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UNIVERSIDADE LICUNGO

EXTENSÃO – QUELIMANE

LICENCIATURA EM GESTÃO AMBIENTAL E DESENVOLVIMENTO


COMUNITÁRIO

Nome do Estudante: Daudelino Armando António Frasquera


Nome da Docente: Prof. Doutora Gina Amélia Albino Sitoe
Cadeira: Cartografia
Títulos da Obras: - Princípios de Cartografia Básica Volume nº 1

- Cartografia geral, digital e temática Volume 1

Autores: - Paul S. Anderson

- Tony Vinicius Moreira Sampaio


- Maria Cecília Bonato Brandalize
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Introdução

O presente resumo da Cadeira de cartografia, sobre princípios de cartografia básica, nos


capítulos 1, 4, 5 e o livro de Sampaio, T., Brandalize. Desde os tempos remotos, o
homem notou que era necessário se orientar por meio dos recursos que o
ambiente propiciava. Se a caverna era um local seguro para morar, o rio tinha a água
para beber e na floresta viviam os animais e as plantas para alimentação, logo se tornou
essencial criar uma noção de orientação e localização para seu quotidiano e
sobrevivência. A exploração tanto da área em que vivia quanto de pontos mais distantes
dependia desses conceitos, que foram se moldando conforme sua evolução.

Com o surgimento das primeiras civilizações, diversos pontos ligados à cartografia


foram ganhando forma, com base na própria natureza. Por meio de árvores, rios,
montanhas e demais recursos, muitos povos formaram seu território, passaram a
conhecê-lo, demarcá-lo e começaram a se instalar em novas terras, deixando de ser
nómadas.

Assim, os primeiros mapas e cartas surgiram com o objectivo de organização social para
que o governo dos impérios pudesse cobrar impostos de acordo com a região para a
identificação de rotas militares e navegação, além do registo de informações referentes a
todo espaço geográfico.
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PRINCÍPIOS DE CARTOGRAFIA BÁSICA

 Resumo [VOLUME No. 1 (Capítulos 1; 4; 5)] e Livro de SAMPAIO, T.,


BRANDALIZE.

Capítulo I

Conceitos básicos de Cartografia

Mediante a compreensão dos principais conceitos básicos da cartografia, podemos ter


um entendimento mais facilitado do processo de leitura e produção de mapas.

Cartografia

É a área do conhecimento responsável pela elaboração e estudo dos mapas e


representações cartográficas em geral, incluindo plantas, croquis e cartas gráficas. Essa
área do conhecimento é de extrema utilidade não só para os estudos em Geografia, mas
também em outros campos, como a Historia e a Sociologia, pois, afinal, os mapas são
formas de linguagem para expressar uma dada realidade.
Existem, dessa forma, alguns conceitos básicos de Cartografia que nos permitem
entender os elementos dessa área de estudos com uma maior facilidade. Saber, por
exemplo, noções como as de escala, legenda e projecções auxilia-nos a identificar com
mais facilidade as informações de um mapa e as formas utilizadas para elaborá-lo.

Principais conceitos da Cartografia

Mapa – um mapa é uma representação reduzida de uma dada área do espaço


geográfico. Um mapa temático, por sua vez, é uma representação de um espaço
realizado a partir de uma determinada perspectiva ou tema, que pode variar entre
indicadores sociais, naturais e outros.

Plantas – representação cartográfica realizada a partir de uma escala muito grande, ou


seja, com uma área muito pequena e um nível de detalhamento maior. É muito utilizada
para representar casas e moradias em geral, além de bairros, parques e
empreendimentos.
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Croqui – é um esboço cartográfico de uma determinada área ou, em outras palavras,


um mapa produzido sem escala e sem os procedimentos padrões na sua elaboração,
servindo apenas para a obtenção de informações gerais de uma área.
Escala – é a proporção entre a área real e a sua representação em um mapa.
Geralmente, aparece designada nos próprios mapas na forma numérica e/ou na forma
gráfica.

