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LICENCIATURA EM ENGENHARIA ALIMENTAR-2ºANO

BIOQUÍMICA GERAL

PRÁTICA 01 – ESTUDO FÍSICO-QUÍMICO DAS


PROTEÍNAS

DISCENTES:

 Claudivânia Sequeira;
 Hannah Wahnon
 Júnior Garcia;
 Vailson Garcia.

Praia, 11 de novembro de 2022


Resumo: Este experimento teve como objetivo o estudo físico-Químico das proteínas,
realizou-se a reação de Biureto para a deteção de proteínas, reação de ninhidrina para
detenção de aminoácidos, em que o teste de biureto deu positivo no análise da solução
diluída de proteína, o teste de ninhidrina deu positivo no análise da solução diluída de
proteína e o de aminoácidos e ambos os testes, tanto do biureto como o de ninhidrina
deram negativo no análise da água destilada. Fez-se a precipitação da solução de
proteínas por solventes orgânicos, e verificou-se que a solubilidade das proteínas em
solventes orgânicos é menor do que na água, concluiu-se que os testes efetuados deram
resultados esperados.
1.Introdução

As proteínas se caracterizam por ser o grupo mais abundante de


macromoléculas, encontradas dentro e fora das células, e de importância vital aos seres
vivos. Suas funções vão desde catálise de reações químicas (enzimas), transporte de
outras moléculas, transmissão de impulsos nervosos, proteção imunitária e até mesmo
função hormonal, entre outras

No organismo, as proteínas ingeridas dos alimentos são transformadas em cerca


de 100.000 proteínas dos mais diversos tipos, totalizando um percentual médio de 15%
da composição do organismo humano (Feltre, 2004).

As unidades constituintes fundamentais das proteínas são os aminoácidos. Estes,


por sua vez, são moléculas orgânicas que possuem ligadas ao mesmo átomo de carbono
(denominado de carbono α) um átomo de hidrogênio, um grupo amina, um grupo
carboxílico e uma cadeia lateral R (característica para cada aminoácido). Essa cadeia é o
que difere os aminoácidos em estrutura, tamanho e propriedade físico-química
(Francisco Jr. e Francisco, 2006).

Moléculas de proteínas são relativamente grandes por serem formadas pela


união sequencial de dezenas, centenas ou milhares de aminoácidos e podem ser
formadas por uma ou mais de uma cadeia polipeptídica (estrutura quaternária)
(Marzzoco e Torres, 2007).

Determinar proteínas tem relevância em várias áreas como, por exemplo, em


análises clínicas; em nutrição animal; em problemas relacionados à nutrição humana;
em tecnologia e ciências de alimentos, objetivando o aproveitamento da matéria prima e
o melhoramento dos produtos; entre outros. Uma reação geral que caracteriza ligações
peptídicas é chamada reação de biureto, nome dado à estrutura originada a partir da
decomposição da ureia, quando esta é submetida a uma temperatura de
aproximadamente 180 o C e que fornece resultado positivo nesse teste (Petkowicz,
2007).

Figura 1 : Reação de formação do biureto Fonte: (Explicatorium, 2018)


O biureto, ao reagir com íons Cu2+ em meio alcalino, resulta em uma solução de
coloração violeta, sendo este o princípio do método utilizado para determinar biureto
em fertilizantes e suplementos alimentares animais e é recomendado pela Association of
Official Analytical Chemists (AOAC) como método oficial (Ferreira et al., 2007).

A ninidrina (2,2-diidroxi-hidrindeno-1,3-diona) é um produto químico utilizado
para a deteção de aminas primárias, particularmente de aminoácidos. Ao reagir com
essas aminas livres, uma cor azul escura ou roxa, conhecida como púrpura de
Ruhemann é produzida.

