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Petrografia de alguns granitos do distrito de Bragança

Autor(es): Neiva, J. M. Cotelo


Museu e Laboratório Mineralógico e Geológico da Universidade de
Publicado por: Coimbra
URL http://hdl.handle.net/10316.2/42051
persistente:
Accessed : 17-Nov-2022 08:05:23

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PUBLICAÇÕES DO MUSEU E LABORATÓRIO MINERALÓGICO E GEOLÓGICO
DA UNIVERSIDADE DE COIMBRA E DO CENTRO DE ESTUDOS GEOLÓGICOS

N.° 45

Memórias
e Notícias

1 9 5 8
Petrografia de alguns granitos
do distrito de Bragança
por

J. M. Cotelo Neiva
Professor da Universidade de Coimbra

Nesta nota apresentamos o estado petrográfico de granitos


de que temos estado a fazer o levantamento geológico no distrito
de Bragança.

Granito de grão médio moscovítico

Em Teixugueiras, sítio de Paredes (freguesia de Parada,


concelho de Bragança), junto ao jazigo filoniano de cassiterite,
há uma rocha de grão médio a fino, de estrutura, à simples vista,
isogranular, em que bem se destacam o branco dos feldspatos,
o vítreo do quartzo e as palhetas de moscovite. Embora raros,
vêem-se pequeninos cristais de pirite.
O aspecto deste granito mostra tendência a facies aplitóide.
O feldspato potássico é a ortoclase, incipientemente albitizada.
Mostra alguns aspectos de passagem inicial a microclina, dados
por compressão tectónica. É alotriomorfa. Encontra-se ligeira­
mente caulinizada e levemente sericitizada.
A plagioclase é hipidiomorfa, dominantemente maclada
segundo a lei da albite e por vezes com o complexo albite-
-Carlsbad; raramente encontram-se outros complexos. Devido a
compressão, os planos de macia mostram-se um pouco arqueados.
A sua cuidada determinação óptica levou-nos à conclusão de se
tratar de oligoclase-albite. Contém inclusões de moscovite.
A moscovite mostra-se alotriomorfa e alguns cristais ligeira­
mente encurvados.
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O quartzo é alotriomorfo, de estrutura suturada entre os seus


cristais, um tanto fracturado, estando algumas das fracturas preen­
chidas por finas vénulas de sericite e quartzo. Contém nume­
rosas inclusões pontuais alinhadas, muitas delas líquidas com
bolha gasosa móvel, e inclusões dos outros minerais da rocha.
Encontra-se também alguma apatite alotriomorfa, individua­
lizada.
Raramente vê-se um ou outro cristal cúbico de pirite.
A química deste granito moscovítico

leva a considerá-lo como granito alcalino ortósico a passar a


ortosi-albítico, filiando-se, pelos números de Niggli, no magma
aplito-granítico de quimismo calco-alcalino.

Granito vermelho, de grão médio, de duas micas

Também em Teixugueiras, sítio de Paredes (freguesia de


Parada, concelho de Bragança), junto à estrada, aflora uma rocha
de grão médio, de cor cárnea conferida pelo feldspato. Por vezes
alguns cristais de feldspato têm tendência a individualização
como pequenos fenocristais com macia de Carlsbad. Sobre o
cárneo ressaltam a biotite e a moscovite.
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A textura é hipautomórfica-granular de tendência porfiróide.


