Aula 2

O Tecnólogo em Automação Industrial Conversa Inicial

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57 57
Prof. Luciano Carstens
1 2
Conversa inicial
Posteriormente, serão apresentados alguns
conceitos básicos sobre automação de
processos. Será efetuada uma discussão a
Nesta aula, iremos continuar nossos estudos
respeito das linhas de fluxo automatizadas e
sobre a profissão de Tecnólogo em
a relação entre volume de produção e
Automação Industrial. Para tanto, serão
variabilidade de produtos. Então, falaremos
abordados aspectos sobre a área de
sobre as principais estratégias de automação
automação industrial, explorando
3 4
57 57
e seus requisitos de controle e, finalmente,
inicialmente a evolução da automação
faremos uma reflexão a respeito da
industrial
automação nas relações empresariais
3 4
Evolução gradual
A evolução da automação industrial As tentativas trouxeram uma evolução
gradual no processo de produção, que
provocaram uma mudança do sistema de
produção de agrário para industrial, como
5 6
57 57
visto na aula anterior
5 6
1
 Evolução gradual Regulador a vapor – Watt

O processo de evolução se inicia a partir da

1ª Revolução Industrial, inicialmente na
Inglaterra, no século XVIII, com o
desenvolvimento dos mecanismos de

Crédito: Jefferson Schnaider

7 regulação do fluxo de vapor em máquinas, 8
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desenvolvidos por James Watt, que pode ser

considerado como um dos primeiros sistemas
de controle com realimentação

7 8

Chegada da energia elétrica

A partir de 1870, a energia elétrica passou a
ser utilizada em indústrias. O setor de
transportes progrediu muito devido à
expansão das estradas de ferro e da indústria
9 10
Os primeiros sistemas inteiramente
automáticos surgiram no início do século XX
A tecnologia de automação passou a contar
com computadores, servomecanismos e
controladores programáveis
Nos últimos anos, os sistemas de controle

automático têm assumido uma importância

57 57

naval
crescente no desenvolvimento e avanço da
tecnologia

9 10

Os sistemas de controle

Os sistemas de controle automático são

encontrados em abundância em setores da
indústria, tais como controle de qualidade e
fabricação de produtos, linha de montagem
automática, controle de ferramentas,
11
57
Os sistemas de controle automático têm um
papel vital no avanço da engenharia e da
ciência, tornando-se parte integrante e
importante dos processos industriais e de
fabricação modernos
12
57

tecnologia espacial e de armamento,

sistemas de transporte, sistemas de
potência, robôs e muitos outros

11 12

2
 Exemplos em alguns sistemas de controle
simples:
Nas residências: controle de temperatura e
umidade Conceitos básicos de automação de
No transporte: deslocamentos e processos
movimentações ponto a ponto
13 14

Na indústria: processos de manufatura

57 57

No ser humano: exemplo de um

corredor/maratonista

13 14

Definição de automação A automação é diferente da mecanização

A automação pode ser definida como um
“sistema de equipamentos eletroeletrônicos/
mecânicos que controlam seu próprio
funcionamento, quase sem a intervenção do
15
57
A mecanização consiste simplesmente no uso de
máquinas para a realização de um determinado
trabalho, substituindo o esforço físico do homem
A automação possibilita realizar um trabalho com
o uso de máquinas controladas
automaticamente, capazes de se autorregularem
16
57

ser humano” A palavra controle (do francês “contrôle")

denota o ato ou poder de exercer domínio,
fiscalizar, supervisionar, manter o equilíbrio

15 16

Aspectos funcionais Sistema automático é aquele no qual o resultado é

Automatizar um sistema se tornou bastante
viável quando a tecnologia eletrônica
17 disponibilizou circuitos eletrônicos capazes
57
definido previamente e o sistema se encarrega de
atingi-lo sem que haja interferência de um operador
Sistema rígido de automação é aquele em que o
controle é automático, porém não permite alterações
do processo após a definição do sistema e de seus
componentes. Os primeiros sistemas de automação
operavam por meio de componentes
18
eletromecânicos, como relés e contatores
57

de realizar funções lógicas e aritméticas Sistema flexível de automação é aquele que permite
fazer algumas alterações no sistema e em seus
componentes, como incluir e retirar entradas e
saídas, lógicas, blocos, etc.

