Existência Inautêntica: uma vida inconsciente, sem apropriação da própria existência.
Existência Autêntica: Apropriação da vida, protagonismo na existência, ter em
consciência daquilo que se experencia.
A questão da morte atenta aos questionamentos das nossas vivências, esses
nos levam a emancipação para nos colocar em uma vida mais autêntica, mais consciente.
A morte é um fato de vivência única, e diferente de outras experências da
vida, ela não pode ser compartilhada. O questionamento sobre isso é a que ponto tem importância vivermos uma vida pelo outro, atribuir os significados da nossa existência ao outro, e nos tirarmos do protagonismo da mesma, já que o fim se resumirá a somente nós mesmos?
A vida autêntica quando vista superficialmente pode ser interpretada de
maneira romantizada. Quando na verdade no processo de se conhecer é necessário o nosso sofrimento.
O aproveitamento de uma vida autêntica requer a imersão consciente tanto
nos prazeres como também nas dores, as experiências quando vivenciadas de maneira mais presente é facilitado o caminho de se tirar o signifcado e atribuir sentido a elas.
Reflexão: Tem o terapeuta o direito, dever ou até mesmo condição de levar o
paciente ao lugar que ele não deseja encontrar nele mesmo?
Eu: acredito que um dos deveres do terapeuta, é guiar o cliente em uma
postura de autoconhecimento. O lugar que o cliente talvez não queira chegar, também faz parte desse caminho rumo a autenticidade, e por isso, o processo pode ser tortuoso, mas é de importância significativa em um trabalho que o indivíduo possa atribuir lucidez a sua existência. Para um viver consciente, também é necessário a aceitação das dores, para que assim possa ressignificá-las.
Reflexão: O que é mais fundamental na atuação como psicólogo: a eleição de
uma verdade epistémica ou ampliar a capacidade de reconhecer as verdades psíquicas subjetivas? Eu: acredito que a palavra verdade já carrega muita relatividade para conseguirmos reduzi-la em uma só. O fato de eleger uma verdade ao meu ver, acaba por tirar a vivência autêntica da existência, pois impediria o questionamento e não levaria ao aproveitamento da existência. Quando o psicólogo serve como um guia para auxiliar o indivíduo no processo de autoconhecimento, já está ampliando esta capacidade de ampliação das verdades subjetivas.
Travessia do deserto: “o que faz uma pessoa cruzar o caminho penoso do
deserto? É o que ele vai encontrar do lado de lá”. O psicólogo pode ser visto como um guia neste caminho, mas a escolha de chegar ao destino pertence somente ao paciente.