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8/22/2016

Magnetismo

Prof. Dr. Anderson


Caproni

Magnetismo

Introdução ao magnetismo

Força magnética em cargas puntiformes


em movimento

Força magnética em correntes elétricas

Torque magnético

Movimento ciclotrônico

Força de Lorentz
Física Ger. Exp. III - Prof. Dr. A. Caproni 2

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Magnetismo

Acredita-se que a bússola foi usada na China já em 13 a.C.,


tendo sido inventada por árabes ou indianos.
Os gregos já conheciam o magnetismo por
volta de 800 a.C., em particular a rocha
magnetita que atraia pedaços de ferro.
Experimentos mostraram que todo objeto
magnético, independente da forma, tem
dois pólos, chamados norte e sul.

Esses pólos exercem força sobre outros


pólos, como cargas elétricas: opostos se
atraem e iguais se repelem.
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Magnetismo

Em 1750, foi demonstrado que pólos magnéticos exercem


força atrativa ou repulsiva entre si e que ela é inversamente
proporcional ao quadrado da distância entre eles.

A força entre pólos magnéticos é similar à força elétrica,


porém pólos magnéticos sempre aparecem aos pares,
nunca isolados.

Mesmo que um objeto magnético seja dividido ao meio, ele


continuará com dois pólos.
Ampère, Henry, Faraday, Maxwell e outros mostraram a
relação entre magnetismo e eletricidade.

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Campo Magnético

Assim como no caso do campo elétrico, uma região do


espaço ao redor de uma substância magnética (ou de uma
carga elétrica em movimento) apresenta um campo.
O campo magnético é, normalmente, simbolizado pela letra
B e sua direção é a mesma que a ponta da agulha de uma
bússola aponta naquela região.
As linhas de B fora da substância apontam
para fora do pólo norte magnético e na
direção do pólo sul.

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Força Magnética

O campo magnético B em uma região do espaço pode ser


definido em termos da força magnética FB que ele exerce
sobre uma carga em movimento com velocidade v.
Supondo que as forças elétrica e gravitacional sejam
desprezíveis, pode-se dizer que:
FB é proporcional à carga e à velocidade da partícula;
 o valor e a direção de FB dependem da velocidade e do
campo magnético;
 quando uma partícula se move paralelamente ao campo
magnético, a força magnética sobre ela é nula;

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Força Magnética
 FB é perpendicular ao campo magnético e à
velocidade, quando a partícula se move em uma
direção inclinada em relação ao campo;

 FB sobre uma partícula positiva tem sentido


oposto à força sobre uma partícula negativa
indo na mesma direção e sentido;

 Módulo de FB é proporcional ao seno do ângulo entre a


velocidade da partícula e a direção do campo;
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Força Magnética
A partir dessas considerações pode-se escrever a equação geral para a
força magnética FB sobre uma partícula com velocidade v em um
campo magnético B:

 
  
FB  q v  B

Elétrons se deslocando numa


região com campo magnético
(luz devido à interação entre
elétrons e gás dentro do tubo)

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Força Magnética

A direção e o sentido do produto vetorial de v por B podem ser


obtidos pela regra da mão direita:

Aponte os quatro dedos da mão na direção


da velocidade da partícula e a palma da mão
na direção de B, mantendo o dedão para
cima. Esse apontará na direção da força.

Se a carga for negativa, a direção da força


será oposta ao caso da carga positiva.

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Força Magnética

A direção e o sentido do produto vetorial de v por B podem ser


obtidos pela regra da mão direita...

 
... ou resolvendo o produto vetorial   
presente na equação da força magnética: FB  q v  B

iˆ ˆj kˆ

FB  q v x vy vz 
Bx By Bz


 q v y Bz  v z B y iˆ  v x Bz  v z Bx  ˆj  v x B y  v y Bx kˆ 
O módulo da força magnética está dado por: FB  q vB sin 
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Força Magnética

Diferenças entre as forças elétrica e magnética:


• a direção da força elétrica é a mesma do campo elétrico,
enquanto que a da força magnética é perpendicular ao
campo magnético;

• a força elétrica age sobre uma partícula carregada


independente de ela estar se movendo; a força magnética
somente em partículas carregadas em movimento;
• a força elétrica realiza trabalho ao deslocar uma
partícula, enquanto a força magnética associada a um
campo magnético estático não realiza trabalho no
deslocamento da partícula.

