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ESCOLA DE EDUCAÇÃO PERMANENTE – EEP FMUSP

Viviane Aparecida Braga de Oliveira

O PAPEL DO ENFERMEIRO NO MANEJO DA DOR EM PREMATUROS ABAIXO


DE 34 SEMANAS

São Paulo
2022
Viviane Aparecida Braga de Oliveira

O PAPEL DO ENFERMEIRO NO MANEJO DA DOR EM PREMATUROS ABAIXO


DE 34 SEMANAS

Pré-Projeto entregue à disciplina de metodologia


científica da Escola de Educação Permanente –
EEP FMUSP como requisito parcial para obtenção
do título de Especialista em Cuidados Intensivos e
Emergência no Recém-nascido, à Criança e ao
Adolescente.
Orientadora: Profª Drª Patrícia Ponce de
Camargo.

São Paulo
2022
1.INTRODUÇÃO

De acordo com Carneiro et al. 2016, a dor no Recém nascido (RN) não era
levada em consideração pois pensava-se que devido a imaturidade neurológica do
RN e ausência de mielinização e por não haver registro de dor na memória não
existisse, esse pensamento se deu até a decada de 1970, no entanto, pesquisas
atuais pontam que 75% dos impulsos dolorosos são transmitidos através das fibras
periféricas não mielinizadas, já que o RN possui componentes receptores e
transmissores dos estímulos de dor (BRITO et al., 2020; ARAÚJO et al., 2016).
Conforme International Association for the Study of Pain (IASP), o fenômeno
da dor caracteriza-se pela percepção emocional e sensorial ruim por meio de um
atrito tissular que pode ser potencialmente real ou não (ANDRADE, 2019).
Para Christoffel et al. 2017, na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN)
durante a permanência do RN, muitos procedimentos e fatores considerados
estressantes são fundamentais para o desencadeamento da dor nesse RN que por
sua vez, não tem como falar o que está sentino, no entanto, o RN possui uma forma
de comunicação específica, esse fator torna difícil a interpretação por parte da
equipe de enfermagem dificultando assim a avaliação da dor, essa dificuldade
caracteriza um grande obstáculo na prestação de uma assistência de qualidade já
que o fenômeno da dor além do desconforto pode repercutir de forma negatiga tanto
organicamente como emocionalmente, impactando o desenvolvimento futor do RN
(OLIVEIRA et al., 2016).
Sendo assim, Silva, Marinho e Santos afirmam que durante o período de
internação do RN na UTIN, cerca de 50 a 150 estimulos dolorosos por meio dos
procedimentos realizados, para um RN com peso abaido de um quilo, estima-se que
durante a internação são submetidos a mais de 500 procedimentos potencialmente
causadores de dor.
Andrade, 2019 acredita que o profissional Enfermeiro exerce papel relevante
no controle e perceção da dor por meio da avaliação da mesma, já que, além de
possuir conhecimento o profissional permanece mais tempo beira leito o que
favorece o reconhecimento das expressões faciais geradas pelos RN conforme o
grau de exposição, o que possibilita a realizar planejamento assistencial e alivio da
dor.
Verificou-se na prática em Unidade de Terapia Intensiva, a necessidade de
obter-se mais dados sobre o processo de manejo da dor em RNs prematuros abaixo
de 34 semanas por parte do enfermeiro e refletir sobre as situações de sofrimento
vividas pelos prematuros durante a fase de internação neste setor e assim
desenvolver técnicas e manejo para avaliação da dor no RN prematuro e obter
soluções e orientações para otimizar o planejamento da assistência de enfermagem;
no sentido de aprimorar a percepção e avaliação da dor por parte do enfermeiro
permitindo amenizar o desconforto gerado por ela.
A vivência enquanto profissional de enfermagem impulsionou a realizar uma
reflexão e escolher este tema, e pesquisar o papel do enfermeiro no manejo da dor
no RN prematuro abaixo de 34 semanas na UTIN, além do que, o estudo poderá
fornecer mais informações a respeito da importância da atuação do enfermeiro e sua
equipe.
O estudo justifica-se por entender que a atuação do enfermeiro é bastante
relevante tanto na prevenção da dor como no monitoramento da mesma, por meio
da aplicação de escalas específicas e assim, contribuindo para o alívio da dor.
Diante da necessidade em conhecer os benefícios do manejo da dor por parte
da enfermagem e a importância da atuação do enfermeiro na implementação de
cuidados e protocolos para a prevenção da mesma, surgiu o seguinte
questionamento: Quais as principais produções científicas brasileiras e
internacionais que discorrem sobre a importância da atuação do enfermeiro no
manejo da dor em RNs prematuros abaixo de 34 semanas durante o período de
internação na UTIN publicadas nos últimos 5 anos que possam nos atualizar sobre
essa temática dentro do ambiente hospitalar?
A presente pesquisa busca mostrar a importância da participação do
enfermeiro nesse processo, com isso pretende-se ampliar os conhecimentos sobre o
tema em questão e subsidiar novas pesquisas no campo acadêmico.
2. OBJETIVO

