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BOLETIM

FILATÉLICO
Publicação do Clube Filatélico Brusquense
ANO 6 - Nº 36 Março - Abril 2021

HIDROAVIÕES
Os Barcos Voadores
BOLETIM
MENSAGEM DO EDITOR
FILATÉLICO

ANO 6 – Nº 36 Prezados leitores


Mar - Abr 2021
Apresentamos a edição nº 36
Clube Filatélico Brusquense
do BOLETIM FILATÉLICO que
Fundado em 21 de julho de 1935
completa o 6º ano de sua
publicação bimestral.
Declarado de utilidade pública pela Lei
Municipal nº 551 de 29.09.1973
Como sempre, aliando filatelia
com a história, hoje publicamos
Caixa Postal 212 dois artigos que podem fazer
88.353-970 Brusque - Santa Catarina parte de coleções temáticas:
Hidroaviões – os Barcos Voadores
e a Participação do Brasil nas
email: jorgekrieger@uol.com.br
Forças de Paz da ONU, em 1957,
no episodio que ficou conhecido
celular/whatsapp: (47) 9.9969-1516 como a Guerra de Suez.

Também divulgamos vários


NESTA EDIÇÃO artigos sobre Clubes e Associações
filatélicas e numismáticas,
3 - Hidroaviões – Os Barcos Voadores registrando assim a inestimável
8 - ABRAFITE – 50 anos de atividades contribuição que essas entidades
9 - Notícias vem prestando à estes dois
11 - Sociedade Numismática Brasileira – segmentos do colecionismo no
97 anos de história Brasil.
Emissões Postais dos Correios do
Brasil
12 - Biblioteca Universitária recebe o
Àqueles que desejarem
BOLETIM FILATÉLICO publicar suas histórias e trabalhos,
Filatelia na História podem enviar seu material para
13 - Guerra de Suez – O Brasil na Força um dos nossos endereços, que
de Paz da ONU e o prêmio Nobel de teremos o maior prazer em
1988 publicar.
16 - Assuã e os Templos de Abu Simbel
17 - Agência dos Correios de Brusque Como sempre, desejamos à
tem novo gerente todos uma BOA LEITURA!
Biblioteca “Olho de Boi” –
publicações recebidas
18 - A Maçonaria na História Postal (32)
20 - Programação Filatélica 2021
22 - Encontros de Colecionadores

CAPA – Hidroavião alemão Dornier Do X, adaptação


digital do folheto editado pelos Correios da
Alemanha em 2004 em comemoração ao 75º
aniversário da aeronave.

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Hidroaviões
Os Barcos Voadores

Jorge Paulo Krieger Filho

“Era o avião mais romântico já fabricado. Todos o chamavam de Clipper,


mas em termos técnicos era um Boeing B-314. [...] enorme, imponente,
incrivelmente potente, um palácio voador.” Assim começa o romance Noite Sobre
as Águas, (editora Siciliano, 1992) do escritor britânico Ken Follet. Ambientada
no início da Segunda Guerra Mundial, a história relata a viagem do Clipper da
Pan American de Southampton, na Inglaterra, para Nova York. De imediato, o
tema logo prende a atenção pelo clima de aventura e espionagem tão bem
narrados pelo famoso romancista.

O luxo oferecido pelo Clipper não era apenas uma ficção na história do
famoso best-seller, mas existiu de verdade nos voos transatlânticos realizados por
aqueles “Barcos Voadores”.
Em 1873 o francês Alphonse Pénaud projetou o primeiro hidroavião, mas
nunca foi construído. Coube ao norte-americano Glenn Ammond Curtiss a primazia
de efetuar o primeiro voo de hidroavião em 1911, em San Diego, EUA.
São dois os principais tipos de hidroaviões: “os que têm flutuadores em lugar
de rodas e o tipo nos quais a própria fuselagem faz o papel de casco”.
Três grandes fabricantes dominaram o mercado dos “Barcos Voadores” nos
primeiros anos do século 20, dois norte-americanos e um alemão: Boeing, Glenn L.
Martim Company e Dornier Flugzeugwerke, respectivamente.
Existem muitas emissões filatélicas ilustrando esses grandes aviões; colecionar
esses selos pode ser um segmento interessante numa coleção temática sobre
aviação.
DORNIER Do X - O projetista de aeronaves alemão Claude Dornier, que
começou sua carreira na Luftschiffbau Zeppelin GmbH em Friedrichshafen, a partir
de 1914 desenvolveu gigantescos barcos voadores de metal, os “flugboots”.

Glenn Curtiss Claude Dornier

Ele estava convencido de que a ainda jovem indústria da aviação só seria


economicamente viável com aeronaves de grande porte e, portanto, com grande
número de passageiros.

3
Depois de Dornier ter trazido com sucesso vários modelos para o mercado na
década de 1920, incluindo o famoso "Dornier Wal“ (indicado com a seta), em 1927
ele foi contratado para desenvolver uma grande aeronave.

Assim, o primeiro “Jumbo” da história da aviação, um gigante de metal com 40 m


de comprimento, 10 m de altura e envergadura de 48 m foi criado com o nome de
"Verkehrsflugschiff [avião comercial] Do X".

Acima: envelope com carimbo (Berlim) de 1º dia de


circulação comemorativo do 75º aniversário do
lançamento do Flugboot Do X
Ao lado: Do X sobre o Atlântico

4
Doze motores, dispostos em gôndolas tandem (configuração puxa/empurra) acima
das asas, forneciam a propulsão necessária.
A divisão da aeronave em três conveses também era nova: o convés superior
continha a sala de comando, navegação e rádio com seu próprio centro de máquinas;
o convés principal continha os quartos de passageiros, modernos e luxuosamente
equipados e o convés inferior era reservado para o tanque, bem como para carga e
bagagem.

Motores em tandem sobre as asas Interior do Do X

O vôo inaugural - Após um intenso programa de testes, em outubro de 1929 foi


realizado um vôo recorde sobre o Lago de Constança, com 169 passageiros a bordo,
um grande feito para a época uma vez que somente vinte anos depois outra
aeronave ultrapassaria esse número de passageiros.
Travessia do Atlântico - Em 5 de novembro de 1930, o Do X partiu em seu
primeiro grande vôo representativo: da Suíça passou pela Holanda, Grã-Bretanha,
França e Espanha até Lisboa, onde ficou retido por alguns meses devido a um
incêndio nas asas.
Em janeiro de 1931, o Do X decolou em sua primeira travessia do Atlântico.
Após etapas em Las Palmas, Rio de Janeiro, Suriname, Trinidad e Miami, a
gigantesca aeronave pousou em Nova York no final de agosto. Em 24 de maio de
1932, já de volta a Alemanha, pousou no lago Müggelsee, em Berlim, após um total
de 43.500 km percorridos. Apesar do sucesso, o Do X não teve futuro, também
devido à crise econômica mundial.

Do X sobre o Rio de
Janeiro em 1931.

Acima, carimbo
comemorativo do
primeiro voo
internacional do Do X

5
Em 1934, o lendário avião gigante foi parar no Museu da Aviação de Berlim,
onde foi destruído durante os bombardeios da Segunda Guerra Mundial.
Em seu voo internacional, o Do X transportou milhares de itens do correio, bem
como passageiros. As correspondências foram processadas em uma agência dos
correios a bordo do próprio Do X, a primeira instalada em um avião.
BOEING 314 CLIPPER – Outro avião icônico foram os Clippers da Pan Am (Pan
American World Airways). Considerada como a “rainha dos céus” na sua época
(encerrou as atividades em 1991), todos os aviões da Companhia eram batizados
por Clipper: China Clipper, Philippine Clipper, Hawaii Clipper, entre outros.
A Boeing produziu o modelo
B-314 entre 1938 e 1941, o
primeiro do mundo com
fuselagem larga, medindo quase
33 metros de comprimento. Das
12 unidades construídas, 9 foram
operadas pela Pan Am, que
oferecia rotas transatlânticas com
um “serviço de bordo
diferenciado, considerado luxuoso
à época”. O valor de uma
passagem de ida e volta de São
Francisco para Honolulu era de
US$ 1.700,00, equivalente a US$
China Clipper 30.000,00 em 2019. Sem dúvida
um luxo para poucos!
Assim como o Do X alemão, os Clippers possuíam diferentes áreas onde os
passageiros desfrutavam de todo o conforto, como se estivessem num hotel ou
navio. O Yankee Clipper, “batizado pela primeira-dama dos Estados Unidos, Eleanor
Roosevelt em 3 de março de 1939”, operava em seus voos intercontinentais com
uma tripulação de 10 pessoas para atender 74 passageiros com serviços de primeira
linha, “uma exigência do presidente e fundador [da Pan Am], Juan Terry Trippe”,
relembrou o ex-piloto da Companhia Bill Nash em depoimento para um livro sobre a
história da Pan Am. “Foi uma das épocas mais glamorosas e românticas da aviação”,
completou Nash.

6
Durante a Segunda Guerra Mundial, o presidente Franklin D. Roosevelt viajou
num B-314 para a conferência de Casablanca, no Marrocos, Norte da África,
realizada entre os dias 14 a 24 de janeiro de 1943; na volta se encontrou com
Getúlio Vargas no dia 28 de janeiro em Natal, Rio Grande do Norte, na base aérea
de Parnamirim, encontro este que ficou conhecido como “Conferência de Potengi”,
nome do rio onde amerissou o enorme hidroavião.
O serviço de transporte de mala postal a longa distância também se
beneficiou dos Clippers da Pan Am. O primeiro voo levando correspondência entre
os Estados Unidos e as Filipinas decolou em 22 de novembro de 1935. O avião,
um quadrimotor M-130 construído pela Glenn Martin Company, batizado de China
Clipper, transportou mais de 110.000 cartas e foi o primeiro correio aéreo a cruzar
o Pacífico.

Terminada a Segunda Guerra Mundial os aviões anfíbios tornaram-se


obsoletos; foram construídas várias pistas em terra e aeronaves mais potentes e
rápidas vieram substituí-los pondo fim à era dos grandes hidroaviões, os Barcos
Voadores!

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

DEUTSCHE POST. Flugboot Do X. Tag der Briefmarke, 2004.

HORMANN, J. M. Flugbuch Atlantik - Deutsche Katapultflüge 1927-1939. Delius Klasing


Verlag, 2007, Germany
SANTIAGO, H. Viaje no tempo: veja o primeiro avião de luxo da história. Panrotas, 2015.
Disponível em: https://www.panrotas.com.br/noticia-turismo/aviacao/2015/10/viaje-no-tempo-
veja-o-primeiro-aviao-de-luxo-da-historia_120354.html. Acesso em: 23 de fevereiro de 2021.
WIKIPÉDIA. Boing 314 Clipper. Disponível em:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Boeing_314_Clipper. Acesso em: 23 de fevereiro de 2021.
ZWERDLING, R. PAN AM e suas memórias sem-fim. Aeromagazine, 2012. Disponível em:
https://aeromagazine.uol.com.br/artigo/pan-am-e-suas-memorias-sem-fim_618.html. Acesso
em: 23 de fevereiro de 2021.

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ABRAFITE – 50 ANOS DE ATIVIDADES
Geraldo de Andrade Ribeiro Jr
Presidente da Abrafite

Há 50 anos, a 4 de janeiro de 1971, um grupo de filatelistas, reunia-se em São Paulo


(SP), liderados por Heitor Fenício (cuja dedicação, liderança e incansável trabalho se deve o
sucesso da iniciativa), para a fundação de um clube dedicado à Filatelia Temática, um
segmento desprestigiado pelas demais entidades.
A ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE FILATELIA TEMÁTICA, dedica-se ao estudo, aplicação e
divulgação da Filatelia, particularmente da Filatelia Temática, em todo o país, coordenando e
divulgando informações, promovendo intercâmbio de ideias e estudos.
A ABRAFITE é uma entidade sem fins lucrativos, subsistindo por meio da anuidade de
seus associados e da colaboração de empresas e diretores, realizando um esforço heroico e
desinteressado com a finalidade de elevar o nível da Filatelia Temática. O extenso trabalho
desenvolvido desde 1971 bem demonstra nossas palavras.
A ABRAFITE destina todos os seus recursos na divulgação da Filatelia Temática,
basicamente pela sua REVISTA temática, Filatelia e Cultura (ora desativada) e pelo seu site,
dando uma abrangência nacional às suas atividades, devido à amplitude do pais, que dificulta
um maior contato com os associados, espalhados por todos os estados, bem como a
realização de exposições locais e regionais.
A ABRAFITE atende aos seus associados por via
postal, por fone, pela Internet ou pessoalmente, quando
dos eventos realizados.
Ao longo de sua existência, realizou dezenas de
exposições em vários estados, destacando-se as
Temapex, específicas de Temática, a Exfijubra 87 (a
maior nacional juvenil realizada no país, com mais de
15.000 visitantes) e a Brapex 88, a maior nacional
realizada no país, em número de expositores, de
comerciantes e recorde de visitantes, totalmente
financiada pela iniciativa privada, exemplo para ser
seguido.
No setor de formação, o mais apoiado pela entidade, realizou os 2 únicos Cursos de
Filatelia em extensão universitária realizados em nosso país, em Franca (SP) e São Paulo (SP),
afora dezenas de outros em diversos estados. Editou o Boletim Teminha, dedicado a Filatelia
Juvenil, com vídeos e slides especializados, em paralelo aos seus painéis didáticos. Editou 154
números de sua revista temática e diversas outras publicações, reconhecidas e premiadas
por diversas vezes.
Os serviços da ABRAFITE, em particular a assistência personalizada aos sócios, são uma
marca registrada. Pioneira na informatização filatélica, foi a primeira entidade filatélica a ter
um site, premiado internacionalmente ora sendo atualizado.
Foi a entidade responsável pela inclusão da Filatelia nas Leis Municipal (São Paulo - Lei
Mendonça), Estadual (São Paulo - Lei de Incentivo à Cultura) e Nacional (antiga Lei Rouanet)
Os frutos deste trabalho pioneiro e primordial da ABRAFITE são o aparecimento de
filatelistas e grupos temáticos em diversos pontos do país, sempre em função do trabalho de
formação da ABRAFITE, com a elaboração de premiadas coleções.

