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MANUAL DO CURSO DE LICENCIATURA EM

LICENCIATURA EM GESTÃO DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO

1º Ano
Disciplina: Análise e Gestão de Projectos
Código: ISCED1-GSI21
Total Horas/1o Semestre: 100
Créditos (SNATCA): 04
Número de Temas: 06

INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS E EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA - ISCED


ISCED CURSO: Gestão de Sistema de Informação; 10 Ano Disciplina/Módulo: Análise e Gestão de Projectos

Direitos de autor (copyright)

Este manual é propriedade do Instituto Superior de Ciências e Educação a Distância (ISCED),


e contém reservados todos os direitos. É proibida a duplicação ou reprodução parcial ou
total deste manual, sob quaisquer formas ou por quaisquer meios (electrónicos, mecânico,
gravação, fotocópia ou outros), sem permissão expressa de entidade editora (Instituto
Superior de Ciências e Educação a Distância (ISCED).
A não observância do acima estipulado o infractor é passível a aplicação de processos
judiciais em vigor no País.

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Website: www.isced.ac.mz

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ISCED CURSO: Gestão de Sistema de Informação; 10 Ano Disciplina/Módulo: Análise e Gestão de Projectos

Agradecimentos

O Instituto Superior de Ciências e Educação a Distância (ISCED) e o autor do presente manual


agradecem a colaboração dos seguintes indivíduos e instituições na elaboração deste
manual:
Pela Coordenação Direção Académica do ISCED
Pelo design Direção de Qualidade e Avaliação do ISCED
Financiamento e Logística Instituto Africano de Promoção da Educação
a Distancia (IAPED)

Pela Revisão

Elaborado Por: JÚLIA ZAIDA CUAIRA, LICENCIADA EM PLANIFICAÇÃO, ADMINISTRAÇÃO E


GESTÃO DA EDUCAÇÃO PELA UNIVERSIDADE PEDAGÓGICA, DELEGAÇÃO DA BEIRA

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ISCED CURSO: Gestão de Sistema de Informação; 10 Ano Disciplina/Módulo: Análise e Gestão de Projectos

Índice

Visão geral 1
Benvindo ao Módulo de Analise e Gestão de Projectos................................................... 1
Objectivos do Módulo....................................................................................................... 1
Quem deveria estudar este módulo ................................................................................. 1
Como está estruturado este módulo ................................................................................ 1
Ícones de actividade ......................................................................................................... 3
Habilidades de estudo ...................................................................................................... 3
Precisa de apoio? .............................................................................................................. 5
Tarefas (avaliação e auto-avaliação) ................................................................................ 6
Avaliação ........................................................................................................................... 7

TEMA – I: Caracterização da Avaliação de Projectos de Investimentos. 9


UNIDADE Temática 1.1. Introdução ao Estudo de Projectos de Investimento ................ 9
Introução ........................................................................................................................... 9
1.1.1. Breve historial do estudo de projectos .............................................. 10
1.1.2. Conceito de projecto ................................................................................... 11
1.1.4.1 Funções de Gestão de Projectos ................................................................ 13
1.1.4.2 Níveis de Gestão de Projecto ..................................................................... 13
1.1.5.Projectos de Investimento ........................................................................... 13
1.1.6.Tipos de Projectos de Investimentos ........................................................... 14
1.1.7.Análise de projectos de investimentos ........................................................ 16
1.1.8. Papel e Atribuição do Gestor de Projectos ........................................ 17
Sumário ........................................................................................................................... 21
Exercício de auto-avaliação ............................................................................................ 21
1. De o conceito da palavra projecto tendo em conta as suas restrições. ...... 21
Exercícios do tema .......................................................................................................... 22
1. Por palavras suas, não se esquecendo das suas cacarteristicas, conceitue
projectos. ............................................................................................................... 22

TEMA –I I: Plano Geral de um estudo de Investimento 23


UNIDADE Temática 2.1. Principais elementos a considerar na elaboração e análise de
projectos ......................................................................................................................... 23
Introução ......................................................................................................................... 23
2.1. Principais elementos a considerar na elaboração e análise de Projectos de
Investimento ................................................................................................................... 23
2.1.1.Elementos de organização ........................................................................... 24
2.1.2.Elementos comerciais .................................................................................. 24
2.1.3.Elementos económicos ................................................................................ 24
2.1.4.Elementos Financeiros ................................................................................. 24
2.2.Etapas principais de um projecto de investimento .................................................. 25
2.2.1.Etapa de identificação .................................................................................. 25
2.2.2.Etapa de Preparação .................................................................................... 25
2.2.3.Etapa de Análise ........................................................................................... 26

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2.2.4.Etapa de Decisão .......................................................................................... 26


2.2.5.Etapa de Execução........................................................................................ 27
2.2.6. etapa de funcionamento e controlo ........................................................... 27
Fluxograma das principais etapas de um projecto de investimento .............................. 28

Sumário 29
Exercícios de auto-avaliação ........................................................................................... 29
1. Identifique os principais elementos que entram na elaboração de um
projecto de investimento. ..................................................................................... 29
Unidade temática 2. Exercícios do tema II ..................................................................... 31

TEMA – III: Análise Estratégica e do Mercado 32


UNIDADE Temática 3.1. Análise Estratégica ................................................................... 32
Introução ......................................................................................................................... 32
3.1.1. Conceito de Estratégica ............................................................................... 32
3.1.1.1.Posicionamento da Análise FOFA .................................................... 33
3.1.1.2.Análise do Ambiente Interno (Forças e Fraquezas) .................................. 35
3.1.2. Localização de projectos ............................................................................. 35
3.1.2.1. Factores de Localização .................................................................. 35
3.1.3. Vantagens competitivas .............................................................................. 36
3.1.3.1. Diversos âmbitos de actuação na busca da competitividade ........ 36
Sumário ........................................................................................................................... 37
Exercício de auto-avaliação ............................................................................................ 37
1. Em que se baseia a análise estratégia de um projecto de investimento? .. 37
Exercícios ........................................................................................................................ 38
UNIDADE Temática 3.2. Análise de Mercado ................................................................. 39
Introução ......................................................................................................................... 39
3.2.1. Conceito de mercado .................................................................................. 39
3.2.2. Análise da oferta e procura ......................................................................... 40
3.2.3. Métodos de Previsão param conceção de um projecto de investimento .. 41
Sumário ........................................................................................................................... 43
Exercício de Auto-avaliação ............................................................................................ 44
1. O que entende por mercado?...................................................................... 44
Exercícios ........................................................................................................................ 45

TEMA – IV: Análise de Rentabilidade 46


UNIDADE Temática 4.1. Rácios financeiros e Económicos ............................................. 46
Introução ......................................................................................................................... 46
4.1.1.Conceito de Rácio ......................................................................................... 46
4.1.2. Rácios Financeiros ..................................................................................... 46
4.1.3.Rácios Económico ......................................................................................... 49
4.1.3.1 Rendibilidade ................................................................................... 49
4.1.3.2. Tipos de Rendibilidade .................................................................... 50
4.1.3.3. Análise Dinâmica no Estudo da Rendibilidade ............................... 51

iv
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Sumário ........................................................................................................................... 53
Exercício de auto-avaliação ............................................................................................ 54
Unidade temática 4.2. Exercícios do tema ..................................................................... 56

TEMA – V: Seleção de Investimentos 59


UNIDADE Temática 5.1. Seleção de investimentos e critério de analise dos
investimentos ................................................................................................................. 59
Introução ......................................................................................................................... 59
Introdução....................................................................................................................... 59
5.1.1.Análise de Projectos de Investimento .......................................................... 60
5.1.1.1.Critérios de avaliação de projectos de investimento ...................... 60
5.1.2. Analise crítica dos critérios clássicos ........................................................... 65
Sumário ........................................................................................................................... 66
Exercício de auto-avaliação ............................................................................................ 66
Unidade temática 4.2. Exercícios do tema .................................................................... 68

TEMA –V I: Análise do Risco e da Incerteza 70


UNIDADE Temática 6.1. Fundamentos de Risco e Retorno ............................................ 70
Introução ......................................................................................................................... 70
6.1. Fundamentos de Risco de Retorno .......................................................................... 70
6.1.1.Preferências em relação ao risco ................................................................. 71
6.1.2.Retorno ......................................................................................................... 75
TABELA 6.1 Fontes populares de risco para administradores financeiros e accionistas 76
6.1.3.Risco de um activo........................................................................................ 78
6.1.4.Avaliação de risco ......................................................................................... 78
6.1.4.1. Análise de Sensibilidade ................................................................. 78
6.1.4.2.Distribuicao de Probabilidades ........................................................ 79
6.1.5.Mensuração do Risco ................................................................................... 79
Sumário ........................................................................................................................... 82
Exercício de auto-avaliação ............................................................................................ 82
1. O que é um risco? ........................................................................................ 82
Resposta: risco é a possibilidade de uma perda financeira. ................................ 82
Unidade temática 6.2. Exercícios do tema ..................................................................... 83
Referências bibliográfica................................................................................................. 84

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Visão geral

Benvindo ao Módulo de Analise e Gestão de Projectos

Objectivos do Módulo

Ao terminar o estudo deste de módulo de Análise e Gestão de


Projectos deverá ser capaz de: apresentar as técnicas de
análise financeira necessárias à tomada de decisões de
investimento. Terá uma visão de análise estratégica de
mercado e de risco considerados relevantes para a análise dos
projectos, bem como a sua rentabilidade

 Elaborar projectos sustentáveis com a realidade social,


económica e cultural do ambiente contextual e envolvente
à organização;
 Produzir informes concretos sobre o processo de aplicação
das actividades de um projecto.
Objectivos Específicos

Quem deveria estudar este módulo

Este Módulo foi concebido para estudantes do 1º ano do curso de


licenciatura em licenciatura em gestão de sistemas de
informaçãodo ISCED e outros como Gestão de Rcursos Humanos,
Administração, etc. Poderá ocorrer, contudo, que haja leitores que
queiram se actualizar e consolidar seus conhecimentos nessa
disciplina, esses serão bem vindos, não sendo necessário para tal
se inscrever. Mas poderá adquirir o manual.

Como está estruturado este módulo

Este módulo de Analise e Gestão de Projectos, para estudantes do


1º ano do curso de licenciatura em licenciatura em gestão de
sistemas de informação, à semelhança dos restantes do ISCED,
está estruturado como se segue:

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ISCED CURSO: Gestão de Sistema de Informação; 10 Ano Disciplina/Módulo: Análise e Gestão de Projectos

Páginas introdutórias

 Um índice completo.
 Uma visão geral detalhada dos conteúdos do módulo,
resumindo os aspectos-chave que você precisa conhecer para
melhor estudar. Recomendamos vivamente que leia esta
secção com atenção antes de começar o seu estudo, como
componente de habilidades de estudos.
Conteúdo desta Disciplina / módulo

Este módulo está estruturado em Temas. Cada tema, por sua vez
comporta certo número de unidades temáticas ou simplesmente
unidades. Cada unidade temática se caracteriza por conter uma
introdução, objectivos, conteúdos.
No final de cada unidade temática ou do próprio tema, são
incorporados antes o sumário, exercícios de auto-avaliação, só
depois é que aparecem os exercícios de avaliação.
Os exercícios de avaliação têm as seguintes caracteristicas: Puros
exercícios teóricos/Práticos, Problemas não resolvidos e
actividades práticas algunas incluido estudo de caso.

Outros recursos

A equipa dos académico e pedagogos do ISCED, pensando em si,


num cantinho, recóndito deste nosso vasto Moçambique e cheio
de dúvidas e limitações no seu processo de aprendizagem,
apresenta uma lista de recursos didácticos adicionais ao seu
módulo para você explorar. Para tal o ISCED disponibiliza na
biblioteca do seu centro de recursos mais material de estudos
relacionado com o seu curso como: Livros e/ou módulos, CD, CD-
ROOM, DVD. Para elém deste material físico ou electrónico
disponível na biblioteca, pode ter acesso a Plataforma digital
moodle para alargar mais ainda as possibilidades dos seus
estudos.

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ISCED CURSO: Gestão de Sistema de Informação; 10 Ano Disciplina/Módulo: Análise e Gestão de Projectos

Auto-avaliação e Tarefas de avaliação

Tarefas de auto-avaliação para este módulo encontram-se no final


de cada unidade temática e de cada tema. As tarefas dos
exercícios de auto-avaliação apresntam duas caracteristicas:
primeeiro apresentam exercícios resolvidos com detalhes.
Segundo, exercícios que mostram apenas respostas.
Tarefas de avaliação devem ser semelhantes às de auto-avaliação
mas sem mostrar os passos e devem obedecer o grau crescente de
dificuldades do processo de aprendizagem, umas a seguir a outras.
Parte das terefas de avaliação será objecto dos trabalhos de
campo a serem entregues aos tutores/doceentes para efeitos de
correcção e subsequentemente nota. Também constará do exame
do fim do módulo. Pelo que, caro estudante, fazer todos os
exrcícios de avaliação é uma grande vantagem.
Comentários e sugestões

Use este espaço para dar sugestões valiosas, sobre determinados


aspectos, quer de natureza científica, quer de natureza diadáctico-
Pedagógica, etc, sobre como deveriam ser ou estar apresentadas.
Pode ser que graças as suas observações que, em caso de
confiança, classificamo-las de úteis, o próximo módulo venha a ser
melhorado.

Ícones de actividade

Ao longo deste manual irá encontrar uma série de ícones nas


margens das folhas. Estes icones servem para identificar
diferentes partes do processo de aprendizagem. Podem indicar
uma parcela específica de texto, uma nova actividade ou tarefa,
uma mudança de actividade, etc.

Habilidades de estudo

O principal objectivo deste campo é o de ensinar aprender a


aprender. Aprender aprende-se.

Durante a formação e desenvolvimento de competências, para


facilitar a aprendizagem e alcançar melhores resultados, implicará
empenho, dedicação e disciplina no estudo. Isto é, os bons

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ISCED CURSO: Gestão de Sistema de Informação; 10 Ano Disciplina/Módulo: Análise e Gestão de Projectos

resultados apenas se conseguem com estratégias eficientes e


eficazes. Por isso é importante saber como, onde e quando
estudar. Apresentamos algumas sugestões com as quais esperamos
que caro estudante possa rentabilizar o tempo dedicado aos
estudos, procedendo como se segue:

1º Praticar a leitura. Aprender a Distância exige alto domínio de


leitura.

2º Fazer leitura diagonal aos conteúdos (leitura corrida).

3º Voltar a fazer leitura, desta vez para a compreensão e


assimilação crítica dos conteúdos (ESTUDAR).

4º Fazer seminário (debate em grupos), para comprovar se a sua


aprendizagem confere ou não com a dos colegas e com o padrão.

5º Fazer TC (Trabalho de Campo), algumas actividades práticas ou


as de estudo de caso se existirem.

IMPORTANTE: Em observância ao triângulo modo-espaço-tempo,


respectivamente como, onde e quando...estudar, como foi referido
no início deste item, antes de organizar os seus momentos de
estudo reflicta sobre o ambiente de estudo que seria ideal para si:
Estudo melhor em casa/biblioteca/café/outro lugar? Estudo
melhor à noite/de manhã/de tarde/fins de semana/ao longo da
semana? Estudo melhor com música/num sítio sossegado/num
sítio barulhento!? Preciso de intervalo em cada 30 minutos, em
cada hora, etc.

É impossível estudar numa noite tudo o que devia ter sido


estudado durante um determinado período de tempo; Deve
estudar cada ponto da matéria em profundidade e passar só ao
seguinte quando achar que já domina bem o anterior.

Privilegia-se saber bem (com profundidade) o pouco que puder ler


e estudar, que saber tudo superficialmente! Mas a melhor opção é
juntar o útil ao agradável: Saber com profundidade todos
conteúdos de cada tema, no módulo.

Dica importante: não recomendamos estudar seguidamente por


tempo superior a uma hora. Estudar por tempo de uma hora
intercalado por 10 (dez) a 15 (quinze) minutos de descanso
(chama-se descanso à mudança de actividades). Ou seja que
durante o intervalo não se continuar a tratar dos mesmos assuntos
das actividades obrigatórias.

Uma longa exposição aos estudos ou ao trabalhjo intelectual


obrigatório, pode conduzir ao efeito contrário: baixar o rendimento
da aprendizagem. Por que o estudante acumula um elevado

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volume de trabalho, em termos de estudos, em pouco tempo,


criando interferência entre os conhecimento, perde sequência
lógica, por fim ao perceber que estuda tanto mas não aprende, cai
em insegurança, depressão e desespero, por se achar injustamente
incapaz!

Não estude na última da hora; quando se trate de fazer alguma


avaliação. Aprenda a ser estudante de facto (aquele que estuda
sistemáticamente), não estudar apenas para responder a questões
de alguma avaliação, mas sim estude para a vida, sobre tudo,
estude pensando na sua utilidade como futuro profissional, na área
em que está a se formar.

Organize na sua agenda um horário onde define a que horas e que


matérias deve estudar durante a semana; Face ao tempo livre que
resta, deve decidir como o utilizar produtivamente, decidindo
quanto tempo será dedicado ao estudo e a outras actividades.

É importante identificar as ideias principais de um texto, pois será


uma necessidade para o estudo das diversas matérias que
compõem o curso: A colocação de notas nas margens pode ajudar
a estruturar a matéria de modo que seja mais fácil identificar as
partes que está a estudar e Pode escrever conclusões, exemplos,
vantagens, definições, datas, nomes, pode também utilizar a
margem para colocar comentários seus relacionados com o que
está a ler; a melhor altura para sublinhar é imediatamente a seguir
à compreensão do texto e não depois de uma primeira leitura;
Utilizar o dicionário sempre que surja um conceito cujo significado
não conhece ou não lhe é familiar;

Precisa de apoio?

