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A importância da observação das Normas Regulamentadoras Brasileiras

na construção de turbinas eólicas.

Diego de Souza*

Resumo

Com um mercado em franca expansão no país, o ramo da energia eólica vem


cada vez mais empregando um número maior de profissionais no mercado, não
somente na construção de parques eólicos (como são chamados os complexos
de aerogeradores instalados) como também na operação e manutenção dos
equipamentos. Os fabricantes das máquinas que atuam hoje no mercado
nacional, são em sua grande maioria grandes empresas internacionais, que
realizam os seus projetos com vistas a obterem certificações de segurança de
acordo com seus mercados mais exigentes. Pelo mercado Brasileiro não exigir
uma certificação específica para esses equipamentos, é comum que esses
fabricantes tragam para nosso mercado equipamentos certificados apenas para
os mercados Europeus ou Norte-Americanos (certificação CE ou IEC),
adaptando-os para o mercado Brasileiro para que haja o atendimento a nossas
Normas Regulamentadoras. O problema muitas vezes é que esses fabricantes
têm o entendimento que essas certificações são suficientes como
documentação de segurança das máquinas e equipamentos. Porém, mediante
ocorrências de fiscalização e até mesmo durante a investigação de acidentes,
podem haver passivos imensuráveis em função da interdição ou embargo das
atividades, tendo em vista que alguns pontos específicos das NR´s Brasileiras
não estão cobertos pelas mesmas.

Palavras-chave: NR-12, Cerificação CE, Torres Eólicas, Segurança

* Pós-Graduação em Engenharia de Segurança do Trabalho da Universidade Estácio de Sá. E-


mail: diegodisouza@gmail.com
A importância da conformidade legal na construção de torres eólicas

Quando o assunto é a conformidade com leis locais de segurança,


diversos fabricantes de turbinas eólicas vêm encontrando muitas dificuldades
para adequarem os seus projetos ao mercado brasileiro. As peculiaridades das
normas regulamentadoras Brasileiras (NR´s) , suas recentes atualizações
aliadas a falta de uma exigência de certificação através de uma terceira parte
no Brasil (Como a marcação CE na Europa), acaba resultando em passivos
imensuráveis aos fabricantes, através de projetos paralisados durante a
construção e até mesmo operação, assim como também tendo prejuízos a
longo prazo por estarem sem a cobertura legal necessária no caso de
acidentes de trabalho.
Apesar de não ser exigida a certificação CE no Brasil (como exigido pela
Diretiva de Máquinas na Europa), existem em vigor no país as Normas
Regulamentadoras, que são regras do Ministério do Trabalho no Brasil, e que
servem como fundamentação legal na tomada de decisões judiciais referentes
a todos os acontecimentos que envolvem Segurança do Trabalho no Brasil. O
ponto mais crítico, porém, é uma série de detalhes nas leis e normas
brasileiras, que envolvem aspectos da construção de máquinas, e que criam
alguns requisitos de segurança mais exigentes do que os utilizados na Europa,
gerando assim, riscos para os fabricantes.
Esta pesquisa visa apresentar um compêndio da literatura disponível
sobre o assunto, assim como também, lançar uma interpretação prática sobre
as Normas Regulamentadoras no Brasil, as principais diferenças entre elas e a
Diretiva de máquinas Europeia (Marcação CE), suas influências nos projetos
de torres eólicas, e de que forma os profissionais das áreas de Engenharia e
EHS podem elaborar a documentação para certificação dos projetos
construídos no mercado Brasileiro, bem como complementar a documentação
relacionada a Marcação CE para que atenda a esses requisitos globalmente.
A importância de “globalizar” os aspectos observados pelas Normas
Regulamentadoras não somente são importantes para o mercado Brasileiro em
si, mas também para permitir aos fabricantes que quando produzam
equipamentos multimercados (equipamentos quais possam ser direcionados a
diversos países), já os produzam de forma que satisfaçam as condições de
segurança mínimas exigidas por todos os seus clientes independente do país
qual o produto será direcionado.

