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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

ESCOLA DE COMUNICAÇÃO

SEMINÁRIO HISTÓRIA DA COMUNICAÇÃO

Rio de Janeiro

2022
Tema: O emprego dos meios de comunicação, educação formal e da cultura popular pelo
Estado Novo (DIP, Ministério da Educação, relação entre mídia e samba, etc.) para a
implementação de um projeto nacional.
Data da Apresentação: 22/11/2022
Referências Bibliográficas:
1) Dantas, Audálio. A mídia e o golpe militar. Estudos Avançados [online]. 2014, v.
28, n. 80 [Acessado 19 Outubro 2022], pp. 59-74. Disponível em:
<https://doi.org/10.1590/S0103-40142014000100007>.
Este artigo trata do papel desempenhado pela grande imprensa no processo político
brasileiro, a partir do início dos anos 1950, com a volta ao poder, pelo voto popular, de
Getúlio Vargas, que sustentara a ditadura do Estado Novo até 1945, quando foi deposto pelos
militares. Setores conservadores da direita moveram-lhe, com o apoio da mídia, campanha
que terminou por levá-lo ao suicídio, em l954. Várias tentativas de golpe se sucederam, até
que em 1964, com o decidido apoio dos principais veículos de comunicação, um golpe militar
implantou a ditadura no país. Esses mesmos veículos, alguns dos quais participaram
diretamente da conspiração que levou à derrubada do governo constitucional de João Goulart,
desempenharam papel importante como apoiadores da ditadura militar.
2) FGV. Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP). Acessado 19 Outubro
2022. Disponível em:
<http://www.fgv.br/cpdoc/acervo/dicionarios/verbete-tematico/departamento-de-imprensa-e-p
ropaganda-dip>
Órgão governamental criado pelo Decreto-Lei nº 1.915, de 27 de dezembro de 1939,
durante a vigência do Estado Novo, com o objetivo de difundir a ideologia estado-novista e
promover pessoal e politicamente o chefe do governo, bem como as realizações
governamentais. Constituiu-se, desta forma, no porta-voz oficial do regime. Foi extinto em 25
de maio de 1945, pelo Decreto-Lei nº 7.582, que criou o Departamento Nacional de
Informações (DNI).
3) BRAU, A. J. MAGALHÃES, G. K. “A construção de um mito”: a propaganda e
a imprensa na Era Getúlio Vargas (1930-1954). pp. 229-234. Acessado em 19 Outubro
2022. Disponível em:
<www.https://revistas.usp.br/epígrafe/article/download/172746/172035/492366>
Getúlio Vargas é certamente um dos mais lembrados e maiores nomes do cenário
político brasileiro do século XX e, enquanto presidente do Brasil, dedicou-se a construir a
própria imagem pública. Vargas foi um ditador e, ainda hoje, é reconhecido por suas
qualidades de estadista e, ao mesmo tempo, de homem comum (GOMES, 2020). Portanto, a
partir dessas múltiplas facetas de Getúlio, o presente trabalho considera e analisa as imagens
de Getúlio Vargas durante suas três fases enquanto presidente do Brasil, focando em cada
uma delas separadamente: o Governo Provisório e Constitucional (1930 – 1937), a ditadura
do Estado Novo (1937 – 1945) e o Governo Democrático (1951 – 1954). Para tanto, são
utilizadas as propagandas e fotografias oficiais veiculadas pelo Departamento de Imprensa e
Propaganda entre os anos de 1930 e 1945 e, posteriormente, pela Agência Nacional entre os
anos de 1951 e 1954. Assim, mostra-se como a complexidade e ambiguidade garantem a
Getúlio Vargas sua força de permanência, evidenciando, ainda, seu projeto político e
identificando a imagem que desejava difundir e fixar na memória coletiva brasileira.
4) PESSANHA, L. A. De Malandro a Nacional: o papel do samba na propaganda
ideológica varguista. Acessado em 19 Outubro 2022. Disponível em:
<https://bdm.unb.br/bitstream/10483/15273/1/2016_LuisaAlvesPessanha_tcc.pdf>
O presente trabalho buscou compreender o processo de apropriação do samba pela
propaganda ideológica varguista no intuito da construção de uma identidade nacional
brasileira, pautada em valores como ufanismo, trabalhismo e miscigenação. Nesse processo,
