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SEGURANÇA DO TRABALHO
Salvador
2019
PCMAT: Dimensionamento do PCMAT
Salvador
2019
DEDICATÓRIA
Na década de 1930, Getúlio Vargas reuniu toda a legislação trabalhista que vinha criando de forma
isolada na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), documento que segue vigente até hoje, mesmo
com a mudança constitucional de 1988.Ela sofreu diversas atualizações ao longo de sua existência. As
normas regulamentadoras (NR), promulgadas em 1977, por exemplo, ditam as obrigatoriedades da
empresa para com a saúde e a segurança do trabalhador.Apesar dessa legislação, o Brasil é o quarto
país do mundo com mais acidentes laborais — cerca de 700 mil por ano. A construção civil é
um dos setores que mais gera empregos, porém, também possui taxa elevada de acidentes, inclusive
fatais. Por esse motivo, a NR18 é voltada especificamente para a segurança nos canteiros de obras.
Os riscos na construção civil são considerados altos, variando entre os graus 3 e 4 nos quadros da
NR4. Por esse motivo, faz-se necessária uma norma específica para o setor.A NR18 é, de certa forma,
uma extensão da NR9 voltada para a construção civil. Assim, o PCMAT inclui o Programa de
Prevenção de Riscos de Acidente (PPRA) e trata de especificidades dessa indústria, detalhando,
inclusive, os riscos por etapa de construção. O PCMAT deve estar no canteiro de obras à disposição da
fiscalização e demais interessados. Mesmo concluída a construção, o Ministério do Trabalho e
Emprego (MTE) ainda pode exigir a apresentação da documentação nos próximos 20 anos. Para
empresas com menos de 20 trabalhadores, não é necessária a formulação do PCMAT, mas o PPRA é
obrigatório para toda e qualquer entidade que admita funcionários.
ABSTRACT
In the 1930s, Getúlio Vargas brought together all the labor legislation that had been created in
isolation in the Consolidation of Labor Laws (CLT), a document that remains in force today, even
with the constitutional change of 1988. It has undergone several updates throughout your existence.
Regulatory standards (NR), promulgated in 1977, for example, dictate the company's obligations to
worker health and safety. Despite this legislation, Brazil is the fourth country in the world with the
most occupational accidents - about 700,000. per annum. Construction is one of the sectors that
generates the most jobs, but also has a high rate of accidents, including fatalities. For this reason, the
NR18 is specifically focused on safety at construction sites. Risks in construction are considered high,
ranging from grades 3 to 4 in NR4 tables. For this reason, an industry-specific standard is needed.The
NR18 is to some extent an extension of the NR9 aimed at construction. Thus, PCMAT includes the
Accident Risk Prevention Program (PPRA) and addresses the specificities of this industry, including
detailing the risks by construction stage. The PCMAT must be at the construction site available to the
inspection and other interested parties. Even after construction is completed, the Ministry of Labor and
Employment (MTE) may still require documentation to be presented within the next 20 years. For
companies with less than 20 employees, the formulation of the PCMAT is not required, but the PPRA
is mandatory for any entity that admits employees.
SUMÁRIO
1 O QUE É O PCMAT
5 CRONOGRAMA DO PCMAT
6 PRINCIPAIS NÃO CONFORMIDADES NA CONSTRUÇÃO CIVIL
7 CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
1 - O QUE É O PCMAT
De forma prática o PCMAT vem para que através de ações preventivas sejam evitados os principais
acidentes da construção civil, como:
– Quedas de nível;
– Quedas no nível;
– Lesões nos olhos por partículas lançadas;
– Soterramento;
– Choque elétrico;
– Queda de objetos;
– Cortes;
– Atropelamentos.
E como já dito, com a junção PPRA/PCMAT a empresa de construção pode evitar também doenças
ocupacionais como dermatite (contato com cimento), surdez (causada por ruído ocupacional),
problemas na coluna cervical (causados por transporte de cargas manuais e vibração de corpo inteiro),
etc.
Importante lembrar, que as avaliações quantitativas feitas no PCMAT dão subsídio também para a
implementação de medidas de controle coletivas e na impossibilidade delas, a indicação de uso de
EPI.
2- DOCUMENTOS QUE INTEGRAM O PCMAT
Memorial sobre condições e meio ambiente de trabalho nas atividades e operações, levando-se
em consideração riscos de acidentes e de doenças do trabalho e suas respectivas medidas
preventivas;
Projeto de execução das proteções coletivas em conformidade com as etapas de execução da obra;
Especificação técnica das proteções coletivas e individuais a serem utilizadas;
Cronograma de implantação das medidas preventivas definidas no PCMAT em conformidade
com as etapas de execução da obra;
Layout inicial e atualizado do canteiro de obras e/ou frente de trabalho, contemplando, inclusive,
previsão de dimensionamento das áreas de vivência; e
Programa educativo contemplando a temática de prevenção de acidentes e doenças do trabalho,
com sua carga horária.
