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Instituto de Formacao de Professores da Manga - Ciencias Sociais 1º Ano - 1ºSemestre-12ª +3 /2023

TEXTO DE APOIO - 1

1. INTODUÇÃO AO ESTUDO DAS CIÊNCIAS SOCIAIS

1.1. Definição do conceito

É o estudo de fenómenos sócio-económicos e físico – naturais, suas caracteristicas, suas


transformações e as relações que se estabelecem entre si ao longo do tempo e num
determinado espaço geográfico.

2. OBJECTO DE ESTUDO

Sendo o objecto de estudo a área sore a qual recai o estudo de certa Ciência, constitui o
objecto de estudo das Ciências Sociais:

- O espaço;
- O tempo;
- Os acontecimentos ̸ fenómenos físico-naturais;
- A sociedade.

3. FACTOS E FENÓMENOS GEOGRÁFICOS


Fenómenos Geograficos são mudanças drasticas e observáveis que ocorrem na natureza.
Podem ocorrer abruptamente e são capazes de transformar o ambiente de modo que
após esses fenómenos surja uma nova realidade.
Ex: Obstrução de canais por deslizamento de terra, subida do nível das águas do mar,
o gelo e o degelo, geracao de incendios florestais, a construcao de barragens, a
construcao de estradas que melhora a comunicacao mas afecta o ecossistema.

Fenómenos Geográficos são complementados por factos Geograficos que se referem a


elementos estaveis e cujas variações são percebidas por periodos mais longos. Ou seja,

Factos Geográficos, são todas as formas observadas na superfíie da terra, caracterizados


pela sua durabilidade, sua resistência à mudanças e formadas por meio de processos
exógenos ou endógenos.
Ex: A extensão territorial, dunas e loess, vales, meandros, as queimadas descontrolada.

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dr. LATEIRO DE SOUSA JÚNIOR
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4. RAMOS DA GEOGRAFIA
Geografia Física (Geologia, Climatogeografia, Biogeografia, Pedogeografia,
Geomorfologia, Meteorologia, Cartografia, Limnogeografia)

Geografia Económica (Geografia Regional, Demografia, Geografia Política, Geografia


Agrária, Geografia da População)

5. RELAÇÃO DAS CIÊNCIAS SOCIAIS COM OUTRAS CIÊNCIAS

RELAÇÃO INTERDISCIPLINAR
 As Ciências Sociais, não estão isoladas do mundo. Este facto confere-lhe um
espaço interactivo / cooperativo relativamente a outras áreas do saber.
 Neste contexto, ela relaciona-se com as Ciências Naturais, no estudo do solo,
por exemplo, em que as Ciências Sociais ocupam-se da localização de zonas
geográficas onde certos tipos de solos abundam, pois, estes solos já terão sido
caracterizados pelas Ciências Naturais em termos da sua constituição orgânica e
inorgânica facilitando por seu turno as Ciências Sociais, na abordagem sobre a
origem e evolução dos mesmos, dado importante para as Ciências Naturais
prosseguirem com as suas pesquisas;
 Com a EVT (Educaçao Visual e Tecnologica), as Ciências Sociais ao localizar
os fenómenos no espaço, pretenderá representá-los no mapa, fazendo com que se
recorra à EVT, para colher experiências técnicas de desenho de figuras que
representem esses fenómenos ou acontecimentos e suas respectivas cores de
modo que as Ciências Sociais, facilmente interpretem tais fenómenos;
 Com línguas Bantu de Moçambique e Ensino Bilíngue, as Ciências Sociais,
subsidiam à Línguas Bantu, o momento e o espaço em que o povo Bantu viveu
até a sua chegada na região Austral de África bem como as causas que
motivaram esta Migração. Este conhecimento vai ajudar a Línguas Bantu, na
abordagem sobre a articulação linguística e suas tranformações no espaço e no
tempo melhorando-se os níveis de comunicação e socialização.

IMPORTÂNCIA DO ESTUDO DE CIÊNCIAS SOCIAIS

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 Permite ao futuro professor, conhecer com detalhes os conteúdos de Ciências


Sociais dos níveis que irá ministrar;
 Confere ao futuro professor, maior dinamismo do ponto de vista técnico-
profissional, fundamentar a ocorrencia de varios factos e fenomenos decorrentes
da superficie terrestre;
 Ajuda ao professor a aprimorar os conteúdos de leccionação para exercer
activamente a sua função;
 Garante ao futuro professor, maior seguranca e intervencao por forma a
contribuir eficazmente para a melhoria na forma de abordar e sugerir ideias para
a mitigacao dos efeitos nefastos dos desastres naturais;
 Possibilita ao professor descobrir a melhor via de prevencao e procteccao à
sociedade contra efeitos negativos causados pelas mudancas climaticas;
 Contribui para o reconhecimento das transformacoes sociais desde os primordios
da Humanidade a bem da valorizacao da cultura dos povos e do respeito pelos
Direitos Humanos.

6. SISTEMA SOLAR
6.1.Conceito
O sistema solar como um conjunto formado pelo sol e por todos os outros astros efectua
o seu movimento em torno do centro da galáxia em cerca de 180 milhoes de anos. O
tempo de duracao deste movimento denomina-se ano galáctico.

Sistema solar é um conjunto formado de astros que giram em torno do sol. Os astros que
fazem parte do sistema solar são: os planetas, os satélites, os planetóides, os cometas e
os meteoros. Suas órbitas são elipticas e variam em função da massa, da velocidade e da
distância em relacao ao sol.

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Fonte: imagem do Gloogle

6.1. Características do Sistema Solar

Todos os planetas descrevem a sua órbita em volta do sol e um movimento de rotação


em torno dos seus eixos.

A terra gira em torno do sol a uma distância de 149 milhoes de km; o Mercúrio é o mais
próximo do sol, gira a uma distância de 58 milhões de km; E o Plutão é o mais distante
e gira a uma distância de 5917 milhões de km.

a) Características gerais do Sistema Solar

 Todos os planetas encontram-se no mesmo plano com excepção do Mercúrio e


Plutão cujas órbitas possuem uma pequena excentricidade;

 O movimento dos plantas em órbita do sol realiza-se no sentido inverso ao


movimento dos ponteiros do relógio;

 O movimento de rotação dos planetas em torno dos seus eixos realiza-se no


mesmo sentido;

 Todos os elementos do sistema solar estão metidos em equilibrio pela lei geral
de gravitação;

 O tamanho dos planetas aumenta progressivamente de Mercúrio à Júpiter e de


plutão diminuem;

 Os planetas estão divididos em dois grandes grupos: Grupo Terra e grupo


gigante.

O Grupo Terra ( Mercúrio, Venus, Terra, Marte), caracterizam-se por possuir uma
grande densidade e são compostos por elementos pesados (densos).

O Grupo Gigante (Júpiter, Saturno, Urano, Neptuno e Plutão) caracterizam-se por


ter uma baixa densidade e estão compostos por Hélio, Hidrogénio, fazendo com que
possuam uma temperatura baixa conforme se distanciam do sol; para além do Hélio e
Hidrogénio na sua composição também enram, carbono, Nitrogénio e oxigénio.

b) Composição do sistema solar

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O sistema solar é composto por:

 1 Estrela – o sol (centro do sistema)

 9 Planetas

 32 Satélites

 Milhares de planetóides

 Numerosos cometas

7. A TERRA:
7.1. Características do Planeta Terra

A superfície terrestre do planeta é extremamente irregular, apresentando grandes


elevações e depressoes; No entanto, tidas como irrelevantes quando comparadas com as
dimensões da terra.

Quando se fala da forma da terra subentende-se uma superfície regular que se difunde
medianamente o andamento do relevo que aflora o nivel médio das águas do mar e
passa debaixo das montanhas.

Em cada ponto da terra existe uma direcção característica fisicamente bem definida e
assinalada com qualquer instrumento simples, é a direcção vertical.

a) Formas e dimensões da terra

Determinar a forma e dimensões da terra tem sido uma preocupacão constante desde os
tempos remotos, tendo sido atribuida as diferentes formas como: Esférica, plana,
triangular, elipsoid, ovoide, tetraédrica, geóide e outras.

A forma da terra é inegavelmente esférica; Entretanto, por não ser uma esfera perfeita,
devido ao achatamento que se verifica nos pólos e ao abaulamento do Equador, atribui-
se actualmente a ela a forma Geóide (uma forma própria);

A terra tem 12.757 km de diâmetro e dista do sol a 149,6 milhões de km.

b) Movimentos da Terra

A terra é um astro em movimento no espaço. Ela executa mais de 14 movimentos, mas


apenas (2) dois é que interessam a Geografia: o de rotação e o de translação.

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 O movimento de rotação da terra é o que se exerce em torno de um eixo imaginário


que passa pelos seus pólos; é feito no sentido Oeste – Este, num período de 24 horas
(1dia) e uma velocidade de 1.609 km/h na altura do Equador; marca a sucessão do
dia e da noite; com a rotação da Terra há o abaulamento do planeta na região do
Equador e o achatamento dos pólos, devido a força centrífuga; a rotação influencia a
circulação dos ventos e das correntes marítimas devido a força de Coriolis que causa
o desvio dos ventos e das correntes marítimas para a direita do observador no HN e
para a esquerda do observador no HS.

 O movimento de Translação, é o movimento que a Terra exerce em torno do sol no


período aproximadamente 365 dias (365 dias, 5 horas, 48 minutos e 48 segundos); A
trajectória descrita pelo movimento de translacao chama-se órbita, medindo 930
milhões de quilómetros, sendo percorrida pelo planeta em 1 ano, à velocidade média
de 29,7 km/s ou 106.800 km/h; Este movimento marca a diferença das estações do
ano, resultante das diferentes posições que a Terra ocupa em relação ao sol; o eixo
terrestre (norte-sul) mante-se inclinado em relação ao plano da sua órbita (plano da
elíptica solar); A translação causa a desigual distribuição da luz e calor da Terra,
conforme a época do ano, surgindo as estações do ano; A desigual duração dos dias
e das noites, de acordo com a época do ano.

8. O SOL
8.1. A importância do Sol para os seres vivos

O sol é o grande regulador de todas as transformacoes que se observam na superfície da


terra; é a partir do sol que se verificam os fenómenos equinócio e solistício.

Os Equinócios correspondem às épocas do ano em que ambos Hemisférios são


igualmente iluminados, coincidindo com a passagem do sol pela linha do Equador.