17 18

3
 Componentes de um sistema de automação Definições importantes
Planta:
Sensor ou transdutor: dispositivo capaz de medir
uma propriedade particular do sistema de automação Parte de um equipamento ou conjunto de itens
Atuador: fornece energia ao sistema para atingir o de uma máquina
objetivo desejado. Este componente faz parte do Processo:
processo controlado
Qualquer operação a ser controlada
Comparador: compara os valores medidos com
valores preestabelecidos, fornecendo uma Sistema:
19 20
57 57

informação ao controlador
Combinação de componentes que atuam
Controlador: utiliza a informação do comparador, conjuntamente e realizam um certo objetivo
tomando a decisão de como e quando atuar no
sistema, por meio de comando para o atuador [...]

19 20

Definições importantes Controle em malha aberta

[...] Um sistema de controle em malha aberta é

aquele no qual a saída não tem efeito sobre a
Distúrbio: entrada
Sinal que tende a afetar adversamente o valor Em um sistema de controle em malha aberta,
da saída de um sistema a saída não é medida e nem é realimentada
21
57
Servomecanismo: 22
57
para comparação com a entrada. Assim, a
precisão do sistema depende de uma
Sistema de controle realimentado no qual a
calibração, sendo que o sistema deve manter
saída é uma posição mecânica, uma
esta calibração de forma a operar
velocidade, uma aceleração, entre outros
corretamente

21 22

Controle em malha fechada

Um sistema de controle em malha fechada é
Devido à sua simplicidade e economia, os aquele no qual o sinal de saída possui um efeito
direto no sinal de entrada. Isto é, sistemas de
sistemas de controle em malha aberta são
controle em malha fechada são sistemas de
utilizados em aplicação não crítica controle realimentados
O sinal de erro atuante, que é a diferença entre o
sinal de entrada e o sinal realimentado, é
23 Entrada de Sinal de Atuação Variável 24 fornecido ao controlador de modo a reduzir o
erro e manter a saída do sistema em um valor
57 Referência Atuação Física Controlada 57

CONTROLADOR ATUADOR PROCESSO

desejado. Em outras palavras, o termo “malha
fechada” implica no uso de ação de
realimentação com a finalidade de reduzir o erro
do sistema

23 24

4
 Um controle realimentado se caracteriza por uma
operação que, na presença de distúrbios, tende a
reduzir a diferença entre a saída do sistema e a Assim, uma vantagem do sistema com
entrada de referência. Um controlador compara o
valor real da saída do processo com o valor desejado, realimentação é tornar a resposta do sistema
determina o desvio, e produz um sinal de controle relativamente insensível a distúrbios
que reduz o desvio a um valor nulo ou muito externos e variações internas em parâmetros
pequeno
Entrada de Sinal
do sistema. Dessa forma, é possível a
Sinal de Atuação Variável
25
57
Referência
+
de Erro
CONTROLADOR
Atuação
ATUADOR
Física
PROCESSO
Controlada 26
57
utilização de componentes mais baratos e
+ - sem muita precisão para se obter o controle
Sinal
Medido preciso de um dado processo
TRANSDUTOR

25 26

Linhas de fluxo automatizadas

Linhas de fluxo automatizadas A automação de produção precisa considerar

as características dos processos, com relação
a volume e variabilidade, assim como todas
as entradas e saídas, avaliando com
27 28
57 57

segurança os fluxos de produção adotados

27 28

Fluxos de produção

Exemplos de fluxo
Assim como nos sistemas de controle Sistema Toyota de Produção
apresentados no tópico anterior, os fluxos de
Produção puxada x empurrada
produção são importantes. Eles mostram as
29 características dos sistemas produtivos e são 30
Kamban
57 57

parte importante na tomada de decisões para etc.

