Renascimento é o nome que se dá a um grande movimento de mudanças
culturais, que atingiu as camadas urbanas da Europa Ocidental entre os séculos XIV e XVI, caracterizado pela retomada dos valores da cultura greco- romana, ou seja, da cultura clássica. Esse momento é considerado como um importante período de transição envolvendo as estruturas feudo capitalistas. As bases desse movimento eram proporcionadas por uma corrente filosófica reinante, o humanismo, que descartava a escolástica medieval, até então predominante, e propunha o retorno às virtudes da antiguidade. Platão, Aristóteles, Virgílio, Sêneca e outros autores greco-romanos começam a ser traduzidos e rapidamente difundidos.
Desenvolvimento
Dá-se o nome de Renascimento (ou Renascença) ao movimento de renovação
intelectual ocorrido na Europa dentro da transição do feudalismo para o capitalismo. Na realidade, não se pode entender o Renascimento como limitado às Artes e às Ciências, mas sim como uma mudança nas formas de sentir, pensar e agir em relação aos padrões de pensamento e comportamento vigente na Idade Média. O Renascimento exprime sobretudo os novos valores e ideais da burguesia, classe ascendente na transição para o capitalismo.
Principais caracteríscticas do Renascimento:
- Valorização da cultura greco-romana. Para os artistas da época
renascentista, os gregos e romanos possuíam uma visão completa e humana da natureza, ao contrário dos homens medievais;
- As qualidades mais valorizadas no ser humano passaram a ser a
inteligência, o conhecimento e o dom artístico;
- Enquanto na Idade Média a vida do homem devia estar centrada em
Deus ( teocentrismo ), nos séculos XV e XVI o homem passa a ser o principal personagem (antropocentrismo);
- A razão e a natureza passam a ser valorizadas com grande
intensidade. O homem renascentista, principalmente os cientistas, passam a utilizar métodos experimentais e de observação da natureza e universo.
Durante os séculos XIV e XV, as cidades italianas como, por exemplo,
Gênova, Veneza e Florença, passaram a acumular grandes riquezas provenientes do comércio. Estes ricos comerciantes, conhecidos como mecenas, começaram a investir nas artes, aumentando assim o desenvolvimento artístico e cultural. Por isso, a Itália é conhecida como o berço do Renascentismo. Porém, este movimento cultural não se limitou à Península Itálica. Espalhou-se para outros países europeus como, por exemplo, Inglaterra, Espanha, Portugal, França e Países Baixos.
Principais Renascentistas
É muito grande o número de artistas, escritores e cientistas que se
celebrizaram durante o Renascimento. Os mais importantes foram:
na Pintura: Leonardo da Vinci, Michelangelo, Rafael e Ticiano, na Itália; El
Greco, na Espanha.
na Escultura: Michelangelo e Donatello, na Itália.
na Arquitetura: Bramante, na Itália.
na Literatura: Camões, em Portugal; Cervantes, na Espanha; Rabelais e
Montaigne, na França; Shakespeare, na Inglaterra.
na Astronomia: Copérnico, na Polônia; Kepler, na Alemanha; Galileu, na Itália.
na Medicina: Vesálio, em Flandres; Paré, na França; Servet, na Espanha
Conclusão
O Renascimento traz como principais características o florescimento das artes,
e um vigoroso despertar de todas as formas de pensamento. A redescoberta da antiga filosofia, da literatura, das ciências e a evolução dos métodos empíricos de conhecimento caracterizam todo este período que inicia-se no século XV e prolonga-se até o séc. XVII. Em oposição ao espírito escolástico e ao conceito metafísico da vida, busca-se uma nova maneira de olhar e estudar o mundo natural. Esse naturalismo vincula-se estreitamente à ciência empírica e utiliza suas descobertas para aplicá-las nas obras de arte. Os novos conhecimentos da anatomia, da fisiologia e da geometria são prontamente incorporados, possibilitando, por exemplo, a representação do volume pelo uso da perspectiva, dos efeitos de luzes e cores. Do ponto de vista filosófico, surge uma nova concepção do mundo e do destino do homem, uma visão mais realista e humana dos problemas morais.