8
Notícias
Encontro filatélico Decano da filatelia catarinense é
e 50 anos AFINUTI homenageado
O filatelista RENATO MAURO SCHRAMM foi
Nos dias 19 e 20 de junho próximo homenageado pela FILABRAS em janeiro último
acontecerá o tradicional “Encontro com um diploma por sua “Trajetória na
Sul Brasileiro de Colecionadores” em Filatelia”.
Timbó, Santa Catarina, tendo como Grande incentivador e leitor do BOLETIM
local o Park Hotel, uma promoção da FILATÉLICO, para o qual concedeu interessante
AFINUTI – Associação Filatélica e entrevista publicada na edição nº 15
Numismática Timboense que nesse (Novembro/Dezembro de 2017), Schramm,
ano de 2021 completa 50 anos de atual presidente do Clube Filatélico Maçônico
atividades. Desejamos o maior do Brasil (CFMB), já presidiu várias entidades
sucesso ao presidente Waldemar filatélicas como o Clube Filatélico de Blumenau
Gebauer e equipe. e a FEFINUSC – Federação Filatélica e
Numismática de Santa Catarina.
O Clube Filatélico Brusquense parabeniza o
Boletim Filatélico nos filatelista catarinense RENATO MAURO
SCHRAMM pela honrosa distinção recebida,
Correios em Brasília bem como a Diretoria da FILABRAS pela
O Clube Filatélico Brusquense sentiu- instituição da homenagem e aos seus
se honrado e agradece o cartão Associados pela escolha acertada.
digitalizado enviado pelo Presidente
dos Correios, Senhor Floriano Peixoto
Vieira Neto, em 10/10/2020,
comunicando a recepção em seu
gabinete da edição impressa do
BOLETIM FILATÉLICO nº 34 ao mesmo
tempo em que parabenizou o CFB
pelo trabalho de pesquisa.

9
Notícias
Bibliografia Filatélica
O filatelista clássico e pesquisador filatélico Cesar A.S. Procópio, de Belo Horizonte nos
enviou CD contendo a sua “BIBLIOGRAFIA FILATÉLICA”, interessante material para estudos e
pesquisas.

ECT de Santa Catarina tem Selos falsos


novo superintendente O site SÓ NOTÍCIAS, de Mato Grosso,
divulgou que a Polícia Federal
Em substituição ao senhor Marciano da Silva apreendeu no dia 14 de janeiro, na
Vieira, assumiu em janeiro do corrente ano a cidade de Barra do Garças, distante
superintendência estadual da ECT/SC o senhor 515 km de Cuiabá, aproximadamente
Emerson Costa Fernandes. O Clube Filatélico 1,6 mil selos falsos que eram
Brusquense cumprimenta o novo comercializados por uma agência
superintendente e equipe com votos de franqueada naquele município,
excelente gestão. causando grande prejuízo para a ECT.

FILABRAS ELEGE NOVA DIRETORIA


A FILABRAS – Associação dos Filatelistas Brasileiros, entidade
que reúne atualmente mais de 570 membros e presta relevante
contribuição à filatelia, elegeu a nova Diretoria para o ano de
2021, que está assim constituída:

Presidente – Paulo Ananias Silva O Clube Filatélico Brusquense, o mais


Vice-Presidente – Niall Murphy antigo de Santa Catarina, parabeniza
Diretor Institucional – Renato Mauro Schramm os eleitos desejando-lhes um
Diretor Social – José Baffê Rodrigues excelente trabalho.
Diretor Técnico – José Américo Zila

Covid – 19, todo cuidado é pouco


A pandemia espalhada pelo coronavírus ainda continua causando
mortes em todo o mundo, mas as vacinas já estão chegando para
combater tão grande mal. No fechamento desta edição, em 1º
de março, o número de óbitos totalizou 2.538.681 pessoas em
todo o Mundo; 255.720 no Brasil; 7.438 em Santa Catarina e 135
em Brusque. Fonte: Ministério da Saúde.
TODO CUIDADO É POUCO!

10
Sociedade Numismática
Brasileira – SNB
97 anos de história

No dia 19 de janeiro p.p., a Sociedade Numismática Brasileira – SNB completou 97


anos de atividades. Fundada em 1924, numa época em que eram poucos os colecionadores
de moedas no Brasil, a entidade logo ganhou o reconhecimento e a adesão de Associados
de todo o país.
Ao longo de todos esses anos a SNB tem dado relevante contribuição à numismática
brasileira. Desde 1979 tem sede própria na rua 24 de Maio, no centro de São Paulo.
No dia 20 de fevereiro de 2021 tomou posse a diretoria da Sociedade para o biênio
2021/2022, que está assim constituída:

Diretor Presidente – Gilberto Fernando Tenor


Diretor Vice-Presidente – Bruno Henrique Miniuchi Pellizzari
Diretor Financeiro – Ismael Toledo Junior
Diretor Administrativo – Hélio César Xavier
Diretor Técnico – Paulo Cesar Fim
Diretor Curador – Rodrigues Júnior Marcelo Augusto Tibúrcio
Diretor Social e Divulgação – Oswaldo Martins

Pela comemoração do seu 97º aniversário de fundação e posse da nova administração,


O Clube Filatélico Brusquense envia os mais efusivos cumprimentos à Diretoria e Membros
da Sociedade Numismática Brasileira - SNB, com votos de continuado sucesso.

Emissões postais dos


Correios do Brasil - 2021
Janeiro

Emissão Especial
John Lennon em NY por Bob Gruen
Data: 25 de janeiro de 2021

Emissão Especial – Ano


internacional para eliminação
do trabalho infantil
(Gomado e autoadesivo)
Data: 30 de janeiro de 2021

11
Biblioteca universitária
recebe o Boletim Filatélico
O CENTRO UNIVERSITÁRIO DE BRUSQUE – UNIFEBE, recebeu no dia 25
de fevereiro as últimas edições do BOLETIM FILATÉLICO, que foram incorporadas
à “Biblioteca Universitária”.
O Presidente do Clube Filatélico Brusquense, Jorge Paulo Krieger Filho, fez a
entrega das revistas no gabinete da reitora, professora Rosemari Glatz, que
agradeceu a gentileza e demonstrou vivo interesse pelo conteúdo das publicações.
A UNIFEBE surgiu em Brusque em 1973 “onde foi pioneira no Ensino
Superior”, tendo se consolidando como uma das principais instituições de educação
universitária da região. Oferece vários cursos de graduação, pós-graduação e
residência médica. Atualmente possui 2.100 alunos.

Filatelia na História Batalha de Jersey

Durante a guerra de
independência americana (1775-
1783), em 6 de janeiro de 1781 a
França, aliada dos americanos,
invadiu Jersey, perto da costa da
Normandia, para tentar desalojar os
ingleses e assumir o controle da ilha,
ponto estratégico para a marinha
francesa.
O bloco, emitido pelos Correios
de Jersey em 6.01.1981 por ocasião
do bicentenário da batalha, retrata a
morte do major Francis Peirson,
comandante das forças britânicas.

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GUERRA DE SUEZ
O Brasil na Força de Paz da ONU
e o prêmio Nobel de 1988

A Guerra de Suez foi um acontecimento relacionado com a construção da nova


represa de Assuã, no Egito, em 1960, que culminou com a nacionalização do Canal de Suez,
daí o seu nome.
A primeira barragem para controlar as águas do rio Nilo foi construída pelos britânicos
entre 1898 e 1902. Ela foi ampliada em duas ocasiões, em 1907 e 1929, mostrando-se,
todavia, inadequada para a finalidade pretendida e quase se rompeu em 1946.
Em 1952, após derrubar a monarquia e o rei Farouk (fig. 1), uma nova represa, bem
maior (Fig. 2), começou a ser projetada pelos novos governantes para ser construída 6
quilômetros acima da “Assuã Baixa” e contaria com capitais americanos e ingleses mediante
empréstimo s da ordem de US$ 270 milhões.

Fig. 1 – Farouk e Assuã


Baixa nos fundos

Porém, em 19 de julho de 1956 os


Estados Unidos e a Inglaterra retiram o apoio
para o financiamento da construção da
represa o que levou o presidente do Egito,
Fig. 2 – Nova represa de Assuã, ou Assuã
Gamal Abdel Nasser (Fig. 3), a nacionalizar o Alta. Sua construção teve início em 9 de
Canal de Suez em 26 de julho do mesmo ano, janeiro de 1960 e a inauguração ocorreu
objetivando utilizar a receita obtida com as em 21 de julho de 1970
taxas de pedágio para financiar a construção
da represa. Com os ânimos exaltados no
Oriente Médio, em outubro de 1956 uma
força de paraquedistas da França e Inglaterra
toma o controle de Port Said (Fig. 4),
importante cidade egípcia na costa do
mediterrâneo, à entrada do Canal de Suez.

Fig. 4 – Retirada das tropas estrangeiras


Fig. 3 – Gamal Abdel Nasser
de Port Saíd, dezembro de 1956.

13
Diante do agravamento da “Crise de Suez”, a ONU tomou a decisão de formar uma
FORÇA DE PAZ, com contingente militar internacional com o objetivo de manter a ordem na
região de Suez e a navegabilidade do Canal (Fig. 5 e 6), sem realizar ações ofensivas.

Fig. 5 – Pintura que retrata a inauguração do Canal de Suez em 17.11.1869.

A UNEF (na sigla em inglês) ou Força de


Emergência das Nações Unidas, era composta
por países membros, exceto os que foram
membros permanentes do Conselho de
Segurança da ONU, e sem interesses na região.
O convite para o Brasil participar da Força
Internacional de Emergência no Egito foi aceito
pelo presidente Juscelino Kubitscheck de
Fig. 6 – Canal de Suez Oliveira e autorizado através do Decreto
Legislativo nº 61 do Congresso Nacional,
assinado em 22 de novembro de 1956. Foi a primeira força brasileira a usar o capacete azul
UN – Nações Unidas (Fig. 7).
A unidade destacada para compor as FORÇAS DE PAZ foi o 3º Batalhão do 2º Regimento
de Infantaria sediado no Rio de Janeiro, totalizando 600 militares, que foram transportados
para o Oriente Médio em 1957 a bordo do navio Custódio de Mello (Figura 8). No total, cerca
de 6.000 homens integraram o contingente militar na “Crise do Suez”, vindos de 10 países, a
saber: Brasil, Canadá, Colômbia, Dinamarca, Finlândia, Índia, Indonésia, Iugoslávia, Noruega e
Suécia.

Fig. 7 – Batalhão da Força Militar brasileira em Suez

14
Fig. 8 – Navio Custodio de Mello

Além da aventura, os nossos soldados foram atraídos pelo generoso salário pago em
dólar pela ONU, que era dez vezes maior que o soldo pago pelo exército brasileiro.
Gamal Abdel Nasser, presidente do Egito, recebeu calorosamente o contingente
brasileiro que atuou na faixa de Gaza, onde permaneceu por 10 anos, longe do Canal de
Suez, evitando o surgimento de focos de tensão entre israelenses e palestinos.
As correspondências do Brasil, ansiosamente aguardadas, eram transportadas
mensalmente pelo CAN – Correio Aéreo Nacional (Fig. 9 e 10), inicialmente pelos famosos B-
17, as “Fortalezas Voadoras” da Segunda Guerra Mundial, únicos aviões que a FAB possuía
em condições de atravessar o Atlântico, e depois pelos Douglas C-54).

Fig. 9 – Jubileu de Prata


do Correio Aéreo Nacional

Fig. 10 – Carimbo com os dizeres: “Ligação com o


Batalhão do Exército Brasileiro integrante da Força de
emergência da ONU em SUEZ”, no círculo externo e
“Força Aérea Brasileira – Correio Aéreo Nacional – Rio
de Janeiro – 8 AGO. 57”, no círculo interno

15
Na manhã de 5 de junho de 1967, as posições brasileiras caíram sob pesado fogo de
metralhadoras e mosteiros israelenses, iniciando-se a invasão do Egito que ficou conhecida
como a Guerra dos 6 Dias. O contingente brasileiro foi rendido e desarmado pelos
israelenses; um dos nossos soldados foi morto. A UNEF foi extinta.
O Batalhão de Suez deixou como herança um trabalho bem feito, tanto militar como
humano, que nunca foi apagado. Em 1988 as Forças de Paz da ONU foram agraciadas com o
Prêmio Nobel da Paz, um reconhecimento histórico da sua importância nos esforços para a
manutenção da Paz no Oriente Médio. E com a valiosa contribuição do Brasil!

Assuã e os templos de Abu Simbel


Os templos de Abu Simbel foram construídos por ordem do faraó Ramsés II, iniciados por
volta de 1.284 a.C. e terminados aproximadamente 20 anos mais tarde. Escavados na rocha, estão
localizados no sul do Egito, na região da Núbia.
Com a construção da represa de Assuã, esse tesouro da antiguidade ficaria totalmente
submerso pelas águas do lago da barragem.
Uma campanha internacional liderada pela UNESCO, ao custo de cera de U$ 40 milhões,
removeu pedra por pedra de cada monumento, transferindo-os, entre 1963 e 1968, 61 metros
acima da sua posição original e 200 metros mais longe do lago Nasser. Um grande feito da
engenharia moderna em prol da preservação da história da humanidade.

Templos de Abu Simbel

Remoção dos Templos de Abu Simbel


UNESCO coordenou o
salvamento dos
colossos de Abu Simbel

16
Agência dos Correios de Brusque
tem novo gerente
No dia 16 de fevereiro de 2021 o senhor Rodrigo César Barreto Pereira deixou a
gerência da agência dos Correios de Brusque, assumindo em seu lugar o senhor
Naure Fernando Fadel Júnior, procedente da agência de Guabiruba.
Rodrigo ingressou nos quadros da EBCT em 1998, tendo prestado serviços,
além de Brusque, também nas agências de Guabiruba e Camboriú. Em 2015
assumiu a gerência em Brusque onde permaneceu até seu desligamento definitivo
da EBCT. Foi grande incentivador da filatelia brusquense tendo participado de todos
os eventos promovidos pelo Clube Filatélico Brusquense. Desejamos ao Rodrigo
muito sucesso em sua nova caminhada profissional.
Ao novo gerente, senhor Fadel Júnior, almejamos uma boa gestão na certeza
de que os filatelistas de Brusque e região terão o seu apoio para continuar
divulgando a filatelia, a nobre arte de colecionar selos que possibilita um vasto
conhecimento sobre vários aspectos dos Países emissores.

