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DEPARTAMENTO DE ELETROELETRÔNICA
COORDENAÇÃO DE AUTOMAÇÃO E CONTROLE INDUSTRIAL
INTRODUÇÃO A AUTOMAÇÃO
SALVADOR
2009
Índice
1. Introdução......................................................................................................................3
1.1. Automação Industrial ..............................................................................................4
1.1.1. Técnico Automação Industrial..........................................................................4
1.1.2. Impacto da automação na sociedade.................................................................5
2. Conceitos de Processo. ..................................................................................................6
2.1. Características Básicas do Processo. .......................................................................6
2.1.1. Mudança na Carga do Processo ........................................................................6
2.1.2. Atraso do Processo............................................................................................7
2.2. Características de Processos Industriais. ...............................................................10
2.3. Tipos de Processos. ...............................................................................................10
2.3.1. Processo Contínuos.........................................................................................10
2.3.2. Processo Descontínuos. ..................................................................................11
3. Sistema. ......................................................................................................................11
3.1. Definição de Sistemas. ..........................................................................................11
4. Conceitos e Considerações Básicas de Controle Automático .....................................13
4.1. Evolução Histórica do Controle Automático ........................................................13
4.2. Conceito. ...............................................................................................................13
4.3. Elementos do Controle Automático. .....................................................................14
4.4. Tipos de Controle. .................................................................................................17
4.4.1. Controle Manual e Controle Automático........................................................17
5. Sistema de Controle.....................................................................................................18
5.1. Principais objetivos de controle ............................................................................18
5.2. Controlador............................................................................................................18
5.2.1. Ação de Controle ............................................................................................19
5.3. Sistema de controle em Malha Aberta e Malha Fechada ......................................20
5.4. Sistema de controle FeedBack ..............................................................................21
5.5. Sistema de controle FeedForward .........................................................................22
5.6. Sistema em Cascata...............................................................................................23
Bibliografia:.....................................................................................................................25
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1. Introdução
Nesse momento, cabia ao homem o esforço de tentar “controlar” esta nova fonte de
energia, exigindo dele então muita intuição e experiência, além de expô-lo constantemente ao
perigo devido à falta de segurança. No princípio, isso foi possível devido à baixa demanda.
Entretanto, com o aumento acentuado da demanda, o homem viu-se obrigado a desenvolver
técnicas e equipamentos capazes de substituí-lo nesta nova tarefa, libertando-o de grande par-
te deste esforço braçal e mental. Os sistemas inteiramente automáticos surgiram no início do
século XX. Entretanto, bem antes disso foram inventados dispositivos simples e semi-
automáticos. Daí então surgiu o controle automático que, quanto à necessidade, pode assim
ser classificado:
A partir de 1870, também a energia elétrica passou a ser utilizada e a estimular in-
dústrias como a do aço, a química e a de máquinas-ferramenta. O setor de transportes progre-
diu bastante graças à expansão das estradas de ferro e à indústria naval. No século XX, a tec-
nologia da automação passou a contar com computadores, servomecanismos e controladores
programáveis.
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Os robôs (do tcheco robota, que significa “escravo, trabalho forçado”) substituíram a
mão-de-obra no transporte de materiais e em atividades perigosas. O robô programável foi
projetado em 1954 pelo americano George Devol, que mais tarde fundou a fábrica de robôs
Unimation. Poucos anos depois, a GM instalou robôs em sua linha de produção para solda-
gem de carrocerias.
Para se efetuar uma automação, qualquer que seja, necessitamos realizar medições,
comparações e controles sob os diversos elementos que constituem a máquina ou processo em
questão, para que ele seja capaz de trabalhar sozinho e se auto-regular, além de tomar deci-
sões seguras em caso de falhas e emergências.
Hoje em dia, a automação exige cada vez mais a integração de diversas áreas de tec-
nologia, tais como: elétrica, eletrônica, informática, mecânica, pneumática, hidráulica, quími-
ca, física, entre outras.
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- Conhecer controle avançado e suas aplicações ;
- Possuir conhecimentos aplicados sobre Aquisição de Dados e Redes;
- Possuir boa capacidade de liderança;
- Ter conhecimentos sobre Controle Contínuo e Discreto e suas principais características;
- Ser capaz de adaptar-se às mudanças tecnológicas e exigências do mercado;
O esquadrão antibomba da polícia americana, por exemplo, dispõe de robôs para de-
tectar e desarmar bombas e reduzir riscos de acidentes com explosões inesperadas. Apesar dos
benefícios, o aumento da automação vem causando também sérios problemas para os traba-
lhadores:
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2. Conceitos de Processo.