Caro estudante, temos a certeza que por uma ou por outra razão, o
material de estudos impresso, lhe pode suscitar algumas dúvidas
como falta de clareza, alguns erros de concordância, prováveis
erros ortográficos, falta de clareza, fraca visibilidade, páginas
trocadas ou invertidas, etc). Nestes casos, contacte os seriços de
atendimento e apoio ao estudante do seu Centro de Recursos (CR),
via telefone, sms, E-mail, se tiver tempo, escreva mesmo uma carta
participando a preocupação.
Uma das atribuições dos Gestores dos CR e seus assistentes
(Pedagógico e Administrativo), é a de monitorar e garantir a sua
aprendizagem com qualidade e sucesso. Dai a relevância da
comunicação no Ensino a Distância (EAD), onde o recurso as TIC se
torna incontornável: entre estudantes, estudante – Tutor,
estudante – CR, etc.

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As sessões presenciais são um momento em que você caro


estudante, tem a oportunidade de interagir fisicamente com staff
do seu CR, com tutores ou com parte da equipa central do ISCED
indigetada para acompanhar as sua sessões presenciais. Neste
período pode apresentar dúvidas, tratar assuntos de natureza
pedagógica e/ou admibistrativa.
O estudo em grupo, que está estimado para ocupar cerca de 30%
do tempo de estudos a distância, é muita importância, na medida
em que permite lhe situar, em termos do grau de aprendizagem
com relação aos outros colegas. Desta maneira ficar’a a saber se
precisa de apoio ou precisa de apoiar aos colegas. Desenvolver
habito de debater assuntos relacionados com os conteúdos
programáticos, constantes nos diferentes temas e unidade
temática, no módulo.

Tarefas (avaliação e auto-avaliação)

O estudante deve realizar todas as tarefas (exercícios, actividades e


autoavaliação), contudo nem todas deverão ser entregues, mas é
importante que sejam realizadas. As tarefas devem ser entregues
duas semanas antes das sessões presenciais seguintes.
Para cada tarefa serão estabelecidos prazos de entrega, e o não
cumprimento dos prazos de entrega, implica a não classificação do
estudante. Tenha sempre presente que a nota dos trabalhos de
campo conta e é decisiva para ser admitido ao exame final da
disciplina/módulo.
Os trabalhos devem ser entregues ao Centro de Recursos (CR) e os
mesmos devem ser dirigidos ao tutor/docente.
Podem ser utilizadas diferentes fontes e materiais de pesquisa,
contudo os mesmos devem ser devidamente referenciados,
respeitando os direitos do autor.
O plágio1 é uma viloção do direito intelectual do(s) autor(es). Uma
transcrição à letra de mais de 8 (oito) palavras do testo de um
autor, sem o citar é considerado plágio. A honestidade, humildade
científica e o respeito pelos direitos autoriais devem caracterizar a
realização dos trabalhos e seu autor (estudante do ISCED).

1
Plágio - copiar ou assinar parcial ou totalmente uma obra literária, propriedade
intelectual de outras pessoas, sem prévia autorização.

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ISCED CURSO: Gestão de Sistema de Informação; 10 Ano Disciplina/Módulo: Análise e Gestão de Projectos

Avaliação

Muitos perguntam: Com é possível avaliar estudantes à distância,


estando eles fisicamente separados e muito distantes do
docente/turor!? Nós dissemos: Sim é muito possível, talvez seja
uma avaliação mais fiável e concistente.
Você será avaliado durante os estudos à distância que contam com
um mínimo de 90% do total de tempo que precisa de estudar os
conteúdos do seu módulo. Quando o tempo de contacto presencial
conta com um máximo de 10%) do total de tempo do módulo. A
avaliação do estudante consta detalhada do regulamentada de
avaliação.
Os trabalhos de campo por si realizaos, durante estudos e
aprendizagem no campo, pesam 25% e servem para a nota de
frequência para ir aos exames.
Os exames são realizados no final da cadeira disciplina ou modulo e
decorrem durante as sessões presenciais. Os exames pesam no
mínimo 75%, o que adicionado aos 25% da média de frequência,
determinam a nota final com a qual o estudante conclui a cadeira.
A nota de 10 (dez) valores é a nota mínima de conclusão da
cadeira.
Nesta cadeira o estudante deverá realizar pelo menos 2 (dois)
trabalhos e 1 (um) (exame).
Algumas actividades praticas, relatórios e reflexões serão utilizados
como ferramentas de avaliação formativa.
Durante a realização das avaliações, os estudantes devem ter em
consideração a apresentação, a coerência textual, o grau de
cientificidade, a forma de conclusão dos assuntos, as
recomendações, a identificação das referências bibliográficas
utilizadas, o respeito pelos direitos do autor, entre outros.
Os objectivos e critérios de avaliação constam do Regulamento de
Avaliação.

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TEMA – I: Caracterização da Avaliação de Projectos de Investimentos.

UNIDADE Temática 1.1. Introdução ao Estudo de Projectos


de Investimento

Introdução

Vai se iniciar o estudo da 1ª unidade do módulo de Analise e Gestão


de Projecto. Nesta unidade o aluno vai compreender o conceito de um
projectos de investimento, suas características e tipos.

Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:

 Compreender o conceito projectos de investimento;


Objectivos  Distinguir a tipologia dos projectos de investimento;
específicos

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ISCED CURSO: Gestão de Sistema de Informação; 10 Ano Disciplina/Módulo: Análise e Gestão de Projectos

1.1.1. Breve historial do estudo de projectos


Etimologicamente, a palavra “Projecto” foi usada pela primeira vez por volta
do séc. XVI e deriva do Latim Projicere (lançar para a frente). A raiz Latina
sugere, por isso, movimento, uma trajectória, uma relação exacta com
espaço e tempo.

O processo implicado envolve:

 Um ponto de partida;

 Utilizado como base, de onde.

 Um indivíduo se lança para a frente.

 Em direcção a um objectivo.

 A partir de meados da década de 1990, as empresas ficaram sob uma


pressão competitiva, sem precedentes na história, no sentido de
criarem produtos de qualidade num período de tempo cada vez mais
curto.

 Por outro lado, tornou-se imperativo de negócio o desenvolvimento


de relações duradoiras de confiança com os clientes.

O aconteceu realmente?

 Mudaram os Conceitos.

 A antiga concepção perdeu sentido e significado.

 A mudança deixou de ser encarada como uma coisa nefasta e passou


a implicar melhoria contínua.

 Os conflitos perderam o anterior cariz de nocividade, considerando-


se hoje que, se forem bem geridos, podem ser benéficos.

A Gestão de projectos deixou de ser encarada como um sistema


burocrático interno às organizações e passou a ser considerada como uma
arma competitiva que proporciona níveis mais elevados da eficiência,
qualidade e valor acrescentado para os clientes.

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ISCED CURSO: Gestão de Sistema de Informação; 10 Ano Disciplina/Módulo: Análise e Gestão de Projectos

1.1.2. Conceito de projecto

PROJECTO é um empreendimento temporário levado a efeito com o


objectivo de produzir um produto ou serviço único. MIGUEL, António
(2004:7);
PROJECTO é um empreendimento único que deve apresentar um
início e um fim claramente definidos e que, conduzido por pessoas
possa atingir seus objectivos respeitando os parâmetros de prazo,
custo e qualidade. MENEZES, Luís (2009:43)

PROJECTO: é uma organização designada para cumprimento de um


objectivo criada com esse objectivo e dissolvida após a sua conclusão.
ROLDÃO, Victor (2000: 5)

Este conceitos, evidenciam três características essenciais dos projecto:


tempo, custo e escopo. Características estas, a que podemos designar
de triângulo de restrições de um projecto.

Escopo

Tempo custo
Fonte: http://www.projectbuilder.com.br

Das três pontas do triângulo das restrições, o escopo considera-se o


mais importante pelos seguintes pressupostos:
Ninguém entregaria uma casa sem o telhado para economizar
recursos? Ou lançaria um produto na data escolhida, mas sem os
componentes previstos? Seria um fracasso total.
Escopo é o coração do projecto, é o que tem de ser feito e o que
determina todas as outras áreas. Os custos são definidos a partir dos
recursos estimados para as tarefas. O prazo é estimado a partir da
disponibilidade dos recursos e a duração das actividades. Tudo
depende do escopo. É o que determina o produto, serviço ou valor
que o projeto vai entregar ao cliente.
Quando a prioridade sai do escopo e recai em custo ou prazo, é sinal
de que a qualidade será comprometida e o índice de fracasso nos
projetos aumenta.

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ISCED CURSO: Gestão de Sistema de Informação; 10 Ano Disciplina/Módulo: Análise e Gestão de Projectos

1.1.3. Outros conceitos fundamentais em gestão de projectos

Técnica: É o procedimento ou o conjunto de procedimentos que


têm como objectivo obter um determinado resultado, seja no
campo da Ciência, da Tecnologia, das Artes ou em outra
actividade.

Gestão: é uma actividade relacionada com o quotidiano,


associada a uma posição hierárquica bem definida e à
manutenção do status quo organizacional. Gerir é coordenar
pessoas, é conseguir resultado através do esforço dos outros.

Gestão de projecto: é uma disciplina complexa, sobre a qual


existem inúmeras publicações. SILVA e TORRES (89-90).

Gestão de projecto: Processo de planeamento, execução e


controlo de um projecto, desde o seu inicio até à sua conclusão,
com vista à consecução de um objectivo final num certo prazo,
com um certo custo, qualidade, através da mobilizarão de
recursos técnicos e humanos. ROLDÃO, Victor (2000:5)

Escopo: conteúdo do Projecto expresso pelo conjunto das suas


acções.

Foco estratégico: conjunto de opções que constituem a estratégia


a ser adoptada pelo Projecto para abordar as principais demandas,
potencialidades, desafios e pontos de estrangulamento da
realidade que o projecto se destina a transformar. ROLDÃO,
Victor (2000:5)

Qualidade: É conformidade entre as especificações e o produto


final. É uma noção sempre relativa.

Então, qualidade pode ser considerada como sendo a ausência


de variação nas características da qualidade. Ishikawa, citado
por António e Teixeira (2009:29).

É o processo que conduz a resultados através de


produtos/serviços que possam ser vendidos a consumidores
que ficarão satisfeitos. Deming, citado por António e Teixeira
(2009:29).

• Gestão de qualidade: descreve os processos destinados a


garantir que o projecto satisfará as necessidades para que foi
destinado. Consiste no planeamento, garantia e controlo da
qualidade do projecto. MIGUEL, António (2004:76)

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ISCED CURSO: Gestão de Sistema de Informação; 10 Ano Disciplina/Módulo: Análise e Gestão de Projectos

1.1.4.1 Funções de Gestão de Projectos

Planeamento – Processo de determinar antecipadamente o que


deve ser feito e como fazê-lo.
Organização – estabelecer relações formais entre as pessoas, e
entre estas e os recursos, para atingir os objectivos propostos.
Direcção – processo de determinar, isto é, afectar, ou
influenciar, o comportamento dos outros. A direcção envolve:
motivação, liderança e comunicação.
Controlo – processo de comparação do actual desempenho da
organização com standards previamente estabelecidos,
apontando as eventuais acções correctivas.

1.1.4.2 Níveis de Gestão de Projecto

Nível institucional a gestão caracteriza – se


fundamentalmente por uma forte componente estratégica, ou
seja, envolvimento da totalidade dos recursos disponíveis na
determinação do rumo a seguir (geralmente associado a acções
com implicações de médio e longo prazo) e pela formulação de
politicas gerais.
Nível intermédio - predomina uma componente táctica que se
caracteriza pela movimentação de recursos no curto prazo e
elaboração de planos e programas específicos relacionados com
a área ou função do respectivo gestor.
Nível operacional - predomina a componente técnica, e as
actividades destes gestores traduzem-se fundamentalmente na
execução de rotinas e procedimentos.

1.1.5.Projectos de Investimento
De acordo com Bodie, Kane e Marcus (1998), investimento
implica comprometer recursos na expectativa de obter
benefícios futuros. Ao comprometer recursos, o investidor
incorre num custo de oportunidade, na medida em que
sacrifica a hipótese de poder despender os seus recursos hoje,
em ambiente certo, optando por investi-los numa alternativa
que devolverá resultados futuros, em ambiente de risco e
incerteza.

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ISCED CURSO: Gestão de Sistema de Informação; 10 Ano Disciplina/Módulo: Análise e Gestão de Projectos

De acordo com Omar Mithá (2009), o investimento pode ser


visto em três perpectiva a sabe: óptica macroeconómica,
óptica empresarial e óptica socio-economica.

Na óptica macroeconómica, o investimento é agregado a uma


procura efectiva cuja variação está em função da taxa de juro,
factores de risco e das expectativas dos empresários com
relação a geração de lucros. O estudo da função investimento
compreende-se como a procura agregada por recursos a
modelos económicos com o intuito de elaborara politicas
económicas que se destinam a estimular a economia e o
estabelecimento do equilíbrio interno e externo. Ibdem

Já na óptica de empresas, o investimento refere-se a uma


decisão estratégica que geralmente consiste na afetação de
recursos financeiros, humanos e materiais com o intuito de
criar mais riqueza para os empresários. Nesta perspectiva, os
empresários apostam em oportunidades presentes no meio
em troca de um potencial beneficio futuro.

O investimento na óptica socio-econimica, a rentabilidade


privada é secundaria, pois, a análise tem em vista o benefício
social. Este benefícios são comparados com os custos
suportados no sentido de se apurara a viabilidade a viabilidade
socio-economica do projecto.

1.1.6.Tipos de Projectos de Investimentos


Os investimento da empresa de acordo com Omar Mithá,
podem traduzir-se em substituição, expansão ou
modernização e inovação. Sendo assim, os projectos que são
criados nas empresas podem ser de diversos tipo dependendo
dos critérios de classificação:

a) Quanto aos objectivos

Projectos de substituição: quando tem por objectivo renovar


o equipamento da empresa por motivos de envelhecimento
ou obsolescência. Neste tipo de investimento, procura-se
comparar a situação actual da empesa com e sem o projecto,
para facilitar na tomada de decisão dos empresárias.

Projectos de expansão: neste tipo de investimento, as


empresas procuram aumentar seu volume de negocio ou
mesmo atingir outros segmentos do mercado devido a
demanda ou introdução de um ou mais produtos a par dos
existentes.
Projectos de inovação: nestes tipo de investimento a empresa

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ISCED CURSO: Gestão de Sistema de Informação; 10 Ano Disciplina/Módulo: Análise e Gestão de Projectos

procura melhorar um produto já existente ou então, a


introdução de um novo produto que ainda não tinha sido
produzido por qualquer por outra empresa do mesmo sector.

b) Quanto a Dependência
 Investimentos Independentes
 Investimentos Dependentes
- Mutuamente exclusives
- Complementares

Se se tratar de dois projectos mutuamente exclusivos, em que só um


deles se possa realizar, a escolha, não se deve basear num indicador
que estudaremos – a TIR (taxa interna de retorno). Na presença de
investimentos complementares, a decisão terá que ser fundamentada
em pacotes equivalentes de projectos.

c) Quanto à Distribuição Temporal das Receitas e Despesas


 Investimentos Convencionais
 Investimentos não Convencionais

O primeiro, normalmente, é constituído por uma sequência de tempo


inicial em que, por via dos custos de investimento, as despesas são
superiores às receitas, seguindo-se a fase posterior em que acontece o
contrário – há entrada de receitas a partir de um período até o
período n.

No investimento não convencional estaremos perante uma sequência


de fluxos negativos e positivos, que alternam entre si. O interesse da
distinção entre os dois tipos decorre de ser desaconselhável utilizar a
TIR para investimentos não convencionais – pode o seu cálculo
revelar-se impossível ou conduzir a mais do que um valor.

d) Quanto a Origem do Capital


 Investimento Nacional
 Investimento Estrangeiro
- Directo – a constituição de novas
empresas com origem no exterior;
-Indirecto – a aquisição de participações
em empresas nacionais.
e) Quanto ao Sector de actividade
 Agrícolas: pecuária, irrigação, etc.
 Pesca: conservas, capturas, etc.
 Industriais: indústrias extractivas e transformadoras
 Infra-estruturas: caminhos-de-ferro, centrais eléctricas,
estradas e pontes, etc.
 Serviços: escola, hospitais, habitação, etc.

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ISCED CURSO: Gestão de Sistema de Informação; 10 Ano Disciplina/Módulo: Análise e Gestão de Projectos

1.1.7.Análise de projectos de investimentos


Um projecto é entendido como um conjunto de informação
sistematizada com o objectivo de fundamentar uma decisão de
investimento. Pretende estimar o valor (o mais exacto possível) a
ser criado pelo investimento, aumentando a eficiência da utilização
dos recursos. Um projecto envolve um conjunto de decisões e
objectivos, entre os quais, a escolha dos recursos a alocar, a
determinação das receitas e despesas, a escolha das fontes de
financiamento e o estudo do enquadramento legal e financeiro.
(BARROS, 2007, p. 19).