3 QUEM ELABORA O PCMAT
A NR 18 tem a falha grave de não especificar claramente quem elabora o PCMAT, resta somente
fazermos interpretação das normas relacionadas e analisar as atribuições da função para chegarmos a
uma conclusão lógica.
18.3.2. O PCMAT deve ser elaborado por profissional legalmente habilitado na área de segurança do
trabalho.
3.2 GLOSSÁRIO DA NR 35
Profissional legalmente habilitado: trabalhador previamente qualificado e com registro
no competente conselho de classe.
Conforme vimos acima. O Técnico de Segurança do Trabalho por não ter conselho de classe (e que
fique claro que o CREA é conselho de classe para engenheiros, o próprio nome da instituição deixa
isso claro) não é legalmente habilitado!
No Brasil só profissionais de nível superior tem conselho de classe próprio.
Você pode estar se questionando porque outros profissionais de nível técnico têm conselho
profissional. Lamento, mas eles não têm.
Técnicos de Enfermagem, por exemplo, não tem conselho próprio. Eles participam do Conselho dos
Enfermeiros (que são profissionais de nível superior).
Vamos dar mais uma olhada no texto da NR 18 sobre PCMAT, no item 18.3.4.
Integram o PCMAT:
Como vimos no trecho da NR 18 acima, o PCMAT tem que ter projeto das proteções coletivas.
No item acima vemos claramente que do ponto de vista legal elaborar projetos não é de competência
profissional de Técnico de Segurança do Trabalho.
Quem elabora o PCMAT deve também elaborar os projetos que são parte do mesmo. A portaria
mostrada acima fala em executar normas referentes a projetos e não elaborar projetos.
3.4 AGORA VAMOS VER A LEI QUE TRATA DAS ATRIBUIÇÕES DOS ENGENHEIROS.
Para dar uma palavra final sobre quem elabora o PCMAT x Técnicos e Engenheiros de
Segurança temos a Note Técnica 96/2009/DSST/SITN° do Ministério do Trabalho que conclui o
seguinte:
Analisando as atribuições do Técnico em Segurança do trabalho verificamos que os mesmos não
possuem atribuições de projetar, dimensionar e especificar materiais das proteções coletivas, que são
competências exclusivas definidas para categorias profissionais registradas pelo sistema
CONFEA/CREA e, considerando que o projeto, dimensionamento e especificação de proteções
coletivas são partes integrantes do programa.
“Concluímos que tão somente os Engenheiros de Segurança do Trabalho devidamente registrados no
sistema CONFEA/CREA, possuem a atribuição para elaboração e execução do Programa de
Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção –PCMAT.
Quanto aos Técnicos de Segurança do Trabalho, em que pese sua importância no campo da
segurança e saúde no trabalho, têm atribuições complementares e operacionais em relação
ao PCMAT. No entanto, não pode assumir sua elaboração”
O projeto de proteção coletiva faz parte da estrutura do PCMAT. Isso está descrito na norma que
vimos acima, NR 18, item 18.3.4, letras “b” e “c”.
Não tem como o Técnico de Segurança do Trabalho elaborar o PCMAT se não pode elaborar os
projetos que a NR 18 exige.
Não existe embasamento legal que garanta ao Técnico em Segurança do Trabalho habilitação para
elaborar PCMAT. Nem se for filiado ao CREA poderá elaborar o PCMAT.
Com base nas normas que estudamos acima concluímos que o Técnico em Segurança do Trabalho por
não poder elaborar projetos de proteção coletiva não pode elaborar PCMAT. Somente o pode fazer
em parceria com um Engenheiro.
Com base em toda legislação mostrada fica claro que quem elabora o PCMAT é o Engenheiro de
Segurança do Trabalho. Ele é o profissional com anuência da legislação para elaborar o PCMAT. A
própria Resolução 437 deixa isso claro.
Claro também que o profissional tem em sua grade de formação o estudo de projetos e isso lhe dá
também capacidade técnica para assumir a elaboração do referido programa.
4 ÁREAS DE VIVÊNCIA
– Áreas de vivência:
– Instalações sanitárias
– Vestiários
– Local de refeições
– Cozinha, quando houver preparo de refeições
– Ambulatório, quando houver cinquenta ou mais trabalhadores
Quando houver trabalhadores alojados, deverá haver também:
– Alojamento
– Lavanderia
– Área de lazer
Containers e outras instalações móveis são aceitas como áreas de vivência desde que: possuam
mín. 15% da área de piso com ventilação natural; pé direito mínimo de 2,40 m; garanta condições
de conforto, higiene e segurança.