Esq/Dir: Jorge Paulo


Krieger Filho, Naure
Fernando Fadel Júnior,
Rodrigo César Barreto
Pereira e Nilo Sérgio
Krieger.
Agência dos Correios
de Brusque em
16/02/2021

Biblioteca OLHO DE BOI – Clube Filatélico Brusquense


Publicações recebidas

• Boletim nº 88 e Circular nº 107 (Julho - Dezembro 2020) ArGe Brasilien –


Alemanha
• Revista FILACAP nº 203 – 2020 – Associação Cultural Filacap
• Portugal 2020 – Catálogo Filatélico – CTT Correios de Portugal, Portugal
• MPC MAGAZINE nº 171 Janeiro 2021 – Masonic Philatelic Club –
Inglaterra
• Boletim da Sociedade Numismática Brasileira nº 78 – Semestral 2020
• 300 Jahre Preussen (Land – Geschichte – Post – Briefmarken) – doação
Jürgen Schmitt – Alemanha
• Boletim Informativo nº 238/Agosto de 2020 – Sociedade Philatelica Paulista

17
TEMÁTICA Coleção: Jorge Paulo Krieger Filho
Brusque – SC
jorgekrieger@uol.com.br

A MAÇONARIA NA HISTÓRIA POSTAL (32)


BÉLGICA
A primeira loja belga foi fundada em 1721 em Mons, histórica
cidade medieval situada a 70 km de Bruxelas, sob o nome "LA
PARFAITE UNION" ("A União Perfeita"), que existe ainda hoje como
a número 1 do Grande Oriente da Bélgica.
Em Bruxelas a Maçonaria belga foi particularmente importante
e seus quadros eram formados, na grande maioria, por maçons
vindos de famílias nobres. Destaque-se que a maioria das Lojas do
século 18 pertenciam a um homem, seu fundador e certamente
V.’.M.’., e assim quando este morria a Loja adormecia.
Um decreto imperial de Joseph II (filho de Maria Teresa da
Áustria), de janeiro 1786, reduziu o número de lojas em Bruxelas a 3 150 ANOS DO
e proibiu-as em todas as outras vilas e cidades. Grande Oriente
da Bélgica
O nascimento do reino da Bélgica, em 1833, levou à criação Emissão:
do GRANDE ORIENTE DA BÉLGICA, apoiado pelo rei Leopoldo I, 16.10.1982
que fora iniciado na "LOGE L'ESPÉRANCE" em Berna, Suíça, em
1813.
Durante a 2ª Guerra Mundial, em 26.08.1941, os nazistas ordenam o fechamento
das Lojas Maçônicas na Bélgica.
Hoje os Irmãos da Bélgica se dividem em várias Obediências, inclusive com a
participação de mulheres, como é o caso da Grande Loja Mista da Bélgica (GLMB), criada
em 2009.

200º aniversário das Lojas Maçônicas


“La Constance” (Louvain, Flandres) e
“ Les Elèves de Thémis” (Antuérpia, Flandres).
Emissão – 19.05.2008

18
QUINTINO ANTÔNIO FERREIRA
DE SOUSA BOCAIÚVA
* 04.12.1836, Itaguaí, RJ
+ 11.07.1912, Rio de Janeiro, RJ

Conhecido por sua ligação no processo da Proclamação da República, Quintino


Bocaiúva foi o primeiro ministro das relações exteriores do regime republicano, de 1889 a
1891 e Presidente (hoje Governador) do estado do Rio de Janeiro, de 1900 a1903.
De origem humilde, em 1850 mudou-se para São Paulo onde iniciou sua carreira de
tipógrafo e revisor, além dos estudos preparatórios para ingressar na Faculdade de Direito,
projeto que abandonou por falta de recursos financeiros. Nessa época, como era comum
entre os estudantes, adotou o nome Bocaiúva (espécie nativa de palmeira), para reafirmar o
seu nativismo.
De volta ao Rio de Janeiro, se dedica ao jornalismo colaborando com importantes
jornais como Diário do Rio de Janeiro, Correio Mercantil, O Globo, A República. Dono de um
estilo elegante e equilibrado, logo se destaca como jornalista, o que lhe valeu o cognome de
“Príncipe dos Jornalistas Brasileiros”. Em 1884 fundou o jornal O Paiz, que teve grande
influência na campanha republicana.
O ingresso de Quintino Bocaiúva na Maçonaria tem algumas versões quanto a data e
local. Teria sido iniciado em 29.06.1852 na Loja “Piratininga”, de São Paulo, embora ainda
não tivesse a idade regulamentar exigida de 21 anos, o que era possível por ser filho de
Maçom; há pesquisadores que afirmam ter sido em 1861, na Loja “Amizade”, também de São
Paulo.
O certo, porém, é que em 13.04.1864 foi um dos 33 instaladores da Loja “Segredo”, do
Rito Adonhiramita (da qual foi V.’.M.’. tendo adotado o nome simbólico “Espartaco”) e em 06
de junho do mesmo ano foi admitido como membro da Loja “Comércio”, ambas do Rio de
Janeiro e jurisdicionadas ao Gr.’. Or.’. do Vale dos Beneditinos, de Saldanha Marinho.
Em 22.06.1865, recebeu o diploma de “Membro Honorário do Gr.’. Or.’. Lusitano.
Foi redator do famoso documento que ficou conhecido como “Manifesto Republicano”,
publicado em 1870 no jornal A República, do Rio de Janeiro.
Gr.’.M.’.Adj.’. do GOB em 1897, em fevereiro de 1901 é eleito como Grão Mestre.
Faleceu pobre, de uma infecção gripal, em sua modesta casa num subúrbio do Rio de
Janeiro (hoje denominado “Quintino Bocaiúva”).
Nilo Peçanha (Maçom e futuro presidente da República), assim se expressou por
ocasião de sua morte: “A história há de dizer um dia que Quintino foi o fundador da
República”.

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20
21
ENCONTROS DE COLECIONADORES 2021
Março
 12 e 13 Sociedade Numismática Brasileira – São Paulo SP
 19 e 20 Encontro de Colecionadores Mineiro – Belo Horizonte MG
 20 Sociedade Numismática de Joinville - Joinville SC
Abril
 09 e 10 Sociedade Numismática Paranaense – Curitiba PR
 23 e 24 Encontro Numismático de Niterói - Niterói RJ
Maio
• 06 a 09 Soc. Filatélica e Num. de João Pessoa (Encontro Nacional)
João Pessoa PB
• 14 e 15 Sociedade Goiana de Numismática - Goiânia GO
• 15 e 16 Associação Prudentina de Multicolecionismo
Presidente Prudente SP
Junho
• 04 a 06 Soc. Capixaba de Multicolecionismo – Vitória ES
• 11 e 12 Sociedade Numismática Brasileira - São Paulo SP
• 19 e 20 Encontro Sul Brasileiro de Colecionadores -Timbó SC
Julho
• 02 e 03 Sociedade Gaúcha de Numismática – Porto Alegre RS
• 09 e 10 Encontro de Colecionadores Mineiro - Belo Horizonte MG
• 09 e 11 Encontro Regional da Paraíba - João Pessoa PB
• 31 e 01/8 Assoc. Filatélica e Num. de Santa Catarina - Florianópolis SC
Agosto
• 12 a 15 Encontro de Colecionadores de Bauru - Bauru SP
• 14 e 15 Sociedade Numismática Amazonense - Manaus AM
• 19 a 21 Casa da Moeda do Brasil – Rio de Janeiro RJ
• 27 e 28 Clube Filatélico e Numismático de Taquara – Taquara RS
Setembro
• 03 e 04 Encontro Juiz de Fora – Juiz de Fora MG
• 10 e 11 Sociedade Numismática Brasileira – São Paulo SP
• 23 a 25 Encontro de Multicolecionismo do Ceará – Fortaleza CE
Outubro
• 01 e 02 Sociedade Numismática Paranaense – Curitiba PR
• 16 e 17 Clube Filatélico Brusquense - Brusque SC
• 22 a 24 Cube Filatélico e Num. de Uberlândia - Uberlândia MG
Novembro
• 04 a 06 Associação Filatélica e Num. de Brasília - Brasília DF
• 12 e 13 Associação Prudentina de Multicolecionismo –
Presidente Prudente SP
Dezembro
• 03 e 04 Encontro de Colecionadores Mineiro - Belo Horizonte MG
• 03 a 05 Encontro Regional da Paraíba - João Pessoa PB
• 09 a 11 XXV Congresso Brasileiro de Numismática – São Paulo SP

Informações fornecidas por Sociedade Numismática Brasileira


www.snb.org.br – Os eventos podem sofrer alteração/cancelamento

22
BOLETIM
FILATÉLICO
Publicação do Clube Filatélico Brusquense
ANO 7 - Nº 37 Mai - Jun 2021

Rainhas da Mata
Atlântica
BOLETIM
MENSAGEM DO EDITOR
FILATÉLICO

ANO 7 – Nº 37 Prezados Leitores


Mai - Jun 2021
Estamos iniciando um novo
Clube Filatélico Brusquense
ano, o 7º, de publicação do
Fundado em 21 de julho de 1935
BOLETIM FILATÉLICO.
Nesta edição, como matéria de
Declarado de utilidade pública pela Lei
Municipal nº 551 de 29.09.1973
capa, publicamos texto relativo a
uma das plantas mais bonitas da
flora brasileira, as bromélias,
Caixa Postal 212 verdadeiras joias da natureza; fica
88.353-970 Brusque - Santa Catarina a sugestão para uma coleção
temática.
Também noticiamos o
email: jorgekrieger@uol.com.br
lançamento do selo personalizado
alusivo aos 25 anos do NPJ –
celular/whatsapp: (47) 9.9969-1516 Núcleo de Prática Jurídica da
UNIFEBE, importante instituição de
ensino superior do Vale do Itajaí.
NESTA EDIÇÃO
Igualmente, a medalha dos 100
3 - Bromélias – Rainhas da Mata anos do Tiro de Guerra de Brusque
Atlântica é lembrada nesta edição, além de
7 - Bromeliads – Jewels from the muitos outros artigos de interesse
Nature filatélico e geral.
9 - Núcleo de Prática Jurídica – jubileu Registramos aqui a nossa
de prata com selo personalizado homenagem ao 60º aniversário do
11 - Notícias primeiro homem a viajar pelo
12 - Biblioteca Olho de Boi – espaço, o cosmonauta russo Yuri
publicações recebidas Gagarin (no selo com a
13 - Medalha comemora 100 anos do
espaçonave Vostok I), em 12 de
Tiro de Guerra de Brusque
14 - Congresso Ordinário da FEBRAF abril de 1961. Um grande feito.
elege nova Diretoria
Emissões postais dos Correios do
Brasil - 2021
15 - Filatelia na História – o gesto que
substituiu as palavras
16 - Entrevista – Maria de Lourdes
Torres de Almeida Fonseca
20 - A Maçonaria na História Postal (33)
22 - Nossas capas

CAPA – Bromeliário Uma BOA LEITURA!


particular organizado e
mantido por Jorge
Paulo Krieger Filho, em
Brusque – SC.

2
Bromélias
Rainhas da Mata Atlântica

Jorge Paulo Krieger Filho*

As bromélias, também conhecidas Por essa razão, acho interessante


como gravatás, são plantas da conhecer um pouco da história das
família das bromeliáceas, de grande bromélias, com algumas ilustrações
beleza, verdadeiras “joias da postais e imagens fotográficas que
natureza”. mostram a beleza e a majestade
Meu primeiro contato com as dessas verdadeiras “Rainhas da
bromélias foi durante uma visita ao Mata Atlântica”, muito utilizadas nos
Museu Arquidiocesano Dom dias atuais como decoração de
Joaquim, em Brusque, pelos idos de ambientes e jardins, neste último
1980, onde era mantido um bem- caso ganhando importância a partir
cuidado bromeliário nos fundos do de 1960 com os projetos
museu, idealizado pelo padre paisagísticos de Roberto Burle Marx.
Raulino Reitz (1919-1990), grande Um bom tema para uma coleção
botânico catarinense, quando era de selos!
seminarista e professor no Seminário Origem do nome – A
de Azambuja de 1947 a 1969. Nunca denominação bromélia é atribuída ao
mais deixei de apreciá-las e cultivá- explorador e monge francês Charles
las. Plumier (1646-1704), que a serviço

Caraguatá ou “Neoregelia Carolinae”, da família das Bromeliáceas, é


originária do Estado do Rio de Janeiro, das florestas da Serra do Mar.

3
do rei Luís XIV da França esteve nas espécies exibem suas flores durante
Antilhas entre 1689 e 1695, quando o dia enquanto outras desabrocham
conheceu uma espécie de planta à noite. As flores chegam a durar
que os nativos chamavam de mais de dois meses, apresentando
“Karatas”. Plumier chamou-as de um colorido de beleza exuberante,
bromélias em homenagem ao que a todos encanta.
botânico sueco Olof Bromelius Uma das bromélias mais
(1639-1705). conhecidas é o saboroso abacaxi
(Ananas comosus) que, de acordo
com os registros históricos, foi
encontrado pelo navegador
Cristóvão Colombo na sua segunda
viagem à América, em 1493, quando
ele descobriu a ilha de Guadalupe.
Amplamente cultivado pelos
povos nativos da América Central e
Caribe, o abacaxi foi introduzido na
Europa como prova da exuberância
das terras do Novo Mundo.

Charles Plumier

Características – Como plantas


epífitas, as bromeliáceas são
“inquilinas” de outras plantas, ou
seja, utilizam-nas somente como
elemento de fixação, sem delas
retirar os nutrientes. Nos seus
reservatórios de água (cisternas),
detritos vegetais e animais que ali
caem se decompõem servindo como
nutrientes para as plantas; são uma
verdadeira microflora e microfauna
que se desenvolvem gerando uma
intensa vida animal, ainda pouco
pesquisada no Brasil. A propagação
das plantas se dá por brotos que
nascem entre as folhas da roseta.
Nem todas as bromélias são Vriesea Incurvata – Gravatá
exclusivamente epífitas; muitas Epífito encontrado nas matas
crescem no chão ou nos rochedos. do Parque Municipal das
Florescem praticamente durante Grutas de Botuverá – SC
todo o ano, sendo que algumas Foto/arquivo do autor

4
Habitat – As bromeliáceas são estiveram associadas à endemia da
plantas características da paisagem malária no sul do Brasil. Na época,
das Américas; apenas uma espécie estudos comprovaram que “as águas
é encontrada na África, a Pitcairnia armazenadas na roseta foliar das
feliciana. bromeliáceas” eram criadouros dos
A grande família [das mosquitos Anopheles cruzii,
Bromeliáceas] reúne “mais de 50 transmissores do impaludismo.
gêneros com cerca de 3 mil espécies O Serviço Nacional da Malária,
no total”, das quais mais de 1.500 criado em 1941, passou a combater
estão no Brasil, muito abundantes na o problema, que contou com a
Mata Atlântica. cooperação da Fundação Rockfeller.
Bromélias e mosquitos – Na Em Santa Catarina, Brusque
década de 1940 as bromélias inclusive, o combate se deu por meio

Dispersão geográfica mundial da família das bromeliáceas.