Exemplo prático: Quando queremos preparar um café, precisamos seguir uma recei-
ta, usando utensílios domésticos para transformar ingredientes básicos num produto: um cafe-
zinho bem quente. Para esta transformação é necessária alguma forma de energia. A esse con-
junto de fatores que contribuem para o objetivo final, que é a produção do cafezinho, chama-
mos de processo.
Outros exemplos:
1. resfriamento do ar ambiente de uma sala para uma temperatura desejada,
2. pasteurização de leite,
3. manutenção em valores constantes da velocidade, direção e elevação de um avião,
4. operação de um coração artificial,
5. embalagem de alimentos,
6. engarrafamento de líquidos,
7. rastreamento de uma estrela pelo telescópio,
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Exemplo:
Um produto (água fria) passando por um trocador de calor (figura 1) é continu-
amente aquecido com vapor (agente de controle) e requer uma certa quantidade de vapor, para
manter a sua temperatura ao nível desejado, enquanto o produto estiver escoando a uma de-
terminada velocidade. Um aumento no escoamento do produto (aumento de demanda) exige
mais vapor. Já um aumento na temperatura do produto na entrada do trocador de calor requer
menos vapor. Estas situações representam mudanças de carga.
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Como exemplo veja o caso dos tanques de armazenamento da figura 2. Neles a ca-
pacitância representa a relação entre a variação de volume e a variação de altura do material
do tanque, ou seja, é o número de litros de água necessários para variar um nível do tanque
por um metro. Em outras palavras, para fazer uma variação na variável controlada, alguma
quantidade de variável manipulada deve ser fornecida ou removida; esta quantidade dividida
pela variação é a capacitância. Capacidade é a máxima quantidade de material ou energia que
pode ser armazenada em um equipamento ou sistema.
Assim, observe que embora os tanques tenham a mesma capacidade (por exemplo
100 m3), apresentam capacitâncias diferentes. Neste caso, a capacitância pode ser representa-
da por :
Quando se quer controlar o nível dos dois tanques, o processo é mais sensível
no tanque alto (menor capacitância) do que no tanque baixo (maior capacitância). Para a
mesma variação de volume em ambos os tanques, o nível no tanque alto terá uma maior vari-
ação. O tanque alto tem menor capacitância, resposta mais rápida e é mais difícil de ser con-
trolado dentro de uma dada faixa. Aumentando a capacitância para uma dada faixa de controle
melhora a estabilidade da variável controlada em resposta a um distúrbio.
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Assim como uma rua estreita impede o fluxo do tráfico, assim uma tubulação com
pequeno diâmetro oferece maior resistência à passagem do fluido no seu interior que uma
tubulação com maior diâmetro.
Se uma tensão for aplicada em R como sinal de entrada fechando-se a chave S con-
forme a figura 4, a temperatura do líquido subirá imediatamente. No entanto, até que esta seja
detectada pelo termômetro como sinal de saída, sendo V(m/min) a velocidade de fluxo de
líquido, terá passado em tempo dado por L = l/V (min). Este valor L corresponde ao tempo
que decorre até que a variação do sinal de entrada apareça como variação do sinal de saída
recebe o nome de tempo morto. Este elemento tempo morto dá apenas a defasagem temporal
sem variar a forma oscilatória do sinal.
A tabela abaixo apresenta uma análise comparativa dos efeitos na facilidade de con-
trole das características do processo discutidas acima.
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2.2. Características de Processos Industriais.
Um processo contínuo é aquele no qual uma linha de produtos entram num ponto do
sistema e o produto final sai em outro ponto da linha. Uma vez comece o processo, ele é con-
tinuamente alimentado, o produto final é obtido sem interrupções.
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2.3.2. Processo Descontínuos.
Ou seja, uma parte de cada entrada do processo é recebida num lote e então algumas
operações são executadas para produção final do produto. O processo é realizado e o resultado
é armazenado para então outro lote ser produzido. Cada lote de produto pode ser diferente.
Muitos processos químicos são realizados através deste tipo de processo.
A figura ao lado mostra um sistema de produção por lote (também denominada bate-
lada). Dois ingredientes são adicionados juntos, misturados e aquecidos. Um terceiro ingredi-
ente é adicionado e todos os três são então processados e armazenados.
3. Sistema.
Segundo a NBR 180 8402/1994, 2.18, define como um conjunto integrado que
consiste de um ou mais processos, hardware, software, recursos e pessoas, capaz de satisfazer
uma necessidade ou objetivo definido.
