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A estratégia da Indústria 4.0 da Alemanha
Capitalismo do Reno na era da digitalização
I. Introdução
»A indústria 4.0 é a questão vital da indústria
manufatureira da Alemanha,« diz Joe Kaeser, Presidente
do Conselho de Administração da Siemens AG. A
chanceler Angela Merkel exortou a elite empresarial
alemã no Fórum Econômico Mundial em Davos em 2015
a agir rapidamente: »Precisamos dominar rapidamente a
fusão do mundo da internet com o mundo da produção
industrial porque os atuais líderes na área digital caso
contrário, assumir a produção industrial.« (Merkel 2015).
O debate sobre a digitalização da produção tem recebido novos
estímulos em todo o mundo. Nenhum outro discurso de
crescimento foi tão fortemente impulsionado pelas políticas
estatais de tecnologia e pesquisa e, ao mesmo tempo, tão
intimamente ligado aos atores empresariais e sindicais na
Alemanha nos últimos anos quanto o discurso da Indústria 4.0. O
objetivo dessas atividades é posicionar a indústria manufatureira
da Alemanha, com apoio político, como o principal usuário e
fornecedor mundial de tecnologias de produção digitalizadas. Ao
contrário das economias liberais no contexto anglo-saxão ou das
economias nacionais autoritárias da área asiática, este apoio na
Alemanha não se concentra apenas nos recursos estatais, mas
também no sistema.
FES LONDRES
WOLFGANG SCHROEDER
Novembro de 2016
envolve tematicamente atores corporativos e da sociedade
civil. Como tal, é realmente apropriado falar de uma
revitalização do capitalismo cooperativo do "Reno" na era da
digitalização.
Este artigo discute as condições, potenciais, players e
perspectivas associadas às estratégias da Indústria
4.0. O objetivo não é apenas gerar e usar novas
opções técnicas, mas também examinar se e como o
modelo de produção alemão, que, ao contrário do
modelo disruptivo dos EUA, por exemplo, depende de
mudanças evolutivas incrementais, pode competir à
luz dos novos desafios . Isso está associado à questão
de saber se os players alemães são capazes de dar um
impulso estrutural à revitalização da indústria
manufatureira, que promete não apenas progresso
tecnológico e comercial, mas também social;
significando inovações sociais, como uma melhor
permeabilidade no processo de trabalho, novas
qualificações e atividades de formação contínua,
melhores opções de equilíbrio positivo entre vida
profissional e pessoal e, em última análise, redução
da desigualdade social.
 WOLFGANG SCHROEDER | ESTRATÉGIA DA INDÚSTRIA 4.0 DA ALEMANHA
II. Indústria 4.0: Não é um revolucionário,
mas um aprimoramento evolucionário da
a produção e o modelo de negócios
Embora a digitalização tenha sido vista como a base para a
sociedade baseada em serviços e ciência acima de tudo, por
algum tempo o debate alemão se concentrou cada vez mais
em como a digitalização muda a indústria manufatureira. A
interligação digital de pessoas, máquinas e objetos altera os
processos de produção ao longo de todo o processo
industrial de valor agregado. Isso oferece diversas
oportunidades para aumentar a eficiência na produção (BCG
2015). O termo »Indústria 4.0« é uma invenção de políticos de
pesquisa alemães, que visavam contornar manchetes
complicadas como »Cyber-Physical Systems« (CPS) e se referir
explicitamente à dimensão digital das futuras estruturas
industriais.
A Indústria 4.0 faz parte das megatendências globais de
digitalização, cuja importância está aumentando em todas as
áreas da vida e da economia. A ›Internet das Coisas‹ e ›CPS‹
são termos que indicam a direção: a ideia é uma interligação
abrangente de todos os elementos do processo de valor
agregado, desde as matérias-primas e pré-produtos até a
interligação com o cliente e a logística associada e processos
de serviço. Ao converter dados analógicos em dados digitais,
as informações disponíveis nessa cadeia de produtividade
podem ser utilizadas por todos os players de qualquer local e
a qualquer momento. Com base nisso, os processos de
produção e vendas podem ser otimizados. Paralelamente,
são criados novos mercados e áreas de negócio.
O debate da Indústria 4.0 alemã com sua ideia evolucionária
de transição e mudança difere claramente do debate
dominante nos EUA. Este último enfatiza, acima de tudo, a
dimensão disruptiva da digitalização e seu potencial para
eliminar a produção e os modelos de negócios existentes. O
discurso alemão em torno da Indústria 4.0, por outro lado,
identifica outras ferramentas de otimização de processos de
produção e otimizações de produtos que já são aplicadas na
prática há algum tempo. A diferença entre o debate norte-
americano que está sendo conduzido no Vale do Silício, em
particular, e o discurso da Indústria 4.0 alemã pode,
portanto, ser melhor delimitado com os termos de
›revolução‹ e ›evolução‹.
No entanto, para enfatizar a ruptura associada à Indústria
4.0, o processo é referido como o quarto processo industrial.
revolução, na verdade, porém, tem mais
1
traços de umevolução. Após a primeira revolução industrial
simbolizada pela máquina a vapor e pela mecanização dos
processos industriais, seguiu-se a linha de produção em
massa baseada na produção de Ford. A terceira revolução
industrial já era caracterizada pela tecnologia da informação
e comunicação, e resultou na automação dos métodos de
produção (Bauernhansl 2014). A interconexão inteligente de
produtos e processos de produção industrial, automação,
tecnologia da informação e comunicação (TIC) para cadeias
industriais integradas de valor agregado é entendida como a
principal característica da quarta revolução industrial
(BITKOM/Fraunhofer IAO 2014; Bertschek et al. 2015).
Quando o relatório »Deutschlands Zukunft als
Produktionsstandort sichern –
Umsetzungsempfehlungen für das Zukunftsprojekt
Industrie 4.0« [»Garantindo o futuro da Alemanha como
um centro de produção – implementações recomendadas
para o futuro projeto da Indústria 4.0«] foi apresentado
em outubro de 2013, causou uma grande resposta em o
sistema político, que às vezes beirava a euforia. A
Indústria 4.0 é agora considerada um alvo chave da
política econômica e industrial estratégica na Alemanha.
As oportunidades de digitalização para uma maior
competitividade da indústria manufatureira da Alemanha podem
ser focadas em quatro dimensões:
1.Processo de produção:A digitalização permite processos de
produção mais eficientes e, portanto, economia de custos
graças à otimização de recursos,
2.Logística:A digitalização permite fluxos de mercadorias e
informações mais eficientes, estoques mais baixos e eficiência da
planta. Também abre novas oportunidades de negócios.
3.Fidelização de clientes:A digitalização permite laços mais estreitos com os
clientes. Isso resulta em uma consideração mais direcionada das
necessidades do cliente.
4.Produtos híbridose o associadoserviços inteligentes: Fornecer
os dados sobre o monitoramento da máquina, correção de falhas,
reparo e manutenção viaserviços inteligentesjustifica preços mais
altos. Isso, por sua vez, permite expandir a Alemanha como um
país produtor de alta qualidade no sentido de produtos
industriais de alto padrão.
 WOLFGANG SCHROEDER | ESTRATÉGIA DA INDÚSTRIA 4.0 DA ALEMANHA

III. Fortalecimento da indústria foi, no entanto, crucial para a rápida estabilização

paradigma político económica global.