Quanto à avaliação do projecto de investimento, esta tem um carácter


multidisciplinar na medida em que pode ser realizada em diferentes
perspectivas de acordo com os objectivos do analista, que
frequentemente se complementam.
O nosso aprendizado estará centrado, dentre outras técnicas, na
avaliação económica e financeira, que parte do pressuposto da
maximização do lucro e valor da empresa e, este processo pode
dividir-se em duas etapas fundamentais: (ibidem)

 Avaliação Económica: avalia a rendibilidade do investimento


na perspectiva em que este é exclusivamente financiado por
capitais próprios. Esta óptica abrange toda a afectação de
recursos com o objectivo de produzir resultados num
determinado prazo. Estes recursos (investimentos) podem ser
consubstanciados em equipamentos e infra-estruturas,
edifícios, estudos, projectos, investigações, formação e treino
de pessoal e meios circulantes necessários ao funcionamento
do projecto de investimentos.
A realização do investimento, nesta perspectiva, implica
também a expectativa de recuperação futura do investimento
e de excedentes, ligada a expectativa de possibilidades de
produção de determinados bens e serviços, com determinadas
e adequadas utilidades para a sociedade, em função das quais
será possível obter o retorno dos investimentos e os
excedentes esperados

 Avaliação Financeira: avalia a rendibilidade do investimento


na ponderação de que os custos de financiamento podem ser
decorrentes do recurso a capitais próprios e alheios e, outras
consequências que advém da opção por capital alheio. Nesta
perspectiva para se realizar o investimento é necessário que
exista uma expectativa de

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ISCED CURSO: Gestão de Sistema de Informação; 10 Ano Disciplina/Módulo: Análise e Gestão de Projectos

recuperação dos valores investidos e duma remuneração


adicional, o Lucro. O lucro é o aspecto que mais interessa o
investidor privado, pois, ao assumir o risco do investimento é
fundamental, para ele, recuperar com algum acréscimo os
valores despendidos no processo de investimento e
exploração, para poder continuar a fazer novos investimentos,
pagar os capitais alheios utilizados e pagar atempadamente as
“remunerações” dos factores produtivos primários que utiliza
no processo de produção.

1.1.8. Papel e Atribuição do Gestor de Projectos


Funções de um gestor tradicional

• Planear

• Organizar

• Coordenar

• Liderar. mas, o Gestor também tem de ser um COMUNICADOR

As funções da comunicação do Gestor de Projectos

“...entre 50% a 80% do tempo dos gestores era gasto em funções de


comunicação, a comunicar com outras pessoas dentro e fora da empresa…”
Mintzberg, 1973

• Procurar e garantir um patrocínio;

• Valorizar a imagem do projecto;

• Gerir as expectativas do utilizador;

Qualidades pessoais do Gestor de Projectos

A gestão de projectos é mais lidar com pessoas do que outra coisa,.


Neste conyexto, o gestor deve:

• Motivar

• Delegar

• Comunicar

• Liderar

• Negociador

• Solucionador de problemas

• Influenciador

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ISCED CURSO: Gestão de Sistema de Informação; 10 Ano Disciplina/Módulo: Análise e Gestão de Projectos

Factores de motivação

• qualidade de trabalho (interessante, motivador e útil)

• sentimento de integração (na equipa de projecto)

• sentimento de envolvimento

• sentimento de realização

• reconhecimento do sucesso e do esforço

• oportunidade de evoluir e progredir

• realização das capacidades profissionais

• aumento da responsabilidade

Delegar

• Delegar é confiar uma missão ou objectivos a um colaborador,


dando-lhe autonomia de organização e prevendo um controlo, isto é,
uma análise dos resultados, com ele.

• A delegação existe sempre, mais ou menos vincada, em toda a


estrutura, mas é muitas vezes insuficiente, vaga e não explicita.

• Assim, o responsável que deseje desenvolver uma gestão eficaz e


participativa terá interesse em formalizar o seu método de
delegação e em informar os seus colaboradores.” Renée Simonet

Comunicar

• escutar é a atitude profunda de disponibilidade de uma pessoa


aquilo que alguém lhe dirige como mensagem para compreender o
significado dado por esta última (...) a comunicação é um fenómeno
complexo que só pode ter sucesso se pusermos em prática uma
atitude activa....” Nello Abramovici.

Liderar

• A liderança é muito mais uma arte, uma convicção, uma condição do


coração do que um conjunto de coisas para fazer. Os sinais visíveis
da liderança engenhosa acham-se expressos, em última análise, na
sua prática.” Max de Pree

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A equipe de projectos

Gestor de Projecto

Responsável Técnico Responsável de Contratos

Responsável pelo Controlo Responsável pelo Contacto


do Projecto com Autoridades

Responsável Financeiro Responsável AQS

Responsável pela Operação

• As funções referidas neste organigrama poderão ser dividas por


várias pessoas ou, ao contrário, agregadas numa só pessoa, por
exemplo:

– no projecto de uma fábrica poderá haver um responsável


técnico para a infraestrutura civil e outro para o processo

– o contacto com autoridades poderá estar entregue ao


responsável contratual ou ao próprio gestor de projecto

• Algumas funções poderão ser dispensáveis, em certas circunstâncias


(por exemplo, o responsável por operações, num projecto de uma
estrada)

O responsável técnico

• O responsável técnico não vai fazer “engenharia”, mas sim gestão de


engenharia, isto é gerir recursos muito especializados, internos ou
externos, e levá-los a certos resultados

• Será normalmente um técnico com uma sólida experiência num


domínio específico, mas também com boas capacidades de análise
pluridisciplinar, de planeamento de trabalho e de gestão de pessoas.

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ISCED CURSO: Gestão de Sistema de Informação; 10 Ano Disciplina/Módulo: Análise e Gestão de Projectos

• Os projectos têm normalmente uma primeira fase em que


predomina o projecto de engenharia e uma segunda em que
predominam as questões construtivas: o responsável técnico poderá
atender ambas, mas a estrutura que ele superitende será em
princípio adaptada a cada fase.

O responsável de contractos

• A boa gestão contratual é talvez o activo mais fundamental da


gestão de projecto

• A gestão de contratos inclui:

– a definição da estratégia de contratação

– o desenho de documentos para consultas de contratação e


contratos

– a gestão contratual corrente

– a gestão e negociação de reclamações

– o fecho de contratos

• O responsável de contratos não é um jurista, embora necessite de


suporte jurídico. É um especialista que tem que possuir grande
capacidade organizativa

Responsável de controlo

• O responsável pelo controlo de projecto tem a seu cargo a


compilação e análise de informação que permitam:

– o planeamento do projecto

– a orçamentação do projecto

– o controlo de planeamento e a identificação de


estrangulamentos

– o controlo orçamental

• Tem ainda a responsabilidade do “reporting”

• Terá que ser um técnico com capacidade de síntese, visão


multidisciplinar e um bom domínio das ferramentas de gestão de
projectos.

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Sumário

Nesta unidade de acabamos de analisar tivemos a noção de conceito


de projectos como sendo um prendimento temporário levado a cabo
por pessoas com o intuito de alcançar um resultado único. Ficamos a
saber que os projectos podem ser analisados sob varias perspectiva:
macroeconómica, empresarial e socioecónomica. Os projecto,
classificam de diversas formas dependendo dos critérios. Para nosso
estudo, classificamos os projectos quanto: aos objectivos,
dependência, distribuição temporal das receitas e despesas, origem
do capital e sector de actividade. A analise de projectos de
investimentos tratado nesta unidade temática tem enfoque nos
aspectos económicos e financeiros, debruçando-se no conjunto de
técnicas de analise de informação que permite decidir sobre a
viabilidade de um empreendimento produtivo “projecto”.

Exercício de auto-avaliação

1. De o conceito da palavra projecto tendo em conta as suas


restrições.
Resposta: Projecto é um empreendimento único que deve apresentar
um início e um fim claramente definidos e que, conduzido por pessoas
possa atingir seus objectivos respeitando os parâmetros de prazo,
custo e qualidade.

2. O que entende por restrição de um projecto.


Resposta: Restrição de um projecto, por outras palavras, é limitante
do projecto. Ou seja, elementos sobre os quais o resultado do projecto
deve se sujeitarem. Esses elementos, são previamente estabelecidos e
deve rigorosamente ser seguidos pela equipe de projecto.

3. O que entende por projecto de investimento


Resposta: um projecto de investimento pode ser entendido como
um empreendimento em que se aplica um bem (recurso) na
expectativa de obter benefícios futuros.

4. Classifique os projectos de investimento quanto aos objectivos.


Resposta: quanto aos objectivos, os projectos de investimento pode
ser: projectos de substituição, projectos de expansão e de inovação.

5. Quando se considera que um projecto de inovação.


Resposta: um projecto se considera de inovação quando uma empresa
procura melhorar um produto existente ou então se introduz um novo
produto qua ainda não existe no seu sector de actividade.

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6. A análise de projectos de investimento divide-se em duas


epatas fundamentais. Debruce sobre elas.
Resposta: Avaliação Económica: avalia a rendibilidade do
investimento na perspectiva em que este é exclusivamente financiado
por capitais próprios; Avaliação Financeira: avalia a rendibilidade do
investimento na ponderação de que os custos de financiamento
podem ser decorrentes do recurso a capitais próprios e alheios e,
outras consequências que advém da opção por capital alheio.

7. Identifique a perspectiva dos projectos de investimentos


segundo o autor Omar Mithá.
Resposta: segundo Omar Mithá, os projectos tem três perspectivas:
perspectiva macroeconómica, empresarial e socio-económica.

8. Sob que perspectiva o estudo da função investimento é


elaborado na óptica macroeconómica.
Resposta: na óptica macroeconómica o estudo da função
investimento é elaborado como componente da procura por recursos
a modelos econométricos como intuito de elaborar políticas
económicas que se destinam a estimar a economia e o
estabelecimento do equilíbrio interno e externo.

9. Em que investimentos, não é aconselhável utilizar a TIR como


critério de para tomada de decisão.
Resposta: não se aconselha a utilização da TIR em investimento não
convencionais. Pois, estaremos perante uma sequência de fluxos
negativos e positivos, que alternam entre si, podendo o seu cálculo
revelar-se impossível ou conduzir a mais do que um valor.

10. O que são investimentos mutuamente exclusivos.


Resposta: são aqueles cuja implementação de um rejeita
automaticamente a do outro.

Exercícios do tema

1. Por palavras suas, não se esquecendo das suas cacarteristicas,


conceitue projectos.
2. Um projecto de investimento pode ser entendido como um
custo de oportunidade em se mplica aplica um capital
inicial com a perspectiva de ganho fututuros.
a) Classifique os investimentos quanto aos objectivos e
origem de capital.
b) Faca um diagrama esquema mostrando a classificacao
de projectos quanto ao sector de actividades dando um
exemplo para cada sector.

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ISCED CURSO: Gestão de Sistema de Informação; 10 Ano Disciplina/Módulo: Análise e Gestão de Projectos

3. Identifique dois tipos de investimentos em que não se


aconselha a o uso da TIR como critério de seleção para
tomada de decisão de investimento.
4. Fala dos investimentos na óptica de Omar Mithá.
5. Por que razão, custo, tempo e qualidade são tidos como
restrições de um projecto.

TEMA –I I: Plano Geral de um estudo de Investimento

UNIDADE Temática 2.1. Principais elementos a considerar


na elaboração e análise de projectos

Introdução

Vai se iniciar o estudo da 2ª unidade do módulo de Análise e Gestão


de Projecto. Com esta unidade o aluno ira perceber os elementos que
entram em jogo na elaboração e análise de um projecto de
investimento bem como conhecer as suas etapas.

Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:

 Identificar os principais elementos de um projecto de investimento;


Objectivos  Identificar cada uma das etapas que compõe um projecto;
específicos
 Descrever as etapas de um projecto de investimento

2.1. Principais elementos a


considerar na elaboração e
análise de Projectos de
Investimento

Ao se pretender elaborar um projecto de investimento, há que


considerar certos elementos indispensáveis para sua viabilidade. Todo
investimento tem por objetivo um benefício futuro.
De acordo com Hélio Barros (2008), os principais elementos a
considerar na elaboração de projectos de investimento são:

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ISCED CURSO: Gestão de Sistema de Informação; 10 Ano Disciplina/Módulo: Análise e Gestão de Projectos

2.1.1.Elementos de organização
 Estrutura orgânica a adoptar;
 Problemas administrativos;
 Tipo de organização a estabelecer.
 Medidas legais a tomar (projecto de estatutos, pedidos de
autorização a satisfazer);
 Organograma da organização _ funções dos órgãos, canais de
comunicação e eficiência (controlo e execução);
 Programas de especialização (pessoal técnico e pessoal
administrativo).

2.1.2.Elementos comerciais
 Disposições estabelecidas para aquisições de materiais;
 Prazos de fornecimento;
 Indicação sobre métodos de comercialização;
 Problemas de transporte;
 Métodos de apresentação de produtos;
 Necessidades de campanha publicitárias, etc;

2.1.3.Elementos económicos
 Desenvolvimento económico global;
 Desenvolvimento económico do sector;
 Justificação do comportamento de recursos raros (capital e
trabalho especializado).

2.1.4.Elementos Financeiros
 Situação financeira da entidade que pretende levar a cabo o
projecto;
 Compatibilização do projecto com os compromissos a assumir;
 Montante necessário para pôr em funcionamento esse
projecto e proveniência desse dinheiro;
 Prováveis receitas e despesas de funcionamento;
 Perspectiva da situação liquida e taxa de rentabilidade na fase
de funcionamento:
 Quadro das despesas de investimento;
 Fontes de financiamento;
 Receitas e despesas de funcionamento.

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2.2.Etapas principais de um projecto de investimento

Na perspectiva de Hélio Borros (2008), um projecto de investimento


obedece as seguintes etapas:
 Identificação;
 Preparação;
 Analise;
 Decisão;
 Execução; e
 Funcionamento e controlo.

2.2.1.Etapa de identificação
Esta etapa desenvolve-se a partir de uma tomada de
consciência, formalizando ideias concretas acerca dos
projectos prioritários ao desenvolvimento da organização ou
país em que se enquadram. Para tal, é necessário conhecer a
política global de desenvolvimento central e regional, fazer um
diagnóstico da evolução recente por sectores de actividades e
conhecer as necessidades a satisfazer.
Resumidamente, é a fase de elaboração do anteprojecto ou
esboço do projecto em linhas gerais e se procede aos primeiros
estudos e processos como os objectivos ou problemas
idênticos foram solucionados noutras circunstâncias ou
noutras realizações já verificadas.

2.2.2.Etapa de Preparação
Nesta etapa faz-se o estudo de viabilidade técnico, económico
e financeiro, jurídicos, políticos, bem como o enquadramento
institucional do investimento.
Esta é uma actividade decorrente da elaboração de estudos de
mercado ou aspectos comerciais, que conduzem à justificação
de proveitos e correspondentes benefícios esperados com a
implementação do projecto, e dos estudos técnicos
relacionados à infra-estruturas e os equipamentos a utilizar no
processo produtivo que conduzem à justificação dos custos.
Estudos sobre a localização, jurídicos, fiscais, administrativos e
financeiros que levam a construção das variantes ou
alternativas para o projecto. A selecção preliminar e a
consequente definição de projecto, tem a ver com os estudos
de pré-viabilidade que, consiste na sistematização da
informação e no fornecimento de uma primeira indicação da
validade do projecto com o investimento aconselhável entre as
outras alternativas existentes. Aqueles estudos contemplam
aspectos relacionados aos estudos de mercado, estudos
técnicos, económicos e financeiros, nomeadamente:
 A dimensão, natureza e características do mercado;

25
ISCED CURSO: Gestão de Sistema de Informação; 10 Ano Disciplina/Módulo: Análise e Gestão de Projectos

 As exigências qualitativas e quantitativas dos produtos a


produzir pelo projecto;
 As disponibilidades dos inputs necessários à execução e
funcionamento do projecto;
 Os aspectos relativos a localização e dimensão do projecto;
 Uma primeira avaliação de custos e benefícios esperados.

Após os estudos de pré-viabilidade, surgem condições de tomar uma


decisão num dos seguintes sentidos:

- Não restam dúvidas de maior quanto à sua viabilidade e o projecto


pode ser imediatamente lançado;

- O projecto ainda não está suficientemente fundamentado. Haverá


que proceder aos estudos de viabilidade e estudo de pontos críticos;

- Os resultados alcançados levam a concluir que não vale a pena


prosseguir com a ideia e com as tarefas inerentes ao projecto.

2.2.3.Etapa de Análise
Com base nesta etapa, tomam-se as decisões sobre a
implementação ou não dos projectos de investimento.
Normalmente, faz-se análise financeira sob ponto de vista de
rentabilidade da empresa e análise económica sob ponto de
vista da rentabilidade para a colectividade.
a) Análise financeira sob ponto de vista da rentabilidade
empresarial
Sob este prisma, a análise tem como objecto verificar as
condições actuais da empresa e, certificar-se de que os
capitais investidos (cash-flow) serão remunerados e
reembolsados de mode que as receitas geradas superem
as despesas realizadas num período mais ou menos longo
de tempo.

b) Análise económica sob ponto de vista da rentabilidade da


colectividade
Também conhecida como (analise social) ou (analise custo
beneficio) tem como finalidade verificar o contributo do
projecto para o sector a que pertence (agricultura,
saúde…) bem como o desenvolvimento da economia
nacional.

2.2.4.Etapa de Decisão
Quando ultrapassadas as três primeiras etapas com satisfação o
projecto é aceite pela entidade promotora. De contrario será
rejeitado. A rejeição de um projecto não signica o seu abando.
Estudos podem ser reavaliados para a sua materialização. Se for
aceite passa-se para a fase de execução.
A decisão de investir pode assumir uma natureza Táctica ou uma

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natureza Estratégica:

- Terá uma natureza táctica, quando envolver pequenos


investimentos, isto é, utilização de recursos produtivos de pequena
dimensão sem grandes implicações no âmbito da empresa e da
economia do país. Não há implicação de grandes desvios na
actividade produtiva da empresa.

- Terá natureza estratégica a decisão de investir que envolva a


utilização de grandes recursos produtivos e põe em jogo a
utilização de grandes volumes de capital financeiro. Há
implicação de grandes desvios na capacidade e natureza da
actividade produtiva da empresa, e pode igualmente
influenciar e alterar mais ou menos significativamente os lucros
e os riscos empresariais.

É importante realçar que, ao decidir um investimento, o


sucesso ou insucesso de uma empresa no futuro dependem
fundamentalmente da adequação das decisões de
investimento no presente e, seguidamente, da sua conveniente
e adequada organização e gestão.