Os hemisférios determinam igual duração dos dias e das dnoites para os dois
hemisférios

Deste modo, há equinócio de Março, isto é, de 21 de Março, significa que nesta data,
inicia o Outono para o HS e o início da primavera para HN. E o Equinócio de Setembro,
isto é, 23 de Setembro, nesta data, marca o início da primavera para o HS e o início de
Outono para o HN.

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Solistícios correspondem às épocas do ano em que os HN e HS são desigualmente


iluminados;

 O solistício de verão no HN, tem seu início em 21 de Junho, e coincide com a


passagem do sol no Trópico de Câncer; O HN, recebe maior quantidade de luz e
calor, ficando com os dias longos e as noites curtas.

 O solistício de verão no HS, tem início a 22 de Dezembro e coincide com a


passagem do sol no trópico de Capricórnio e como consequência, este Hemisfério
recebe maior quantidade de luz e calor e consequentemente, dias mais longos que as
noites.

O sol é o elemento chave na distribuição dos climas ao nivel da superfície terrestre.

9. A Lua
9.1. Característica
A Lua é o úco satélite natural da Terra. Está a 384.400 km do planeta, e a cada ano se
afasta 3,78 cm; Apresenta um raio de 1740 km e uma massa 7,35x10 19 toneladas;
Apresenta uma exosfera fina e frágil e sua extrutura é composta por crosta, manto e
núcleo; Sua superfície está repleta de crateras de impacto, fragmentos de rocha e poeira;
a forma como a Lua interage com o nosso planeta que dá origem às marés e aos
eclipses; ela reflecte a luz do sol; É constituida por lava do passado; Formou-se a 4
bilões de anos, do impacto de um enorme meteorito na Terra; Apresenta uma variação
de temperatura bastante elevada sendo de 127º C face que recebe a luz do sol e -173º C
na face não ilunada pelo sol; Apresenta uma força de gravidade de 1,62 m/s 2, seis vezes
menor do que a gravidade terrestre; Ela é composta por oxigénio, magnésio e alumínio
em maior quantidade, e pelourânio, potássio, hidrogénio, tório e titânio, em menores
quantidades.

9.1.2. Fases da Lua

As diferentes fases da Lua derivam da sua iluminação solar e da sua posição com
relação a Terra. São elas: Lua nova, Lua crescente, Quarto crescente, Crescente gibosa,
Lua cheia, Minguante gibos, Quarto minguante e Lua minguante.

10. Coordenadas Geográficas

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 A área de contacto entre um paralelo e um Meridiano forma uma Coordenada


Geográfica.

 Os paralelos e os meridianos são as linhas imaginárias que cortam a superfície


terrestre. O traçado destas linhas tem como função, auxiliar na localização e na
movimentação pelo espaço geográfico por meio da definição da Latitude e da
Longitude de um ponto qualquer.

 Latitude é definida como a distância da linha do Equador, medida ao longo do


Meridiano de Greenwich. Esta distância é medida em graus, variando de 0 a 90º
tanto ao Norte da linha do Equador quanto ao Sul da mesma linha, ou seja, a
Latitude é a medida em graus de qualquer ponto da supefície terrestre até a linha
do Equador, que varoia de 0⁰ até 90º Norte ou Sul . A principal função da Latitude é
a localização de um determinado ponto da superficie terrestre por meio da
observância dos paralelos.

 Longitude, é a medida em graus de qualquer ponto da superfície terrestre até ao


meridiano de Greenwich que varia de 0⁰ até 180º Leste ou Oeste. A principal função
da Longitude é a localização de um detrminado ponto da superfície terrestre por
meio da observância dos meridianos; Ademais, ela realiza ainda a delimitação dos
fusos horarios, ou seja, dos intervalos de 15º de Longitude, utilizados na
demarcação das horas que são resistadas em todo o planeta; Essa medida permite
determinar a posicao de uma localidade no Hemisfério Leste (Oriental) ou no
Hemisfério Oeste (Ocidental).

10.1. Como calcular a Latitude e a Longitude

O cálculo da Latitude e da Longitude é bastante simples e pode ser feito por meio de
uma grade de coordenadas.

10.1.1. Cálculo da Latitude

Basta observar a disposição dos paralelos, ou seja, das linhas imaginárias


horizontais em representações cartográficas. Essas linhas indicam a posição exacta
da Latitude de um ponto, seja no Hemisfério Norte ou no Hemisfério Sul que pode
variar de 0⁰ até 90º.

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10.1.2. Cálculo da Longitude

Basta visualizar a disposição dos meridianos, ou seja, das linhas imaginárias verticas
que cortam a superfície terrestre em Mapas. Esas linhas indicam a posição exacta da
Longitude de um ponto, seja no Hemisfério Leste ou no Hemisfério Oete, que varia
de 0⁰ a 180º.

 O Trópico de Câncer está localizado a 23º e 27’ ao Norte da linha do Equador,


enqanto o de Capricórnio está localizado aos 23º e 27’, porém ao Sul desta linha.

 A Cidade de Brasília por exemplo está localizada a uma Latitude de 15º e 46’47”.

Altitude, Longitude.

Questionário

1. Defina o Conceito Ciências Sociais


2. Porque é que se considera Ciências Sociais como sendo uma Ciência?
3. Dê exemplos de 2 factos e 2 fenómenos Geográficos.
4. Destaque o objecto de estudo das Ciências Sociais.
5. Refira-se à importância do estudo das Ciências Sociais.
6. Esquematize os ramos da Geografia.
7. Elabore o esquema do Sistema Solar.
8. Defina o conceito – Sistema Solar .
9. Apresente as características gerais do Sistema Solar.
10. Fale da composição do Sistema Solar.
11. Refira-se aos efeitos imediatos do movimento de rotação da Terra.
12. Qual a importância do sol para os seres vivos.
13. Diferencie o movimento de rotação do movimento de translação.
14. Fale do efeito do movimento de translação da Terra.
15. O que são Coordenadas Geográficas?
16. Diferencie Latitude da Longitude e da Altitude.

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TEXTO DE APOIO - 2

2.3. Noções gerais de Geografia Física

A Geografia Física, é um dos ramos da Geografia que estuda e pesquisa sobre as


características naturais do Planeta Terra. Assim sendo, a Geografia Física busca
informações sobre os elementos físicos que constituem o Globo como: solo, vegetação,
clima, entre outros.

2.3.1. Globo e Mapas


2.3.1. Conceito

Mapa é uma representação da superfície terrestre ou de uma parte dela que é feita em
escala reduzida sobre uma superfície plana.

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2.3.2. Tipos de Mapas

Os Mapas Geográficos - são superfícies planas onde a esfera terrestre se acha total e
parcialmente representada.

a) Mapas qualitativos, os que mostram a localização e extensão do fenómeno sem


lhes atribuir qualquer valor númérico. Exemplos de diferentes tipos ou aspectos
de paisagens (relevo, clima, solo, vegetação, etc).

b) Mapas Quantitativos, aqueles que mostram a variação espacial do valor


quantitativo de determinado fenómeno. Os Mapas quantitativos são os de mais
complexa elaboração, pois devem obedecer a certas regras.

Exemplos de Mapas deste tipo são os de mapas de pontos; Os de símbolos


proporcionais e os Mapas de manchas ou cloropletos.

Ainda existem os seguintes tipos:

1. Mapas Temáticos – Segundo como o nome diz, são aqueles que representam
um tema em específico, indicando como e onde um determinado fenómento
acontece. Dentro desse grupo, encontram-se:

a) Mapas Físicos – reúnem os aspectos físicos da superfície de um determinado


território, como: geomorfologia, hidrografia, altitude (mapa hipsométrico),
distribuição dos climas, cobertura vegetal;

b) Mapa político – representa delimitação das fronteiras territoriais ou de


Cidades ou Municípios; Estados e países. Apresenta normalmente o nome
dessas áreas e as suas respectivas capitais;

c) Mapas Económicos – representam as diferentes actividades aconómicas que


são realizadas em níveis territoriais. Os mapas económicos podem ser
sistematizados em Produto interno Bruto (PIB) de territórios, mostrar a
distribuição espacial da sua população economicamente actica (PEA) e
outros dados.

d) Mapas Demográficos – retratam a distribuição da população num


determinado território, sua concentração (densidade demográfica),
indicadores demográficos e outros aspectos passíveis de serem retratados no
espaço;

e) Mapas históricos – representam aspectos do território em algum momento


do passado histórico, como as companhias magestáticas (Companhia de
Moçambique, Companhia do Zambeze e Companhia do Niassa);

f) Mapa Topográfico – representam o nível altimétrico do relevo de uma


determinada área. Cada nível altimétrico é representado por uma curva de
nível que conecta pontos da mesma altitude.;

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g) Mapas Estilizados – são os produzidos por meio de uma técnica denominada


anamorfose geográfico. São representados por símbolos e cores

2.4. Leitura dos Mapas

Para se efectuar a leitura dos Mapas é necessária conhecer os seus elementos.

2.4.1. Elementos do Mapa

 Título;

 A legenda;

 A escala;

 A orientação;

 A projecção cartográfica

2.4. 2. Vantagens dos Globo e Mapas

o O Globo terrestre tráz uma representação da terra mais próxima da forma como
o Planeta é de facto;

o Mostra o formato esférico da terra.

2.4.3. O Globo tem como desvantagem:

o Não é possível visualizar todo o Planeta em simultâneo

o . Não é prático;

o Difícil de ler, transportar e arrumar;

o Não permite um estudo pormenorizado de um País ou região

2.4.3. Os Mapas têm como vantagem:

o São fáceis de ler, transportar e arrumar;

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o Permitem representar toda a superfície terrestre ou apenas parte dela;

o Possibilita um estudo mais pormenorizado de um País ou região.

2.4.4. Desvantagens da utilização de Mapas

o Apresenta algumas distorções da forma esférica da Terra

2.5. Fusos horários

Sãao cada uma das vinte e quatro areas fisiformes em que convencionalmente se
divide a Terra para efeitos de definição ou atribuição horária de acordo como
movimento aprente do sol.

O termo fuso denomina a porção de superfície esférica compreendida entre dois


semiplanos que partam de quaisquer dos dois diâmetros (meridianos) da esfera,
assemelhando-se superfície externa de um gomo de laranja.

2.6. A Terra

A estrutura Global da Tera compõe-se por 04 camadas bem características, cujos


nomes derivam de seus elementos formadores que são:

 Elementos gasosos, líquidos, sólidos, biológicos. Por isso as camadas da


Terra são respectivamente: Atmosfera (camada gasosa que envolve a
Terra); Hidrosfera (camada líquida da Terra); Litosfera (camada sólida
ou rochosa da Terra) e Biosfera (camada biológica que corresponde ao
conjunto dos seres vivos).