O fato de o termo Indústria 4.0 ser tão prevalente na O »adeus à nação industrializada« (Plumpe 2008: 161),
Alemanha, enquanto outros termos como ›digitalização‹ impulsionado por alguns e temido por outros, no entanto,
e ›computação‹ e ›segunda era da também dominou o debate alemão por muitos anos. Ainda
máquina‹ (Brynjolfsson/McAfee 2014) são usados no por volta de 1960, metade da força de trabalho na República
exterior, tem a ver com o papel da indústria indústria Federal da Alemanha trabalhava na indústria manufatureira;
para a economia alemã. É considerado a chave para os hoje, esse número é de apenas 24% no contexto restrito
futuros debates estratégicos da economia alemã. Em (Federal Statistical Office 2016a). Trabalhos simples foram
outras palavras: é a indústria manufatureira, idiota! Por perdidos neste processo em particular. No entanto, a
muito tempo, falar de economias pós-industriais Alemanha é hoje um dos países mais dominados pela
baseadas em serviços (Bell 1973) dominou os debates indústria na OCDE. Os processos de »especialização setorial«
nos países da OCDE. Isso incluiu o Cântico dos Cânticos são decisivos para o ajuste bem-sucedido da indústria
donova economia, que foi cantado até a Grande Recessão manufatureira a ambientes tecnológicos, sociais e
em 2008. Paralelamente, uma redução dramática nas competitivos em mudança (Göring/Schierch 2015: 41), que
capacidades industriais ocorreu na França, Reino Unido e são apoiados por um forte foco em indústrias intensivas em
EUA nos últimos 25 anos (Fig. 1). pesquisa. Eles incluem principalmente engenharia elétrica,
engenharia de máquinas, produtos químicos e construção de
A Alemanha, por outro lado, avançou do "homem doente da Europa" veículos (ibid.). Além disso, a Alemanha não é igualmente
para a economia nacional atualmente mais estável da Europa, dominada por uma forte indústria manufatureira em todo o
modernizando sua indústria manufatureira. Enquanto a participação país, mas apresenta disparidades regionais conspícuas: os
industrial no valor agregado no Reino Unido ou na França continuou a antigos centros industriais da Alemanha – a região do Ruhr,
cair, os núcleos industriais na Alemanha não apenas foram Saxônia, mas também a região de Berlim – perderam muito
preservados, mas também atualizados continuamente. Nos anos de peso; os centros industriais hoje são Baden-Württemberg e
crise de 2008/2009 a indústria de transformação também sofreu um Baviera.
grande golpe, mas este negócio

Figura 1

29

27
Participação da indústria manufatureira do VAB,%

25

23

21

19

17

15

13

11

9
2011
1991
1992
1993
1994

1996
1997
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004

2006
2007
2008
2009
2010

2012
2013
2014
1995

2005

2015

França Alemanha Itália Espanha Grã Bretanha EUA

2
 WOLFGANG SCHROEDER | ESTRATÉGIA DA INDÚSTRIA 4.0 DA ALEMANHA

Aba. 1: Evolução da força de trabalho e valor A Alemanha apresentou uma taxa de crescimento
agregado bruto (VAB) na indústria de ligeiramente superior à da economia em geral.1Em média, a
transformação e no setor de serviços (em %) produção econômica na indústria de transformação
aumentou 1,7% e na economia geral 1,4% (Prognos 2016). A
1970 1980 1990 2000 2010 2015 trajetória de crescimento na indústria manufatureira é muito
Trabalhadores: mais volátil. Em particular, a queda após a recessão e a
fabricante 35,8 31.2 28,3 19,6 17,4 17,5 recuperação subsequente foram acima da média na indústria
indústria de ing
manufatureira.
Trabalhadores:

Serviços 45,1 53,8 59,9 69,6 73,9 74,1

setor
4. Oportunidades e riscos da Indústria
GVA: manu
fabricação 36,5 31,0 29.2 23,0 22.2 22,6 4.0 na economia e na sociedade
indústria

GVA: serviços O debate da Indústria 4.0 atualmente não é apenas sobre a

48,3 56,6 61,0 68,0 69,1
setor
Fonte:Instituto Federal de Estatística 2016.
A indústria transformadora contribuiu com 36,7 por cento para o
valor acrescentado bruto (VAB) em 1970, em 2015 este valor era
de 22,6 por cento. O setor de serviços gerou cerca de 69 por
cento do valor acrescentado bruto em 2015. Com 48,3 por cento,
em 1970, a quota era apenas cerca de metade do valor
acrescentado bruto. A participação da força de trabalho na
indústria manufatureira encolheu da mesma forma: em 1970,
35,8% trabalhavam na indústria manufatureira; em 2015 este
valor era de 17,5 por cento. Em contraste, cerca de 74,1 por cento
da força de trabalho está empregada no setor de serviços hoje.
No entanto, a Alemanha ainda é um dos poucos países que
conseguiu manter sua participação da indústria manufatureira no
VAB nos últimos 20 anos.
Esses números ofuscam a notável importância da indústria
manufatureira para o desempenho econômico geral da
Alemanha. Eles ignoram o fato de que o crescimento dos serviços
fora da indústria manufatureira é meramente resultado de
atividades de terceirização empresarial. Em outras palavras, o
crescimento fora da indústria manufatureira muitas vezes não
pode ser entendido sem se referir às capacidades industriais. A
demanda por bens industriais se irradia para outros setores e
gera pedidos e empregos. Os serviços relacionados a negócios se
beneficiam mais fortemente desse desenvolvimento (Edler/
Eickelpasch 2013: 16).
69,0
questão da competitividade, mas também sobre a questão do
controle das consequências da digitalização para a economia e a
sociedade. Por essa razão, são delineados os quatro principais
campos econômicos, sociais e societários, nos quais o debate
alemão sobre a digitalização está cada vez mais focado: primeiro,
a questão do desenvolvimento da produtividade e da
competitividade; segundo; a questão do emprego; terceiro, a
questão da qualificação e, quarto, o complexo de big data e
segurança de dados.
Produtividade e competitividade
A transformação digital na indústria manufatureira talvez só
atinja seu auge em algumas décadas. Em geral, assume-se
que a digitalização gera diferenças setoriais específicas
(BITKOM/Fraunhofer IAO 2014). À luz dos potenciais acima
em diferentes setores, a maioria das previsões para a
Alemanha espera que os principais setores industriais
possam alcançar valor agregado adicional com a digitalização
acelerada de 1,5 a 2,2% ao ano até 2025 (BITKOM/Fraunhofer
IAO 2014). Aba. 2 mostra as diferentes taxas de expansão do
valor adicionado bruto em termos reais e percentuais. Como
exemplo, o resultado para a engenharia de máquinas seria
um valor agregado adicional de 32 bilhões de euros até 2025.

1. Nas exportações, a participação da indústria de transformação em 2000

A indústria transformadora nas exportações desempenha aqui um
papel particularmente importante. Embora a participação dos serviços
no volume total do comércio tenha aumentado tangivelmente nos
últimos anos, o comércio de bens ainda domina. No período de 1995 a
2014, a indústria de transformação em
foi de 86% e caiu para 79% em 2012. A participação da indústria de
transformação no total das importações foi de 76% ou 68% em 2000 e 2012,
respectivamente. Ainda maior é a participação da indústria manufatureira
nos gastos com pesquisa e desenvolvimento (P&D). Se forem considerados
os gastos internos e externos em P&D, o número chegou a 87% em 2013. Os
dados mais uma vez mostram a grande importância da especialização
intensiva em pesquisa da indústria alemã (Prognos 2016: 18).