Legenda – é a utilização de símbolos em mapas para definir algumas representações e


está sempre presente em mapas temáticos. Alguns símbolos cartográficos e suas
legendas são padronizados para todos os mapas, como o azul para designar a água e o
verde para indicar uma área de vegetação, entre outros.

Orientação – é a determinação de ao menos um dos pontos cardeais, importante para


representar a direcção da área de um mapa. Alguns instrumentos utilizados na
determinação da orientação cartográfica são a Rosa dos Ventos, a Bússola e o aparelho
de GPS.

Projecções Cartográficas – são o sistema de representação da Terra, que é geoide e


quase arredondada, em um plano, de forma que sempre haverá distorções. No sistema
de projecções cartográficas, utiliza-se a melhor estratégia para definir quais serão as
alterações entre o real e a representação cartográfica com base no tipo de mapa a ser
produzido.

Hipsometria – também chamada de altimetria, é o sistema de medição e representação


das altitudes de um determinado ambiente e suas formas de relevo. Portanto, um mapa
hipsométrico ou altimétrico é um mapa que define por meio de cores e tons as
diferenças de altitude em uma determinada região.

Latitude – é a distância, medida em graus, entre qualquer ponto da superfície terrestre


e a Linha do Equador, que é um traçado imaginário que se encontra a uma igual
distância entre o extremo norte e o extremo sul da Terra.

Longitude – é a distância, medida em graus, entre qualquer ponto da superfície


terrestre e o Meridiano de Greenwich, outra linha imaginária que é empregada para
definir a separação dos hemisférios leste e oeste.
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Paralelos – são as linhas imaginárias traçadas horizontalmente sobre o planeta ou


perpendiculares ao eixo de rotação terrestre. Os principais paralelos são a Linha do
Equador, os Trópicos de Câncer e Capricórnio e os Círculos Polares Ártico e Antártico.
Todo paralelo da Terra possui um valor específico de latitude, que pode variar de 0º a
90º para o sul ou para o norte.

Meridianos – são as linhas imaginárias traçadas verticalmente sobre o planeta ou


paralelas ao eixo de rotação terrestre. O principal meridiano é o de Greenwich,
estabelecido a partir de uma convenção internacional. Todo meridiano da Terra possui
um valor específico de longitude, que pode variar entre 0º e 180º para o leste ou para o
oeste.

Coordenadas Geográficas – é a combinação do sistema de paralelos e meridianos com


base nas longitudes e as latitudes para endereçar todo e qualquer ponto da superfície
terrestre.

Curvas de Nível – é uma linha ou curva imaginária que indica os pontos e áreas
localizados sob uma mesma altitude e que possui a sua designação altimétrica feita por
números representados em metros.

Aerofotogrametria – é o registo de imagens a partir de fotografias áreas, sendo muito


utilizado para a produção de mapas.

Divisão da cartografia

Para entender melhor o que é cartografia e sua aplicação, existe uma divisão básica
dessa área:
 Ramo topográfico: é responsável pelos detalhes planialtimétricos, ou seja, os
aspectos naturais e artificiais de uma área tomada de uma superfície planetária.
Nesse campo, analisam-se as altitudes através de curvas de nível, as noções de
distância, as direcções e os detalhes precisamente localizados com grau de precisão
compatível à escala.
 Ramo temático: chamado também de mapeamento temático, inclui a representação
das informações geográficas referentes a um ou vários fenómenos físicos ou sociais
do planeta ou de uma parte dele. É o ramo da introdução à cartografia ligado as
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variadas áreas do conhecimento (económicas, agrícolas, industriais, geológicas,


demográficas etc.) para estudos, avaliações e pesquisas.

Dimensões e Figura da Terra

A expressão figura da Terra tem variados sentidos em geodesia de acordo com o


sentido em que for usado e com a precisão com que o tamanho e forma da terra devem
ser definidos. A superfície topográfica actual é mais aparente com a sua variedade de
formas de terra e áreas de água. Isto é, de facto, a superfície sobre a qual são efectuadas
as medições da Terra.

