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Correntes do pensamento geográfico

A sistematização da Geografia teve início em meados do século XIX,


com Humboldt e Ritter. Derivando destes dois autores surgem as correntes de
pensamento geográfico. Destacam-se como correntes de pensamento
geográfico: o Determinismo Ambiental, o Possibilismo, o Método Regional, a
Nova Geografia e a Geografia Crítica. Cada uma delas com suas práticas
teóricas, empíricas e políticas, seguindo uma sequência histórica predomina e,
ou coexiste com outra corrente.
O Determinismo Ambiental foi o primeiro paradigma a caracterizar a
geografia que emerge no final do século XIX. Teve como principal personagem
o alemão Ratzel. Seus defensores afirmam que as condições naturais
determinam o comportamento do homem, interferindo na sua capacidade de
progredir. Segundo CORREA (2000) essa interpretação de “determinação
acabou servindo como ferramenta para ocultar uma ideologia das classes
dominantes. Ratzel cria conceitos como: espaço vital, região natural, fator
geográfico e condição geográfica.
Ao fim do século XIX, em reação ao determinismo geográfico surge na
França, o Possibilismo. Este, procurou abolir qualquer forma de
determinação, adotando a ideia de que a ação humana é marcada pela
contingência. a natureza era considerada como fornecedora de possibilidades
para que o homem a modificasse. Teve como precursor Paul Vidal de La
Blache.
O terceiro paradigma da geografia é o Método Regional que vem
contrário ao Possibilismo e ao Determinismo. Nele, a diferenciação de áreas é
vista através da integração de fenômenos heterogêneos em uma dada porção
da superfície da Terra. Focalizando assim o estudo de áreas e atribuindo à
diferenciação como objeto de geografia. A partir dos anos 40 essa corrente
ganha importância com raízes em Alfred Hettner e Hartshorne.
Após a 2.a Guerra Mundial, verifica-se uma nova fase de expansão
capitalista, e consequentemente a geografia perde a capacidade de explicar a
complexa realidade redesenhada. Surge então um novo paradigma, a Nova
Geografia com o objetivo de justificar a expansão capitalista, assim como dar
esperanças aos “deserdados da terra”. Para tais tarefas utiliza com método o
positivismo lógico (Neopositivismo), utilizando-se para isso de técnicas
estatísticas.
Durante a década de 1970 e 1980, o conhecimento geográfico passa por
novas transformações. Surge um novo paradigma em oposição aos anteriores
e também com intenção de participar de um processo de transformação da
sociedade, esta denominada Geografia Crítica. Esse paradigma repensa a
questão da organização espacial, herdada basicamente da Nova geografia.
Trata-se, no caso, de ir além da descrição de padrões espaciais, procurando-se
ver as relações dialéticas entre formas espaciais e os processos históricos que
modelam os grupos sociais.

Princípios básicos de geografia

A geografia é uma ciência que tem por objetivo o estudo da superfície


terrestre e a distribuição espacial de fenômenos significativos na paisagem.
Também estuda a relação recíproca entre o homem e o meio ambiente
(Geografia Humana). Obs. Atualmente não existe mais essa separação de
Geografia Física e Geografia Humana, pois uma depende da outra, uma não
existe se a outra não existir, é algo inseparável.

Espaço geográfico

Aquele que foi modificado pelo homem ao longo da história. Que contém
um passado histórico e foi transformado pela organização social, técnica e
econômica daqueles que habitaram ou habitam os diferentes lugares (“o
espaço geográfico é o palco das realizações humanas”).

Espaço e tempo

São as unidades geográficas que condicionam as formas e os processos


de apropriação dos territórios.
Sociedade

Consideradas as relações permeadas pelo poder, a sociedade apropria-


se dos territórios e define as organizações do espaço geográfico em suas
diferentes manifestações: território, região, lugar entre outros.

Lugar

Manifestação das identidades dos grupos sociais e das pessoas. Noção


de pertencimento a certos territórios.

Paisagem

É o resultado da combinação, num dado território, dos elementos físicos,


biológicos e humanos que constituem sua unidade orgânica e se encontram
estreitamente relacionados. Em outras palavras, paisagem é tudo aquilo que
você, sente a sua volta.

Região

Qualquer área geográfica que forme uma unidade distinta em virtude de


determinadas características, um recorte temático do espaço e que mantenha
relações internas e externas.

Categorias de analise geográfica

No século XIX, com o surgimento da Geografia como ciência, se fez


necessária a definição de princípios metodológicos, que lhe conferem o devido
caráter científico. Os princípios formulados são:
 Extensão - concebido por Friedrich Ratzel (1844-1904): todo
fenômeno geográfico tem sua ocorrência em determinada porção do
território, que pode ser delimitada.
 Analogia - também chamado Geografia Geral, exposto por Karl Ritter
(1779-1859) e Paul Vidal de La Blache (1845-1918): todo fenômeno
geográfico deve ser comparado a outros do mesmo tipo, para se
estabeleceram semelhanças e diferenças e facilitar sua
compreensão.
 Causalidade - formulado por Alexander von Humboldt (1769-1859):
todo fenômeno geográfico tem uma ou mais causas, que devem ser
buscadas e explicadas.
 Atividade - formulado por Jean Brunhes (1869-1930): todo fenômeno
geográfico tem um caráter dinâmico, portanto seu estudo deve
compreender sua extensão e conexidade com o tempo, pois os fatos
nunca estão isolados.
 Conexidade ou interação, apresentado por Jean Brunhes (1869-
1930): os fatos não são isolados, e sim inseridos num sistema de
relações, tanto locais quanto interlocais.

Noções espaciais

A rosa dos ventos ou rosa náutica é um desenho que aparece no


mostrador de bússolas, em mapas, plantas, maquetes, etc.
A utilização de rosas dos ventos é extremamente comum em todos os
sistemas de navegação antigos e atuais. Seu desenho em forma de estrela tem
a finalidade única de facilitar a visualização com o balanço da embarcação. A
rosa dos ventos surgiu da necessidade de indicar exatamente um sentido que
nem mesmo os pontos intermediários determinariam, pois, um mínimo desvio
inicial torna-se cada vez maior, à medida que vai aumentando a distância.
Figura 1: Rosa dos ventos

Ela indica as direções conhecidas como pontos cardeais (Norte (N), Sul
(S), Leste (L) e Oeste (O)), os pontos colaterais (nordeste, sudeste, sudoeste e
noroeste) e os pontos subcolaterais. Por meio da rosa dos ventos, situamos o
espaço representado em relação à Terra e a outros espaços dela.

O significado dos pontos cardeais

 Norte (N) - Marca a direção do Polo Norte geográfico da Terra. Existem


dois sinônimos: setentrional e boreal. O referencial astronômico mais
importante é a Estrela Polar.
 Sul (S) - Marca a direção do Polo Sul geográfico da Terra. Existem dois
sinônimos: meridional e austral. O referencial astronômico mais
conhecido é o Cruzeiro do Sul.
 Leste (L) - O referencial aproximado é o "nascer do Sol". Como a Terra
gira de oeste para leste, visualiza-se a nascente a leste. Durante o dia,
tem-se a impressão de que o Sol cruza o céu de leste (onde nasce) para
oeste (onde se põe), constituindo o movimento aparente do Sol. O
sinônimo mais conhecido é a palavra oriente.
 Oeste (O) - O referencial aproximado é o "pôr do Sol". O sinônimo mais
difundido é a palavra ocidente. Os pontos cardeais não são suficientes
para nos orientarmos com precisão sobre a superfície da Terra e, por
essa razão, é necessário utilizarmos também os pontos colaterais e os
subcolaterais, que se situam entre dois pontos cardeais.
Pontos Colaterais

 NO/NW - entre o oeste e o norte, há o ponto colateral noroeste.


 SE/SW - entre o oeste e o sul, há o ponto colateral sudoeste.
 SE - entre o leste e o sul, há o ponto colateral sudeste.
 NE - entre o leste e o norte, há o ponto colateral nordeste.

Pontos Subcolaterais

 ENE: leste-nordeste
 ESE: leste-sudeste
 SSE: sul-sudeste
 NNE: norte-nordeste
 NNO/NNW: norte-noroeste
 SSO/SSW: sul -sudoeste
 OSO/WSW: oeste-sudoeste
 ONO/WNW: oeste-noroeste

Coordenadas geográficas

As coordenadas geográficas são um sistema de linhas imaginárias


traçadas sobre o globo terrestre ou um mapa.
É através da interseção de um meridiano com um paralelo que podemos
localizar cada ponto da superfície da Terra.
Suas coordenadas são a latitude e a longitude e o princípio utilizado é
a graduação (graus, minutos e segundos).
Os paralelos e os meridianos são indicados por graus de
circunferências. Um grau (1°) equivale a uma das 360 partes iguais em que a
circunferência pode ser dividida. Um grau, por sua vez, divide-se em 60
minutos (60') e cada minuto pode ser divido em 60 segundos (60"). Assim, um
grau é igual a 59 minutos e 60 segundos.
Os paralelos são linhas paralelas ao Equador, sendo que a própria linha
imaginária do Equador é um paralelo. O 0º corresponde ao equador, o 90º ao
polo norte e o -90º ao polo sul.

Os meridianos são linhas perpendiculares ao Equador que vão do Polo


Norte ao Polo Sul e cruzam com os paralelos. Todos os meridianos possuem o
mesmo tamanho e o ponto de partida para numeração é o meridiano que passa
pelo observatório de Greenwich, na Inglaterra. Logo, o meridiano de Greenwich
é o meridiano principal (0°). A leste de Greenwich, os meridianos são medidos
por valores crescentes até 180º e, a oeste, suas medidas são decrescentes até
o limite de -180º.
A partir dos meridianos e paralelos, foram estabelecidas as coordenadas
geográficas que são medidas em graus e, a partir das coordenadas
geográficas, é possível localizar qualquer ponto da superfície da Terra.
Latitude

Latitude é o ângulo formado entre o Equador e um ponto estimado.


Todos os pontos do Equador possuem latitude geográfica igual a 0º.
Pontos situados ao norte do equador tem latitudes maiores que 0º, variando até
90º, que é a latitude do polo geográfico norte. Da mesma forma variam as
latitudes ao sul do equador terrestre, desde 0º a 90º, latitude do polo geográfico
sul.

Para se diferenciar os valores, atribui-se sinal positivo para as latitudes


norte e negativo para as latitudes sul.

Longitude

É o ângulo formado entre o meridiano que passa por determinado lugar


e o meridiano de Greenwich. A longitude é medida de 0º a 180º, para leste ou
para oeste de Greenwich.
Por convenção, atribui-se também sinais para as longitudes: negativo
para oeste e positivo para leste. Ao termos os valores da latitude e da longitude
de um local desejado, teremos determinado as coordenadas geográficas do
mesmo.