3
 WOLFGANG SCHROEDER | ESTRATÉGIA DA INDÚSTRIA 4.0 DA ALEMANHA

Aba. 2: Aumento esperado no valor agregado ter um impacto semelhante no trabalho intelectual que a
bruto (VAB) de setores individuais da Indústria 4.0 máquina a vapor e a linha de produção tiveram no trabalho físico
(Ittermann/Niehaus 2015: 40 et seqq.).
Setor Aumento no bruto Aumento anual
valor adicionado em valor bruto
O pano de fundo do debate internacional é um estudo
em bilhões de euros, adicionado em %,

2013 a 2025 2013 a 2025
Indústria automobilística 14,8 1,5
máquina 23,0 2.2
Engenharia
Elétrico 12.1 2.2
equipamento
Químico 12,0 2.2
indústria
Fonte:BITKOM/Fraunhofer IAO 2014.
A maioria dos estudos, no entanto, espera efeitos positivos
que representem um valor agregado adicional para a
economia nacional de 20 a 30 bilhões de euros por ano da
maior digitalização na Alemanha (BMWi 2015a). Faz-se
referência ao fato de que a digitalização já permitiu uma
contribuição substancial para o aumento do valor agregado
na indústria manufatureira alemã nos últimos anos. Para o
período de 1998 a 2012, a contribuição de crescimento
gerada pela digitalização é de uma média de 0,4 por cento ao
ano (Prognos/vbw 2015). Isto corresponde a um terço do
aumento anual do valor acrescentado bruto na indústria
transformadora global.
Desenvolvimento do emprego
Os efeitos dos consideráveis potenciais de racionalização no
desenvolvimento do emprego estão a ser discutidos de forma
particularmente controversa. O foco não é apenas na dimensão
quantitativa, ou seja, a questão de quantos empregos serão
criados ou destruídos. Também está sendo discutido se haverá
uma maior polarização do mercado de trabalho, quão fortes
serão os deslocamentos entre empresas e setores e se isso
gerará rotatividade de empregos. Com referência ao setor
industrial, está sendo discutida a questão de saber se a queda do
emprego industrial vai continuar ou se é mais provável que o
emprego se estabilize? As medidas anteriores de inovação e
racionalização relacionavam-se maioritariamente com
colaboradores com qualificações baixas a médias e substituíam o
seu trabalho por máquinas. Está a tornar-se evidente que a
digitalização mais forte afetará praticamente todas as áreas de
qualificação. Alguns observadores, portanto, também esperam
que a digitalização
frequentemente citado conduzido por Frey e Osborne
em 2013. Os autores supõem que cerca de 47% de
todos os funcionários nos EUA trabalham em
profissões nas quais os empregos podem ser
perdidos devido à maior digitalização nos próximos
20 anos. anos.2Estudos da Alemanha também
concluem que a maior pressão para mudar e adaptar
se desenvolverá em grande parte do mercado de
trabalho. Ao aplicar a abordagem de Frey e Osborne à
Alemanha, pesquisadores do Mannheim Centre for
European Economic Research (ZEW) (Bonin et al.,
2015) chegaram à conclusão de que a probabilidade
de automação é de 42% ao aplicar diretamente o
estudo a Alemanha. Ao mudar o método para a
avaliação de atividades em vez de profissões, o
resultado é menos alarmante: cerca de 12% dos
empregos na Alemanha estão em risco. Quanto à
estrutura de risco, há diferenças por escolaridade e
renda. Funcionários com ensino fundamental e médio
têm um risco de automação de 80% na Alemanha;
para os doutores, o número é de apenas 18%.
Com a crescente digitalização, a procura de trabalhadores
aumenta no segmento de qualificação superior, por um lado, mas
cai no segmento de qualificação média, por outro. Para as
pessoas sem educação profissional, em particular, o subemprego
aumenta ainda mais. O medo de que quase não haja necessidade
de mão-de-obra industrial não qualificada, em particular, também
é compartilhado por outros estudos e observadores: aqui o
espectro de posições varia da suposição de que no futuro "não
haverá mais empregos para trabalhadores pouco qualificados na
indústria produção« (Ittermann/Niehaus 2015: 43) à possibilidade
de pessoas menos treinadas poderem realizar um trabalho
qualificado graças a inovações tecnológicas, como óculos de
dados e tablets. No relatório do grupo de pesquisa, no entanto,
essa área é vista com bastante ceticismo: »Supõe-se que a
redução do trabalho manual simples continuará. Isto dá origem
ao risco de exclusão de pelo menos uma parte da força de
trabalho (em particular os trabalhadores semiqualificados). este
2. Neste contexto, deve-se sempre considerar que os autores não tiveram como objetivo
determinar a perda quantitativa de empregos; eles não acreditam estar em condições de
fazê-lo, considerando o crescimento salarial imprevisível e as possíveis intervenções
políticas. Eles se concentram na probabilidade de automação.