2.2.5.Etapa de Execução
Nesta fase procede-se a revisão dos estudos técnicos e
financeiros efectuados, do calendário de realização de
projectos no sentido de aprofundar detalhadamente as
operações a realizar. Faz-se os devidos ajustes se necessário e
desencadeadas as acções necessárias e suficientes para pôr o
projecto a funcionar.

2.2.6. etapa de funcionamento e controlo


Nesta etapa, procura-se verificar o cumprimento do calendário de
actividades do projecto, analisa-se os desvios de funcionamento e
levar a cabo as acções correctivas necessárias.

27
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Fluxograma das principais etapas de um projecto de


investimento

1.Identificação 2.Preparação
Estudos técnicos,
económicos e financeiros
Definição de variantes

3. Analise
Económica/financeira

4. Decisão
Não fazer Fazer
5. Execução

6. Funcionamento e
controlo

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Sumário

Nesta unidade que acabamos de estudar, foi possível identificar:


 Os principais elementos que constituem um projecto de
investimento;
 As etapas de um projecto de investimento.

Em cada um dos elementos e etapas, foram decriptação as acções


inerentes a cada um.

De uma forma resumida, os principais elementos de elaboração de


um projecto são: elementos organizacionais, comerciais,
económicos e financeiros.

As fases que normalmente são seguidas na elaboração de um


projecto de investimento são as seguintes: identificação,
preparação, analise, decisão, execução, funcionamento e controlo.

Exercícios de auto-avaliação

1. Identifique os principais elementos que entram na elaboração


de um projecto de investimento.
Resposta: os principais elementos para elaboração de um projecto
são: elementos (organizacionais, comerciais, económicos e
financeiros).

2. Qual a necessidade de se considerar o elemento organização


na elaboração de projectos de investimento).
Resposta: os elementos de organização devem ser considerados para
garantir os aspectos burocráticos em termos de recursos humanos,
materiais, técnicos e informacionais).

3. Em poucas palavras diga por que razoes temos que conhecer a


situação financeira da entidade que pretende levar a cabo um
projecto;
Resposta: temos que conhecer a situação financeira da entidade que
pretende levar a cabo o projecto para avaliação a sua capacidade de
investimento. Se a empresa tem ou não o capital inicial para investir.
4. Identifique as etapas necessária para elaboração de um
projecto de investimento.
Resposta: as etapas necessárias para elaboração de um projecto de
investimento são: identificação, preparação, analise, decisão,
execução, funcionamento e controlo.
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5. A metodologia para elaboração de um projecto é igual para


todos caso?
Resposta: Não. Metodologia para o desenvolvimento de cada fase não
é linear. Cada autor pode propor um esquema diferenciado para o
efeito. As formas de elaborar e acompanhar o desenvolvimento e a
vida de um projecto, são várias, dependendo da natureza e
complexidade de cada projecto pode-se programar e escolher os
passos sequenciais mais adequados para cada caso

6. Em que fase do projecto se elabora o anteprojecto e qual o seu


objectivo?
Resposta: na fase de identificação. O anteprojecto ou esboço de
projecto tem como objectivo delinear os objectivos e problemas do
projecto em linhas gerais, com base em situações anteriores já
conhecidas.

7. A decisão de investimento pode assumir duas naturezas.


Quais?
Resposta: natureza táctica e estratégica.

8. Em que fase do projecto são testadas as projecções feitas


sobre a sua rentabilidade?
Resposta: na fase de funcionamento ou exploração.
9. Que aspectos são tomados em consideração na etapa de
análise de projecto?
Resposta: os aspectos que são considerados são: análise financeira
sob ponto de vista de rentabilidade da empresa e Análise económica
sob ponto de vista da rentabilidade da colectividade

10. Em que consiste o estudo de pre-viabialida?


Resposta: o estudo de pré-viabilidade consiste na sistematização da
informação e no fornecimento de uma primeira indicação da validade
do projecto com o investimento aconselhável entre as outras
alternativas existentes.

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Unidade temática 2. Exercícios do tema II

1. Dos elementos principais que se consideram na elaboração de


um projecto, descreva os financeiros e comerciais.
2. Através de um esquema e usando setas identifiquem os
elementos de elaboração de um projecto com seus respectivos
itens.
3. Usando um diagrama demostre as fase s que constituem um
projecto de investimento
4. Explique detalhadamente a fase de análise de um projecto
5. Explique a natureza das decisões tomadas nos projectos de
investimento.

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TEMA – III: Análise Estratégica e do Mercado

UNIDADE Temática 3.1. Análise Estratégica

Introdução

Vai se iniciar o estudo da 3ª unidade do módulo de Análise e Gestão


de Projecto. Nesta unidade o aluno vai compreender conceito de
estratégia, factores de localização de um projecto e suas vantagens.

Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:

 Conceituar estratégia;
Objectivos  Explicar a localização estratégia de um projecto;
específicos
 Determinar as vantagens competitivas de um projecto.

3.1.1. Conceito de Estratégica


Sob ponto de vista administrativo uma análise estratégica seria um
processo de pensar estrategicamente sobre a vida da organização
apoiado num plano estratégico. De um modo geral, estratégia é um
método ou meio através do qual um individuo ou grupo deles utilizam
para alcançar certos objectivos organizacionais.

Analisar estrategicamente uma projecto de investimento na minha


opinião seria fazer o estudo de sua viabilidade utilizado meios ou
recursos adequados para sua materialização.

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Muitas das vezes esta análise envolve estudos do mercado/ ambiente


organizacional e nele são equacionadas quatro variáveis como: forças,
oportunidades, fraquezas e ameaças (análise FOFA).
Para um projecto de investimento é importante fazer a análise FOFA
para se certificar das potencialidades e fraquezas da organização, bem
como das oportunidade de negocio e ameaças e ou rivalidades
externas do ambiente. Esta análise, ajuda aos gestores na tomada de
decisão sobre a implementação ou não de um projecto.

3.1.1.1.Posicionamento da Análise FOFA

Fonte: módulo de gestão estratégica de RH (funiber)

A análise da estratégia de um negócio (projecto de investimento)


baseia-se, essencialmente, no estudo dos Pontos fracos e Pontos
fortes do empreendimento (Ambiente Interno) e, das Oportunidades e
Ameaças do mercado (Ambiente Externo), visando alcançar os
seguintes elementos:

1. Liderança de Custos
Obter custos mais baixos em relação a concorrência, utilizando
a eficiência como factor fundamental.
2. Diferenciação
Obter ou produzir produtos de valor superior (diferente, de
qualidade e inovação) em relação a concorrência.
3. Foco
Seleccionar um segmento limitado de clientes, que consegue
servir melhor que a concorrência, em diferenciação ou
eficiência

Uma vez definido o negócio, os executivos do empreendimento devem


conhecer as partes do ambiente (Interno e Externo) que precisam
monitorar para atingir suas metas.

Em geral, uma empresa precisa monitorar as forças macro-ambientais


(demográficas, económicas, tecnológicas, políticas, legais, sociais e
culturais) e os factores microambientais (consumidores, concorrentes,
canais de distribuição, fornecedores) que afectam sua habilidade de
obter lucro. A empresa deve estar preparada para rastrear tendências
e desenvolvimentos importantes. Para cada tendência ou
desenvolvimento, a administração
33
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precisa identificar as oportunidades e ameaças associadas.

Oportunidades: um importante propósito da análise ambiental é


identificar novas oportunidades de marketing e mercado.

As oportunidades podem ser classificadas de acordo com a


atractividade e a probabilidade de sucesso. A probabilidade de sucesso
da empresa não depende apenas da força de seu negócio, das
exigências básicas para ser bem-sucedida em seu mercado alvo, mas
também das suas competências para superar seus concorrentes. A
mera competência não constitui uma vantagem competitiva. A
empresa de melhor desempenho será aquela que pode gerar o maior
valor para o consumidor e sustentá-lo ao longo do tempo.

Ameaça: é um desafio decorrente de uma tendência ou


desenvolvimento desfavorável que levaria, na ausência de acção
defensiva de marketing, a deterioração das vendas ou lucro. As
ameaças devem ser classificadas conforme seu grau de relevância ou
probabilidade de concorrência.

Uma vez a administração ter identificado as principais oportunidades e


ameaças enfrentadas pela empresa, é possível caracterizar sua
atractividade global. Quatro resultados são possíveis:
 Um negócio ideal é alto em termos de oportunidades e baixo
em termos de ameaças;
 Um negócio especulativo é alto tanto em termos de
oportunidades como de ameaças;
 Um negócio maduro é baixo em termos de oportunidades e
baixo em ameaças;
 Um negócio arriscado é baixo em termos de oportunidades e
alto em ameaças.

A análise SWOT fornece uma orientação estratégica útil. Grande


parte dela é bom senso. Primeiro corrija o que está errado. Em
seguida, aproveite o máximo as oportunidades que você
identificou no mercado. Só depois pode se dar o luxo de abordar
cada uma das seguintes etapas em sua análise:
1. Eliminar possíveis pontos fracos da empresa identificados
em áreas nas quais você enfrenta ameaças graves de seus
concorrentes e tendências desfavoráveis em ambiente de
negócios dinâmico;
2. Capitalizar as oportunidades descobertas onde sua empresa
tem pontos fortes significativos;
3. Corrigir possíveis pontos fracos identificados em áreas que
contêm oportunidades potenciais;
4. Monitorar as áreas nas quais você identificou pontos fortes
para não ser surpreendido no futuro por possíveis riscos
latentes;

34
ISCED CURSO: Gestão de Sistema de Informação; 10 Ano Disciplina/Módulo: Análise e Gestão de Projectos

3.1.1.2.Análise do Ambiente Interno (Forças e Fraquezas)

Uma coisa é discernir as oportunidades atraentes do ambiente; outra


é possuir as competências necessárias para aproveitar bem essas
oportunidades. Assim, é necessária uma avaliação periódica das forças
e fraquezas de cada negócio.

3.1.2. Localização de projectos


O ponto de localização de um projcto de investimento é de extrema
importância para o sucesso do mesmo. A escolha do locar de um
projecto envolve muitos factores. Factores estes, que se não for bem
examinados no princípio, concorrem para o fracasso de um projecto
que poderia trazer um diferencial para o desenvolvimento económico
e social de um país.
3.1.2.1. Factores de Localização
De acordo com Omar Mithá (2009), os factores que muitas das vezes
ditam a localização de um projecto de investimento rondam entre os
seguintes:
 Localização e terreno: topografia, preço do terreno, direitos e
acesso;
 Facilidade de transporte: estradas (largura, segurança,
qualidade), pontes, caminhos-de-ferro (capacidade, tarifas),
transporte marítimo (portos), transporte aéreo (pista e
extensão, armazenagem), sistema de transporte de passageiros
(autocarros e outras formas);
 Fornecimento de água: qualidade, pressão e temperatura;
 Fornecimento de energia: custo, disponibilidade, tarifas;
 Combustível e gás: disponibilidade, preço;

 Sistema de comunicações: telefone, fax, iternet;


Mão-de-obra: disponibilidade, qualificação, leis de trabalho;

 Regulamentos fiscais e legais: impostos, alfandegas, taxas de


amortização, incentivos fiscais.
 Condições de vida social: casa, alimentação, assistência
medica, escolas, recreação.
Aos factores de localização de um projecto que o autor cita, quando
conjugados constitui uma vantagem competitiva no mercado de
negócios. Por vezes pode-se ter uma riqueza natural que poderia
trazer grandes impulsos no desenvolvimento, mas, que os projectos
para sua exploração são adiados por falta de condições de localização
(transporte e comunicação por exemplo).

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ISCED CURSO: Gestão de Sistema de Informação; 10 Ano Disciplina/Módulo: Análise e Gestão de Projectos

3.1.3. Vantagens competitivas

Na gestão de projectos, a competitividade é muito importante pois,


garante que a organização esteja informada das atitudes do mundo
moderno de modo a proporcionar seus clientes produtos ou serviços
da melhor qualidade Minezes (2009). Ainda de acordo com este autor
os projectos oferecem as seguintes vantagens competitivas:

 Vantagem competitiva de qualidade: traduz a


capacidade que a empresa tem de fazer as coisas;
 Vantagem competitiva de velocidade: capacidade da
empresa de produzir mais rapidamente seus produtos
ou serviços.
 Vantagem competitiva de flexibilidade: capacidade da
empresa mudar, alterar a produção e os produtos em
tipos e em quantidade – rapidamente e eficazmente; e
 Vantagem competitiva de custo: capacidade que a
empresa tem de tornar as coisas mais baratas.

3.1.3.1. Diversos âmbitos de actuação na busca da competitividade

Na busca da competitividade, as organizações podem lançar-se em


diversos âmbitos.

 Estrutural ou político;
 Sectorial;. Comment [U1]:

Âmbito Características Como competir

Estrutural Estabilidade A competitividade foge do


monetária; juros; controle da maioria das
infra-estruturas; empresas a não ser que
burocracia e tributos esteja corporativamente
bem representada no
poder legislativo ou
executivo.

Ectorial Relações com Estabelecimentos de


fornecedores; clientes parcerias com
e concorrentes. fornecedores de modo a
escolhe-los melhor, torna-
los importantes dentro da
nossa cadeia de valores.

36
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Interno Factor técnico, factor Agir sobre os factores de


de recursos humanos modo a melhorar nossos
e organizacional processos produtivos e
decisórios. É necessário
que os nossos
colaboradores tenham um
conhecimento
especializado em suas
áreas: finanças,
marketing, pesquisas de
desenvolvimento, etc.
Fonte: Manual de Minezes

Sumário

A análise da estratégia de um projecto de investimento baseia-se,


essencialmente, no estudo dos Pontos fracos e Pontos fortes do
empreendimento (Ambiente Interno) e, das Oportunidades e Ameaças
do mercado (Ambiente Externo). A estratégia SWOT resume-se em
eliminar os pontos fracos em áreas onde existem riscos e fortalecer os
pontos fortes em áreas onde se identificam oportunidades.

Para que um projecto de investimento tenha sucesso no mercado será


necessário localiza-lo estrategicamente tendo em conta aos seus
factores de localização (acessibilidade em termos e transporte e
comunicação) bem como as vantagens competitivas do merca com
relação a área ou sector do investimento.

Exercício de auto-avaliação

1. Em que se baseia a análise estratégia de um projecto de


investimento?
Resposta: A análise da estratégia de projecto de investimento baseia-
se, essencialmente, no estudo dos Pontos fracos e Pontos fortes do
empreendimento e das Oportunidades e Ameaças do mercado.

2. A analise externa do mercado (oportunidades e ameaças) visa


o alcance de três elementos fundamentais. Identifique-os.
Resposta: a análise externa do mercado visa o alcance de lideranças
nos custos, diferenciação e foco estratégico.
3. Que importância tem os factores de localização de um projecto
de investimento?
Resposta: os factores de localização de um projecto de são de extrema
importância na medida em que são uteis para determinarem a
exploração ou ano de projectos de investimento. Um projecto bem
localizado contribui para o desenvolvimento da economia.

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ISCED CURSO: Gestão de Sistema de Informação; 10 Ano Disciplina/Módulo: Análise e Gestão de Projectos

4. Identifique as vantagens competitivas de um projecto.


Resposta: um projecto tem as seguintes vantagens competitivas:
vantagens qualidade, velocidade, custo e flexibilidade.

5. Em que âmbito as organizações buscam a competitividade


Resposta: As organizações podem buscar a a competitividade em
diversos âmbitos: Estrutural ou político, Sectorial e Interno.

Exercícios

1. A análise estratégica dos projectos de investimento é,


geralmente, baseada no estudo do ambiente interno e externo
da entidade que investe. Qual é o objectivo desse estudo?
2. Comente o essencial sobre os factores de vantagem
competitiva na localização dos projectos.
3. Faça um esquema organizacional mostrando o posicionamento
da análise FOFA.
4. O que entende por uma oportunidade do mercado?
5. Identifique os factores de localização de um projecto.

38
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UNIDADE Temática 3.2. Análise de Mercado

Introdução

Nesta unidade temática pretende-se fazer o estudo de mercado


concretamente vai se analisar a oferta e procura do mercado, métodos
de previsão, capacidades do projecto e preços do produto.

Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:

 Conceituar mercado;
Objectivos  Explicar o termos de oferta e procura do mercado;
Específicos
 Determinar os métodos de previsão de um projecto.
 Medir a capacidade de um projecto de investimento.
 Determinar o preço do produto resultante de um projecto.

3.2.1. Conceito de mercado


Segundo Albertino Marques, Mercado – é o meio em que a empresa
terá de mover-se, viver e adaptar-se permanentemente. Comporta um
conjunto vasto de elementos mais ou menos complexos que é
fundamental conhecer:

 Os consumidores;
 Os fornecedores;
 A concorrência.

39
ISCED CURSO: Gestão de Sistema de Informação; 10 Ano Disciplina/Módulo: Análise e Gestão de Projectos

3.2.2. Análise da oferta e procura


O estudo de mercado consiste na aplicação de um conjunto de
métodos e de instrumentos que permitam conhecer, compreender e
prever a evolução do meio, em que a empresa terá de viver, e
implementar os seus projectos em condições de êxito, isto é, o
mercado. Este estudo abrange, basicamente, o desenvolvimento de
pesquisas nas seguintes áreas:

 O consumo/procura passada, actual e previsional dos bens


e/ou serviços que pretendemos produzir nas áreas de
mercado do projecto. A procura previsional condiciona as
possibilidades de escoamento e a capacidade produtiva a
instalar.