Apenas uma única espécie de bromélia, a Pitcairnia Feliciana,
habita na África, vivendo todas as demais nas três Américas.
Fonte: Bromeliáceas, 1983.

Emissão postal em homenagem à Preservação da Mata Atlântica - 1992


Esquerda/direita: Canistrum exiguum, Nidularium innocentii, Canistrum
cyathiforme, Nidularium.

5
da retirada manual das plantas de Cultivo – A extração de bromélias
seus hospedeiros e através do de seu habitat natural foi bastante
desmatamento de florestas e intensa a partir do século 19 até os
pequenas matas (com posterior anos 1970, destinadas,
reflorestamento) num raio de 1.000 a principalmente, ao mercado europeu,
1.500 metros em torno das cidades. o que hoje é proibido.
A malária foi finalmente erradicada Atualmente encontramos boas
com a destruição de milhões de plantas em floriculturas que provêm
bromélias, de acordo com o cônego “de viveiros devidamente
Raulino Reitz, então uma das regulamentados”. Ou podemos criá-
principais autoridades no assunto. las nós mesmos através da
Foi uma verdadeira “caça às propagação das mudas, como já
bromélias”. vimos anteriormente.

As bromélias são verdadeiras joias da natureza

Por reterem água em suas Meu bromeliário num canto do


cisternas, as bromélias também já jardim é sempre bem cuidado, com
foram associadas à criação do regas regulares e luminosidade
mosquito da dengue (Aedes adequada.
aegypti), o que, todavia, não foi O resultado é o privilégio de poder
comprovado em estudos realizados contemplar a exuberância das cores
pelo Instituto Oswaldo Cruz, e formas de tão belas plantas,
tradicional instituição de pesquisas verdadeiras “joias da natureza”!
nessa área no Brasil.

6
*Jorge Paulo Krieger Filho é presidente do Clube Filatélico Brusquense
Revisor do texto: Francisco Daniel Imhof

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CORREIOS DO BRASIL – Edital Nº 24 - 1977

INSTITUTO OSWALDO CRUZ – Estudo indica que bromélias não constituem focos
preferenciais do mosquito da dengue. Disponível em:
http://www.fiocruz.br/ioc/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=182&sid=32
Acesso em: 12 de abril de 2021.

OLIVEIRA, MARCELO GUENA DE – Bromélias no Paisagismo, Saúde Pública e


Ambiente. Disponível em:
Bromélias no Paisagismo, Saúde Pública e Ambiente
https://www.revistas.usp.br › article › download
Acesso em: 12 de abril de 2021.

REITZ, RAULINO - Bromeliáceas e a Malária-Bromélia Endêmica – Herbário “Barbosa


Rodrigues” – Itajaí – Santa Catarina – 1983.

VIVER COM PLANTAS - Bromélia – História de Beleza e Sabor, Planta das Américas
para o Mundo. Disponível em:
https://vivercomplantas.wordpress.com/2017/07/07/bromelia-historia-de-beleza-e-sabor-
planta-das-americas-para-o-mundo/
Acesso em: 08 de abril de 2021.

BROMELIADS
Jewels from the nature

Bromeliads, also known as gravatás,


are plants from the Bromeliaceae
family, of a great beauty, true “jewels
from the nature”.
The denomination bromeliad is
attributed to the French monk and
explorer Charles Plumier (1646-1704),
that on duty of King Louis XIV of
France was in the Antilles between 1689
and 1695 when he found a species of
plant that the native would name Epiphytic bromeliads found in the
“Karatas”. Plumier named them Atlantic Forest (Mata Atlântica)
bromeliads as a tribute to the Swedish
botanist Olof Bromelius (1639-1705). As epiphytic plants, the bromeliads are “guests”
of other plants, that means, they use them only as a fixation element without removing
their nutrients.

7
In their water reservoirs (cisterns), vegetable and animal waste
that fall in there get decomposed serving as nutrients for the
plants; they are a real microflora and microfauna that develop
there generating an intense animal life. The spreading of these
plants happens through sprouts that are born among the rosette
leaves.
Not all the bromeliads are exclusively epiphytic; many of
them grow on the ground or in the rocks. They flourish
practically during all year long and many species show their flowers during the day
while others bloom at night. The flowers can last more than two months showing
colors of sheer beauty which enchants all of us.
One of the most known bromeliads is the tasty pineapple (Ananas comosus) which,
according to historical registers, was found by the explorer Christopher Columbus on
his second trip to America in 1493, when he discovered the isle of Guadeloupe.
Widely grown by the native people of Central America and the Caribbean, the
pineapple was introduced in Europe as a proof of the exuberance of the lands from the
New World.
The bromeliaceae are characteristic
plants from the Americas landscape;
only one species is found in Africa, the
Pitcairnia feliciana.
The great family [Bromeliaceae]
gathers “more than 50 genres with
around 3 thousand species in the total”.
Brazil, which has one of the richest
ecosystems in the world, is home to
more than 1,500 of these species.
For retaining water in their cisterns, Epiphytic bromeliad in its natural habitat
the bromeliads had also been associated
to the dengue mosquito (Aedes aegypti), which, however, wasn’t proved in the studies
carried out by the Oswaldo Cruz Institute, traditional institution of research in this area
in Brazil.
The bromeliads extraction in their natural habitat in Brazil was very much intense
from the 19th Century until the 1970s, aimed at, mainly, to the European market, which
is nowadays prohibited. Currently good plants can be found in flower shops that come
from “properly regulated plant nurseries”. Or we can grow them up ourselves through
their seedlings spreading as seen before.
The result is the privilege of contemplating their colors and shapes of such
exuberant plants, true “jewels of nature”!
Translated by Rafaela Krieger, member of the Clube Filatélico Brusquense.

8
Núcleo de Prática Jurídica
Jubileu de prata com selo personalizado

O Núcleo de Prática Jurídica (NPJ) do curso de Direito do Centro Universitário


de Brusque – UNIFEBE, comemorou os 25 anos de atividades com uma
programação que teve o lançamento de um livro, documentário e um selo postal
personalizado desenvolvido em parceria com o Clube Filatélico Brusquense.
O material em alusão ao jubileu foi obliterado no
dia 24 de março pela reitora da UNIFEBE,
professora Rosemari Glatz e também pela
coordenadora do NPJ, professora Adriana Bina da
Silveira, pelo professor do curso de Direito,
Ricardo Vianna Hoffmann, pelo presidente do
Museu Histórico do Vale do Itajaí-Mirim – Casa de
Brusque, Ricardo José Scharf e pelo presidente do
Clube Filatélico Brusquense, Jorge Paulo Krieger
Filho.
A cerimônia foi realizada na reitoria da instituição e contou com a presença do
gerente da agência dos Correios de Brusque, Naure Fernando Fadel Júnior e da
coordenadora do curso de Direito da UNIFEBE, professora Anna Mattoso.

Professora Rosemari Glatz e Naure Professora Adriana Bina da Silveira.


Fernando Fadel Jr.

Professor Ricardo Vianna Hoffmann Ricardo José Scharf

9
O Núcleo de Prática Jurídica da UNIFEBE comemorou 25 anos no dia 1º de
abril de 2020. Desde sua fundação, mais de 15 mil famílias em vulnerabilidade
socioeconômica foram acolhidas em busca de acesso à justiça, e mais de 8,5 mil
pessoas receberam atendimento no Juizado Especial. Além disso, mais de cem
pessoas foram acolhidas na Medicação Familiar e, por meio dos projetos de
extensão, semestralmente muitos adolescentes, jovens e idosos são beneficiados
com ações na área. O NPJ é também o espaço de prática dos estudantes do curso
de Direito e é no laboratório que eles realizam seus estágios obrigatórios e
passam a ter contato com a área de atuação.
A cerimônia foi transmitida pelo canal do Youtube da UNIFEBE.

Jorge Paulo Krieger Filho,


presidente do Clube
Filatélico Brusquense e
Naure Fernando Fadel
Júnior, gerente da
Agência dos Correios de
Brusque, na cerimônia de
obliteração do selo
personalizado alusivo aos
25 anos do Núcleo de
Prática Jurídica da
UNIFEBE.

Texto: UNIFEBE / CFB


Fotos: Arthur Timm

Colecionar educa e instrui

10
Notícias
NEUMANN – 50 anos de tradição na filatelia
De pai para filho desde 1971, assim a família
Neumann vem se dedicando à filatelia há 50 anos.
Iniciada por Alfred Neumann (1929-2010), imigrante
alemão que chegou ao Brasil em 1955, a primeira loja da
família voltada para o comércio filatélico foi aberta por
volta de 1971 na Avenida São João, em São Paulo, onde
funcionou até o início dos anos 90.
Seu filho Cláudio Walter Neumann deu continuidade aos negócios através da NEUMANN
FILATELIA, inicialmente também instalada em São Paulo, que hoje oferece seus serviços por
meio virtual a partir de Itu - SP, onde reside.
Dispondo de variado material filatélico, a NEUMANN FILATELIA é especializada em “Vendas
sob Ofertas”, editando para tal finalidade um primoroso catálogo.
O Clube Filatélico Brusquense associa-se às comemorações do seu cinquentenário neste
ano de 2021 augurando continuado sucesso.

Nota de falecimento
Faleceu no dia 26 de março de 2021 o Dr.
Celso Correia Zimath aos 66 anos de idade,
vitima da Covid-19. Advogado de formação,
Celso foi presidente da Associação Filatélica
de Joinville, Santa Catarina.
Aos familiares e amigos filatelistas de
Joinville enviamos os nossos votos de
profundo pesar.

III EXPOSIÇÃO VIRTUAL – Filananias 2021


Entre os dias 6 de julho e 31 de agosto de 2021 acontecerá a III Exposição Virtual -
FILANANIAS 2021, uma iniciativa do dinâmico Paulo Ananias Silva e sua Filatelia
Ananias. Dividida em duas classes, a competitiva acolherá colecionadores iniciantes,
intermediários e avançados e também websites; na classe não competitiva poderão
ser inscritas literatura digital e outras coleções.
É uma excelente oportunidade para os filatelistas mostrarem suas coleções.
O site para as inscrições é:
https://virtuafil.org/pt/public-expo-intro.aspx?exID=5011&viewer=admin

11
Notícias
A tradicional casa FILATELIA77, de
Jundiaí, São Paulo, comemorou o seu 20º
aniversário de fundação no dia 11 de abril
último.
Para celebrar tão importante data, o
proprietário, Júlio C.R. de Castro, ofereceu aos
clientes condições especiais na compra de
material filatélico no período de 11 de abril à
2 de maio de 2021.
O Clube Filatélico Brusquense parabeniza a FILATELIA77 pela efeméride.

Luto na realeza britânica


Faleceu no dia 9 de abril de 2021 no Castelo de Windsor,
aos 99 anos de idade, o príncipe Filipe [Philip] Mountbatten,
Duque de Edimburgo, marido da rainha Elizabeth II da
Inglaterra.
Nascido em Corfu, Grécia, casou-se em 1947 com a
então princesa e herdeira do trono inglês, Elizabeth.
Filho do príncipe André da Grécia e Dinamarca e da
princesa Alice de Battenberg, em 1947 Filipe abandonou
seus títulos reais, naturalizou-se cidadão britânico passando
a usar o sobrenome Mountbatten.
Em 1939, com dezoito anos, entrou para a Marinha Real
Britânica e serviu no Mediterrâneo e no Pacifico durante a
Segundo Guerra Mundial.
Conhecido por seu bom humor, durante viagem ao Brasil em 1962, numa
recepção na embaixada inglesa no Rio de Janeiro, um repórter tentou lhe entregar
uma revista com a foto da rainha Elizabeth II, tendo o príncipe recusado dizendo:
“guarde com você, eu tenho a original”.

Biblioteca OLHO DE BOI – Clube Filatélico Brusquense


Publicações recebidas
• Der widerstand gegen Hitler-deutschland im Spiegel der briefmarke (A
resistência a Hitler através do selo postal) – Alemanha
• Das Paradies in Bruchsal (O Paraiso em Bruchsal) – Alemanha
• Rio Grande do Sul – Briefmarken Erzählen die Geschichte – Ulrich Schierz
• Bromeliário Selva de Pedra – Aloisius Carlos Lauth

12
Medalha comemora 100 anos do
Tiro de Guerra de Brusque
O Tiro de Guerra 05-005, sediado em Brusque - Santa Catarina, lançou uma bonita
medalha comemorativa alusiva ao centenário de sua fundação. Fundado em 8 de dezembro
de 1916 sob a denominação “Tiro de Guerra 317”, é uma instituição pertencente ao Exército
Brasileiro e está subordinado a 5ª Região Militar, em Curitiba – PR, sendo mantido pela
Administração Municipal.
Em 1945 o TG passou a se chamar “Tiro
de Guerra 170”, denominação que foi
alterada para “Tiro de Guerra 05-005” a
partir de 8 de maio de 1979. Sua sede foi a
primeira construção tombada como
patrimônio histórico do Município de
Brusque, em 12 de dezembro de 2012.
Além do serviço militar inicial aos jovens
brusquenses, o TG 05-005 tem um rico
histórico de relevantes serviços prestados à
comunidade, tendo se destacado em
Sede do Tiro de Guerra de Brusque atividades de defesa civil, como nas
enchentes, por exemplo, atuando no
cadastramento de vítimas, distribuição de alimentos e roupas, entre outras atividades.
A medalha comemorativa, de edição limitada, foi idealizada pelos “Instrutores do Ano do
Centenário”, Subtenente Tomas Jacinto Rodrigues e 1º Sargento Júlio César Ramos.
Confeccionada em latão, tem as seguintes características: diâmetro - 5,5 cm; espessura – 3
mm. Frente – no centro consta o brasão do TG 05-005 ladeado pelo brasão do Exército
Brasileiro à esquerda e pelo brasão da 5ª Região Militar à direita; na parte superior consta a
inscrição “Escola de Civismo e Cidadania” e na parte inferior a inscrição “Desde 1916”, ano
da sua fundação. Verso – no centro a imagem do atual prédio do TG, inaugurado em 1941; na
parte superior a inscrição “Centenário do Tiro de Guerra de Brusque” e na parte inferior a
frase “Tudo Pela Grandeza do Brasil”.

Atualmente o Subtenente Paulo César Grellert e o 1º Sargento Paulo Soares da Rocha são
os responsáveis pelas atividades de instrução.