4
 WOLFGANG SCHROEDER | ESTRATÉGIA DA INDÚSTRIA 4.0 DA ALEMANHA
não seria aceitável para os funcionários nem considerando o
objetivo social da integração social – e altamente disfuncional
para a implementação bem-sucedida da Indústria
4.0« (Forschungsunion/acatech 2013: 57).
Intimamente ligado ao pressuposto da polarização está o medo
de que a desvalorização do trabalho também possa atingir uma
nova qualidade. Isso significa, em particular, novas dimensões de
uma economia precária, por exemplo, na forma de crowd-
working baseado na Internet (Benner 2014). No entanto,
perspectivas divergentes são colocadas umas contra as outras
aqui. De forma alguma todos os especialistas chegam à
conclusão de que uma redução de empregos está nos planos. Por
exemplo, o Boston Consulting Group especula que o emprego
pode aumentar em 6% nos próximos 10 anos, o que será causado
pela crescente demanda por trabalhadores industriais altamente
qualificados em particular (BCG 2015: 8).
Qualificação
A Indústria 4.0 não significa o fim do trabalho industrial,
mas uma mudança para ele. A mudança tecnológica e os
novos requisitos para o conteúdo e processos de
trabalho, bem como as qualificações e competências
necessárias são os dois lados da moeda. Na Indústria 4.0
da Alemanha, prevalece, portanto, atualmente, um
pensamento comparativamente otimista, que enfatiza as
oportunidades positivas nas mudanças. Com a
digitalização, não só os processos laborais e de produção,
mas também os perfis de requisitos profissionais estão a
tornar-se mais exigentes, interligados e mais complexos.
Pensamento abstrato, gerenciamento de informações,
responsabilidade de processo, documentação e
habilidades de leitura estão se tornando mais
importantes. O trabalho de projeto, o trabalho em equipe
e os processos de trabalho compartilhados também se
tornarão mais importantes, o que significa que as
competências sociais estarão em maior demanda.
Em linha com essas mudanças, o treinamento adicional na
Indústria 4.0 tem um papel fundamental. O objetivo é, por um
lado, cumprir os requisitos no sentido da lógica da Indústria 4.0 e,
ao mesmo tempo, garantir e promover as oportunidades de
mercado de trabalho dos indivíduos afetados. Os sindicatos, em
particular, devem agir nesse sentido. O direito de co-
determinação alemão confere-lhes grande influência no que diz
respeito à formação e à formação contínua.
5
No geral, isso envolve a atualização de cursos de treinamento e
estudos, bem como a criação de requisitos para processos bem-
sucedidos de aprendizado ao longo da vida e treinamento
adicional para os funcionários. Neste sentido, deve ser referido
como exemplo o acordo de parceria social celebrado em abril de
2016 entre as associações patronais da indústria metalúrgica e a
IG Metall. Sob este acordo, as profissões de formação que estão
sendo criadas nesta área devem ser atualizadas conjuntamente
(Gesamtmetall et al. 2016).
Big data – segurança de dados
A segurança de dados é atualmente um tema quente na Alemanha. A
falta de segurança de dados não é considerada apenas um risco
individual, mas também um risco para as empresas. A espionagem de
fora ou de dentro é um assunto onipresente.
Em particular, as PMEs alemãs intensivas em
tecnologia estão muito preocupadas com o risco de
seus conhecimentos e informações, que demoraram
tanto para serem desenvolvidos, serem apropriados
indevidamente no contexto de estruturas de
cooperação digital-interconectadas. Os ataques
cibernéticos agora também são eventos públicos, o
que pode prejudicar as relações entre países
soberanos. Os receios sobre a integração em
estratégias de valor acrescentado industrializado,
interligado e digitalizado parecem ter aumentado
neste contexto. Como tal, existem obstáculos à
interligação de dispositivos e máquinas, bem como à
integração em redes externas. Embora esses desafios
tenham sido identificados há muito tempo, até agora
nenhuma solução de segurança convincente foi
encontrada. Em resposta a isso,
Empresas e autoridades podem otimizar processos com digitalização e
big data, mas também podem acessar e analisar dados pessoais em
uma escala sem precedentes. A ambivalência do big data no contexto
da Indústria 4.0 também está se tornando cada vez mais clara: as
novas possibilidades de transparência baseadas no digital podem, por
um lado, resultar em contextos de trabalho mais igualitários, mais
interessantes e mais exigentes. Por outro lado, eles permitem um
desempenho intensivo e realizam verificações, na pior das hipóteses,
até mesmo um monitoramento abrangente. Em resposta a isso, as
reformas das leis atuais de proteção de dados estão sendo exigidas,
 WOLFGANG SCHROEDER | ESTRATÉGIA DA INDÚSTRIA 4.0 DA ALEMANHA
para que os direitos dos particulares e os interesses das
empresas e autoridades possam ser mais equilibrados.3
Para tornar a digitalização um sucesso, é importante que as
competências jurídicas, tecnológicas e de negócios estejam
melhor interconectadas. Como tal, a estratégia da Indústria
4.0 levanta questões de responsabilidade inteiramente
novas. Se, por exemplo, algo der errado na produção, pode
ser mais difícil no futuro estabelecer quem na cadeia é o
responsável. O debate sobre as consequências da lei de
proteção de dados associadas à maior digitalização está
apenas no início.
V. Indústria 4.0: Ideia revolucionária –
implementação evolutiva
A estratégia de comunicação para promover a Indústria
4.0 progrediu bem na Alemanha até o momento. Por
outro lado, a prática real da Indústria 4.0 nas próprias
empresas ainda parece ser pouco desenvolvida. Por
exemplo, em 2015, a ›Comissão de Especialistas para
Pesquisa e Inovação‹ do governo federal alemão
escreveu: »A incerteza sobre o desenvolvimento de
padrões industriais está levando à hesitação sobre
investimentos em sistemas que podem ser incompatíveis
no futuro em empresas particular (Comissão de Peritos
para a Investigação e Inovação 2015: 31).
Se e em que grau as tecnologias da Indústria 4.0 serão
implantadas nas empresas, será guiado pela vontade de analisar
esse assunto e as possibilidades de implementação. Um fator
crucial para uma implementação (precoce) de novas tecnologias é
o tamanho da empresa. Grandes empresas produzem em
grandes volumes e operam uma estratégia de otimização
permanente de uma produção altamente automatizada. Nas
PMEs, por outro lado, as atividades não automatizadas na
produção são mais prevalentes. Além disso, os produtos são
vendidos principalmente em nichos de mercado e geralmente
possuem um alto grau de especialização (IW Institut der
deutschen Wirtschaft Köln Consult 2015; Expert Group 2014; GfK
EniGma/DZ Bank 2014; BMWi 2015a).
3. Em particular, a revisão dos princípios de proteção de dados, como a
aprovação, identificabilidade ou finalidade do tratamento de dados, bem
como a introdução de novos conceitos legais, como o direito ao
esquecimento, normas de produtos ou opções de sanções no caso de abuso
de dados estão sendo discutidos. A proteção legal dos denunciantes
também está sendo discutida.
6
Ao mesmo tempo, há uma grande discrepância dentro do
grupo de PMEs: por um lado, pioneiros individuais
podem ser encontrados na implementação de novas
tecnologias. Por outro lado, no entanto, há também uma
reserva global quanto ao planejamento e implementação.
Esta reserva está, no entanto, também enraizada na falta
de normas e padrões vinculativos, bem como de
requisitos claros por parte das grandes empresas. Soma-
se a isso a incerteza sobre a falta de segurança de dados
e problemas de compatibilidade com o software de
automação. Problemas de infraestrutura, por exemplo
devido à falta de facilidades de banda larga, também
contribuem para impedir uma aplicação mais ativa da
Indústria 4.0. Há também pouco capital de risco. Em
particular, empresas jovens que querem se destacar com
uma aplicação mais disruptiva na Indústria 4.
O caminho para o mundo da Indústria 4.0 já começou. No
entanto, não se pode esperar um uso rápido e global das
tecnologias 4.0. Atualmente, o objetivo da política industrial da
Alemanha é superar a falta de aceitação e estabelecer um cenário
global da Indústria 4.0. Só então os benefícios desejados no
sentido de estruturas interconectadas podem realmente ser
alcançados. Para avançar em direção a esse objetivo, são
necessários projetos de referência. Exemplos de boas práticas,
que mostram progressos na área de interconexão digital e
implementação de novas tecnologias, estão sendo »mapeados«
pelo Ministério da Economia (http://www.karten.bmwi.de/). Além
disso, algumas grandes empresas têm suas próprias fábricas de
pesquisa, como a TecFabrik da Daimler AG (Daimler 2015), onde
são testados novos sistemas de logística e produção. O processo
de transformação nas PMEs é fortemente apoiado por projetos
de pesquisa promovidos pelo Estado. Um exemplo aqui é a
Wittenstein AG, que é apoiada com financiamento federal e está
implementando elementos da Indústria 4.0 no projeto de
pesquisa CyProS (BDIa 2015), com foco na digitalização do
gerenciamento da cadeia de suprimentos, com base em modelos
VI. Iniciativas e players políticos:
orientando a estratégia da Indústria 4.0
Não existe um centro político estratégico na Alemanha que
desenvolva, amplie e dirija a digitalização e a Indústria 4.0. De
fato, existem várias iniciativas de negócios, política, stakeholders
e ciência atuando simultaneamente. Eles procedem parcialmente
separados e em competição uns com os outros, mas também de
maneira estreitamente interconectada
 WOLFGANG SCHROEDER | ESTRATÉGIA DA INDÚSTRIA 4.0 DA ALEMANHA

em subáreas. Muitas iniciativas são supervisionadas diretamente Aba. 3: Ministérios diretamente envolvidos nas políticas da
por políticos e pelo Estado ou são iniciadas ou até financiadas por Indústria 4.0
empresas individuais com recursos profundos. No entanto, a
relação entre Estado e stakeholders, que já era muito duradoura ministério Áreas

na antiga constelação da indústria corporativa alemã, também Ministério Federal da Apoio da indústria, sindicatos e

tem certo significado na indústria manufatureira. Isto aplica-se, Economia e Energia plataformas

em particular, à coordenação global das inovações, ao Ministério Federal da Apoio à pesquisa

estabelecimento de padrões e à criação das infraestruturas Educação e Pesquisa

estatais necessárias para isso. Isso é verdade especialmente Ministério Federal do Trabalho Emprego, qualificação
e Assuntos Sociais
quando se trata de criar as condições estruturais mais adequadas
para a infraestrutura (por exemplo, expansão da banda larga, Ministério Federal do Segurança de dados

