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TRABALHO SOBRE O LIVRO:

A ERA DOS DIRETOS

AUTOR: NORBERTO BOBBIO

CURITIBA,

2022
INTRODUÇÃO

A primeira parte do livro fala sobre como os direitos do homem são


fundamentados, sobre a sua constante evolução, que se desenvolve e vai se
aprimorando de acordo com as necessidades do homem e da sociedade de cada
época. O autor Norberto Bobbio também fala sobre os presentes e futuros
direitos do homem.
PRIMEIRA PARTE

SOBRE OS FUNDAMENTOS DOS DIREITOS DO HOMEM

O problema do fundamento de um direito acontece de diferentes


maneiras, e muda conforme a busca do fundamento, se ele é de um direito que
já temos ou de um direito que gostaríamos de ter.

Os direitos humanos são direitos que gostaríamos de ter, e apesar desse


desejo, muitos desses direitos ainda não foram reconhecidos. E achar um
fundamento para justificar tais desejos é a melhor maneira de trazer maior
visibilidade para os mesmos.

A finalidade de buscar um fundamento perfeito cria a ilusão de um


fundamento absoluto, que ninguém questiona e é simplesmente aceito por todos.
Essa ilusão foi comum durante séculos aos jusnaturalistas que achavam que
certos direitos não podiam ser questionados porque eram derivados da natureza
do homem, mas a natureza do homem se revelou muito frágil como fundamento
absoluto.

A expressão "direitos do homem" é muito vaga e na maioria das suas


definições são usadas palavras diferentes para expressar uma mesma ideia.
Ademais, nenhuma das suas definições permite elaborar uma categoria de
direitos do homem que tenha contornos nítidos e que realmente diga quais são
esses direitos.

Os direitos do homem foram se modificando com o passar dos anos, então


alguns direitos que eram importantes em uma determinada época e civilização,
agora não são considerados como direitos fundamentais e vice e versa.

Além de ser indefinível e mutável, a classe dos direitos do homem é


também heterogênea, em outras palavras direitos com estatutos muito diversos
entre si, em razão de que, não tem como afirmar um novo direito em favor de
algumas pessoas sem anular algum direito mais antigo que beneficiava uma
outra categoria de pessoas.

Não existe um direito absoluto, pois não tem como dois direitos que são o
oposto um do outro serem inquestionáveis.
Com a criação da Declaração Universal dos Direitos do Homem, o
problema fundamental, em relação aos direitos do homem, não é tanto o de
justificá-lo, mas sim de protegê-lo.

PRESENTE E FUTURO DOS DIREITOS DO HOMEM

É necessário saber qual a forma mais segura de garantir nossos direitos,


para impedir que esses sejam violados.

Com a declaração de 1948 os direitos do homem passam a ser universal


e positivo, universal porque são garantidos a todos os cidadãos e não só para o
cidadão deste ou daquele Estado; positivo porque começaram a ser realmente
protegidos, até mesmo contra o próprio Estado.

A Declaração Universal é apenas o início de um longo processo um "ideal


comum a ser alcançado por todos os povos e por todas as nações".

Os direitos que estão na Declaração não são os únicos e possíveis direitos


do homem, até porque os direitos que estão nela eram de um tempo em que as
necessidades eram outras, e essas também foram mudando com o passar dos
anos, e hoje em dia são outras, que futuramente também irão mudar. Sendo
assim, a Declaração Universal já gerou e ainda vai gerar mais documentos
interpretativos ou até mesmo complementares do documento inicial.

A ERA DOS DIREITOS

O conjunto de esforços que o homem faz para transformar o mundo em


sua volta e torna-lo um pouco melhor, pertence tanto as técnicas produtoras de
instrumentos, que se voltam para a transformação do mundo material, quanto as
regras de conduta, que se voltam para a modificação das relações
interindividuais, no sentido de tornar possível uma convivência pacífica e a
própria sobrevivência do grupo.

A função primária da lei é a de comprimir, não a de liberar os espaços de


liberdade. As regras de conduta foram atribuídas a função de proteger mais a
sociedade em seu conjunto do que o indivíduo singular. O indivíduo singular é
essencialmente um objeto de poder, apesar de ter direitos, o que mais se
destaca são seus deveres, e o principal deles é obedecer às leis.

É com o nascimento do Estado de direito que o indivíduo passa a ter


direitos e não só deveres, o Estado de direito é o Estado dos cidadãos.

A doutrina dos direitos do homem evoluiu muito, com relação ao gênero,


as várias fases da vida, aos estados normais e excepcionais, etc. Porém a
medida que esses direitos vão evoluindo e as pretensões vão aumentando, a
satisfação delas torna-se cada vez mais difícil.

DIREITOS DO HOMEM E SOCIEDADE

Com relação aos direitos do homem, é preciso entender que a teoria e a


pratica tem uma distinção muito grande, percorrem duas estradas diversas e
velocidades muito desiguais.

Igualdade e diferença têm uma relevância diversa, principalmente quando


a questão é direitos de liberdade ou direitos sociais. Essa é uma das razões do
porque existem várias variações e especificações nos direitos do homem, em
que as variações são direitos da mulher, da criança, do idoso etc.

A lista de direitos está em uma constante ampliação e isso só mostra que


o ponto de partida do estado de natureza perdeu toda a plausibilidade, mas nos
deixa conscientes de que o mundo das relações sociais de onde essas
exigências derivam é muito mais complexo, e de que para a vida e a
sobrevivência dos homens dessa nova sociedade, não bastam apenas os
direitos fundamentais.
CONCLUSÃO

Com a leitura desta primeira parte do livro chega-se à conclusão


juntamente com o autor de que os direitos do homem estão aumentando cada
vez mais e com muitas variações, e isto é bom, porém quanto mais direitos
existirem, mais difícil será garantir a sua eficácia.

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