Os solventes orgânicos apresentam valor de constante dielétrica bem inferior à


da água, a interação proteína-proteína "vence" o poder de solvatação da água (interação
água-proteína) favorecendo a precipitação da proteína. A precipitação por solventes
orgânicos depende muito da temperatura. Os solventes orgânicos, quando utilizados a
temperaturas baixas, são bastante úteis na separação de misturas de proteínas.
Temperaturas mais elevadas nesses solventes podem levar à desnaturação por
rompimento das pontes de hidrogénio e estabelecimento de interações apolares,
importantes na manutenção da conformação proteica, sendo este, o motivo da utilização
do etanol gelado (AIRES BARROS, 2008).
1.1.Objetivo:

• Realizar reação específica para detecção de proteínas (reação do Biureto);

• Realizar reação específica de detecção de aminoácidos (reação com a ninhidrina);

• Verificar a alteração de solubilidade de proteínas em presença de soluções salinas e


solventes orgânicos;

• Verificar a ação de agentes desnaturantes;

2-Parte experimental

2.1-Matérias e reagentes
Matérias

 Aquecedor
 Banho de gelo
 Vidro de relógio
 Balança
 Centrifugador
 Tubos de ensaios e suportes
 Varetas
 Provetas
 Erlenmeyer
 Pipetas graduada
 Copos

Reagentes

• Reagente do Biureto: CuSO4 em solução alcalina.


• Solução diluída de proteínas.
• Solução concentrada de proteínas.
• Solução de ninhidrina 0,1g% (P/V).
• Solução de aminoácidos.
• Ácido tricloroacético (TCA ) 10% (P/V).
• Solução saturada de sulfato de amónio (NH4)2 SO4.
• Solução tampão de fosfato de sódio 0,2 M, pH 7,0.
• Etanol gelado

2.2-Ficha de segurança

★ Sulfato de Cobre (CuSO4)


 Estado físico-sólido
 Cor-azul
 Odor-sem odor
 Ponto de fusão- 30 – 110 °C
 Ponto de ebulição- não determinado
 pH (valor)- 3,5 – 4,5

Pictogramas

Advertências de perigo
H302-Nocivo por ingestão
H318-Provoca lesões oculares graves
H410-Muito tóxico para os organismos aquáticos com efeitos duradouros

Advertências de prudência
Recomendações de prudência -prevenção
P27-Evitar a libertação para o ambiente
P280-Usar luvas de protecção/protecção ocular

Hidróxido de Sódio

Estado físico-sólido
Cor-branco
Ponto de fusão-323 °C
Ponto de ebulição-1.388°C
pH (valor)-14

Pictograma

Advertências de perigo
H290-Pode ser corrosivo para os metais
H314-Provoca queimaduras na pele e lesões oculares graves

Advertências de prudência
Recomendações de prudência - prevenção
P233-Manter o recipiente bem fechado
P280-Usar luvas de protecção/protecção ocular
Recomendações de prudência - resposta
P303+P361+P35 SE ENTRAR EM CONTACTO COM A PELE (ou o cabelo): Retirar
imediatamente toda a roupa contaminada. Enxaguar a pele com água [ou tomar um
duche];
P305+P351+P338 SE ENTRAR EM CONTACTO COM OS OLHOS: Enxaguar
cuidadosamente com água durante vários minutos. Se usar lentes de contacto, retire-as,
se tal lhe for possível. Continue a enxaguar.

★ Ninhidrina

 Estado físico-sólido
 Forma-pó cristalino
 Cor-amarelo
 Ponto de fusão-250 °C
 Ponto de ebulição-não determinado
 pH (valor)-4,6 – 5

Pictograma
Advertências de perigo
H302-Nocivo por ingestão
H315-Provoca irritação cutânea
H319-Provoca irritação ocular grave
H335-Pode provocar irritação das vias respiratórias

Advertências de prudência
Recomendações de prudência - prevenção
P280-Usar luvas de protecção/protecção ocular

Recomendações de prudência - resposta


P302+P352-SE ENTRAR EM CONTACTO COM A PELE: lavar abundantemente
com sabonete e água
P304+P340-EM CASO DE INALAÇÃO: retirar a pessoa para uma zona ao ar livre e
mantê-la numa posição que não dificulte a respiração
P305+P351+P338-SE ENTRAR EM CONTACTO COM OS OLHOS: Enxaguar
cuidadosamente com água durante vários minutos. Se usar lentes de contacto, retire-as,
se tal lhe for possível. Continue a enxaguar

★ Ácido tricloroacético

 Estado físico-líquido
 Cor-incolor
 Ponto de fusão-não determinado
 Ponto de ebulição-100 °C
 pH (valor)-<1