Interior
padrões industriais), bem como incentivos financeiros (por
exemplo, impostos, investimentos) para a implementação da Ministério Federal dos Transportes Infraestrutura, fiação de banda
e Infraestrutura Digital larga
Indústria 4.0.
Ministério Federal da Justiça Proteção ao consumidor, segurança de

e Defesa do Consumidor dados

No início do debate em torno da estratégia da Indústria
4.0, a iniciativa foi fortemente com os atores individuais
do triângulo política, empresas e ciência, que
cooperavam livremente entre si. Ao longo do tempo, o
mais tardar na mobilização de recursos mais
abrangentes e na necessária legitimação, as associações
também foram incluídas. Não só as associações de
trabalhadores estavam envolvidas, mas também os
sindicatos. A inclusão comparativamente precoce de
associações também se deveu à experiência de que em
grandes projetos anteriores que tentaram prescindir
dessa inclusão, o fracasso logo se tornou aparente, pois a
resistência era muito forte e a legitimação muito fraca.
O papel dos ministérios e da administração
Os ministérios são importantes para aproximar os diversos
atores, equipar iniciativas com maior peso público e apoiá-las
financeiramente e, não menos importante, agregar e
impulsionar as metas da Indústria 4.0 com leis, normas e
arranjos internacionais. Vários ministérios estão direta e
intensamente envolvidos nestes processos da Indústria 4.0
(ver Tab. 4).
Fonte: própria compilação.
Apenas seis ministérios federais estão diretamente envolvidos no
assunto da Indústria: o Ministério Federal Alemão para Assuntos
Econômicos (BMWi), Ministério do Trabalho (BMAS), Ministério da
Pesquisa (BMBF) e Ministério dos Transportes (BMVI), bem como
em relação à segurança de dados o Ministério da do Interior
(BMI) e do Ministério da Justiça. Em 2010 o parlamento federal
estabeleceu uma comissão de inquérito Internet e Sociedade
Digital, que apresentou seus resultados em 2013. Com a Agenda
Digital 2014-2017, o governo federal desenvolveu um amplo
programa de trabalho, no qual os diversos ministérios discutem
pontos-chave de uma digitalização abrangente política em
coordenação com os partidos parlamentares e na inclusão das
empresas, da ciência e da sociedade civil. Outro importante ponto
de referência público é o ›National IT Summit‹, um congresso que
é organizado anualmente desde 2006 pelo Ministério Federal de
Assuntos Econômicos e visa desenvolver e apresentar conceitos
para fortalecer a Alemanha como um hub de TI (Albrecht 2016:
100 et seqq.). O trabalho na agenda digital é apoiado por um
grande número de plataformas e sindicatos, por exemplo, ›Digital
Workplace‹.

O Ministério do Trabalho

Considerando as consequências da Indústria 4.0 para a

quantidade e qualidade do emprego e qualificação, o Ministério
do Trabalho tem papel fundamental e coadjuvante. Para
desempenhar este papel, foi criada a plataforma ›Digital
Workplace‹, que tem uma configuração tripartida e