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Força Magnética

A partir dessa última propriedade e da relação entre trabalho


e energia cinética, conclue-se que a energia cinética de
uma partícula carregada se movendo em um campo
magnético não é alterada por esse.

Quando uma partícula carregada se move com velocidade v


em um campo magnético, esse pode alterar a direção e o
sentido da velocidade, mas não o valor dela.

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Força Magnética

Da equação de força pode-se deduzir que a unidade do campo


magnético, chamada Tesla (T), sendo:
1 T = 1 N·s / (C·m) ou ainda 1 T = 1 N / (A·m)
Fonte do Campo B (T)
Magneto supercondutor forte 30
Magneto convencional forte 2
Barra magnética 10-2
Superfície do Sol 10-2
Superfície da Terra 0,5x10-4
Interior do cérebro humano 10-13

Outra unidade normalmente utilizada é o Gauss, sendo:


1 G = 10-4 T
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Força Magnética
Exercício 1: um elétron se move ao longo de um tubo de TV
antiga com uma velocidade de 7,40106 m/s na direção i. Nesse
tubo há um campo magnético de 0,020 T, que faz um ângulo de
600 com a direção i. Calcule o módulo da força magnética sobre o
elétron e de sua aceleração.
Módulo da força magnética:
FB  q vB sin  
  
 1,602 10 19 7,40 10 6 0,020 sin 60 
 FB  2,05 10 14 N
Módulo da aceleração:
FB 2,05  10 14
FB  me a  a    31
 a  2,25 1016 m/s 2
me 9,109  10
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Força Magnética
Exercício 2: encontre o vetor força magnética agindo
sobre o elétron do exercício anterior assumindo que o
campo magnético está contido no plano x-y.

Vetor velocidade: v  7,40  106 iˆ m/s


Vetor campo magnético: B  0,020  cos60 iˆ  0,020  sin 60 ˆj T   
   
    
Vetor força magnética: FB  q v  B  e v  B 
iˆ ˆj kˆ iˆ ˆj kˆ
 e v x vy vz   e vx 0   e 0  0  0  By iˆ 
0 
Bx B y Bz Bx B y 0



 vx  0  0  Bx  j  vx  By  0  Bx kˆ   evx  By kˆ 

 FB  evx  By kˆ   1,602 10 19 7,40 106 0,020 sin 60 k̂ 


 FB  2,05 1014 kˆ N 15

Força Magnética - corrente elétrica

Se uma partícula isolada sofre efeitos de uma força


magnética quando está em uma região com um campo
magnético, então um fio conduzindo uma corrente também
deverá estar sujeito à uma força.

Como uma corrente elétrica é constituida de cargas em


movimento, então a força sobre o fio será a resultante de
todas as forças sobre cada uma das cargas no fio.

A força sobre o fio será, portanto, causada pelo colisão das


cargas com as moléculas do material do fio.

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Força Magnética - corrente elétrica


Imagine um fio sob os efeitos de um campo magnético,
como na figura:

Se a corrente elétrica é zero, o fio fica em sua orientação normal.


Se a corrente elétrica tem direção para cima, o fio sofre uma
força magnética para a esquerda.
Se a corrente elétrica tem direção para baixo, o fio sofre uma
força magnética para a direita.
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Força Magnética - corrente elétrica

Considere, agora, uma segmento de fio de comprimento L, área


transversal A, com corrente I sob efeito de um campo magnético B:

A força magnética sobre uma carga com


 
velocidade v será:   
FB  q v  B
A força total será essa força multiplicada pelo
número de cargas N naquele segmento:


 
FBT  q v  B N  
 N  nAL
 qv  B n AL  nq Av L  B 
  
Como I = nqAv, temos que: FBT  IL  B
(L é um vetor que aponta na direção de I, possuindo norma L).
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Força Magnética - corrente elétrica

Se o fio não for reto, mas tiver um formato qualquer, a força


será calculada em um segmento pequeno de tamanho ds:
b
  
dFB  Ids  B

Para calcular a força total, basta integrar a


expressão anterior:
 b
  a
FB   Ids  B
a

Nesse caso, tanto a intensidade do campo quanto sua


direção em relação ao fio podem mudar ao longo desse.