Não é prático, de facto, para cálculos matemáticos exactos, pois as fórmulas que seriam
necessárias para tomar em conta todas as irregularidades teriam tantas variáveis que
necessitariam de uma quantidade proibitiva de cálculos. A superfície topográfica é
geralmente um assunto de topógrafos e hidrógrafos.

Elipsóide de Revolução

Como a Terra é de facto ligeiramente achatada nos pólos e alargada no equador, a figura
geométrica usada na geodesia que mais se aproxima da figura da Terra é o elipsóide de
revolução. O elipsóide de revolução é uma figura que se pode obter pela rotação de
uma elipse pelo seu semi-eixo menor. Um elipsóide de revolução que descreva a figura
da Terra é chamado de elipsóide de referência.

Um elipsóide de revolução é definido apenas pela especificação de duas dimensões. Os


geodesistas, por convenção, usam o semi-eixo maior e o achatamento. O tamanho é

representado pelo raio equatorial — o semi-eixo maior — é designado pela letra .

A forma do elipsóide é dada pelo achatamento , que indica o quanto o elipsóide se


aproxima da forma esférica. A diferença entre o elipsóide de referência representando
a Terra e a esfera é muito pequena, apenas uma parte em 300 aproximadamente.

Figuras mais complicadas


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A hipótese de que o equador da Terra seja uma elipse em vez de um círculo e assim que
o elipsóide seja triaxial tem sido uma matéria de controvérsia científica durante muitos
anos.

A geodesia moderna tende a manter o elipsóide de revolução e a tratar a triaxialidade e a


forma de pêra como parte da figura do geoide: elas são representadas pelos coeficientes
harmónicos esféricos e respectivamente, correspondendo ao grau e números de 2,2 para
a triaxialidade e 3,0 para a forma de pêra.

Geoide

O geoide é uma superfície ao longo do qual o potencial da gravidade é em qualquer


ponto constante e para o qual a direcção da gravidade é sempre perpendicular. Este
último é particularmente importante pois os instrumentos ópticos que contêm os
dispositivos de nivelamento são frequentemente usados para fazer medições geodésicas.

CORRELAÇÃO PARA GEOFÍSICA E GEOLOGIA

Rotação da Terra e Interior da Terra

A determinação da figura exacta da Terra não é apenas uma operação geodésica ou uma
tarefa da geometria, mas também está relacionada com a geofísica. Se não se tiver em
conta o interior da Terra, podemos declarar uma "densidade constante" de 5.515g/cm 3 e,
de acordo com argumentos teóricos, um tal corpo a rodar como a Terra teria
um achatamento de 1/230.

De facto o achatamento medido é de 1/298.25, o que é mais semelhante a uma esfera e


um forte argumento de que o núcleo da Terra é muito compacto. Assim a densidade tem
de ser uma função da profundidade, tendo 2.7g/cm 3 à superfície (densidade das rochas
de granito, arenito, etc.

Campo Gravítico Regional e Global

Outra implicação da exploração física do interior da Terra é o campo gravítico que pode
ser medido com grande precisão à superfície e por satélites. A vertical verdadeira não
corresponde a um vertical teórico (de facto tem um desvio entre 2" e 50") devido a que
a topografia e as massas geológicas estão a perturbar ligeiramente o campo gravítico.
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Assim, o grosso da estrutura da crosta terrestre e manto pode ser determinada por
modelos geodésicos – geofísicos do subsolo.

Importância da cartografia

Dos mapas feitos à mão aos sistemas tecnológicos actuais, a necessidade de saber tudo
sobre cartografia é interessante para alunos de engenharia, topografia, arquitectura,
geografia, sociologia, só para citar algumas.

Além disso, noções de cartografia são essenciais tanto para um professor de


Geografia quanto para de outras disciplinas ligadas ao meio ambiente e agricultura, e
também para outros indivíduos que desejam aprender as características desse campo e
usá-las no quotidiano.

