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COBERTURA ESPECIAL

-
BASE INDUSTRIAL DEFESA
- DEFESA

22 de Outubro, 2015 - 13:20 ( Brasília )

ODT - A NOVA MECTRON


A Odebrecht Defesa e Tecnologia (ODT) tornou pública sua intenção
de vender parcela acionária da controlada MECTRON, a Missile
House Brasileira. DefesaNet detalha as os objetivos e estratégias da
chamada “NOVA MECTRON”.

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André Amaro, presidente da Odebrecht Defesa e Tecnologia durante a LAAD 2015. Foto - Julio Ottoboni /
DefesaNet

Nelson Düring
Editor-chefe DefesaNet
 

Comentada há bastante tempo no mercado a intenção de a Odebrecht


Defesa e Tecnologia (ODT) de alguma forma negociar a participação na
empresa controlada MECTRON, a “Missile House” brasileira, com sede em
São José dos Campos (SP).

Agora a empresa tornou pública a intenção de vender parcela acionária da


MECTRON. DefesaNet detalha as os objetivos e estratégias no que a
administração da ODT chama de a “Nova MECTRON”.

Incorporada à Odebrecht Defesa e Tecnologia, em 2010, a MECTRON teve


uma infusão de capital para sanear seus passivos e finalizar série de projetos
em curso assim como reforçar seu quadro funcional.

Porém, a situação orçamentária dos últimos três anos tem afetado


significativamente a empresa. A ODT tem duas vertentes de atuação no
mercado de defesa: a participação na Itaguaí Construções Navais (ICN), em
associação com a francesa DCNS, onde detém 60% do capital, responsável
pela construção dos submarinos no PROSUB.

E a MECTRON, empresa focada originalmente no desenvolvimento de


mísseis, para as três forças.

  Como André Amaro, presidente da ODT relatou à DefesaNet – “99 % do


desafio está na MECTRON e 99% do resultado está na ICN”.

A declaração é determinante para a estratégia montada para o que ele


chama de a “Nova MECTRON”.

A ICN é um empreendimento industrial com um parceiro estratégico e


tecnológico definido. Estamos alcançando índices de produtividade e
qualidade similares ou superiores em alguns pontos à nossa referência, que
á a operação da DCNS, em Cherbourg (França).

“Queremos dar à MECTRON o mesmo perfil. E para isso procuramos um


parceiro estratégico e tecnológico para aportar 40% do capital, limite para
manter a sua identidade como Empresa Estratégica de Defesa (EED)”,
declara André Amaro.

Há duas formas de fortalecer a MECTRON, uma é através de investimentos


do governo brasileiro com projetos e investimentos em pesquisas, e a
segunda seria uma parceria internacional que conferiria um domínio
tecnológico que ela não possui ainda.

É um fortalecimento em todos os contrato atuais e futuros. Inclusive os


contratos relacionados com o SAAB para o Gripen E/F e os do PROSUB.

Estamos construindo um agenda de contatos com os potenciais parceiros e o


que eles agregam à MECTRON.

As oportunidades da MECTRON em torno dos sistemas oferecidos aos


Programa de Submarinos podem ser afetada para mais ou menor conforme o
parceiro tecnológico a ser definido. Podendo ficar em uma posição melhor ou
de menor janela de oportunidade.

Os campos de Atuação da MECTRON

Na atualidade a MECTRON tem quatro grandes campos de atuação. E vários


parceiros tecnológicos, praticamente um para cada projeto que a empresa
desenvolve. Isto tem gerado um custo maior e uma falta de sinergia mais
ampla entre as empresas. Há poucas semanas atrás encerrou as atividades
na área espacial devido a desativação do Programa do Lançador VLS.

Os campos de atividades da MECTRON na atualidade, com alguns projetos


são:

Missile House– A-Darter, MAA-1 e MAA-1B, Antirradiação (MAR),


Antinavio Superfície (MANSUP), Solo-solo  (MSS-1),

Aeroespacial – Radar SCP1 (modernização do A-1)

Comunicação– Link BR2, RDS

Sistemas de Defesa– SISGAAz, atuando como uma Softerhouse,


vários projetos para o PROSUB e incluindo o submarino com propulsão
nuclear 

Para estes vários projetos há inúmeros parceiros tecnológicos estrangeiros,


já ativos ou em prospecção, entre outros: DENEL (África do Sul), Harris
(EUA), MBDA (Europa), Rafael (Israel), SELEX (Itália), ATLAS Eletronik
(Alemanha), THALES (França), MOTOROLA (EUA) e Rosoboronexport
(Rússia).

André Amaro tem falado com os potenciais parceiros, mas primeiro reuniu-se
com o governo brasileiro, para saber se havia limites ou impedimentos.
Recebeu a aprovação inclusive, para falar com russos e chineses.

Porém, a ODT sabe que a cada parceiro abre-se ou fecham-se


oportunidades. É a geopolítica da indústria de defesa. Um parceiro francês
teria mais sinergia com a DCNS, no PROSUB, outro poderia restringir algo no
Programa do Gripen E/F.

O foco e a sinergia é de continuar o foco na “Missile House”. Mesmo que


para isso alguns programas tenham que ser rearranjados e uma outra
estrutura empresarial assumida para tocar programas sensíveis ligados ao
Gripen E/F e em especial o PROSUB, no caso do  parceiro estratégico gerar
alguma restrição.    
O Futuro
A ação deverá permitirá que a MECTRON seja integrada nas quatro
vertentes e integrada a uma visão global de mercado com acesso à
tecnologia e reduza o custo de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D).

Sobre a recepção dos contatos da ODT, “as grandes empresas de defesa do


mundo tem mostrado um respeito pelo mercado de defesa brasileiro e tem
uma visão positiva a médio e longo prazo. O Brasil está no radar dos grandes
players mundiais”, afirma André Amaro.

“O que propomos é um movimento de médio e longo prazo, uma empresa


brasileira, uma EED, com foco no momento que o Brasil retome os seus
investimentos em defesa. Quanto à MECTRON recebemos alguns
questionamentos quanto à capacidade de execução. A nova MECTRON não
pode ter esta fragilidade”, declara o presidente da ODT.

A empresa não quis abrir números somente afirmou que os números até o
momento apresentados não são oficiais.

Fica a clara impressão de que a Odebrecht Defesa e Tecnologia está


preparando-se para enfrentar o atual difícil momento orçamentário brasileiro,
mas o mais importante, é que está e permanecerá no mercado da Defesa. 

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