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Força Magnética - corrente elétrica

Caso 1: um fio encurvado com corrente uniforme I sob um


campo uniforme B.
 b
   b  
FB   Ids  B  I   ds   B
 B  cte 
a  I  cte 
  a 

A integral representa a soma de todos os


elementos infinitesimais ds do fio:
 
b

  L
d
a
s (vide figura)

  
Portanto, FB  IL  B
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Força Magnética - corrente elétrica

Caso 2: um fio encurvado fechado com corrente uniforme I


sob um campo uniforme B.
 a
   a  
FB   Ids  B  I   ds   B
 B  cte 
a  I  cte 
  a 

A integral representa a soma de todos os


elementos infinitesimais ds do fio:
a
 
  0
a
d s  d s
Força magnética líquida agindo em
qualquer espira fechada de
 corrente uniforme imersa num
Portanto, FB  0 campo magnético uniforme é nula.
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Força Magnética - corrente elétrica


Exercício 3: um fio em forma de semi-círculo forma um circuito
fechado e conduz uma corrente I. O fio está no plano xy sob efeito
de uma campo magnético B na direção y. Encontre a intensidade e
a direção da força agindo na parte reta e na parte curva do fio.
 
Na parte reta: ds  dxiˆ e B  Bˆj
iˆ ˆj kˆ
 
ds  B  dx 0 0  Bdxkˆ
y
0 B 0
x
 L
 
L L

ˆ ˆ
 FB   Ids  B   IBdxk  kIB  dx  FB  ILBkˆ
0 0 0
(direção de FB é para fora do plano)
Note que neste caso poderíamos ter usado diretamente FBT=ILB. 22

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Força Magnética - corrente elétrica


Exercício 3: (continuação)

Na parte curva:
    
dFB  I ds  B  I ds B sin 
y
 
B B ds  ds  Rd
x
 dFB  IBR sin d
 
 FB   IBR sin d  IBR  sin d  IBR cos  0 

0 0
 FB  2 IRB
O produto vetorial entre qualquer ds e B sempre produzirá um vetor

apontando para dentro do plano, tal que: ˆ FB  2IRBk
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Força Magnética - corrente elétrica


Exercício 4: qual a intensidade e a direção da força magnética
agindo em todo o fio do exercício anterior?

Recapitulando, na parte reta do fio


encontramos que:
FB,reta  ILBkˆ
y
Enquanto que na parte curva obtivemos:

FB,curva  2IRBkˆ x
Compatível
Como pode ser visto
 na figura, L = 2R. Assim: com o caso 2
FB,curva  2IRBkˆ   ILBkˆ
Desta forma, aforça magnética
 total agindo em todo o fio é:

FB,tot  FB,reta  FB,curva  ILB kˆ  ILB kˆ  F
Física Ger. Exp. III - Prof. Dr. A. Caproni B ,tot  0 24

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Torque sobre uma corrente em um campo


magnético uniforme
Imagine um fio retangular conduzindo uma corrente I sob efeito de
um campo magnético B paralelo ao plano do fio.

Nos lados 1 e 3 a força magnética será nula,


pois o fio é paralelo a B.

Nos lados 2 e 4, entretanto, há força: F2  F4  IaB

Essa forças têm sentidos opostos, pois a corrente vai em


direção oposta nos fios, mas não estão no mesmo fio.

Assim, pode haver um torque em O:


b b
 max   2   4  F2  F4 
2 2
b b
 IaB  IaB  IabB   max  IAB
2 2 Física Ger. Exp.
A ab 
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Torque sobre uma corrente em um campo


magnético uniforme
Imagine, agora, que a normal ao plano do fio retangular faça um
ângulo  com o campo magnético B, o qual é paralelo aos fios 2 e 4.
Nos lados 2 e 4 a força magnética será nula, pois
o fio é paralelo a B.
Nos lados 1 e 3, há força: F1  F3  IbB
Essa forças têm sentidos opostos,
pois a corrente vai em direção
oposta nos fios, mas não estão na
mesma linha.
Assim, pode haver um torque em O:
a a a a
 max   1   3  F1 sin   F3 sin   IbB sin   IbB sin  
2 2 2 2
 IabB sin    max  IAB sin  26
 Aab

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Torque sobre uma corrente em um campo


magnético uniforme
  
Pode-se escrever, portanto:   IA  B
A direção de A é dada pela regra da mão direita.
O produto IA é definido como  
momento de dipolo magnético:   IA
  
Portanto:   B Importante! Equação válida para qualquer
orientação e formato de fio.
Se uma bobina for feita por N voltas de um fio, cada um com a
mesma área e a mesma corrente elétrica, o momento de dipolo
total será N vezes o momento de um fio e o torque total:
  