Aplicações da Cartografia

Com a cartografia é possível estudar e monitorar fenómenos naturais, alterações no


meio ambiente e na atmosfera, fazer a previsão do tempo, planejamentos ambientais e
de rotas da aviação, observar vulcões, erosões de solo, inundações e saber os níveis do
desmatamento. Desta maneira, podemos ver que os estudos cartográficos são de
considerável importância para a população.

Actualmente, os recursos utilizados pelos cartógrafos possibilitam que as informações


sejam bastante precisas. Os dados são transmitidos por satélites potentes, e o cartógrafo
fica responsável por interpretar e organizar estes dados de forma científica.
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Capítulo IV

SISTEMA DE COORDENADAS

Coordenadas Geográficas

As Coordenadas Geográficas formam um sistema de localização que se estrutura


através de linhas imaginárias, traçadas paralelamente entre si nos sentidos norte-sul e
leste – oeste, medidas em graus. Com a combinação dessas linhas, criam-se “endereços”
específicos para cada ponto do mundo, permitindo a sua identificação precisa.

Essas linhas imaginárias são chamadas de paralelos e meridianos, e suas medidas em


graus são, respectivamente, as latitudes e as longitudes.

O principal paralelo é a Linha do Equador, pois representa a faixa da Terra que se


encontra a uma igual distância dos pólos norte e sul. Essas duas linhas representam o
marco inicial da contagem das latitudes e das longitudes.

Por esse motivo, tudo o que se encontra exactamente sobre a Linha do Equador possui
uma latitude 0º, aumentando à medida que se desloca para o norte e diminuindo à
medida que se desloca para o sul.

Assim, as latitudes são a distância em graus de qualquer ponto da Terra em relação à


Linha do Equador. Suas medidas vão de -90º até 90º.

Da mesma forma acontece com o Meridiano de Greenwich em relação às longitudes.


Tudo que estiver sobre essa linha possui 0º de longitude, aumentando à medida que nos
deslocamos para leste e diminuindo à medida que nos deslocamos para oeste.

Por isso, as longitudes são a distância em graus de qualquer ponto da Terra em


relação ao Meridiano de Greenwich. Suas medidas vão de -180º até 180º.

Tipos de Coordenadas Geográficas


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Coordenadas Geográficas são linhas imaginárias que cortam o planeta Terra nos
sentidos horizontal e vertical, servindo para a localização de qualquer ponto na
superfície terrestre.
A distância das coordenadas geográficas são medidas em graus, minutos e segundos.
Um grau corresponde a 60 minutos, e um minuto corresponde a 60 segundos.

Dessa maneira, temos dois tipos de coordenadas geográficas:

 Latitude: São as linhas que tracejam a Terra no sentido horizontal, também


conhecidas como paralelas. O círculo máximo da esfera terrestre, na horizontal, é
chamado de Equador. O Equador corresponde à latitude 0°, dividindo o planeta em
hemisférios Norte e Sul. As latitudes variam de 0 a 90°, tanto ao Norte quanto ao
Sul. A latitude, além de servir para localização geográfica, é uma variável
importante para estudar os tipos de clima da Terra, pois a incidência de raios solares
no planeta é maior nos lugares com latitudes menores, isto é, mais próximas à linha
do Equador.

Conversão de Coordenadas Geográficas

Apesar de a maneira mais conhecida ser o formato apresentado na introdução, as


coordenadas podem ser apresentadas de diversas outras maneiras. Em linhas gerais, as
coordenadas utilizam o sistema cartesiano (da matemática) para fazer referência à
localização de pontos geográficos.

Por convenção, tudo o que está acima do Equador (latitude 0º) tem o sinal “N”(norte) e
tudo o que está abaixo do Equador tem o sinal “S”(sul). Da mesma maneira, tendo o
meridiano de Greenwich como referência (longitude 0º), tudo o que está à direita tem o
sinal “E”(leste) e tudo o que está à esquerda tem o sinal “W”(oeste). Ocorre, no entanto,
que também é correcto colocar o sinal à frente da coordenada e, também, substituir os
valores “W”e “S”pelo sinal de negativo (–) e os valores “E”e “N”por nenhum sinal.

