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GEOGRAFIA COMO CIÊNCIA 7ª

TEMA 1: GEOGRAFIA COMO CIÊNCIA

1.1. Objecto de estudo da Geografia


1.2. As paisagens terrestres
1.3. Divisão da Geografia
1.4. Ciências auxiliar da Geografia
1.5. Revisão/exercícios
1.1. Objecto de estudo da geografia

A palavra Geografia é de origem Grega que etimologicamente significa


“Descrição da terra” (Geo = Terra + Grafia = descrição, estudo).

Há seculos, a geografia não era mais do que uma simples descrição dos
lugares, paisagem e espaços, sem se preocupar as suas explicar as
características e inter-relação. Hoje, a geografia não descreve somente os
lugares observados, mas também analisa, interpreta e explica as relações que
existem entre os componentes do espaço ou da natura (as terras, as águas, o
ar, as plantas, os animas e os humanos. Por isso, considera-se como uma
ciência muito importante, porque permite ao homem compreender melhor o
planeta em que vive.

A Geografia: é a ciência que estuda a envoltura geográfica, sua relação e


desenvolvimento, bem como as actividades dos seres humanos à superfície do
globo.

Envoltura geográfica: constituem as esferas geográficas que envolvem o planeta


terra (Atmosfera, hidrosfera, Litosfera e Biosfera).

1.2. As paisagens terrestres

Paisagem é todo e qualquer área geográfica que sofreu alterações ou não e


apresenta características diferentes. Lembre-se que o objecto de estudo da
geografia constitui as paisagens terrestres, as suas componentes (terra, água,
ar, plantas, animais e seres humanos) e a relação entre eles.

A paisagem terrestre pode ser divida em:


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 Paisagem natural: aquela que não sofreu nenhuma alteração antrópica,


ou seja, aquela que não foi modificada pelo homem (montanha, rios,
mares etc.);
 Paisagem humana ou construída: aquela que em maior ou menor
escala, foi alterada pelo homem.

Sempre que o homem efectuar uma alteração sobre o meio, ou seja, construir
estradas, cidades, fábricas, campos de cultivo etc. estamos perante uma
paisagem humana ou construída.

1.3. Divisão da geografia

Sabe-se que a geografia dedica-se ao estudo das paisagens terrestres que não
são somente produto da natureza, pois, o homem também desempenha um
grande papel na transformação da paisagem. Facto que vai determinar os
campos de acção da geografia. Diante desta complexidade os cientistas
acharam conveniente dividi-la em dois em dois ramos:

 Geografia física: estuda os aspectos físicos da paisagem (relevo, o


clima, a vegetação natural, os rios e oceanos etc.
 Geografia económica ou humana: estuda os aspectos humanos na
paisagem como crescimento e distribuição da população, agricultura,
industrias, as cidades etc.

Apesar de terem campos de abordagem diferentes, mas existe uma relação


unidirecional e de interferência, ou seja, não se pode fazer geografia humana
sem recorrer a geografia física. O inverso não é causal, podemos abordar e
analisar os aspectos físicos ou naturais sem recorrer a geografia humana, mas
sabe-se que o homem é o grande transformador da natureza.

Iº Exemplo: O homem para desenvolver as suas actividades económicas e de


sobrevivência depende das condições naturais como clima, solo, rios etc.;

IIº Exemplo: os elementos da componente natural como o clima, o solo, rios


etc. independentemente da existência humana eles sempre poderão existir e
funcionar apesar da acção antrópica interferir no seu equilíbrio natural.
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1.4. Ciências auxiliares da Geografia

Toda ciência necessita subsídios de outras ciências para uma abordagem


profunda dos fenómenos estudados. No entanto a geografia não esta isolada
desta situação, tanto física como humana precisam de fundamentos de outras
áreas do saber. Assim a geografia tem as seguintes ciências auxiliares:

Ramos da geografia
Geografia física Geografia humana
Ecologia Demografia
Cartografia Sociologia
Climatologia Antropologia
Meteorologia Economia
Geomorfologia História
Geologia
Biologia

1.5. Revisão/exercício

TEMA 2: A ORIENTAÇÃO E REPRESENTAÇÃO GEOGRÁFICA

2.1. Orientação: diferentes formas

2.2. Orientação

2.3. Formas de representação geográficas

2.3.1. Mapas geográficos

2.3.1. Globo terrestre

2.3.3. Atlas geográfico

2.4. Projecções cartográficas

2.5. Revisão/exercício

2.1. Orientação: diferentes formas


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O termo orientação deriva da palavra ORIENTE. Durante a época dos


descobrimentos foi este o rumo desejado pelos Portugueses que procuravam
chegar à Índia, por essa razão procuravam orientar-se.

Entende-se por ORIENTAÇÃO não só a determinação do oriente, mas de


todos os pontos cardeais e colaterais no horizonte ou sobre uma carta (mapa).

Pontos cardeais:

 N: norte (Setentrião, setentrional);


 S: Sul (Meridião, meridional);
 E: Este (Leste, Oriente, Oriental);
 O: Oeste (Ocidente, Ocidental).

