Você está na página 1de 2

CÓPIA E PASTICHE: PLÁGIO NA

COMUNICAÇÃO CIENTÍFICA 
Referência: DINIZ, Debora; TERRA, Ana. Cópia e pastiche: plágio na comunicação 
científica. Argumentum. V. 3, n. 1, 2011: 11-55. 
 
A primeira autora é uma antropóloga brasileira e a segunda, uma mestre em linguística
e especialista em revisão e produção textual. Em parceria, escreveram outro texto
sobre o mesmo assunto: plágio.  
O texto resenhado traz uma importante abordagem sobre a ética na escrita
acadêmica, mostrando a diferença entre o copista e o pasticheiro. Inicialmente, as
autoras trazem a definição de plágio que é o ato praticado pelos indivíduos citados
anteriormente: "o plágio é uma criação indevida de criação literária, que viola o direito
de reconhecimento do autor, e a expectativa de ineditismo do leitor" (p.14). Faz ainda
na introdução, uma contextualização histórica dessa prática e de como se perpetuou
até os dias atuais. 
Chamam a atenção para o uso da internet e como estão tentando naturalizar a "cópia
criativa" o que é repugnado pela comunidade científica. O não reconhecimento do
autor e seu trabalho porque "viola essencialmente a identidade da autoria, o direito
individual de ser 
publicamente reconhecido por uma criação" (p.14).  
As autoras, na sequência, passeiam pelas regras de estilo dos textos científicos, os
tipos de citação, como a direta e a paráfrase que são recursos legítimos e úteis na
escrita acadêmica, abrindo a discussão para os dois tipos de sujeito que fazem uso
inapropriado desses recursos.  
O primeiro é o copista, "alguém que repete literalmente o que admira e não se crê
capaz de reinventar" (p.20); o segundo é o pastiche, quele que usa "a forma mais
ardilosa de plágio, aquela que se autodenuncia pela tentativa de encobrimento da
cópia" (p.20). E a diferença entre os dois, segundo as autoras é "o tempo dedicado a
fraude literária" (p.21). Ou seja, enquanto o copista é ingênuo e acredita não ser
"pego", gasta menos tempo e se utiliza de recortes, cópias e montagem para
apropriar-se do que não é seu. O pastiche se debruça e gasta tempo para "maquiar" o
texto e passar pelos programas de plágio ou pelo leitor desatento ou que não tem os
conhecimentos necessários para identificá-lo.  
Por fim, aconselham os iniciantes que não se utilizem dessa prática e aos demais
porque, isso pode induzir o leitor a erros e isso traz um prejuízo duplo, ao autor e ao
leitor. Segundo as autoras, essa prática é realizada, muitas vezes por desconhecimento
metodológico da escrita acadêmica ou por não quererem despertar sua capacidade
imaginativa, criativa. Essas práticas podem ter consequências graves, como afirmam as
autoras "se descoberto, a reprovação é o desfecho mais comum; se encoberto, não
alterou seu capital intelectual” (p. 24). 
A leitura do texto, se tornou importante por reforçar todos os ensinamentos a respeito
de plágio que obtive durante toda a formação acadêmica e acrescentou um novo
termo que desconhecia "pastiche". Um caminho que muitas vezes, enquanto discentes
da pós-graduação, somos tentados a utilizar devido a quantidade de leituras, artigos
que devemos escrever para as disciplinas em paralelo à pesquisa e escrita da
dissertação. Agora, terei mais rigor ao fazer uma paráfrase ou utilizar uma citação.
Utilizarei um olhar mais criterioso e cauteloso para não ser reconhecida no meio
acadêmico como uma pasticheira

Você também pode gostar