A oferta existente, e a respectiva análise da concorrência,


interna e externa. Visa conhecer quais são as condições
gerais de comercialização do produto ou serviço no
mercado. A resposta a esta questão implica avaliar a
influência exercida pelas potenciais condicionantes do
mercado, nomeadamente: Redes de distribuição; Gama de
produtos concorrentes; Razoes sociológicas ou religiosas
para aceitação ou rejeição dos produtos; Reacção dos
concorrentes existente, relativamente à eventual chegada
de novos produtos ou novos concorrentes; Mercados
geográficos ou sectoriais em que a empresa tenciona
estabelecer-se e que acções comerciais tenciona ou será
aconselhável desenvolver.
 Os preços. A estrutura da procura, o nível dos preços e a
estrutura dos custos, no contexto da concorrência ou
oferta existentes, condicionam de forma determinante a
viabilidade de lançamento ou não de um novo projecto.
O estudo e conhecimento dos preços, sua estrutura, evolução no
passado e tendências futuras são aspectos de muita importância a
desenvolver. A estrutura e evolução dos preços está
indissociavelmente ligada à estrutura e evolução das quantidades
procuradas.
Para determinados níveis de rendimentos e em determinadas
condições, uma baixa nos preços poderá implicar um acréscimo de
consumo local ou acréscimo de possibilidade de exportação.
Assim, no estudo de mercado pretendemos conhecer as
quantidades que se aconselham a produzir e a que preço podemos
colocar no mercado essa produção.
 Outros elementos de mercado que temos de estudar:
 Disposições estabelecidas para a aquisição de
materiais;
 Prazos de fornecimento;
 Indicação sobre os métodos de comercialização;

40
ISCED CURSO: Gestão de Sistema de Informação; 10 Ano Disciplina/Módulo: Análise e Gestão de Projectos

 Problemas de transportes;
 Métodos de apresentação de produtos;
 Necessidades de campanhas publicitárias, entre
outros aspectos.

3.2.3. Métodos de Previsão param conceção de um projecto de investimento

As previsões podem ser feitas com recurso a vários métodos, uns


elementares outros complexos, e geralmente de forma cruzada e
complementar. O tipo de método a utilizar depende da natureza e
dimensão dos projectos, assim como da disponibilidade ou não das
informações requeridas. Dentre os métodos, destacam-se os
seguintes:

 Solicitação de informações que serão depois analisadas e


adequadas, junto a empresas do mesmo ramo com
realizações análogas às do projecto em estudo. A condição
de base é que todos os aspectos influenciadores do custo
sejam comparáveis.
Este método tem a vantagem de proporcionar a obtenção
imediata de custos reais, mas exige cuidado, na sua
permanente actualização, para que permaneçam validos.
 Método de determinação dos custos, que consiste no
lançamento de inquérito junto de eventuais fornecedores.
É um meio seguro para obter os preços actualizados de
equipamentos e infra-estruturas. Mas é importante
acautelar-se da ideia que os fornecedores têm uma
tendência para minimizar os custos, não indicando
aspectos acessórios muito importantes em termos de
custos, tais como: Instalação e arranjos, despesas de
transporte e de montagem.

 Método de utilização de tarifas e de resultados de


inquéritos já existentes, ou de regulamentações
conhecidas para a obtenção de alguns elementos de custo.
Alguns custos podem resultar de regulamentações ou
tarifas determinadas pela Administração Publica, por
exemplo: agua e electricidade, certos impostos e
regulamentações salariais.
 Método de Consulta de engenheiros especializados na
avaliação dos preços, em função das características dos
materiais e dos equipamentos.

41
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Ainda podemos dividir os métodos em:

i. Qualitativos ou Subjectivos – baseados no julgamento


subjectivo de indivíduos familiarizados com as questões
relevantes.
ii. Experimentais – baseados na obtenção directa de
dados por pesquisas e testes de mercado.
iii. Extrapolação de Tendências – baseiam-se na
extrapolação de valores futuros a partir da evolução
passada.
iv. Casuais – prevêem o valor da variável dependente,
nomeadamente, vendas, a partir de variáveis externas
(não controláveis).

A visão final do mercado futuro resultará da confrontação dos valores


e informações obtidas, tratadas por diferentes métodos, e dum juízo
acautelado da pertinência desses métodos, dos factores psico-
sociológicos considerados e das eventuais decisões administrativas e
politicas que possam vir a modificar significativamente a evolução
futura do mercado.

É importante salientar que, em qualquer dos casos, o estudo terá


sempre erros e incertezas. O essencial é conseguir minimiza-los,
avançando hipóteses previsionais relativamente fundamentadas, que
permitam elaborar variantes de projecto, a submeter, posteriormente,
à discussão e decisão dos promotores.

3.2.4. Capacidade do projecto


A estimativa da capacidade de oferta para um projecto de
investimento novo está em função de diversas variáveis:

 A procura;
 O grau de penetração possível no mercado;
 A tecnologia;
 Os recursos materiais e constrangimentos financeiros dos
promotores.

Neste ultimo caso pode-se argumentar que o recurso aos capitais


alheios pode resolver o problema. A determinação da capacidade
de oferta envolve decisões complexas de carácter multidisciplinar:
a análise da procura do mercado, a tecnologia do projecto,
engenharia de construção e o analista financeiro. Cada uma destas
vertentes é importante. A análise do mercado indica a folga entre
a procura e a oferta, mostrando segmentos potenciais. Estes
segmentos são indicativos da dimensão que o projecto pode vir a
ter. Porque o projecto consome recursos financeiros e materiais,
estas variáveis podem indicar se o tamanho pretendido é ou não
praticável. Assim, a decisão tomada dará forma a um plano de

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investimento e, provavelmente, de financiamento.

O que acontece com os promotores que não seguem este


procedimento? Investem sem ter em conta a procura do mercado, as
restrições da tecnologia, de recursos e a dinâmica destas variáveis. O
resultado mais certo é o colapso do projecto..

3.2.5. Preço do produto


A viabilidade de um projecto de investimento passa pela fixação de um
preço que torne o produto ou serviço mais atraente. Um factor
preponderante na fixação de preço, é o tipo de estrutura que o
projecto enfrenta nos segmentos de mercado que se propõe servir.
Praticar preços muito acima da concorrência sem edificar atributos
sólidos de diferenciação implica dificuldades de penetração no
mercado.
Se projecto estiver mergulhado numa estrutura de mercado em que
tenha um líder do sector, devera aplicar preços determinados por este
líder, sob o risco não vender o produto. Em caso de concorrência no
mercado internacional o preço de produto dependera das flutuações
do mercado internacional.
De acordo com Kotler (1990), a fixação do preço de um projecto é uma
decisão estratégica que pode assumir as seguintes formas:
 Estratégia de perfil elevado: que combina alto preço com alta
propaganda;
 Estratégia de penetração selectiva: combina preço baixo com
propaganda intensa.
 Estratégia de penetração antecipada: combina preço reduzido
com alta propaganda;
 Estratégia de perfil reduzido: combina preço baixo, com
propaganda reduzida.

Sumário

Um mercado é constituído por consumidores ou clientes,


fornecedores e concorrentes. Para se fazer o estude de mercado
temos que ter em conta a oferta e procura do produto e os preços que
se aplicam para poder competir com os concorrentes. Será necessário
também olhar para os métodos de previsão de um projectos, suas
capacidade em termos de oferta e procura de produto e os preços que
deverão ser aplicados.

43
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Exercício de Auto-avaliação

1. O que entende por mercado?


Resposta: é o meio em que a empresa terá de mover-se, viver e
adaptar-se permanentemente.

2. Que elementos constituem um mercado?


Resposta: um mercado é constituído por consumidores, fornecedores
e concorrências.

3. O estudo de mercado consiste na aplicação de um conjunto de


métodos e de instrumentos que permitam conhecer, compreender e
prever a evolução do meio, em que a empresa terá de viver. Que
áreas de pesquisa abrange o estudo de mercado?
Resposta: o estudo de mercado abrange as áreas de procura, oferta e
preços.

4. As previsões podem ser feitas com recurso a vários métodos.


De que depende a escolha deste métodos?
Resposta: O tipo de método a utilizar depende da natureza e
dimensão dos projectos, assim como da disponibilidade ou não das
informações requeridas.

5. Identifique os métodos de previsão por ti estudados.


Resposta: Solicitação de informações; Método de determinação dos
custos; Método de utilização de tarifas e de resultados de inquéritos já
existentes e Método de Consulta de engenheiros especializados na
avaliação dos preços
a) Este métodos podem ser classificados de outra forma . qual?
Resposta: os métodos de previsão ainda podem ser
classificados em qualitativos, experimentais, extrapolação de
tendência e casuais.
b) Em que consiste o meto casual?
Resposta: é aquele que prevê o valor da variável dependente,
nomeadamente (vendas) a partir de variáveis externas (não
controláveis).

6. A estimativa da capacidade de oferta para um projecto de


investimento novo está em função de diversas variáveis. Quais?

Resposta: as variáveis são: a procura, o grau de penetração possível


no mercado, a tecnologia, os recursos materiais e constrangimentos
financeiros dos promotores.

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7. Que factor é tido como preponderante na fixação de preço de


um produto?
Resposta: Um factor preponderante na fixação de preço, é o tipo de
estrutura que o projecto enfrenta nos segmentos de mercado que se
propõe servir.

Exercícios

1. Defina o mercado e indique os elementos que se pretende


conhecer no seu estudo.
2. O que entende por oferta e procura?
3. O que acontece com os promotores de produtos que não
obedecem a estimativa da capacidade de oferta de um
projecto?
4. Fale da essência do método de determinação dos custos.
5. Qual deve ser o comportamento de um promotor caso
esteja mergulhado num mercado em que existe um líder do
produtoque pretende comercializar?

UNIDADE Temática .3.3 Exercícios do tema


1. Que importância tem a analise interna e externa do mercado?
a) Que elementos da analise FOFA se encontram de lado de
dentro e fora da organização
b) O que entende por ameaças oeganizacionais?
2. Comente o essencial sobre os factores de vantagem
competitiva na localização dos projectos.
3. Identifique os factores de localização de um projecto e
explique um grupo a sua escolha.
4. Que importância tem a pesquisa de mercado no que concerne
a oferta, procura e preço de produto?
5. Faca um resumo de 5 linhas sobre capacidade de um projecto.

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TEMA – IV: Análise de Rentabilidade

UNIDADE Temática 4.1. Rácios financeiros e Económicos

Introdução

Vai se iniciar o estudo da 4ª unidade do módulo de Análise e Gestão


de Projecto. Nesta unidade o aluno vai compreender os conceitos de
rácio económico e financeiro para tomada de decisões de
investimento.

Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:

 Compreender os rácios financeiros e económicos de projectos de


Objectivos investimento;
específicos

4.1.1.Conceito de Rácio
Rácio – é o quociente estabelecido entre duas rubricas do balanço. O
método dos rácios é uma das técnicas utilizadas na análise financeira.

Os rácios constituem uma excelente base para se emitir ou fazer um


diagnóstico, na medida que uma análise apoiada no método dos rácios
pressupõe a comparação permanente entre os valores assumidos pelo
mesmo rácio durante outros exercícios económicos. Sempre que
possível, é importante conhecer os “rácios-padrão” relativos ao
mesmo sector de actividade em que a empresa se insere, para melhor
se justificar os eventuais desvios.

4.1.2. Rácios Financeiros

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ISCED CURSO: Gestão de Sistema de Informação; 10 Ano Disciplina/Módulo: Análise e Gestão de Projectos

Estrutura Financeira – é a análise dos meios empregados pela


empresa para financiar os seus bens.

Para que a empresa tenha uma estrutura financeira equilibrada é


necessário que exista uma correspondência entre os graus de liquidez
das aplicações de fundos e os graus de exigibilidade das fontes de
financiamento.

Para conseguir esse equilíbrio é necessário que, por um lado, a


empresa apresente certa independência em relação a capitais alheios,
pelo que, os seus investimentos devem ser basicamente financiados
pelos capitais próprios e, por outro lado, ela deve financiar o activo
fixo integralmente com os capitais permanentes.

 Grau de Autonomia Financeira

Se o valor do rácio for inferior a 1 (um), a empresa apresenta um


reduzido grau de autonomia, o que revela que o seu capital próprio
não cobre suficientemente as dividas a terceiros a médio e longo
prazo. Se o valor do rácio for superior a 1 (um), o grau de autonomia
será satisfatório e, o indicador revela que o capital próprio cobre todas
as dívidas a terceiros a médio e longo prazo.

 Grau de Cobertura do Imobilizado

Se o valor do rácio for inferior a 1, aos capitais permanentes são


insuficientes para cobrir o activo fixo. Se for superior a 1, os capitais
permanentes financiam todo o activo fixo e ainda parte do activo
circulante.

Solvabilidade – é a capacidade da empresa em fazer face aos seus


compromissos.

Para que uma empresa tenha solvabilidade, é preciso que seja capaz
de fazer face aos seus compromissos. Em princípio, a empresa é capaz
de solver os seus compromissos quando o seu capital próprio for igual
ou superior ao seu passivo.

 Solvabilidade Total

Se o valor do rácio for superior a 1, o valor do património é suficiente


para cobrir as suas dívidas. Se for inferior a 1, a empresa fica
incapacitada de satisfazer as suas obrigações com os meios próprios
de que dispõe.

O facto de o valor dos bens de uma empresa exceder o valor das suas
obrigações, não garante que a empresa seja capaz de satisfaze-las no
momento preciso. A aptidão para pagar as dívidas a curto prazo
depende da relação entre o activo circulante e as dividas a terceiros a

47
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curto prazo “Liquidez Geral”.

 Liquidez Geral

Se o valor do rácio for superior a 1, a liquidez da empresa é razoável, o


que ilustra que a empresa dispõe de valores circulantes suficientes
para as dívidas a terceiros a curto prazo. Se for inferior a 1, a liquidez é
desfavorável e o activo circulante é insuficiente para pagar as dívidas a
curto prazo.

O activo circulante é composto de massas de valores pouco


homogéneas (existências, dividas de terceiros a curto prazo e
disponibilidades). Em certas actividades as existências representam
uma significativa “fatia” no total de investimentos, dai que seja muita
importante conhecer a sua influência na liquidez (Liquidez Reduzida).

 Liquidez Reduzida

Se pretendermos conhecer a aptidão imediata da empresa para


satisfazer os seus compromissos, basta relacionar as disponibilidades
com as dívidas de terceiros a curto prazo (Liquidez Imediata).

 Liquidez Imediata

Este indicador, isoladamente, é de pouca utilidade, na medida em que


uma situação desfavorável por ele indicada, pode resultar de
circunstâncias ocasionais.

A análise do comportamento dos clientes no que diz respeito às suas


dívidas para com a empresa e das responsabilidades da empresa para
com os fornecedores, são elementos relevantes para o estudo da
liquidez. Em regra, os indicadores usados para essa análise são os
seguintes:

 Prazo Médio de Recebimentos

 Prazo Médio de Pagamentos

 Rotação Média de Existências

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4.1.3.Rácios Económico
4.1.3.1 Rendibilidade
O objectivo principal de uma empresa, do ponto de vista económico,
deve ser o de conseguir a máxima rendibilidade dos capitais próprios
investidos. Deve-se sublinhar que não se trata da maximização do
lucro absoluto, mas sim da relação existente entre o lucro obtido e os
capitais próprios investidos.

É ainda importante, não esquecer que a empresa tem outros


objectivos a atingir, nomeadamente o de satisfazer necessidades da
comunidade e daqueles que nela participam com capital e trabalho.

Assumindo os seguintes balanços das empresas Cuacumbe, Lda. e da


empresa Schezllen, Lda., vamos analisar a rendibilidade dos capitais
nelas investidos:

Balanço da Empresa Cuacumbe, Lda.

Activo Valor Capital Próprio + Passivo Valor


Activo Fixo 8.000 Capital, Reservas e Res. Trans. 4.000
Activo Circulante 12.000 Resultado Liquido do Exerc. 1.000
Dividas a Terc. M/L Prazos 5.000
Dividas a Terc. C/ Prazo 10.000
Total 20.000 Total 20.000

Balanço da Empresa Schezllen, Lda.

Activo Valor Capital Próprio + Passivo Valor


Activo Fixo 6.000 Capital, Reservas e Res. Trans. 7.000
Activo Circulante 4.000 Resultado Liquido do Exerc. 1.000
Dividas a Terc. M/L Prazos 1.000
Dividas a Terc. C/ Prazo 1.000
Total 10.000 Total 10.000

De acordo com os balanços apresentados, verifica-se que as duas


empresas apresentam o mesmo resultado de 1.000 contos. A questão
que se coloca é a seguinte:

Terão estas empresas idêntica rendibilidade?

Embora as empresas apresentem o mesmo lucro, os capitais próprios


investidos numa e noutra são diferentes, dai que a rendibilidade não
será idêntica.

Rendibilidade do Capital Próprio =

49
ISCED CURSO: Gestão de Sistema de Informação; 10 Ano Disciplina/Módulo: Análise e Gestão de Projectos

Podemos então, afirmar que a situação económica da empresa


Cuacumbe, Lda. é melhor que a da empresa Schezllen, Lda. Embora
elas tenham apresentado o mesmo resultado, a empresa Cuacumbe,
Lda. por cada 100 contos de capital próprio investido conseguiu um
rendimento de 20 contos, enquanto que na empresa Schezllen, Lda. o
rendimento do capital investido foi de 12,5 contos.

4.1.3.2. Tipos de Rendibilidade


O objectivo final duma entidade é a maximização da Rendibilidade do
Capital Próprio. Este indicador mede a capacidade da empresa em
remunerar os capitais próprios nela investidos, dai que torna-se
fundamental conhecer que factores condicionam essa capacidade:

Rendibilidade Rendibilidade Grau de


Do Capital Próprio Do Investimento Total Endividamento

Por outro lado

Rendibilidade Rendibilidade Rotação


Do Investimento Total Das Vendas Do Investimento Total

50
ISCED CURSO: Gestão de Sistema de Informação; 10 Ano Disciplina/Módulo: Análise e Gestão de Projectos

Deste modo, podemos afirmar que a Rendibilidade do Investimento


Total depende, por um lado, da rendibilidade das vendas e, por outro
lado, da eficiência da gestão do investimento total. O que significa que
uma alteração na rendibilidade do investimento total pode ser devida
a uma variação na margem de comercialização das existências e/ou
uma variação na rotação do investimento total.