2.6.1. Estrutura interna (caracterização)

O conhecimento da estrutura interna da Terra só é possível através de meios


indirectos, como o grau geotérmico, os abalos sísmicos, as erupções vulcânicas,
meteoritos, etc.

Em função destes indicadores, sabemos, por exemplo, que tanto a temperatura


quanto a densidade aumenta progressivamente com o aumento da profundidade.

a) Crosta Terrestre ou Litosfera – é a camada externa e consolidada, com


espessura aproximada de 50 km e subdivididida em SIAL e SIMA.

 SIAL é a porção superior da crosta, correspondendo ao solo e subsolo,


principal domínio das rochas sedimentares e graníticas e dos minerais de
sílica e alumina (SIAL);

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 SIMA é porção inferiror da crosta com predomínio de rochas basálticas e


dos minerais de silício e magnésio (SIMA).

b) Magma Pastoso: O domínio do magma estende-se por mais de 6.300 km do


interior do Globo Terrestre, compreendendo 3 porções principais que são:

 Manto: É a camada situada logo abaixo do SIMA, tem uma espessura de


1.200 km e temperatura em torno de 3.400º C;

 Camada intermédia: situa-se entre o manto e o núcleo da Terra. Sua


espessura é de 1.700 km e as temperaturas podem alcançar 4.000⁰C.

 NIFE: É o núcleo central da Terra, domínio do níquel e do ferro (NIFE),


sua espessura é de 3.470 km, com densidade de 12,2 e temperatura de
4.000⁰C.

2.6.2. Os Sismos e Vulcões

A) Vulcanismo é a expressão utilizada para designar a actividade pela qual se dá a


eliminação de matriais magmáticos do interior da Terra para a sua suprfície;
Quando o material magmático alcança a superfície através de uma abertura
(fenda), tem-se então o que se chama de erupção vulcânica ou vulcão.

Portanto, entende-se como vulcão, uma abertura ou fenda na crosta terrestre,


através da qual saem diversos materiais como lavas, cinzas, vapor de água e
fragmentos de rochas.

A actividade vulcânica varia muito nas suas características; a saída da lava pode
ser feita de forma tranquila ou violenta; esta depende da sua viscosidade, se for
muito fluida, a lava espalha-se em mantos que podem alcançar extensões enormes
e se viscosa, a lava se acumula em grandes alturas, como por exemplo, o monte
Kilimandjaro, com 5.936m.

Vantagens dos vulcões

 Origina em parte, a criação da vida no início da formação da atmofestra e no


início da formação da Terra, da construção do relevo;

 Nos continentes, dá origem a montanhas e nos oceanos dá origem a ilhas;

 Provoca a formação de jazigos minerais, pedras preciosas como: diamantes de


Kimberley, na África do Sul;

 É um agente de fertilização do solo, pois, a alteração da lava está na origem dos


solos muito férteis e são regiões de elevado valor agrícola;

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 Pode explorar-se a intensa energia que o vulcão desenvolve, por exemplo, na


Islândia, algumas nascentes termais são utilizadas para o aquecimento de casas e
estufas; na indústria, a produção da electricidade.

Nota: A localização dos vulcões coincide sensivelmente com a dos sismos, na


medida em que as origens de ambos estão interrelacionados com o contacto das
placas litosféricas entre o continente e o Pacífico.

B) SISMOS são movimentos da crusta terrestre mais ou menos violentos, mas


de curta duração.

Causas dos Sismos

Os sismos têm como principal origem uma súbita a partir duma ruptura e
consequente deslocmento brusco das grandes massas rochosas ao longo das
falhas no interior da crusta terrestre. No momento em que essas rochas se
quebram e atingem um novo equilíbrio, originam-se ondas sísmicas que se
propagam através da camada superficial da crusta terrestre a distâncias
consideráveis, provocando sucessivos abalos.

A origem da maior parte situa-se a uma profundidade inferior a de 600 km, mas
conhecem-se algumas que tiveram origem a 700 km, no interior do Globo parece
corresponder a um limite máximo.

Qualquer que seja a profundidade, os sismólogos designam de foco ou


hipocentro, a zona do interior da crusta onde o sismo tem origem e por
epicentro, o ponto de superfície que fica por cima, na vertical.

Quando o epicentro localiza-se na Terra, o Sismo toma o nome de terramoto ou


tremor de Terra.

Quando o epicentro se localiza no mar ou oceano, toma o nome de maremoto.

A intensidade sísmica é maior no epicentro do que em qualquer outro ponto da


superfície terrestre; ela depende da quantidade da energia liberta pelo foco, ou
por outro, da respectiva distância do epicentro e também da natureza e estrutura
do terreno.

Os aparelhos que registam a intensidade dos sismos chamam-se sismógrafo.

1• Relevo, Clima, Fauna e Flora,

• Hidrografia).

1. Localizacão geográfica e limites


Mocambique é um país do continente africano, localizado na costa
oriental, a sul do equador, na região da Africa Austral.

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A localizacão cósmica do território Mocambicano fica situada no


hemisfério meridional entre os paralelos 10 graus 27” e 26 graus 52”
de latitude sul e entre os meridianos de 30 graus 12” e 41 graus e
51” de longitude Este.
O nosso país faz fronteira com seis países vizinhos a saber:
Norte – Tanzania;
Sul - Africa do sul e Suazilandia;
Este - oceano índico( canal de Mocambique);
Oeste – Zimbabwe;
Noroeste – Malawi e Zambia;
Sudoeste – África do sul e Suazilandia;

1.1. Formas de Relevo

O relevo é a expressão e a modelagem da superfície terrestre, um


resultado de uma infinidade de acontecimentos que marcaram a
história geológica da Terra, que se encontra em constante
dinamismo e transformação. Assim, ele expressa a sua história
pelos seus desníveis, suas diferenças de altitudes, suas
fisionomias e todos os elementos que compõem e dão forma às
paisagens.Para melhor compreendermos a estrutura da
superfície, foi elaborada uma classificação responsável pela
divisão do modelado terrestre como as montanhas concorem
quatro diferentes formas de relevo, a saber: montanhas,
planaltos, planícies e depressões. Essas tipificações são
importantes não apenas para o entendimento do meio natural,
mas da sua influência sobre as atividades humanas.

Planícies
São áreas com uma fisionomia plana, ou seja, com uma paisagem
menos acidentada, que, por possuírem altitudes menores do que os dois
tipos anteriormente apresentados, recebem uma grande quantidade de
sedimentos. Estes são provenientes do desgaste de outras formas de
relevo.

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Em áreas de planície, os rios costumam apresentar mais “curvas”,


chamadas de meandros
As planícies são, em geral, o tipo de relevo mais propício para a
ocupação humana. No entanto, em regiões próximas a grandes cursos
de água, existem os riscos de enchentes, haja vista que os rios, em
períodos de cheia, podem expandir-se muito rapidamente sobre vastas
áreas, pois não há uma declividade muito acentuada no relevo capaz de
deslocar rapidamente as águas para outras áreas. Essa ocorrência é
chamada de planícies de inundação.
Em geral, as planícies costumam ser litorâneas, embora nem toda área
de litoral constitua uma planície, e fluviais, próximas a leitos de rios.

A planicie é uma área geográfica caracterizada por superfície


relativamente plana (pouca ou nenhuma variação de altitude). São
encontradas, na maioria das vezes, em regiões de baixas altitudes. As
planícies são formadas por rochas sedimentares. Nestas áreas, ocorre o
acúmulo de sedimentos. Estende-se ao longo do litoral do país
aproximadamente 250.000 km2. A sua maior extensão encontra-se nas
províncias de Sofala, Inhambane e Gaza; tornando-se cacda vez mais
estreita a medida que se caminha para o norte.

Exemplos: Planície do Zâmbeze – atravessada pelo rio do mesmo


nome, planície Save atravessada pelo rio Save, a Planície Limpopo –
atravessada pelo rio Limpopo ,Planície Incomatí atravessada pelo rio
Incomatí ; mas para o norte, planície do Lúrio na província de
Nampula com poucas dimensões.

Planaltos
Os planaltos, também chamados de platôs, são áreas de altitudes
variadas e limitadas ocupando cerca de 500.000 km2. Morfologicamente
distinguem-se os planaltos médios com altitude entre 200 a 500m e os
altiplanaltos entre 500-1000m, em um de seus lados, por superfície
rebaixada. Os planaltos são originários das erosões provocadas por
água ou vento. Os cumes dos planaltos são ligeiramente nivelados. Em
alguns casos da sua extensão são interrompidas por elevacões que

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caracterizam a zona de montanhas e depressões. Pela sua identidade


morfológica, distinguem-se em Moçambique os seguintes:
Planalto de Mueda – região norte da província de Cabo-Delgado;
Planalto de Lichinga – ao longo do lago Niassa
Planalto Moçambicano – ocupa uma vasta área nas províncias da
Zambézia e Nampula
Planalto de Angónia – junto a fronteira com o Malawi em Tete
Planalto da Maravia – junto a fronteira da Zâmbia em Tete
Planalto de Chimoio – província de Manica junto a fronteira com o
zimbabwe.
Na região sul, ocupam apenas uma pequena faixa nas províncias de
Maputo e gaza ao longo da fronteira com a Suazilandia, Africa do Sul e
Zimbabwe.
Os planaltos são áreas com uma relativa altitude e uma superfície mais
ou menos plana, com limites bem nítidos, estes geralmente constituídos
por escarpas ou serras. Apesar de serem entendidos como áreas planas,
suas superfícies são mais acidentadas do que as das planícies, com um
maior número de serras e ondulações em suas paisagens, além de ser o
tipo de relevo onde encontramos as chapadas.
Os planaltos, por serem geralmente mais altos dos que as planícies,
apresentam o predomínio de processos erosivos. Isso quer dizer que o
desgaste do solo é maior do que o acúmulo de sedimentos, que costuma
deslocar-se para áreas mais baixas. Quase sempre os planaltos estão
cercados por depressões relativas, tal como costuma ocorrer na regiao
de chimoio.
Existem três tipos de planaltos: aqueles formados por rochas de
origem vulcânica, os basálticos; aqueles constituídos por rochas
metamórficas e magmáticas intrusivas, os cristalinos; e aqueles
formados por rochas do tipo sedimentar, os sedimentares.

DEPRESSŎES
As depressões são regiões geográficas mais baixas do que as áreas em
sua volta. Elas apresentam, quase sempre, pequenas altitudes e que
sao mais baixas do que o nivel do mar ou a regiao em sua volta.