Informações enviadas pelo TG 05-005.

13
Congresso Ordinário da
FEBRAF elege nova Diretoria

Em reunião virtual realizada no dia 3 de abril de 2021, a Federação Brasileira de


Filatelia – FEBRAF elegeu a Diretoria para o período 2021-2024, que ficou assim
constituída:

Presidente - Rogério Aparecido Dedivitis (CFNS/SPP)


1º Vice-Presidente - Luis Cláudio Fritzen (AFSC)
2º Vice-Presidente - Ginaldo Bezerra da Silva (CFB/SPP)
3º Vice-Presidente - Fernando Moreira dos Santos (SPP)
Secretário - Ygor Pradella Chrispin (SPP)
Tesoureiro - Sérgio Mastrorosa (CFNS)
Conselho Consultivo:
Henrique Bunselmeyer Ferreira (SFRG) - Paulo Renato Risi (CFB) - Reinaldo
Estevão de Macedo (CTC/SPP) - Rubem Porto Jr. (CFB) - Wady Nagem Vidal
(AFNB)
Conselho Fiscal: Almir Bufalo (FIJUN) - Braz Martins Neto (SPP) - Gerson
Quinhone (SOFIA)
Suplentes Conselho Fiscal: Fernando Henrique Brandão Molento (Sophipa) -
José Paulo Braida Lopes (SFJF) - Márcio Javaroni (ABRAJOF).

Na ocasião, o então presidente, Rubem Porto Jr., fez um relato das atividades da
FEBRAF no período 2020-2021 pelo que foi elogiado pelos trabalhos realizados.
O Clube Filatélico Brusquense, que participou do evento representado por seu
presidente Jorge Paulo Krieger Filho, manifesta à nova Diretoria os melhores votos
para uma feliz e profícua gestão.

Emissões postais dos


Correios do Brasil - 2021
Fevereiro e Março

Não houve emissões


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Brasil e República em geral.
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Data: 19.04.2021 e colaborador do Boletim
Filatélico.

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Filatelia na História
O gesto que substituiu as palavras
Em 7 de dezembro de 1970, em visita a Varsóvia, capital da Polônia, o então
chancelar da República Federal da Alemanha, Willy Brandt, caiu de joelhos diante
do Memorial aos Heróis do Gueto de Varsóvia.
O gesto espontâneo de Brandt repercutiu em todo o mundo “como um símbolo
de arrependimento, pedido de perdão e tentativa de reconciliação da Alemanha”.
Os nazistas, que tinham confinado cerca de meio milhão de judeus no Gueto de
Varsóvia, reprimiram violentamente o levante ocorrido entre 19 de abril e 16 de
maio de 1943, que ficou conhecido como Levante do Gueto de Varsóvia; poucos
sobreviveram para contar a história.
Na ocasião, Willy Brandt justificou o seu gesto com as seguintes palavras: “no
abismo da história alemã e sob o peso de milhões de assassinados, eu fiz o que as
pessoas fazem quando falham as palavras”, texto que está reproduzido no bloco
emitido pelos Correios da Alemanha em 3 de dezembro de 2020.

Willy Brandt ajoelhado


no Memorial aos Heróis
do Gueto de Varsóvia.

Disponível em:
https://www.dw.com/pt-
br/1970-brandt-de-
joelhos-em-
vars%C3%B3via/a-
704988

15
Entrevista
Maria de Lourdes Torres de Almeida Fonseca,
conhecida por Lourdinha nos meios filatélicos, é natural de
Belém/PA. Mudou-se para Brasília, adolescente, em 1974.
Trabalhou durante 39 anos na ECT – Empresa Brasileira de
Correios e Telégrafos, na qual ingressou em oito de agosto de
1977. Iniciou a sua carreira na Divisão Central Filatélica, onde
aprendeu os cuidados no manuseio dos selos e percebeu, com
surpresa, a importância destes para os registros da história e do
universo sociocultural do país. Em 1978, após aprovada em
concurso interno na empresa, foi transferida para a área
internacional, onde atuou até 1984, ano em que ingressou,
também por aprovação em concurso, na Assessoria Filatélica,
dedicando-se aos processos de criação, produção e
comercialização de selos postais. Deixou a empresa em 2016, aposentada, certa de haver
deixado muitos amigos entre os filatelistas, que manifestam reconhecer a importância do seu
trabalho e dedicação à Filatelia brasileira.

Em sua jornada na Filatelia, planejou e coordenou a realização de projetos de âmbito


nacional e internacional, coordenando, ainda, a participação dos Correios em muitos eventos
filatélicos dentro e fora do País, tendo a Federação Brasileira de Filatelia – FEBRAF como a
instituição parceira e responsável pela condução do ambiente competitivo em torno das
coleções presentes nos certames filatélicos.

BOLETIM FILATÉLICO – Por que a Senhora foi trabalhar nos Correios?

Lourdinha – Estava terminando o meu Curso superior de Administração, e vi nos Correios a


oportunidade de trabalhar em uma empresa nacional de grande porte. A ECT, à época de
meu ingresso, era uma das empresas mais prósperas do Brasil, status que ocupa até hoje,
apesar das dificuldades do momento.

BF – A Senhora já tinha interesse pela filatelia?

Lourdinha – Não. Na verdade, quando ingressei nos Correios, em 1977, achava que selo era
apenas uma figurinha que as pessoas compravam nas Agências para colocar nas cartas que
enviavam de um lugar para outro. Só quando iniciei minha jornada na Divisão Central
Filatélica, em 1977, é que compreendi o verdadeiro significado da Filatelia e o quanto esta
representava para a sociedade, na medida em que focava nos selos os valores nacionais.
Lembro-me que nessa Divisão pousei o meu primeiro olhar de encantamento sobre os selos
que manuseava diariamente em minhas tarefas profissionais.

BF – Naquela época como era a filatelia brasileira?

Lourdinha – A Filatelia estava em pleno apogeu. O presidente da Empresa, o coronel


Adwaldo Cardoso Botto de Barros, engenheiro de grande prumo administrativo, dava muito
apoio à Filatelia e criou a Divisão Central Filatélica, com a função de atender colecionadores
do Brasil inteiro, por correspondência.

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Ele não só incentivava as vendas de selos, como também apoiava a realização de Exposições
em todo o Brasil. A Filatelia, nos anos 80 e 90, era próspera e reconhecida
internacionalmente. Muitos Clubes Filatélicos foram criados no Brasil, e o número de
filatelistas cresceu significativamente. Colecionar selos era prática de intelectuais, estudiosos
e amantes das artes e da cultura.

Essa jornada de crescimento conduziu a Empresa à necessidade de popularizar o segmento,


abrindo as portas para as demais camadas da sociedade. Chegamos aos jovens e crianças
escolares. Popularizar era a palavra de ordem. As crianças representavam o futuro da
Filatelia e invadiram as exposições, sendo estimuladas à salutar prática de colecionar selos.

A Filatelia chegou ao século 21, impactado pelos avanços da tecnologia, que exigiu novas
formas de pensar e de agir em torno do colecionismo. Com a redução do volume de
correspondências circuladas entre uma pessoa e outra, também os selos passaram a circular
menos mundo afora. No universo da Filatelia, os selos deixaram de ser gênero de primeira
necessidade em uma agência postal, para ser o objeto de desejo dos colecionadores. Essa
perspectiva trouxe alterações expressivas nesse campo. No entanto, a Filatelia continuou
firme, merecendo, porém, maior atenção para a sua sobrevivência. Senti que rejuvenescer a
Filatelia, e modernizá-la, não era tarefa fácil. A zona de conforto estava afetada dentro e fora
da Empresa, exigindo um novo olhar frente aos novos tempos.

BF – O que pode nos contar sobre a emissão dos nossos selos postais; já existia por parte
dos Correios preocupação com as coleções temáticas?

Lourdinha – Sim, sempre houve essa preocupação. A área de filatelia dos Correios procurava
levar para as reuniões da Comissão Filatélica Nacional, responsável por eleger a programação
anual de emissões de selos, propostas de temas correspondentes aos valores do universo
sociocultural do País. Os gestores da área filatélica logo compreendiam que os selos
deveriam abordar temas interessantes, com potencial de satisfazer as necessidades e os
desejos do colecionador. Com temas interessantes, os selos teriam iconografia atraente,
conquistando maior número de simpatizantes. A lógica era fazer bonito para crescer. Por
essa razão os Correios do Brasil conquistaram vários prêmios em concursos internacionais,
em vista dos temas focalizados e da beleza artístico-iconográfica dos nossos selos.

BF – Como surgiram os selos personalizados no âmbito da ECT?

Lourdinha – Os selos personalizados surgiram no contexto dos 500 anos do Descobrimento


do Brasil, no ano 2000. Surgiram com um viés inovador, seguindo as tendências do mercado
filatélico internacional. Esses selos permitem focalizar imagens de interesse dos clientes,
relacionadas aos seus empreendimentos e ambiente familiar e sociocultural, desde que
atendam aos requisitos estabelecidos para essa modalidade de serviço filatélico. As regras
foram estudadas detalhadamente, e, após um breve período de posicionamento no
mercado, os personalizados caíram na simpatia dos clientes. São considerados veículos de
comunicação universal, com função de porteamento de objetos postais, com os quais se
perpetuam expressivos temas associados aos interesses dos clientes, assegurando a
imortalidade de pessoas e instituições.

BF – O que a Senhora acha das emissões filatélicas dos Correios do Brasil hoje?

Lourdinha – Continuam maravilhosas e merecedoras de aplausos e reconhecimento. A


Filatelia exige muito de quem atua nessa área. E os profissionais que hoje conduzem a

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Filatelia, cuja gestora é a Luciana Ramos, estão cumprindo com muito esmero o seu trabalho.
Quando sai dos Correios já deixei em andamento uma proposta que alterava as regras da
Comissão Filatélica Nacional, no tocante à eleição dos temas das emissões. O objetivo era
permitir a emissão de selos homenageando pessoas vivas e destacando temáticas de
interesse da sociedade e dos Correios. Esse estudo foi embasado por pesquisas e pela
necessidade de inovar no campo filatélico, como já estavam procedendo outros Correios.
Sempre achei o processo muito rígido. Hoje, com a aprovação das novas regras, existe maior
flexibilidade, e o trabalho flui com maior leveza, possibilitando melhores oportunidades.
Tenho acompanhado as novas emissões de selos e apreciado o trabalho artístico
apresentado. Gosto muito da Série Mulheres que fizeram História, emitida em 2019, na qual
foram homenageadas três mulheres já falecidas (Hebe Camargo, Carolina Maria de Jesus e
Aracy Guimarães Rosa) e três que ainda vivem, Graças a Deus (Hortência Marcari, Elza Soares
e Maria da Penha).

Aqui só um desejo persiste: - que a Casa da Moeda possa diversificar em seus processos de
impressão, a fim de colocar novidades em nossas emissões. Afinal, selo é arte em miniatura e
a Filatelia oferece muitas possibilidades de aplicação de técnicas inovadoras no contexto das
produções gráficas.

BF – Que orientação a Senhora daria para um filatelista iniciante?

Lourdinha – O filatelista iniciante é aquele que precisa ser bem cuidado, orientado
adequadamente desde o início, a fim de que o seu interesse persista e seja aprimorado. Eu
orientaria o iniciante no sentido de se afiliar a um Clube Filatélico de sua cidade, onde
poderia trocar experiências e conhecimento em torno do assunto. Também o orientaria a
realizar pesquisas na Internet sobre a Filatelia e assuntos diversos a ela vinculados. O
universo virtual é vasto e acelera o processo de aprendizagem. Procuraria, ainda, orientá-lo
na escolha de um tema dentre os assuntos de seu interesse, ajudando-o no processo de
garimpagem das peças que formariam a sua primeira coleção. Afinal, um bom filatelista tem
sempre um belo acervo para cuidar e mostrar.
E o espaço para isso é uma Exposição que, nos dias de hoje acontece também no ambiente
virtual, a exemplo da Exposição FILANANIAS 2021 – III Exposição Virtual Filatelia Ananias,
com abertura em 06/04/2021, em comemoração ao 1º ano de fundação da FILABRAS. Essa
Exposição foi aberta para todos os níveis de filatelistas e coleções
(iniciante/intermediário/avançado), e com as classes Literatura Filatélica e Websites.
Aqui coloco o que significa Filatelia: - Filatelia é o estudo dos selos postais e a prática de
colecioná-los. E, para ser um Filatelista, é preciso estudar. Considero importante dizer ao
filatelista iniciante que ele precisa de conhecimento em torno do que coleciona.

BF – Qual o fato filatélico mais marcante que a Senhora vivenciou durante sua passagem
pelo Departamento de Filatelia dos Correios?

Lourdinha – São muitos fatos. A jornada foi marcada por trabalhos fáceis e outros difíceis. Fui
constantemente desafiada ante projetos importantes, exigindo relacionamento diferenciado
com os segmentos da atividade filatélica. Assim, tenho fatos com os colecionadores, com os
representantes da Filatelia organizada como a FEBRAF (Federação

O BOLETIM FILATÉLICO é uma publicação que estimula o


colecionismo e difunde a cultura e o conhecimento

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Brasileira de Filatelia), a FIP (Federação Internacional de Filatelia) e a AMDF (Associação
Mundial para o Desenvolvimento da Filatelia). E, ainda, com os Comerciantes Filatélicos, que
considero os aquecedores do mercado de selos. Em meu trabalho, enquanto Chefe do
Departamento de Filatelia, me relacionava de forma tranquila, segura e transparente com
todos aqueles que compunham a plataforma do colecionismo de selos.

Porém, de toda a minha jornada, sempre sonhei com a realização da Exposição Filatélica
Brasileira - BRASILIANA. Essa exposição ocorreu em 2013, no Rio de Janeiro, em um
momento muito difícil, com verba apertada e dificuldades de toda a ordem. De tudo
aconteceu na BRASILIANA, que, inclusive, considero o meu mais desafiador projeto, aquele
que encerrou a minha carreira. Muita gratidão a todos que me ajudaram na concretização
desse ideal, que, inclusive, era um compromisso dos Correios do Brasil. A próxima, se o
calendário puder se cumprir, está prevista para 2023. Que os Correios e a FEBRAF consigam
realizá-la, para a alegria dos colecionadores do Brasil e do mundo inteiro. Assim espero!

“um bom filatelista tem sempre um belo acervo para cuidar e mostrar”

Finalizo com um agradecimento ao Jorge Paulo Krieger Filho, presidente do Clube Filatélico
Brusquense, pela oportunidade de contar, nesta entrevista, um pouco de minha história e do
muito que respeito e considero os filatelistas do Brasil. Os colecionadores sempre foram o
meu foco, os clientes motivadores de toda a minha jornada.