Desafios da Segurança do Trabalho no setor Eólico

Máquinas e equipamentos causam inúmeros acidentes de trabalho


anualmente no Brasil, segundo dados publicados por Faverin (2019), Máquinas
e equipamentos provocaram 528.473 acidentes de trabalho, tendo como
consequência 2.058 mortes acidentárias notificadas e 25.790 amputações ou
enucleações no Brasil entre 2012 e 2018. Ainda segundo a mesma matéria,
máquinas e equipamentos se tornaram o principal agente causador de
acidentes de trabalho, ocupando 15,19% dos registros feitos no período.
Traduzindo em valores, segundo a revista EnfoqueMS, no mesmo
período as despesas com afastamentos acidentários custaram R$ 732 milhões
à Previdência Social, causando não somente a perda humana, mas também
despesas consideráveis para nosso sistema previdenciário.
Com o setor eólico em franca expansão no país, é fundamental
atentar aos riscos causados dentro do setor. De acordo com Rotta (2018) A
ABEEólica estima que para cada novo megawatt instalado, 15 empregos
diretos e indiretos sejam criados. A Agência Brasileira de Desenvolvimento
Industrial (ABDI) estima que até 2026 a cadeia eólica possa gerar
aproximadamente 200 mil novos empregos diretos e indiretos, portanto, trata-
se de um grande número de indivíduos expostos diariamente a alguns dos
mais altos riscos de segurança.
Os principais riscos associados a construção, operação e
manutenção torres de geração de energia eólica são o trabalho em altura, a
eletricidade e em muitos casos, espaços confinados. Sendo necessário não
obstante treinamentos relacionados às Normas Regulamentadoras em si, como
também uma preparação exaustiva dos profissionais nos aspectos
relacionados a operação e manutenção da máquina como um todo.
Apesar de não existirem dados relacionados especificamente a
acidentes no setor eólico no Brasil, temos um panorama através do mercado
externo para estabelecer uma relação quanto ao crescimento do setor eólico x
número de acidentes, uma das melhores fontes é o mercado Inglês, que
fornece dados completos tanto do número de acidentes no setor por ano,
quanto do aumento da capacidade de geração:

Número de acidentes / ano no setor eólico Inglaterra (CWIF)

Capacidade de geração eólica na Inglaterra (STATISTA)


A única correlação entre os mesmos dados no Brasil foram estudados
por VINTER E SEGALOVICH (2018), no qual apresenta a seguinte tabela
relacionado número de acidentes e o crescimento da matriz eólica nacional
entre 2007 e 2015:

Como podemos ver nos gráficos, o crescimento no número de acidentes


é diretamente proporcional a implantação de novos projetos, ou seja, mesmo
com a evolução da segurança ao passar dos anos, ainda há uma correlação
direta entre os dois dados.
Dentro do aerogerador, temos inúmeros componentes que servem não
somente para o funcionamento da máquina em si, mas também para facilitarem
o acesso dos operadores aos vários níveis do equipamento (que ficam desde o
subsolo até alturas superiores a 150 metros), dentre os quais, escadas com
linha de vida vertical, elevadores, plataformas e guinchos para elevação de
cargas, todos equipamentos que exigem um alto grau de instrução dos
trabalhadores.
Todos esses equipamentos combinados formam o aerogerador como
um todo, o que é interpretado como uma grande máquina ou equipamento.
Sendo assim, a NR12 (Norma Regulamentadora relacionada a máquinas e
equipamentos) lhe é diretamente aplicável.
Partes do aerogerador segundo Rodrigues e Pessoa Silva (2016)

Segundo Bregalda (2015) A NR-12 é voltada para a segurança no


trabalho que envolve máquinas e equipamentos. Seu objetivo é garantir a
saúde e a integridade física dos trabalhadores, estabelecendo exigências
mínimas tanto nas fases de projeto quanto na utilização das máquinas e
equipamentos. E toda a turbina
Segundo consta na Norma Regulamentadora
NR12, no item 12.1. “Esta Norma Regulamentadora
e seus anexos definem referências técnicas,
princípios fundamentais e medidas de proteção para
garantir a saúde e a integridade física dos
trabalhadores e estabelece requisitos mínimos para
a prevenção de acidentes e doenças do trabalho nas
fases de projeto e de utilização de máquinas e
equipamentos de todos os tipos, e ainda à sua
fabricação, importação, comercialização, exposição
e cessão a qualquer título, em todas as atividades
econômicas, sem prejuízo da observância do
disposto nas demais Normas Regulamentadoras –
NR aprovadas pela Portaria nº 3.214, de 8 de junho
de 1978, nas normas técnicas oficiais e, na ausência
ou omissão destas, nas normas internacionais
aplicáveis”

Como consta no texto acima, durante a aplicação da NR-12, devem ser


observadas todas as normas subsequentes “sem prejuízo da observância do
disposto nas demais Normas Regulamentadoras – NR”, entre as quais
separamos:

Norma Observações
NR 02 - Inspeção Prévia Deve ser realizada uma inspeção prévia a
construção do complexo ou dos
equipamentos.