os processos de automação industrial

29 30

5
 Exemplos de sistemas de controle de Exemplos de sistemas de controle de
automação automação
Controle de temperatura manual Controle de temperatura automatizado
Termômetro Dispositivo de
Água quente medida da Água quente
Vapor temperatura
Controlador
automático

31 32
57 57 Válvula de
controle
Vapor

Água fria Água fria

Dreno Dreno

31 32

Exemplos de sistemas de controle de Exemplos de sistemas de controle de

automação automação
Controle de rotação de um motor Exemplo de controle de nível
920 distúrbio
Válvula
sistema de controle em malha fechada pneumática
900
Controlador
Rotação [rpm]

880 Fluxo de
entrada
33 860 sistema de controle em malha aberta 34
57 57

840

820
Fluxo de
800 saída
Tempo

33 34

Estratégias de automação
Como vimos, automatizar é basicamente
poder delegar algumas funções de controle
humano para máquinas e equipamentos, com
Estratégias de automação o objetivo de:
Aumentar a produtividade
35
57
36
57 Melhorar a qualidade
Reduzir custos
Aumentar as condições de segurança no
trabalho

35 36

6
 Tipos de automação Tipos de automação

Automação programável/variável: quando a

variedade de produtos é alta e a quantidade é
Automação flexível: quando tanto a
baixa, adota-se um sistema de automação
variedade quanto a quantidade de produtos
programável, em que, para cada tipo de
são médias, ou seja, partes do processo
produto, faz-se necessário um ajuste nos
possuem sistemas de automação fixos e
parâmetros de controle, ou seja, um sistema
37 38
57 57

outras variáveis, com pequenos ajustes e

de setup que atenda ao planejamento de
setups
produção e à disponibilidade dos
equipamentos

37 38

Tipos de automação
VARIEDADE
DE AUTOMAÇÃO
PRODUTOS PROGRAMÁVEL/VARIÁVEL

Automação fixa: quando os produtos

possuem pouca variedade, porém alto
AUTOMAÇÃO FLEXÍVEL
volume de produção. Neste caso, a
automação, uma vez programada, sofre
39 40
57
pequenas interferências e atua de maneira 57
AUTOMAÇÃO FIXA

constante, de forma a conseguir atender a

alta demanda QUANTIDADE
DE PRODUTOS

39 40

Estratégias de automação Estratégias de automação

Ou se, durante o processo produtivo, exigem:
É necessário avaliar as características das Aumento de flexibilidade
operações, se são:
Melhoria dos sistemas de movimentação de
Especializadas materiais e estocagem
41 Combinadas 42
Inspeções de qualidade em tempo real
57 57

Simultâneas Otimização e controle de processos

Integradas Controle e supervisão de plantas de operação

Manufatura integrada por computador

41 42

7
 Tipos de controladores: controlador do tipo
Para atender estas necessidades, os
controladores empregados nos sistemas de “liga-desliga”
automação precisam ser parametrizados, e
os sistemas de automação aumentam de Neste tipo de sistema de controle, o
complexidade, de acordo com o nível de elemento atuante possui apenas duas
atuação dos sistemas de controle posições, normalmente ligado ou desligado.
43
Entrada de
Referência
Sinal
de Erro
Sinal de
Atuação
Atuação
Física
Variável
Controlada
44 Uma oscilação da saída entre dois limites é
57 57
+
+ -
CONTROLADOR ATUADOR PROCESSO
uma resposta típica deste sistema de
Sinal
controle de duas posições
Medido

TRANSDUTOR

43 44

Tipos de controladores: controlador de ação Tipos de controladores: controlador de ação

proporcional integral
Responde com uma taxa proporcional ao valor do
Produz um sinal de saída que é proporcional ao erro atuante. Pode-se dizer que a velocidade de
erro, respondendo imediatamente. Uma correção do controlador é proporcional ao erro. O
característica importante deste controlador é a controlador do tipo integral raramente é usado
presença permanente de um erro residual na separadamente
saída Características:
45
57 Características: 46
57 Torna o sistema mais lento
Diminui o tempo de subida Zera o erro em regime
Pode aumentar o sobressinal Pode aumentar o sobressinal
Diminui o erro em regime Filtra ruídos de alta frequência