Assim, estariam correctas as seguintes notações:

 (03º20’16″N / 041º38’25″W) – padrão comum;


 (N 03º20’16″/ W 041º38’25”);
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 (03º20’16″/ – 041º38’25”).

Estas formas de apresentação podem, ainda, sofrer alterações de acordo com a


aplicação. Não há obrigatoriedade de se apresentar os minutos e os segundos em todas
as coordenadas.

Assim, todas as coordenadas abaixo – que indicam exactamente a mesma localidade –


estariam correctas:

 (03º20’16.44″N / 041º38’31.56″W);
 (03º20.274’N / 041º38.526’W);
 (03.3379º/ – 041.6421º).

Elementos de um Mapa

Os elementos de um mapa são: título, legenda, escala, orientação e projecção


cartográfica. Todos eles ajudam-nos a ler e a compreender as representações que os
mapas possuem.

São vários os elementos de um mapa, isto é, aqueles itens e símbolos necessários para
que uma mera figura possa ser diferenciada de um verdadeiro mapa ou cartograma, que
é feito com rigor científico para representar uma determinada área da superfície
terrestre.

Em geral, os mapas costumam apresentar as seguintes composições:

 Título;
 Orientação;
 Legenda;
 Escala;
 Projecção cartográfica.

Esses são elementos obrigatórios de um mapa, embora nem sempre estejam presentes
em todos os mapas que vemos por aí. De toda forma, para melhor interpretarmos as
informações cartográficas, é preciso conhecer esses instrumentos, procurando saber o
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que eles são, o que indicam e quais são as suas funções no processo de comunicação,
haja vista que os mapas também são formas de linguagem.

Título: O título, que por vezes vem acompanhado de um subtítulo, é o indicador do


tema retratado, quando se trata de um mapa temático. Em mapas históricos, o título
também costuma indicar o ano ou período do espaço representado. Para que se faça uma
correcta leitura de qualquer cartograma, a primeira coisa a se fazer é sempre ler o título
e compreender o que ele indica.

Legenda: As legendas são os significados dos símbolos existentes nos mapas. Esses
símbolos podem apresentar-se em forma de cores, ícones, hachuras, pontos, linhas e
outros. Alguns desses símbolos apresentam padronizações, como o azul para representar
a água; o verde, para as florestas e áreas verdes, linhas com traços para representar
ferrovias; aviões para representar aeroportos, entre outros inúmeros exemplos.

Escala: indica a relação matemática entre o espaço real e a representação desse espaço
no mapa. Ela, portanto, aponta a quantidade de vezes que uma área teve de ser reduzida
para caber no local em que o mapa está representado. As escalas podem ser gráficas ou
numéricas (ambas presentes no exemplo acima). A escala numérica apresenta-se em
números de uma divisão, e a escala gráfica apresenta-se conforme uma representação de
linhas e traços.

Orientação: é importante no sentido de apontar a direcção do mapa, indicando-nos para


que lado fica o norte e, consequentemente, os demais pontos cardeais. Ela pode
apresentar-se com uma rosa dos ventos completa ou apenas com uma seta indicando o
norte geográfico. A importância da orientação se dá, principalmente, em mapas que
representam áreas muito restritas, quando não conseguimos perceber facilmente para
que lado o mapa está apontando.

Projecção cartográfica: indica a técnica que foi empregada para fazer o mapa. Como
sabemos, as projecções cartográficas são as diferentes formas de representar o globo
terrestre (que é geoide, quase esférico) em um plano. Como essa representação
apresenta distorções, se sabemos qual foi a projecção utilizada em um determinado
mapa, conseguimos ter uma melhor noção sobre elas.
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Capítulo V

Conceito de escala e seu significado

Conceito de escala

A escala cartográfica envolve a relação entre o espaço real e sua representação


cartográfica.

