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No mundo permeado por informações online, a Internet surge como a grande

vilã que tem o poder de facilitar e potencializar o plágio acadêmico, prática essa
vista por muitos educadores como antiética e criminosa.
Plágio é uma forma de desonestidade acadêmica que prejudica não somente
o autor da obra, mas, também, o próprio plagiador e até mesmo o leitor o qual, no
final das contas, é enganado com um conteúdo textual roubado. De acordo com
Bonette e Vosgerau (2010), tal ato é normalmente considerado antiético (ou mesmo
imoral, em praticamente todo o mundo), chegando a ser classificado como crime em
vários países, especialmente no meio acadêmico. Apesar disso, o plágio tem se
tornado uma preocupação crescente, tanto no campo da pesquisa acadêmica,
quanto na científica, logo, deve ser evitado a todo custo. Mas, essa é uma tarefa
quase impossível para os educadores, pois com a facilidade de acesso ao texto
pronto e preguiça de raciocinar aliada ao recurso de copiar e colar sem as devidas
citações ou referências do verdadeiro autor, essa prática desonesta tornou-se
habitual, principalmente entre os alunos do Ensino Médio, havendo, inclusive,
evidências de dados comprovados em pesquisas sobre o seu considerável aumento
no meio acadêmico.
A prática de plágio tornou-se mais sofisticada e difícil de ser detectada,
sobretudo devido à facilidade de acesso a uma infinidade de informações
encontradas, por exemplo, no Google ou Wikipédia. Nesse sentido, “A Internet, além
de se constituir como uma fonte muito rica de conhecimentos, oferece agilidade e
fácil acesso, requerendo uma orientação adequada em sua utilização[...]”.
(BONETTE; VOSGERAU, 2010, p. 11), fonte essa que dá a chance de o estudante
produzir textos sem muito esforço e de, consequentemente, se prejudicar
intelectualmente. Mas, se, por um lado a Internet facilita a cópia ilegal, por outro lado
ela também ajuda a desmascarar casos de desonestidade intelectual, pois os
professores têm a seu favor uma gama de programas e sites especializados em
identificar plágios, os quais garantem não somente que todo o conteúdo seja
devidamente citado, mas, também, a sua originalidade.

O plágio, na utilização da Internet, vem sendo muito discutido devido à


frequência de sua utilização, no meio escolar. Ao praticá-lo, comete-se um
delito, que viola uma proteção legal a todo e qualquer tipo de criação
intelectual veiculada pela Internet. Sobre essas penalidades e implicações,
professores e alunos devem tomar conhecimento na apropriação e
utilização de informações encontradas nesse meio, porque a facilidade de
acesso e a disponibilidade de informações encontradas nela, com seus
conteúdos, informações, bases de dados e outros tipos de criação
intelectual, por intermédio da simplicidade na produção e edição de cópias
dessas criações, somam-se contrariamente a interesses de seus autores,
causando-lhes prejuízo. (BONETTE; VOSGERAU, 2010, p. 12).

Aquele que comete plágio intencional se apropria indevidamente não somente


de palavras, há algo de muito mais grave que se configura como um crime praticado
contra os autores que sofrem os prejuízos. Logo, ensinar como se colocam
referências bibliográficas, explicar as diferenças entre citação e paráfrase, além de
discutir os problemas éticos que estão envolvidos nesse processo, tudo isso é
fundamental para evitar esse hábito enganoso, mas, principalmente, para despertar
no aluno a vontade de fazer uma pesquisa autêntica e de qualidade.
Em suma, a Internet não é a grande vilã que dissemina a desonestidade
intelectual no meio acadêmico, mas, sim, uma aliada que estimula a leitura e a
pesquisa. O que está em jogo é a falta de caráter, de ética e até mesmo de
educação e esse é um tema que precisa ser amplamente debatido por educadores
e, até mesmo pelos pais, os quais devem acompanhar o jovem no processo
educativo, orientando-o sobre a importância do uso de ferramentas online de
maneira ética, responsável e segura.

REFERÊNCIAS:

BONETTE, Luzia Maristela Cabreira. VOSGERAU, Dilmeire Sant’Anna Ramos. O plágio


por meio da Internet: uma questão ética presente desde o ensino médio. Educação
em Revista, v. 11, n. 2. Marília: 2010.

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