2 17 19 25 30 31,5 35 36 40

A N
Elétrica
AD E I K L M N
F H G
Mecânica G

B
Transporte

Civil J

Empresa Sub- C
contratada
Opção

Figura 4.10

EXERCÍCIO 4

Faça o planejamento para o trabalho proposto a seguir. Determine na lista de


tarefas, dependências e prazos. Construa o diagrama de flechas para as
tarefas e o gráfico de barras para as equipes envolvidas.

Projeto

Transformar um torno convencional existente na produção em um torno CNC


(retrofitting).

Todos os estudos técnicos e econômicos já foram feitos e indicaram a


viabilidade. Ou seja, a equipe de manutenção está capacitada para o trabalho e
os custos compensam. A Figura 4.11 mostra como ficará a máquina após o
projeto.

Condições

• A máquina, depois de retirada da produção, tem um prazo máximo de 25


dias para voltar a produzir.

• Alguns itens serão comprados, são eles:

− Painel de comando (item 2), entrega em 10 dias.


− Placa (item 4), entrega em 15 dias.
− Porta ferramentas (item 5), entrega em 10 dias.
− Motor, entrega em 20 dias.
− Materiais para painel elétrico, entrega em 10 dias.

− O cabeçote móvel (item 7) será recondicionado internamente, (determine o


prazo).
− O barramento (item 8) será retificado internamente, (determine o prazo).
− O painel elétrico será construído internamente, (determine o prazo).
− Alinhamento geométrico, testes, montagens etc. serão feitos internamente.

5
2
6

1 - Cabeçote
2 - Painel de Comando
3 - Painel Elétrico
4 - Placa
5 - Porta-ferramenta
6 - Proteção Traseira 8
7 - Cabeçote Móvel
8 - Banco

Figura 4.11

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