4.1.3.3. Análise Dinâmica no Estudo da Rendibilidade


Conhecer a rendibilidade de uma empresa num dado momento
(análise estática) é útil e necessário. Mas este estudo só adquire o seu
verdadeiro sentido quando se analisa a evolução da rendibilidade ao
longo dos anos de vida da empresa (análise dinâmica). Já que a
Rendibilidade do Capital Próprio depende de uma serie de factores,
como vimos, é conveniente não só conhecer a situação em que se
encontram os referidos factores num dado momento, mas também
ver a forma como evoluíram ao longo dos anos.

Consideremos os indicadores das empresas “Cuacumbe - A ” e


“ Scheallen B”:

Rendibilidade do Capital Próprio


Empresa Ano n-1 Ano n Ano n+1
A -20% 5% 15%
B 30% 20% 15%

Observando o quadro anterior, verifica-se que no ano N+1 a


rendibilidade de ambas as empresas é a mesma (15%). Mas para
emitirmos um juízo completo acerca da situação económica de cada
uma das empresas, não nos devemos limitar ao exame de um único
período. É necessário investigar o que aconteceu nos períodos
anteriores. Nessa ordem, nota-se que enquanto a situação económica
da empresa A tende à melhorar e, a da empresa B tende a piorar.
A análise dinâmica ajuda a prever a situação económica futura, na
medida que permite determinar a tendência da evolução da
rendibilidade, facilitando assim, a adopção das medidas correctivas
necessárias para evitar que uma situação desfavorável evolua.

Exemplo:
Consideremos novamente, a empresa A, Lda. a que referimos
anteriormente, para os períodos N e N+1, com os seguintes
elementos:
Ano N Ano N+1
Activo
Activo fixo 8000 10000

51
ISCED CURSO: Gestão de Sistema de Informação; 10 Ano Disciplina/Módulo: Análise e Gestão de Projectos

Activo circulante 12000 20000


Total do Activo 20000 30000
Capital Próprio e Passivo
Capital Próprio 5000 15000
Dividas à terceiros – MLP 5000 10000
Dividas à terceiros – CP 10000 5000
Total de Cap. Prop. e Passivo 20000 30000
Dados Adicionais
Resultado Liquido do Exercício 1000 1500
Vendas 40000 120000

O principal objectivo de uma empresa é a maximização da


rendibilidade dos capitais próprios investidos. Assim, para melhor
fazermos o nosso estudo, cada período será indicado pelo rácio
representativo desta rendibilidade:

Rendibilidade Do Capital Próprio Ano n Ano n+1


= 20% =
10%

Ano N
Rendibilidade Do Capital Próprio = 20%
Rácio Formula Cálculo Resultado

Rendib. 5%
Invest. Total
Rendib. Das 2,5%
Vendas
Rotação do 2
Inv. Total
Grau de 4
Endividam.

52
ISCED CURSO: Gestão de Sistema de Informação; 10 Ano Disciplina/Módulo: Análise e Gestão de Projectos

Ano N+1

Rendibilidade Do Capital Próprio = 10%


Rácio Formula Cálculo Resultado
Rendib. Invest. Total 5%

Rendib. Das Vendas 1,25%

Rotação do Inv. 4
Total
Grau de Endividam. 2

Observa-se que a rendibilidade do investimento total não variou (5%


em ambos períodos) pelo que a diminuição da rendibilidade do capital
próprio se deve exclusivamente à forma de financiamento adoptada
pela empresa. No ano N, a empresa financiou-se sobretudo através
dos capitais alheios (grau de endividamento elevado = 4), ao passo
que, no ano N+1, o financiamento foi mais equilibrado (grau de
endividamento = 2). Embora a rendibilidade do investimento total não
se tenha alterado, houve variação nos factores que a condicionam.
Assim, verificou-se uma descida acentuada na rendibilidade das
vendas, que foi compensada por uma melhor gestão do activo, isto é,
conseguiu-se maior rotação (de 2 passou para 4).

Sumário

Acabamos de analisar os rácios económicos e financeiras de um


investimento. Os rácios constituem uma excelente base para se emitir
ou fazer um diagnóstico, na medida que uma análise apoiada no
método dos rácios pressupõe a comparação permanente entre os
valores assumidos pelo mesmo rácio durante outros exercícios
económicos. Sempre que possível, é importante conhecer os “rácios-
padrão” relativos ao mesmo sector de actividade em que a empresa se
insere, para melhor se justificar os eventuais desvios.

Também vimos os tipos de rácios e rendibilidades que auxiliam para


tomada de decisão dos investimentos e medir as potencialidades de
investimento ou não de uma empresa

53
ISCED CURSO: Gestão de Sistema de Informação; 10 Ano Disciplina/Módulo: Análise e Gestão de Projectos

Exercício de auto-avaliação

1. De o conceito de rácio?

Resposta: é o quociente estabelecido entre duas rubricas do balanço.


2. Identifique os tipos de rendibilidade que conheces?
3. O que é estrutura financeira?
Resposta: Estrutura Financeira – é a análise dos meios empregados pela empresa para
financiar os seus bens.
a) O que é fazer apara a empresa ter uma estrutura financeira equilibrada?
Resposta: Para que a empresa tenha uma estrutura financeira equilibrada é necessário
que exista uma correspondência entre os graus de liquidez das aplicações de fundos e os
graus de exigibilidade das fontes de financiamento
5. Supomos que a empresa Madeira, Lda apresentou os seguintes
balanços sucessivos:

Balanço do ano n

Activo Valor Cap Prop + Passivo Valor


Imobilizações 500 Capital próprio 600
Existências 175 Dividas a terceiros- 150
M/L/prazo
Dividas de terceiros a 250 Dividas a terceiros 250
c/prazo c/prazo
Disponibilidades 75
Total do Activo 1000 Total do Capital + 1000
Passivo

Balanço do ano n+1

Activo Valor Cap Prop + Passivo Valor


Imobilizações 1200 Capital próprio 750
Existências 200 Dividas a terceiros- 250
M/L/prazo
Dividas de terceiros a 400 Dividas a terceiros 1000
c/prazo c/prazo
Disponibilidades 200
Total do Activo 2000 Total do Capital + 2000
Passivo

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ISCED CURSO: Gestão de Sistema de Informação; 10 Ano Disciplina/Módulo: Análise e Gestão de Projectos

a) Complete o quadro seguinte:

Ano N Ano N+1


Activo Fixo 500 1200
Activo Circulante 500 800
Capitais Permanentes 750 1000
Dividas a terceiros a curto prazo 250 1000

b) Complete o quadro seguinte:


Ano N Ano N+1
Grau de Autonomia Financeira 3

Grau de Cobertura de Imobilizado 0,83

Solvabilidade Total 0,6

Liquidez Geral 0,8

Liquidez Reduzida 0,6

Liquidez Imediata 0,2

c) Comente a evolução da situação financeira da


empresaMadeira, Lda.
-Estrutura Financeira
-Solvabilidade

Resposta:
Estrutura Financeira:
1. Houve um aumento do activo que financiado, sobretudo,
por capitais alheios, o que provocou uma descida de
autonomia de 4 para três, o que torna a empresa mais
dependente das condições do mercado de capital.
2. Os capitais permanentes investidos na empresa, que
cobriam largamente as imobilizações no ano N (1,5),
tornaram-se insuficientes (0,83) e a empresa teve de
contrair dividas a curto prazo.

Resumidamente, observa-se um desequilíbrio entre os


investimentos da empresa e os meios utilizados no seu
financiamento.

55
ISCED CURSO: Gestão de Sistema de Informação; 10 Ano Disciplina/Módulo: Análise e Gestão de Projectos

Solvabilidade:

1. Verificou-se uma descida na solvabilidade total, de 1,5 para


0,6. Embora a situação não seja alarmante, os credores
terão mais dificuldades em reaver os seus empréstimos.
2. Quanto a capacidade de solver os compromissos a curto
prazo, nas datas de vencimento, a empresa terá que
enfrentar, em breve, serias dificuldades. No ano N+1 a
empresa só consegue pagar 80% das suas dívidas a curto
prazo (liquidez geral = 0,8).

Estrutura Financeira:
3. Houve um aumento do activo que financiado, sobretudo,
por capitais alheios, o que provocou uma descida de
autonomia de 4 para três, o que torna a empresa mais
dependente das condições do mercado de capital.
4. Os capitais permanentes investidos na empresa, que
cobriam largamente as imobilizações no ano N (1,5),
tornaram-se insuficientes (0,83) e a empresa teve de
contrair dividas a curto prazo.

Resumidamente, observa-se um desequilíbrio entre os


investimentos da empresa e os meios utilizados no seu
financiamento.

Solvabilidade:

3. Verificou-se uma descida na solvabilidade total, de 1,5 para


0,6. Embora a situação não seja alarmante, os credores
terão mais dificuldades em reaver os seus empréstimos.
4. Quanto a capacidade de solver os compromissos a curto
prazo, nas datas de vencimento, a empresa terá que
enfrentar, em breve, serias dificuldades. No ano N+1 a
empresa só consegue pagar 80% das suas dívidas a curto
prazo (liquidez geral = 0,8).

Unidade temática 4.2. Exercícios do tema

1. O que entende por Rácio e qual é a finalidade da análise de


rácios?
2. Descreva os rácios que podemos encontrar na estrutura
financeira e na Solvabilidade de uma entidade.
3. A empresa Cuacumbe Lda. dedica-se ao fornecimento de
material de escritorio na cidade da Beira. Na busca de um bom
profissional para estudar a sua situação financeira, foi-lhe

56
ISCED CURSO: Gestão de Sistema de Informação; 10 Ano Disciplina/Módulo: Análise e Gestão de Projectos

aconselhada que solicitasse aos estudantes do 1° Ano, curso de


gestão de sistema de informação do ISCED, tendo para o efeito
apresentado o seguinte Balanço:

ATIVO PASSIVO + CAPITAL PROPRIO

2006 2007 2006 2007

Contas receber 300 200 Contas a pagar (divida) 700 800

Existências 700 600 Empréstimo de C/P 300 400

Imobilizado 600 800 Exigível de L/P 500 300

Investimento 400 500 Capital social 300 300

Disponibilidades 100 100 Reserva 100 150

Lucro 200 250

Total 2100 2200 Total 2100 2200

3.1. A empresa pretende conhecer a sua:


a) Estrutura financeira, bem como a sua evolução.
b) A solvabilidade e a sua evolução.
c) Os Rácios de funcionamento.
3.2. Faça um juízo, com clareza e objectividade, sobre a
solvabilidade, relacionando a sua análise com os rácios
de funcionamento.
Formulas:
 Grau de Autonomia Financeira
 Grau de Cobertura do Imobilizado
 Solvabilidade Total
 Liquidez Geral
 Liquidez Reduzida
 Liquidez Imediata
 Prazo Médio de Recebimentos
 Prazo Médio de Pagamentos

 Rotação Média de Existências

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ISCED CURSO: Gestão de Sistema de Informação; 10 Ano Disciplina/Módulo: Análise e Gestão de Projectos

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ISCED CURSO: Gestão de Sistema de Informação; 10 Ano Disciplina/Módulo: Análise e Gestão de Projectos

TEMA – V: Seleção de Investimentos

UNIDADE Temática 5.1. Seleção de investimentos e critério


de analise dos investimentos

Introdução

Vai se iniciar o estudo da 5ª unidade do módulo de Análise e Gestão


de Projecto. Nesta unidade o aluno vai poder compreender os critério
de seleção necessário para avaliação de um projecto de
investimento.

Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:

 Identificar os critérios de avaliação de um projectos de investimento;


 Fazer uma análise crítica dos investimentos;
Objectivos
específicos

Introdução

Nas aulas anteriores tivemos a oportunidade de conhecer diversos


tipos de projectos de investimento, designadamente: Investimentos
de Substituição, Investimentos de Modernização, Investimentos de
Inovação, Investimentos de Expansão, Investimentos Mutuamente
exclusivos, Investimentos Complementares, dentre outros. A questão
colocada é: quando aceitar um projecto e rejeitar o outro?

A decisão de investimento envolve diversos elementos, que devem ser


ponderados de modo a conduzir a opção mais viável da sua
aplicabilidade. Essa ponderação permitirá ao analista escolher, entre
duas ou mais alternativas de investimento, aquela que apresenta
melhores condições.

59
ISCED CURSO: Gestão de Sistema de Informação; 10 Ano Disciplina/Módulo: Análise e Gestão de Projectos

5.1.1.Análise de Projectos de Investimento

Uma análise de projectos de investimento implica o estudo de sua


viabilidade seja no âmbito comercial, técnico e financeiro.
O estudo de viabilidade comercial tem em vista certificar-se do grau
da procura e oferta do mercado em que se pretende investir o
produto para medir o seu grau aceitação ou sucesso.
A viabilidade técnica tem haver com as tecnologias que se pretendem
utilizar. Isto pode envolver outros estudos relacionados com a
economia de escala como por exemplo o estude de engenharias de
construção de infraestruturas do projecto. Aqui pretende criar
condições do local onde será implementado o projecto.
Possibilidade de financiamento: nesta análise procura-se saber se o
projecto é financiável, isto é, se a empresa tem capacidade para
investir no projecto em conformidade com as condições actuais
exigidas pelas instituições de financiamento.

5.1.1.1.Critérios de avaliação de projectos de investimento

De acordo co Omar Mithá, “o resultado da avaliação de um projecto


de investimento traduz-se pela apresentação de indicadores que
permitem aos investidores tomar conhecimento sobre a viabilidade
do projecto, sendo a sua implementação dependente de decisões
estratégicas e de disponibilidade de financiamento para sua
concretização”.
Importa referir que nem todos critério são validos para todas
situações. Os critério a ter em conta na avaliação de projectos de
investimento muitas das vezes dependem do ponto de vista dos
analistas da empresa assim como dos outros skeholders 2 do
empreendimento que se pretende investir.
Os critérios que iremos estudar reportam-se a uma análise do ponto
de vista financeiro e empresarial, colocando a margem a análise de
carácter social em que o Estado e outras instituições que o
representam poderiam considerar outros critérios como
fundamentais.
Os critérios que nos importam são os seguintes:
 Valor Actual Liquido (VAL);
 Taxa Interna de Retorno (TIR);
 Payback;
 Índice de Rentabilidade do Projecto (IRP).
O cálculo dos indicadores pressupõe que o analista tenha
desenvolvido os cash-flows previsionais do projecto de investimento e
que o custo de capital seja conhecido.

2
Stakeholders são os intervenientes de um projecto. Todos aqueles que directa ou
indirectamente são afectados pelas acções do projecto.
60
ISCED CURSO: Gestão de Sistema de Informação; 10 Ano Disciplina/Módulo: Análise e Gestão de Projectos

a) Valor Actual Liquido (VAL)


Este critério tem em conta a actualização dos cash-flows através da
taxa de custo do capital. O VAL define-se como a soma do valor
actualizado ou descontado dos cash-flows previsionais à taxa de custo
do capital. Para o efeito, basta aplicar o factor de actualização ou
factor de desconto aos cash-flows que ocorrem ao longo do horizonte
temporal de análise e, subsequente a isto, somar os cash-flows
actualizados ou descontados. O valor obtido será o VAL.

Formula:
1° Caso – Custo de capital constante ao longo do horizonte temporal

Onde:

C – o custo de capital ou a taxa de desconto.

2° Caso – Custo de capital variável de período para período ao longo


do horizonte temporal

Π – indica a soma de factores ao longo dos períodos. Por exemplo, se a


taxa de desconto for de 10% no primeiro ano, e de 11% no segundo, o
factor de desconto no segundo ano será dado por: x
, ou seja, actualizamos à taxa de 11% do segundo ano
para o primeiro e depois descontamos à taxa de 10% do primeiro ano
para o momento actual.

3° Caso – Cash-flows constantes ao longo do horizonte temporal


VAL = - + CF x a{n,c} =

Exemplo 1: Custo de capital constante e cash-flows variáveis


Projecto “Kapa SS”:
Descrição/Ano 0 1 2 3 4
Cash-Flow -20.000 6.000 12.000 15.000 15.000
Taxa de desconto 10% 10% 10% 10% 10%
Factor de desconto 1,000 0,909 0,826 0,751 0,683
Cash-Flow descontado -20.000 5.455 9.917 11.270 10.245
Valor Actual Liquido 16.887

61
ISCED CURSO: Gestão de Sistema de Informação; 10 Ano Disciplina/Módulo: Análise e Gestão de Projectos

VAL = -20.000x1,000 + 6.000x0,909 + 12.000x0,826 + 15.000x0,751 +


15.000x0,683
VAL = 16.887,00

Exemplo 2: Custo de capital constante e cash-flows constantes


Determinado projecto envolveu uma despesa de investimento na
ordem de $75.000 (Ano 0), com cash-flow de $35.000 durante cinco
anos (anos 1 a 5). Assumindo uma taxa de desconto de 10%, calcule o
VAL.
VAL = -75.000 + 35.000 x a(5,10%)
a(5,10%) = 3,790
VAL = 57.678

O resultado da análise através do VAL indica se os cash-flows gerados


pelo projecto são suficientes para remunerar os investidores, cuja
sensibilidade sobre o risco do projecto é sumarizado pelo custo do
capital. É a comparação entre o investimento feito no momento
presente (cash-out -flow) e o potencial de cash-flows a serem gerados
no futuro (cash-in -flow). Tal comparação tem por base o desconto
destes cash-flows futuros no momento actual.