Cartografia

A cartografia é a ciência da representação gráfica da superfície terrestre,


tendo como produto final o mapa.
Ou seja, é a ciência que trata da concepção, produção, difusão,
utilização e estudo dos mapas.
Na cartografia, as representações de área podem ser acompanhadas de
diversas informações, como símbolos, cores, entre outros elementos. A
cartografia é essencial para o ensino da Geografia e tornou-se muito
importante na educação contemporânea, tanto para as pessoas atenderem às
necessidades do seu cotidiano quanto para estudarem o ambiente em que
vivem.
Mapas são representações gráficas de uma área real, são de extrema
importância para a sociedade e, especialmente, para determinados
profissionais, como Geógrafos, Geólogos, Agrônomos, Engenheiros, Biólogos,
Cartógrafos, dentre outros.
Um mapa pode possuir níveis distintos de abrangência, de modo que
podemos mapear o mundo, continentes ou partes deles, países, regiões,
Estados ou mesmo ruas. Todas as vezes que visualizamos um mapa,
independentemente do seu tema (mapa político, físico, histórico, econômico),
podemos saber a distância real que há entre dois pontos ou o tamanho de uma
área. Isso é possível por meio da verificação da escala disposta nos mapas.
Escala é variação de proporção de uma área a ser mapeada, quem a
determina é o responsável pela elaboração do mapa.
Basicamente existem dois tipos de escalas ou duas formas de
representação da escala: escala gráfica e escala numérica.
 Escala gráfica: é representada por uma linha estabelecida no
sentido horizontal que contém divisões precisas entre seus
pontos. Na mesma se expõe as distâncias que existem na
superfície real.

A escala representa que cada centímetro no papel corresponde a 3 km


na superfície real.
 Escala numérica: exposta no mapa em forma fracionária, sendo
que o numerador representa a medida no mapa e o denominador
a medida da superfície real.
A Cartografia Temática é usada na elaboração de mapas temáticos e
cartogramas. São convenções, símbolos e cores usadas para que haja uma
melhor compreensão do tema exposto e seu espaço geográfico.
Além de indicar o fenômeno e onde ele ocorre a cartografia temática
também pode através de símbolos indicar a qualidade, a quantidade e a
dinâmica desse fenômeno. Para isso geralmente são usadas linhas, áreas,
cores e pontos dependendo do assunto tratado. Confira alguns dos principais
elementos usados:

Para representar fenômenos que têm localização isolada devem ser


usados pontos. Quando a representação é qualitativa, ou seja, apresenta tipos
diferentes de uma determinada informação, usamos pontos de cores e formas
diferentes. Quando são ordenados, representam valores, usamos pontos de
tamanhos diferentes. Confira no mapa abaixo um bom exemplo de
representação pontual:
Para demonstrar fenômenos que tem uma trajetória usamos as linhas.
Quando a representação é qualitativa, as linhas devem ser diferenciadas. Para
quantidades diferentes o ideal são espessuras diferentes. Confira o exemplo de
representação linear:

Tipos de projeções
Para chegar a uma representação mais fiel possível, os cartógrafos
desenvolveram vários métodos de projeções cartográficas, ou seja, maneiras
de representar um corpo esférico sobre uma superfície plana.
Como toda projeção resulta em deformações e incorreções, às vezes
algumas características precisam ser distorcidas para representarmos
corretamente as outras. As deformações podem acontecer em relação às
distâncias, às áreas ou aos ângulos. Conforme o sistema de projeção utilizado,
as maiores alterações da representação localizam-se em uma ou outra parte
do globo: nas regiões polares, nas equatoriais ou nas latitudes médias. É o
cartógrafo define qual é a projeção que vai atender aos objetivos do mapa.
A projeção mais simples e conhecida é a de Mercator (nome do
holandês que a criou). Outras técnicas foram evoluindo e muitas outras
projeções tentaram desfazer as desigualdades de área perto dos polos com as
de perto do equador, como por exemplo a projeção de Gall. Como não há
como evitar as deformações, classifica-se cada tipo de projeção de acordo com
a característica que permanece correta. Temos então:
 Projeções equidistantes = distâncias corretas
 Projeções conformes = igualdade dos ângulos e das formas dos
continentes
 Projeções equivalentes = mostram corretamente a distância e a
proporção entre as áreas

Cilíndricas

Consistem na projeção dos paralelos e meridianos sobre um cilindro


envolvente, que é posteriormente desenvolvido (planificado). Uma das
projeções cilíndricas mais utilizadas é a de Mercator, com uma visão do planeta
centrada na Europa.
Cônicas

É a projeção do globo terrestre sobre um cone, que posteriormente é


planificado. São mais usadas para representar as latitudes médias, pois
apenas as áreas próximas ao Equador aparecem retas.

Azimutais

É a projeção da superfície terrestre sobre um plano a partir de um


determinado ponto (ponto de vista). Também chamadas planas ou zenitais,
essas projeções deformam áreas distantes desse ponto de vista central. São
bastante usadas para representar as áreas polares.

Planeta terra

O Planeta Terra está situado na via Láctea e faz parte do sistema solar,
de todos os planetas integrantes somente a Terra possui temperaturas
favoráveis ao desenvolvimento e proliferação da vida, isso por que nosso
planeta não é muito quente e nem muito frio. Em circunstâncias normais a
temperatura média da Terra é de 15ºC.
A Terra realiza diversos movimentos, porém os principais são os de
rotação e translação. O primeiro corresponde a um movimento que a Terra
realiza em torno de si mesma e que requer vinte quatro horas para ser
concretizado, esse é responsável pelo surgimento dos dias e das noites.
O segundo corresponde ao movimento que a Terra realiza em torno do
sol e para completá-lo são necessários 365 dias e 6 horas e 366 dias nos anos
bissextos, as seis horas são somadas ao longo de quatro anos, totalizando 24
horas ou um dia. O movimento de translação é responsável pelo surgimento
das estações do ano, essa variação no clima corresponde às posições que a
Terra se encontra em relação ao sol em determinados períodos do ano.
O Planeta Terra é composto por camadas que partem desde a superfície
terrestre até o núcleo, desse modo são denominadas litosfera, crosta, manto,
astenosfera, núcleo externo e núcleo interno. Todas essas camadas são
formadas por diferentes tipos de minérios e gases, embora os principais sejam:
ferro, oxigênio, silício, magnésio, níquel, enxofre e titânio.
A respeito da formação do Planeta Terra existem duas explicações: o
evolucionismo e o criacionismo, o primeiro se baseia na teoria do Big Bang e o
segundo acredita na criação divina, ou seja, criada por Deus.
Atualmente, a teoria mais aceita perante a classe científica é de que o
planeta Terra teria sua formação a partir do agrupamento de poeira cósmica,
logo depois houve um aquecimento promovido por grandes reações químicas,
essa junção formou corpos maiores devido à gravidade. A gravidade existente
atraiu alguns gases formando assim uma espécie de atmosfera primitiva.
Os elementos que favorecem a vida na Terra são chamados de Biosfera
ou “esfera da vida”, essa é composta pela litosfera, atmosfera e hidrosfera
formada há aproximadamente 3,5 bilhões de anos. Os elementos citados
interagem entre si e com os seres vivos presentes no planeta Terra (animais,
vegetais e o homem).

Características gerais do planeta Terra:

 Diâmetro total do planeta: 510 milhões de quilômetros quadrados.


 Distância em relação ao sol: aproximadamente 150 milhões de
quilômetros.
 Terras emersas: 149 milhões de quilômetros quadrados.
 Área dos oceanos e mares: 360 milhões de quilômetros quadrados
 Profundidade média dos oceanos: 3.795 metros.
 Velocidade média da órbita: 29,79 quilômetros por segundo.
 Idade da Terra: cerca de 4,5 a 5,0 bilhões de anos.
 Ponto mais alto da Terra: Everest, localizado no Nepal (China).

Estações do ano no hemisfério sul:


 Verão (21 de dezembro a 21 de março);
 Outono (21 de março a 21 de junho);
 Inverno (21 de junho a 23 de setembro);
 Primavera (23 de setembro a 21 de dezembro).
Formação das rochas

As rochas são agregados naturais de minerais formados de diferentes


substâncias, até mesmo de origem orgânica. Podemos classificar as rochas em
três grupos: Magmáticas ou ígneas, Sedimentares, Metamórficas.
 Magmáticas: Originam-se da solidificação do magma no interior da
crosta terrestre ou quando a lava sai do manto, através de uma erupção
vulcânica. Quando o magma se resfria lentamente no interior da crosta
transformando-se em rocha ocorre o processo chamado de intrusão. A
rocha magmática produzida recebe o nome de intrusiva. O granito é uma
rocha magmática intrusiva. Já quando o processo de formação da rocha
magmática se dá pelo resfriamento rápido da lava expelida de um
vulcão, é chamado de extrusão. Esse tipo de rocha é chamado extrusiva
ou vulcânica, um tipo de rocha extrusiva é o basalto.
 Sedimentares: São formadas através da desagregação de fragmentos
de outras rochas, levadas pelo vento, pela água ou pela gravidade e
depositam-se em regiões mais baixas do relevo. Esses fragmentos
depois de depositados vão sendo recobertos por outros num processo
que dura milhares de anos e é chamado de sedimentação. Sob a
pressão das camadas superiores, os sedimentos acabam sendo
compactados e se transformam em aglomerados rochosos. De modo
geral as rochas sedimentares apresentam-se estratificadas, ou seja, são
formadas em camadas, que indicam diferentes sedimentos e épocas em
que foram ali depositados. Quanto mais profundos, mais antigos serão
os sedimentos. São exemplos de rochas sedimentares a ardósia, o
arenito e a argila.
 Metamórficas: São rochas que são formadas a partir de outras rochas,
mas por um processo diferente. Ocorre quando as rochas ígneas,
sedimentares e mesmo metamórficas são expostas a altos níveis de
pressão e temperatura, normalmente no interior da crosta. Então,
acontece uma metamorfose: transformam-se as características originais
e muda-se a estrutura química das rochas, o que gera um novo tipo
rocha. Exemplos desse tipo de rocha são o mármore (originado do
calcário) e o gnaisse (originado do granito). Contudo, as rochas não são
produzidas pela natureza apenas uma vez. Pelo contrário, esse
processo ocorre o tempo todo numa constante transformação, chamado
de ciclo das rochas.

Conforme se vê na figura acima, o intemperismo exerce forte influência


na transformação das rochas. Intemperismo é a desagregação das rochas
através da ação da água, dos ventos, do calor e de seres vivos.
Existem três tipos de intemperismo:
 Intemperismo químico: provocado pela água (geralmente associada à
temperatura mais elevada e ação de ácidos originados da matéria
orgânica como animais e plantas), que dissolve os minerais solúveis das
rochas, decompondo-a;
 Intemperismo físico: corresponde à quebra das rochas devido à grande
variação de temperatura do ambiente, pelo congelamento da água nas
frestas das rochas, através da cristalização de determinados sais ou
outros processos que fragmentam as rochas sem alterar a sua estrutura
química. Posteriormente, elas são atacadas por agentes erosivos e
sedimentadas;
 Intemperismo biológico: é a decomposição das rochas provocadas pelas
bactérias, fungos, plantas e até mesmo pelos seres humanos.

As rochas também são importantes porque, quando são intemperizadas,


geralmente formam o solo. Além disso, a maior parte dos minérios são
formados a partir das rochas ou delas são componentes.
Minério é o mineral do qual se extrai elementos economicamente úteis.
Os minérios são importantes para as atividades agrícolas, industriais e de
construção civil, como por exemplo o cimento, a areia, o diamante, o granito, a
brita, a ardósia, a argila, o mármore, o quartzo, o grafite, o giz, hematita
(minério de ferro), bauxita (minério de alumínio), etc.