A ortoclase é alotriomorfa, com incipiente hipidiomorfismo,
por vezes com vénulas de quartzo orientadas que lhe conferem
aspecto pseudo-micropegmatítico. Contém inclusões de plagio­
clase, por vezes orientadas, parecendo ter substituído parcial­
mente este mineral.
Encontra se rara microclina, alotriomorfa, intersticial.
A plagioclase mostra se maclada segundo a lei da albite e
por vezes segundo o complexo albite-Carlsbad, encontrando-se
alguns planos de macia contorcidos devido a compressão tectónica.
Contém inclusões de moscovite e mostra aspectos de sericitização.
A sua cuidada determinação óptica leva a considerá-la como
oligoclase ácida.
A biotite é alotriomorfa e molda a plagioclase. Tem pleo-
croísmo entre castanho escuro (ϒ = β) e amarelo-palha (α), outras
vezes entre verde escuro (ϒ = β) e amarelo esverdeado (α). Neste
último caso, a biotite sofreu exsudação do ferro sob a forma de
magnetite que fica na bordadura dos cristais. Sequentemente, a
biotite evoluiu parcialmente para penina, o que é acompanhado
de exsudação de agulhas de rútilo e também de grânulos de
magnetite. Além de inclusões de apatite, contém inclusões nume­
rosas e pequeninos cristais de zircão com auréola pleocróica entre
o negro e o amarelo.
A moscovite, também alotriomorfa, ocorre em quantitativo
aproximadamente idêntico ao da biotite, mostra-se um pouco
comprimida, tendo sofrido certa torção. Contém algumas inclu­
sões de magnetite.
O quartzo é alotriomorfo, de forte extinção ondulante, de
estrutura suturada entre os seus cristais, que por vezes mostram
bordos de esmagamento. Apresenta inclusões aciculares de rútilo
e numerosas inclusões pontuais alinhadas, no geral líquidas com
bolha gasosa móvel. Estes alinhamentos de inclusões pontuais,
além de se estenderem através de diversos cristais de quartzo,
passam aos cristais de plagioclase quando estes estão em contacto
com aqueles.
Na rocha encontra-se também um ou outro alotriomorfo
individualizado de apatite, com inclusões idiomorfas de zircão,
e grânulos de magnetite junto ou nas proximidades dos bordos
dos cristais das micas.
Também se observam finas vénulas de ortose, quartzo e raro
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epídoto, que atravessam o quartzo ou penetraram a sua rede de


fracturas.
Da química deste granito

conclui-se tratar-se de granito alcalino-ortósico que, pelos núme­


ros de Niggli, se filia no magma engadinítico de quimismo calco-
- alcalino.

Granitos, de grão médio, de duas micas

Estudámos amostras que colhemos junto à capela de Vento-


zelo, no concelho de Mogadouro, e na região mineira de Teixu-
gueiras, na freguesia de Parada do concelho de Bragança.
Estes granitos de grão médio de duas micas têm o aspecto
macroscópico normal dos granitos deste tipo. São essencialmente
constituídos por feldspato e quartzo e acessoriamente pelas duas
micas. A biotite e moscovite ocorrem em proporções quase
idênticas.
A textura é hipautomórfica-granular.
O feldspato potássico, abundante, é a microclina, hipídio a
alotriomorfa, no geral com macia do Carlsbad. Está ligeiramente
caulinizada e contém inclusões de quartzo, micropegmatite, mos-
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covite, biotite e plagioclase. No granito de Teixugueiras, a


microclina, devido a esforço tectónico, mostra as suas macias
quase totalmente obliteradas. No granito de Ventozelo também
ocorre alguma ortoclase, alotriomorfa, sendo o bordo dos seus
cristais de micropegmatite.
A plagioclase, do tipo oligoclase-albite, ocorre em bastante
menor quantidade do que o feldspato potássico. É hipidiomorfa
e está maclada segundo a lei de albite e por vezes com o com­
plexo albite-Carlsbad. No granito de Teixugueiras os cristais
encontram-se um pouco contorcidos devido a pressões tectónicas.
Contém inclusões de biotite, de moscovite e de apatite.
A biotite é hipidiomorfa, e alotriomorfa quando compri­
mida. E pleocróica entro castanho muito escuro ou castanho-
-pinháo (ϒ = β) e amarelo-palha (α). Contém inclusões idiomor­
fas de zircão, com halos intensamente pleocróicos, e de apatite.
Por vezes mostra-se ligeiramente cloritizada, alteração para penina,
que foi acompanhada de libertação de agulhas de rútilo com
disposição sagenítica.
A moscovite é hipidiomorfa. No granito de Teixugueiras a
compressão tectónica não só permitiu o seu arqueamento como,
em certos casos, um farripado nos bordos dos cristais. Apre­
senta algumas inclusões de zircão com auréola pleocróica entre
verde e amarelo muito claro, de apatite e, por vezes, de turma­
lina. Nalgumas zonas de fractura do granito de Teixugueiras,
a moscovite forma como que um feltro a que se associam grânu­
los de quartzo, pequenos idiomorfos de turmalina castanha e
alguns grânulos de magnetite.
O quartzo, alotriomorfo, tem extinção ondulante e está um
tanto fracturado. Além das inclusões dos outros minerais da
rocha, apresenta as normais inclusões pontuais alinhadas, normal­
mente líquidas com bolha gasosa móvel, alinhamentos que não só
atravessaram cristais de quartzo mas chegaram também a atra­
vessar os feldspatos. No granito de Teixugueiras, além das inclu­
sões referidas encontram-se acículos de rútilo. Também nesta
rocha observámos uma macia do quarzo.
A apatite encontra-se inclusa nos outros minerais e também
individualizada. Mostra pequeníssimas inclusões arredondadas
que não nos foi possível determinar.
Rútilo, de hábito acicular, encontra-se incluso nos outros
minerais da rocha.
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Ocorrem também alguns grânulos de magnetite, individua­


