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Prevenção e Controle de Riscos

em Máquinas, Equipamentos e Instalações

Jéferson Cabrelon

1ª Edição | Junho | 2014


Impressão em São Paulo / SP
Prevenção e Controle de Riscos
em Máquinas, Equipamentos e Instalações

Coordenação Geral Projeto Gráfico, Capa


Nelson Boni e Diagramação
Marilia Lopes
Coordenação de Projetos Revisão Ortográfica
Leandro Lousada Célia Ferreira Pinto

Professor Responsável 1a Edição: Junho de 2014


Jéferson Cabrelon Impressão em São Paulo/SP

Copyright © EaD KnowHow 2011


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Catalogação elaborada por Glaucy dos Santos Silva - CRB8/6353


Apresentação

As máquinas e equipamentos vieram para facili-


tar a vida do homem, agilizar tarefas, ganhar volume
de produtividade e dar mais conforto. Fazendo com
isso o tempo ser algo super importante, e o homem
na busca de produzir cada vez mais, em menor tem-
po, deparou-se com um inimigo, muitas vezes, mor-
tal: “o acidente de trabalho”.
Nesta busca constante de números cada vez maio-
res de ganho, as condições de segurança de máquinas e
equipamentos foram relegadas ao segundo plano.
A chegada na década de 40, da Revolução In-
dustrial no Brasil, fez com que demandasse mão de
obra mais qualificada.
Existia um ditado na década de 70, que o
Brasil era o “País do futuro”, devido à grande-
za de recursos naturais existentes, porém, nesta
mesma época, já estávamos começando a pagar o
custo pelo crescimento desordenado e sem gran-
des critérios definidos em relação às condições
de trabalho. E foi justamente em 1970, que o
Brasil ganhou o primeiro título negativo em re-
lação às condições de trabalho, o de Campeão
Mundial de Acidentes.
No decorrer dos nossos estudos, iremos deta-
lhar de forma mais criteriosa a evolução das condi-
ções de máquinas e equipamentos, após a implanta-
ção das Normas Regulamentadoras pelo Ministério
do Trabalho, em 1978.
Tivemos ao longo de mais de 70 anos, após a
Revolução Industrial, muitos programas, campanhas,
incentivos e até mudanças de legislações para poder
proteger o empregado em suas atividades laborais,
porém o que pode ser visto, que sem hierarquia para
definir ações efetivas, ficamos patinando em um la-
maçal de letras (normas), sem aplicações efetivas.
Com a chegada da nova redação da NR-12 – Se-
gurança no Trabalho em Máquinas e Equipamentos,
em 2010, foi dada uma nova perspectiva e definidos
os critérios claros na aplicação correta desta norma.
Em cada uma das 4 unidades, reforçamos a ne-
cessidade de aplicação da Gestão de Segurança em
Máquinas e Equipamentos. A vivência dos profis-
sionais de cada área é muito importante, e deve ser
levada em consideração para definirmos a melhor
estratégia para soluções dos problemas.
Nossa esperança é que ao final deste estudo, o
profissional sinta-se mais confiante para aplicar as
técnicas e saiba como conduzir as questões preventi-
vas dentro da sua atividade.
Sumário

Unidade 1 09
Evolução Das Máquinas
1.1. Conceituação E Importância
1.2. As Bombas E Motores
1.2.1. Bombas
1.2.2. Riscos Detectados
1.2.3. Sistemas De Segurança
1.2.4. Normas De Segurança
1.2.5. Proteção Pessoal
1.2.6. Legislação Afetada
1.3. Motores e Veículos Industriais
1.3.1. Motores
1.3.2. Veículos Industriais
1.4. A NR-11 Como Base
1.5. Cuidados Adicionais
1.6. Equipamentos de Guindar e Transportar
Questões

Unidade 2 45
Máquinas e Equipamentos – Características
2.1. Caldeiras E Vasos De Pressão
2.1.1. Definição de Vasos se Pressão
2.2. Equipamentos Pneumáticos
2.3. Fornos
2.4. Sistema de Proteção Coletiva
2.5. EPI – Equipamento de Proteção Individual
2.6. Cor, Sinalização E Rotulagem
2.7. Manutenção Preventiva
2.8. Engenharia de Segurança do Trabalho
Questões

Unidade 3 63
Características do Ambiente De Máquinas
3.1. Localização Industrial
3.2. Riscos em Eletricidade
3.3. Sistema Externo de Proteção Contra Descargas Atmos-
féricas
3.4. NR-10 X NR-12
3.5. Dispositivos de Partida, Acionamento e Parada
3.6. Sistemas de Segurança em Máquinas e Equipamentos
3.7. Proteções Fixas
3.8. Proteções Móveis
Questões