Formação do relevo

O relevo corresponde às irregularidades contidas na superfície terrestre.


Sua formação pode ter duas origens, provenientes de fatores endógenos
(internos) e exógenos (externos).
Os fatores internos da formação do relevo são o tectonismo e o
vulcanismo. O tectonismo influencia na formação de relevo por meio das
acomodações das placas litosféricas que podem ser de aproximação ou de
afastamento.
Os movimentos das placas litosféricas são provocados pela quantidade
de calor existente dentro da Terra, dando origem às correntes de convecção
que podem ser convergentes e divergentes: a primeira quando as placas se
chocam e a segunda quanto se afastam.
O processo de vulcanismo interfere na formação do relevo, pois quando
existe uma grande pressão no interior da Terra, as camadas da crosta se
rompem. De uma forma geral, o vulcanismo dá origem a duas formas de
relevo: as montanhas e os planaltos.
Já os fatores exógenos (externos) formam o relevo por meio de erosões,
que podem ser pluviais (provocadas pela água da chuva) e fluviais (provocadas
pelas águas dos rios e mar). Nesses casos, o relevo sofre alterações, pois o
escoamento das águas o desgasta dando a ele gradativamente novas formas.
As geleiras também promovem modificações no relevo através da
erosão glacial, quando ocorrem avalanches e porções de rochas se
desprendem, alterando, assim, o relevo do local. Por fim, existe a modificação
do relevo por meio da ação dos ventos, denominada erosão eólica.
O homem também é um agente externo de transformação do relevo.
Essas modificações são provenientes das atividades e das relações humanas.
O homem, através do trabalho, transforma o relevo segundo os interesses
econômicos ou mesmo para habitação.

Formação do solo

Os solos configuram-se como um importante recurso natural renovável


que é utilizado pelas atividades humanas para fins econômicos, tendo uma
notável importância nas práticas agropecuárias e na geração de alimentos para
a sociedade. Sendo assim, uma curiosidade que permanece é: como se
formam os solos?
Basicamente, os solos formam-se a partir do processo de decomposição
das rochas de origem, chamadas de rochas mãe. Isso significa dizer que, no
início, não existiam solos na Terra, mas apenas grandes e variados grupos
rochosos que foram lentamente desgastados pelo clima, pela ação da água e
dos ventos e também pelos seres vivos, sobretudos as plantas. Com isso, essa
lenta desagregação proporcionou a formação de sedimentos, que se mantêm
aglomerados e compõem os solos. O processo de origem e constituição dos
solos é chamado de pedogênese.
Nesse sentido, a formação dos solos na natureza levou milhões de anos,
apresentando, quase sempre, aspectos relacionados com o seu material de
origem e as interferências naturais e antrópicas proporcionadas sobre eles.
Vale lembrar que esse processo de formação dos solos é ininterrupto e ainda
ocorre atualmente. Para compreender melhor o fenômeno natural da
pedogênese, confira o esquema a seguir:

De acordo com a sequência acima explicitada, compreendemos que o


processo de formação obedece à seguinte cronologia: a) decomposição lenta
da rocha mãe pelos agentes do intemperismo (água, ventos, clima, plantas e
outros); b) com o tempo, acumula-se uma maior presença de material orgânico
sobre o solo recém-formado; c) o material orgânico decompõe-se e vai aos
poucos enriquecendo o terreno, enquanto os horizontes do solo vão se
formando; d) o solo, em estágio mais avançado, passa a contar com os
diferentes horizontes, além de apresentar uma camada superficial orgânica
propícia ao plantio e à existência de vegetações.
Os solos mais antigos apresentam essa estrutura mais consolidada,
enquanto os solos mais jovens, muitas vezes, ainda se encontram em processo
intermediário de formação, sem a existência de todos os seus horizontes e com
baixo nível de material orgânico. Os horizontes do solo, segundo as
classificações mais comuns, são:
 Horizonte O (horizonte orgânico) – camada externa do solo
composta por material orgânico em estágio de decomposição.
 Horizonte A – é o horizonte mineral mais próximo da superfície,
com uma relativa presença de matéria orgânica.
 Horizonte B – é o horizonte de acumulação, com uma grande
presença de minerais e com baixo acúmulo de material orgânico.
 Horizonte C – camada formada por partes fragmentadas da rocha
mãe, muitas vezes com sedimentos menores nas suas partes
mais altas e com saprólitos e partes de rochas em sua parte
inferior.

Formas de relevo

O relevo é a expressão e a modelagem da superfície terrestre, um


resultado de uma infinidade de acontecimentos que marcaram a história
geológica da Terra, que se encontra em constante dinamismo e transformação.
Assim, ele expressa a sua história pelos seus desníveis, suas diferenças de
altitudes, suas fisionomias e todos os elementos que compõem e dão forma às
paisagens.
Formas de relevo, a saber: montanhas, planaltos, planícies e
depressões. Essas tipificações são importantes não apenas para o
entendimento do meio natural, mas da sua influência sobre as atividades
humanas.

Montanhas

As montanhas são um tipo de relevo caracterizado pelas suas


acentuadas elevações, ou seja, é a parte da superfície que apresenta as
maiores altitudes e as mais intensas declividades. Quando elas se apresentam
em um conjunto extenso, recebem o nome de cadeias montanhosas, que
também podem ser chamadas de cordilheiras.
Existem diferentes processos responsáveis pela formação das
montanhas. Por isso, há quatro tipos diferentes, classificados conforme a sua
gênese: as vulcânicas, formadas pela ação e composição dos vulcões; as
dobradas, que são as mais comuns, sendo formadas pela constituição dos
dobramentos terrestres resultantes do tectonismo; as erodidas, formadas a
partir da erosão de suas áreas de entorno durante um lento processo de
desgaste da superfície; e as falhadas, aquelas que surgem a partir dos
falhamentos dos blocos rochosos.
As montanhas dobradas são mais recorrentes porque são as mais
jovens, com formação provável durante o período terciário da Era Cenozoica e,
portanto, com menos tempo para desgastarem-se e deixarem de ser
montanhas. As formações mais famosas são desse tipo, como a Cordilheira do
Himalaia, na Ásia; os Andes, na América do Sul; os Alpes, na Europa; e as
Rochosas, na América do Norte.

Planaltos

Os planaltos são áreas com uma relativa altitude e uma superfície mais
ou menos plana, com limites bem nítidos, estes geralmente constituídos por
escarpas ou serras. Apesar de serem entendidos como áreas planas, suas
superfícies são mais acidentadas do que as das planícies, com um maior
número de serras e ondulações em suas paisagens, além de ser o tipo de
relevo onde encontramos as chapadas.

Os planaltos, por serem geralmente mais altos dos que as planícies,


apresentam o predomínio de processos erosivos. Isso quer dizer que o
desgaste do solo é maior do que o acúmulo de sedimentos, que costuma
deslocar-se para áreas mais baixas. Quase sempre os planaltos estão
cercados por depressões relativas, tal como costuma ocorrer no território
brasileiro.
Existem três tipos de planaltos: aqueles formados por rochas de origem
vulcânica, os basálticos; aqueles constituídos por rochas metamórficas e
magmáticas intrusivas, os cristalinos; e aqueles formados por rochas do tipo
sedimentar, os sedimentares.

Planícies

São áreas com uma fisionomia plana, ou seja, com uma paisagem
menos acidentada, que, por possuírem altitudes menores do que os dois tipos
anteriormente apresentados, recebem uma grande quantidade de sedimentos.
Estes são provenientes do desgaste de outras formas de relevo.
Em áreas de planície, os rios costumam apresentar mais “curvas”,
chamadas de meandros

As planícies são, em geral, o tipo de relevo mais propício para a


ocupação humana. No entanto, em regiões próximas a grandes cursos d'água,
existem os riscos de enchentes, haja vista que os rios, em períodos de cheia,
podem expandir-se muito rapidamente sobre vastas áreas, pois não há uma
declividade muito acentuada no relevo capaz de deslocar rapidamente as
águas para outras áreas. Essa ocorrência é chamada de planícies de
inundação.
Em geral, as planícies costumam ser litorâneas, embora nem toda área
de litoral constitua uma planície, e fluviais, próximas a leitos de rios. Uma
planície fluvial muito conhecida no Brasil e no mundo é a do Rio Amazonas,
que, por ser quase que totalmente plana, possui um baixo potencial
hidroelétrico, uma vez que a declividade e a velocidade da água são baixas.

Depressões

São regiões que apresentam, quase sempre, pequenas altitudes e que


são mais baixas do que o nível do mar ou a região em seu entorno. Possuem,
geralmente, uma superfície plana ou côncava, uma vez que passaram por um
longo período de erosão e que agora se caracterizam pela predominância do
acúmulo de sedimentos provenientes das regiões circundantes.

Existem dois tipos de depressões: as absolutas, que são aquelas que se


encontram abaixo do nível do mar, a exemplo da região do Mar Morto, a maior
depressão absoluta do mundo; e as relativas, aquelas que são mais baixas do
que o relevo ao seu redor.
A formação das depressões costuma acontecer de duas formas: a
primeira é pelo seu desgaste ou erosão ao longo de milhares de anos, o que é
causado pela sua composição menos resistente do que a de outras áreas, e a
segunda é pelos movimentos epirogenéticos da Terra, quando uma região
lentamente “afunda” em razão das forças endógenas do planeta.

Extrativismo

Extrativismo é a atividade de extrair da natureza os recursos que estão à


disposição do homem, sejam estes produtos de origem animal, vegetal ou
mineral, tais como metais, rochas, petróleo, gás natural, entre outros.
É considerada a mais antiga atividade humana, antecedendo a
agricultura, a pecuária e a indústria. O extrativismo é praticado mundialmente
através dos tempos por todas as sociedades.
O processo empregado para essa atividade depende do nível de
desenvolvimento das forças produtivas. Atualmente, a exploração dos recursos
faz com que praticamente não exista área do planeta que não seja explorada,
de uma forma ou de outra.
Existem diferentes tipos de extrativismo, com destaque para os
seguintes:

 Extrativismo animal: é uma modalidade de extrativismo na qual ocorre a


captura de animais, como a caça (ilegal no Brasil, exceto para as
comunidades indígenas) e a pesca, devendo obedecer a determinadas
regras – período de reprodução dos peixes e peso.
 Extrativismo vegetal: consiste na retirada de recursos de origem vegetal.
No Brasil, em especial na Região Norte, é muito comum o extrativismo
de madeiras, castanhas, açaí e látex (que é uma seiva extraída da
seringueira), muito utilizado para a fabricação de borracha.
 Extrativismo mineral: é caracterizado pela exploração de recursos
minerais do subsolo, como o ouro, manganês, diamante, bauxita,
minério de ferro, água mineral, petróleo, cobre, cobalto, urânio, prata,
entre tantos outros.