lizados.
No granito de Teixugueiras encontram-se alguns cristais de
turmalina zonada, pleocróica, sendo o interior verde e a periferia
castanha.
As análises químicas dos granitos, cuja macroscopia e micros­
copia referimos,

permitiram calcular as normas e as expressões paramétricas


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de granitos alcalino-ortósicos, se aplicarmos a classificação


de Lacroix.
Os números de Niggli,

levam a filiar estes granitos no magma engadinítico de Niggli,


de quimismo calco-alcalino, o que é confirmado pela projecção
Ls-Fs-Qs e pelo diagrama k-mg.

Granito porfiróide de duas micas

O granito de Moimenta, próximo à fronteira, no concelho


de Vinhais, é uma rocha porfiróide, de grão grosseiro. Os feno­
cristais, frequentemente com macia de Carlsbad, estão envolvidos
por massa, de grão grosseiro a médio, de quartzo, feldspato, bio­
tite e alguma moscovite. Os fenocristais são geralmente de
microclina.
A textura ó porfiróide, com base hipautomórfica-granular
de grão médio a grosseiro.
O feldspato potássico, microclina, é alotrio a hipidiomorfo,
por vezes fracturado, em que algumas fracturas foram penetradas
por vénulas de quartzo. Parece haver substituído uma plagio­
clase preexistente, do tipo oligoclase, de que se vêem restos
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orientados no seio da microclina. Contém inclusões de apatite


e por vezes inclusões pontuais líquidas, algumas com bolha
gasosa, dispostas em alinhamentos. Também apresenta inclusões
de quartzo, de mimerquite, de zircão e acículos de rútilo.
Neste granito encontra-se também um ou outro aspecto de
moscovitização da microclina.
Os cristais individualizados da plagioclase mostram se um
pouco torcidos, são hipidiomorfos, do tipo oligoclase, e encon­
tram-se ligeiramente sericitizados. Estão maclados segundo a
lei da albite, por vezes com o complexo albite-Carlsbad e mais
raramente com o complexo albite-periclina Carlsbad. Contêm
inclusões de biotite, moscovite e apatite.
Encontra-se também alguma mirmequite.
A biotite tem aspecto de compressão, com cristais torcidos.
O seu pleocroísmo varia entre castanho-pinhão (ϒ = β) e amarelo-
-palha (α). Apresenta numerosas inclusões de zircão com halos
pleocróicos entre verde e verde muito escuro, e também inclu­
sões de apatite. Alguns cristais mostram-se um pouco cloriti-
zados para penina e com agulhas de rútilo com disposição de
tecido sagenítico. Mesmo sem haver qualquer cloritização, as
inclusões aciculares de rútilo tomam a mesma disposição.
A moscovite é alotriomorfa, um pouco torcida por compres­
são e com inclusões de apatite. Por vezes mostra-se intercrescida
com a biotite. Nas zonas de forte tensão e de esmagamento, a
moscovite forma como que um feltro e é acompanhada de grâ­
nulos de quartzo, pequenos idiomorfos de turmalina, alguns grâ­
nulos de magnetite e alguma biotite.
O quartzo é alotriomorfo, de extinção fortemente ondulante,
um tanto fracturado, por vezes de estrutura suturada. Contém
inclusões dos outros minerais da rocha e agulhas de rútilo, por
vezes numerosas. São normais as típicas inclusões pontuais
alinhadas, cujas filas chegam a sulcar dois e três cristais; são
em grande parte líquidas com bolha gasosa móvel.
Encontra-se apatite idiomorfa individualizada, embora em
pequena quantidade, e alguns grânulos de magnetite.
A turmalina é acidental e mostra-se em cristais idiomorfos,
zonados, sendo a periferia pleocróica entre amarelo-acinzentado
e castanho e o interior com pleocroísmo entre verde escuro e
castanho-escuro.
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A química do granito de Moimenta (concelho de Vinhais)

permite classificá-lo, à base da classificação de Lacroix, como


granito calco-alcalino ortosi-plagioclásico, e os números de Niggli
levam a filiá-lo no magma yosemítico de quimismo calco-alcalino.

