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Síntese Proteica

A expressão da informação contida no DNA está relacionada com


a síntese proteica.

A sequência nucleotídica do DNA corresponde aos genes que


definem as características biológicas dos seres vivos.

 O DNA é o suporte da informação genética; no entanto, os genes


não produzem diretamente as características (fenótipo)!!!

 O DNA permite o armazenamento da informação genética, mas


são as proteínas, com as suas variadas funções e diversidade, as
responsáveis pelas diferentes características dos organismos.
 Beadle e Tatum demonstraram que, se houvesse a alteração de
um gene, formar-se-ia uma proteína diferente, originando um
fenótipo diferente do original.

 Crick propôs o dogma central da biologia molecular, para


explicar como se processa a expressão da informação
genética:
- A informação presente no DNA é transcrita para o
RNA;
- O RNA é posteriormente traduzido para formar
proteínas.
Codão
 A molécula de mRNA é formada a partir de uma das duas cadeias de
DNA.
 O mRNA é polimerizado exclusivamente no sentido 5´- 3´e as bases
emparelham-se por complementaridade.
RNA polimerase
liga-se à zona
inicial do gene
Zona inicial do gene

RNA polimerase promove a


separação pontual da cadeia de
DNA e a polimerização do mRNA

Quando atinge o local de terminação,


o RNA polimerase liberta-se do DNA,
que retoma a sua estrutura.
 Maturação, processamento ou Splicing do mRNA (processo que
ocorre no núcleo dos eucariontes)

Porção de mRNA que não Porção de mRNA que


contém informação para a contém informação para a
síntese da proteína. síntese da proteína.

Exão Intrão Exão Intrão Exão

Os intrões são removidos e os


exões unidos.
 Nesta fase ocorre a síntese de proteínas, ao nível dos
ribossomas (citoplasma ou RER onde intervém o tRNA)

mRNA

Anticodão Codão

Local de fixação
ao ribossoma

Aminoácido
Cientistas que estudavam a síntese proteica levantaram
diversas questões, tais como:

 Como decifrar uma mensagem constituída por uma


sequência de letras, que correspondem aos nucleótidos?

 Como é que, existindo 4 nucleótidos diferentes era


possível que estes codificassem cerca de 20
aminoácidos distintos? E uma elevada diversidade de
proteínas?

 Que código seria usado pelos genes?



Para os biólogos moleculares da época (década de 60), o
código genético resultava de uma sequência de
nucleótidos e esta sequência tinha correspondência com a
sequência de aminoácidos!

Quantos nucleótidos seriam necessários para


codificar um a.a?

As possibilidades seriam:

 Admitindo que cada nucleótido codifica um a.a, só seria


possível codificar 4 a.a, o que seria claramente
insuficiente;

 Admitindo que 2 nucleótidos codificariam um a.a, ainda


só se conseguiriam codificar 16 a.a (42 = 16);
 Admitindo que seria necessária uma sequência de 3
nucleótidos para codificar um a.a, obtinham-se 64
combinações possíveis (43 = 64), mais do que
necessárias para os 20 a.a que surgem habitualmente
nas proteínas.

 Os investigadores partiram do pressuposto de que os


a.a. resultavam da leitura de 3 nucleótidos.

 O código genético assentaria numa sequência de 3


nucleótidos consecutivos, constituindo o TRIPLETO.
Em 1961, Nirenberg e colaboradores, realizam uma série
de experiências no sentido de decifrar o código genético

 Sintetizaram artificialmente mRNA, formado


exclusivamente por nucleótidos uracilo.
UUU UUU UUU ….

 Ao mRNA poli-U, adicionaram extratos de bactérias,


garantindo a presença de todos os ingredientes
necessários para a síntese proteica.

Verificaram que se formou um péptido com um só tipo


de a.a (fenilalanina)
Seguiram-se duas experiências idênticas, em que usaram
mRNA poli-A e mRNA poli-C.

AAA AAA AAA …

CCC CCC CCC …

Verificaram que também nestes casos se formava um


péptido constituído por um só tipo de a.a; no primeiro
caso, a lisina e no segundo caso a prolina.
Khorana sintetizou moléculas de mRNA com nucleótidos
alternados:

ACA CAC ACA CAC….

Neste caso havia 2 tipos de combinações (ACA e CAC),


pelo que a cadeia peptídica era formada por dois a.a, a
treonina e a histidina.
Conclusão:

 Diferentes combinações de tripletos são responsáveis


pela codificação de diferentes a.a;

 O código genético está escrito de forma sequencial e,


teoricamente, a sua leitura pode iniciar-se em qualquer
ponto;

 A sequência de 3 nucleótidos do mRNA que codifica um


a.a chama-se CODÃO.

 Cada codão resulta, por complementaridade, de um


tripletos de nucleótidos de DNA, chamado CODOGENE.
Código Genético

 Sistema de correspondência entre a linguagem de DNA


(sequência de nucleótidos) e a linguagem das proteínas
(sequências de aminoácidos).

 Cada aminoácido é codificado por um conjunto de 3


nucleótidos – um tripleto ou codão – originando 64
combinações possíveis.
 Universalidade – cada codão tem a mesma função em quase todos os
seres vivos.

 Redundância – codões diferentes podem codificar o mesmo aminoácido,


fenómeno conhecido como degenerescência do código genético.

 Não é ambíguo – o mesmo codão não codifica aminoácidos diferentes.

 Especificidade dos nucleótidos – os dois primeiros nucleótidos de cada


codão são mais específicos.

 Codão de iniciação – o codão AUG inicia a leitura do código e também


codifica a metionina.

 Codão de finalização ou Stop – os codões UAA, AUG e UGA terminam


a síntese da proteína.
Proteína

Subunidade maior
do ribossoma
onde se ligam as
moléculas de tRNA

tRNA

mRNA
Subunidade menor
do ribossoma
onde se liga a
molécula de mRNA
1. Ligação do mRNA à subunidade menor e
reconhecimento do codão de iniciação (AUG)
pelo tRNA correspondente (anticodão UAC
com metionina) ;

2. Ligação da subunidade maior onde


existem 2 locais:

 P – onde se liga o tRNA com a


metionina;

 A – onde se liga o tRNA


complementar do 2º codão.
3. A metionina e o aminoácido transportado
pelo tRNA do local A estabelecem entre si
uma ligação peptídica.

4. O ribossoma avança na molécula de mRNA.

5. No local P fica o tRNA que


transporta o 2º aminoácido
e ao local A liga-se um novo
tRNA...
Uma molécula de mRNA pode ser traduzida em simultâneo por mais
do que um ribossoma, o que leva à formação de várias proteínas
iguais.

Polipéptido

A síntese proteica termina quando um codão de terminação surge


(UGA, UAG e UAA) no mRNA, pois não há tRNA complementares a
esses codões.

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