o forte aparato comunicacional do Estado, capitaneado pelo Departamento de Imprensa e
Propaganda – DIP, foi crucial na propagação dos ideais do governo, utilizando-se de
mecanismos de fomento do rádio e do gênero musical, censura e produção de programas
como a “Hora do Brasil”. A fim de adequar o samba no projeto de governo de Getúlio
Vargas, foi necessária uma adaptação do gênero, causando um embranquecimento, por meio
da invisibilidade de características do ritmo oriundas da cultura negra. O projeto de
construção de uma identidade nacional forte, calcada no ufanismo, trabalhismo e
miscigenação, articulado por meio das estratégias de comunicação, teve um forte impacto na
formulação do “ser brasileiro”, com traços marcantes na cultura brasileira até a atualidade.
Nesse sentido, esse trabalho procura trazer uma análise das estratégias de comunicação da
Era Vargas à luz das Teorias da Comunicação.
5) KORNIS, M. A. Imagens do autoritarismo em tempos de democracia:
estratégias de propaganda na campanha presidencial de Vargas em 1950. Acessado em 19
Outubro 2022. Disponível em:
<https://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/reh/article/view/2225>
Este artigo analisa a construção narrativa dos filmes Uma vida a serviço do Brasil e E
ele voltou, realizados em 1950 como propaganda da campanha de Getúlio Vargas à
presidência da República. A singularidade desses filmes consiste no fato de que são
basicamente construídos por imagens produzidas durante o Estado Novo (1937-1945) e que,
sendo estas apropriadas por essas produções, há uma ressignificação de seus conteúdos
primeiros. Pretende-se usar este breve estudo para a discussão de aspectos importantes das
possibilidades e dos desafios do trabalho com imagens, dada a natureza específica desse tipo
de registro.
6) BUSETTO, Áureo. Em busca da caixa mágica: o Estado Novo e a televisão.
Revista Brasileira de História [online]. 2007, v. 27, n. 54 [Acessado 20 Outubro 2022] , pp.
177-196. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/S0102-01882007000200010>.
A análise histórica sobre a Exposição de Televisão (Rio de Janeiro, 1939), evento
promovido pelo Estado Novo em parceria com o Terceiro Reich alemão, permite trazer, além
de dados sobre a história da TV no Brasil, elementos de compreensão sobre as primeiras
relações entre poder político e esse meio de comunicação no país. Pois, a demonstração
pública da TV aos brasileiros foi utilizada como peça de propaganda do Estado Novo,
servindo-lhe para reforçar a sua propalada superioridade sobre outras formas de governo,
legitimar o regime entre os vários segmentos sociais e compor o rol de argumentações
favoráveis ao alinhamento Brasil-Alemanha. Ademais, o artigo pretende jogar novas luzes
sobre as pretensões da ditadura varguista com relação à propaganda política e sobre a ação da
imprensa frente ao controle estadonovista no período anterior ao funcionamento do DIP.
7) DRUMOND, Maurício. Vargas, Perón e o esporte: propaganda política e a
imagem da nação. Estudos Históricos (Rio de Janeiro) [online]. 2009, v. 22, n. 44 [Acessado
20 Outubro 2022] , pp. 398-421. Disponível em:
<https://doi.org/10.1590/S0103-21862009000200005>
Durante a primeira Era Vargas no Brasil (1930-1945), e durante os dois primeiros
mandatos de Perón (1946-1952 e 1952-1955) na Argentina, o esporte foi um importante
instrumento político. O controle estatal sobre o esporte e sua utilização pelos meios de
propaganda política visavam a criar um elo de identificação nacional entre esporte e governo.
Por esta razão, este artigo estabelece uma relação entre o esporte e a política nos dois
governos estudados, comparando manifestações públicas - eventos esportivos, comemorações
cívicas -, a produção dos principais órgãos da imprensa esportiva especializada e produções
culturais do Estado, que envolvem o esporte e a ideologia oficial dos regimes.

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