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Fig. 7 - Controle de Temperatura.
Todo sistema seja ele físico-químico, elétrico, mecânico, etc., pode ser abordado de
forma bastante simplificada através do qual variáveis de entrada e saída se interligam numa
relação de causa e conseqüência. Neste ínterim, atribui-se a denominação entrada a toda in-
formação que é uma causa no sistema, e saída a toda informação que é uma conseqüência no
sistema. Esta relação está representada esquematicamente na figura 8, onde u e w representam
todas as entradas e y representa todas as saídas.
w
INPUT OUTPUT
u Sistema y
Uma forma fácil de entender estes conceitos é através do seguinte exemplo: Num
trocador de calor o produto quente entra (alimenta) nos tubos, enquanto água fria entra (ali-
menta) no casco, a fim de resfriar o produto. Na descarga do trocador temos, produto resfria-
do (tubo) e água aquecida (casco). Nesse caso, fica fácil de identificar e classificar as entradas
(causas) como vazão de produto quente e água fria, e as saídas (conseqüências) como vazão
de produto resfriado e água aquecida.
META SISTEMA
SISTEMA
SUBSISTEMA
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4. Conceitos e Considerações Básicas de Controle Automático
Em 1932, H. Nyquist, da Bell Telephone, cria a primeira teoria geral de controle au-
tomático com sua “Regeneration Theory”, na qual se estabelece um critério para o estudo da
estabilidade.
4.2. Conceito.
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Resumidamente podemos definir Controle Automático como a manutenção do valor
de uma certa condição através da sua média, da determinação do desvio em relação ao valor
desejado, e da utilização do desvio para se gerar e aplicar um ação de controle capaz de redu-
zir ou anular o desvio.
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Elemento final de controle: É quem atua na variável manipulada em função de
um sinal de comando/controle recebido. Normalmente é uma válvula.
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Transdutor: são elementos capazes de transformar uma determinada variável
em outra, de outra natureza, ou seja, transforma um tipo de energia em outro tipo de energia.
Esse termo é empregado, por um grande número de técnicos, no lugar de conversor.
Comparador: Sua função é comparar o valor medido com o valor desejado, ge-
rando um sinal de erro, cuja amplitude é proporcional à diferença algébrica entre o sinal de
referência (setpoint) e o sinal de realimentação (feedback).
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4.4. Tipos de Controle.
Para ilustrar o conceito de controle manual e automático vamos utilizar como pro-
cesso típico o sistema térmico das figuras 11 e 12 . Inicialmente considere o caso em que um
operador detém a função de manter a temperatura da água quente em um dado valor. Neste
caso, um termômetro está instalado na saída do sistema , medindo a temperatura da água
quente.
Considere agora o caso da figura 12, onde no lugar do operador foi instalado um ins-
trumento capaz de substituí-lo no trabalho de manter a temperatura da água quente em um
valor desejado. Neste caso, este sistema atua de modo similar ao operador, tendo então um
detector de erro, uma unidade de controle e um atuador junto à válvula, que substituem res-
pectivamente os olhos do operador, seu cérebro e seus músculos.
Desse modo, o controle da temperatura da água quente é feito sem a interferência di-
reta do homem, atuando então de maneira automática, sendo portanto um caso de “Controle
Automático”.
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5. Sistema de Controle
SP Elemento VM
Controlador Final de Processo
Controle
Sensor
VP
Transmissor
O controle Automático tem como finalidade a manutenção de uma certa variável ou condição
num certo valor (fixo ou variante). Este valor que pretendemos é o valor desejado.
5.2. Controlador
Em modo MANUAL, o controlador opera como um mero controle remoto. O operador infor-
ma o sinal de saída desejado, e o controlador simplesmente repassa este valor para o elemento
final de controle.
Em modo AUTO, o controlador usa os valores lidos (PV e SP) e determina, por meio de um
algoritmo, o valor do sinal de saída (modifica MV). O foco evidentemente, é o modo AUTO.
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5.2.1. Ação de Controle
Ação Direta: Dizemos que um controlador está funcionando na ação direta quando um
aumento na variável do processo em relação ao valor desejado provoca um aumento no
sinal de saída do mesmo. Se PV aumenta, MV aumenta.
Ação Reversa: Dizemos que um controlador está funcionando na “ação reversa” quando
um aumento na variável do processo em relação ao valor desejado, provoca um decrésci-
mo no sinal de saída do mesmo. Se PV aumenta, MV diminui.
