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Universidade do Sul de Santa Catarina - Unisul

Relações Internacionais - Noturno


Unidade Curricular: Política Externa Brasileira
Docente: Agostinho Schneiders
Discentes: Bianca Manenti, Maria Mendes e Mariana Silva
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Atividade
1) FHC ao assumir o governo, disse que um dos seus objetivos era superar a era Vargas
e o modelo nacional-desenvolvimentista. Quais foram as principais consequências para as
cadeias de produção do país?
Fernando Henrique Cardoso teve como principal política econômica o neoliberalismo,
focando na privatização de empresas para o desenvolvimento do país. Com o projeto de abertura
econômica foi possível uma grande modernização nas plantas industriais brasileiras, além de
impulsionar o aumento da competitividade brasileira no mercado global. FHC promoveu o
liberalismo com seu fundamento de diminuição da atuação do Estado na economia, resultando em
um maior envolvimento da sociedade como ator para impulsionar o desenvolvimento econômico.
Em um contexto geral, houve consequências negativas para o contexto econômico, com um grande
déficit na balança comercial brasileira e uma dependência às movimentações de mercado das
grandes potências.

2) Relacione e explique os principais itens defendidos pelo Consenso que foram


aplicados pelo governo FHC.

Quando relacionado ao Consenso de Washington, um de seus objetivos mais importantes era


que a América Latina conquistasse uma saída da crise que acontecia na época, como estagnação,
inflação e dívida externa, e conseguisse retornar para um caminho de crescimento. Dentre as
propostas apresentadas (10) no Segundo Consenso de Washington apresentadas por John
Williamson, compreendia que havia uma série de concepções que seguravam o ajuste fiscal e as
reformas conduzidas para o mercado, a partir de 1990, o Estado brasileiro e seus governos
começaram a aderir uma agenda de desenvolvimento embasada no mercado e no Consenso de
Washington; e a contar de 1995, Fernando Henrique Cardoso agilizou o processo de abertura e
privatização, recombinando assim as relações entre o Estado e o setor privado, privatizando então:
os bancos estaduais, a Companhia do Vale do Rio Doce e o sistema Telebrás.
No decorrer do governo de Fernando Henrique Cardoso, houve um gerenciamento das
‘’políticas modernizadoras’’ de anexação no Brasil quando relacionado aos processos de
globalização, assim como o abandono definitivo do modelo nacional-desenvolvimentista; em seu
plano econômico, declarou em prol da modernidade, uma abertura do mercado brasileiro e aos
sistemas do capital internacional, desta forma, FHC apenas foi desenrolando o aperfeiçoamento dos
meios do Consenso de Washington, sempre tomando foco e favorecendo a fração da classe ligada
ao setor financeiro.

3) Em relação a políticas externas de FHC, o que vem a ser a “Diplomacia das


Credenciais”?
Durante o governo de Fernando Henrique Cardoso, ocorre a implementação de novas
políticas que tiveram como consequência uma alteração no modelo econômico vigente no Brasil, e
— com essas alterações — a política externa brasileira se torna “subsidiária à estabilidade
macroeconômica”, necessitando uma maior segurança econômica para inserir-se nos regimes
internacionais. Essa “exigência” do mundo globalizado sucede-se em razão ao crescimento do
neoliberalismo, ocasionando com o retorno das políticas intervencionistas do Estado em seu meio
interno com o intuito de estimular o mercado, algo que logo teve implicações não apenas no setor
privado, como também nas áreas sociais.
Surge então a necessidade restaurar a credibilidade econômica brasileira com o propósito de
obter condições mais favoráveis no cenário internacional, relacionando a insegurança econômica e
política ao isolamento internacional. Essa “diplomacia das credenciais” de FHC seguia a lógica de o
quanto mais digno de crédito o Estado fosse — por uma perspectiva econômica e política — maior
seria seu poder de barganha, participação e relevância no âmbito externo .

4) Outra política externa que consolidou-se, ao menos na retórica, foi uma política
voltada ao entorno geográfico. Explique-a e qual o papel do Mercosul para esta política.
Com algumas negociações na década de 1980 entre Brasil e Argentina, principalmente no
que tange a infraestrutura energética para a criação da Usina de Itaipu, assim como o alinhamento
com o Paraguai, foi possível estabelecer uma aproximação entre os países mais ao sul do continente
americano. Essa junção de territórios geograficamente próximos impulsionou um projeto de
integração regional, com intuitos políticos e econômicos, dessa forma, em 1991 o Tratado de
Assunção resulta na criação do Mercosul, com Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai como nações
fundadoras, tendo papel principal a promoção da integração desses países. Inicialmente tinha fortes
ambições, buscando cada vez mais o desenvolvimento de seus países membros, pode-se citar o foco
industrial, o regionalismo aberto — abertura dos mercados domésticos entre os países
sul-americanos — e a integração social, com o livre trânsito de cidadãos entre os integrantes da
organização como pontos relevantes do projeto. Contudo, diversos teóricos consideração o
Mercosul uma integração regional imperfeita, pois não contempla a unidade em diversos pontos
socioeconômicos, como por exemplo o fato de não possuírem consenso quanto à Tarifa Externa
Comum do bloco, fazendo com que a organização que visava integrar economicamente os países
não possa ser considerada um mercado comum.
Mesmo com suas dificuldades, a união regional permanece estável, possuindo iniciativas
voltadas à economia, direitos humanos, desenvolvimento e tecnologia, mesmo com todas as suas
divergências internas. A quantidade exacerbada de demais órgãos de integração latinos fazem com
que a região seja mais desintegrada do que incorporada, dificultando os processos de unir políticas e
legislações.

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