Muita gratidão e sucesso ao trabalho de todos os envolvidos com a cativante prática do


colecionamento de selos. Sem vocês minha jornada nos Correios não teria fluido com tanta
energia e sucesso.

Curiosidade
Em tempos de pandemia da COVID-
19, as correspondências também sofrem
restrições.

Em 24 de abril de 2020 o Clube


Filatélico Brusquense enviou a edição
impressa do BOLETIM FILATÉLICO nº 30
para a Federación Filatélica Boliviana,
em La Paz, Bolívia. Um ano depois, em
março de 2021, o envelope foi devolvido
pelos Correios com uma etiqueta com os
seguintes dizeres: “AO REMETENTE –
Embargo Aéreo Exportação”.

Fica o registro!

19
TEMÁTICA Coleção: Jorge Paulo Krieger Filho
Brusque – SC
jorgekrieger@uol.com.br

A MAÇONARIA NA HISTÓRIA POSTAL (33)

TURQUIA

A Turquia tem seu território dividido entre


dois continentes, ou seja, 3,33% fica na Europa e
96,7% fica na Ásia. Durante mil anos a Turquia
foi o sustentáculo do império Bizantino e por
quase quinhentos anos o centro do império
Otomano. Ancara é a capital, com 3,5 milhões de
habitantes (2004) e Istambul (antiga
Constantinopla, antes Bizâncio) a cidade mais
populosa, com cerca de 9,7 milhões de
GRANDE LOJA DA TURQUIA habitantes. Persas, macedônios e romanos
Centenário de fundação passaram pela Turquia.
Emissão: 2009 Em 330 d.C., o imperador Constantino
transferiu a capital do império romano do Oriente
de Roma para Bizâncio, mudando-lhe o nome para Constantinopla. Os otomanos
conquistaram o território em 1453, que ficou em seu poder até a primeira guerra
mundial, quando os exércitos turcos foram derrotados.
A primeira Loja Maçônica na Turquia surgiu por volta de 1721, em Istambul.
Porém, em 1748 o sultão Mahmud I, sob pressão dos seus súditos cristãos e de
clérigos muçulmanos, proibiu a Maçonaria no Império otomano, que só voltou a
crescer a partir de 1839. Nesse período algumas Lojas foram consagradas mas
tiveram curta duração.
Em 1º de agosto de 1909 foi fundada a GRANDE LOJA DA TURQUIA sendo
eleito seu primeiro G.’.M.’. o Ministro do Interior Mehmet Talat S. Pasha, que mais
tarde veio a tornar-se grão-vizir (primeiro ministro) da Turquia.
Com o advento do nazismo, que enfatizava o perigo judaico-maçônico, e a
transformação da Turquia num grande palco de propaganda e espionagem, o
governo edita medidas para fechar clubes e sociedades. Apesar de não mencionada
expressamente, a Maçonaria também se enquadrava nessas diretrizes, tanto que o
Ministro do Interior, Ir.’. Sukru Kaya, Gr.’. 33 ° do Rito Escocês, Antigo e Aceito,
recomenda aos seus pares que seria prudente a Maçonaria suspender suas
atividades por livre e espontânea vontade. As atividades só retomaram em 1948
por recomendação do próprio Presidente da República, Ismet Inonu.
Hoje, a Grande Loja da Turquia tem cerca de 211 Lojas e 15 mil membros
ativos. É reconhecida por todas as Grandes Lojas regulares e está ativa,
promovendo a Maçonaria não só na Turquia mas em toda a região, como nos
Balcãs, Rússia e antigas repúblicas soviéticas.

20
ADHEMAR PEREIRA DE BARROS
* 22.04.1901, Piracicaba, SP
+ 12.03.1969, Paris, França

Membro de uma tradicional família de cafeicultores de São Manuel, interior de


São Paulo, Adhemar de Barros formou-se em medicina em 1923 pela Escola
Nacional de Medicina, hoje pertencente a Universidade Federal do Rio de Janeiro;
fez especialização no Instituto Oswaldo Cruz além de estudos nos Estados Unidos e
residência médica em vários países da europa onde tornou-se aviador. Falava
fluentemente alemão, inglês, francês e espanhol.

Em 1932 participou da Revolução Constitucionalista, também conhecida como


Guerra Paulista.

Considerado um político populista, elegeu-se deputado estadual constituinte


em 1934. Foi interventor federal (1938/1941), prefeito municipal (1957/1961) e
governador do estado de São Paulo em dois mandatos (1947/1951 e 1963/1966).
Anticomunista, apoiou a revolução de 1964 liderando em São Paulo a “Marcha da
Família com Deus pela Liberdade”, movimento que levou milhares de pessoas às
ruas contra a política do presidente João Goulart.

Adhemar de Barros foi iniciado na Maçonaria, elevado e exaltado no dia 12 de


dezembro de 1949 na Loja “Guatimozin Nº 66”, do Oriente de São Paulo.

Afastado do cargo de governador de São Paulo em 6 de junho de 1966 e com


os seus direitos políticos cassados por 10 anos pelo governo militar, Adhemar exilou-
se em Paris onde veio a falecer em 12 de março de 1969.

Carimbo comemorativo do centenário de nascimento de Adhemar de Barros


Emissão: 22.04.2001

21
NOSSAS CAPAS – Edições números 25 a 36 – Anos 5 e 6

22
BOLETIM
FILATÉLICO
Publicação do Clube Filatélico Brusquense
ANO 7 - Nº 38 Julho - Agosto 2021

GRANDES
EXPLORADORES
“Dr. Livingstone,
eu presumo?”
BOLETIM
MENSAGEM DO EDITOR
FILATÉLICO

ANO 7 – Nº 38 Prezados leitores


Jul - Ago 2021
Em mais esta edição do
Clube Filatélico Brusquense
BOLETIM FILATÉLICO, levamos até
Fundado em 21 de julho de 1935
vocês vários artigos filatélicos de
interesse histórico-temático.
Declarado de utilidade pública pela Lei
Municipal nº 551 de 29.09.1973
Grandes Exploradores traz ao
conhecimento dos leitores a
fascinante presença e trabalho do
Caixa Postal 212 missionário inglês Dr. David
88.353-970 Brusque - Santa Catarina Livingstone na África Central. Uma
lição de vida!
De Santa Catarina para o
email: jorgekrieger@uol.com.br
Mundo, assim foi a vida de Anita
Garibaldi, natural de Laguna, em
celular/WhatsApp: (47) 9.9969-1516 defesa da liberdade dos povos.
Sua história é contada em dois
livros lançados em Brusque com o
NESTA EDIÇÃO apoio do CFB no ano do
bicentenário de seu nascimento.
3 - Grandes Exploradores Tanto a filatelia como a
“Dr. Livingstone, eu suponho?” numismática são instrumentos
9 - 200 anos do nascimento de Anita preciosos para se conhecer a
Garibaldi história e seu legado.
11 - Lançamento literário Anita Garibaldi Memórias do Front nos revela
galeria de fotos
as lembranças de um soldado
13 - Emissões postais dos Correios do
Brasil 2021
alemão combatendo longe de
14 - Memórias do Front casa, em 1941.
17 - A conquista da Noruega na 2ª E a incrível história da tradição
Guerra Mundial numismática da família Stodieck,
18 -10 Mark – Ludwig II 1875 de Santa Catarina, é um exemplo
20 - Olimpíadas 2020 que pode ser adotado nos dias de
22 - Notícias hoje para lembrar com carinho os
23 - Biblioteca “Olho de Boi” – antepassados.
publicações recebidas Nesta edição os leitores
24 - Rio Grande do Sul – selos contam a
também vão encontrar um pouco
história
29 - Filatelia na História:
da história do Rio Grande do Sul
Bicentenário do retorno de Dom contada através dos selos postais.
João VI a Portugal
Esperamos que gostem!

CAPA – O célebre encontro entre Stanley


e Livingstone em 28/10/1871 na aldeia
de Ujiji, Tanzânia.

2
GRANDES EXPLORADORES
“Dr. Livingstone, eu presumo?”

Jorge Paulo Krieger Filho*

A frase acima foi uma das mais famosas proferidas no final do século
XIX e pôs fim às buscas para localizar o explorador inglês David Livingstone,
que havia se embrenhado no interior da África deixando a comunidade
científica e o Mundo apreensivos pela falta de notícias suas por quase cinco
anos.

Explorador, missionário e ativista Kuruman, na África do Sul, casando-


político, David Livingstone nasceu na se, em 1845, com Mary, filha de
Escócia em 19 de março de 1813 na Robert Moffat, pastor daquela
pequena cidade de Blantyre, próxima Congregação.
de Glasgow. Numa época em que ser
explorador reunia aventura, prestígio
e fama, a África exercia um grande
fascínio e era motivo de debates
acalorados na British Association for
the Advancement of Science
(Associação Britânica para o Avanço
da Ciência) e na elitista Royal
Geographical Society (Real
Sociedade Geográfica).

Formado em medicina, aos 21


anos tornou-se um missionário-
médico ingressando na London
Missionary Society, fundada em
1795. Em 1841, aos 28 anos, foi Royal Geographical Society
enviado em ação missionária para Londres

3
Um desses debates, marcado De novembro de 1853 até maio
para setembro de 1864, ficou de 1856, Livingstone realizou um
conhecido como “o Duelo do Nilo” e feito extraordinário. Viajando por
pretendia esclarecer quem tinha mais de 6.500 km de terra
descoberto a nascente do grande rio, inexplorada, atravessou a África de
se Richard Francis Burton ou John costa a costa, passando por Angola,
Hanning Speke, dois famosos Zâmbia e Moçambique. Nessa
exploradores da época vitoriana. viagem, pode constatar que,
Acabou não acontecendo pela morte diferente do imaginário popular, o
inesperada do capitão Speke, interior da África não era um deserto
vitimado por um tiro disparado de mas sim uma terra fértil com
seu próprio rifle, não se sabe se por consideráveis fontes de água.
acidente ou suicídio. Combatendo a escravidão – Um
Explorando o desconhecido – dos legados de Livingstone durante
Em meados do século XIX, a costa sua aventura na África, foi o
africana já era bem conhecida pelos combate à escravidão.
europeus, mas não o interior, que se
mantinha impenetrável devido as
dificuldades de navegar pelos rios.
Popularmente conhecido como
“Continente Negro”, assim chamado
“porque os cartógrafos coloriam de
preto as regiões desconhecidas da
África”, Livingstone estava
determinado a ter a sua própria Combatendo a escravidão
missão, unindo à sua tarefa de
médico-missionário a de explorador. O território da África Central era
controlado por chefes tribais que
“competiam pelo controle do tráfico
de marfim e de escravos; alguns
chefes vendiam os próprios
membros de seu grupo à
escravidão”, que tinha no
relacionamento entre árabes e
africanos um lucrativo comércio
movimentado pelas caravanas que
viajavam pelo interior do país.

Livingstone atuou como


médico e missionário Habitações típicas
na África da África

4
As descobertas – Livingstone
colocou os pés pela primeira vez na
África em 1841 com a missão de
difundir o cristianismo entre tribos
pagãs, que praticavam o
canibalismo, a poligamia e vendiam
seus semelhantes como escravos.
Desiludido com os resultados (em
seis anos só conseguiu converter
uma pessoa, Sechele, chefe do povo
Kwêna, de Botswana), passou a
interessar-se por questões sociais,
geográficas e comerciais.

Victoria Falls

Em 1856 Livingstone retornou à


Inglaterra coberto de glórias.
De volta à África, em 1858,
descobriu o lago Nyasa, localizado
entre o Malawi, a Tanzânia e
Moçambique.
Restava-lhe, ainda, um último
desafio: o enigma da nascente do rio
Nilo. Novamente a serviço da Royal
Geographic Society, em 1866
Sechele Livingstone liderou uma expedição
Em novembro de 1855, seguindo para localizar as fontes que
o curso do rio Zambeze, Livingstone abasteciam o famoso rio.
encontrou as cataratas Mosi-oa- Enfrentando todo tipo de problemas,
Tunya (“a fumaça que troveja”, como desde malária, doença do sono
os nativos as chamavam), (provocada pela mosca tsé-tsé) e
espetacular conjunto de quedas pneumonia, o explorador em vários
d’água que ele rebatizou de momentos se juntou às caravanas
Cataratas de Vitória (Victoria Falls) dos comerciantes árabes que
em homenagem à rainha inglesa. conduziam escravos, os mesmos
que combatia, para poder sobreviver
na difícil jornada pelo interior da
África.
Acompanhado por dois africanos,
Susi e Chuma, o missionário
alcançou o rio Lualaba que achou
fosse a nascente do Nilo, mas na
verdade era a nascente do rio
Mosi-oa-Tunya Congo.

5
Muito doente, em 1871 chegou à
aldeia de Ujiji, junto ao lago
Tanganika. Como estava muito
tempo sem se comunicar com a
Royal Society, Livingstone era dado
como morto.
O encontro Stanley-Livingstone
A famosa frase que estampa a capa
desta edição foi pronunciada em 28
de outubro de 1871 em Ujiji, na
Tanzânia, e registra o momento do
encontro entre Henry Morton Stanley
e David Livingstone.

Anúncio no Herald, em 1871,


sobre a expedição em busca
de Livingstone
Henry Morton Stanley na série
super astro das explorações daquela
emitida pelo Congo Belga
época, o missionário Dr. David
Livingstone, na aldeia de Ujiji,
Stanley (1841-1904), nascido quando proferiu as palavras:
John Rowlands, no País de Gales,
aos 18 anos imigrou para os Estados “Dr. Livingstone, eu presumo?”
Unidos tendo sido adotado por um
rico comerciante, Henry Hope
Stanley, do qual, mais tarde, adotou
o nome, substituindo Hope por
Morton.
Após lutar na guerra civil
americana, tornou-se repórter do
The New York Herald cobrindo vários
eventos internacionais. Em fins de
outubro de 1869, James Gordon
Bennet Jr., dono do Herald, deu a
Stanley a missão que o tornaria
famoso: “encontre Livingstone”.
Após achar que a “África não era
lugar para detetives amadores”, O célebre encontro
Henry Morton Stanley percorreu Stanley-Livingstone em duas
1.560 quilômetros em 236 dias até emissões postais,
encontrar, em outubro de 1871, o Zâmbia e Tanzânia

6
Livingstone nunca descobriu as
nascentes do rio Nilo. Ele faleceu em
1º de Maio de 1873 na aldeia de
Chitambo, aos sessenta anos de
idade. Seu coração ficou na África,
enterrado próximo de uma árvore; o
corpo foi embalsamado e carregado
por mais de 2.400 quilômetros até
Zanzibar, chegando a costa dez
meses depois da sua morte; foi
sepultado na Abadia de Westminster,
em Londres, em abril de 1874.