Exemplo:
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Tanque cheio seguro e válvula na entrada.
A partir da segurança, obtida com o tanque
cheio, a válvula deve ser ar-para-fechar: na
falta de ar, a válvula abre e o tanque se enche,
levando o sistema para a segurança. A válvula-
está a 100% com 20 kPa e a 0% com 100 kPa.
A ação do controlador, como conseqüência,
deve ser direta: quando o nível aumenta, a vál-
vula deve fechar mais para faze-lo diminuir e a
saída do controlador deve aumentar, fechando
mais a válvula.
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baseado nesta informação, determinar uma relação entre a água fria e a água quente com o
objetivo de manter a temperatura da água no valor por ele tido como desejado para o ba-
nho. Outros exemplos: Robôs Industriais, Aviões, Controle da temperatura ambiente de
uma sala.
O controle realimentado é a estratégia desenvolvida para se obter e manter uma condição de-
sejada do processo através da medição desta condição no processo, compará-la com a deseja-
da e tomar ações corretivas baseadas na diferença entre a condição desejada e a atual. O con-
trole feedback é a técnica mais utilizada e na qual os conceitos da teoria de controle são base-
ados.
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Os sistemas realimentados (FEEDBACK) podem ser classificados em dois tipos: REGULA-
DORES E SERVOMECANISMOS.
Controle Supervisório (ou servo): são sistemas realimentados com o set point variável ao
longo do tempo. Esta mudança pode ser na forma de um degrau, de uma rampa, de uma
senóide, ou de uma forma aleatória qualquer.
Controle Regulatório: são sistemas realimentados onde a entrada é mantida constante para
que a saída seja também constante. O objetivo de controle passa a ser o de rejeitar as per-
turbações ao sistema.
O controle Feedforward é outra técnica básica utilizada para compensar distúrbios contidos no
sistema. Nesta técnica, a ação de controle é baseada no estado do distúrbio sem a referência
da condição atual do sistema. Em teoria, este tipo de controle sugere uma correção muito mais
rápida que o controle realimentado, pois tem a característica de fazer refletir na saída, imedia-
tamente, as variações das variáveis de influência, levando a uma correção antes que o erro se
estabeleça.
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Um operador poderia usar um a estratégia simples para compensar mudanças na entrada
de água do aquecedor. Veja figura abaixo. Detectando uma mudança na temperatura da água
de entrada, ele poderia aumentar ou diminuir a vazão de vapor para cancelar a alteração. A
mesma compensação poderia ser feita automaticamente.
No exemplo acima, o controle de temperatura deve ajustar a válvula de controle para passar
exatamente a quantidade correta de vapor para manter a temperatura de saída do óleo igual ao
ponto de ajuste e deve existir equilíbrio no aquecedor.
Porém, a pressão do suprimento de vapor flutua muito por causa do uso variável pelos outros
clientes. A taxa de transferência de calor do vapor para o óleo depende da diferença entre a
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temperatura do vapor e a temperatura do óleo. A temperatura do vapor depende da pressão do
vapor no aquecedor: quanto maior a pressão, maior a temperatura.
Quando a pressão do suprimento de vapor sobe ou cai, o efeito imediato é alterar a pressão do
vapor dentro do aquecedor. Isto aumenta ou diminui a diferença de temperatura entre o vapor
e o óleo e, como conseqüência, o óleo se torna mais frio ou mais quente. Nenhuma correção é
feita até que a temperatura seja sentida e o controlador de temperatura comece a reagir.
O controle de temperatura pode ser melhorado pelo sistema de controle cascata. Quando a
pressão de vapor variar e causar variações na pressão interna do aquecedor, o controlador de
pressão sente e reajusta rapidamente a válvula de pressão para levar a pressão para o ponto de
ajuste. A malha de controle de pressão age mais rápido que a de temperatura e o retorno da
temperatura para o ponto de ajuste é muito mais rápido. Assim, o efeito da flutuação da pres-
são de vapor é corrigido para uma dada carga do aquecedor.
Uma exigência geral para todo sistema de controle cascata é que a malha de controle secundá-
rio seja muito mais rápida que a malha de controle primária. Se a malha secundaria não for
muito rápida, ela tende a desestabilizar a malha de controle primária em vez de estabilizar e
aparece a oscilação.
Malha em cascata em um trocador de calor: A malha escrava regula a vazão de vapor e a ma-
lha mestre regula a temperatura de saída.
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Bibliografia:
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