Em Cartografia, os mapas formam uma representação de um determinado local do


espaço. Essa representação, no entanto, não corresponde ao tamanho fiel do lugar
representado, tratando-se de uma redução.

Por exemplo, O mapa de Moçambique, só cabe em um pedaço de papel porque tiveram


que “diminuir” a sua área milhares de vezes, pois senão seria impossível representar os
seus diferentes fenómenos e elementos.

Dessa forma, é preciso que se compreenda que essa redução não é feita de forma
aleatória, mas deve respeitar as proporções das diferentes localidades. Essa proporção é
chamada de escala.

A escala é, portanto, a proporção matemática entre um dado espaço geográfico e sua


representação cartográfica, designando quantas vezes foi necessário diminuir aquela
área para que ela coubesse no plano onde foi produzida.

Sendo assim, a escala (E) é directamente proporcional à distância no mapa (d) com a

distância da área real (D), resultando na seguinte fórmula:

Tipos de Escala

Assim sendo, para ilustrarmos essa escala, existem duas formas diferentes:
 Escala numérica;
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 Escala gráfica.

 Escala numérica

É representada por uma disposição dos números em forma de fracção ou razão. No


numerador dessa divisão estará sempre a área do mapa (geralmente a medida mínima de
1 cm) e, no denominador, a área real equivalente.

No caso do exemplo acima citado, a escala numérica expressa-se da seguinte forma:


1: 100.000

A vantagem desse tipo de escala é que ela demonstra quanto cada centímetro do mapa
representa na realidade, fornecendo-nos certa noção do tamanho da área representada.

 Escala gráfica

É a representação visual da escala e utiliza uma linha dividida em partes iguais. Ainda
seguindo o exemplo anterior, a escala gráfica seria representada em uma das seguintes
formas abaixo.

Exemplo: Cada espaço possui um centímetro:

0 3 6 9 Km

Ou
0 3 6 9

Quilómetros

A vantagem da escala gráfica está em oferecer uma impressão visual da proporção entre
o mapa e a realidade. Além disso, para ampliar o mapa, não é necessário recalcular a
escala, basta ampliar a escala gráfica junto, o que torna mais fácil o seu manuseio.

Escala grande e escala pequena


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Quanto maior a área representada, maior a redução e menor é a escala, e vice-versa.

Escalas grandes permitem um detalhamento maior das informações, enquanto escalas


pequenas, por representarem grandes áreas, permitem um detalhamento menor.

Tipos de Mapas

Os mapas são instrumentos de comunicação, servem para representar graficamente uma


dada área do espaço terrestre. Os mapas e cartogramas não objectivam representar todas
as informações presentes na superfície, mas apenas aquilo que o autor deseja
demonstrar.

Por isso, os mapas podem ser divididos em vários tipos e a sua classificação vária de
acordo com o tema tratado.

Mapas Gerais

São os que servem de suporte, ou seja, de base, à elaboração de mapas temáticos.


Nos mapas gerais ou de base estão representados os elementos naturais e os elementos
humanos de interesse geral.

Como, por exemplo:

 A altitude;
 Os cursos de água;
 Os limites administrativos;
 Os aglomerados populacionais;
 As vias de comunicação.

Exemplos de mapas gerais ou de base:


 Planta;
 Mapa topográfico;
 Planisfério;
 Mapa-múndi.

Mapas temáticos.
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Os mapas temáticos são representações gráficas da superfície terrestre ilustradas de


acordo com algum critério preestabelecido. Para designar os diferentes aspectos do
espaço geográfico, utilizam-se as legendas e os símbolos a elas correspondentes para
espacializar determinados fenómenos.

LIVRO DE SAMPAIO, T., BRANDALIZE.