NR 05 - Comissão Interna de Como uma frente de trabalho, deve haver


Prevenção de Acidentes no local uma CIPA instalada.

NR 06 - Equipamentos de Devem ser utilizados os Equipamentos de


Proteção Individual - EPI Proteção Individual aplicáveis, bem como
o treinamento relacionado a uso e
manutenção dos mesmos.

NR 07 - Programas de Controle Deve ser realizado um PCMSO que


Médico de Saúde Ocupacional relacione os riscos médico-ocupacionais
inerentes a construção da turbina eólica.

NR 09 - Programas de Prevenção No PPRA, devem ser observados os riscos


de Riscos Ambientais do ambiente durante a construção e
operação da máquina.

NR 10 - Segurança em Instalações Uma das mais importantes, é aplicável em


e Serviços em Eletricidade todas as fases de construção e operação
do equipamento, ainda mais considerando
a alta-tensão gerada.

NR 11 - Transporte, Durante a construção e até mesmo


Movimentação, Armazenagem e manutenção do equipamento, há a
Manuseio de Materiais utilização frequente de guindastes, talhas,
empilhadeiras e equipamentos
relacionados a movimentação e manuseio
de materiais.
NR 12 - Máquinas e Equipamentos Todo o aerogerador em si é considerado
uma máquina ou equipamento, bem como
seus sub-componentes.

NR 15 - Atividades e Operações Devem ser observadas possíveis


Insalubres atividades insalubres, dependendo das
tecnologias empregadas para construção e
manutenção do aerogerador.

NR 16 - Atividades e Operações Devem ser observadas possíveis


Perigosas atividades perigosas, dependendo das
tecnologias empregadas para construção e
manutenção do aerogerador.

NR 17 - Ergonomia As questões ergonômicas devem ser


devidamente observadas no
dimensionamento e atividades de
construção e manutenção dos
equipamentos.

NR 18 - Condições e Meio Durante a fase de construção da máquina,


Ambiente de Trabalho na Indústria tendo em vista também que muitas torres
da Construção são de concreto, é importante verificar a
aplicabilidade dos itens relacionados a NR-
18.
NR 21 - Trabalhos a Céu Aberto A grande maioria das atividades durante a
construção das máquinas são realizadas a
céu aberto.

NR 23 - Proteção Contra Incêndios O aerogerador, bem como todas as


instalações correlacionadas durante sua
construção e operação (edificações de
apoio), devem atenter as condições
mínimas de segurança contra incêndio.

NR 24 - Condições Sanitárias e de Durante a construção, operação e


Conforto nos Locais de Trabalho manutenção do equipamento, devem
haver as condições sanitárias e de
conforto nos locais de trabalho.

NR 26 - Sinalização de Segurança Toda a sinalização deve atender o


disposto na NR-26.

NR 33 - Segurança e Saúde no Durante o acesso aos espaços confinados


Trabalho em Espaços Confinados do equipamento, é fundamental os
treinamentos relacionados na NR-33.

NR 35 - Trabalho em Altura O maior risco durante as fases de


construção e manutenção das torres, é
uma das mais importantes NR´s a ser
aplicada na construção, operação e
manutenção das torres eólicas.

Consta também no texto da NR12, além da observância as NR´s a


necessidade da observância das Normas técnicas nacionais vigentes e na
ausência ou omissão das mesmas, as normas técnicas internacionais vigentes.
Ou seja, durante a construção, manutenção e operação dos aerogeradores, é
fundamental que todos os seus subcomponentes estejam projetados de acordo
com o exigido por todas as normas Regulamentadoras e técnicas vigentes,
obedecendo a seguinte hierarquia (no Brasil):

1. Atendimento as Normas Regulamentadoras do Ministério do


Trabalho.
2. Atendimento as Normas Técnicas Vigentes no Brasil (ABNT)
3. Atendimento as Normas Técnicas Internacionais.

Ao aplicar medidas de segurança em máquinas e equipamentos, deve


ser seguido também a seguinte hierarquia de acordo com a NR-12:

a) medidas de proteção coletiva;


b) medidas administrativas ou de organização do trabalho
c) medidas de proteção individual.