Granitos porfiróides biotíticos

Estudámos granitos de S. Martinho de Angueira, no conce­


lho de Vimioso, de Lombo do Boi (Lama Longa, concelho de
Macedo de Cavaleiros) e de Miranda do Douro.
O granito de Lombo do Boi é de grão mais fino e de tona­
lidade mais escura que os granitos de Miranda do Douro e de
S. Martinho de Angueira, que já de per si são bastante ricos em
mica preta e, por isso, de tom acinzentado. São granitos porfi­
róides com base de grão grosseiro, o de Miranda do Douro e o
de S. Martinho de Angueira, e de grão fino a médio o de Lombo
do Boi, mas este com menos fenocristais de feldspato que os
outros dois. Nos granitos de Miranda do Douro e de Lombo do
Boi há ligeira orientação da biotite e, por vezes, dos feldspatos,
o que confere às rochas, neste caso, ligeiro aspecto gneissoso.
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A textura é porfiróide de base hipautomórfica-granular.


Os fenocristais são de microclina e mais raramente de pla­
gioclase.
Nos fenocristais a microclina é hipídio a idiomorfa, e na
base é alotriomorfa. Os seus cristais estão ligeiramente caulini-
zados e sericitizados. Mostra-se albitizada, tratando-se de micro-
clina-raicropertite venada. E frequente a sua associação eutéctica
com o quartzo, constituindo micropegmatite alotriomorfa. Con­
tém inclusões de plagioclase, biotite, quartzo e apatite.
A plagioclase é do tipo oligoclase. E hipidiomorfa, ligeira­
mente sericitizada. Está no geral maclada segundo a lei da
albite e algumas vezes segundo o complexo albite-Carlsbad e,
mais raramente, segundo o complexo albite-periclina; devido a
compressão tectónica, algumas secções mostram as macias parcial­
mente obliteradas. Apresenta inclusões de biotite, de quartzo e
raramente acículos de rútilo. No granito de S. Martinho de
Angueira notam se alguns aspectos mirmequíticos.
A biotite ó hipidiomorfa, com faces de clivagem. Os seus
cristais mostram-se um pouco encurvados devido a compressão
tectónica. O seu pleocroísmo varia entre castanho-pinhão ou
castanho-escuro (ϒ — β) e amarelo-palha (α) Alguns dos seus
cristais estão ligeiramente cloritizados, com exsudação de agulhas
de rútilo dispostas em tecido sagenítico, algun3 grânulos de
magnetite, e parcial transformação para penina. Contém inclu­
sões de zircão, com auréola escura pleocróica entre o verde e o
verde-negro, e de apatite.
No granito de S. Martinho de Angueira notam-se, mas só ao
microscópio, raros cristais de moscovite, alotriomorfos, um pouco
esmagados nos bordos, por vezes em raros intercrescimentos com
a biotite.
O quartzo é alotriomorfo, de extinção fortemente ondulante,
e os seus cristais de estrutura suturada e por vezes com aspectos
de esmagamento. Contém inclusões dos outros minerais da rocha,
acículos de rútilo dispostos irregularmente e inclusões pontuais
alinhadas, passando as filas de cristal para cristal sem modificação
desse alinhamento. As inclusões pontuais são no geral líquidas
com bolha gasosa móvel.
Encontram-se alguns pequenos idiomorfos de apatite indivi­
dualizados.
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As análises químicas dos granitos porfiróides biotíticos que


acabamos de descrever

permitiram o cálculo das normas e dos parâmetros seguintes:


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Os granitos de S. Martinho de Angueira e de Miranda-do-


-Douro são calco alcalinos, ortosi-plagioclásicos, e o de Lombo-
-do-Boi, pelo seu quimismo, pode ser considerado um sienito
alcalino ortosi-albítico mas com tendência a granito alcalino.
Os números de Niggli

levam a filiar o granito de S. Martinho de Angueira no magma


yosemítico, embora o parâmetro c seja um pouco baixo, e a con­
siderar os granitos de Miranda-do-Douro e Lombo-do-Boi como
tipos de passagem entre os magmas granítico normal e grano-
diorítico, embora o parâmetro c seja um tanto baixo.
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RESUME