45 46

Tipos de controladores: controlador de ação Tipos de controladores: controlador PID

derivativa
Responde à taxa de variação do erro, tendo um
comportamento antecipatório. O controlador do tipo
derivativo nunca é usado separadamente
Na prática, este controlador pode ser
Características:
encontrado atuando de forma combinada
Torna o sistema mais rápido
com os 3 sistemas, o que permite um melhor
Melhora o amortecimento
47 48 controle dos processos. Ele é chamado de
57
Reduz o sobre sinal 57

controlador Proporcional-Integral-Derivativo
Diminui o tempo de subida
(PID)
É sensível a ruídos
Pode causar saturação no atuador

47 48

8
 Controlador PID

Controlador PID

Kp
Automação nas relações empresariais
1 ∑
Ki S
49 50
57 57

Kd S

49 50

Automação nas relações empresariais Automação nas relações empresariais

A estratégia de automatizar processos

É a revisão sistemática dos processos de uma
organização, para garantir o desempenho
ideal enquanto procura processos manuais
que podem ser substituídos por alternativas
51
57
burocráticos ou repetitivos permite que haja
um aumento de produtividade nas atividades
ligadas ao core business do negócio. Essa é
uma forma de aproveitar melhor os recursos
52
57

digitais inteligentes da organização, otimizando o tempo dos

colaboradores

51 52

Pilar 1 – fundação Pilar 2 – conexão

Plataformas básicas como soluções de CRM se
tornaram promissoras no final dos anos 1990 e
no início dos anos 2000, com a explosão do
software de pacote ERP. Essas plataformas
conectam os processos financeiros e de cadeia
53
de suprimentos da empresa ao resto do negócio,
57
permitindo a automação de ponta a ponta. O
afastamento dos mainframes monolíticos ajudou
a garantir a automação das informações nos
negócios
Enquanto os sistemas básicos discutidos acima
ganhavam destaque, um novo pilar focado em
sistemas de engajamento começou a destacar-se
entre o final dos anos 2000 e início dos anos
2010. Esse pilar está focado na automação de
processos de negócios e na experiência do
54
cliente, que prioriza os fluxos de trabalho de
57
suporte e a troca de dados. Esse pilar é a base
dos ecossistemas de big data. Embora a escala
desses sistemas não seja tão grande quanto a do
primeiro pilar, eles são de grande importância
dentro e fora do departamento de TI

53 54

9
 Pilar 3 – indo além da TI
Com a explosão de dados originada do segundo
pilar, a necessidade de estabelecer a
movimentação de dados levou a um novo
conjunto de plataformas de baixo código,
baseadas em micro serviços. Este pilar da
automação estende a jornada da automação para
55
além dos ecossistemas internos e do espaço do
57
consumidor e começou a ocorrer em meados da
Pilar 4 – retornos financeiros mais rápidos
Com grandes programas de TI plurianuais em
execução e a capacidade limitada de mudar o
curso e aumentar a agilidade em geral, os
proprietários de negócios tornaram-se cada
56 vez mais inquietos. À luz disso, a automação
57

década de 2010. Ele ainda continua a baseada em RPA cresceu em popularidade e

amadurecer e escalar hoje e impulsiona tentou preencher o espaço deixado pelos três
resultados de negócios mais rápidos e fáceis em pilares iniciais discutidos acima
vários setores

55 56

Para começar a abordar cada um desses pilares,

as empresas podem avaliar seu cenário
empresarial atual e determinar qual pilar é mais
importante para se concentrarem com base em
seus casos de uso de negócios individuais. Um
pode ter mais importância com base nos
resultados projetados e pode render um ROI
mais alto do que outros – mas certifique-se de
57
57
manter todos os quatro pilares em sua mente. O 58
57

“elefante” não pode ficar em apenas duas ou três

pernas, especialmente se esses pilares não
estiverem funcionando em uníssono e forem
isolados

57 58

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