Realizar um levantamento da literatura publicada referente o papel do


enfermeiro no processo de manejo da dor no RN prematuro abaixo de 34 semanas.
3. MÉTODO

3.1 Tipo de Estudo


O presente estudo será desenvolvido utilizando como método a revisão
integrativa. Para Sousa et al., 2017 a revisão integrativa da literatura é um método
que permite a síntese de conhecimento e a incorporação dos resultados de estudos
significativos na prática. Para a seleção dos estudos, serão realizadas buscas dos
artigos científicos publicados nos últimos 5 anos indexados nas bases de dados
Literatura Latino–Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), na
Biblioteca, Scientific Eletronic Library Online (SCIELO), disponíveis no site Biblioteca
Virtual de Saúde (BVS). Tendo como justificativa identificar questões relacionadas a
importância do enfermeiro no planejamento de ações, intervenções e cuidados ao
RN na UTIN para prevenção e manejo da dor.

3.2 Critérios para inclusão


Os critérios de inclusão estabelecidos para a revisão serão:
a) Artigos que abordem a temática em questão;
b) Artigos em português e inglês;
c) Artigos publicados de Janeiro de 2015 a Dezembro de 2020;
d) Artigo publicado em revistas nacionais e internacionais, periódicos e manuais da
área da saúde;
e) Artigos que discorram sobre a dor em RNS prematuros abaixo de 34 semanas.

3.3 Formulação dos Descritores


Os DeCS (Descritores em Ciências da saúde), termo utilizado para a
realização das buscas, é um vocabulário estruturado em três idiomas: português,
inglês e espanhol, criado pela BIREME, servindo como uma linguagem única na
indexação de periódicos científicos e palavras-chave, dessa forma ampliando e
direcionando as buscas e recuperação de assuntos da literatura disponível na
Biblioteca Virtual da Saúde (BVS).
Os descritores pesquisados e encontrados no portal para delimitar a busca,
serão os seguintes descritores cadastrados nos Descritores em Ciências da Saúde
(DECS): Enfermagem; Manejo da Dor; Recém-Nascido; UTI neonatal.
3.4 Intrumento para coleta de dados
Será desenvolvido um instrumento composto por quatro etapas sendo elas:
a) Identificação do artigo;
b) Identificação do periódico;
c) Identificação dos títulos das etapas da Revisão Integrativa;
d) Identificação das ações de estratégias de busca.
Os artigos selecionados serão lidos e, posteriormente, inseridos em uma
planilha, a fim de facilitar o preenchimento do relatório do estudo e melhor entender
os dados obtidos pela pesquisa.
Os resultados encontrados serão explorados por diferentes categorias, como:
título, autor, ano de publicação, local da publicação, tipo de estudo e resultados do
estudo para confecção da discussão e considerações finais.
REFERÊNCIAS

ANDRADE, L.M.M. Exposição e manejo da Unidade de Terapia Intensiva Neonatal


Recém-Nascidos. Anna Nery. v.2,n.3, p.167, 2019.

ARAÚJO, GC et al. Dor em recém-nascidos: identificação, avaliação e


intervenções. Revista Baiana de Enfermagem, v.29, n.3, p.261-70, 2015.

BRITO, A.G.L. et al. Produção láctea de mães de recém-nascidos internados em


Unidade de Terapia Intensiva. Pesquisa, Sociedade e Desenvolvimento, v.9, n.9,
p.345, 2020.

CARNEIRO, T.L.D.P. et al. Avaliação da dor em neonatos modernos internos na


unidade de terapia intensiva neonatal após respiração respiratória. J Health Sci
Inst, v.34, n.4, p.219-23, 2016.

CHRISTOFFEL, M.M.; CASTRAL, T.C.; DARÉ, M.F.; MONTANHOLI LL, G. A.L.;


SCOCHI, C.G. Atitudes dos profissionais de saúde na avaliação e tratamento da dor
neonatal. Esc Anna Nery. v.21,n.1, p.218, 2017.

OLIVEIRA, C.W.; SILVA, J.V.; RODRIGUES, A.P.; XAVIER JÚNIOR, F.S.;


TENÓRIO, G.M. Intervenções não farmacológicas no alívio da dor em unidade de
terapia intensiva neonatal. Ciências Biológicas e da Saúde. v.3, n.2, p.123-34,
2016.

SILVA, P.C.; MARINHO, E.F.; SANTOS, L.O. A percepção dos profissionais de


saúde sobre a dor em prematuros. Rev Diálogos & Ciência. v.16, n.36, p.39-51,
2016.

SOUSA, L.M.M.; MARQUES-VIEIRA, C. M. A; SEVERINO, S.S.P.; ANTUNES, A.V.


Metodologia de Revisão Integrativa da Literatura em Enfermagem. Revista
Investigação Enfermagem, Ser. II(21), 17-26, 2017.

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