Unidade 4 75
Avaliação de Riscos em Máquinas e Equipamentos
4.1. Laudo de Máquina
4.1.1. Categorias de Risco
4.1.2. Capa de Apresentação
4.1.3. Identificação da Empresa
4.1.4. Fotos de Apresentação da Máquina
4.1.5. Especificações Técnicas
4.1.6. Referências Normativas para Execução do Laudo
4.1.7. Definições Técnicas
4.7. Análise De Riscos
4.8. Avaliação das Proteções Existentes
4.9. Verificação do Monitoramento de Segurança da Máquina
4.10. Vevificação do Sistema de Parada de Emergência
4.11. Programa de Capacitação Profissional
4.12. Avaliação/Indicação dos Procedimentos de Segurança
4.13. Complementos/Relatório do Auditor
4.14. Laudos/Análises Adicionais
4.15. Anotações Gerais
4.16. Conclusão
4.17. Laudo Técnico de Vistoria e Responsabilidade
Questões

Bibliografia Básica
Unidade 1
Evolução das Máquinas

1.1. Conceituação e Importância

Quando estamos dispostos a falar sobre PRE-


VENÇÃO E CONTROLE DE RISCOS EM MÁ-
QUINAS, EQUIPAMENTOS E INSTALAÇÕES,
devemos começar contando um pouco da história
da Revolução Industrial no mundo e, principalmen-
te, em nosso país.
As máquinas de Leonardo Da Vinci foram
importantes, intrigantes, desafiantes, mas a maioria
delas nunca saiu do papel. As máquinas-ferramenta
que se revelaram de fato decisivas para a industriali-
zação e a vida moderna, só começaram a surgir com
o inglês James Watt, no século XVIII. Em 1765,
Watt aperfeiçoou e, pode-se melhor dizer, criou a
máquina a vapor definitiva. Na verdade, a antiga in-
venção egípcia, já vinha sendo testada e modificada
por cientistas, pesquisadores e engenheiros militares
do século XVII, como o romano Giovanni Branca,
o francês Denis Papin, o capitão inglês Thomas Sa-
very e, por fim, Thomas Newcomen, que, em 1698,
desenvolveu uma máquina para drenar a água acu-
mulada nas minas de carvão, patenteada em 1705.
Mas, foi James Watt quem fez da máquina a vapor,
definitivamente, o motor do universo.

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A máquina por ele desenvolvida tinha potência
tão extraordinária que passou a movimentar navios,
fábricas de teares, máquinas de usinagem. A ideia
básica era colocar o carvão em brasa para aquecer a
água até que ela produzisse muito vapor. A máquina,
então, girava por causa da expansão e da contração
do vapor dentro de um cilindro de metal onde havia
um pistão. As máquinas a vapor passaram a ter mui-
tas utilidades. Tanto retiravam a água que inundava
minas subterrâneas de ferro e carvão, como movi-
mentavam os teares mecânicos na produção de teci-
dos. Era o início da Revolução Industrial, um tempo
de glória para os ingleses e de grande desenvolvi-
mento para toda a humanidade.

www.abimaq.org.br/.../Livro-A-historia-das-maquinas-70-anos-Abimaq....
FIGURA 1

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A Revolução Industrial aconteceu na década de
40, pós-guerra. O Brasil começou a se transformar
de um país de essencialmente agrícola, para um país
que entrava na era dos maquinários.
As primeiras empresas a adotarem as máquinas
foram os Cotonifícios, com suas máquinas de tear.

https://www.google.com.br/search?newwindow=1&tbm=isch&sa=1&q=pri
meiras+maquinas+de+tear&oq=primeiras+maquinas+de+tear
FIGURA 2

Como as demandas de mão de obra na cidade


eram baixas, as empresas foram obrigadas a recru-
tar pessoas que trabalhavam no campo. É neste mo-
mento, que os aspectos de segurança começaram a
ser afetados.
As empresas em busca de mercado, e vendas
de seus produtos, relegaram por vários anos as

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condições de segurança de máquinas e equipa-
mentos, e estas pagariam um custo muito caro,
por esta displicência.
A legislação atual, através da NR-12, é muito
contestada pelas empresas. Algumas chegam a alegar
que a aplicação desta, engessa toda a cadeia produ-
tiva, porém devemos ressaltar que as empresas fica-
ram por muitos anos deitadas em “berço esplêndi-
do”, sem quase nenhum investimento nas melhorias
de suas máquinas. Fica bem claro, que a Legislação
tem um intuito único de fazer com que as empresas
entendam que não basta produzir a qualquer custo, e
sim estarem atentas, pois os acidentes geram um alto
preço a toda sociedade.
Os profissionais de segurança, que estão há
um bom tempo na ativa, perceberam a evolução das
normas e suas aplicações no contexto atual no país.
No transcorrer do nosso estudo, iremos notar
como este cenário afetou o desenvolvimento da área
de segurança no Brasil, e quais ações foram tomadas
pelos governantes para amenizar os seus impactos.
Para que possamos dar andamento aos estudos
são necessárias as definições técnicas e suas caracte-
rísticas, conforme, a seguir, detalhamos.
Definição de mecânica: parte da física que tem
por objetivo o estudo dos movimentos dos corpos,
das forças que produzem esses movimentos e do
equilíbrio das forças sobre o corpo em repouso.