As instalações móveis que sirvam como alojamento deverão oferecer, no caso de beliches, uma
altura mínima de 90 cm entre as camas.
As instalações sanitárias servirão exclusivamente para este fim. As paredes deverão ser resistentes
e laváveis, podendo ser de madeira. O piso deve ser impermeável, lavável e antiderrapante.
As instalações sanitárias, quando necessário, deverão ser separadas para homens e mulheres. Não
devem ter contato direto com as áreas para refeições. O pé direito deverá obedecer ao Código de
Obras do Município, ou ter no mínimo 2,50 m.
O deslocamento máximo entre o posto de trabalho e as instalações sanitárias não deverá
ultrapassar 150m, devem estar em local de acesso fácil e seguro.
Proporções de instalações/ trabalhador
Os lavatórios deverão estar a 90 cm do chão, ter espaço mínimo entre as torneiras de 60 cm e ter
local adequado para deposição de papéis.
As unidades para vasos sanitários devem ter área mínima de 1 m2, altura mínima de 1,80 m
(divisória), deverão possuir porta com trinco interno e ter abertura inferior de no máximo 15cm.
Deverá haver recipiente com tampa para descarte de papel.
Os mictórios poderão ser individuais ou tipo calha e deverão estar a 50 cm do piso.
Para os chuveiros a divisória deverá ter no mínimo 2,1 de altura; área mínima de 0,80 m2; o piso
deve ser de material antiderrapante ou ser provido de estrados de madeira. Poderão ser individuais
ou coletivos. Cada chuveiro deverá ter suporte para toalha e para sabonete.
Os vestiários são obrigatórios para permitir a troca de roupas dos trabalhadores que não residem
no local. Não deve ter ligação direta com o local de refeições; deve estar próximo ao alojamento e/
ou entrada da obra. A área de ventilação deve ser equivalente a 1/10 da área de piso.
Os armários dos vestiários são obrigatórios e devem permitir o trancamento. Pé direito mínimo de
2,5m ou obedecendo ao código de obras. Bancos em quantidade compatível com o número de
usuário e largura mínima de 30 cm.
Alojamento – paredes em alvenaria, madeira ou equivalente. Piso em concreto, cimentado,
madeira ou equivalente. Iluminação natural e/ou artificial. Ventilação natural no mínimo 1/10 da
área do piso.
Os alojamentos não podem situar-se em subsolos ou porões. A área deve ser de 3 m2 para cada
módulo cama/armário/circulação. Pé direito de 2,5m e, no caso de beliches, 3m.
Não se pode usar mais que duas camas na vertical. É obri gatório que haja no mínimo 1,20m
entre a última cama e o teto. Também é obrigatório bebedouro com água potável, fresca e filtrada
na proporção de 1 para cada 25 trabalhadores ou fração.
Quanto ao local para refeições – as paredes devem permitir isolamento. Piso em concreto,
cimentado ou semelhante (lavável). A capacidade deve atender a todos os trabalhadores no horário
das refeições. Ventilação e iluminação podem ser naturais e/ou artificiais. Deve haver lavatório no
interior do refeitório ou em suas imediações.
Ainda quanto ao refeitório: também não pode estar em subsolo. Não pode ter comunicação direta
com instalações sanitárias. O pé direito deve ter no mínimo 2,80 ou atender o código de obras do
município. Independente do número de trabalhadores, todos os canteiros devem oferecer local
apropriado para aquecer as refeições.
Quando o canteiro tiver cozinha, esta deve ter: o piso deve ser em concreto, cimentado ou outro
material de fácil limpeza. Para as paredes, aceita-se alvenaria, concreto, madeira ou equivalente.
Cobertura com material resistente ao fogo. Sua localização deve ser próxima ao refeitório. Deve
haver sanitários para uso exclusivo dos funcionários que manipulam os alimentos; este não deve
ter comunicação direta com a cozinha. GLP fora do ambiente de utilização, em área ventilada e
coberta.
Lavanderias: quando houver, devem oferecer condições adequadas para que os trabalhadores
possam lavar, secar e passar suas roupas. A empresa tem a opção de terceirizar este serviço, sem
ônus para o trabalhador.
Área de lazer: é obrigatória quando houver trabalhadores alojados. O local de refeições pode ser
utilizado para este fim.
5 CRONOGRAMA DO PCMAT
– Cronograma físico/executivo;
5.1 Treinamentos
– Listar os assuntos que serão abordados considerando os riscos da obra (preferencialmente a cada
mudança de fase de obra);
NORMA REGULAMENTADORA Nº 18
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