Agropecuária

A agropecuária consiste no conjunto de atividades primárias, estando


diretamente associada ao cultivo de plantas (agricultura) e à criação de animais
(pecuária) para o consumo humano ou para o fornecimento de matérias-primas
na fabricação de roupas, medicamentos, biocombustíveis, produtos de beleza,
entre outros. Esse segmento da economia é um dos elementos que compõem
o Produto Interno Bruto (PIB) de um determinado lugar.
Essa atividade é exercida há milhares de anos, sendo de fundamental
importância para a sobrevivência humana, pois é através dela que se obtém
alimento. O desenvolvimento de técnicas proporcionou (e ainda proporciona)
muitas transformações na estrutura da agropecuária, fato notório ao
analisarmos a evolução dos métodos de cultivo e de criação de animais ao
longo dos anos.
Apesar da evolução tecnológica, muitas propriedades continuam
utilizando métodos tradicionais de cultivo e de criação de rebanhos, sobretudo
nos países subdesenvolvidos, onde há pouco investimento na mecanização
das atividades rurais. Nesse sentido, surgiu uma classificação dos sistemas
agropecuários: sistema extensivo, sistema intensivo de mão de obra e sistema
intensivo.
 Sistema extensivo: se caracteriza pela ausência de tecnologia e por uma
baixa produtividade. Esse sistema é praticado por agricultores que
utilizam a queimada como forma de preparo do solo e mão de obra
familiar. A pecuária é desenvolvida em grandes áreas, onde o rebanho
fica solto no pasto e procura seu próprio alimento.
 Sistema intensivo de mão de obra: praticado em regiões
subdesenvolvidas, esse sistema apresenta características similares ao
sistema extensivo (pouca ou nenhuma mecanização, não há seleção de
sementes, métodos tradicionais de cultivo e de pastoreio, etc.). No
entanto, esse sistema utiliza muitos trabalhadores, não se limitando à
mão de obra familiar.
 Sistema intensivo: altamente mecanizado, adequação do solo para
determinado plantio, beneficiamento de sementes, utilização de
fertilizantes, implementos agrícolas, confinamento do rebanho, entre
outros elementos que contribuem para intensificar a produtividade e a
lucratividade dos proprietários. Exige pouca mão de obra e muito
aparato tecnológico. Esse sistema é praticado, principalmente, em
regiões desenvolvidas.

Fases do capitalismo

O Capitalismo é um sistema econômico que está dividido em três fases:

 Capitalismo Comercial ou Mercantil (pré-capitalismo) – do século XV ao


XVIII
 Capitalismo Industrial ou Industrialismo – séculos XVIII e XIX
 Capitalismo Financeiro ou Monopolista – a partir do século XX

Características do Capitalismo

Segue abaixo as principais características do Capitalismo:

 Propriedade privada
 Lucro
 Trabalho assalariado

Resumo
O sistema capitalista teve início no século XV, com a decadência do
sistema feudal. Vale lembrar que o feudalismo foi uma organização econômica,
política, social e cultural baseada na posse da terra, que dominou a Europa na
Idade Média (V ao século XV) após a crise do império romano.
Uma das principais características do sistema feudal era a sociedade
estamental, ou seja, dividida em estamentos (camadas sociais estanques) e
destituída de mobilidade social. Nesse sentido, os dois grandes grupos sociais
existentes eram basicamente os senhores feudais e os servos. Acima dos
senhores feudais estavam os Reis e a Igreja.
O senhor feudal administrava os feudos possuindo o poder político local,
e, portanto, tendo total autonomia sobre as terras, enquanto os servos
trabalhavam nos feudos (grandes extensões de terra).
A produção feudal era autossuficiente posto que se destinava ao
consumo local de seus habitantes e não às trocas comerciais. Observe que a
economia feudal era baseada nas trocas de produtos e por isso, não existiam
moedas de circulação.
A decadência do sistema feudal ocorreu por diversos motivos:
 expansões ultramarinas do século XV
 crescimento das cidades
 aumento da população
 surgimento das feiras livres
 desenvolvimento do comércio
 surgimento de uma nova classe social (a burguesia)

Esses fatores levaram a aparição da moeda como valor de troca e,


consequentemente, ao surgimento do sistema capitalista. Essa mudança
representou o fim da Idade Média e início da Idade Moderna.
A aliança entre os reis e da burguesia mercantil foram essenciais para a
decadência do sistema feudal, os quais foram assumindo o controle estatal da
economia nacional, com o intuito de fortalecer ainda mais o poder central e
obter os recursos necessários para expandir o comércio.
.
Capitalismo Comercial ou Mercantil

De tal modo, o controle estatal da economia tornou-se a base do


mercantilismo, o qual esteve baseado nas trocas comerciais com a finalidade
de enriquecimento.
Assim, nessa fase inicial, o capitalismo era considerado um pré-
capitalismo baseado no sistema mercantilista. No capitalismo mercantil surge a
moeda e além do controle estatal da economia, as principais características do
mercantilismo eram:

 o monopólio comercial
 o metalismo (acúmulo de metais preciosos)
 o protecionismo (surgimento de barreiras alfandegárias)
 a balança comercial favorável (exportar mais do que importar: superávit).

Capitalismo Industrial ou Industrialismo

Com a Revolução Industrial do século XVIII, o surgimento da máquina


movida à vapor e a expansão das indústrias, o capitalismo atinge uma nova
fase, chamada de Capitalismo Industrial ou Industrialismo.
As alterações dos sistemas de produção estiveram marcadas pela
substituição de produtos manufaturados para os industrializados, os quais
foram tomando conta do cenário mundial por meio do desenvolvimento do
sistema fabril de produção e da explosão demográfica nos grandes centros
urbanos (urbanização).
Em outras palavras, o trabalho manual é, nesse momento, realizado em
grandes escalas de produção donde as máquinas substituem a força do
homem.
Essa fase que durou até o século XIX estava baseada no liberalismo
econômico (o mercado e a livre concorrência sem intervenção do Estado
economia) e teve como principais características:

 A expansão e o desenvolvimento dos transportes


 O aumento da produtividade
 Diminuição nos preços das mercadorias
 A ampliação da classe operária
 Ampliação das relações internacionais
 O surgimento do Imperialismo e da Globalização
 O excedente de produção
 A aceleração do sistema fabril
 Saturação dos mercados
 Acumulação de capital gerada pelos excedentes na Indústria

Note que a aceleração dos processos industriais trouxe diversos


problemas à população, desde condições precárias de trabalho, com as
intensas horas de trabalho, os baixos salários e o aumento do desemprego, o
que mais tarde levaria à Primeira Guerra Mundial (1914-1918).

Capitalismo Financeiro ou Monopolista

Já a terceira fase do capitalismo, denominada de Capitalismo Financeiro


ou Monopolista, surge no século XX, mais precisamente após a Segunda
Guerra Mundial (1939-1945), com a expansão da globalização e o advento da
segunda revolução industrial.
Além das Indústrias que dominaram o cenário do capitalismo industrial,
nesse momento, o sistema está fundamentado nas leis dos bancos, das
empresas multinacionais e das grandes corporações por meio do monopólio
financeiro.
Sendo assim, as principais características do capitalismo monopolista,
que vigora até os dias atuais são:

 O monopólio e oligopólio comercial


 Expansão da Globalização e do Imperialismo
 Expansão das novas tecnologias e das fontes de energia
 Acelerada urbanização e aumento do mercado consumidor
 Aumento da concorrência internacional
 A expansão das empresas transnacionais ou multinacionais (empresas
globais)
 A especulação financeira e economia de mercado
 Investimento em ações empresariais
 Fusão entre capital bancário e capital industrial

Oceanos

Os oceanos são grandes extensões de água salgada que ocupam as


depressões da superfície da Terra. A oceanografia é a ciência específica que
estuda os oceanos e suas características.
A teoria do aparecimento dos oceanos está diretamente ligada à
formação da atmosfera no período pré-cambriano.
O planeta neste período encontrava-se muito quente e o vapor da água
presente na atmosfera deu origem então a um grande volume de chuvas, que
se acumularam nas áreas mais baixas do relevo.

Importância dos oceanos

Os oceanos são extremamente importantes para o planeta, pois a vida


se originou neles. São eles os grandes produtores de oxigênio, fato este que
ocorre através das microalgas oceânicas, também regulam a temperatura do
planeta, interferem na dinâmica atmosférica e diferenciam tipos climáticos. Os
oceanos também são uma importante via de transporte.
A biodiversidade encontrada nos oceanos é riquíssima e equivalente a
de ecossistemas terrestres. Além disso, é uma fonte de extração de minerais e
destino dos que procuram turismo e lazer.
Ainda que sejam interligados, os oceanos não realizam grande troca de
água entre eles. Isso ocorre porque as águas que compõem cada um dos
oceanos possuem características próprias, como temperatura, insolação solar,
salinidade (quantidade de sais dissolvidos na água) e movimentos das ondas,
marés e correntes marítimas.
Oceano Antártico

Oceano Antártico, também conhecido como Oceano Austral, é o nome


dado ao conjunto das águas que banham o Continente Antártico.
Fazem parte deste conjunto o mar de Amundsen, o mar de
Bellingshausen, parte da passagem de Drake, o mar de Ross e o mar de
Weddell.
Muitos especialistas, oceanógrafos e geógrafos, não reconhecem a
existência do Oceano Antártico, considerando-o apenas como um
prolongamento das águas dos oceanos Pacífico, Atlântico e Índico.
O oceano Antártico é o único que circunda o globo terrestre de forma
completa. Possui uma superfície de 20.327.000 km². Seu tamanho foi
calculado, tendo como base os limites constituídos pelo “Tratado da Antártida”
(Tratado firmado por diversos países no ano de 1956 onde estabelece a
Antártida como território internacional para fins pacíficos e de pesquisa).
Os recursos naturais do Oceano Antártico ainda não têm sido
explorados, entretanto sabe-se da existência de grandes jazidas de petróleo e
gás natural nas proximidades do continente antártico e de depósitos de
manganês. O gelo que cobre a Antártida é a maior reserva de água doce do
mundo: representando aproximadamente 81% do total.
O Oceano Antártico possui grande biodiversidade. Sua fauna possui
pinípedes (pinguins, focas, leões-marinhos e morsas), cetáceos,
cianobactérias, fitoplâncton e krill, que servem de alimento para os animais
maiores. A Antártida não possui flora terrestre, sendo a sua única composição
vegetal feita por algas marinhas e outros organismos autótrofos.

Oceano Ártico

O Oceano Ártico corresponde ao conjunto de águas congeladas


localizadas nas proximidades do círculo Polar Ártico, no extremo norte do
planeta. Ocupa uma área de aproximadamente 21 milhões de quilômetros
quadrados.
O Ártico é coberto por banquisas que correspondem a um enorme
volume de águas congeladas e, por esta razão, recebe também o nome de Mar
Glacial Ártico.
Do Oceano Ártico fazem parte os territórios como a Federação Russa,
Alasca, Canadá, Groenlândia, Islândia e península Escandinava.
As águas do Ártico são oriundas do Oceano Atlântico e do Pacífico,
oceanos estes que são integrados por meio do estreito de Bering.
O Oceano Ártico possui aproximadamente uma profundidade de 5.000
metros e suas águas conservar-se congeladas o ano todo. Nessa região são
muito comuns os icebergs, grandes blocos de gelo que se desprendem das
banquisas e ficam flutuando pelo oceano.
Embora configure como um Oceano, o Ártico não apresenta condições
de utilização para atividades como a pesca e o transporte marítimo como os
outros oceanos, em detrimento das adversidades climáticas, pois as
temperaturas são constantemente baixas e podem chegar a -60ºC.
As características climáticas desta região são originárias de sua
localização geográfica, a luz solar incide com pouca intensidade em face dos
elevados graus de inclinação, dessa forma não ocorre a irradiação solar, e por
isso permanece muito frio em todo decorrer do ano.
No Oceano Ártico estão inseridos diversos mares menores, como o Mar
de Barents, Mar de Kara, Mar de Laptev, Mar da Sibéria Oriental, Mar de
Chukchi, Mar de Beaufort e o Mar de Lincoln. As águas do Oceano Ártico
realizam uma restrita interação com os demais oceanos.