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Máquinas e equipamentos: esta Norma Re-
gulamentadora e seus anexos definem referências
técnicas, princípios fundamentais e medidas de pro-
teção para garantirem a saúde e a integridade física
dos trabalhadores, e estabelecem requisitos mínimos
para a prevenção de acidentes e doenças do trabalho,
nas fases de projeto e de utilização de máquinas e
equipamentos de todos os tipos, e, ainda, à sua fa-
bricação, importação, comercialização, exposição e
cessão a qualquer título, em todas as atividades eco-
nômicas, sem prejuízo da observância do disposto
nas demais Normas Regulamentadoras - NR apro-
vadas pela Portaria n.º 3.214, de 8 de junho de 1978,
nas normas técnicas oficiais e, na ausência ou omis-
são destas, nas normas internacionais aplicáveis.
Entende-se como fase de utilização a constru-
ção, transporte, montagem, instalação, ajuste, ope-
ração, limpeza, manutenção, inspeção, desativação e
desmonte da máquina ou equipamento.

ttps://www.google.com.br/search?newwindow=1&tbm=isch&sa=
FIGURA 3

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MÁQUINA - aparelho ou instrumento próprio
para comunicar movimento ou para aproveitar e pôr
em ação um agente natural, qualquer utensílio ou
instrumento formado de peças móveis locomotivas.

EQUIPAMENTO – equipagem, vestuário e


apetrechos de um desportista; conjunto dos meios
mecânicos ou industriais existentes numa empresa.
Exemplo: a diferença é: equipamentos nos auxi-
liam em nosso objetivo, não substitui o martelo, por
exemplo, e máquinas fazem quase tudo não preci-
sam de tanto contato manual. Um exemplo é o li-
quidificador.
As máquinas e equipamentos fazem parte do
nosso dia a dia e sem os quais, algumas atividades e
trabalhos, seriam muito difíceis de serem executados.

1.2. As Bombas E Motores

São equipamentos utilizados nas maiorias das


máquinas e em alguns equipamentos. Para que pos-
samos entender a complexidade, devemos saber que
o intuito do profissional de segurança não é tornar-
-se um especialista, porém saber os mecanismos de
funcionamento, para que se possa detalhar os riscos
existentes no momento de construção, instalação,
manutenção e reparos.

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1.2.1. Bombas

BOMBAS: são equipamentos destinados a mo-


vimentar líquidos.

PRINCIPAIS TIPOS:
• Rotativos
• Alternativos e
• Centrífugos
As bombas são equipamentos com a função de
deslocar fluídos líquidos para elevadas alturas ma-
nométricas com eficiência e desempenho, desde que
sejam devidamente projetadas, mantendo constante
pressão e vazão, levando em conta detalhes técnicos
que devem ser observados, tais como: profundida-
de máxima do reservatório, projeto hidráulico, vis-
cosidade do fluído bombeado e presença de sólidos
em suspensão. Existem vários tipos e modelos de
bombas, para variadas aplicações definidas pelas ca-
racterísticas do processo. Bombas centrífugas, bom-
bas peristálticas, dosadoras de pistão/diafragma,
bombas de engrenagens, bombas de rotor helicoi-
dal, bombas submersas e submersíveis, representam,
apenas, alguns exemplos.

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FIGUA 4

1.2.2. Riscos Detectados

Riscos diretos
- O eixo é a união da bomba com o motor elé-
trico, e a união da bomba com a turbina constitui de
uma forma geral, o único ponto mecânico agressivo
de uma bomba em funcionamento. Por estar situ-
ado geralmente, internamente, entre a bomba e seu
sistema de acionamento, e em nível baixo, diminui a
potencialidade do risco. Torna-se muito importante
a manutenção, pois rebarbas ou parafusos de maior
comprimento deixados durante quaisquer serviços,
não são visíveis, quando o eixo estiver em movimento.
Os riscos de contato elétrico acidental são
acentuados geralmente, pois na maioria dos casos, as
bombas são instaladas em locais úmidos ou frequen-
temente molhados.

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