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Possuem, geralmente uma superficie plana ou côncava, uma vez que


passaram por um longo período de erosão e que agora se caracterizam
pela predomonancia do acúmulo de sedimentos provenientes de rigiões
circundantes.
Existem dois tipos de depressões. Quando esta região situa-se numa
altitude abaixo do nível do mar, ela é chamada de depressão absoluta .
Quando são apenas mais baixas do que as áreas ou o relevo ao redor,
são chamadas de depressões relativas. As crateras de vulcões
desativados são consideradas depressões. É comum a formação de
lagos nas depressões.
Exemplo: Depressão na zona de Gondola.
A formação das depressões costuma acontecer de 2 formas: A 1ª pelo
seu desgaste ou erosão ao longo de milhares de anos, o que é causado
pela sua composição menos resistente do que a de outras aréas e a 2ª é
pelos movimentos epirogenéticos da terra, quando uma região
lentamente “ Afunda” em razão das forças endógenas do planeta.
Montanhas
As montanhas são formações geográficas originadas do choque
(encontro) entre placas tectônicas. Quando ocorre este choque na crosta
terrestre, o solo das regiões que sofrem o impacto acaba se elevando na
superfície, formando assim as montanhas. Estas são conhecidas como
montanhas de dobramentos. Grande parte deste tipo de montanhas
formou-se na era geológica do Terciário. Existem também, embora
menos comum, as montanhas formadas por vulcões.

As altitudes das montanhas são superiores as das regiões vizinhas.


Quando ocorre um conjunto de montanhas, chamamos de cordilheira.
Exemplos: Aconcágua (Argentina), Pico da Neblina (Brasil), Logan
(Canadá), Kilimanjaro (Tanzânia), Monte Everest (Nepal, China), Monte
K2 (Paquistão, China), Monte Blanco (França, Itália).

As montanhas são um tipo de relevo caracterizado pelas suas


acentuadas elevações, ou seja, é a parte da superfície que apresenta as
maiores altitudes e as mais intensas declividades. Quando elas

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apresentam-se em um conjunto extenso, recebem o nome de cadeias


montanhosas, que também podem ser chamadas de cordilheiras.

Machu Picchu (Peru). Paisagem localizada nas montanhas da


Cordilheira dos Andes e em Moçambique a cadeia Montanhosa da
Maniamba – Amaramba – província do Niassa ao redor do lago com o
mesmo nome, que incluem a Serra Jeci com 1.836m, é um dos pontos
mas elevados; montes Txingeia – 1.787m; Txitongo – 1.848m; Sanga-
1.798m; Chissindo – 1.579m; Chitagalo – 1.803m e Mitucue-
1.803m.
Norte da provincia de Tete – os picos mas elevados são Domue –
2.096m e Chirobue – 2.021m próximo a fronteira do Malawi
As formações Chire – Namuli na província da Zambézia e Nampula,
que incluem monte namuli – 2.419m; Chiperone 2.054m; Tumbine
1.542m; Mabu 1.646m; Derre 1.417m e Mongue 1.043m.
A escarpa de Manica – localizada na província do mesmo nome, nesta
formação encontramos o monte Binga – situado no maciço ce
Chimanimani é o ponto mais elevado do país com 2.436m;
A cordilheira de Chimanimani – ao longo da fronteira entre a
província de Manica e o Zimbabwe, temos Gorongue-1.887m, a norte
de Chimanimani localiza - se a serra da gorongosa cuja altitude
1863m.
A cadeia dos libombos que se estende ao longo da fronteira com Ảfrica
do sul , nas províncias de Maputo e Gaza. O ponto mais elevado desta
formação é o monte M’Pondominie com 809m; que se estende na
província de Maputo e distrito de Namaacha.

O nosso país possui quatro zonas de altitude dispostas em escadaria. A


forma de relevo mais predominante é a planicie, que ocupa cerca de
44% do territórios. Os planaltos são aréas cujas altitudes variam entre
200 e os 1000m. Acima dos 1000 m de altitude formam –se montanhas
que representam apenas 5 % da superficie do país.

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Existem diferentes processos responsáveis pela formação das


montanhas. Por isso, há quatro tipos diferentes, classificados conforme
a sua gênese: as vulcânicas, formadas pela ação e composição dos
vulcões como exemplo, temos a escarpa de Manica onde encontramos
o monte Binga ( o ponto mas alto de Moçambique); as dobradas, que
são as mais comuns, sendo formadas pela constituição dos
dobramentos terrestres resultantes do tectonismo – exemplo disso
temos as formacões Chire- Namulí nas províncias da Zambézia e
Nampula; as erodidas, formadas a partir da erosão de suas áreas
durante um lento processo de desgaste da superfície; e as falhadas,
aquelas que surgem a partir dos falhamentos dos blocos rochosos.
As montanhas dobradas são mais recorrentes porque são as mais
jovens, com formação provável durante o período terciário da Era
Cenozoica e, portanto, com menos tempo para desgastarem-se e
deixarem de ser montanhas. As formações mais famosas desse tipo
temos a destacar: a Cordilheira do Himalaia, na Ásia; os Andes, na
América do Sul; os Alpes, na Europa; e as Rochosas, na América do
Norte.

1.3. Clima de Moçambique


Clima- é a série de estados de tempo num lugar, na sua sucessão
habitual durante um longo período.
Conceito de clima – é a sucessão habitual dos tipos de tempo, num
lugar da supérficie terrestre. O estado do tempo representa uma
combinação local passageira dos elementos atmosféricos, que sofre
variações durante o mesmo dia.
i. Elementos do clima
O clima é caracterizado por certo número de elementos, designados por
elementos do clima.
Os elementos do clima são fenómenos atmosféricos que definem e
caracterizam o clima; são a temperatura, precipitação, humidade,
nebulosidade, pressão atmósferica e o vento.
A maior parte do território do nosso país, localiza-se na zona
intertropical, o que o confere naturalmente um clima do tipo tropical

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que se revela sobretudo pela coincidência entre o período das chuvas, e


o período quente e pela amplitude térmica anual que é inferior a diurna.
Dentre os elememtos do clima falaremos da temperatura e precipitação.

a) TEMPERATURA
Os valores da temperatura (média anual), apresentam variação
regional devido a interferencia de factores como a latitude,
continentalidade e altitude, exposição e posição geográfica que se
manifesta pelas diferenças regionais e locais entre o litoral e o
interior, entre os vales e as terras altas( ex: Tete – Moatize), e
entre o barlavento e o sotavento.
Assim, verifica-se que no geral a temperatura tende a diminuir
com o aumento da altitude. Este princípio sofre por seu turno a
interferência do factor relevo que, para o caso das maiores
altitudes (Planaltos e Montanhas), provoca o abaixamento das
temperaturas comparada com a de outros lugares situados a
mesma latitude, mas de menor altitude. Isto é, qualquer lugar
situado nas montanhas do interior ( Niassa, Tete, Zambézia e
Manica – onde as temperaturas inferiores á 16 graus na estação
mais fria condiciona a ocorrência de climas de altitude),
apresentam temperaturas médias anuais inferiores a outros
pontos situados a mesma latitude, mas no litoral.

b) PLUVIOSIDADE OU PRECIPITAçãO
A pluviosidade ou precipitação é um dos mais importantes
elementos climáticos do país. A distribuição das chuvas obdece
a 3 factores climáticos importantes : a latitude, o relevo, e a
continentalidade.
Com o aumento da temperatura em Dezembro, Janeiro e
Fevereiro, registam-se também os valores mais elevados de
precipitação.
ii. Factores de Clima
Conceito- é o conjunto de condicionalismos locais ou regionais
que influénciam o comportamento dos elementos do clima. Os

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factores de clima são: Latitude, altitude, continentalidade,


corrente maritima quente do canal de Moçambique; ventos
alísios, massas de ar e zona de convergencia intertropical.

 LATITUDE – (a proximidade ou afastamento do equador) –


A maior parte do território moçambicano situa-se na zona
intertropical, onde a latitude ainda é pequena, razão pela qual
o clima é quente. Assim, o norte do país, e de uma maneira
geral, mas quente do que o sul, pois a temperatura diminui
com o aumento da latitude. Lugares com baixa latitude, como
nas proximidades do equador, são quentes, mas nos pólos as
temperaturas são baixíssimas.

 ALTITUDE OU FACTOR RELEVO – O relevo comporta-se


originando maior ou menor pluviosidade se ele se eleva ou se
mantém a baixa altitude. As regiões do país onde se registam
os índices de precipitação mais elevados acima dos 1400mm
coicidem sobretudo com os pontos onde a altitude é mais
elevada nas zonas montanhosas como Maniamba –
Amaramba, Chire – Namulí, Maravia e Angónia, escarpa de
Manica, as temperaturas são relativamente baixas e chove
muito. São áreas que sofrem a influência de chuvas
orográficas. Outras zonas abaixo de 1400mm distribuem-se de
forma discontínua ao longo do litoral centro e sul ( Faixa entre
Pebane, sul de Quelimane, região da Beira, norte de
Inhambane até Inharrime, e mais a sul até Xai - Xai); apesar
desta distribuição as chuvas são muito irregulares de ano para
ano, principalmente no sul de Moçambique.

 CONTINENTALIDADE (aproximidade ou afastamento do


mar) – este factor interfere no nosso clima do seguinte modo:
Caminhando para o interior e mantendo a latitude, as
temperaturas aumentam nas zonas baixas afastadas do mar,

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diminuindo a medida que a altitude aumenta. Assim, no


interior de Moçambique, em particular no sul do Save e de
Tete, chove pouco em relação ao litoral, este que recebe os
ventos húmidos.