O coração de Livingstone
Livingstone (esquerda) e está enterrado embaixo
Stanley homenageados pelos dessa árvore, em
Correios da Grã-Bretanha Chitambo

Embarcação a vapor utilizada por Livingstone na


exploração do rio Zambeze.

7
*Jorge Paulo Krieger Filho é presidente do Clube Filatélico Brusquense

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

DUGARD, MARTIN – No Coração da África – Editora Record – RJ – SP – 2005.

MEREDITH, MARTIN – O Destino da África: cinco mil anos de riquezas, ganância e


desafios – Zahar – Rio de Janeiro 2017.

RICE, EDWARD - Sir Richard Francis Burton – Companhia das Letras – São Paulo -
1991.

CLUBE FILATÉLICO BRUSQUENSE


CNPJ 82.725.433/0001-79

ASSEMBLEIA GERAL ORDINÁRIA

EDITAL DE CONVOCAÇÃO

Ficam convocados os sócios do Clube Filatélico Brusquense a


comparecerem à Assembleia Geral Ordinária a se realizar no dia 21 de
julho de 2021 na sua sede sita na Avenida Arno Carlos Gracher nº 57,
sala 101, Edifício Rio Center, em Brusque, Santa Catarina, às 19:00
horas em primeira convocação com a presença, no mínimo, de metade
mais um dos Associados efetivos, e em segunda convocação, às 19:30
horas, com qualquer número de presentes, para deliberar sobre a
seguinte Ordem do Dia:

1) apreciação, deliberação e votação das contas e do relatório das


atividades da Diretoria relativos ao exercício de 2020;
2) Apreciação, deliberação e votação do relatório do Conselho Fiscal;
3) Eleição da Diretoria e do Conselho Fiscal;
4) Outros assuntos de interesse geral

Serão observadas as normas relativas ao combate da COVID-19


É obrigatório o uso de máscara protetora.

Brusque, 1º de julho de 2021

Jorge Paulo Krieger Filho


Presidente

8
200 anos de nascimento de
Anita Garibaldi

Inserido na programação nacional


alusiva às comemorações dos 200 anos
do nascimento de Anita Garibaldi
(1821, Laguna/SC – 1849,
Mandriole/Itália), o Clube Filatélico
Brusquense em parceria com a Livraria
Graf promoveu o lançamento em
Brusque, Santa Catarina, dos livros
ANITA, GUERREIRA DAS
REPÚBLICAS E DA LIERDADE e DOIS
MUNDOS E UMA ROSA PARA ANITA,
ambos de autoria do escritor lagunense
Adílcio Cadorin, o último em coautoria
com Annita Garibaldi Jallet, bisneta da
heroína.
O primeiro livro narra minuciosamente a fascinante trajetória de Anita
Garibaldi e revela episódios inéditos da vida da guerreira, até então
desconhecidos ou vagamente abordados pela historiografia, como por
exemplo o fato de que em 1840 o Ministro da Guerra da Monarquia
Brasileira publicou no Diário Oficial a informação que Anita tinha sido
morta no combate das Forquilhas, em Curitibanos.

Historiador Adílcio Cadorin

9
O segundo é uma obra ítalo-
brasileira, que traz 5 capítulos sobre a
vida de Ana Maria de Jesus Ribeiro.
Além de Adílcio Calorim. e Annita
Garibaldi Jallet, o livro conta também
com a participação dos autores italianos
Andrea Antonioli, Alessandro Ricci,
Gianpaulo Grilli e Giovanni Tesei e é
apresentado pelo Ministro dos Bens
Culturais da Itália e pelo Ministro da
Educação da Republica de San Marino.

O evento literário, que teve o apoio


do Instituto Cultural Anita Garibaldi, de
Laguna, ocorreu no dia 12 de junho no
Espaço Cultural Graf, anexo a
tradicional Livraria Graf (presente em
Busque desde 1934), respeitando as medidas sanitárias de prevenção ao
coronavírus.

Adílcio Cadorin, ex-prefeito da histórica cidade de Laguna, fundada em 29


de julho de 1676, é autor de diversas obras sobre a região sul de Santa
Catarina. Sócio honorário de várias instituições italianas é reconhecido como
um dos principais biógrafos de Anita Garibaldi, tema que aborda com maestria
e profundo conhecimento como demonstrou durante a apresentação das
obras.

Na oportunidade, o Presidente do Clube Filatélico Brusquense, Jorge Paulo


Krieger Filho, evidenciou a importante conexão que a filatelia tem com a
história através dos selos postais, esses pequenos pedaços de papel que
viajam pelo mundo divulgando vários aspectos do país emissor. Lembrou que
Anita Garibaldi tem sido homenageada em muitas emissões, no Brasil e no
exterior e que no dia 30 de agosto próximo a ECT programou o lançamento
de um selo alusivo aos 200 anos de seu nascimento.

O lançamento dos livros, com sessão de


autógrafos, contou com um público de
aproximadamente 50 pessoas, entre filatelistas,
representantes de entidades culturais e pessoas
que se interessam por literatura e história,
principalmente sobre a heroína catarinense
ANITA GARIBALDI.

10
Lançamento literário Anita Garibaldi
Galeria de Fotos

Filatelistas, representantes de entidades culturais e pessoas que se interessam


por literatura e história prestigiaram o evento

Acima: apreciando as
últimas edições do
BOLETIM FILATÉLICO, que
foram distribuídas entre os
presentes.

Acima à esquerda: escritor Adílcio


Cadorin ladeado por Jorge Paulo
Krieger Filho (direita) e Nilo Sérgio
Krieger, Diretores do Clube Filatélico
Eleutério Graf e Léo Felipe Brusquense
Nunes da Silva (direita)
Presidente do Instituto Cultural
Anita Garibaldi

11
Roque Luiz Dirschnabel – Presidente da Professora Rosemari Glatz
ALB/SC Seccional Guabiruba Reitora da UNIFEBE

Celso Deucher – Presidente da Associação Gaspar Eli Severino


dos Escritores de Brusque Membro do Clube Filatélico Brusquense

Rafael João Scharf Carmelo Krieger (esq) e Nilo Sérgio Krieger


Membro do Clube Filatélico Brusquense Membros do Clube Filatélico Brusquense

Escritor Adílcio Cadorin conversando com o público e concedendo autógrafos

12
Esq/dir: Izabel, Rafaela, Jorge Paulo, Carmelo e Nilo
Sérgio, familiares Krieger membros do CFB

Esq/dir: Léo Felipe Nunes da Silva, Desembargador Marcos Eugênio Welter – Presidente
Carlos Prudêncio (Presidente do Instituto dos da ALB/SC – Seccional de Brusque
Magistrados do Brasil/SC) e Adílcio Cadorin

Emissões postais dos


Correios do Brasil - 2021
Maio Junho

Emissão especial 150 anos de


Profissão: Gari nascimento de
Data: 16.05.2021 Tonheca Dantas Auto da
Data: 13.06.2021 Compadecida
Data: 16.06.2021

13
Se receber uma carta em tempos de paz é uma satisfação imagine em tempos
de guerra. Escritas com simplicidade, com ausência completa de informações sobre
os locais e detalhes das batalhas que enfrentam, a correspondência dos
combatentes procura transmitir para familiares e amigos a vida de campanha, o
convívio militar e as alegrias de receber uma carta de sua casa.
O jornalista, escritor e colecionador de cartões-postais, leitor e colaborador do
Boletim Filatélico, José Carlos Daltozo, de Martinópolis, São Paulo, numa de suas
peregrinações pela feirinha da Praça da República na capital paulista, adquiriu uma
dessas cartas, escrita em 1941 por um soldado do exército alemão durante a
ocupação da Noruega pelas tropas nazistas, e nos enviou para publicar.

14
15
1
Feldpost (1) –
Postagem de Campo
– se refere ao
serviço de correio
organizado nas
forças armadas para
2 as unidades em
ação. Mantinha a
conexão entre os
soldados e sua
3
pátria, como
também entre as
tropas.
O carimbo leva a
4 data de 18.1.41.

Pölla (2) é uma vila próxima da


cidade de Mank (3) - imagem ao
lado, no sopé dos alpes
austríacos

Ostmark (4) é o nome como a


Áustria era chamada na época do
nacional-socialismo, a partir do
“Anschluss” ao Reich alemão em
1938, até o final da guerra em
1945.
A origem do nome remonta ao
século IX.

Remetente:
5 Soldado Ostnes (5).
O número L27586
6 (6) era o código
7 postal da unidade
militar à qual
pertencia o
soldado. A letra “L”
significa que
Ostens estava na
Luftwaffe.
Luftgaupostamt
Berlin (7), era o
escritório que
recebia e expedia
as cartas relativas a
unidade do código
postal acima
referido.

16
A conquista da Noruega
na 2ª Guerra Mundial

O soldado Ostnes estava na cidade de Trondheim, na Noruega, de onde enviou


uma carta para a família em 18 de janeiro de 1941 pelo serviço de Correios do Reich
Alemão, como vimos nas páginas anteriores.
Na madrugada de 9 de abril de 1940 Hitler iniciou a
“Operação Weserübung” [que significa Exercício no Weser,
um rio alemão], contra a Dinamarca e a Noruega; a
Dinamarca capitulou em 6 horas e a Noruega em 2 meses.
Para justificar o ataque, Hitler alegou a necessidade de
“proteger a neutralidade dos Estados escandinavos”, mas o
interesse real era garantir o suprimento de ferro das jazidas
minerais da Suécia, fundamental para as necessidades de
Carimbo postal do guerra alemã.
posto de campo

A cidade de Trondheim, cuja


fundação remonta ao ano de 997,
foi tomada pelos nazistas no
primeiro dia da invasão, 9 de abril
de 1940, permanecendo em seu
poder até o final da guerra na
Europa, em 8 de maio de 1945.
Durante o período de ocupação,
os alemães se apoderaram da usina
hidrelétrica NORSK, localizada nas Exército alemão em Oslo
montanhas geladas da Noruega,
que produzia “água pesada”, material essencial para fabricar uma bomba atômica.
Comandos britânicos em conjunto com membros da resistência norueguesa
aniquilaram este sonho de Hitler, façanha contada no filme “Os Heróis de Telemark”
(1965), estrelado por Kirk Douglas.

Os três selos acima refletem o retorno da paz e da liberdade à Noruega , em maio de 1945, após
cinco anos de ocupação alemã. Da esquerda para a direita, no primeiro selo os noruegueses
retomam o Castelo de Akershus, em Oslo; o segundo selo homenageia o retorno do rei Haakon
VII a Noruega; o terceiro selo mostra crianças agitando a bandeira norueguesa.

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10 Mark – Ludwig II 1875
Júlio Stodieck*

Era uma vez um alemão que, nascido no final do Séc. XIX, na pequena
cidade de Lünen, foi contratado para trabalhar como ferramenteiro nas longínquas
terras brasileiras, mais precisamente, em Florianópolis, capital do estado de Santa
Catarina, Brasil.

Com esse alemão, começou a história da moeda 10 Mark – Ludwig II 1875


(Figuras 1 e 2) que, iniciada no fim do século XIX na Alemanha, marca quatro
gerações da mesma família.

Figura 1: 10 Mark – Ludwig II 1875 (Reverso) Figura 2: 10 Mark – Ludwig II 1875 (Anverso)
Fonte: acervo do colecionador

Vencendo o medo e deixando os pais e irmãos para trás, apostou na sua


capacidade e conhecimento na área para tentar um futuro melhor.

Aceitou o instigante desafio. Porém, antes de embarcar no navio que o


traria, em 1899, ao novo continente, comprou algumas moedas de ouro, como
garantia de viagem de volta, caso o seu contrato de trabalho de apenas dois ou três
anos não fosse renovado. Colocou-as em uma bolsinha de couro que pendurou em
seu pescoço, sem imaginar que essas moedas garantiriam não só a renovação de seu
contrato de trabalho, como também possibilitariam que se tornasse sócio e, depois,
proprietário da empresa que o havia contratado anos antes.

Já estabelecido na cidade que escolhera, prosperou, casou e teve filhos. Em


1920, resolveu visitar sua terra natal e levou consigo seu filho primogênito, meu
avô, com treze anos na época. Viajou, então, para a Alemanha, tendo como destino
a cidade de Wilhelmsdorf, onde deixaria seu filho para que estudasse, por três anos,
em um internato.

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Nesses anos, em suas férias, meu avô sempre viajava de trem até a cidade de
Lünen, onde morava sua avó, no caso minha tataravó.

Antes de embarcarem rumo ao internato, fizeram o mesmo que, anos antes,


meu bisavô havia feito, ou seja, compraram moedas de ouro no Rio de Janeiro,
enquanto aguardavam o Vapor Curvelo zarpar rumo ao velho continente. Também
colocaram as moedas em uma bolsinha de couro – que foi pendurada no pescoço do
meu avô – para que as usasse se precisasse retornar às pressas e/ou tivesse algum
problema de saúde grave. Teria, então, o recurso disponível para tal eventualidade.

Meu avô, quando voltou para o Brasil, em 1923, após esse período no
internato, presenteou cada um de seus cinco netos – eu, meus três irmãos e meu
primo – com uma das moedas que levara para Wilhelmsdorf. Fez isso solenemente
no momento da nossa confirmação, na Igreja Luterana, em Blumenau, no estado de
Santa Catarina, aos nossos treze anos. Segui essa tradição com meus filhos: ao
completar a confirmação, cada um também recebeu, de presente, da mesma
bolsinha que meu avô levara para a Alemanha, uma moeda de ouro.

Foi possível presentear cada dos meus filhos com uma moeda, pois, em
1999, com o falecimento de meu saudoso avô, recebi de herança mais moedas de
sua bolsinha, estando, entre elas, a 10 Mark – Ludwig II 1875 que se encontra
comigo, seu neto, e que, um dia, também passará para meus filhos. Com a morte do
meu avô, as suas poucas moedas que sobraram foram divididas entre seus netos,
pois seu filho (meu pai) e sua filha (minha tia) já haviam falecido, sendo, então,
nós, os netos, seus únicos herdeiros.