Pontos colaterais:

 NE: Nordeste;
 NO: Noroeste;
 SE: Sudeste;
 SO: Sudoeste;

O conjunto formado pelos pontos cardeais e colaterais chama-se ROSA-DOS-


VENTOS

Norte (N)
Noroeste (NO) Nordeste (NE)

Oeste (O) Este (E)

Sudoeste (SO)
Sudeste (SE)
Sul (S)

Que processo podemos utilizar para nos orientarmos?

Existem várias formas de nos orientarmos, em primeira instância é necessário


saber determinar no horizonte os pontos cardeais, e com ajuda de uma
Bússola, Estrela Polar e Cruzeiro do Sul podemos nos orientar, ou até
mesmo com o movimento aparente do sol.
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a) Orientação pelo sol

No seu movimento diurno aparente, o sol seque sempre uma determinada


trajectória. Nasce a ESTE (nascente ou oriente) e põe-se s OESTE (poente ou
ocidente). Ao meio-dia o Sol aponta o ponto cardeal Sul.

b) Orientação pela Estrela polar

A estrela polar é uma estrela que se encontra no prolongamento do eixo da


terra, sobre o pólo Norte. Por essa razão, indica o ponto cardeal Norte a todos
os habitantes do hemisfério norte. Esta estrela faz parte de uma constelação
designada URSA MENOR.

2.3. Formas de representação geográficas

2.3.1. Mapa geográfico

Os povos primitivos, nas suas actividades de caça ou guerreiras,


movimentavam-se constantemente de um lugar para outro. Como resultado
das suas experiências adquiridas nas suas movimentações, começaram a
identificar direcções e distância, transmitindo uns aos outros os
conhecimentos do terreno. Quando necessário desenhavam de forma
rudimentar, sobre terra, os elementos mais significativos dos seus itinerários.
Foi assim que surgiram os mapas (representação gráfica plana de toda ou
parte da superfície da terra).

Os mapas podem ser classificados em função dos seus objectivos ou objectos


(conteúdo) que representa. Entre os mais conhecidos pode-se destacar os
seguintes:

1. Mapas físicos: representa os aspectos naturais da superfície da terra


da forma mais exacta possível como por exemplo: o relevo, hidrografia
(rio e lagos) e a vegetação etc;
2. Mapas políticos: representa as fronteiras dos países e as respectivas
capitais. Este mapa muitas vezes inclui outras cidades importantes;
3. Mapas topográficos: representa uma porção de terreno tal como ela é,
incluindo todos objectos fixos existentes nessa superfície. Assim o mapa
topográfico representa não só o relevo, os cursos de água, mas também
os caminhos, as povoações e a vegetação;
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4. Mapas hipsométricos: representam o relevo através da cor. Para cada


classe de valores de altitude atribui-se uma cor, que deve ser tanto mais
escura quanto maior for a altitude;
5. Mapas temáticos: representa um único tema, entre várias possíveis,
numa determinada área como por exemplo: recursos minerais,
vegetação, climas, distribuição da população, concentração industrial;
6. Mapa-mundo: representa toda a superfície da terra, com separação dos
dois hemisférios distintos representados por círculos;

Todos os mapas devem possuir quatro elementos fundamentais:

1. Título: indica o tema representado no mapa e devem responder três


questões fundamentais: o quê? (o que representa o mapa); onde? (a
região representada no mapa); quando? (a data do tema representado
no mapa).
2. Legenda: é constituída por um conjunto de símbolos, cores ou
convenções com os respectivos significados. A legenda tem por
objectivo ensinar a ler o mapa.
3. Orientação: é constituída pelos pontos cardeais ou colaterais do local
onde o mapa representa.
4. Escala: é uma porção entre distâncias do mapa e as distâncias na
realidade. Assim a escala indica-nos o número de vezes que o mapa foi
reduzido em relação à superfície representada.

Existem dois tipos de escala:

Escala Gráfica: trata-se da representação gráfica da escala numérica. São


compostas por um segmento de rectas de comprimento variável e que é
normalmente dividido em espaços de um centímetro.

Escala Numérica: a escala numérica permite calcular como precisão a


distâncias entre os objectos representados no mapa, bem como quantas vezes
o mapa foi reduzido, ou seja, as distâncias reais e representadas no mapa.
Dessa forma, com ajuda da escala, pode-se determinar:
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 A distância entre dois lugares, sabendo a distância a que estão


representadas no mapa (cálculo de distâncias reais);
 A distância no mapa, sabendo a respectiva distância real (cálculo de
distâncias no mapa).

d
Formula: E=
D

 E= Escala
 d= distâncias gráficas (medidas no mapa ou desenho);
 D = distância real