Assim, se o projecto tem um VAL positivo, significa que os cash-flows


gerados têm um retorno acima do custo de capital cujo excedente
reverte a favor dos investidores, sinal de aumento da sua riqueza.

b)Taxa Interna de Retorno (TIR)

Esta taxa evidencia o nível de retorno resultante de um projecto. Do


ponto de vista de cálculo, será a taxa de desconto para a qual teremos
um VAL nulo.

Nos tempos actuais, o cálculo da TIR é elaborado com o auxílio de


maquinas de calcular com funções financeiras e através do Excel. De
outro modo, o cálculo é possível através do ensaio de taxas e da
interpolação linear. Com efeito, constata-se da fórmula do VAL que
existe uma relação inversa entre o custo do capital e o VAL. Quanto
maior o custo de capital, menor é o VAL, ou seja, os cash-flows
actualizados sofrem uma redução como consequência do aumento da
taxa de desconto. Assim, a interpolação linear através do ensaio de
taxas procurará encontrar duas taxas próximas, uma das quais
corresponderá a um VAL positivo, enquanto que a outra implicará a
um VAL negativo. Neste caso, a TIR, taxa de desconto da qual resulta
um VAL nulo, será compreendida pelo intervalo limitado pelas duas
taxas contíguas que compreendem a VAL’s de sinais contrários.

Exemplo 3: ensaio de taxas para o caso do projecto “Kapa SS”

(valores em Milhões de Meticais)


62
ISCED CURSO: Gestão de Sistema de Informação; 10 Ano Disciplina/Módulo: Análise e Gestão de Projectos

Ensaio VAL Sinal


15% 12.730 Positivo
30% 3.795 Positivo
35% 1.641 Positivo
38% 493 Positivo
40% -221 Negativo

A alteração do sinal acontece entre as taxas 38% e 40%, sendo


necessário realizar uma interpolação linear dada pela regra de três
simples, designadamente:

38% ⇒ 493,00

TIR ⇒ 0

40% ⇒ 221,00

Isto é:

(38% - 40%) = (493- (-221))

(38% - TIR) = (493 – 0)

O que dá o seguinte: (-2%) x 493 = 714 x (38% - TIR), donde se conclui


uma taxa aproximada a 39%.

c)Payback

O payback corresponde ao período médio de recuperação do


investimento. O seu cálculo é simplificado e consiste na soma dos
cash-flows acumulados, os quais indicam a extensão de tempo,
geralmente, em anos, que o investidor tem que esperar até que
recupere o desembolso do investimento inicial.

Exemplo 4: Período de retorno

(valores em Milhões de Meticais)


Ano CF CFA
0 -20.000 -20.000
1 6.000 -14.000
2 12.000 -2.000
3 15.000 13.000
4 15.000 28.000

63
ISCED CURSO: Gestão de Sistema de Informação; 10 Ano Disciplina/Módulo: Análise e Gestão de Projectos

O CFA evidencia a soma acumulada dos cash-flows. Torna-se


evidente que, pelos cálculos, o projecto permite recuperar o
investimento efectuado no 3° ano. Com efeito, durante o 3° ano, o
projecto liberta 13.000 milhões, pelo que o valor de 2.000 milhões
que corresponde, em media, a 15%, traduz-se, em termos de tempo,
em 2meses aproximadamente. O payback seria de 2anos e 2meses.

Este cálculo simples suscita o problema de comparação de valores


que ocorrem em momentos diferentes da vida do projecto. É
necessário incorporar o valor temporal do dinheiro através do
princípio de desconto ou actualização. Como resultado, essa
operação envolve um outro indicador, o payback descontado, assim
teremos:

(valores em Milhões de Meticais)


Ano CF CFD CFA
0 -20.000 -20.000 -20.000
1 6.000 5.455 -14.545
2 12.000 9.917 -4.628
3 15.000 11.270 6.642
4 15.000 10.245 16.887
Neste caso, pode-se notar o efeito do desconto que reduziu o valor
dos cash-flows em termos actuais. Como decorrência desta
alteração, o payback passa a ser de 2 anos e 7 meses
aproximadamente. Esta abordagem é mais realista na medida em
que traduz todos os cash-flows para o mesmo momento em função
da taxa de desconto (custo do capital).

A recuperação d investimento constitui preocupação de qualquer


investidor, razão pela qual o payback é popular nos nossos dias, além
de que a sua interpretação acolhe consenso entre diversos
interessados neste tipo de analise. Por exemplo, nos fluxos de
investimento entre países, a decisão de “entrar” é, geralmente,
definida pelo payback, pois que, um período de recuperação
prolongado poderá ser sintoma de grande risco político e, portanto,
risco do próprio projecto. Resumidamente, o payback apresenta-se
como um indicador de liquidez e de risco.

Este indicador não é tão pacífico quanto parece, pois que, nada mos
diz sobre o que vai acontecer no período pós-payback. Assim, por
não contemplar todos os cash-flows, este critério poderá ocultar
projectos com potencial de criar riqueza durante o horizonte
temporal compreendido pelo período pós-payback, isto é, a empresa
perde oportunidades de investimento no futuro porque escolhendo
projectos com menos cash-flows, a possibilidade de desembolso em
oportunidades futuras será menor.

O payback é um dos critérios eleitos por muitos gestores pela sua


simplicidade e facilidade na comunicação.

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ISCED CURSO: Gestão de Sistema de Informação; 10 Ano Disciplina/Módulo: Análise e Gestão de Projectos

5.1.2. Analise crítica dos critérios clássicos


A análise de projectos de investimento pretende chegar a conclusões
sobre a viabilidade de um projecto, na ponderação de vários
aspectos de retorno e risco, numa óptica de análise puramente
financeira. Deste modo, a decisão deverá ter em consideração:

-Cash-flows e não resultados contabilísticos


-Grau de risco e o valor do dinheiro no tempo, o que é
reflectido pelo custo do capital
-Análise de todos os cash-flows do projecto.

Eis o resumo de um teste utilizando vários critérios:

Payback
Condições a considerar VAL TIR Payback
Descontado
Cash-flow Sim Sim Sim Sim
Todos cash-flows do Sim Sim Não Não
projecto
Valor temporal do Sim Sim Não Sim
dinheiro
Risco do projecto Sim Sim Não Sim

Os critérios VAL e TIR satisfazem todas as condições. Mas quando se


trata de escolher entre diferentes projectos alternativos, a preferência
deverá ser pelo VAL, sem colocar a margem projectos que carecem de
um exame mais profundo. A preferência pelo VAL, é pelo facto da TIR
ter por base a lógica de que os cash-flows intermediários (entre o
inicio e o fim) do projecto são reinvestidos a TIR, um pressuposto
bastante irrealista, pois que, para cada projecto haverá uma TIR
específica. Por causa dessa deficiência, é usual calcular-se a TIR
Modificada (TIRM) – este indicador modificado assume que os cash-
flows intermediários são reinvestidos ou capitalizados à taxa do custo
do capital.

d)Índice de Rentabilidade do Projecto

É uma medida de retorno que consiste no rácio entre o VAL e o valor


de investimento, obtendo-se, assim, o ganho adicional por cada
unidade monetária investida no projecto.

Assim teremos:

x 100

NB: muitas das vezes o IRP utiliza-se para sanar conflitos no caso em
que há contradições na tomada de decisão de investimentos de dois
ou mais projectos. Estas contradições podem ser geradas por uma
“aparente percentagem” do TIR.

65
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Muitas das vezes, os resultados fornecidos por este cálculo, podem


levar o investidor em apostar num projecto que de animo leve, possa
parecer mais rentável enquanto na pratica não é. Para sair dessa
situação sugere-se que se calcule o índice de rentabilidade do (s)
projectos que consiste no rácio entre o VAL e o investimento inicial.

Sumário

A seleção de um projecto de investimento envolve tomada de


decisões sobre a sua viabilidade comercial, técnica e financeira. Para
este estudos, os analistas apoiam-se em critérios como: Valor Actual
Liquido (VAL); Taxa Interna de Retorno (TIR);Payback; Índice de
Rentabilidade do Projecto (IRP).

Exercício de auto-avaliação

1. O que implica a análise de um projecto de investimento?


Resposta: Uma análise de projectos de investimento implica o estudo
de sua viabilidade seja no âmbito comercial, técnico e financeiro.

2. O que entende por índice de rentabilidade de um projecto?

Resposta: É uma medida de retorno que consiste no rácio entre o


VAL e o valor de investimento, obtendo-se, assim, o ganho adicional
por cada unidade monetária investida no projecto.

3. O que é um payback?
Resposta: corresponde ao período médio de recuperação do
investimento

4. A empresa metalo-mecânica “KANSES” considera a


possibilidade de incluir no seu orçamento a aquisição de uma máquina
de pintura “Pintura W” e um conjunto de equipamento para soldar
“Soldadura Z”. Os dois projectos são independentes e os cash-flows
livres projectados são os seguintes:

Ano Soldadura Z Pintura W


0 -20.000 -20.000
1 6.500 5.600
2 6.500 5.600
3 6.500 5.600
4 6.500 5.600
5 6.500 5.600
6 6.500 5.600

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O custo de capital da “KANES” ronda os 13%, sendo o mesmo


para ambos os projectos. Calcule o Payback, o VAL e TIR.
Indique a decisão sobre a aceitação/rejeição dos projectos.

Resolução:

Payback
 Projecto Soldadura = 6.500 + 6.500 + 6.500 + 500
(que só são obtidos no primeiro mês do quarto ano)
Então: o período de recuperação do investimento será de 3
anos e 1 mês.

 Projecto Pintura = 5.600 + 5.600 + 5.600 + 3.200,


se o projecto rende mensalmente 466,67, então
seriam necessários mais 7 meses para recuperar o
investimento realizado. Assim, a recuperação do
investimento seria alcançada após 3 anos e 7 meses
do quarto ano.

VAL = - + CF x a{n,c}

 VAL – Projecto de Soldadura = -20.000 + 6.500 x


a{6,13}
= -20.000 + 6.500 x
3,9975
= 5.983,75

 VAL – Projecto de Pintura = -20.000 + 5.600 x


a{6,13}
= -20.000 + 5.600 x
3,9975
= 2.386

Taxa Interna de Retorno = Taxa de Desconto que torna nulo


(=0) o VAL
Projecto de Soldadura
 VAL = -20.000 + 6.500 x [
= -20.000 + 6.500 x 3,076946042
= -20.000 + 20.000,15
Entao: a TIR será, aproximadamente, igual a 23%

Projecto de Pintura
 VAL = -20.000 + 5.600 x [
= -20.000 + 5.600 x 3,571485395
= -20.000 + 20.000, 32
Assim, a TIR seria de 1 ,1 % 1 %

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5. Você possui uma unidade industrial nos arredores da cidade de


Nampula e pretende substituir o sistema de frio. Neste
projecto, assuma que você tem as seguintes alternativas:
 Um sistema solar que custará $12.000 para instalar e
$500 de custos de manutenção anuais, com duração
infinita.
 Um sistema que funciona a gás e custará $5.000 para
instalar e $1.000 de custos de manutenção anuais, com
duração de 20 anos.
 Um sistema a petróleo que vai custar $3.500 para
instalar e $1.200 em custos operacionais por ano, com
duração de 15 anos.

Se a taxa de desconto for de 10%/ano, qual será o custo


actual de cada uma das opções?

Cálculo do Custo Actual

CA = I + CF x [
ou
CA = I + CF x a{n,c}

1. CA sistema solar = 12.000 + 500 x [

= 12.000 + = 17.000

2. CA sistema a gás = 5.000 + 1.000 x 8,5136


= 13.513,60

3. CA sist. a petróleo = 3.500 + 1.200 x 7,6061


= 12.627,32

Unidade temática 4.2. Exercícios do tema

1. Identifique os critério de alise de um projecto de investimento.


2. Explique a essência de cada um dos critérios por identificados
no número 1.
3. O projecto de investimento “Beta” tem uma vida útil de 3 anos,
sendo o investimento (capex)3 de $1.003.130,00. Assumindo
que o valor residual do activo fixo é nulo, determine o valor

3 Capital expenditure; investimento em imobilizado


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dos cash-flows sabendo que a TIR é de 26% e que os cash-flows


crescem à uma taxa anual de 5%.

4. Uma empresa de Mutarara pretende expandir as suas


actividades na zona do Vale do Zambeze. Apresentam-se duas
opções:
 Investir numa fábrica de coco ralado em Quelimane
 Investir na criação de gado caprino em Mutarara

Os estudos elaborados pelos consultores da empresa


concluíram que os projectos tinham a mesma classe de
risco e, por conseguinte, o mesmo custo de oportunidade
do capital na ordem de 15% em meticais. As conclusões em
termos de cash-flows foram as seguintes:

Ano Projecto Coco Projecto Caprino


0 -12.000 -19.000
1 7.000 3.000
2 6.000 5.000
3 2.000 10.000
4 1.500 12.000

a) Calcule para cada projecto: VAL, TIR, Payback e IRP.


b) Refira-se a viabilidade dos projectos se o objectivo for a
maximização da riqueza dos donos da empresa. Assuma
que os recursos são escassos e a empresa enfrenta
problemas com a banca local por dívidas mal paradas.
Como é que julgaria este objectivo face ao critério de
avaliação?

5. O projecto de desenvolvimento da empresa Agro-Machamba


apresenta um VAL de 1.651,39, sendo o CAPEX de 2.000 e a
taxa de desconto de 10%. Os cash-flows crescem por um valor
constante até ao terceiro ano. Assumindo que o CF1 é de
1.000, calcule CF2 e CF3.

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TEMA –V I: Análise do Risco e da Incerteza

UNIDADE Temática 6.1. Fundamentos de Risco e Retorno

Introdução

Vai se iniciar o estudo da 6ª unidade do módulo de Analise e Gestão


de Projecto. Nesta unidade o aluno vai compreender o conceito de
risco de um projecto.

Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:

 Conhecer os riscos envolvidos nos projectos de investimento;


Objectivos  Distinguir riscos de um activo e riscos de retorno de projectos de
específicos investimento;

6.1. Fundamentos de Risco de Retorno

Fundamentalmente, risco é a possibilidade de uma perda financeira.


Os activos considerados mais arriscados são os que oferecem
maiores possibilidades de perda financeira. Em termos mais formais
a palavra risco é usada como sinonimo de incerteza e refere-se a
variabilidade dos retornos associados a um activo. Um título público
com valor de face de $ 1.000, que garante a seu portador juros de $
100 no prazo de trinta dias, não apresenta risco, porque não há
variabilidade associada a sua taxa de retorno. Um investimento de $
1.000 em acções ordinárias de uma empresa que no mesmo prazo
pode gerar qualquer resultado entre $ 0 a $ 200, contudo, é muito

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arriscado por causa da grande variabilidade de seu retorno. Quanto


mais certo for o retorno de um activo, menos variabilidade de risco
ele oferece.

Alguns riscos afectam directamente, tanto os administradores


financeiros como os accionistas. Na tabela 6.1 são descritas,
resumidamente, as fontes comuns de risco para as empresas e seus
accionistas. O risco operacional e o risco financeiro são mais
específicos à empresa e, portanto, mais importantes para os
administradores financeiros. Já os riscos de variação de taxas de juros,
liquidez e mercado são mais específicos para os accionistas e,
portanto, mais importantes para eles. Os riscos de evento, variação de
taxa de câmbio, variação de poder aquisitivo e mudança de legislação
fiscal afectam directamente não só as empresas como os investidores
em acções.

6.1.1.Preferências em relação ao risco


As atitudes em relação ao risco diferem entre os administradores.
Por isso, é importante delimitar um nível geralmente aceitável de
risco. Os três comportamentos básicos em relação ao risco são:
aversão, indiferença e propensão.

a)Administrador indiferente a risco: o retorno exigido não varia


quando o nível de risco varia. O que significa que não haveria
nenhuma variação de retorno exigido em razão do aumento do risco. É
claro que essa atitude não faz sentido em quase nenhuma situação
empresarial.

b)Administrador avesso ao risco: o retorno exigido aumenta


quando o risco se eleva. Esse administrador exige um retorno
esperado mais alto para compensar o risco mais elevado.
c)Administrador propenso ao risco: o retorno exigido cai se o
risco aumenta. Teoricamente, este tipo de administrador
gosta de correr riscos, estando disposto a abrir mão de algum
retorno para assumir maiores riscos. Entretanto, esse
comportamento não tenderia a beneficiar a empresa.

Em sua maioria, os administradores são avessos a risco. Para aumento


de risco, exigem aumento do retorno.

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6.1.1.2.Regras de Ouro em Gestão de Riscos em Projetos


(http://br.linkedin.com/in/rosamilha)

Saber gerir as incertezas proativamente em projectos é fundamental


e, o benefício é claro: obtenção de resultados rápidos, menor impacto
indesejado no projecto, realização de oportunidades, entrega no
prazo, no orçamento e com os resultados de qualidade exigidos pelo
patrocinador do projecto, além disto, os membros da equipe ficarão
mais felizes se eles não tiverem que entrar no modo “apagar incêndio”
para corrigir falhas que podiam ter sido prevenidas. Um gerente de
projectos tem por obrigação saber gerir os riscos do projecto.

1. Faça da Gestão de Risco parte de seu projecto

Algumas pessoas confiam cegamente no gerente de projectos,


especialmente se ele for um veterano de guerra que ficou nas
trincheiras nas duas últimas décadas. Empresas profissionais fazem da
gestão de riscos parte de seu dia a dia nas reuniões operacionais e no
treinamento da equipe.

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2. Identifique o mais cedo possível os riscos em seu projeto

 Identifique os riscos que estão presentes em seu projecto; isto


requer mente aberta focada em cenários futuros que podem
ocorrer. As duas principais origens existentes para identificar
riscos são pessoas e papéis.

 Pessoas são os membros da equipe que trazem consigo


expertise e experiência e que contribuem com seu projecto na
identificação e tratamento dos riscos. Entrevistas e sessões
com equipe (risk brainstorming) são métodos comuns para
descoberta de riscos.