Pictogramas
Advertências de perigo
H314-Provoca queimaduras na pele e lesões oculares graves
H335-Pode provocar irritação das vias respiratórias
H411-Tóxico para os organismos aquáticos com efeitos duradouros

Advertências de prudência
Recomendações de prudência - prevenção
P280-Usar luvas de protecção/vestuário de protecção/protecção ocular/protecção facial
Recomendações de prudência - resposta
P303+P361+P353 SE ENTRAR EM CONTACTO COM A PELE (ou o
cabelo): Retirar imediatamente toda a roupa contaminada. Enxaguar a pele com água
[ou tomar um duche]
P305+P351+P338 SE ENTRAR EM CONTACTO COM OS OLHOS:
Enxaguar cuidadosamente com água durante vários minutos. Se usar lentes de contacto,
retire-as, se tal lhe for possível. Continue a enxaguar.

Propriedades físicas e químicas

★ Sulfato de amônio

 Estado físico-sólido
 Forma-cristais
 Cor- esbranquiçado
 Ponto de fusão-230 °C
 Ponto de ebulição- não determinado
 pH (valor)- 5 – 6

Após inalação-Proporcionar ar fresco.


Após contacto com a pele-Enxaguar a pele com água/tomar uma ducha.
Após contacto com os olhos-Enxaguar cuidadosamente com água durante vários
minutos.
Após ingestão-Enxaguar a boca. Caso sinta indisposição contacte um médico.

★ Fosfato de Sódio

 Estado físico: Pó ou cristais finos, altamente higroscópicos.


 Cor: Branco ou levemente acinzentado ou amarelado.
 pH: 8,00 a 10,0
 Ponto de ebulição: Não disponível
 Ponto de fusão: Não disponível

Efeitos adversos à saúde humana


Toxicidade por inalação: Pode causar irritação nas mucosas e provocar ânsia.
Toxicidade por ingestão: Pode provocar intoxicação de moderada a grave.
Toxicidade por contato com a pele e olhos: Pode causar irritação de moderada
a grave.

Medidas de primeiros socorros


Inalação: Remova a vítima da área contaminada, mantendo-a deitada, quieta e
aquecida. Manter as vias respiratórias livres, removendo dentes postiços (chapa), se
tiver. Ministrar respiração artificial, se necessário. Administrar oxigênio e manobras de
ressuscitação se necessário. Avaliar a necessidade de encaminhar ao médico.
Contato com a pele: Remover roupas e calçados contaminados. Não apalpar nem
friccionar as partes atingidas. Remover o excesso de material, lavar com água corrente e
sabão. Avaliar a necessidade de encaminhar ao médico.
Contato com os olhos: Lavar com água corrente no mínimo por 15 minutos.
Remova lentes de contato, se tiver. Avaliar a necessidade de encaminhar ao médico.
Ingestão: Não provocar vômitos, evitar dar líquidos. Procurar atendimento médico
imediatamente. Se houver parada respiratória, aplicar respiração artificial. Se houver
parada cardíaca, realizar massagem cardíaca. Não provocar vômito ou fornecer água à
vítima inconsciente ou com convulsões.

Ações a serem evitadas: Não administrar nada oralmente ou provocar o vômito


em vítima inconsciente ou com convulsão.

★ Etanol

Pictogramas

Advertências de perigo
H225-Líquido e vapor facilmente inflamáveis
H319-Provoca irritação ocular grave
Advertências de prudência
Recomendações de prudência - prevenção
P210-Manter afastado do calor, superfícies quentes, faísca, chama aberta e outras
fontes de ignição. Não fumar.
P233-Manter o recipiente bem fechado.

Recomendações de prudência - resposta


P305+P351+P338 SE ENTRAR EM CONTACTO COM OS OLHOS:
Enxaguar cuidadosamente com água durante vários minutos. Se usar lentes de contacto,
retire-as, se tal lhe for possível. Continue a enxaguar.

2.4.Procedimentos

Enumerou-se onze tubos de ensaio, entre as quais três centrifugas.