Oceano Atlântico

O oceano Atlântico é o segundo maior oceano do mundo em extensão,


superado somente pelo Pacífico.
O Atlântico abrange uma área de aproximadamente 80 milhões de
quilômetros quadrados e uma profundidade média de 3.300 metros. Separa a
Europa e a África da América.
O oceano Atlântico divide as águas oceânicas do planeta. Embora
existam nomes diferentes para cada oceano, suas águas estão interligadas. O
oceano Atlântico, por exemplo, é ligado ao norte com o oceano Ártico; a
sudoeste, com o oceano Pacífico; a sudeste, com o Índico; e ao sul, com
Antártico.
O oceano Atlântico é dividido em duas partes, adotando como referência
a linha do Equador, da origem ao Atlântico Norte e Atlântico Sul. Fazem parte
desse oceano o mar Mediterrâneo, Mar do Norte, Mar das Caraíbas e Báltico.
O Atlântico banha a costa brasileira e africana.
O relevo oceânico do Atlântico possui uma grande cadeia de montanhas
(de norte a sul) chamada de Dorsal Mesoatlântica.
Os grandes rios do mundo desembocam suas águas no Atlântico, dentre
os quais citamos: Rio Amazonas, São Lourenço, Orinoco, Mississipi, Paraná,
Congo, Níger e Loire.
Mesmo sendo classificado como o segundo maior em extensão, o
Atlântico ocupa o primeiro lugar em importância, uma vez que grande parte do
fluxo comercial circula por ele.

Curiosidades

 O nome Atlântico tem origem no nome Atlas (titã da mitologia grega).


 As águas do Atlântico cobrem, aproximadamente, 20% da superfície
terrestre.
 O Oceano Atlântico tem uma rica biodiversidade marinha com milhares
de espécies (peixes, mamíferos marinhos, crustáceos entre outros).
 Além da pesca, o Atlântico é de grande importância para a navegação
(turismo e transportes de mercadorias).
 O nível de salinidade das águas do Atlântico varia de 3 a 4%.
 Em algumas regiões da costa da América, existe uma grande
quantidade de reservas de petróleo e gás.
 Seus principais mares são: Mar Mediterrâneo, Mar do Norte, Mar do
Caribe, Canal da Mancha e Mar da Irlanda.
 Suas principais ilhas são: Ilhas Malvinas, Antilhas, Açores, Bermudas,
Madeira, Groelândia, Ilhas Canárias, Fernando de Noronha, Terra do
Fogo, ilha de Santa Catarina, Ilhas Feroes e ilhas Britânicas.
 A principal corrente marinha do Oceano Atlântico é a corrente do Golfo.
Oceano Índico

O Oceano Índico é o terceiro maior oceano do mundo. Possui uma


extensão de 73.440.000 km², banhando todos os países litorâneos do leste e
do nordeste da África, as nações do litoral sul da Ásia desde a Península
Arábica até o oeste do Sudeste Asiático, a Indonésia, mais o noroeste, oeste e
sul da Austrália.
Sua profundidade média é de 3.890 metros e o ponto mais profundo é a
Fossa de Java, com 7.725 metros abaixo do nível do mar, localizada ao sul da
Indonésia. Acredita-se que o Oceano Índico tenha surgido na Era Mesozóica,
como resultado da divisão do super continente Gondwana, tendo sido o último
oceano a se formar.
Em termos climáticos, O habitat do Índico corresponde a uma zona
conhecida como Índico Tropical. A temperatura da água do oceano se mantém
durante todo o ano acima dos 20ºC, propiciando assim a construção de recifes
de coral. Os corais na verdade, existem em todos os oceanos, entretanto
apenas na zona tropical constroem recifes.
Deste modo, o Índico é caracterizado pela existência de várias ilhas de
corais, estando neste habitat representado, do ponto de vista geológico, a
Seychelles.
Devido à sua relativa proximidade com o Oceano Antártico, o Índico
apresenta temperaturas mais frias em sua parte sul; em compensação, em
virtude da proximidade com o continente, as águas da região norte do oceano
são mais quentes.
Estas diferenças de temperatura entre o oceano e o continente dão
origem às “monções”, ventos que anualmente mudam sua direção de acordo
com essas variações. Durante o verão os ventos sopram do oceano para a
Ásia Meridional, e da Ásia Meridional para o oceano durante o inverno. As
monções causam secas e estiagens em algumas regiões, e enchentes e
inundações em outras.
Destacamos ainda que o oceano Índico possui elevada importância
econômica, pois é o responsável pelo transporte de mercadorias,
principalmente do petróleo do sudeste asiático aos países do ocidente e que
recebe as águas de rios importantes na história da humanidade como o
Ganges, e os rios Tigre e Eufrates, por exemplo.

Oceano Pacífico

O Oceano Pacífico é a maior e mais antiga massa marítima do planeta.


Com 180 milhões de km², o Pacífico cobre quase um terço da superfície do
globo e corresponde a quase metade da superfície e do volume dos oceanos.
O Oceano Pacífico é o oceano com maior profundidade média (4.280 m)
e onde estão localizadas as maiores fossas submarinas (como a fossa das
Marianas, com aproximadamente 11.500 m).
O Pacífico está localizado a oeste da América, a leste da Austrália e da
Ásia, e ao sul da Antártida. É no Oceano Pacífico que se encontra a região
mais afastada da civilização, a Ilha de Páscoa que pertence ao Chile e está a
aproximadamente 3.600 km distante do local habitado mais próximo.
Uma das principais características do oceano é o seu grande número de
ilhas, possui aproximadamente 25.000. O conjunto dessas ilhas é recebe o
nome de Micronésia (pequenas ilhas) ou Polinésia (muitas ilhas). O Pacífico
também é caracterizado pela sua intensa atividade vulcânica. Isso acontece
pelo fato do oceano estar totalmente contido em uma placa tectônica,
denominada “Placa do Pacífico”.
O Pacífico recebe pouca influência de massas de ar continentais. Devido
a sua extensão, nele existem cinco zonas ou regiões climáticas diferentes,
ocasionando temperaturas bastante diferentes em cada uma dessas regiões.
O oceano engloba as regiões marítimas: Oceano Glacial Antártico, Mar
de Bering, Mar de Olchotsk, Mar do Japão, Mar da China Oriental, Mar da
China Meridional, Mar de Java, Mar de Arafura, Mar de Corais, Mar de
Taemfinia, Mar de Sonda e Golfo da Califórnia.
Origem do nome Pacífico
O oceano foi batizado em 1520 na expedição de Fernão de Magalhães e
recebeu o nome de Pacífico por este ser mais calmo, quando comparado com
o tempestuoso Oceano Atlântico.
Esta comparação foi feita quando Fernão de Magalhães e os seus
companheiros de navegação transpuseram o Estreito de Magalhães, uma
passagem entre os dois oceanos já citados.

Globalização

A globalização é um dos termos mais frequentemente empregados para


descrever a atual conjuntura do sistema capitalista e sua consolidação no
mundo. Na prática, ela é vista como a total ou parcial integração entre as
diferentes localidades do planeta e a maior instrumentalização proporcionada
pelos sistemas de comunicação e transporte.
Em uma tentativa de síntese, podemos dizer que a globalização é
entendida como a integração com maior intensidade das relações
socioespaciais em escala mundial, instrumentalizada pela conexão entre as
diferentes partes do globo terrestre.
Vale lembrar, no entanto, que esse conceito não se refere simplesmente
a uma ocasião ou acontecimento, mas a um processo. Isso significa dizer que
a principal característica da globalização é o fato de ela estar em constante
evolução e transformação, de modo que a integração mundial por ela gerada é
cada vez maior ao longo do tempo.
Não existe um total consenso sobre qual é a origem do processo de
globalização. O termo em si só veio a ser elaborado a partir da década de
1980, tendo uma maior difusão após a queda do Muro de Berlim e o fim da
Guerra Fria. No entanto, são muitos os autores que defendem que a
globalização tenha se iniciado a partir da expansão marítimo-comercial
europeia, no final do século XV e início do século XVI, momento no qual o
sistema capitalista iniciou sua expansão pelo mundo.
Uma das características da globalização é o fato de ela se manifestar
nos mais diversos campos que sustentam e compõem a sociedade: cultura,
espaço geográfico, educação, política, direitos humanos, saúde e,
principalmente, a economia. Dessa forma, quando uma prática cultural chinesa
é vivenciada nos Estados Unidos ou quando uma manifestação tradicional
africana é revivida no Brasil, temos a evidência de como as sociedades
integram suas culturas, influenciando-se mutuamente.
Existem muitos autores que apontam os problemas e os aspectos
negativos da globalização, embora existam muitas polêmicas e discordâncias
no cerne desse debate. De toda forma, considera-se que o principal entre os
problemas da globalização é uma eventual desigualdade social por ela
proporcionada, em que o poder e a renda encontram-se em maior parte
concentrados nas mãos de uma minoria, o que atrela a questão às
contradições do capitalismo.
Além disso, acusa-se a globalização de proporcionar uma desigual
forma de comunicação entre os diferentes territórios, em que culturas, valores
morais, princípios educacionais e outros são reproduzidos obedecendo a uma
ideologia dominante. Nesse sentido, forma-se, segundo essas opiniões, uma
hegemonia em que os principais centros de poder exercem um controle ou uma
maior influência sobre as regiões economicamente menos favorecidas,
obliterando, assim, suas matrizes tradicionais.
Entre os aspectos positivos da globalização, é comum citar os avanços
proporcionados pela evolução dos meios tecnológicos, bem como a maior
difusão de conhecimento. Assim, por exemplo, se a cura para uma doença
grave é descoberta no Japão, ela é rapidamente difundida (a depender do
contexto social e econômico) para as diferentes partes do planeta. Outros
pontos considerados vantajosos da globalização é a maior difusão comercial e
também de investimentos, entre diversos outros fatores.
É claro que o que pode ser considerado como vantagem ou
desvantagem da globalização depende da abordagem realizada e também, de
certa forma, da ideologia empregada em sua análise. Não é objetivo, portanto,
deste texto entrar no mérito da discussão em dizer se esse processo é benéfico
ou prejudicial para a sociedade e para o planeta.
Existem vários elementos que podem ser considerados como
consequências da globalização no mundo. Uma das evidências mais
emblemáticas é a configuração do espaço geográfico internacional em redes,
sejam elas de transporte, de comunicação, de cidades, de trocas comerciais ou
de capitais especulativos. Elas formam-se por pontos fixos – sendo algumas
mais preponderantes que outras – e pelos fluxos desenvolvidos entre esses
diferentes pontos.
Outro aspecto que merece destaque é a expansão das empresas
multinacionais, também chamadas de transnacionais ou empresas globais.
Muitas delas abandonam seus países de origem ou, simplesmente, expandem
suas atividades em direção aos mais diversos locais em busca de um maior
mercado consumidor, de isenção de impostos, de evitar tarifas alfandegárias e
de angariar um menor custo com mão de obra e matérias-primas. O processo
de expansão dessas empresas globais e suas indústrias reverberou no avanço
da industrialização e da urbanização em diversos países subdesenvolvidos e
emergentes, incluindo o Brasil.
Outra dinâmica propiciada pelo avanço da globalização é a formação
dos acordos regionais ou dos blocos econômicos. Embora essa ocorrência
possa ser inicialmente considerada como um entrave à globalização, pois
acordos regionais poderiam impedir uma global interação econômica, ela é
fundamental no sentido de permitir uma maior troca comercial entre os
diferentes países e também propiciar ações conjunturais em grupos.
Por fim, cabe ressaltar que o avanço da globalização culminou também
na expansão e consolidação do sistema capitalista, além de permitir sua rápida
transformação. Assim, com a maior integração mundial, o sistema liberal – ou
neoliberal – ampliou-se consideravelmente na maior parte das políticas
econômicas nacionais, difundindo-se a ideia de que o Estado deve apresentar
uma mínima intervenção na economia.