CONTRIBUTION À LA PÉTROGRAPHIE DES GRANITES


DU DISTRICT DE BRAGANCE

Parmi les granités à grain moyen de ce district nous avons étudié le


granité à muscovite de Teixugueiras (arrondissement de Bragance), le gra­
nité rouge à deux micas de la même région et aussi ceux, également à deux
micas, de Ventozelo (arrondissement de Mogadouro) et de Teixugueiras.
Des porphyroïdes, notre étude s’est étendue aux granités de Moimenta
(arrondissement de Vinhais), S. Martinho de Angueira (arrondissement de
Vimioso), Lombo do Boi (arrondissement de Macedo de Cavaleiros) et de
Miranda do Douro, le premier à deux micas et les autres à biotite
Les deux types de texture présentées par ces granités sont la texture
porphyroïde à base hypautomorphique-grenue, dans le cas des porphyroïdes,
et la texture hypautomorphique-grenue pour toutes les autres roches
Dans toutes les roches étudiées, dominent: quartz orthoclase ou micro­
cline, plagioclase, oligoclase ou oligoclase-albite. Il s’y ajoute, selon le type
de granité, muscovite, muscovite-biotite et biotite. Comme accessoires mineurs
on rencontre: pyrite, apatite, magnétite, épidote (rare), rutile et tourmaline.
Les granités à muscovite, I. (3) 4.1.3 (4), rouge à deux micas, 1.4.1.3',
et ceux à deux micas de Teixugueiras, I.'4.1.3, celui de Ventozelo, 1.'4.1(2).3,
sont des granités alcalino-orthosiques. Ceux de Moimenta, I'.4.2.3', de
S. Martinho de Angueira, I.4'.(1)2.3, et de Miranda do Douro, I (II).4'.2.3,
sont calco-alcalins orthosi-plagioclasiques. Celui de Lombo do Boi, 1(11).(4;
5.1.'4, a des paramètres de syénite alcalino orthosi-albitique avec tendance
au granité alcalin.
Le granité à muscovite de Teixugueiras s’affilie dans le magma aplito-
-granitique ; les granités rouge et à deux micas de Teixugueiras et celui de
Ventozelo dans le magma engadinitique; ceux de Moimenta et de S. Marti­
nho de Angueira s’affilient dans le magma yosémitique. Quant à ceux de
Miranda do Douro et de Lombo do Boi, ce sont des types de passage entre
les magmas granitiques normal et granodioritique.

S U M M A R Y

CONTRIBUTION TO THE PETROGRAPHY OF THE GRANITES


IN THE DISTRICT OF BRAGANÇA

Among all medium grained granités in this district we have studied


the muscovite granite in Teixugueiras (Bragança), the red granité with two
micas, also in this region, and those in Ventozelo (Mogadouro) and Teixu­
gueiras, with muscovite-biotite.
As regards the porphyroids, we studied the granites in Moimenta
(Vinhais), Lombo do Boi (Macedo de Cavaleiros) and Miranda do Douro, the
first with muscovite-biotite, all the others being biotite-granites.
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The two types of texture that these granites present are the hypautho-
morphic-granular porphyroid in the case of porphyroids, and the hypautho-
morphic-granular in any of the other rocks.
Quartz, orthoclase or microcline, oligoclase or oligoclase-albite are pre­
dominant in all the rocks we studied. Added to them, according to the type
of granite, are muscovite, muscovite-biotite and biotite. Among the lower
accessories there is pyrite, apatite, magnetite, rare epidote, rutile and tour­
maline.
The muscovite granite, I . (3) 4 . 1 . 3 (4), red-coloured and with musco­
vite-biotite, I.4.1.3', that with muscovite-biotite in Teixugueiras, 1.'4.1.3
and Ventozelo, I. ' 4 .1 (2) . 3 are orthosic-alkaline granites; the granites in
Moimenta, 1'. 4 . 2 . 3 , S. Martinho de Angueira, I. 4'. (1) 2 . 3 , and Miranda
do Douro, I ( I I ) . 4'.2. 3 , are calc-alkalines orthosic-plagioclasics. The gra­
nite in Lombo do Boi, I ( I I ) . (4) 5.1 . ' 4 presents parameters with alkaline
orthosic-albitic syenite tending towards alkaline granite.
The muscovite granite in Teixugueiras is affililiated to the aplito-gra-
nitic magma; the red granites with muscovite-biotite in Teixugueiras and
Ventozelo to the engadinitic magma; those in Moimenta and S. Martinho
de Angueira to the yosemitic, and those in Miranda do Douro and Lombo
do Boi are transitional types between the normal granitic and granodiorito
magmas.

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