7
 WOLFGANG SCHROEDER | ESTRATÉGIA DA INDÚSTRIA 4.0 DA ALEMANHA
posiciona-se como parte da ›Agenda Digital‹ do governo
federal. É supervisionado pelo Ministro Federal do Trabalho e
pelo Presidente da IG Metall. Esta plataforma lida com
trabalho flexível em termos de localização e tempo, emprego
e educação superior, bem como padrões de proteção social.
Para permitir um maior envolvimento dos atores da política
trabalhista, o ministério iniciou um processo que começou
com um ›Livro Verde‹ em 2015 e terminará por enquanto em
2016 com um ›Livro Branco‹.
O Ministério da Pesquisa
Os principais impulsos para promover a Indústria 4.0 vieram
do Ministério Federal da Pesquisa a partir de 2009 e do
Ministério Federal da Economia a partir de 2014. Para ter
estruturas mais flexíveis fora dos ministérios, associações e
empresas, o Ministério Federal da Pesquisa estabeleceu em
2002 a Academia Nacional de Ciências e Engenharia
(acatech), onde os políticos podem buscar assessoria externa
em questões de política técnica, científica e tecnológica. O
financiamento foi garantido com apoio institucional da
federação e dos 16 estados da federação. Além disso e
intimamente ligado ao acatech, o Sindicato de Pesquisa em
Economia - Ciência (Forschungsunion Wirtschaft-
Wissenschaft) financiado pelo governo federal e pelos
estados, trabalhou entre 2006 e 2013 como mais um comitê
consultivo do governo federal para sua estratégia de alta
tecnologia. Esta estratégia foi adotada em 2006 e continuada
em 2010 como ›High-Tech Strategy 2020‹. A União de
Pesquisa direcionou suas áreas de trabalho para as áreas de
necessidades que o governo federal declarou no verão de
2010 em sua Estratégia de Alta Tecnologia 2020: clima/
energia, saúde/nutrição, mobilidade, segurança,
comunicação e condições de enquadramento social.
Para o trabalho de conteúdo dos projetos relacionados à Indústria 4.0,
várias iniciativas científicas também desempenham um papel
fundamental, como o Grupo de Munique4ou renomadas, grandes
instituições como a Fraunhofer Society, que estão envolvidas nesses
processos com suas competências de forma variada. Neste processo, o
Instituto Fraunhofer de Economia e Organização do Trabalho (IAO) é
de particular relevância, uma vez que a ›Production Work 4.0
Innovation Network‹ foi iniciada a partir daí em 2013, com a qual
empresas industriais e parceiros de pesquisa trabalham em conjunto
nas respostas
4. No Grupo de Munique, especialistas em informação e comunicação de
1974 se reuniram para discutir questões de tecnologias de informação e
comunicação (www.muenchner-kreis.de).
8
e soluções para o futuro do trabalho de produção na Alemanha.
Os atores da acatech, da Research Union e não menos
importante da Fraunhofer Society são as forças motrizes para dar
estímulos cruciais às campanhas da Indústria 4.0.
O Ministério da Economia
O início do apoio à política industrial para a Indústria 4.0 foi
anunciado originalmente na feira de Hannover 2013. No
outono de 2015 esta iniciativa foi então transferida para uma
nova plataforma da Indústria 4.0, apoiada conjuntamente
pelos ministérios da Economia e da Investigação. A IG Metall
agora também está envolvida nesta plataforma, além das
associações empresariais sob a liderança do Ministério da
Economia. A principal tarefa da plataforma é acelerar a
implantação da lógica da Indústria 4.0 na economia alemã e
criar uma estrutura adequada. A implementação em si deve
ocorrer fora da plataforma e seguir uma lógica competitiva
(BMWi 2015b: 11). Cinco grupos de trabalho tratam dos focos
de conteúdo da plataforma:
„ Soluções de modelo e
„ padronização Pesquisa e inovação
„ Segurança dos sistemas integrados
„ Condições do quadro legal
„Trabalho, formação e educação continuada
Empresas e associações da plataforma estão envolvidas em
várias iniciativas para acelerar a padronização e transferência
de práticas na Indústria 4.0. Ao mesmo tempo, foi
estabelecida em 2016 uma cooperação com o ›US Industrial
Internet Consortium‹ para garantir uma futura
interoperabilidade dos sistemas e a padronização associada.
A plataforma Industry 4.0, que foi criada em 2015, já é mais bem-
sucedida do que sua antecessora, pois pode mostrar sucessos
importantes na área de padronização em particular. Os atores
envolvidos parecem estar cientes de que a principal tarefa é
reduzir os obstáculos de entrada para empresas de médio e
pequeno porte, a fim de facilitar a entrada na Indústria 4.0, por
exemplo, permitindo que as PMEs testem tecnologias mais
recentes. O modelo de referência RAMI 4.0 (Reference
Architecture Model Industry 4.0) foi desenvolvido a partir da
plataforma. Ele combina os principais elementos tecnológicos da
Indústria 4.0 e oferece às empresas de vários setores uma
orientação padronizada. A plataforma também apoia as
empresas com um mapa online que mostra em 250 exemplos de
aplicação onde a Indústria
 WOLFGANG SCHROEDER | ESTRATÉGIA DA INDÚSTRIA 4.0 DA ALEMANHA
4.0 já está acontecendo hoje na Alemanha. Uma biblioteca
online oferece uma entrada simples e sistemática para o
assunto da Indústria 4.0 usando diretrizes práticas,
publicações e estudos (BMWi 2016).
A Aliança para a Indústria de Manufatura
As plataformas, diálogos e iniciativas mencionadas acima
processam o assunto da Indústria 4.0 em termos de conteúdo.
No entanto, até 2015, não havia um quadro de mobilização
política profunda para promover a aceitação dos processos de
modernização industrial na sociedade. Nesse sentido, em
25.11.2014, a IG Metall, o BDI e o Ministro Federal da Economia
Sigmar Gabriel tomaram a iniciativa de preparar o
estabelecimento de uma aliança ›Futuro da Indústria de
Transformação‹. Em 3.3.2015, uma aliança foi estabelecida em
Berlim, atualmente composta por um total de 17 parceiros.5O
órgão coordenador da aliança é o Ministério da Economia. A
aliança visa melhorar as condições que podem influenciar a
competitividade industrial da Alemanha. Em 13 de outubro de
2015, as seguintes submetas para a aliança foram estabelecidas
em uma declaração »Por uma política da indústria de manufatura
contemporânea e sustentável na Alemanha«: aumentar a
aceitação da indústria, garantir a competitividade por meio de
investimento e inovação, livre comércio e livre concorrência,
entender a digitalização como uma oportunidade, fortalecer a
política industrial também na UE, ganhar especialistas também
através da imigração.
A aliança reúne as competências da política industrial e
facilita os processos de alinhamento e coordenação. O
arranjo tripartido entre Estado, associações patronais e
sindicatos amplia a base de legitimação. O »Design of the
Future« no contexto da digitalização e da Indústria 4.0
torna-se assim um projeto comum em que os sindicatos e
as associações de empregadores aplicam as suas
competências e interesses relevantes. Aqui, aplica-se o
princípio de que a aliança
5. Além dos três participantes declarados no texto, a aliança Future of
the Manufacturing Industry consiste nas seguintes associações
empresariais: German Chemical Industry Association (VCI), German
Association of the Automotive Industry (VDA), Mechanical Engineering
Industry Association ( VDMA), Associação Central da Indústria Elétrica e
Eletrônica (ZVEI), Associação Principal da Indústria da Construção
Alemã (HDB), Associação Alemã de Empregadores (BDA), Metalúrgicos,
Federação Alemã de Associação de Empregadores Químicos (BAVC),
Federação Alemã de Aço (WV Steel), Associação das Câmaras Alemãs
de Indústria e Comércio (DIHK). Os sindicatos envolvidos são a
Confederação dos Sindicatos Alemães (DGB), o Sindicato das
Indústrias de Mineração, Química e Energia (IG BCE), a Construção,
Agricultura,
9
ners se concentram naqueles assuntos cujos conteúdos
correspondem e onde não há demanda excessiva mútua.
A alocação atua em quatro níveis:
„No primeiro nível, destaca-se o Grupo de Alto Nível,
que inclui, além do Ministro da Economia, os
presidentes ou presidentes das associações patronais
e sindicais, que definem os rumos da aliança.
„O segundo nível é o chamado ›grupo Sherpa‹ que
prepara as decisões do Grupo de Alto Nível.
„No terceiro nível, são instalados cinco grupos de trabalho que
fornecem a expertise relevante e a contribuição política (ver
também o anexo).
„No quarto nível da aliança está a ›Network Future of the
Manufacturing Industry‹, que foi estabelecida como uma
associação independente. A maioria dos membros da
aliança são combinados nele. Com essa construção,
destaca-se que esta iniciativa visa atuar de forma
independente das tendências políticas da composição do
governo e mantém uma linha direta com as associações e
iniciativas sociais. Além dessa independência, a
associação se considera uma administradora original das
ideias da aliança e de seu parceiro de cooperação. A
presidência e gestão da rede são exercidas por
representantes de associações de classe e por sindicatos
em igualdade de condições.
Posições de política industrial
dos jogadores alemães
No contexto dos cenários da Indústria 4.0, surgem consideráveis
opções de design para os atores envolvidos. O Ministério da
Economia visa implementar e legitimar a agenda de política
econômica e tecnológica do governo. Os empregadores
trabalham para um design orientado para a flexibilidade, as
associações de empregadores estão interessadas na aceitação,
subsidiárias e uma infraestrutura melhorada, os sindicatos
querem promover a segurança dos empregadores e ter uma
influência positiva nas condições de trabalho e na co-
determinação. Nesse processo, os sindicatos precisam evitar ser
meramente instrumentalizados como geradores de aceitação
para os interesses empresariais sem ancorar questões próprias.
Como tal, todas as partes envolvidas devem navegar na corda
bamba que se desenrola entre a luta de seus próprios interesses
e uma atuação pragmática em direção a metas conjuntas.
