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Síntese do artigo “Entre o Plágio e a autoria: qual o papel da universidade?

O artigo em questão foi escrito por Odália Ferraz Silva, doutoranda em Letras pela
Universidade Federal da Bahia, e abrange a problemática do plágio como um todo. O texto
analisa os conceitos de plágio ao longo dos séculos, apresenta pesquisas relevantes a respeito do
assunto, disserta sobre suas causas e ocorrências e, ademais, expõe a influência da internet nessa
prática e o papel da escola para o combate à mesma.
O conceito de plágio mudou drasticamente ao longo dos séculos. Até o século XVIII
copiar as ideias e/ou estudos de outra pessoa não era considerado plágio, visto que a difusão de
conhecimento entre regiões distantes era muito difícil e o que hoje é considerado plágio era
apenas uma maneira viável de disseminar novas ideias. Ao longo dos anos, com o crescimento
do conceito de propriedade intelectual tornou-se importante ser identificado como o autor de
certa obra ou criador de certa corrente ideológica, surgindo assim um conceito de plágio mais
restrito. Hoje em dia, são considerados três tipos de plágio: a) plágio integral, quando um texto
ou obra é copiado na íntegra sem dar reconhecimento ao autor original; b) plágio parcial, quando
apenas partes de certa obra são copiados, também sem dar crédito ao autor e; c) plágio
conceitual, quando uma ideologia é copiada e apresentada como original de quem a apresentou.
Uma pesquisa realizada entre estudantes de letras da UFBA apontou que uma maioria dos
estudantes já plagiou e/ou plagia trabalhos universitários. Os motivos variam mas, em geral,
estão relacionados à falta de tempo para elaboração de um estudo original devido ao excesso de
trabalhos exigido por outras matérias. Outra causa aponta para o desinteresse dos estudantes por
matérias específicas, seja pelas mesmas serem consideradas fáceis ou não relevantes para a vida
profissional do aluno, o que leva os universitários a cometer plágio em seus trabalhos.
Outro fator analisado pelo artigo é a influência que a internet tem em facilitar a prática de
plágio pelos estudantes universitários. Com a quase infinidade de fontes disponíveis na internet e
com a facilidade de se navegar pelos hipertextos com relativa rapidez, é cada vez mais fácil se
apropriar da propriedade intelectual de outro indivíduo sem oferecer o legítimo crédito e citar
corretamente em seus trabalhos. Por vezes, estudantes se aproveitam da praticidade das
plataformas de pesquisa online e analisam diversos artigos, revistas, livros etc., simultaneamente,
partindo para o próximo sem sequer terminar de ler e selecionando apenas o que lhe interessa de
cada, assim é elaborado um trabalho que contém partes copiadas de diferentes obras para
supostamente dificultar a identificação do plágio. O que realmente acontece, contudo, é a criação
de um estudo sem estrutura e com pouca relação entre suas teses, originando um trabalho não
apenas plagiado como também mal feito.
Por fim, o artigo apresenta o sistema de ensino das escolas como principal fonte do
problema e igualmente possível futura solução. Desde o ensino fundamental, alunos são
ensinados a responder testes e elaborar pesquisas exatamente como escrito nos livros ou sites da
web, essa ausência de autonomia priva os jovens de pensarem por si mesmos e evita o
aprendizado correto e a criação de bons hábitos de estudo. Anos depois, quando esses mesmos
alunos entram na faculdade, não vão saber elaborar um trabalho original e nem mesmo
selecionar fontes de qualidade, retornando ao esquema do ensino fundamental de “copiar e colar”
e praticando o plágio com frequência. O artigo aborda como uma alteração no sistema escolar
pode trazer uma solução para o problema, se professores começarem a incentivar seus alunos
desde a infância a pensarem por si mesmos e escreverem com suas próprias palavras.

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