 CORRENTE MARÍTIMA QUENTE DO CANAL DE


MOCAMBIQUE – ao longo do canal de Moçambique passa
uma corrente marítima quente que se dirige para o sul. Como
é quente, facilita a evaporação e logo, a precipitação ao longo
do litoral. O litoral sul de Moçambique, que, devido as altas
pressões subtropicais, deveria ter um clima seco, possui um
clima húmido, por causa da combinação desta corrente com os
ventos alísios.

iii.TIPOS DE CLIMA DE MOḈAMBIQUE E SUAS


CARACTERISTICAS
Se observarmos o mapa climático de Moçambique, notamos
que a distribuição da temperatura média e da precipitação ao
longo do território, concluímos que Moçambique possuí um
clima quente, dado que praticamente durante todo ano se
registam temperaturas médias anuais superior a 20 graus C.
Este clima subdivide-se em vários, de acordo com a
quantidade da precipitação e duração da estação chuvosa.
Posto isto, existem áreas muito chuvosas, secas e muito secas.
Assim, o clima é quente, mas pode ser chuvoso ou seco,
dependendo da quantidade de precipitação que cai durante o
ano, aliando a isso a duração da estação chuvosa. Tendo em
conta esses factores, chegamos a conclusão que Moçambique
possui os seguintes tipos de clima: Tropical húmido, tropical
seco, tropical de altitude e tropical semi arído.
O clima se relaciona com a vegetação , na medida em que a
vegetação contribui directamente nas características
climáticas da região , principalmente em relação a humidade

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do ar e a quantidade de chuva. A temperatura é elevada nessa


região, portanto, as plantas transpiram através das folhas e
formam pequenas gotas de água que evaporam para a
atmosfera.
Entre as espécies animais desta região destaca-se a
variedade de insectos, répteis, animais de pequeno e grande
porte e demais invertebrados.

iv. IMPORTANCIA DO CLIMA


Saber como se comporta o clima é muito vantajoso e
importante para o homem, porque nos permite planificar as
nossas actividades tendo em conta o seguinte:
 A época das sementeiras, e o tipo de culturas;
 A época das chuvas que podem originar cheias e a
proliferação de mosquitos;
 A prevenção de ciclones;
 A organização de viagens para lugares com climas muito
quentes ou muito frios;
 A construção de estradas e pontes;
 A organização do turismo

Texto de Apoio – 3
1. Introdução à Geografia Económica de Moçambique

Estrutura da população:
Estrutura etária e sexual da população, Sectorial, Factores de distribuição da população.

I.1. Estrutura da população

I.1.1. Noção de População


População, pode ser definida como a totalidade de indivíduos que habitam num
determinado espaço geográfico (região, país, contimemte ou mundo), sem distinção de
sexo, raça, nacionalidade, filiação política ou religiosa, etno-linguística. Entretanto,
importa distinguir população do povo, por se tratar de realidades diferentes, pese
embora aparentem a mesma ideia.

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Portanto, POVO, pode ser usado como sinónimo de Nação, e que este não se confunde
com país. Sendo assim, POVO, é o conjunto de indivíduos unidos por laços culturais
comuns, ou seja, língua, hábitos tradições, etc.
População Absoluta, é o número total de indivíduos que habitam num determinado
espaço geográfico.
População Relativa, é a relação entre o total de indivíduos que habitam numa região e a
área por ela ocupada. E expressa-se em hab̸ Km²
I.1.2. Importância do Estudo da População
O estudo da população é de capital importância pois permite-nos:
 Conhecer a localização exacta de indivíduos assim como o número total de
pessoas que habitam num determinado lugar;
 Planificar o uso racional dos recursos naturais;
 Facilitar a implantação de infra-estruturas sócio-económicas como escolas,
hospitais, furos de água, estradas entre outros;
 Fazer um eficiente planeamento e ordenamento territorial.

I.2. Estrutura sectorial da população


A população desenvolve, ao longo de séculos, diversas actividades para
o seu bem-estar social produzindo comida e vestuário, construindo
habitações, fazendo estradas, etc.

Mas nem toda a população de um paÍs trabalha. Existem aqueles que


apenas estudam, os que são reformados ou ainda os que estão física ou
mentalmente incapacitados.

População inactiva — parte da população que não exerce nenhuma


actividade remunerada, como os reformados, as crianças, os jovens, as
donas de casa e as pessoas que vivem de rendimentos.

População activa — parte da população que exerce uma atividade


remunerada, incluindo os desempregados. Não inclui as crianças, os
reformados e os que possuem uma incapacidade física ou mental para
exercerem uma actividade.

Sector Primário — engloba actividades ligadas a exploração da terra:


agricultura, criação de gado, silvicultura, pesca e caça.

Sector Secundário – inclui a actividade industrial (transformadora e


extractiva), obras públicas, construção civil, distribuição de água e
energia.

Sector Terciário — é também conhecido por «serviços»; compreende


todas as actividades não incluídas nos sectores primário e secundário:
comércio, transportes, educação, saúde, banca, seguros e profissões
liberais.

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O grau de desenvolvimento socioeconómico de um país pode ser medido


pela percentagem de distribuição da população por esses sectores.

Tabela 1: Distribuição actual da população activa por sectores de


actividade segundo o nível de desenvolvimento socioeconómico de
alguns Países Desenvolvidos (PD) e Países em Via de Desenvolvimento
(PVD) – 2000.
Países/Sector PRIMARIO (%) SECUNDARIO (%) TERCIARIO (%)
EUA 3 26 71
Franca 5 29 66
Brasil 23 23 54
Argentina 12 32 55
RAS 14 32 55
Mocambique 71 11 18

A população também pode ser estudada tendo em conta as actividades


sócio-profissionais, o que nos dará um quadro estatístico das pessoas
nos vários sectores e, assim, poderemos conhecer o nível de
desenvolvimento económico do lugar, o que é importante para
planificarmos o futuro.

Vocabulário:

Epidemia – doença que ataca muitas pessoas ao mesmo tempo e no


mesmo lugar.

Estrutura da população – distribuição da população por idade, sexo e


profissão.

Geralmente, num país, há mais mulheres do que homens. Moçambique


possui 52% de mulheres e 48% de homens. Importa referir que esta
proporção varia com a idade. Nas primeiras idades, há mais rapazes do
que raparigas, mas a partir da idade adulta a situação começa a
inverter-se. A menor percentagem de homens em relação de mulheres é
causada pelo facto de aqueles estarem mais expostos a acidentes de
trabalho e a vícios, prejudiciais a saúde (alcoolismo, tabagismo e

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drogas). Hoje, pensa-se que a natureza biológica do homem também


influi nessa diferença.

Como se pode observar, o sector primário congrega a maior parte da


população activa. Isto significa que a agricultura está pouco
desenvolvida e emprega uma tecnologia rudimentar, razão pela qual é
necessária muita mão-de-obra para produzir o suficiente para a
alimentação e venda. A indústria, também pouco desenvolvida, ainda
não está em condições de fornecer tecnologia avançada à agricultura.

Esta é uma situação que ainda prevalece em Moçambique e em muitos


PVD.

A existência de técnicas agrícolas tradicionais e instrumentos de


produção rudimentares implica o recurso à mão-de-obra abundante. A
agricultura tradicional reflecte também o baixo nível de instrução da
população activa no sector primário.

No futuro, com o desenvolvimento da indústria, esta passará a


necessitar de mais mão-de-obra; o sector primário diminuirá, dado que
se introduzem tecnologias e técnicas mais avançadas, substituindo
assim os trabalhadores, que por sua vez se integrarão nos sectores
secundário e terciário. A produção agrícola aumentará, fruto do
desenvolvimento industrial.

Os serviços passarão a ser cada vez mais solicitados, para fazer face aos
novos desafios do desenvolvimento económico, na área dos transportes,
banca, formação, etc.

I.3. Estrutura etária e sexual da população


A composição de uma população também pode ser analisada com base
na distribuição da mesma por idade e sexo. Este tipo de abordagem

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permite-nos saber se o país ou região possui uma população jovem,


velha ou adulta, em que proporção se repartem esses grupos de idades
bem como a relação de homens e mulheres. A referida constatação dá-
nos a possibilidade, por exemplo, de planificar melhor as necessidades
dos jovens, o número de professores, escolas, hospitais, etc.

A população de um país, província ou distrito pode ser representada


através de um gráfico designado por pirâmide etária ou de idades, onde
também se pode observar a distribuição etária por sexo. Na pirâmide, a
população está disposta por idades ou classes de idades (geralmente
com intervalos de Cinco anos).

Tabela 2: População por sexo e grupos de idade, 2003 (milhares)


Idade 0-4 5-9 10-14 15-19 20-24 25-29 30-34 35-39
Homens 1586 1317 1211 999 801 634 535 439
Mulheres 1545 1302 1219 988 839 813 716 533
Idade 40-44 45-49 50-54 55-59 60-64 65-69 70-74 75-79 +80
Homens 355 284 226 173 131 98 65 36 26
Mulheres 413 329 262 207 159 117 79 43 32
Fonte: INE, Projecções Anuais da População

O grupo dos jovens abrange a população compreendida entre os 0 e os


14 anos (o limite varia de país para país); o dos adultos, a população
entre os 15 e os 65 anos; e o dos velhos, todos aqueles que tiverem
mais de 65 anos.

Assim, a população de um país classifica-se em jovem, adulta ou


velha, dependendo da percentagem dos grupos ou da configuração da
pirâmide.

 A pirâmide etária de Moçambique possui uma base (dos jovens)


muito larga, sinônimo de uma elevada taxa de natalidade e não
muito alta mortalidade infantil.

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 O topo (idade dos velhos) é curto e estreito, o que significa que há


poucos idosos, sinônimo de que a esperança de Vida é curta.
 A taxa de crescimento natural é alta; é um tipo de população que
garante o futuro do país, mas que também obriga o Estado a fazer
grandes gastos nas áreas da Educação, Saúde, etc.
 O índice de envelhecimento é, muitas vezes, considerado um
indicador de desenvolvimento.
 A pirâmide etária permite-nos conhecer muitos aspectos tais como:
tipo de população, esperança média de Vida, população activa,
influência das guerras, migrações, epidemias.

Distribuição da população
A densidade populacional, bem como a distribuição da população, é
fruto da combinação de factores mais ou menos convergentes. Por
exemplo, o relevo deve combinar com um clima de altitude favorável,
precipitação suficiente, solos férteis, etc. Isto significa que deve haver
uma correlação mais ou menos favorável entre o relevo, o clima, a
hidrografia e os solos.

Globalmente, pode afirmar-se que as áreas com pouca população


coincidem com os lugares cujas características físicas são hostis a
fixação do Homem, como são os casos do clima tropical seco, dos
desertos e da floresta densa.

A população de Moçambique não se distribui de igual forma. Existem


zonas com poucas pessoas e outras com muita gente.

Tabela 3: Distribuição da população por Província e densidade


comparada (projectada) - 2005
Província População Superfícies’ Densidade
(hab/km²)
Niassa 999332 82 625 12,0
Cabo Delgado 1.617.165 129.061 7.5
Tete 6.376 003 81 606 43,7
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Manica 1.320.232 61 656 20,8


Sofala 1.637.821 68 018 23,3
Inhambane 1.381 023 68 615 20,4
Gaza 1.304.798 75 709 17,6
Maputo (Provincia) 1 044 946 26 058 41,2
Maputo (Cidade) 1 216 873 197 609,1
TOTAL 19 420 036 780 390 24,3
Fonte: INE

Para além das diferenças de população absoluta entre as províncias,


também existem desequilíbrios entre regiões.