 WOLFGANG SCHROEDER | ESTRATÉGIA DA INDÚSTRIA 4.0 DA ALEMANHA
Governo
Como o acordo de coalizão de 2013 foi adotado em um
momento em que o tema da Indústria 4.0 mal era localizado
no debate público, as posições no acordo de coalizão são
mais fracas do que a prática do governo posterior. O acordo
de coalizão tem como foco a melhoria da infraestrutura
digital e quer promover a expansão da banda larga para esse
fim (2013). Além disso, a internet aberta e gratuita com base
no WIFI e na neutralidade da rede é considerada uma base
fundamental para uma maior digitalização da economia
alemã. No que respeita aos efeitos no mercado de trabalho,
por um lado, é tido em conta o processo de transição, que
coincide com uma digitalização crescente. Por outro lado, as
competências localizadas antes da vida profissional são
consideradas no contexto escolar. As oportunidades são
vistas em formas mais flexíveis de organização do trabalho
(por exemplo, Teletrabalho), que facilitam o equilíbrio entre
vida familiar e trabalho. Para fazer face aos riscos de
deslimitação associados, será necessário reforçar o direito à
indisponibilidade. Isso requer o aumento das competências
de mídia e informação que precisarão ser complementadas
com qualificação digital e ferramentas de treinamento
adicional.
Para garantir a capacidade de inovar, dois focos podem ser
identificados. Por um lado, destaca-se a expansão das atividades
de pesquisa em contexto nacional e internacional. Por outro lado,
é dada grande importância à transferência de conhecimento, por
exemplo, com centros de excelência, regiões modelo, projetos
piloto e sindicais e clusters de topo. Para a implementação bem
sucedida das tecnologias da Indústria 4.0, é necessária a
unificação na área da normalização, interoperabilidade e
certificação, que deverá ser suportada por um maior trabalho de
consultoria e pela redução da burocracia. O capital de risco, o
financiamento do KfW e a expansão dos instrumentos de apoio
visam aumentar o potencial de inovação, que não existe apenas
nas start-ups.
Os interesses das associações patronais alemãs
A Federação das Indústrias Alemãs (BDI 2015b) concentra-se,
em particular, na concepção da infraestrutura e nas
condições de enquadramento da política económica. Um dos
focos é a expansão da infraestrutura digital (expansão de
banda larga e Dividendo Digital II), a fim de dominar os
crescentes volumes de dados. Um segundo foco é nas
condições-quadro supranacionais, em particular europeias.
10
Isso envolve a implementação do regulamento de proteção de
dados da UE que entrou em vigor em 2016. Os serviços em
nuvem, a proteção contra ataques cibernéticos e seu combate,
bem como a proibição da espionagem econômica, desempenham
um papel importante. Um terceiro foco inclui a promoção
específica das atividades de estabelecimento da empresa (por
exemplo, disponibilização de capital de risco, financiamento via
crowd function, reforço do financiamento nas fases de
estabelecimento e crescimento da empresa), bem como uma
política de redução de impostos para promover a investigação e
uma concorrência os mercados digitais. Um foco abrangente e
quarto é a promoção da inovação direcionada, que permite que
as empresas alemãs se tornem líderes em tecnologia neste setor.
A Associação Alemã de Empregadores (BDA 2015) pretende usar
o debate da Indústria 4.0 para uma reformulação dos mercados
de trabalho em conformidade com a empresa. Nesta perspectiva,
a digitalização deve ser acompanhada pela desregulamentação e
flexibilização das normas estabelecidas, tanto em matéria de
remuneração como de horário de trabalho. O objetivo deve ser
passar de um máximo diário de horas de trabalho para um
máximo semanal de horas de trabalho. Para alcançar um maior
dinamismo económico, os contratos de serviço, o emprego
temporário e as relações de trabalho a termo devem ter maior
importância. Além disso, as regulamentações resultantes da co-
determinação têm um efeito limitador na tomada de decisões e
nos processos de implementação mais rápidos. O BDA centra-se
na área da educação e qualificação. Para garantir o potencial
especializado necessário, o fortalecimento da educação MINT e o
ensino de competências digitais na escola são necessários. A
formação contínua é vista como a bala de prata, que pode ser
promovida com uma formação contínua relacionada com o local
de trabalho ou uma organização do trabalho que promova a
aprendizagem.
Os interesses dos sindicatos
Os sindicatos da DGB (DGB 2015) insistem que o envolvimento e o
apoio da força de trabalho são a base para uma estratégia bem-
sucedida da Indústria 4.0. As questões de qualificação e formação
contínua são centrais: uma organização de trabalho correspondente é
a base de uma cultura de educação ao longo da vida, que é
assegurada por uma estratégia de qualificação orientada para o futuro
a nível da empresa, a criação de estruturas transparentes ou o apoio
financeiro à força de trabalho, bem como as leis de educação
adicional. Isto é particularmente importante no contexto do declínio
de empregos para trabalhadores não qualificados e semiqualificados.
À medida que novas formas de trabalho, como
 WOLFGANG SCHROEDER | ESTRATÉGIA DA INDÚSTRIA 4.0 DA ALEMANHA
crowd-working estão surgindo, uma adequação aos
conceitos de empregado e de negócios, bem como uma
ampliação do direito à co-determinação deve ser realizada.
Além disso, será essencial proteger novas formas de
trabalho, expandindo a proteção do seguro social a todas as
formas de emprego remunerado. Aspectos da lei de proteção
de dados no sentido de proteção abrangente de dados de
funcionários precisam ser estabelecidos. Para que a
estratégia »Good Work« tenha futuro dentro da Indústria 4.0,
será necessário aumentar o financiamento da pesquisa,
entre outras coisas para programas de pesquisa de trabalho,
o que aconteceu no âmbito do acordo de coalizão de 2013.
Partido Social Democrata (SPD)
Em 2015, o SPD destacou três áreas de atuação, que
considera particularmente importantes no contexto do
debate da Indústria 4.0. Estas são a consideração do homem
numa sociedade cada vez mais digital, as condições das
capacidades de inovação económica e social e as condições
de enquadramento para o sucesso da Indústria 4.0.
No primeiro ponto, o partido pretende conceber as condições de
trabalho alteradas no quadro de uma co-determinação mais forte
dos trabalhadores. Novas formas de trabalho (por exemplo,
financiamento coletivo) estão tornando necessários novos
padrões, que vão desde o horário de trabalho até a expansão do
apoio oferecido às crianças até o ajuste da proteção ao emprego.
Os requisitos para uma estratégia bem-sucedida da Indústria 4.0
são estabelecidos no sistema educacional. O conteúdo de
aprendizagem precisa atender às necessárias »competências
digitais«. A integração mais forte da formação profissional e
académica, bem como dos programas de estudos ocupacionais,
deverá mobilizar um potencial educativo adicional. Além disso, a
garantia de jovens matemáticos e cientistas no futuro e a redução
da taxa de desistência são consideradas suficientemente.
A inovação orientada baseia-se na promoção de PME de investigação
intensiva. Ao expandir os clusters de inovação, continuando a
chamada iniciativa de excelência nas universidades alemãs, bem como
nos centros de excelência e plataformas de conhecimento, as
condições estruturais para inovações devem ser melhoradas. Dado
que existe um grande potencial de inovação tanto das PME existentes
como das start-ups, as suas condições de enquadramento (ou seja,
através de redes com empresas estabelecidas, fornecimento de capital
de risco,
11
expansão de incubadoras e centros fundadores) devem ser
promovidos.
Para a implementação de novas tecnologias, o terceiro
ponto refere-se ao desenho das condições-quadro. Isso
inclui a expansão da infraestrutura digital. Além disso, é
necessário garantir a neutralidade da rede e a segurança
dos dados em geral. A implementação de novas
tecnologias no contexto empresarial exige tanto normas
como normas cuja implementação deve ser assegurada a
nível nacional ou internacional.
VII. Conclusão
O desempenho da economia alemã baseia-se principalmente na
especialização setorial das indústrias de pesquisa intensiva. Isso é
acompanhado por um entrelaçamento »corporativo« de
negócios, ciência e controle parcial do Estado, bem como uma
organização do mercado de trabalho flexível e robusta, que se
concentra em especialistas qualificados. Atualmente, existem
fortes indícios de que essa forte posição da indústria
manufatureira alemã não pode simplesmente continuar. Os
problemas estruturais de investimento e inovação são evidentes.
Novas iniciativas precisam ser tomadas para abrir oportunidades
de crescimento adicionais. A Indústria 4.0 é entendida como um
projeto nesse sentido para estabelecer novos padrões e alcançar
a liderança de mercado em elementos-chave da produção
digitalizada.
Para posicionar a Indústria 4.0 como base para um novo
ciclo de crescimento, várias iniciativas e estratégias foram
perseguidas desde a virada do milênio. Uma estratégia
abrangente de interconexão entre a indústria tradicional
e as estruturas digitalizadas está se desenvolvendo
gradualmente na Alemanha. Nesse processo, iniciativas
que visam alcançar saltos de racionalização a partir de
uma integração abrangente de partes individuais da
cadeia de valor agregado não são novidade na Alemanha.
Como o sucesso econômico não se concretizou tão
rapidamente quanto se esperava e os grupos de TI dos
EUA e da Ásia continuam a dominar o mercado, ocorreu
uma certa dependência tecnológica da indústria
manufatureira da Alemanha em relação aos grupos de
tecnologia dos EUA e da Ásia. Com uma cooperação
internacional mais forte, como com o ›Industrial Internet
Consortium‹,
 WOLFGANG SCHROEDER | ESTRATÉGIA DA INDÚSTRIA 4.0 DA ALEMANHA