A aplicação de medidas de proteção coletivas passa diretamente pelas


características construtivas das máquinas e equipamentos, aí a necessidade
da observância tanto dos aspectos técnicos relacionados na NR-10 e NR-12
como também nas Normas Técnicas Vigentes (Nacionais e Internacionais),
afim de que todos os aspectos de segurança envolvidos sejam devidamente
identificados e considerados.
A Não-conformidade dos equipamentos, bem como de todos os
complexos construtivos que envolvem a implantação do parque eólico,
apresentam riscos tanto para os trabalhadores como imensuráveis prejuízos
para as empresas envolvidas no empreendimento como um todo no caso de
uma interdição ou embargo.
Segundo Bento (2017) um parque eólico de 100 MW gera por dia 960
MWh, considerando um fator de geração de 0,4. Um dia deste parque parado
ao preço médio de R$ 180/MWh corresponde a uma receita perdida de quase
R$173 mil, ou seja, o mesmo parque eólico parado durante 30 dias pode gerar
um prejuízo de mais de 5 milhões de reais.
A conta acima não considera ainda, durante a fase de construção, os
custos relacionados a guindastes e times inteiros desmobilizados e
mobilizados, ou seja, a interrupção de uma construção de parque eólico em
função de interdição ou embargo, pode ter um custo tão grande quanto a de
um acidente, pelo simples fato de ocorrer uma fiscalização que encontre no
local condições inseguras.

Conclusões

Por mais que sentenças judiciais fixam as mais variadas indenizações


por morte em casos de acidente de trabalho, não podemos mensurar o custo
da perda de uma vida humana. Porém, como demonstrado no decorrer do
desenvolvimento deste artigo, verificamos que não precisamos
necessariamente chegar a uma fatalidade na construção de um parque eólico,
para que tenhamos prejuízos imensuráveis relacionados não somente a um
eventual acidente em sim, mas também pelo embargo ou interdição das
atividades.

Ao construir um aerogerador no Brasil, o fato de o projeto ou


equipamento em si serem certificados por algum organismo notificado
internacional (certificação CE ou IEC), não exclui a necessidade de realizar-se
um estudo detalhado a respeito também do cumprimento das Normas
Regulamentadoras Brasileiras, uma vez que independente de haver uma
certificação internacional, deve ser observada a hierarquia mencionada pela
NR-12.

Recomenda-se então, ao profissional da área de segurança do trabalho,


realizar uma Análise Preliminar de Riscos (ou APR) detalhada do equipamento,
das operações envolvidas e todos os seus subcomponentes, considerando
todas as fases de construção do equipamento, afim de ajustar eventuais
discrepâncias entre as normas internacionais, as normas técnicas vigentes no
Brasil e as Normas Regulamentadoras em si, afim de garantir que as medidas
de proteção para cada componente ou atividade estejam sendo plenamente
atendidas na ordem necessária, ou seja:

Proteção no equipamento: prioritariamente os equipamentos ou


sistemas em si devem ser dimensionados e conter os dispositivos necessários
para proteção dos trabalhadores segundo as NR´s Brasileiras, Normas
Técnicas nacionais e por fim, as Normas Internacionais.

Proteção no ambiente: No caso de não poder haver a proteção na


máquina ou equipamento, utilizar outras medidas no ambiente para evitar o
contato com o risco, como medidas administrativas ou de organização do
trabalho mencionadas pela própria NR-12 ou Normas correlatas.

Proteção individual: No caso onde não há como garantir a eliminação


do risco no equipamento ou no ambiente, utilizar os equipamentos de proteção
individual necessários para execução da tarefa segura.

Portanto, levar em consideração os aspectos legais previstos nas


Normas Regulamentadores é fundamental, para garantir que não haja a
interrupção das atividades (até mesmo caso ocorra um acidente), uma vez que
o empregador poderá assegurar aos órgãos fiscalizadores que as condições
mínimas de saúde e segurança estão sendo cumpridas. A fim de evidenciar
que todos esses aspectos estão sendo cumpridos, o profissional da área de
segurança responsável pelas atividades deve estar de posse de toda a
documentação necessária:
Análise Preliminar de Risco: Documento onde se estabelecem todos
os riscos envolvidos durante a construção, operação e manutenção do parque
eólico, listando todos os riscos detectados e a mitigação dos mesmos, com as
devidas evidências fotográficas organizadas tópico a tópico relacionando item a
item das NR´s aplicáveis com as evidências das medidas de proteção.

Documentação técnica dos subcomponentes: Memoriais de cálculo,


dimensionamento, Análise de Risco, ART (Anotação de Reponsabildiade
Técnica) e certificados dos itens de segurança, como linhas de vida,
elevadores, plataformas de trabalho e todo ou qualquer equipamento
relacionado a proteção coletiva do trabalhador. Por vezes, os itens de
segurança utilizados possuem apenas certificação internacional (como no caso
de fechos de segurança, freios de segurança de elevadores, entre outros),
assim sendo, é importante anexar os certificados para comprovar a observação
das normas internacionais vigentes, uma vez que não há norma ou
regulamentação local para os mesmos, bem como a Anotação de
Responsabilidade técnica do engenheiro que realizou a importação ou
comercialização do mesmo no Brasil.