Mas quais são as causas que explicam esta irregular distribuição?


Muitos factores contribuem para esta desigual distribuição, sendo de
destacar os físico-naturais e os socioeconómicos.

Factores de distribuição da população


a) Físico-naturais

Clima – O clima é um dos factores que mais influencia a distribuição da


população. É do teu conhecimento que a temperatura e a pluviosidade
constituem os dois elementos mais importantes na caracterização
climática, influenciando não só o organismo humano, mas também as
diversas actividades produtivas, particularmente as agrícolas, que são a
base do sustento do Homem.

A população moçambicana tende a fixar-se nas zonas com clima


tropical húmido, em particular no litoral, dadas as condições favoráveis
de pluviosidade para a prática da agricultura que aí se verificam.

Relevo – Nas grandes regiões montanhosas, a população vai


diminuindo à medida que a altitude aumenta, devido à diminuição da
temperatura e da pressão atmosférica. Dada a sua configuração
acidentada, as montanhas não facilitam a prática agrícola, dai que
registem fraca densidade populacional.

Vegetação — Nas florestas tropicais, devido às suas características


exuberantes, de cobertura continua, árvores de grande porte, muito
altas e densas, o povoamento é reduzido devido à dificuldade de
circulação. Outras áreas, também de povoamento reduzido, são as
zonas de estepe, onde a vegetação é escassa e pobre, como é o caso do
interior de Gaza.

Água — Em muitas áreas, particularmente no continente africano, a


água exerce uma influência importantíssima. Com uma população
predominantemente rural e atividades baseadas na agricultura
(praticada sob a dependência das condições naturais, nomeadamente,
água e solo), a população concentra-se onde este precioso líquido existe,
tanto sob a forma de rios, como de lagoas ou lagos.
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Portanto, a população, ao fixar-se próximo das zonas onde existe a


água, procura não só satisfazer as suas necessidades básicas, na área
doméstica, mas também beneficiar dos solos húmidos e ricos em
húmus das margens dos rios e lagos, que resultam das cheias
periódicas que aí se verificam. Portanto, os vales dos rios têm sido áreas
de grandes densidades populacionais, sendo disso exemplos os vales
dos rios Zambeze e Lúrio.

Solos — As características dos solos também influenciam a fixação da


população. Solos pobres,
como os ferralíticos, não favorecem o povoamento, dado carecerem das
propriedades que são
benéficas para a prática da agricultura.
Os solos aluvionares existentes para ao longo dos vales dos rios, por
exemplo dos rios Limpopo
e Zambeze, constituem áreas de forte atracção da população.

c) Socioeconómicos

As indústrias e serviços necessitam de mão-de-obra. O


desenvolvimento industrial atrai também outras indústrias e muitas
outras actividades que complementam as atividades principais. Por
isso, há necessidade de mais mão-de-obra e, consequentemente, de
mais população. Isto faz com que as capitais provinciais registem
grandes aglomerados populacionais, estando a maior parte das pessoas
nos subúrbios, com condições precárias de higiene.

As cidades têm sido palco de atracção da população, pois é ai que esta


procura melhores condições de Vida. O movimento massivo da
população para as áreas urbanas deve-se à degradação da Vida rural.

Em Moçambique, a cidade de Maputo é a mais densamente povoada,


com mais de 3.300 hab/km .

Actualmente, as grandes vias de comunicação atraem muita


população, dadas as diversas actividades industriais e comerciais que
se desenvolvem ao longo dos corredores - casos da Estrada Nacional N 1
corredores da Beira e Nacala, e a recentemente construída estrada de
Maputo-Witbank.

As áreas costeiras, pelas facilidades que oferecem de comunicação com


o interior, aliadas às actividades pesqueiras, constituem áreas de forte
concentração da população.

A necessidade de estarem perto de hospitais melhor apetrechados, de


escolas secundárias e superiores constitui um factor social que origina
a concentração da população nas zonas urbanas, como é o caso, por
exemplo, de Nampula, Beira, Quelimane, Maputo e Xai-xai.

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dr. LATEIRO DE SOUSA JÚNIOR
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 Em suma, as zonas mais povoadas são as do litoral, devido ao


clima tropical chuvoso e à pesca, as cidades, pelas condições
sociais e económicas que oferecem, os vales dos rios, por causa
da fertilidade dos solos e das possibilidades de irrigação, e as
principais vias de comunicação.
MOVIMENTOS POPULACIONAIS

1. AS MIGRAÇÕES
A mobilidade espacial da população é geralmente denominada por migração. Ela
remonta dos tempos pré-históricos, altura em que a mobilidade Humana era imposta
pela necessidade de encontrar produtos naturais indispensáveis a sua subsistência, para
encontrar a proctecção ou, mais raramente, para satisfazer a sua ânsia de movimentos
continuando a ocorrer ainda hoje, independentemente das migrações forçadas, o
Homem parece estar sempre a procura de novos horizontes. No decurso do séc.XIX,
milhões de Europeus e Asiáticos dirigiram-se sobretudo para a América e a Oceânea, ao
passo que, nas últimas décadas, presenciamos não somente a ida mas também o retorno
de milhares de pessoas em direcção a Europa e Ásia.
Historicamente, considera-se três períodos quando se procede ao estudo dos
movimentos da população: o pré-histórico, o histórico e o contemporâneo ou
estatístico, o último é, obviamente, o que mais nos interessa o seu estudo.
Entretanto, as migrações podem ser definidas como o deslocamento de um ou grupo de
indivíduos de uma região para outra. No sentido lato, entende-se por migração, uma
mudança de domicílio ou de lugar de resisdência habitual de um indivíduo ou de um
grupo de indivíduos. Assim, podemos deduzir que as deslocações de pessoas ou grupos
Humanos, que abandonam os lugares onde se tinham afixado inicialmente para se
instalar noutra região ou noutro país de forma temporária ou permanente, designam-se
por migrações. Por conseguinte, as migrações constituem movimentos horizontais
tendentes a um equilíbrio demográfico à superfície do globo.
Estes deslocamentos de pequena, média ou longa duração, assim como os definitivos,
podem originar mudanças de actividades e se explicam por um desequilíbrio entre as
condições de vida existentes, nos lugares de origem e de destino. Exceptuam-se os
movimentos pendulares os de férias ou de fim-de-semanas, que sao habituais, por isso
não traduzem dese quilíbrios de grande vulto.

1.2. CAUSAS DAS MIGRAÇÕES


As causas das migrações Humanas são várias e bem complexas, pois, para além de
condições naturais e económicas verificam-se muitas vezes, razões de índole política,
religiosa, étnica, social e moral. A causa económica, é a que se apresenta a maior parte
das vezes em primeiro lugar quase sempre resultante de diferença de desenvolvimento
sócioe-conómico entre os lugares de partida e os lugares de chegada. As pessoas
emigram, por exemplo a procura de melhores condições de vida, de trabalho, assistência
social mais eficaz, entre outros.
As causas de natureza política, étnica e religiosa também tem quota parte nas
deslocações populacionais. Muitos indivíduos emigram porque, manifestando-se contra

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os regimes totalitários dos seus países, podem ver-se forçados a refugiarem-se no


extrangeiro para evitarem as perseguições ou represálias, por exemplo.
Mais ainda, os violentos conflitos (como sucede actualmente a nível mundial) por
exemplo, os da Somália, República Democrática do Congo, Burundi, Ruanda, Sudão,
Palestina, Iraque, Afeganistão, entre outros locais, levam enormes massas populacionais
a abandonare os seius países e a fixar-se noutros, a procura da paz e segurança.
A escala local, Nacional e Internacional, as calamidades naturais (secas, cheias,
epidemias, sismos, vulcões, terramotos, ciclones, entre outras) são consideradas
algumas das causas migratórias dos continentes populacionais.

1.3. TIPOS DE MIGRAÇÕES


Considerando os critérios duração, distânciia, causas e grau de liberdade, as migrações
podem ser internas e internacionais.
As migraçoes dizem-se internas quando as deslocaçoes se realizam de umas regioes
para outra dentroi do mesmo país, enquanto que as externas ou iternanacionais
constituem movimentos horizontais das pessoas de um país paras outro.
É de salientar que as migrações internacionais poden ser intra- continentais quando as
pessoas deslocam-se no interior do mesmo continente e intercontinentais, se as massas
populacionais se movimentam de um continente para o outro. Se estas últimas se
efectuarem entre continentes separados por oceanos dizem-se migraçoes
transoceânicas.
Sobre as migrações internas consideram-se três tipos designadamente: migrações
quotidianas, temporárias e definitivas.
As migrações quotidianas sao aquelas quese realizam diariamente especialmente nas
grandes cidades e centros industriais pelos trabalhadores das indústrias ou serviços bem
como por estudantes e outros quese deslocam das suas casas geralmente situadas em
locais distantes, para os seus locais de trabalho ou estudo e vice-versa. Por exemplo,
grande parte dos alunos e trabalhadores deslocam-se diariamente da Matola para
Maputo. Também se enquadra neste tipo de deslocações as que são efectuadas no fim-
de-semana e férias.
As migraçoes temporárias são as que se realizam com uma certa periodicidade,
podendo ser de poucos meses a alguns anos. Por exemplo as deslocações ligadas às
épocas de colheita agrícola ou de sementeira dos agricultores.
A transumância das regiões montanhosas também faz parte deste tipo de migração,
sendo que em um movimento tradicional e característico das regiões montahosas do
glono, onde os pastores permanecem durante o inverno nas planícies e vales com o seu
gado, no verão deslocam-se para as enconostas montanhosas, realizando as actividades
de pastorícia. Como exemplo de migrações internas de carácter definitivo, o êxodo
rural tem uma importância especial.
Paralelamente as migrações internas periódicas tanto podem assumir carácter quotidiano
como um carácter sasonal. São exemplos de migrações sasonais as deslocações de
carácter turístico e laboral quando se processa à escala do país, pois, estas decorrem
sempre nas mesmas épocas do ano.
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As migrações definitivas correspondem a um fixação permanente das populações nas áreas


de destino. Com muita frequência, as populações que migram definitivamente para outros
países adquirem a nacionalidade desses países, afim de usufruir de mais direitos. De um modo
geral, existem diversos critérios que nos permitem classificar as migrações, os quais podem ser
observados na tabela seguinte:

Migrações
Distância Internas, Internacionais
Duração Temporárias, Sasonais, Definitivas
Forma Voluntárias, Forçadas
Motivos Religiosas, Laborais, Políticas, Socio-
económicas e Culturais
Controle Legais, Clandestinas
Tabela.1- Principais tipos de migrações
1.4. CONSEQUÊNCIA DAS MIGRAÇÕES
As consequências das migrações decorrem quer de natureza demográfica, quer
de natureza ambiental, ecológica e social, Produzindo uma melhor adaptação do
povoamento aos recursos naturais e às necessidades da economia, conduzindo a
um melhor ordenamento do espaço geográfico pr um lado, e por outro, criando
interacção profunda entre grupos Humanos com diferentes línguas e costumes,
podendo causar também, grandes problemas, com maior enfoque os de índole de
rejeição.