Dados de Representação Cartográfica

Dados Geográficos

O que diferencia os chamados dados geográficos dos demais é sua componente


espacial. Por isso eles também são chamados de dados espaciais. Quando falamos em
componente espacial queremos dizer que estes dados são representações da superfície
terrestre e estão relacionados com sua localização no espaço, ou seja podem ser
posicionados em determinada região geográfica tendo por base suas coordenadas.
Assim, com base nessas informações, torna-se possível a análise do espaço geográfico.

Ao se trabalhar com dados geográficos, é bastante útil determinar relações topológicas


como adjacência, pertinência, intersecção, cruzamento e proximidade.

Conforme destaca a figura abaixo, os dados geográficos são agrupados em duas grandes
classes ou modelos de representação, a saber: vectorial e matricial (raster).

Classe Vectorial

Dados
Geográficos

Classe Matricial

Estas classes de representação se referem a forma na qual os dados espaciais são


armazenados (vectores ou matrizes).
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Classe Vectorial

Dados espaciais armazenados no modelo vectorial tem a localização e os atributos


gráficos de cada objecto representadas por pelo menos um par de coordenadas.

Nesta classe as entidades podem ser apresentadas na forma de pontos, linhas (arcos e
demais elementos lineares) e polígonos (áreas). Conforme a figura abaixo.

Linha

Ponto
Área

Pontos são utilizados para representar, por exemplo, a localização de crimes ou


ocorrências de doenças. Linhas têm aplicação na representação de redes de esgoto,
traçado de rios e semelhantes. Polígonos podem representar desde lotes de uma quadra
até continentes.

Com respeito aos polígonos é digno de nota observar que estes dividem o plano em duas
regiões: o interior, que em geral inclui a fronteira do polígono fechado e o exterior.

Classe Matricial

Nesta modelo, a representação é feita através de uma matriz composta de um certo


número de colunas e linhas, onde cada célula tem um valor correspondente ao atributo
analisado e pode ser localizada pelo cruzamento entre as linhas e colunas.

Representação do relevo

Existem diferentes maneiras de representar um relevo, de acordo com a necessidade do


estudo.
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Para a engenharia e a arquitectura, as formas convenientes de representar o relevo de


um terreno são:

 Pontos cotados;
 Curvas de nível;
 Secções / perfis.

Formas e curvas de níveis

A representação por curvas de nível é um sistema de representação artificial, que tem


pouca correspondência na natureza, ou seja, os planos não são vistos cortando a
superfície terrestre, sendo, portanto, um exercício de visualização para a maior parte das
pessoas.

Conceito de SIG

SIG – sigla para “Sistemas de Informações Geográficas”, é o conjunto de métodos e


sistemas que permitem a análise, colecta, armazenamento e manipulação de
informações sobre uma dada área do espaço geográfico. Utiliza, muitas vezes, técnicas e
procedimentos tecnológicos, incluindo softwares, imagens de satélite e aparelhos
electrónicos em geral.
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Conclusão

Chegado ao fim do resumo, notei que com o advento das grandes navegações, o uso da
cartografia foi aprimorado. Os mapas eram as únicas fontes de orientação para muitas
nações europeias e asiáticas, e esse conhecimento foi incrementado com a descoberta de
novos continentes e influência dos ramos científico e artístico. Esses documentos
também eram essenciais em períodos de guerra e exploração de novas terras, em
estratégias variadas, levantamentos e toda a visão de espaço/mundo.

Até chegar ao status actual, a cartografia passou por inúmeras evoluções. Hoje em dia,
está cada vez mais moderna e com novas perspectivas, se moldando à tecnologia e se
estabelecendo como uma ciência.

Com tudo, segundo a Associação Cartográfica Internacional (ACI), a definição de


cartografia é o "conjunto de estudos e operações científicas, técnicas e artísticas que,
tendo por base o resultado de observações directas ou da análise da documentação, se
voltam para a elaboração de mapas, cartas e outras formas de expressão e representação
de objectos, fenómenos e ambientes físicos e socioeconómicos, bem como sua
utilização".

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