Procedimento I

Reação do biureto

 Adicionou-se 0,5 ml CuSO4 e 0,5 ml de NaOH 10% em cada um dos tubos


enumerados 1,2,3;
Colocou-se:
 0,5 mL água destilada no tubo 1;
 0,5 proteína no tubo 2;
 0,5 aminoácido (lisina) no tubo 3.
 Comparou-se o desenvolvimento de cor nos tubos.

Procedimento II
Reação da ninhidrina
 Adicionou-se 2 ml de ninhidrina concentrada nos tubos 4,5,6 e acrescentou-se:
 0,5 ml H2O destilada no tubo 4;
 0,5 solução proteína diluída no tubo 5;
 0,5 de lisina no tubo 6;
 Levou-se ao aquecimento com água em ebulição por 5 minutos;
 Comparou-se o desenvolvimento de cor nos tubos.

Adição de solventes orgânicos


 No tubo 11 colocou-se 1 mL da solução proteína diluída e adicionou-se 2 ml de
etanol gelado;
 Observou-se a reação.

Nota: Devido a falta de tempo não nos foi possível concluir os procedimentos para a
verificação da precipitação ácida e efeito da adição de sais.

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

3.1- Resultados

Procedimento I - Reação de Biureto

Tubo 1 Tubo 2 Tubo 3

Procedimento II - Reação da ninhidrina

Tubo 4 Tubo 5 Tubo 6

Procedimento III – Efeito da adição de solvente


3.2- Discussão
Tubo 11dos resultados

No procedimento I fez-se o teste usando a reação do biureto. Esta reação é


positiva para proteínas e peptídeos com três ou mais resíduos de aminoácidos. A reação
também é positiva para substâncias que contenham dois grupos carbamínicos (-OC-
NH2-) ligados diretamente ou através de um único átomo de carbono ou nitrogênio. A
solução de água destilada (tubo 1) apresentou coloração azul clara, provavelmente
devido à alcalinização do sulfato de cobre, logo o teste foi negativo. A solução da clara
de ovo (Tubo 2), quando submetida à reação do biureto, apresentou-se coloração
púrpura, indicou-se a provável presença de peptídeos em solução, teste positivo. No
tubo 3 misturou-se a solução de biureto e o aminiácido e a coloração foi azul claro, teste
negativo, por ausência peptídicas iguais ou superiores a três.

No procedimento II na reação da ninhidrina, reage com o grupamento amina


(sendo positiva para proteínas, peptídeos, aminoácidos, aminas primárias e amônia)
presente nos aminoácidos, formando como produto final um complexo de coloração
azul-violeta que foi o caso do tubo 5 e 6 o teste da agua destilada que foi no tubo 4 ficou
incolor, logo deu negativa confirmando a não existência do grupo amina na água.

No procedimento de precipitação das proteínas por solventes orgânicos, a


solubilidade das proteínas em solventes orgânicos é menor do que em água. Isso
acontece porque a capacidade de interação com as partículas de soluto é diferente para
cada solvente
4- Conclusão

A partir dos resultados observados, conclui-se que é possível determinar a


presença de proteínas em solução com o auxílio de algumas reações químicas
conhecidas, bem como a natureza de alguns aminoácidos presentes nestas proteínas. É
possível identificar as proteínas como moléculas carregadas e reconhecer os fatores
ligados a solubilidade das proteínas em água. Conclui-se também que os resultados
encontrados, foram de facto resultados esperados.
5- Bibliografia

 AIRES-BARROS, M.R.; Biocatálise em Solventes Orgânicos, 2008.

 FELTRE, R. Química, V.3.6. ed. São Paulo: Moderna, 2004.

 FERREIRA, R.B.; FRANZINI, V.P. e GOMES NETO, J.A. Determinação de


biureto em ureia agroindustrial por espectrofotometria. Eclética Química, v. 32,
n. 1, p. 43-48, 2007.

 FRANCISCO Jr., W.E.F. e FRANCISCO, W. Proteínas: hidrólise, precipitação


e um tema para o ensino de química. Química Nova na Escola, n. 24, p. 12-16,
2006.
 MARZZOCO, A. e TORRES, B.B. Bioquímica básica. 3. ed. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2007.
 PETKOWICZ, C.L.O. Bioquímica: aulas práticas. 7. ed. Curitiba: Ed. UFPR,
2007.

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