2.3.1. Exercícios de escala

1) Num mapa com escala de 1/600 000, dois lugares distam um ao outro
30 cm. Calcule a distância real entre esses dois lugares.
a) Transforme a respectiva escala numérica em gráfica
2) Num mapa com escala de 1/10 000 000, Calueque dista de Xangongo à
100 km. Calcule a distância no mapa destes dois lugares.
a) Transforme a respectiva escala numérica em gráfica
3) Uma ponte com 3,2 km de comprimento está representada num mapa
com a escala de 1/10 000. Calcula o comprimento dessa ponte no
referido mapa
a) Transforme a respectiva escala numérica em gráfica
4) Ao observar um mapa, verificou-se que a escala estava ilegível. No
entanto, sabe-se que a distância real entre dois pontos nele assinalado é
de 15 km e que, nesse mapa, os referidos pontos distam um do outro 60
cm. Calcule a escala do referido mapa.
a) Transforme a respectiva escala numérica em gráfica

2.3.2. O globo terrestre

O globo terrestre é a representação mais fiel da terra. Tendo em conta as suas


características, constituem um meio cartográfico de muita importância na
aprendizagem geográfica.
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Os globos permitem obter uma ideia exacta da forma da terra, neles, as


superfícies emersas (Continentes e ilhas) não aparecem desfiguradas, as
distâncias entre os objectos representados são fixas e a escala é constante em
todas direcções, o que permite uma formação correcta no que se refere às
representações espaciais (espaço). Atendendo aos conteúdos que apresentam
os globos podem ser físicos, políticos.

2.3.3. O atlas geográfico

O atlas geográfico são livros que disponibilizam um conjunto de mapas com


formato e apresentação normalizados. Entre os diversos tipos de altas
geográficos consideram-se, por exemplo, os mundiais ou universais, os
nacionais, os regionais e os locais ou, ainda os escolares.

Nos altas geográficos aparecem diversos mapas temáticos elaborados em


diferentes escalas. Geralmente, a escala dos mapas nos altas geográficos é
constante. Deste pode se destacar algumas vantagens dos altas como
instrumentos úteis na compreensão dos fenómenos geográficos:

 Constituem suportes de referência para a localização dos objectos


geográficos neles representados;
 São uma espécie de dicionário geográfico, já que contêm um índice de
nomes geográficos;
 São instrumentos de coordenação, pois, a respectiva leitura permite
veicular conhecimentos que de outra forma poderiam ficar sem conexão;
 Permitem comparar mapas com diferentes tipos de informação (climas,
vegetação, população, etc.), descobrindo as relações entre eles.

2.4. Projecções cartográficas

Como destacou-se anteriormente de que a representação mais realista e


correcta da forma da terra é o globo. As direcções, as dimensões e as formas
das superfície apresentam-se menos deformadas e distorcidas nos globos do
que nos mapas. No enanto, como os globos são de difícil transporte, os
cartógrafos preferem, com frequência, reproduzir a terra num plano (mapas).
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Embora seja impossível representar a superfície esférica da terra de forma


plana sem que apareça deformada, este problema tem sido parcialmente
resolvido, já que os cartógrafos idealizam diferentes tipos de projecções que
reduzem essas deformações segundo a extensão de cada região
cartografadas. Assim, a projecção é a forma de transferir as informações
sobre as superfície da terra para um plano.

Neste sentido, uma projecção consiste em projectar com precisão, uma rede de
coordenadas de paralelos e meridianos, isto é, a projecção de rede de
coordenadas geográficas da esfera terrestre num plano, sobre a qual se
inscrevem, posteriormente, as particularidades do terreno obtidas nos
levantamentos topográficos. Entre os tipos de projecções cartográficas mais
conhecidos, destacam-se as seguintes:

 Projecção Cilíndrica;
 Projecção cónica;
 Projecção zenital ou polar.

2.5.1. Projecção cilíndrica

As projecções cilíndricas são aquelas que projectam as redes de coordenadas


geográficas da esfera em forma de um cilindro, na qual as regiões mais
deformadas são as regiões polares. Assim, irá se obter um mapa de forma
rectangular, onde os paralelos e os meridianos se cortam perpendicularmente.

Esta projecção é útil para representar as zonas das latitudes mais baixas e
utiliza-se em mapas para indicar as direcção das correntes oceânicas, dos
ventos, das isotérmicas e das isobáricas.

2.5.2. Projecções Cónicas

As projecções cónicas são aquelas que as redes de coordenadas geográficas


são projectadas em forma de cone sobre um mapa plano. A superfície pjectada
é um cone tangente à esfera, cujo eixo coincide com a linha dos polos Norte e
Sul. Os paralelos são representados por círculos concêntricos no vértice do
cone e só um dele é representado na sua grandeza.
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2.5.3. Projecção Zenital ou polar

As projecções Zenital são aquelas em que as redes de coordenadas


geográficas são projectadas sobre um plano secante ou tangente à esfera
terrestre. Esta projecção caracteriza-se, em geral, pelo facto de que toda a
recta traçada desde o ponto central do mapa até qualquer outro ponto segue a
direcção de um círculo máximo. Nesta projecção, a superfície da terra é
projectada nos pólios e a deformação é máxima nas regiões do equador.

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