Assim, essa última moeda – que carrega tanta história da minha família e da
qual me orgulho tanto – serviu de inspiração para que eu iniciasse na numismática,
não pelo valor monetário das moedas, mas sim, pelas histórias que cada peça pode
ter. Isso, para mim, é fascinante e não tem preço que pague. Orgulho-me de passar
tais valores culturais aos meus filhos, pois cultura não se aprende somente na
escola, mas, principalmente, com o exemplo que vem de casa, dos pais e familiares.

*Júlio Stodieck é natural de Blumenau e atualmente reside em Balneário Camboriú.

Este artigo foi publicado no Boletim da SNB – Sociedade Numismática Brasileira nº 78; transcrito
com autorização da SNB e do autor.

LUDWIG II - rei da Baviera de 1864 até 1886, ficou conhecido pelos


magníficos castelos que ergueu sobre as colinas bávaras, sendo sua obra mais
famosa o romântico castelo de Neuschwanstein. Primo da imperatriz Sissi da
Áustria, Ludwig foi mecenas de Wagner, financiando várias de suas óperas.
Afastado do trono por insanidade, morreu afogado no dia 13 de junho de
1886 no lago Starnberg, na Alemanha, em circunstâncias nunca esclarecidas.

19
Olimpíadas 2020
Jorge Bianchini
Membro do Clube Filatélico Brusquense

Há mais de dois mil anos a antiga civilização grega legou ao Mundo uma
herança inestimável.
É nela que se encontram as raízes de coisas tão importantes como a ideia de
democracia e as origens da filosofia. E foi lá onde nasceram os esportes e a sua
festa máxima: OS JOGOS OLÍMPICOS.
A história dos Jogos Olímpicos começou em 776 a.C; de Corebo, um
cozinheiro, ganhou a primeira coroa de ramos de oliveira.
Foi preciso esperar 15 séculos, ou mais
precisamente 1503 anos, para que os Jogos
Olímpicos renascessem. A volta do que depois se
transformaria na maior e mais importante
competição esportiva do Mundo, foi, acima de
tudo, o resultado do esforço pessoal do barão
Barão de Coubertin Pierre de Courbertin, que dedicou sua vida à
realização desse projeto.
Após visitar Clubes, viajou, proferiu conferências, correu listas de
subscrição pela Europa e, em 1894, instalou em Paris o Comitê Olímpico.
Os I Jogos Olímpicos da Era Moderna, tinham, enfim, local e data:
ATENAS, na Grécia, em 1896. Na época foi emitida pelos Correios da Grécia a
série, hoje rara, de selos abaixo.

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Seria, imaginava o barão Coubertin, uma festa em que não haveria lugar
para disputas políticas.
Nações amigas e inimigas, desfilariam sorridentes lado a lado.
Apesar do nobre objetivo, nem sempre foi assim. Em 1936, durante os XI
Jogos Olímpicos realizados na Alemanha, o Mundo vivia sob a tensão das políticas
nacional-socialistas do 3º Reich.

Em 1972, um atentado terrorista contra a delegação


israelense marcou as Olimpíadas de Munique.
E agora, no século XXI, a pandemia provocada pela
Covid-19 inviabilizou os festejos olímpicos que estavam
programados para 2020, que se realizarão agora em 2021 em
Tóquio entre os dias 23 de julho e 8 de agosto, mas sem o
brilho e a alegria popular, pois será restrito aos atletas e poucos
torcedores locais.
Com certeza, apesar das limitações, será um evento
bonito que manterá vivo o espírito olímpico.

XVI JOGOS OLÍMPICOS


MELBOURNE AUSTRÁLIA 1956

Salto triplo. Ademar Ferreira da Silva


ganhou a medalha de ouro com a marca de
16m 35cm, novo recorde olímpico. Foi o
primeiro atleta bicampeão olímpico
brasileiro.

21
Notícias
Fundação Cultural Em 18 de maio último, o presidente do
Clube Filatélico Brusquense, Jorge Paulo
Krieger Filho, visitou a Diretora Geral da
Fundação Cultural de Brusque, Sra.
Elisane Marcos (ao lado), oportunidade
em que conversaram sobre parcerias no
âmbito filatélico-cultural. Na ocasião a
Diretora recebeu um exemplar da edição
nº 36 do BOLETIM FILATÉLICO tendo
elogiado a qualidade do material
publicado.

Correios
Com proposta tramitando na Câmara
Federal para sua privatização, os
Correios do Brasil registrou lucro
líquido de R$ 1,53 bilhão em 2020.
Parabéns SFRG Entre 2013 e 2016 a estatal acumulou
prejuízo de R$ 3,94 bilhões (fonte
Fundada em 21 de junho de uol).
1931, a Sociedade Filatélica Rio- A entrega de correspondências,
Grandense completou 90 anos contudo, está muito aquém da
de atividades com relevante eficiência de outrora: em Santa
contribuição à filatelia brasileira. Catarina, uma carta de Brusque à
O Clube Filatélico Brusquense Florianópolis está levando cerca de
parabeniza a Diretoria e 20 dias, em média, para chegar ao
Associados da congênere destinatário.
gaúcha, desejando continuado
sucesso.

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Notícias
VISITA AO TIRO DE GUERRA DE BRUSQUE
Na tarde do dia 1º de junho, os membros da Diretoria do Clube Filatélico
Brusquense Jorge Paulo Krieger Filho e Nilo Sérgio Krieger foram recebidos pelos
oficiais responsáveis pelo TIRO DE GUERRA de BRUSQUE, Subtenente Paulo
César Grellert e o 1º Sargento Paulo Soares da Rocha, aos quais foi entregue a
edição impressa do BOLETIM FILATÉLICO Nº 37 onde consta publicação alusiva ao
lançamento da medalha comemorativa dos 100 anos daquela modelar instituição
militar. Na ocasião, o CFB foi contemplado com um exemplar da medalha
comemorativa. Também presente, o secretário da Instituição, Everton Dalmolin.

Acima, da esquerda/direita: Jorge Paulo Krieger


Filho, Subtenente Paulo César Grellert, Nilo Sérgio
Krieger e 1º Sargento Paulo Soares da Rocha.

Biblioteca OLHO DE BOI – Clube Filatélico Brusquense


Publicações recebidas
• O Serviço Postal Militar Norte-americano no Brasil durante a II Guerra
Mundial – Rubem Porto Jr.
• MPC MAGAZINE Nº 172 – Abril 2021 – Official Magazine of the Masonic
Philatelic Club – Inglaterra
• Catálogo Coleção Sabará 2021 – Sociedade Numismática Brasileira
• Revista Filatelia Lusitana Nº 41 – Junho de 2021 – Federação Portuguesa
de Filatelia – Lisboa, Portugal

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Rio Grande do Sul
Selos contam a história
Ullrich Schierz*

O Estado do Rio Grande do Sul possui uma rica participação na história do Brasil, seja por
fatos ou eventos históricos, por personagens, eventos culturais ou econômicos, localidades
ou edificações. Até esse momento são mais de 135 emissões de selos que abordam
personagens, fatos históricos, geografia, arte e cultura e tantos outros aspectos que se
relacionam com o Estado. Descritos em um livro em português a ser publicado, já houve
uma publicação de uma editora na Alemanha. Esta é uma breve resenha do conteúdo do
livro.
A primeira emissão homenageia o oitavo
Presidente do Brasil, Hermes da Fonseca. Seu
pai, o Marechal Teodoro da Fonseca fora
transferido de Alagoas para o Rio Grande do
Sul e seu filho Hermes nasceu em 12 de mail
de 1855 na cidade de São Gabriel, próximo da
divisa do Brasil e do Uruguai.
A emissão da série oficial ocorrei em 27 de dezembro de 1927. Com sobrecarga foi a
primeira emissão para postagem aérea.
Um dos gaúchos mais conhecidos é certamente o então presidente Getúlio Vargas, nascido
em 19 de abril de 1882 na cidade de São Borja, município na divisa com a Argentina. Em sua
homenagem foram emitidos nada menos do que 23 diferentes selos, sejam ele regulares ou
comemorativos. Somente a série de 3 de outubro de 1930 traz a imagem do estadista em
11 dos 14 selos da série.

Outras personagens podem ser mencionadas, notadamente Luís Alves de Lima e Silva, o
Duque de Caxias. Este foi o Presidente da Província do Rio Grande do Sul durante a
Revolução Farroupilha e foi ele quem assinou o tratado de rendição e de paz quando do
termino da entenda. Ocorreram 12 emissões em sua homenagem. Mas outros brasileiros
importantes têm vínculos com o Estado. Poucos sabem, mas o Marechal Mascarenhas de
Moraes, Comandante da Tropas Expedicionárias Brasileiras na Itália, durante a Segunda
Guerra, nasceu em São Gabriel, foi o Comandante do 3º Regimento Militar de Santa Cruz do
Sul durante a Revolução de 1930. Outros dois gaúchos dignos de menção foram o Marechal
Manuel Luís Ozório, nascido em 1808 na cidade de Ozório e o Presidente Ernesto Geisel que
nasceu em 1907 na Cidade de Bento Gonçalves.

24
Outros personagens que se destacam, inclusive mulheres, dignos de menção se
notabilizaram ao longo dos anos, gaúchos que atuaram na medicina, literatura em fatos
históricos.

Citemos Anita Garibaldi, catarinense de Laguna que se casou com Giuseppe Garibaldi, e com
ele participou da Revolução Farroupilha. Também Rita Lobato Velho Lopes, nascida na
cidade de Rio Grande, estudou medicina e se tornou a primeira mulher a exercer essa
profissão no Brasil. O advogado e político Antônio Borges de Medeiros, nascido em
Caçapava do Sul, participou das iniciativas para a instalação da “Nova República” e foi
Presidente do Estado do Rio Grande do Sul por muitos anos, entre 1898 e 1928. Também há
ser mencionado o Visconde de Mauá; nascido em 1813 no município de Arroio Grande que
com 5 anos acompanhou a mãe para o Rio de Janeiro onde foi empresário e político tendo
sido Deputado Federal pelo Rio Grande do Sul.

Dentre as etnias que compõe a população do estado, entre açorianos, indígenas,


descendentes de escravos e indígenas, há se se mencionar as duas mais importantes
correntes imigratórias que se estabeleceram no Estado – os primeiros alemães em 1825 e
os primeiros italianos em 1874, os primeiros a colonizarem a região do pé da Serra do Mar
ao longo do Rio dos Sinos a partir de São Leopoldo; os segundos no alto da mesma,
notadamente nos atuais municípios de Bento Gonçalves e Caxias do Sul.

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Na literatura não podem ser esquecidos os nomes de Érico Verissimo e sua importante
trilogia “O Tempo e o Vento”. Nasceu em Santa Cruz e se radicou ainda jovem em Porto
Alegre. Outro nome de destaque foi o poeta e jornalista Mario de Miranda Quintana,
natural do Alegrete e também radicado em Porto Alegre. Também na literatura popular a
saga do “Menino do Pastoreio” é conhecida por inúmeros gaúchos, mas também difundida
em escolas de todo o país.

O Estado do Rio Grande do Sul, desde muito cedo em sua história, é de importância na
agroindústria brasileira, na agricultura com a plantação do trigo e pioneiro no cultivo da
soja, na agricultura familiar, na viticultura, pecuária e do fumo. Inúmeros eventos e culturas
são retratados nos selos brasileiros.

Além de cidades com notável importância turística como Gramado e Canela, alguns dos
importantes destinos aos interessados na história e no ecoturismo não podem deixar de ser
mencionados. Na História do Brasil todos apreenderam sobre os Sete Povos das Missões, as
missões jesuíticas que buscaram catequizar os índios da região. A única reminescência desse
período, que teve início em 1682, são as ruinas de São Miguel Arcanjo, próximo ao
município de Santo Ângelo. Dento do Parque dos Aparados da Serra se encontra o maior
cânion brasileiros, o Itaimbezinho, com seus 5,8 quilômetros de extensão, até 2 quilômetros
de largura e no ponto mais profundo medindo 770 metros.

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Também nos esportes o Estado do Rio Grande do Sul participa sediando torneios e
competições, tem representados dois times de futebol que participam das principais
competições brasileiras e sul-americanas. Sediou competições de vulto nacional e
internacional como, por exemplo, o Campeonato Mundial de Velas da Categoria “snipe” em
1959, O Jogos Estudantis Brasileiros de 1963 ou os 4 jogos da Copa do Mundo de 2014.

A história da aviação brasileira é marcada com, inicialmente, a criação do Sindicato Condor


que operava seus primeiros voos com uma aeronave Dornier Wal entre o Rio Grande do Sul
e Rio de Janeiro e logo em seguida com a fundação da Viação Aéreas Rio Grandense, a
VARIG. Através destas empresas ocorreram também as primeiras remessas postais entre
empresas do Estado e a Alemanha. Ambas empresas, Condor e VARIG, inicialmente
emitiram seus próprios selos, e a ECT também homenageou a segunda por diversas vezes.

27
Ainda tantas outras personagens, políticos,
jornalistas, artistas e cantores, eventos culturais e
fatos da história, pontos turísticos e eventos
esportivos poderiam ser mencionados. Cada um
deles será abordado no livro, cujo título é o mesmo
dessa matéria, a ser publicado em breve e
descrevendo com mais detalhes datas e a
importância que cada um teve na vida diária do
Estado do Rio Grande do Sul.
Ao lado a reprodução da capa da edição do livro
publicado na Alemanha e que está a disposição dos
associados do Clube Filatélico Brusquense em sua
biblioteca “Olho de Boi”.

*Ullrich Schierz é membro da Sociedade Filatélica Rio-Grandense, dedicado pesquisador


sobre diversos temas filatélicos e colaborador do BOLETIM FILATÉLICO.

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FILATELIA NA HISTÓRIA

BICENTENÁRIO DO RETORNO DE
DOM JOÃO VI A PORTUGAL
Como consequência da Revolução do Porto, movimento militar que eclodiu no
dia 24 de agosto de 1820 na cidade portuguesa do mesmo nome, a Família Real,
que estava no Brasil desde 1808, embarcou no Rio de Janeiro de volta para
Portugal no dia 26 de abril de 1821.
Ao desembarcar na Praça do Terreiro do Paço, em Lisboa, no dia 4 de julho , o
Rei Dom Joao VI jura as bases da nova Constituição de cunho liberal. Um ano
depois, o Brasil se torna independente de Portugal.

Desembarque d’El Rei Dom João VI em Lisboa, em 4/7/1821


Disponível em:
https://dpedroiv.parquesdesintra.pt/cronologia/1821/julho/4/d--joao-
vi-desembarca-em-lisboa-e-jura-as-bases-da/62

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