Certificação Internacional traduzida: Apresentar a certificação de


segurança do equipamento como um todo (quando emitida por um organismo
internacional notificado).

Toda a documentação acima, quando acompanhada das evidências dos


treinamentos de operação e manutenção dos funcionários envolvidos´, assim
como dos registros pertinentes (Diálogos diários de segurança – DDS), pode
ser uma poderosa ferramenta não somente para resguardar a empresa
legalmente em eventuais acidentes, mas como já possibilita uma visão macro
dos profissionais de segurança sobre todos os aspectos de segurança
envolvidos na construção dos equipamentos, que pode ser facilmente
interpretada pelos fiscais do Ministério do Trabalho em eventuais fiscalizações,
evitando embargos ou interdições.

Lembrando que, é fundamental também a observância quanto a


responsabilidade técnica sobre todos os subcomponentes envolvidos na
construção, portanto, a fase de contratação deve levar em conta se as
empresas que estão envolvidas no processo possuem responsável técnico com
o devido registro no CREA.
Anexo – Exemplo de hierarquia de certificação Europa x Brasil

Abaixo, exemplificamos uma estrutura de uma turbina eólica de aço, a


qual faz parte a torre de aço, onde é instalado um elevador (ou plataforma
elevatória) para permitir o acesso da parte inferior até o topo da máquina.

Elemento Turbina (conjunto) Torre de aço Elevador da torre


Europa Certificação IEC 61400- Certificação Eurocode 3 Certificação CE
22 – EN 1993 series (Diretiva de máquinas)

Brasil Não há Norma Brasileira Norma Brasileira Não há norma


específica para toda a NBR:8800 e NBR 16775 Brasileira Específica,
turbina, podem ser (Similares a Eurocode observar as NR´s e
seguidas portanto as 3), observando as NR´s, emitir APR e ART (por
normas internacionais com ART emitida por profissional legalmente
observando-se as NR´s profissional legalmente habilitado no Brasil).
específicas de cada habilitado no Brasil.
componente. - APR e Laudo de
- APR e Laudo de segurança do elevador
- Elaborar APR de todo segurança da torre com com ART do elevador.
o equipamento e Laudo a ART da torre.
de segurança com ART
da máquina como um
todo.
Referências

FAVERIN, Victor; Acidentes de trabalho com máquinas causaram mais de


25 mil amputações, http://revistacipa.com.br/acidentes-de-trabalho-com-
maquinas-causaram-mais-de-25-mil-amputacoes/. Revista CIPA, 31 de maio
de 2019.
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mi à Previdência. Disponível em:
https://www.enfoquems.com.br/noticias/brasil-mundo/acidentes-de-trabalho-
com-maquinas-custam-r-732-mi-a-previdencia. 16 de maio de 2019.
BREGALDA, Mayara Balboena; PAULINO, Veridiana C; SILVA, Wesley Batista;
APLICAÇÃO DA NR-12 EM MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS; UTFPR;2015.
ROTTA, Fernando; Ventos que trazem empregos. Disponível em:
https://www.abdi.com.br/postagem/ventos-que-trazem-empregos. 28/03/2018.
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STATISTA; Annual wind power generation for electricity and heat in the
United Kingdom (UK). Disponível em:
https://www.statista.com/statistics/223328/uk-wind-power-generation/
SEGALOVICH, Raísa Nocetti; WINTER, Anne Caroline. Análise das
condições de segurança em usinas eólicas. 2018. TCC (Graduação) –
Curso de Engenharia Elétrica, Departamento de Engenharia Elétrica,
Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Curitiba, 2018. Disponível em:
http://repositorio.roca.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/11893/1/CT_COELE_2018_
1_17.pdf
RODRIGUES, José de Oliveira; SILVA FILHO, Vagner Pessoa; UMA
FERRAMENTA PORTÁTIL PARA PRÉ-DIMENSIONAMENTO DE
FUNDAÇÕES PARA TORRES DE AEROGERADORES EÓLICOS.
Apresentado no Congresso Técnico Científico da Engenharia e da Agronomia –
CONTECC’2016 29 de agosto a 1 de setembro de 2016 – Foz do Iguaçu, Brasil
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https://enit.trabalho.gov.br/portal/images/Arquivos_SST/SST_NR/NR-12.pdf

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