A Indústria 4.0 está inserida nas estruturas de controle

cooperativo do capitalismo alemão, que vai desde o nível
empresarial até o nível regional e federal. Nesse processo, a
estratégia comunicativa e a integração das associações e da
ciência permitiram gerar considerável atenção. Ao incluir os
sindicatos também é possível romper o tão criticado
estreitamento tecnológico e também entender a Indústria 4.0
como um projeto de inovação social e política social. O quão
necessário isso se torna evidente não apenas pelo fato de que
cortes de empregos, desqualificações e novas necessidades de
qualificação em larga escala estão prestes a ocorrer, mas
também que novas formas de atendimento e controle de
comportamento e polarização social devem ser levadas a sério
como riscos . O campo de desenvolvimentos potenciais varia
desde a perda abrangente de empregos simples impulsionada
pela automação até atualizações de qualificação até novas formas
de trabalho digital em plataformas e nuvens. A Indústria 4.0 é, no
entanto, uma oportunidade para o modelo alemão, apesar de
todos os problemas. A chave para o sucesso da Indústria 4.0
provavelmente estará com as grandes empresas estabelecendo
os padrões pelos quais as PMEs são guiadas. Uma interligação
mais intensa com os concorrentes internacionais é também
necessária não só a nível europeu.

Deve-se notar para a perspectiva internacional que a

abordagem alemã é incremental e evolutiva, também para a
Indústria 4.0. Por outro lado, de uma visão schumpeter da
destruição criativa da digitalização – em particular na visão
dos EUA – a estratégia também é vista como mudanças
“disruptivas”. Para que a rota evolutiva alemã seja um
sucesso, é preciso invalidar o preconceito de que a
digitalização muda tudo e que vem com grande incerteza e
falta de planejamento. O caminho percorrido está de acordo
com a tradição da política corporativa alemã de coordenação
entre estados e associações. Desta vez, envolve uma estreita
interconexão de negócios, economia, mercado de trabalho,
pesquisa, assuntos jurídicos e sociais e áreas políticas. À luz
da força explosiva social inerente à lógica da Indústria 4.0,
esta abordagem ampla deverá evitar um estreitamento
tecnológico e económico individual da política de
digitalização. O objetivo é uma política tecnologicamente e
economicamente bem-sucedida que tenha consequências
positivas e sócio-integrativas para a sociedade em geral.

12
 WOLFGANG SCHROEDER | ESTRATÉGIA DA INDÚSTRIA 4.0 DA ALEMANHA

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 WOLFGANG SCHROEDER | ESTRATÉGIA DA INDÚSTRIA 4.0 DA ALEMANHA

Anexo

Na Tab. 4 são apresentados sistematicamente os objetivos centrais dos

grupos de trabalho individuais e suas lideranças associativas.

Aba. 4: Grupos de trabalho da aliança Future of the Industry

Grupo de trabalho Objetivos do grupo de trabalho gestão do grupo de trabalho

AG 1: Aceitação – „Déficits
de aceitação gerais e específicos da indústria „Associação Alemã da
indústria atrativa da indústria manufatureira, tecnologia, Indústria Química (VCI)

„inovações e infraestrutura relacionada à indústria, „Sindicato das Indústrias de Mineração,

Química e Energia (IG BCE)
„Estratégias de comunicação: Riqueza e indústria
manufatureira, globalização e livre comércio, competência
em soluções industriais para desafios globais,

„Fortalecer os diálogos com os cidadãos sobre infraestrutura

relacionada ao setor e modelos de equilíbrio de interesses

AG 2: Investimento Pesado „Fatores determinantes de investimentos por tamanho de negócios „Associação da Indústria de
indústrias (referindo-se ao comitê de especialistas BMWi Fortalecimento do Engenharia Mecânica (VDMA)
investimento na Alemanha),
„Sindicato da Construção, Agricultura,
„Levantamento e quantificação das necessidades de investimento Meio Ambiente (IG BAU)
privado; obstáculos à atualização do estoque de capital, condições de
enquadramento da política econômica para investimentos privados.

„Investimentos estatais em infraestruturas (melhoria

das infraestruturas de transporte, energia e rede de
comunicações, integração de capital privado e
educação/formação contínua)

AG 3: Futuro do trabalho na „Novos requisitos de qualificação para educação e „Associações de Empregadores Alemães
indústria manufatureira/serviços formação contínua (BDA)
relacionados à indústria
„Novas formas de trabalho „Confederação Sindical Alemã (DGB)

„Especialistas em segurança

AG 4: Valor agregado „Digitalização e interligação de estruturas industriais „Associação Alemã de Fabricantes

estruturas do futuro de Eletroeletrônicos

„Indústriatendo em conta as iniciativas do IT Summit, „Sindicato da Indústria Metalúrgica (IG

Industry Platform, Platform Innovative Digitalisation of Metall)
the Economy e outras iniciativas

„Novas formas de organização das empresas de

médio e grande porte, cultura de inovação, provisão
de risco e capital de investimento

AG 5: Internacional „Omodelo alemão: economia aberta e indústria „A Federação das Indústrias

competitividade do manufatureira competitiva Alemãs (BDI)
fabricação alemã
„Fatoresdeterminantes são, entre outros: pesquisa, „Sindicato da Indústria Metalúrgica
indústria
inovação e qualidade (IG Metall)

Fonte:Futuro da Rede da Indústria Transformadora (nd); própria apresentação.

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Sobre o autor Imprimir

Prof. Dr. Wolfgang Schroederé professor do sistema político da Friedrich-Ebert-Stiftung Londres | Rua Charlotte, 44 |
Alemanha na Universidade de Kassel. De 2009 a 2014 foi Londres W1T 2NR | Reino Unido
Secretário de Estado do Ministério do Trabalho em
Brandemburgo. Ele também é pesquisador do Centro de Ciências Tel.: +44 (0)207 612 1900
Sociais de Berlim (WZB). www.feslondon.org.uk

Esta publicação é a tradução em inglês da versão curta original Contato:

alemã »Die deutsche Industrie 4.0 Strategie: Rheinischer
Kapitalismus im Zeitalter der Digitalisierung«.
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