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CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES

DEPARTAMENTO DE DIREITO
DIR 106 - DIREITO HUMANOS
Prof. Edson Carvalho

Aluno (a): Maria Eduarda Zacarias Ramos


Matrícula: 113121
ESTUDO DIRIGIDO III SOBRE DUDH
RESPOSTAS
1.
Os trechos dos três documentos trás como semelhança ser um documento
normativo (tratado) que busca assegurar direitos aos homens e garantir pressupostos
que julga essenciais, cada um ao seu modo.
Na Declaração Universal de Direitos Humanos, observa-se que tem um caráter
mais abrangente, sem distinções de gênero, cor, etnia ou religião, tratando de todos os
povos e sendo um meio de limitar o poder estatal perante o indivíduo.
Por outro lado, na Carta Africana dos Direitos Humanos dos Povos, o apelo é
por resolver conflitos existentes no continente e que dificulta uma convivência
pacífica entre os povos e a sua dignidade, buscando assim, a autodeterminação dos
povos africanos.
Em relação à Declaração Islâmica Universal dos Direitos Humanos vemos um
forte teor religioso, tratando a violação dos seus ensinamentos com vigoroso rigor. Na
Constituição da República Islâmica do Iran, vemos por outro lado, um teor de
intolerância religiosa, pois só é aceito um único Deus, além de condicionar todo o
estado, suas competências e o povo a esse poder religioso.

2.
Os direitos humanos não são um conjunto de normativas estáticas, únicas e
absolutas, elas podem mudar, desde que para alargar os direitos previstos, dando mais
dignidade e igualdade para a pessoa humana.
Nesse sentido, acredito que deve haver sim diferentes concepções de direitos
humanos no mundo. Direitos humanos não são imutáveis, mas sim históricos; mas
isso não exclui a imutabilidade do conteúdo essencial, logo, se as nações buscam
elencar aquilo que admitem ser mais essenciais para os direitos humanos, isto é
válido, uma vez que cada povo tem suas singularidades e necessidades.
As diferentes concepções de direitos humanos existem pois a realidade e
vivência humana também são plurais, e o direito e o ordenamento jurídico mudam
suas características e pressupostos em cada nação. Portanto, existem diferentes
interesses sociais que devem ser protegidos.

3.
O argumento usado por alguns países de que deve-se prevalecer a cultura e as
tradições não se torna possível pelo preâmbulo da Declaração Universal dos Direitos
Humanos: “Considerando que o reconhecimento da dignidade inerente a todos os
membros da família humana e de seus direitos iguais e inalienáveis é o fundamento da
liberdade, da justiça e da paz no mundo.” e pelo princípio da universalidade
Trata-se, portanto, de ideias de fraternidade e coletividade em um aspecto
geral, que dá condições mínimas (básicas) de dignidade ao ser humano, sem quaisquer
distinções. Logo, não há de se falar em prevalecimento de uma cultura ou tradição que
possa violar as premissas dos direitos humanos.
No caso do argumento asiático de individualismo exacerbado do ocidente, os
problemas e o colapso da estrutura familiar, os apontamentos não tiram a legitimidade
e a importância humanitária que a declaração tem, ela é um ideal a ser alcançado, uma
vez que diferentes culturas podem compartilhar valores.
Em relação ao argumento de valorização coletiva e sacrifícios de direito ao
bem da coletividade além do papel da sociedade, é dever do Estado, que deve
incorporar direitos fundamentais em sua constituição, logo, o ordenamento estatal e os
direitos humanos devem atuar juntos.
Por meio do princípio da universalidade, entende-se que a soberania, a
cultural, e os contextos sociais podem ser relativizados para garantir os direitos
humanos, logo, não se pode negar essa premissa.

4.
4.1) O raciocínio poderia ser contestado a partir do princípio da
interdependência e indivisibilidade dos direitos, as quais enunciam o caráter unitário e
independente dos direitos que: A) atuam em intercâmbio dinâmico reforçando-se uns
aos outros B) Todos são igualmente importantes, não há hierarquia.
Portanto, o desenvolvimento econômico e a satisfação de necessidades básicas
dos cidadãos não pode mitigar a liberdade de expressão, de crítica ao governo ou por
busca de direitos, uma vez que eles dependem um do outro para que possam ser
exercidos de maneira plena.
4.2) O princípio da indivisibilidade dos direitos humanos aborda que os
direitos humanos devem ser analisados como um todo orgânico, uma unidade, em
consonância com esse princípio, entende-se todos os direitos estão interligados, logo,
eles também são universais, e devem ser aplicados sem quaisquer condicionantes.

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