  N  B
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Torque sobre uma corrente em um campo


magnético uniforme
Exercício 5: Uma bobina retangular de dimensões 5,60 cm  9,50
cm é feita por 28 voltas de um fio, que conduz uma corrente de
13,0 mA. Um campo magnético de 0,50 T é aplicado paralelo ao
plano do fio. Calcule a magnitude do momento de dipolo
magnético e a do torque agindo sobre o fio.
Momento de dipolo magnético:
A  0,056  0,095  5,32 10 3 m 2
bob  NIA  2813,0 10 3 5,32 10 3  
bob   1,94 103 A m2
Torque no fio:
B // plano  B     = 90o



  bob  B  bob B sin   1,94 10 3 0,50 sin 90  
   9,68 10 4 N m
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Movimento de uma partícula carregada em um


campo magnético uniforme
Como visto, a força magnética agindo sobre uma partícula
carregada em um campo magnético é perpendicular à sua
velocidade e não realiza trabalho.
Considere o caso especial de uma partícula positiva com
velocidade perpendicular ao campo, como na figura.

A partícula se move em círculo em um


plano perpendicular ao campo.
 
 F  ma  FB  macp 
v2 mv
 qvB  m  r 
r qB
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Movimento de uma partícula carregada em um


campo magnético uniforme
v qB
A velocidade angular ou frequência
 
cíclotron da partícula é: r m
2 r 2m
Período de giro da partícula: T  
v qB
Se a velocidade da partícula estiver inclinada
por um ângulo qualquer em relação ao campo,
seu movimento será em forma de hélice.
As equações anteriores se mantêm, trocando v
por v (componente perpendicular a B):

v  v y2  v z2
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Movimento de uma partícula carregada em um


campo magnético uniforme
Exercício 6: um próton se move em uma órbita circular de raio igual a
17,0 cm em um campo magnético uniforme de 0,48 T, perpendicular à
sua velocidade. Determine a velocidade linear do próton.

 v  e Br  1,602  10 0,48 0,17  


mpv p 19
r
eB p
mp 1,673  10 27

 v p  7,8110 6 m/s

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Movimento de uma partícula carregada em um


campo magnético uniforme
Exercício 7: em um experimento feito para medir um campo magnético
uniforme, elétrons são acelerados a partir do repouso por uma diferença
de potencial de 260,0 V. Eles descrevem uma trajetória circular de raio
8,30 cm. Se o campo magnético é perpendicular ao feixe de elétrons, qual
é a sua intensidade? Qual é a velocidade angular dos elétrons?
Por conta da conservação de energia, aumento da energia cinética dos
elétrons ocorre às custas da diminuição da energia potencial elétrica
destes:
me ve2  0  0  e V   ve  2
1 e
K  U  V
2 me
Intensidade de B:
me ve m m e 1 m
r  B  e ve  e 2 V  2 e V 
eB er er me r e


1
2

9,109 10 31 
260 ,0  B  6,55 10 4 T
19
0,083 1,602 10 32

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Movimento de uma partícula carregada em um


campo magnético uniforme
Exercício 7: (continuação)

Velocidade angular do elétrons:

e 
ve

1
2
e
V 
1
2
1,602 10 19
260,0 
 
r r me 0,083 9,109 10 31  
 e  1,15 108 rad/s

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Movimento de uma partícula carregada em um


campo magnético uniforme
Se o campo magnético não for uniforme, o movimento de
partículas carregadas nessa região pode ser bem complicado.

Em um campo como o da figura, as partículas podem ficar


confinadas, indo para frente e para trás.

Tal configuração é chamada de + F +


B
garrafa magnética. FB

Ela é normalmente utilizada para confinar


plasma, o que poderia ser crucial para
obtenção de energia por fusão nuclear.
Porém quando muitas partículas estão presas, algumas acabam
escapando devido às colisões entre si.
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Movimento de uma partícula carregada em um


campo magnético uniforme

Os cinturões de radiação de Van Allen consistem de


partículas carregadas (prótons e elétrons), aprisionadas
pelo campo magnético ao redor da Terra, numa
distribuição em forma de rosquinha.

As partículas, presas pelo campo


magnético da Terra, espiralam ao
redor das linhas de campo de um
polo ao outro em alguns segundos.