 Papel é uma história diferente. Projectos tendem a gerar um


número significativo de documentos eletrônicos que contém
riscos do projecto, eles podem nem sempre ter este nome,
mas se você ler cuidadosamente entre as linhas você
encontrará riscos no plano de projecto, business case e
alocação de recursos, outra categoria são históricos de
projectos.

3. Comunique os riscos

Inclua nas suas atividades a comunicação dos riscos dos projectos, se


você tiver reunião de projectos com a equipe, monte a agenda e
coloque os riscos do projecto em primeiro (e não no item final da
lista). Isto demonstrará a importância dos riscos que o gerente de
projecto dá aos membros da equipe. Outro ponto importante é o
esforço investido nos grandes riscos que você tem que assegurar que
não pegue de surpresa seu chefe ou o cliente! Cuide para que o
patrocinador decida sobre a acção a ser tomada relativa ao risco
principal, porque normalmente estes riscos extrapolam o nível de
decisão do gerente de projectos.

4. Considere ambas as ameaças e oportunidades

Riscos em projectos tem conotação negativa, embora o tratamento


dado aos riscos também foca nos riscos positivos, isto é, oportunidade
(eventos que beneficiam o projecto) e que podem tornar o projeto
ainda mais lucrativo. Infelizmente muitos gerentes de projectos ficam
tão preocupados em chegar à linha de chegada, em entregar o
trabalho rapidamente que acaba gerando uma dinâmica no projecto
onde somente o risco negativo importa. Reserve tempo para tratar as
oportunidades no projecto (mesmo que meia hora por dia) .

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5. Defina o dono do risco

Alguns gerentes de Projectos pensam que uma vez os riscos


identificados o trabalho está feito, embora isto seja apenas o ponto de
partida. O próximo passo é definir claramente quem é o responsável
pelo risco! Alguém deve ser responsabilizado se o risco não for tratado
de maneira correta. A dica é: assinale um dono para cada
risco encontrado no projecto. O dono do risco é a pessoa de seu time
que tem a responsabilidade de minimizar o impacto do risco para o
projecto. Os efeitos são realmente positivos, quando isto acontece em
um primeiro momento eles se sentem desconfortáveis como se eles
realmente fossem responsáveis por certos riscos, mas com o passar do
tempo eles irão agir para que suas atividades tratem e reduzam o nível
do risco. Outro efeito positivo é que os gerentes começam a prestar
atenção ao projecto, principalmente quando há muito dinheiro
envolvido no risco.

6. Priorize os riscos

Alguns riscos possuem mais impacto que outros, portanto melhor é


investir seu tempo nos riscos que causa as maiores perdas e ganhos
para o projecto, qualquer seja o critério de priorização a ser usado,
use-o de forma consistente e focando nos grandes riscos.

7. Analise os riscos

Entender a natureza do risco é pré-condição para uma boa resposta ao


risco. Portanto reserve seu tempo para analisar o risco
individualmente para não tirar conclusões precipitadas.

Análise de riscos ocorre em diferentes níveis, se você quer entender


individualmente um risco é mais frutífero pensar sobre os efeitos e as
causas do risco e os efeitos que podem ocorrer se o risco acontecer.
Relacione as diferentes causas e circunstâncias que podem diminuir ou
aumentar o nível do risco. Outro nível de risco é investigar o projecto
como um todo e utilizando-se de variáveis como orçamento
necessário ou data de término do projecto, você pode executar uma
simulação e demonstrar ao patrocinador do projecto o que acontecerá
ao projecto em determinada data e certas condições.

8. Planei e programe respostas aos riscos

Esta é uma atividade que agrega valor ao seu projecto. Você pode
prevenir uma ameaça que pode ocorrer ou minimizar os efeitos dela.
Execução é chave deste processo. Isto lhe trará grandes ganhos
(assumindo que você executou bem o passo anterior).

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9. Registrar os riscos do projecto

Manter de forma constante o histórico dos riscos permite que você


visualize o progresso do mesmo e garante que você não se esqueça de
nada, além de ser a ferramenta perfeita de comunicação para
informar a equipe e patrocinador sobre o andamento destas
atividades. A maioria dos gerentes de projectos realmente não gosta
de “tarefas administrativas”, mas esta atividade se paga
principalmente quando há grande quantidade de riscos para se
administrar. Não esqueçam executar projectos é assumir riscos.

10. Monitore os riscos

Monitorar os riscos com frequência faz parte do trabalho de um


gerente de Projectos, isto irá ajudar a prestar atenção nos riscos que
tem mais probabilidade de ocorrer e dar a importância correta com
isto agregando valor ao projecto

E por último utilize Kaizen: meça os esforços para gerir o risco e,


continuamente busque melhorias, nada como visualizar o resultado
de um trabalho bem feito.

6.1.2.Retorno

Obviamente, se medirmos o risco com base na variabilidade dos


retornos, precisamos saber o que são eles e como medi-los. O retorno
é o ganho ou perda total sofrido por um investimento em certo
período. É comumente medido pela soma dos proveitos em dinheiro
durante o período com a variação de valor, em termos de
percentagem do valor investido no inicio do período. A expressão do
cálculo da taxa de retorno de qualquer activo no período t, kt, é em
geral definida deste modo:

= Taxa observada, esperada ou exigida de retorno durante o


período t.
= Fluxo de caixa recebido com o investimento no activo no
período de t-1 a t
= Preço (valor) do activo na data t
= Preço (valor) do activo na data t-1

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TABELA 6.1 Fontes populares de risco para administradores


financeiros e accionistas

Fonte de Risco
Riscos Específicos da Descrição
Empresa
Risco Operacional A possibilidade de que a empresa não seja capaz de seus
custos de operação. Seu nível é determinado pela
estabilidade das receitas da empresa (fixos) e pela
estrutura dos seus custos operacionais (variáveis).
Risco Financeiro A possibilidade de que a empresa não seja capaz de
saldar suas obrigações financeiras. Seu nível é
determinado pela previsibilidade dos fluxos de caixa
operacionais da empresa e suas obrigações financeiras
com encargos fixos.
Riscos Específicos dos
Accionistas
Risco de Taxa de Juros A possibilidade de que as variações das taxas de juros
afectem negativamente o valor de um investimento. A
maioria dos investimentos perde valor quando a taxa de
juros sobe e ganha valor quando ela cai.
Risco de Liquidez A possibilidade de que um activo não possa ser liquidado
com facilidade a um preço razoável. A liquidez é
significativamente afectada pelo porte e pela
profundidade do mercado no qual o activo é
costumeiramente negociado.
Risco de Mercado A possibilidade de que o valor de um activo caia por
causa de factores do mercado independentes do activo.
Em geral, quanto mais o valor do activo reage ao
comportamento do mercado, maior é o seu risco; quanto
menos reage, menor é seu risco.
Riscos para Empresas e
Accionistas
Risco de Evento A possibilidade de que um evento totalmente inesperado
exerça efeito significativo sobre o valor da empresa ou
um activo específico. Esses eventos raros, como a
decisão do governo mandar recolher do mercado um
medicamento popular, costuma afectar somente um
pequeno grupo de empresas ou activos, se for o caso.
Risco de Câmbio A exposição dos fluxos de caixa esperados para o futuro a
flutuações das taxas de câmbio. Quanto maior a
possibilidade das taxas cambiais indesejáveis, maior o
risco dos fluxos de caixa futuros e, portanto, menor o
valor da empresa ou do activo.

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Risco de Poder A possibilidade de que a variação dos níveis gerais dos


Aquisitivo preços, causada por inflação ou deflação na economia,
afecte desfavoravelmente os fluxos de caixa e o valor da
empresa ou de um activo.
Normalmente, as empresas ou os activos com fluxos de
caixa que variam com os níveis gerais de preços
apresentam risco mais baixo de variação do poder
aquisitivo. Ao contrário, se os fluxos de caixa não
variarem de acordo com os níveis gerais de preços,
oferecem maior risco de poder aquisitivo.
Risco de Tributação A possibilidade de que mudanças adversas na legislação
tributaria venham ocorrer. Empresas e activos cujos
valores são sensíveis a essas mudanças implicam maior
risco.

Pode-se afirmar que o retorno, kt, reflecte o efeito combinado do


fluxo de caixa, Ct, e de variações de valor, Pt – Pt-1, no período t.

Exemplo 1:

A Robin’s Gameroom, um centro de diversões electrónicas muito


frequentado, deseja determinar a taxa de retorno de duas de suas
máquinas de videogame, Conqueror e Demolition. A Conqueror foi
comprada há um ano por $ 20.000 e tem actualmente valor de
mercado de $ 21.500; durante o ano, gerou receitas de $ 8.000 após o
imposto de renda. A Demolition foi adquirida quatro anos atrás e seu
valor no ano que acaba de terminar, caiu de $ 12.000 para $ 11.800;
durante o ano, gerou $ 1.700 de receitas apos o imposto de renda.
Usando a expressão do cálculo da taxa de retorno de qualquer activo
no período t, kt, podemos determinar a taxa anual de retorno para
cada uma das máquinas:

= = 11,5%

= = 12,5%

Comentário:
Embora o valor de mercado da Demolition tenha caído durante o ano,
seu fluxo de caixa fez com que gerasse uma taxa de retorno maior que
a da Conqueror no mesmo período. Portanto, o impacto conjunto do
fluxo de caixa e das variações de valor, medido pela taxa de retorno, é
importante.

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6.1.3.Risco de um activo
O conceito de risco pode ser desenvolvido considerando-se
inicialmente o investimento em um único activo. Podemos
considerar os comportamentos de retornos esperados para medir o
risco usando a estatística.

6.1.4.Avaliação de risco
6.1.4.1. Análise de Sensibilidade
A análise de sensibilidade e as distribuições de probabilidade podem
ser usadas para avaliar o nível geral de risco associado a um activo.
A análise de sensibilidade recorre a diversas estimativas dos retornos
possíveis para oferecer uma noção da variabilidade dos resultados.
Um método comum consiste em fazer uma estimativa pessimista
(pior), mais provável (esperada) e optimista (melhor) dos retornos
associados a um activo. Nesse caso, o risco do activo pode ser medido
pela amplitude dos retornos. A amplitude é encontrada subtraindo-se
o resultado pessimista do resultado optimista. Quanto maior ela for,
maior será a variabilidade, ou seja, o risco do activo.

Exemplo 2:
A Norman Company, empresa fabricante de equipamentos de golfe,
deseja saber qual é o melhor de dois investimentos, A e B. cada um
deles exige um dispêndio de $ 10.000 e ambos tem uma taxa anual de
retorno mais provável de 15%. A administração fez uma estimativa
pessimista e uma optimista dos retornos associados a cada
investimento. As três estimativas de cada activo e suas amplitudes são
fornecidas na tabela abaixo. O activo A parece ser menos arriscado
que o activo B; sua amplitude de 4% (17% - 13%) é menor que a
amplitude de 16% (23% - 7%) do activo B. Um tomador de decisões
avesso a risco preferiria o activo A ao B, porque o A oferece o mesmo
retorno mais provável que o B (15%), mas com menor risco (menor
amplitude).

Activos A e B
Activo A Activo B
Investimento Inicial $ 10.000 $ 10.000
Taxa Anual de Retorno
Pessimista 13% 7%
Mais provável 15% 15%
Optimista 17% 23%
Amplitude 4% 16%

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6.1.4.2.Distribuicao de Probabilidades

As distribuições de probabilidades oferecem uma visão mais


quantitativa do risco de um activo. A probabilidade de um evento é a
chance de ele ocorrer.
-Um evento com 80% de probabilidade de ocorrência poderá
acontecer oito vezes em cada dez vezes;
-Um evento com probabilidade de 100% ocorrerá com certeza;
-Eventos com probabilidade igual a zero nunca ocorrem.

Exemplo 3:
As estimativas passadas da Norman Company indicam que as
probabilidades dos eventos pessimista, mais provável e optimista são
de 25%, 50% e 25%, respectivamente. A soma das probabilidades deve
ser igual a 100%, ou seja, devem ser consideradas de todas
alternativas possíveis.
Uma distribuição de probabilidades é um modelo que associa
probabilidades aos eventos correspondentes. O tipo mais simples é o
gráfico de barras, que mostra somente um numero limitado de
combinações entre eventos e probabilidades.
Embora os dois activos tenham o mesmo retorno mais provável, a
amplitude do retorno do activo B (16%) é muito maior que a do activo
A (4%).

6.1.5.Mensuração do Risco
Além de considerar sua amplitude, o risco de um activo pode ser
medido quantitativamente com o uso da estatística. Vamos considerar
duas estatísticas – o Desvio padrão e o Coeficiente de variação – que
podem ser usados para medir a variabilidade dos retornos de activos.

Desvio Padrão – é o indicador mais comum do risco de um activo, o


qual mede a dispersão em torno do valor esperado.

Valor Esperado do Retorno – é o retorno mais provável de um activo


e, é calculado da seguinte maneira:

n = numero de ocorrências consideradas

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Valores Esperados dos Retornos dos Activos A e B


da Norman Company
Resultados Probabilidade Retornos Valor
Possíveis (1) (2) Ponderado
[(1) x (2)]
(3)
Activo A
Pessimista 0,25 13% 3,25%
Mais 0,50 15% 7,50%
Provável 0,25 17% 4,25%
Optimista 1,00 Retorno Esperado 15,00%
Total
Activo B
Pessimista 0,25 7% 1,75%
Mais 0,50 15% 7,50%
Provável 0,25 23% 5,75%
Optimista 1,00 Retorno Esperado 15,00%
Total

A expressão de cálculo do desvio padrão

Em geral, quanto maior for o desvio, mais alto o risco.

Desvio-padrão dos Activos A e B da Norman Company

I
Activo A
1 13% 15% -2% 4% 0,25 1%
2 15% 15% 0% 0 0,50 0
3 17% 15% 2% 4% 0,25 1%

= 2%
= = 1,41%

Activo B
1 7% 15% -8% 64% 0,25 16%
2 15% 15% 0 0 0,50 0
3 23% 15% 8% 64% 0,25 16%
=
32%

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= = 5,66%

Coeficiente de Variação

O coeficiente de variação, CV, é uma medida de dispersão relativa útil


na comparação dos riscos de activos com retornos esperados
diferentes.

CV =

Considerando os exemplos anteriores, teremos:

Estatística Activo A Activo B


(1) Retorno esperado 15% 15%
(2) Desvio-padrão 1,41% 5,66%
(3) Coeficiente de variação 0,094 0,377
O activo B possui maior coeficiente de variação e é, portanto, mais
arriscado que o activo A, o que já sabíamos ao analisar o desvio-
padrão. (como os dois tem o mesmo retorno, o CV não proporcionou
nenhuma informação nova)

A utilidade real do coeficiente de variação vem da comparação dos


riscos de activos que possuem retornos esperados diferentes.

Exemplo 4:

Uma empresa deseja seleccionar o menos arriscado de dois activos


alternativos. X e Y. o retorno esperado, o desvio-padrão e o
coeficiente de variação dos retornos de cada um dos activos são:

Estatística Activo X Activo Y


(1) Retorno esperado 12% 20%
(2) Desvio-padrão 9% 10%
(3) Coeficiente de variação 0,75 0,50
Activo preferido, dada a medida de risco

Julgando somente com base no desvio-padrão, a empresa preferiria o


activo X, que tem desvio-padrão (9%) menor do que o activo Y (10%).
Entretanto, a administração também estaria cometendo um grave
erro ao escolher o activo X em detrimento de Y porque a dispersão (o
risco) do activo, reflectida no coeficiente de variação, é menor para Y
(0,50) do que para X (0,75). Obviamente, o uso do coeficiente de
variação é mais eficaz para comparar os riscos de activos porque
também considera a magnitude relativa, ou seja, o retorno esperado
dos activos.

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Sumário

Neta unidade temática ficamos a conhecer sobre os risco e incertezas


que afectam uma actividade organizacional e consequentemente os
projectos de dela emergem. Os administradores tem reações aos
riscos sendo que podemos classificar o seu comportamento mediante
aos riscos: administrador indiferente, avesso e propenso ao risco. Na
sua maior os risco tem como fonte:
 A empresa (operacionais e financeiros);
 Accionistas ( riscos de taxas de juro, liquidez e mercado);
 Empresa e acionista (eventos, cambio, poder aquisição e
tributação)

Os riscos podem ser medidos em estatisticamente em desvio padrão e


seu valor de retorno.

Exercício de auto-avaliação

1. O que é um risco?

Resposta: risco é a possibilidade de uma perda financeira.


2. Qua riscos são mais específicos as empresas e aos accionistas?
Resposta: O risco operacional e o risco financeiro são mais específicos
à empresa e, portanto, mais importantes para os administradores
financeiros. Enquanto que os riscos de variação de taxas de juros,
liquidez e mercado são mais específicos para os accionistas e,
portanto, mais importantes para eles.
3. Identifique o comportamento dos administradores quanto aos
riscos.
Resposta: quanto a preferência dos riscos temos:
 Administrador indiferente a risco;
 Administrador avesso ao risco
 Administrador propenso ao risco
4. O que entende por retorno?
Resposta: O retorno é o ganho ou perda total sofrido por um
investimento em certo período

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Unidade temática 6.2. Exercícios do tema

1. Fale do comportamento do administrador quanto aos


riscos que esta sujeito.
2. Identifique as fontes de riscos específicos aos accionistas.
3. Qual a essência de análise de sensibilidade de um risco?
4. O que é um risco de tributação e qual a sua fonte?
5. Fale dos riscos de um activo.

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Referências bibliográfica

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 Certo, Samuel.C (2003), administração modrena,9ª ed., SP,


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 Mitha, Omar (2009) analise de projectos de investimento,


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 MOTAS, R.R e COLOBA, G.M, (2006), ANALISE DE


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 (http://br.linkedin.com/in/rosamilha)

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