Consequências das Migrações


Nos locais de partida Nos locais de chegada
 Envelhecimento da população  Rejuvenescimento da população
 Perda do captal Humano  Mão- de-obra excedentária
 Diminiução da população  Aumento da população activa
activa
 Segregação étnica e Social  Missegenação cultutral e
revitalização etnico-social
 Melhoramento das condições  Eclosão de epidemias (cólera,
higieno-sanitárias malária, diarreias)
 Conservação dos recursos  Degradação e esgotamento dos
naturais recursos naturais, desertificação.
 Diminuição dos índices de  Aumento dos índices de
criminalidade criminalidade
Tabela 2. Consequências das Migrações

Tabela 11: Países africanos mais populosos (2002)


Países População Superfície (km ) Densidade (hab/km )
Nigéria 116 000 000 923 768 125,5
Etiópia 64 500 000 1 221 900 52,7
Egipto 69 100 000 1 001 449 69,0
R.D. Congo 52 500 000 342 000 153,5
RAS 43 800 000 1 221 037 35,8
Tanzânia 36 000 000 945 087 38,0
Tabela 12: Alguns países do mundo com forte densidade populacional

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Países Hab/km Continente


Mónaco 16 316 Europa
Singapura 6 452 Ásia
Vaticano 2 273 Europa
Países
baixos
385 Europa
Tabela 13: Alguns países do mundo com fraca densidade populacional
Países Hab/km Continente
Mongólia 1,5 Ásia
Namíbia 1,9 África
Mauritânia 2,5 África
Bolívia 7,4 América do
Sul
Bibliografia
NONJOLO, Luís Agostinho; ISMAEL, Abdul Ismael. G10 - Geografia 10ª Classe. Texto
Editores, Maputo, 2017.

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OBJECTIVOS DE ENSINO DE CIÊNCIAS SOCIAIS NOS DIFERENTES


PERÍODOS DA HISTÓRIA DE MOÇAMBIQUE
Pode-se dividir a História de Moçambique usando-se vários critérios. Para tornar
fácil o nosso estudo, pode-se considerar três momentos a saber:
- Periodo Pre-Colonial;
- Periodo Colonial; e
-Periodo Pôs- Independência.

1. PERÍODO PRÉ-COLONIAL
 Tramsmitir aos mais novos as boas maneiras ou as boas práticas;
 Valorizar a nossa cultura;
 Transmitir bons hábitos, usos e costumes, tradições sociais;
 Ensinar os rituais ̸ ritos de iniciação diversos;

2. PERÍODO COLONIAL
 Ensinar a História, a Geografia e a língua Portuguesa;
 «Civilizar o Indígena»;
 Inculcar uma atitude de servilismo ao moçambicano;
 Desvalorizar a nossa cultura;

3. PERÍODO PÓS-INDEPENDÊNCIA
 Educar a todo o cidadão;
 Transmitir a História e a Geografia de Moçambique;
 Revalorizar a nossa cultura;
 Recuperar os bons hábitos, bons usos e costumes, tradições sociais, a
moral;
 Formar o Homem novo;

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QUESTIONÁRIO:
1. Defina o conceito Metodologia de Ensino de Ciências Sociais.

2. Fala da importância de estudo da Metodologia de Ensino de


Ciências Sociais para o futuro professor.

3. Refira-se ao objecto de estudo da Metodologia de Ensino de


Ciências Sociais.

4. Estabeleça a relação interdisciplinar da Metodologia de Ensino de


Cências Sociais com:
a) Metologia de Ensino de Educaçao Musical;
b) Metodologia de Ensino de Ciências Naturais;
c) Metodologia de Ensino de Educação Visual e
Tecnológica;
d) Metologia de Ensino de Matemática;
e) Metodologia de Ensino de Línguas Bantu de
Moçambique e Ensino Bilíngue;
f) Metodologia de Ensino de Língua Portuguesa;
g) Metodologia de Ensino de Educação Física;

5. Destaque os principais objectivos de Ensino de Ciências Sociais


nos Períodos Pré-Colonial, Colonial e Pós-Independência.

6. Um dos Objectivos de Ensino de Ciências Sociais no Período Pós-


Indepenêcia é de «Formar o Homem novo».
- Explique detalhadamene o significado deste objectivo.

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- definiçao do conceito
Clima é a media dos estados de tempo; é a combinaçao a longo prazo de estados de
tempo num periodo de 30 anos; é o conjunto de estados de tempo que registam num
determinado lugar durante um periodo relativamente longo, superior a 30 anos.
Tempo, é a combinação momentânea dos elementos meteorológicos que registam num
determinado lugar durante um período

O Relevo

Hidrografia

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Geografia da População
II. Noção de População
População, pode ser definida como a totalidade de indivíduos que habitam num
determinado espaço geográfico (região, país, contimemte ou mundo), sem distinção de
sexo, raça, nacionalidade, filiação política ou religiosa etno-linguística. Entretanto,
importa distinguir população do povo, por se tratar de realidades diferentes, pese
embora aparentem a mesma idéia.Portanto, POVO, pode ser usado como sinónimo da
Nação, e que este não se confunde com país. Sendo assim, POVO, é o conjunto de
indivíduos unidos por laços culturais comuns, ou seja, língua, hábitos tradições, etc.
População Absoluta, é o número total de indivíduos que habitam num determinado
espaço geográfico.
População Relativa, é a relação entre o total de indivíduos que habitam numa região e a
área por ela ocupada. É expressa-se em hab̸ Km²
III. Importância do Estudo da População
O estudo da população é de capital importância pois permite-nos:
 Conhecer a localização exacta de indivíduos assim como o número total de
pessoas que habitam num determinado lugar;
 Planificar o uso racional dos recursos naturais;
 Facilitar a implantação de infra-estruturas sócio-económicas como escolas,
hospitais, furos de água, estradas entre outros;
 Fazer um eficiente planeamento e ordenamento territorial.

IV. Distribuição Geográfica da População


Existem áreas de grande concentração populacional designadas «formigueiros
humanos» ou ainda por ecúmenas e outros espaços onde se registam menores

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densidades populacionais ou de verdadeiros desertos humanos designadas por áreas


anecúmenas.

V. Factores da distribuição Geográfica da População

1. Factores físico-naturais (relevo, clima, solos, hidrografia, vegetaçao)


2. Factores Humanos (cidades, transportes e comunicações, políticos, comércio,
histórico-culturais).

1. Factotres físico-naturais

1.1. RELEVO
O relevo pode ser um factor atractivo e repulsivo para a concentração populacional,
pois, nas regiões de elevadas altitudes, como: a coordilheira dos Andes, os
Himalaias, o planalto do Tibet, as montanhas rochosas, entre outras, repelem a
população porque:

 Não favorecem o desenvilvimento de solos aráveis para a prática de agricultura,


pois, os solos destas regiões são pobres em nutrientes e frequentemente
arrastados pelas águas da escorrência;

 Verifia-se diminuição da temperatura, aumento da pressão atmosférica, e


rarefação da quantidade de oxigénio, causando o mal montanha que se
manifesta por problemas respiratórios,vómitos, dores de cabeça, tonturas,
nâuseas, desmaios;

 Dificuldades de comunicação e consequente troca de idéias, bens de produção e


consumo.

Ao contrário, as regiões de planícies correspondem a áreas atractivas visto que:

 Favorecem a formação e desenvolvimento de solos aráveis e maturos, óptimos


para a prática de de actividade agricola;
 O clima apresenta condições mais favoráveis;
 Favorecem as comunicações e consequente troca de idéias, bens de priodução e
consumo.

1.2. DISTRIBUIÇÃO DOS RIOS (HIDROGRAFIA)


A população localiza-se preferencialmente junto dos rios, lagos e mares para
deles satisfazer as suas necessidades básicas como sejam: água para consumo,
pesca irrigação, energia, recreação, meio de transporte, comuniação, etc.

A exemplo disso, as grandes civilizações da Antiguidade clássica e Oriental,


desenvolveram-se junto aos cursos dos rios como na Mesopotâmia- rios Tigre e
Eufrates; Egípto- rio Nilo; Índia- rios Ganges e Bramaputra; China- rios Yang-
Tsé- kiang (rio azul) e Huang-Hó (rio amarelo).

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2. Factores Humanos

2.1. INDÚSTRIA
A implantação de uma indústria num espaço geográfico, atrai outras
actividades de apoio a esta, tais como: o comércio, organismos
financeiros, as repartições públicas, os serviços básicos de saúde,
Educação, abastecimento de água, energia.

Estas actividades exigem mão-de-obra para o seu funcionamento,o que


tem como consequência, a concentração da população em volta destas
indústrias bem como outros serviços sócio-económicos.

2.2. CIDADES
Desde sempre as cidades constituiram um atractitvo à população rural,
pois, oferecem um leque de condições que permitem o desenvolvimento
sócio-económico, pois, a cidade oferece-se como um local de
oportunidades.

3. Principais focos Populacionais


- Ásia das Monções
- Europa Central e Ocidental
- Nordeste dos Estados Unidos da América

4. Principais Vazios Humanos


- As regiões Polares Árctica e Antárctica;
- As regiões desérticas;
- As altas montanhas;
- As florestas Equatoriais.

5. CRESCIMENTO POPULACIONAL
Saldo fisiológico ou crescimento natural e taxa de crescimento natural
É um dos indicadores demográficos muito importante na análise da população. É definido
como sendo a diferença entre o número de nascimentos (natalidade) e o de mortalidade
(óbitos), e obtem-se pela seguinte fórmula:

SF ou CN = N – M

Onde::
SF = Saldo fisiológico ou CN = crescimento natural
N = Natalidade
M = Mortalidade

EVOLUÇÃO DO CRESCIMENTO NATURAL

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AS FASES DO CRESCIMENTO NATURAL


Estima-se actualmente, a população mundial em mais de 7 milhões de habitantes e que
segundo projessões, estima-se em cerca de 12.500 milhões de habitantes até ao ano
2050. Esta tendência demonstra que a população mundial está a crescer continuamente.
Para enfatizar este entendimento, vejamos a tabela abaixo de evolução da população
mundial:

Início da Era Cristã 250 milhões hab.


