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Ficha de Interpretação de Texto

e Produção Escrita
– Ensino Secundário –

Prof. Ana Sofia Morgado

Irmandade Muçulmana insiste num pedido de desculpas


Líderes muçulmanos saúdam explicações de Bento XVI 
17.09.2006 - 18h51   AFP, AP

As declarações do Papa Bento XVI, que esta manhã lamentou a reacção dos muçulmanos ao discurso que proferiu na Alemanha, foram saudadas por várias organizações
islâmicas, mas a influente Irmandade Muçulmana continua a exigir um “pedido de desculpas claro” do Sumo Pontífice.

A intervenção de hoje “não atingiu esse nível e, com base nisto, apelamos ao Papa do Vaticano para emitir um pedido de desculpas
claro que ponha um fim decisivo a qualquer confusão”, disse o “número dois” da organização islamita egípcia, em declarações à
Reuters.

Esta manhã, na oração do Angelus, Bento XVI lembrou que o texto que citou na palestra na Universidade de Ratisbona (Alemanha)
não reflecte a sua opinião pessoal e lamentou as reacções indignadas que as suas palavras geraram. "Aquelas (palavras) eram uma
citação de um texto medieval que não expressam de forma alguma o meu pensamento pessoal".

Mas Muhammad Habib não se mostrou convencido: “Por que escolheu ele aquela citação se não expressava as suas opiniões? E se
não expressava as opiniões queremos saber quais são os sentimentos e perspectivas sobre o assunto”.

Opinião diferente tem Dalil Boubakeur, presidente do Conselho Francês do Culto Muçulmano (CFCM), uma instância representativa
da comunidade patrocinada pelo Governo de Paris, para quem as explicações de Bento XVI representam “uma boa vontade e um
desejo de paz".

Dalil Boubakeur disse mesmo que “seria exagerado exigir um pedido de desculpas” formal, embora defenda que Bento XVI deveria
encontrar-se com líderes da comunidade muçulmana.

Também Fouad Alaoui, vice-presidente da União das Organizações Islâmicas de França (UOIF, próxima da Irmandade Muçulmana)
se mostrou satisfeito com declarações de Bento XVI, mas diz que gostaria de saber por que razão o Papa escolheu citar o Imperador
Bizantino. “ Manuel II não é uma referência histórica sólida”, sublinhou.

Por seu lado, o Conselho de Muçulmanos do Reino Unido, a mais importante organização islâmica do país, aceitou as explicações
do líder da Igreja Católica. “Desde o início pedimos que o Papa dissesse claramente que não partilhava o ponto de vista do
Imperador. Agora que o fez esperamos que as coisas acalmem”.

Já o Presidente da Indonésia, o maior país muçulmano do mundo, apelou hoje à harmonia entre as religiões. “ Peço à população
indonésia, em especial aos muçulmanos, ainda que perceba os vossos sentimentos, a manterem a calma para que a unidade
perdure e haja harmonia entre os crentes”, afirmou Susilo Bambang Yudhoyono.

Nos territórios palestinianos, onde a convivência entre as religiões cristã e muçulmana tem tradições seculares, o primeiro-ministro,
Ismail Haniyah, condenou os ataques dos últimos dias a várias igrejas. Desde sexta-feira, sete locais de culto católicos e ortodoxos
foram atacados e alguns chegarem mesmo a arder por completo. “Estes ataques são totalmente inaceitáveis e nenhum palestiniano
deve tomar parte neles”, afirmou o chefe do Executivo, dirigente do movimento islamita Hamas.

Contudo, é ainda incerta a resposta dos crentes muçulmanos a estes apelos, tanto mais que eles não são partilhados por todas as
facções. Esta tarde, o dirigente conservador iraniano "ayatollah" Ahmad Khatami comparou o Papa ao Presidente norte-americano,
George W. Bush, afirmando que os dois "estão unidos para repetir as cruzadas".

"Se o Papa não pedir desculpa, a fúria dos muçulmanos vai continuar até se tornar insustentável. Ele deve ir ter com os estudiosos,
sentar-se e aprender o que é o Islão", afirmou o dirigente religioso, durante uma intervenção na cidade de Qom, coração do xiismo
iraniano, cujas escolas corânicas estiveram hoje encerradas em protesto.

1. Lê atentamente o texto acima transcrito e identifica a tipologia textual a que pertence. Justifica a tua resposta.
2. Resume, por palavras tuas, o assunto do texto.

3. Explicita quais as duas forças em oposição a que se refere o texto.

4. Esclarece qual foi a explicação apresentada por Bento XIV.

5. Refere se os líderes muçulmanos assumiram a mesma posição face à explicação mencionada na questão anterior.
Justifica a tua resposta.

II
Vives num mundo em que há pessoas que são religiosas, seja qual for a religião que professem, e outras que não o
são. Redige um texto de 160 a 220 palavras em que apresentes a tua opinião sobre a relação ou não entre a religião e o
comportamento moral das pessoas na sociedade actual – a honestidade, a justiça, a solidariedade ou a criminalidade, a
injustiça, o abandono.

Tipologias Textuais: Texto de Opinião

Prof. Ana Sofia Morgado

Texto de opinião

Enunciado: Vives num mundo em que há pessoas que são religiosas, seja qual for a religião
que professem, e outras que não o são. Redige um texto em que apresentes a tua opinião sobre a
relação ou não entre a religião e o comportamento moral das pessoas na sociedade actual – a
honestidade, a justiça, a solidariedade ou a criminalidade, a injustiça, o abandono.
(Mínimo:160 palavras, máximo: 220 palavras)

Na nossa sociedade, há muitas pessoas que professam diferentes religiões, mas há


Apresentação do
INTRODUÇÃO

também quem não siga nenhuma e nem sempre é fácil perceber se existe ou não uma
assunto

relação entre a religião e o comportamento moral das pessoas.

Por um lado, há quem defenda que as pessoas que crêem num deus têm mais
(opiniões de outrem a favor e contra)
Pontos de vista possíveis

tendência para praticarem o bem e para serem honestas, pelo facto de acreditarem
Interpretação dos factos e respectiva fundamentação

que a forma como conduzirem a sua vida determinará o seu destino para além da
morte. Por outro lado, há quem pense que valores como a honestidade, a justiça ou a
DESENVOLVIMENTO

solidariedade não são um exclusivo das pessoas religiosas, podendo ser praticados
por qualquer pessoa, seja ela crente ou não.
Na minha opinião, a religião pode melhorar o comportamento de algumas pessoas,
levando-as, por exemplo, a estar mais atentas aos problemas dos outros. Contudo,
quando levada ao extremo, pode ser usada como pretexto para a prática de alguns
Opinião pessoal

abusos e crimes. Considero ainda que é, sobretudo, a educação de cada um que


determina a atitude das pessoas face aos princípios morais.
consequências dos factos
Breve resumo das ideias
essenciais do texto ou
CONCLUSÃO

Assim, julgo que a religião pode influenciar os comportamentos de quem a segue,


referência a eventuais

apresentados

positiva ou negativamente, mas penso que será mais importante a personalidade e os


valores de cada um do que o simples facto de se ter ou não uma religião.
Número de palavras: 219

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