Geopolítica

É a ciência que se concentra na utilização de poder político sob


determinado território. Em uma visão mais prática, a geopolítica compreende
as análises de geografia, história e ciências sociais mescladas com teoria
política em vários níveis, desde o Estado até o internacional-mundial.
Normalmente, geopolítica é uma palavra associada aos assuntos que
envolvem relações internacionais, acordos diplomáticos e toda espécie de
conflito entre países, culturas ou disputas territoriais. É muito comum as
pessoas entenderem geopolítica como uma síntese dos acontecimentos atuais
de nossa sociedade.
O termo foi criado pelo cientista político sueco Rudolf Kjellén no início do
século XX, baseado na obra do geógrafo alemão Friedrich Ratzel "Politische
Geographie" (Geografia Política), de 1897.
O conceito de geopolítica começou a ser desenvolvido a partir da
segunda metade do século XIX, por conta da redefinição de fronteiras na
Europa e do expansionismo das nações europeias, o que ficou conhecido
como imperialismo ou ainda neocolonialismo. Podemos destacar as análises
realizadas pelo geógrafo alemão Friedrich Ratzel (1844-1904), responsável
pela criação do determinismo geográfico e da teoria do espaço vital.
Em um cenário político de unificação da Alemanha, em contraponto ao
expansionismo já consolidado de Rússia, Inglaterra, França e até mesmo dos
Estados Unidos, Ratzel ajudou a criar uma geografia alemã que se prontificou
em justificar as conquistas territoriais da Alemanha.
Para Ratzel, a superioridade plena de um determinado território
caracterizaria o Estado. Dessa maneira, o saber geopolítico apontaria para o
Estado como centralizador de decisões estratégicas, o que legitimou as ações
imperialistas da Alemanha, como pode ser observado nas disputas que
originaram as duas grandes guerras e, em parte, nos princípios utilizados pelo
nazismo.
Em oposição as alegações de Ratzel, podemos citar o geógrafo francês
Paul Vidal de La Blache (1845-1918), que criou outro enfoque, conhecido como
possibilismo. Ao final do século XIX, a França ainda não tinha um
conhecimento geográfico estabelecido e, temendo as pretensões alemãs, o
Estado francês entregou a La Blache a responsabilidade de criar uma geografia
francesa.
Segundo La Blache, o espaço geográfico não deveria ser o único
objetivo de uma nação, pois seria preciso considerar o tempo histórico, as
ações humanas e demais interações, o que na verdade acabou lançando as
bases para uma geografia regional. Assim, a soberania sobre um território
estaria vinculada ao conhecimento regional, como a compreensão das formas
de relevo, aspectos climáticos, economia, população, etc.
Ainda dentro desse contexto podemos também mencionar o geógrafo
britânico Halford Mackinder (1861-1947), que publicou no ano de 1904 o ensaio
"O Pivô Geográfico da História”, que apontava o poder das conquistas
territoriais continentais, apresentando uma maior preocupação com a ocupação
da Europa Centro-Oriental, até porque os transportes terrestres começavam a
favorecer a interiorização das ocupações, mudando um pouco as estratégias
que até então depositavam maior importância nas conquistas marítimas.
Porém, foi o jurista sueco Rudolf Kjellén (1864-1922), seguidor das
ideias de Ratzel, quem criou o termo geopolítica no ano de 1916, procurando
constituir relações entre os acontecimentos políticos e os aspectos geográficos.
Cabe ressalvar que, nos dias atuais, a geopolítica é considerada como uma
frente teórica que inclui o território e as suas nuances políticas, não apenas no
plano externo, mas também nas questões internas a um determinado Estado-
nação.
O período conhecido como Guerra Fria expressou muitos dos princípios
da geopolítica, pois envolveu uma grande disputa ideológica e territorial entre
duas potências, a União Soviética e os Estados Unidos, com grande ênfase no
papel do Estado no que tange às decisões estratégicas e na definição de
valores e padrões sociais.
Com o fim da Guerra Fria, as maiores discussões geopolíticas se voltam
ao combate ao terrorismo, à questão nuclear, às redefinições de fronteiras nos
países africanos e do Oriente Médio e até mesmo aos problemas
socioambientais.

As organizações internacionais da atualidade tiveram o seu


surgimento, em sua maioria, na segunda metade do século XX. No entanto, foi
com a globalização e o fim da Guerra Fria que elas se consolidaram como
importantes atores no cenário internacional, passando por um relativo período
de fortalecimento.
Em virtude da recente ampliação da integração geoeconômica global,
essas organizações tornaram-se atores importantes no cenário mundial, com a
missão de estabelecer um ordenamento das relações intranacionais de poder e
influência política. Atuam na elaboração e regulação de normas, suscitam
acordos entre países, buscam atender determinados objetivos, entre outras
funções.
Existem incontáveis organizações internacionais, isto é, aquelas
instituições formadas por dois ou mais Estados. Porém, no que concerne ao
âmbito geopolítico, econômico e humanístico global, algumas delas se
destacam pela sua importância, dentre elas, podemos citar ONU, OMC, Otan,
FMI, Banco Mundial, OIT e OCDE. A seguir, vamos compreender um pouco
melhor o significado e a importância de cada uma dessas siglas.

ONU

A Organização das Nações Unidas é considerada o mais importante


organismo internacional atualmente existente, importante por reunir
praticamente todas as nações do mundo. Ela surgiu ao final da Segunda
Guerra Mundial (1939-1945) em substituição à antiga Liga das Nações e
objetiva promover a paz e a segurança mundial.
A principal instância decisória da ONU é o Conselho de Segurança,
formado por um grupo muito restrito de países. Na verdade, esses países são
os antigos vencedores da Segunda Guerra Mundial: Rússia (ex-União
Soviética), Estados Unidos, França, Reino Unido e a China (essa última não
participou ativamente da Segunda Guerra, mas conseguiu grande prestígio e
poder internacionais, capazes de assegurar uma vaga no Conselho). Além
desses cinco países, que são membros permanentes, fazem parte outros cinco
países provisórios, que se alternam periodicamente.

O poder desse Conselho de Segurança é elevado, pois é ele quem toma


as principais decisões da ONU. Além disso, os cinco membros permanentes
têm o chamado poder de veto, em que qualquer um deles pode barrar uma
decisão, mesmo que todos os outros países sejam favoráveis.

OMC

A Organização Mundial do Comércio é o organismo internacional


responsável por legislar e acompanhar as transações econômicas e comerciais
realizadas entre diferentes países. Além disso, o seu principal objetivo é
promover a liberalização mundial do comércio, visando combater o chamado
protecionismo alfandegário, em que uma nação impõe elevadas tarifas para
produtos estrangeiros a fim de favorecer a indústria local. Quando algum país
tem algum tipo de problema ou entrave com outro Estado, ele geralmente
recorre à OMC como instância máxima para avaliar e julgar a questão.

Otan

A Organização do Tratado do Atlântico Norte é um tratado ou pacto


militar, que inicialmente congregava os principais países capitalistas e
objetivava combater o socialismo, que também tinha o seu pacto militar, o
Pacto de Varsóvia. Porém, desde o final da Guerra Fria, os objetivos dessa
organização se alteraram, tornando-se como um instrumento militar das
grandes potências a fim de intervir em conflitos armados em qualquer parte do
mundo para assegurar direitos internacionais ou combater possíveis “ameaças”
ao atual sistema internacional.
Fazem parte da Otan, desde o seu surgimento, Alemanha, Bélgica,
Canadá, Dinamarca, Estados Unidos, Espanha, França, Grécia, Inglaterra,
Itália, Holanda, Luxemburgo, Noruega, Portugal, Islândia e Turquia.
Posteriormente, várias das ex-repúblicas soviéticas também ingressaram no
pacto, como a Bulgária, Romênia, Estônia, Letônia, Lituânia, Eslováquia e
Eslovênia, além da Rússia, que atua como membro observador.

FMI

O Fundo Monetário Internacional é uma organização financeira


responsável por garantir a estabilidade econômica internacional. Ele é
composto por 187 países e foi criado em 1944 na Conferência de Bretton
Woods. Seu funcionamento, basicamente, ocorre através do gerenciamento e
concessão de empréstimo para aqueles países que o solicitam.
Normalmente, o dinheiro do FMI é fornecido pelos seus próprios países-
membros, de forma que aqueles que mais contribuem são justamente aqueles
que mais possuem poder de decisão. Para adquirir empréstimos, o país em
questão deve atender a uma série de exigências, transformando suas
economias internas e, geralmente, abrindo sua economia para o mercado
estrangeiro.
Banco Mundial

Foi criado em 1945 na Conferência de Bretton Woods juntamente ao


FMI. Trata-se de uma organização financeira vinculada à ONU, mas que possui
a sua própria autonomia. Seu objetivo inicial era conceder empréstimos
direcionados aos países europeus que haviam sido devastados pela Segunda
Guerra Mundial. Posteriormente, seus objetivos mudaram e seu intuito passou
a ser o de conceder empréstimos a países da Ásia, África e Américas.

OIT

A Organização Internacional do Trabalho é uma instituição responsável


por regulamentar, fiscalizar, estudar e avaliar as relações de trabalho
existentes em todo o mundo. É considerada uma organização “tripartite”, ou
seja, formada por três tipos diferentes de forças: os governos de 182 países,
além de representantes de empresas empregadoras e de representações
trabalhistas ou sindicais.

OCDE

A Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico é uma


instituição atualmente composta por 34 países. Seu objetivo é fomentar e
incentivar ações de desenvolvimento econômico de seus países-membros,
além de medidas que visem à ampliação de metas para o equilíbrio econômico
mundial e melhorem as condições de vida e os índices de renda e emprego. O
Brasil não é um membro dessa organização.