As auroras boreais/austrais são


causadas pelo choque dessas
partículas com átomos e moléculas
da atmosfera terrestre.
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Movimento de uma partícula carregada em um


campo magnético uniforme - aplicações
Uma partícula carregada sob influência de um campo elétrico E e um
magnético B, sofre uma força total, conhecida também como força de

 
Lorentz:   

F  qE  q v  B
Seletor de velocidades
Para selecionar partículas carregadas
com a mesma velocidade, utiliza-se
uma configuração como a da figura
abaixo.
Dessa maneira, as partículas que se deslocam em linha reta estão sujeitas
à forças iguais:
  E
FE  FB  qE  qvB  v 
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B 36

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Movimento de uma partícula carregada em um


campo magnético uniforme - aplicações
Exercício 8: Um feixe de partículas, cada uma com carga de 7,2 C, passa
por uma região do espaço com um campo elétrico de 4,110-2 N/C e um
magnético de 6,310-4 T.
a) Determine a velocidade das partículas que manterão um deslocamento
retilíneo.
b) Para onde será o desvio das trajetórias das partículas com velocidades
menor e maior que a calculada?
  E 4,1 10 2
a) FE  FB  qE  qvq B  vq   4

B 6,3  10
 vq  65,1 m/s
  partículas
b) FE  FB  qE  qvB  v  E  v  vq  desviadas para
B
baixo.
  partículas
c) FE  FB  qE  qvB  v  E  v  vq  desviadas para
B cima.
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Movimento de uma partícula carregada em um


campo magnético uniforme - aplicações

Espectrômetro de massa
Aparelho que separa íons (elementos
de mesma massa e diferente carga)
baseado na razão massa-carga.

Após passar pelo separador de velocidades, o feixe de íons entra em um


campo magnético B0 com a mesma direção daquele do seletor.

Nesta região, os íons desenvolvem uma trajetória circular de raio r até


atingirem uma placa fotográfica.
mv m rB0 m rB0 B
r    
qB0 q v  v   q
E E
 B

A partir do raio da trajetória, determina-se a razão massa-carga e o tipo de íon.


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Movimento de uma partícula carregada em um


campo magnético uniforme - aplicações
Exercício 9: Qual a razão entre as intensidades dos campos elétrico e
magnético num seletor de velocidades para que uma partícula com
relação carga-massa igual a 0,032 C/kg descreva um semicírculo de
raio igual a 2,6 mm dentro de um espectrômetro de massa com
campo magnético interno de 5,0 G?

m rB0 B mE
   rB0 
q E q B
E q
  rB0 
B m
 
 2,6 10 3 5,0 10 4 0,032   E
 4,16 10 8
V
B mT
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Exercícios extras para fixação de conteúdo


E1: Imagine que você esteja sentado numa sala com as costas voltadas para a parede, da qual emerge
um feixe de elétrons que se move horizontalmente na direção da parede em frente. Se o feixe de
elétrons for desviado para a sua direita, qual será a direção e o sentido do campo magnético existente
na sala? Campo magnético é vertical e aponta para baixo!
.
E2: Um elétron se move com velocidade escalar de 7,81×106 m/s em uma órbita circular de raio r em
um campo magnético uniforme de 0,48 T, perpendicular à sua velocidade. Determine o valor de r.
r  9,25 10 5 m
E3: Um espira quadrada de lado igual a 0,50 cm é colocada numa região com campo magnético de
2,0 G de intensidade. Se a espira quadrada carrega uma corrente elétrica de 0,10 mA, calcule:

a) O valor absoluto do momento de dipolo magnético da espira;   2,5 109 A m 2
b) O módulo do torque que a espira estará sujeita se as linhas de campo magnético a atravessam

perpendicularmente;   0 N m
c) O módulo do torque que a espira estará sujeita se as linhas de campo magnético a atravessam

paralelamente.   5,0 10 13 N m
E4: Uma fonte de íons está produzindo íons de 6Li, os quais possuem carga +e e massa 9,9910-27 kg.
Os íons são acelerados por uma diferença de potencial de 10,0 kV e passam horizontalmente em uma
região onde existe um campo magnético uniforme vertical de módulo igual a 1,2 T. Calcule a
intensidade do campo elétrico que, aplicado na mesma região, permite que os íons de 6Li atravessem
a região sem sofrer nenhum desvio. E  0,68 MV/m
E5: Realize o experimento virtual sobre campo magnético e bússola encontrado no link
http://phet.colorado.edu/pt_BR/simulation/legacy/magnets-and-electromagnets, verificando como as
linhas de campo e a orientação da bússola variam com a movimentação do imã.
Física Ger. Exp. II - Prof. Dr. A. Caproni 40

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