1650 500 milhões hab.
1850 1 bilião hab.
1940 2 biliões hab.
1975 4 biliões hab.
Tabela 3. Evolução numérica da população

Observando atentamente o quadro, podemos constatar que a população está em


constante crescimento. Neste contexto podemos considerar três fases da evolução da
pupulaçãomundial a saber:

1ª- FASE DO LENTO CRESCIMENTO – começa desde os primórdios da


Humanidade até a metade do séc. XIX, em que a natalidade assim como a mortalidade
eram bastante elevadas, o que explica o baixo índice de crescimento populacional no
passado. Causas: da elevada TM: epidemias, precárias condições de higienico-
sanitárias, as guerrs, fome.

2ª- FASE DA EXPANSÃO POPULACIONALDOS PAÍSES DESENVOLVIDOS


(América do Norte, e a Europa Ocidental) – Da 2ª metade do séc. XIX até ao fim da
segunda guerra mundial. Assistiu-se a um rápido crescimento populacional nos países
desenvolvidos. Causas: Revolução Industrial, transformações técnico-científicas e
sócio – económicas.

3ª- FASE DA EXPLOSÃO DEMOGRÁFICA DOS PAÍSES EM VIA DE


DESENVOLVIMENTO (PVD´s) – (América Latina, áfrica e Ásia), após a segunda
guerra mundial até aos nossos dias, os continentes em causa conseguiram reduzir
significativamente as elevadas TM, até então existentes, mantendo as TN, bastante
elevadas. Causas: benefício das conquistas técnico–científicas, higiénico-sanitárias
alcansadas nos PD´s (Píses Desenvolvidos).

EM SUMA
O crescimento populacional obedece as três (3) fases distintas já abordadas:
 Até ao séc. XVIII, as TN e de mortalidade mantiveram-se elevadas, levando
deste modo, a um crescimento lento da população.
 No séc. XIX, com a Revolução Industrial, o panorama modifica-se , registando-
se um aumento da taxa de crescimento natural nos Países Desenvolvidos.
 No séc. XX, principalmente a partir da segunda guerra mundial, a cenário
demográfico nos Países em via de Desenvolvimento, conhece uma mudança
profunda, passando a se registar elenadíssimas TCN (Taxas Crescimento
Natural). Constituindo a maioria, o Cenário provocou uma verdadeira explsão
demográfica.

CENÁRIO ACTUAL

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 80 milhões de passoas são acrescidas anualmente à população mundial.


Parte significativa deste número, é proveniente dos Píses em vias de
Desenvolvimento e uma ífima parte dos Países Desenvolvios.
 Os PD´s mantém- baixos índices de crescimento natural da população,
preservando assim os padróes de vida contrariamente aos Países em via
de Desenvolvimento, que mantém elevados os índices de crescimento
natural, agravando cada vez mais os desequilíbrios existentes.
 Por conseguinte, enquanto, nos países em vias de Desenvolvimento,
actualmente ocorre a Explosão Demográfica, nos Países Desenvolvidos
regista-se a Transição Demográfica.

Questionário
1. Caracterize as fases do crescimento natural da População.
2. Porque é que até hoje nos PD´s, regista-se o envelhicimento da população?
3. Como é se explica que nos PVD´s continue a se registar a explosáo demográfica
e nos PD´s, a transição demográfica?
4. No séc. XVIII, as taxas de Mortalidade e de natalidade eram bastante elevadas.
Refira-se às causas desta situação.
5. Que factores justificam a radução da mortalidade nos PDVD´s a partir do séc.
XX?

Como resulta de uma diferença entre nasimentos e óbtos,esta variável demográfica pode
ser negativa ou positiva.

Regista-se o crescimrnto natural nagativo quando o número de nasimentos é inferior ao


número de mortes. Nesta situação, conclui-se que a população do país terá decrescido.

QUESTIONÁRIO
1. Define o conceito Migração.

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2. Quais os tipos de Migração por ti estudados?


3. Mencione as causas que levam as pessoas a se deslocar ora para dentro do país
ora fora do país?
4. Explique o fenómeno Transumância.
5. Como é que se justifica que os motivos económicos e religiosos sejam
determinantes para a promoção de Migrações?

2. RELAÇÃO POPULAÇÃO E MEIO AMBIENTE


A população necessita de recursos naturais para a sua sobrevivência, sejam eles
o ar, a água, as rochas, o solo, o suprimento alimentar, a agrobiodiversidade, a
fauna, a flora e outros.

Nesta perspectiva, o Homem ou as famílias economicamente débeis, procurando


a produção alimentar para a sua sobrevivência, desmatam floresta, praticam
queimadas descontroladas, o extrativismo vegetal, caça furtiva esquecendo-se
de que estas actividades têm impactos adversos ao ambiente, a curto, médio e
longo prazos.

Quer dizer que as reservas alimentares mundiais estão a diminuir, enquanto a


população do planeta não pára de aumentar, o que constitui razão para alarme e
para se começar a pensar na gestão dos desequilíbrios do futuro.

É neste sentido que se pode depreender que o forte crescimento população


mundial, constitui um entrave ao desenvolvimento e só o controlo da
fecundidade pode contribuir para melhorar as condições e a esperança de vida.

Assim, é importante reter que independentemente do tamanho da população, as


práticas inadequadas pela necessidade de sobrevivência podem deteriorar
gradativamente o meio ambiente.

É igualmente importante depreender que as economias mundiais desenvolvidas,


pese embora possuam menor contingente populacional, são as que através das
suas indústrias, produzem gases com efeito de estufa, e absorventes do ozono,
que procuram produtos extraídos das grandes empresas das florestas tropicais
com benefícios mínimos para a população dos países anfitriões.

Ademais, a extração de produtos lenhosos por parte dos pobres, certamente que
deteriora o ambiente. As comunidades rurais, pela necessidade de sobrevivência,
vêem nos recursos naturais um instrumento de salvação, contribuindo assim
inconscientemente para a lapidação dos recursos naturais.

Igualmente, deduz-se que o crescimento natural gera um crescente consumo de


recursos naturais, crescente eclosão de doenças infacto-contagiosas, danos à
biodiversidade, desmatamentos, redução da pesca, escassez de água, poluição
dos mares, desertificação, mudanças climáticas, entre outros.
QUESTIONÁRIO
1. O que entendes por meio ambiente?
2. Quais os efeitos da exploração irracional da dos recursos naturais como:
florestas, solos?
3. «Os países mais pobres são os que mais degradam o meio ambiente»

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- Comente a afirmação.
4. Sugira medidas tendentes a mitigar os efeitos da exploração
irracional dos recursos naturais, tendo em conta que para além de nós, as
futuras gerações também precisam de usufruir do bem que hoje
devenos criar.

PERIODIZAÇÃO DA HISTÓRIA DE mOÇAMBIQUE


Período Pré – Colonial

Caracterização geral das Sociedades em Moçambique


Muito Antes da chegada do povo da Língua do tronco comum Bantu, extensas áreas
do país que hoje chamamos Moçambique, eram ocupadas por comunidades de
caçdores-recolectores.
Com a chegada deste grupo de agricultores (anos 200/300) que também conhecia a
técnica de fundição de ferro, aparecem as primeiras comunidades Sedentárias.
Antes de Cristo 1800, as características mais gerais das Sociadades moçambicanas
podem ser analisadas da forma seguinte:

1. A nível de Produção
- A agricultura de cereais (mapira e mexooeira principalmente), era a base
fundamental da economia nas sociedades Bantu;
- A caça e a pesca eram actividades masculinas com um papel importante na
manutenção de proteinas de origem animal;
- A olaria, a tecelagem e a metalurgia de ferro estavam bem desenvolvidas e
dependiam fundamentalmente da produção agrícola;
- Os excedentes agrícolas e as produções artesanais, ou o marfim, as peles e o
minério eram trocados entre as diferentes unidades de produção quer a nível
local quer em mecados distantes.

2. A nível das relações de produção


- As unidades de produção constituiam-se em termos de um grupo de parentes
consanguíneos definidos por via paterna a sul do rio Zambeze e por via materna
a norte do mesmo rio;
- O trabalho era dividido com base no sexo e idade;
- Como produtoras, as mulheres detinham uma certa autoridade e controlo sobre
os celeiros mas estavam geralmente excluídas da posse de bens mais valiosos e
duradouros como o gado.

3. A nível da organizalão Social e Política

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dr. LATEIRO DE SOUSA JÚNIOR
Instituto de Formacao de Professores da Manga - Ciencias Sociais 1º Ano - 1ºSemestre-12ª +3 /2023

- A terra era propriedade do Estado e ninguém devia tomá-la como sua


propriedade. Havia o controlo das alianças matrimoniais por parte dos mais
velhos, por exemplo a sul de moçambique, esse controlo era feito atavés do
lobolo;
- A classe dominante era constituída por chefes e anciãos- era a aristocracia da
sociedade;
- A seguir a aristocracia existia a camada de homens livres, havia também
escravas domésticas que prestavam serviços aos chefes;
- O solo era património e não propriedade das linhagens cabendo aos chefes a
função de assegurar periodicamente, a distribuição das machambas pelos
membros das diversas células produtivas de base, componentes da linhagem. A
terra podia ser usada mas não alienada de livre vontade. Podia contudo, ser
apropriada através da força militar.

4. A nível Ideológico
- Os chefes (velhios), medeavam a comunicação com os antepassados, pediam
chuva, saúde, proctecção para a caça e viagens, tanto para si como para as
populações da sua aldeia ou comunidade. Este ritual era feito através da
comunicação com os mortos, manifestando os seus desejos;
- Os chafes-sacerdotes constituiam o elo de ligação entre os os anciãos mortos e os
vivos, detendo uma função que era a base do poder.

Questionário
1. Quando é que o Povo da Língua do tronco comum Bantu chega ao território
que hoje chananos Moçambique?
2. Que razões explica a sedentarização logo após chegada dos Bantu?
3. Porque é que a olaria e a tecelagem eram consideradas actividades
complementares?
4. Como é que era feita a divisão técnica e social do trabalho no seio dos
agricultores?
5. Caracterize a sociedade moçambicana a nível da organização social e
Política.

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O M´fecane e o Estado de Gaza

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