CEI e a questão energética russa


O fim da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), em 1991,
proporcionou a independência de várias nações que a integravam. Porém, o
vínculo estabelecido entre esses países gerou entre eles uma grande
dependência nas relações políticas, militares e econômicas.
Nesse sentido, no dia 8 de dezembro de 1991, foi criada a Comunidade
dos Estados Independentes (CEI), cujo principal objetivo era estabelecer um
sistema econômico e de defesa entre as nações da extinta URSS. Os primeiros
integrantes do bloco foram: a Rússia, a Bielorrússia e a Ucrânia.
Posteriormente se integraram ao bloco, os seguintes países: Armênia,
Azerbaijão, Cazaquistão, Moldávia, Quirquistão, Tadjiquistão, Uzbequistão,
além do Turcomenistão, que atualmente é um membro associado à CEI. A
Geórgia desligou-se do grupo em 2009, e os três países bálticos (Lituânia,
Estônia e Letônia) são os únicos países que compunham a União Soviética que
nunca fizeram parte da CEI.
A população da CEI é de aproximadamente 274 milhões de habitantes,
sendo a Rússia, o país mais populoso – 140,8 milhões de habitantes. Em 2009,
o Produto Interno Bruto (PIB) do bloco foi de 587,8 bilhões de dólares.
A autonomia de cada nação é respeitada, não havendo, portanto,
interferência de outros países nas questões políticas internas. Qualquer país
pode abandonar a Comunidade dos Estados Independentes após ter
anunciado essa intenção, desde que a mesma seja com um ano de
antecedência.
Minsk, capital da Bielorrússia, é a cidade onde se localiza a sede da
Comunidade dos Estados Independentes. A estrutura administrativa do bloco é
composta por dois conselhos, sendo um formado por chefes de Estado e o
outro por chefes de Governo, cujos encontros ocorrem a cada três meses.
Embora tenha alguns anos de formulação, a estrutura da CEI ainda não
apresenta sólida estabilidade. A fragilidade do bloco se mostra por meio dos
conflitos nacionalistas, disputas étnicas e também os desentendimentos devido
à supremacia russa. Existem diversos empecilhos no processo de
concretização do bloco, como: baixo nível de desenvolvimento econômico e
também social; baixo número de regimes democráticos de governo;
disparidades entre o desenvolvimento econômico e a representatividade do
comércio exterior dos países membros; questões culturais e religiosas, quando
a Rússia busca conter os avanços do fundamentalismo islâmico na Ásia
Central; dentre outros. Em termos de religião, a integração entre países
islâmicos e não islâmicos é dificultada pelo fundamentalismo, uma vez que são
criados empecilhos em relação à aproximação.
A redução das taxas de natalidade nos países pertencentes a
Comunidade dos Estados Independentes se deve às dificuldades sociais nos
países membros, as quais ainda são bastante representativas. Os altos índices
de desemprego e os altos custos de vida têm inibido as pessoas de terem
filhos. Além disso, há um grande deslocamento de pessoas da CEI em direção
aos países europeus, e também aos Estados Unidos, em busca de
oportunidades de trabalho e melhores condições de vida. Ao mesmo tempo em
que a Rússia recebe trabalhadores dos países vizinhos, os quais possuem
menores expectativas de crescimento profissional, também os russos migram
em direção aos países europeus, em busca de melhorias de vida.
Dentre os múltiplos problemas sociais na CEI estão às poucas
oportunidades de trabalho aos jovens, a pobreza, o abandono de crianças e as
doenças, como difteria e tuberculose. As dificuldades acabam por gerar outros
problemas sociais, como o alcoolismo e a dissolução de famílias. As tensões
de caráter religioso e étnico também continuam presentes, dificultando a
consolidação real do bloco político-econômico.
As questões energéticas também são motivadoras de conflitos no
interior da CEI. A Rússia é o país detentor de maior parte dos recursos
energéticos da região, e assim, cobra altos preços aos demais países pelo uso
da energia. Como são regiões frias, há um alto índice de recursos energéticos
para o aquecimento, que garante que as pessoas sobrevivam às baixas
temperaturas. Assim, a dependência em relação à Rússia, faz com que os
demais países se submetam àquela.

Geografia do Ceará

Registros a respeito do Ceará começaram a ser documentados na


História Moderna, especialmente, a partir do século XVI. Os primeiros
documentos dão conta de que a região era habitada por diversas etnias
indígenas que tiravam seu sustento da extração de recursos naturais, pesca,
agricultura e comércio com povos europeus.
A Capitania do Ceará foi doada ao provedor-mor da Fazenda Real,
Antônio Cardoso de Barros, em 20 de novembro de 1535. Posteriormente,
chegou a ser anexado à Capitania de Pernambuco, mas, foi desagregado em
1799. Nesse período, lutas políticas e movimentos armados provocaram
instabilidade que persistiu pelo Império e Primeiro República.
O cenário tornou-se estável, apenas, na reconstitucionalização do Brasil,
em 1945. Porém, a atual formação histórica é fruto de fatores econômicos,
sociais e adaptação à natureza. Nesse quadro, destacamos a interação entre
africanos, europeus e povos nativos, além de sua adaptação à seca.
Um fato histórico importante foi que a abolição da escravatura, em 1884,
foi assinada no Ceará.
O estado do Ceará está localizado na região Nordeste do Brasil dotado
de área territorial com 148.920,538 km². Possui 184 municípios que abrigam,
aproximadamente, 8.452.381 habitantes. Geograficamente, faz limites com
o Pernambuco (sul), Paraíba (sudeste), Rio Grande do Norte (leste), Piauí
(oeste) e Oceano Atlântico (norte).
Localizado entre 2°S e 7°S, o Ceará se aproxima à Linha do Equador e,
por isso, sofre a influência dos ventos alísios, intensificando o regime eólico. O
litoral cearense tem 573km de extensão e atrai, anualmente, mais de dois
milhões de turistas. A Floresta Nacional do Araripe, no Sul, abriga a maior
concentração de fósseis do Período Cretáceo no mundo.

O IBGE dividiu o estado em sete mesorregiões e 33 microrregiões. O


governo do Ceará, por sua vez, o dividiu em oito macrorregiões e vinte
regiões administrativas. Existem, ainda, três regiões metropolitanas –
Região Metropolitana do Cariri (RMC), a Região Metropolitana de Sobral
(RMS) e a Região Metropolitana de Fortaleza (RMF).

Coordenadas geográficas: 05º 11′ S 39º 17′ W.

População
O povo cearense foi formado pela miscigenação de indígenas, negros e
colonizadores europeus. No entanto, a ocupação do território deu-se sob a
influência pelo fenômeno da seca. De acordo com dados do IBGE de 2017, a
população cearense é estimada em 9.020.460 habitantes.
Sua distribuição ocorre de forma desregular, apresentando contraste
demográfico entre as zonas mais e menos populosas. Os principais centros
urbanos estão nas cidades de Sobral e Fortaleza, seguidas da Chapada do
Araripe, devido à produção agrícola. Destacam-se as regiões do Vale do Cariri
e Pacajus.
O Ceará tem, atualmente, quinze etnias indígenas nativas reconhecidas
com população estimada de 22.500 pessoas.

Fortaleza

A capital do Ceará é, hoje, a cidade mais importante e populosa do


estado, com estimativa de 2,6 milhões de habitantes. A cidade abriga a zona
portuária, além de ser responsável pelo entroncamento viário. A influência
fortalezense está, também, na concentração dos serviços industriais e
comerciais.

Principais cidades

As cidades mais importantes economicamente e, também, populosas do


Ceará, além de Fortaleza, são:

 Juazeiro do Norte: 270.383 habitantes na região metropolitana do


Cariri
 Caucaia: 362.223 habitantes
 Sobral: 205.529 habitantes na região metropolitana de Sobral
 Crato: 135.604 habitantes na região metropolitana do Cariri
 Itapipoca: 127.465 habitantes na região norte
 Iguatu: 102.013 habitantes na região centro-sul
 Aracati: 73.188 habitantes na Vale do Jaguaribe
 Quixadá: 86.605 habitantes no sertão cearense
 Quixeramobim: 75.565 habitantes no sertão cearense
 Caucaia: 362.223 habitantes na região metropolitana de Fortaleza
 Eusébio: 52.667 habitantes na região metropolitana de Fortaleza
 Horizonte: 65.928 habitantes na região metropolitana de Fortaleza
 Maranguape: 126.486 habitantes na região metropolitana de
Fortaleza
 Maracanaú: 224.084 habitantes na região metropolitana de
Fortaleza
 Aquiraz: 79.128 habitantes na região metropolitana de Fortaleza
 São Gonçalo do Amarante: 78.265 habitantes, sede do Complexo
Industrial e Portuário do Pecém

Relevo

O relevo cearense é caracterizado pelos planaltos, várzeas, planícies,


serras e sertões, além de chapadas e cuestas. É delimitado, a oeste, pela
Cuesta da Ibiapaba; a leste, pela Chapada do Apodi; ao sul, pela Chapada do
Araripe; e, ao norte, pelo Oceano Atlântico. O interior do estado, por sua vez,
possui a denominação de Depressão Sertaneja.
Chapada do Araripe: compreende, também, áreas dos estados do
Piauí e Pernambuco. O relevo é horizontalizado e atinge altitudes médias de
750m, porém, algumas formações atingem mais de 900m. Vegetação variada,
incluindo carrasco, caatinga, floresta tropical e cerradão. De suas escarpas,
surgem fontes e mananciais que irrigam o sopé, garantindo mais fertilidade,
tornando o Vale do Cariri uma das áreas mais povoadas do Ceará
Chapada do Apodi: tem relevo tabular com origem sedimentar. Ocupa
o extremo leste cearense e apresenta altitudes modestas de, no máximo, 250m
de altitude. Compreende área de transição entre a Zona da Mata e a
Depressão Sertaneja, com índice pluviométrico e taxa de umidade baixos.
Chapada da Ibiapaba: as altitudes médias chegam a 750m com relevo
íngreme na parte voltada para o Ceará e suave na porção direcionada ao Piauí.
Apresenta variações climáticas e de vegetação ao longo de sua extensão. Na
porção da Depressão Sertaneja, a vegetação é tropical frondosa e densa. A
oeste, as chuvas diminuem e o clima toma características de semiárido na
presença da vegetação de carrasco. Ao Sul, predomina a caatinga, também,
com índice pluviométrico baixo.
As costas e chapadas do território do Ceará possuem formação
sedimentar enquanto as serras são formadas por maciços de origem cristalina.
Como exemplos de serras úmidas, podemos citar:
 Serra de Baturité
 Serra da Meruoca
 Serra de Uruburetama
 Serra de Maranguape
 Serra do Machado

Nas serras cuja altitude passa dos 600m, o clima é úmido por apresentar
maior índice pluviométrico. Nessas regiões, a vegetação encontrada tem
características de floresta tropical apresentando, porém, trechos de caatinga.
Outra formação presente, especialmente, no Sertão, são os inselbergs,
resquícios de relevo antigo alto erodido.
O ponto mais alto do estado é o Pico Serra Branca, localizado na Serra
do Olho d´Água, com 1.154m de altitude. Em segundo lugar, vem o Pico Alto,
situado em Guaramiranga com 1.114m de altitude. Constitui forte atração
turística graças à paisagem que une serra e sertão que pode ser observada do
alto da Serra de Guaramiranga.

