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Inclui bibliografia
ISBN : 978-85-8065-314-4
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tes relacionados com os processos de trabalho e as
condições físicas do ambiente. (1)
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condição em que um indivíduo ou grupo de indivídu-
os é capaz de realizar suas aspirações, satisfazer suas
necessidades e mudar ou enfrentar o ambiente. A saú-
de é um recurso para a vida diária, e não um objetivo
de vida; é um conceito positivo, enfatizando recursos
sociais e pessoais, tanto quanto as aspirações físicas.
(OMS, 1984 apud Rey, 1999. Grifo introduzido). (8)
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• Acidente de trabalho
• Doença do trabalho
• Doença profissional
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apenas das doenças laborais, das quais podemos ana-
lisar sob algumas características do ponto de vista de
Ramazzini, Schilling e da própria Lei 8.213/91.
Bernardino Ramazzini (1633 – 1714) parece
ter sido o primeiro a tentar classificar o que ele deno-
minou de “doenças do trabalhador”, descrevia as
doenças como, por exemplo: “doença dos mineiros”;
“doença dos que trabalham em pé”; “doença dos pinto-
res”, “doença dos que trabalham com enxofre”, etc. (8)
Da classificação empírica construída por Ber-
nardino Ramazzini, há mais de 300 anos, é possível
pinçar os critérios para uma primeira sistematização
da patologia do trabalho:
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categorias, resumidas na tabela 1.1. (8)
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As primeiras, também conhecidas como “ergo-
patias”, “tecnopatias” ou “doenças profissionais típi-
cas”, são as produzidas ou desencadeadas pelo exercício
profissional peculiar a determinada atividade (corres-
ponde à classificação Schilling I). Nessa situação, o tra-
balho é considerado causa direta do agravo, ou seja, se
o agente for eliminado, o agravo poderá ser completa-
mente prevenido. Dada a sua tipicidade, prescindem de
comprovação do nexo de causalidade com o trabalho.
Há uma presunção legal nesse sentido. Decorrem de
microtraumas que cotidianamente agridem e vulneram
as defesas orgânicas, e que, por efeito cumulativo, ter-
minam por vencê-las, deflagrando o processo mórbido.
Por exemplo, os trabalhadores da mineração, sabe-se de
há muito que estão sujeitos à exposição do pó de sílica,
e, portanto, com chances de contrair a silicose, sendo
considerada uma doença profissional. (10) (20)
Por sua vez as doenças do trabalho, também
chamadas de “mesopatias”, ou “moléstias profissionais
atípicas”, são aquelas desencadeadas em função de con-
dições especiais em que o trabalho é realizado (classifi-
cação Schilling II e III), ou seja, o trabalho é um dos
fatores de risco para a ocorrência do agravo. Contudo,
por serem atípicas, exigem a comprovação do nexo de
causalidade com o trabalho, via de regra através de visto-
ria no ambiente laboral. A retirada do fator de risco redu-
zirá a incidência do agravo e/ou modificará a evolução da
doença. Por exemplo, a ocorrência de problemas osteo-
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musculares nos profissionais de enfermagem. (10) (20)
Enquanto as doenças profissionais resultam de
risco específico direto (característica do ramo de ativi-
dade), as do trabalho tem como causa o risco específico
indireto. Assim, por exemplo, uma bronquite asmática
normalmente provém de um risco genérico e pode aco-
meter qualquer pessoa. Mas se o trabalhador exercer sua
atividade sob condições especiais, o risco genérico trans-
forma-se em risco específico indireto. (10)
A Lei 8.213/91 ainda contempla uma terceira
categoria de doença, disposto no parágrafo 2° do art.
20: “Em caso excepcional, constatando-se que a doença
não incluída na relação prevista nos incisos I e II deste
artigo resultou das condições especiais em que o traba-
lho é executado e com ele se relaciona diretamente, a
Previdência Social deve considerá- la acidente do tra-
balho”. Estamos diante de uma variante da doença do
trabalho, pois há uma relação direta com as condições
especiais em que é executado o trabalho, por exemplo,
as doenças ligadas à voz presentes nos trabalhadores
das empresas de telemarketing. (10)
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UNIDADE 1 | RISCOS BIOLÓGICOS
Consideram-se riscos biológicos os vírus, bac-
térias, parasitas, protozoários, fungos e bacilos. (12)
Os riscos biológicos ocorrem por meio de
micro-organismos que, quando entram em contato com
o ser humano, podem causar diversas doenças. Muitas
atividades profissionais favorecem o contato com tais
riscos. É o caso das indústrias de alimentação, hospitais,
limpeza pública (coleta de lixo), laboratórios etc. (12)
Dentre as inúmeras doenças profissionais pro-
vocadas por micro-organismos, destacam-se: tubercu-
lose, brucelose, malária e febre amarela. (12)
Para que essas doenças possam ser conside-
radas doenças profissionais, deve haver exposição do
empregado a tais micro-organismos. Alguns agentes
infecciosos que podem ter relação com o trabalho são:
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• Outros: chlamydia psittaci; coxiella burnetti;
cryptosporidium; mycoplasma pneumonie; sarcoptes
scabiei. (12) (8)
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Enterobius vermicularis, Trichuris trichiura), cistos de pro-
tozoários (Entamoeba histolytica, Giardia lambia), bacté-
rias entéricas (Salmonella sp., Shigella sp., Escherichia coli
enteropatogênica) e enterovírus (vírus da poliomielite,
rotavírus, e outros). (8)
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oftalmia neonatorum, e as clamídeas, responsáveis por
alguns tipos de uretrites e pelo tracoma, são exemplos
de micro-organismos que penetram pelas mucosas, aí
permanecendo e desenvolvendo estado patológico. O
Trypanosoma cruzi, agente da doença de Chagas, pode
penetrar pela mucosa ocular e daí invadir a corrente san-
guínea e outros tecidos. O Schistosoma mansoni é outro
agente que penetra no hospedeiro pelas mucosas. (8)
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mento da pele por ação da unha no ato de coçar locais
onde o barbeiro defecou ao sugar sangue. (8)
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larvas infectantes de Wuchereria bancrofti, agente cau-
sal da filariose. Neste caso também a penetração se faz
por inoculação através da probóscida do mosquito. Os
agentes causais do calazar (leishmaniose visceral) e da
úlcera de Bauru (leishmaniose tegumentar) são intro-
duzidos no organismo suscetível através da picada da
fêmea do mosquito flebótomo. O vírus rábico é intro-
duzido no organismo de seres humanos por mordedura
lacerante de cães e gatos infectados, e em bovinos, por
mordedura de morcego. (8)
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