Geologia

A geologia cearense pode ser dividida, de modo geral, em duas grandes


unidades distintas – o sedimentar e o cristalino que, inclusive, ocupam 74% do
território, composto por rochas antigas.

Clima
Boa parte do território cearense está localizado na sub-região do sertão
nordestino, cuja principal característica é o clima semiárido. Tanto que a área é
chamada, também, de Polígono das Secas. O índice pluviométrico é baixo com
secas periódicas. As temperaturas variam de acordo com a região do estado.
No litoral, predomina clima quente semiúmido com temperaturas médias
de 27°C. No sertão, os termômetros atingem pontos mais altos, normalmente,
acima de 29°C. Nas serras, o clima é mais ameno, com temperaturas mais
baixas, umidade relativa do ar alta e registros de 22°C, em média.
Nas regiões úmidas, o período de chuvas está compreendido entre
janeiro e julho mas, tem uma estação pré-chuvosa em dezembro. Com
altimetria mais alta, tais locais apresentam índices pluviométricos que
ultrapassam os 900mm anuais, o que corrobora para a manutenção da
umidade por seis meses.
A ocorrência de chuvas em todo o estado tem a contribuição de dois
sistemas meteorológicos – a Zona de Convergência Intertropical – ZCIT
(provoca umidade no máximo da sua oscilação no Hemisfério Sul) e a massa
Equatorial Atlântica (transporta os ventos alísios úmidos).
A orografia (montanhas) provoca as chuvas de relevo, trazendo umidade
para a Depressão Sertaneja. Nas porções semiáridas, a escassez de chuvas
predomina no estado, especialmente, na região central. A amplitude térmica
anual é baixa enquanto as taxas de evapotranspiração são altas.
Aqui, o período chuvoso dura entre fevereiro e abril mas, as secas
podem chegar a nove meses. Aproximadamente, 92% do território cearense é
influenciado por essa variação climática que afeta a Depressão Sertaneja e os
sopés de serra. Os índices pluviométricos variam entre 500 e 800mm anuais,
prejudicando a agricultura e a população.

Vegetação

A maior parte do estado é dotado da caatinga, bioma brasileiro


encontrado na região Nordeste. Sua principal característica é a vegetação
xerófila com espécies resistentes à escassez de água, como o cacto. Dois tipos
de unidades da caatinga são encontrados no Ceará, sendo elas:
 caatinga arbórea: árvores altas que chegam a atingir 20m de
altura de caules retos, além de espécies menores arbustivas.
Principais espécies: aroeiras, braúnas e angicos vermelhos.
 caatinga arbustiva: porte baixo, caules retorcidos e densidade
variável entre abertos ou fechados. Principais espécies:
mandacarus, sabiás e catingueiras.

Na faixa litorânea, apresenta salinas, matas ciliares e de tabuleiro, além


de vegetação de restinga. Nas serras, são encontradas florestas tropicais
divididas entre matas úmidas (árvores de grande porte) e secas (não estão
associadas a cursos d´água). Na divisa com o Piauí, predomina a vegetação de
carrasco, com xerófitas e espécies variáveis.
Voltando às matas ciliares ou de galeria, estas ocupam os vales úmidos
dos rios e riachos, possibilitando a formação de povoados. As principais
espécies encontradas são o juazeiro, oiticica, carnaúba e mulungu. As
vegetações de dunas, mangues e tabuleiro são menos expressivas, porém, de
grande importância.
A vegetação de dunas é caracterizada pelos coqueiros espalhados nas
praias, além de espécies como capim-da-praia, salsa-de-praia, murici e grama
da areia. Os tabuleiros, por sua vez, são planaltos de baixa elevação
compostos por vegetação rala e areia. Por fim, os mangues são encontrados
em áreas influenciadas pela ação das marés.
As principais características desse tipo de vegetação são o porto
arbustivo, a pouca variedade, raízes suspensas, adaptação à umidade e a
salinidade. A importância dos mangues está na manutenção do clima, além de
evitar o alagamento das áreas ao redor. Também é fonte de renda para as
populações ribeirinhas.

Unidades de conservação

O Ceará possui mais de 60 unidades de conservação, entre reservas


extrativistas, corredores ecológicos, jardim botânico, floresta nacional,
monumentos naturais, estações ecológicas, reservas particulares, parques
ecológicos, reservas de patrimônio natural particulares e Áreas de Proteção
Ambiental (APA).
As UC’s estão sob cuidados federais, estaduais ou municipais, a maioria
voltada para a preservação da vegetação litorânea, caatinga e matas úmidas.
Como exemplos de unidades de conservação, podemos citar:

 Parque Estadual do Rio Cocó


 Parque Nacional de Jericoacoara
 Parque Ecológico do Acaraú
 Estação Ecológica de Aiuaba
 Estação Ecológica Castanhão
 APA da Bica do Ipú
 APA da Serra da Aratanha
 APA da Serra do Baturité

Fauna

A variedade de habitats permite que o Ceará tenha vasta biodiversidade


animal com espécies espalhadas ao longo do litoral, sertão e serras. Algumas,
inclusive, são encontradas apenas em seu território. É o caso do soldadinho-
do-araripe, ave que habita, exclusivamente, a Chapada do Araripe.
Também são característicos do Ceará espécies como:

 jandaia
 garça
 martim-pescador
 uirapuru-laranja
 beija-flor
 lavandeira
 gaivotas
 galinha-d’água
 caranguejos
 cará
 aratinga-de-testa-azul
 bem-te-vi
 besouro-hércules
 calango
 cobra-coral
 cobra-lisa
 quati
 queixada
 ema
 tamanduá-bandeira
 gavião-carijó
 teiú-branco
 tatu peba
 jaguatirica
 veado-mateiro
 veado-catingueiro
 jabuti
 gavião-carrapateiro
 gato-do-mato

Hidrografia

Os rios cearenses são temporários devido à estação das secas. O Norte


é banhado por pequenos rios, como o Aracatiaçu e o Acaraú. Os principais rios
do Ceará são:
 Rio Jaguaribe: com 610km de extensão, abriga os Açudes Oró e
Castanhão, os maiores reservatórios de água do estado
 Rio Acaraú: 320km de extensão
 Rio Banabuiú: 314km de extensão
 Rio Salgado: 308km de extensão
 Rio Ceará: 60km de extensão, é a divisa entre Fortaleza e
Caucaia
 Rio Choró: 205km de extensão

Recursos Minerais

Os principais recursos minerais encontrados no Ceará são o calcário,


ferro, argila, granito, magnésio e, também, água mineral.

Economia

A economia cearense tem base diversificada e destaca a importância


das atividades turísticas, industriais, extrativistas, pecuária e agricultura. Na
primeira, atende a diversos tipos de turismo, como o religioso, cultural, rural,
aventura e ecoturismo, bem como a procura por um dos pontos localizados em
seu extenso litoral.
Na pecuária, é relevante a criação de suínos, caprinos, bovinos,
carcinicultura, asininos, aves, equinos e ovinos. Na agricultura, os principais
cultivos são milho, arroz, feijão, castanha de caju, cana-de-açúcar, laranja,
banana, tomate, mamona e mandioca. A atividade, entretanto, é limitada pelo
regime de chuvas.
No sertão, o cultivo de algodão, milho e feijão mostra o sistema de
consorciação praticado nas culturas de subsistência. No litoral, os cajueiros se
misturam a estas culturas, em regime de sequeiro e em regime irrigado com o
maracujá, melão e melancia. Outra atividade que contribui para a economia do
estado é o extrativismo.
A mineração está concentrada na exploração de ferro, água mineral,
petróleo, gás natural, argila, calcário, magnésio e granito. Em Santa Quitéria,
por exemplo, está localizada a maior reserva de urânio do país. Na indústria, o
ponto forte está no Distrito Industrial de Maracanaú, importante complexo
localizado na região metropolitana de Fortaleza.
Os setores desenvolvidos na indústria cearense incluem o químico,
metalúrgico, têxtil, vestuário, alimentício e calçadista. Mas, uma área que
merece menção é o artesanato, especialmente, a renda de bilro. A atividade é
exercida por mulheres de comunidades do interior e a produção é distribuída
na faixa litorânea.
Importante, também, lembrar do labirinto praticado pelas mulheres de
jangadeiros nas regiões de Beberibe, Aracati, Fortaleza e Cascavel, bem como
a cestaria encontrada nos municípios de Sobral, Russas, Limoeiro do Norte,
Jaguaruana, Aracati, Massapé, Crateús, Baturité e Camocim. Este emprega a
palha de carnaúba, do bambu e do cipó.

Culinária típica

A culinária típica cearense é uma das grandes estrelas do estado e tem


uma lista extensa de iguarias. Entre elas, estão:
 Carne de Sol com macaxeira
 Rapadura
 Tapioca
 Sarapatel
 Peixes
 Sarrabulho
 Cuscuz
 Bolo Mole
 Moqueca
 Baião de Dois

Realidade e principais problemas

Os cinco municípios com maior PIB per capita no estado são: Eusébio
(R$ 23.205), Horizonte (R$ 15.947), Maracanaú (R$ 15.620), São Gonçalo do
Amarante (R$ 14.440) e Fortaleza (R$ 11.461). Todos estão acima da média
estadual, que é de R$ 7.112. Os dez municípios de maior PIB abrangem
67,86% do PIB total.

Quanto à realidade da população, 78,44% das crianças e adolescentes


até 17 anos frequentam creches ou escolas, enquanto 21,56% encontra-se fora
destas instituições. Em 2017, o Ceará teve 389.478 alunos matriculados no
ensino médio da rede estadual. A rede pública de ensino, a propósito, está
entre as melhores do país.
O índice de analfabetismo entre pessoas acima de 15 anos é de 19,2%,
sendo que 30,7% nessa faixa etária são analfabetos funcionais. Na outra
ponta, 82,8% da população é alfabetizada. A expectativa de vida do estado é
de 73,6 anos e o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é de 0,682.
A seca é uma das principais preocupações da população cearense. Mais
de 1.700 casos de estiagem foram registrados, somente, entre os anos de
1991 e 2012. Nesse período, apenas a região metropolitana de Fortaleza não
registrou nenhuma ocorrência. Em 2012, 178 municípios decretaram situação
de emergência pela falta de chuva.
A situação foi mais grave nas cidades de Penaforte, Pedra Branca,
Madalena, Catunda, Acopiara, Caridade, Mombaça e Tauá. Outros problemas
graves relacionados ao meio de ambiente são a poluição do ar nas cidades
maiores, o desmatamento e a consequente desertificação do solo.
A criminalidade, também, é um grande problema enfrentado pelos
cearenses. A capital, Fortaleza, figura entre as capitais mais violentas do Brasil,
com elevadas taxas de homicídios, roubos e furtos. Sete dos municípios do
Ceará estão entre as 500 cidades com maiores taxas de homicídios do país.

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