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FACULDADE DE CIÊNCIAS DE SAÚDE

CURSO DE LICENCIATURA EM ADMINISTRAÇÃO E GESTÃO EM SAÚDE

O contributo da gestão de custos hospitalares para a melhoria da qualidade dos


serviços prestados pelos hospitais públicos: Caso Hospital Central de Nampula
(2020-2021)

Abdul-Hallimo Juma Valigy

Nampula, Agosto de 2022

2
O CONTIBUTO DA GESTÃO DE CUSTOS HOSPITALARES PARA A MELHORIA DA
QUALIDADE DOS SERVIÇOS PRESTADOS PELOS HOSPITAIS PÚBLICOS: CASO
HOSPITAL CENTRAL DE NAMPULA (2020-2021)

Abdul-Hallimo Juma Valigy

Monografia Científica apresentada na


FCS como requisito parcial para
elaboração de Monografia Científica de
licenciatura em Administração e Gestão
em Saúde. Com a supervisão de:

PgD. BA: Rui Fernando Dias.

Nampula, Agosto de 2022


Declaração do orientador

Rui Fernando Dias Júnior, portador de BI nº 021001355735J, solteiro, de 30 anos de


idade, natural da Cidade de Montepuez, de nacionalidade moçambicana, Docente na
Universidade Lúrio Faculdade de Ciências de Saúde, vem por este meio atestar que o
trabalho de culminação do estudante Abdul-Hallimo Juma Valigy, portador de BI Nº
030101633577 e estudante Nº 201801001197, com o tema O contributo da gestão de
custos hospitalares para a melhoria da qualidade dos serviços prestados pelos hospitais
públicos: Caso Hospital Central de Nampula (2020-2021), se encontra estrutural e
metodologicamente capaz para ser apresentado em provas públicas.

Nampula, 26 de Agosto o de 2022

O Orientador

____________________________________________

ii
Dedicatória

Aos meus amados pais, Juma Valigy Molide e Judite Bento


Wilson, a minha amada esposa Ana Aissa da Silva, aos
meus filhos, Thaynara Abdul-Hallimo Juma Valigy e Gael
Abdul-Hallimo Juma Valigy, e aos meus irmãos.

iii
Agradecimentos

Em primeiro lugar, agradeço a Allah (Deus), pela protecção, amor e bênção desde a
minha nascença e até então.

Aos meus pais, Juma Valigy Molide e Judite Bento Wilson, a minha amada esposa Ana
Aissa da Silva, aos meus filhos, Thaynara Abdul-Hallimo Juma Valigy e Gael Abdul-
Hallimo Juma Valigy, aos meus irmãos e a todos outros familiares, pela permanente
dedicação e incentivo que me deram durante todo o percurso e na realização deste
trabalho.

Ao meu supervisor, Rui Fernando Dias, PgD. BA. o meu agradecimento pelo apoio, por
todos os conhecimentos transmitidos pela simpatia e pela valiosa orientação na definição
do âmbito e estrutura deste trabalho, pela sua enorme disponibilidade e motivação ao
longo de todo este processo.

Ao Hospital Central de Nampula, em particular ao Departamento de Administração e


Finanças, na pessoa do Dr. Martins. local este que serviu de campo de pesquisa e colecta
de dados para este trabalho.

Agradeço ainda ao Dr. Abdulah Johahar A. Ebraimo, pelo grande apoio, por todos os
conhecimentos transmitidos, pela simpatia e pela enorme disponibilidade e motivação ao
longo de todo este processo.

Por fim, deixo também uma palavra de agradecimento à todos aqueles que, de uma forma
ou outra, me acompanharam ao longo deste percurso.

iv
Resumo
Actualmente, apesar do avanço tecnológico e científico, sente-se a necessidade de maior cuidado na gestão
dos custos hospitalares, focando-se crucialmente nos Gestores hospitalares, sendo estes, as entidades
responsáveis pela planificação, direção e controlo de todas as actividades dum hospital. Neste sentido,
considerou-se relevante desenvolver um estudo sobre o contributo da gestão de custos hospitalares na
melhoria da qualidade dos serviços prestados pelos hospitais públicos, tendo como objetivo principal,
avaliar o contributo da gestão de custos hospitalares para a melhoria da qualidade dos serviços prestados
pelo Hospital Central de Nampula (HCN). Para o alcance do objetivo retro, recorreu-se a pesquisa do tipo
descritiva, com vista a responder o problema levantado, De que forma a gestão de custos hospitalares pode
contribuir para a melhoria da qualidade dos serviços Prestados pelo HCN? Para o efeito, foram levantadas
três questões de partida que serviram de diretrizes no processo da pesquisa, realizada através da aplicação
da entrevista semiestruturada ao Departamento de Administração e Finanças, Direção do Hospital,
Departamento de Planificação e Orçamento, Repartição de Contabilidade e à Unidade Gestor e Executora
das Aquisições. Posteriormente fez-se o tratamento dos dados qualitativos através do método de Análise de
Conteúdo de Bardin. Os resultados obtidos apontam que a gestão de custos é uma ferramenta de grande
importância para a melhoria da qualidade dos serviços das organizações, pois uma boa gestão de custos
propicia inúmeros benefícios, na medida em que os custos vão sendo racionalizados com vista a eliminar os
desperdícios e implementar a estratégia da contenção de custos sem que seja afectada a qualidade dos
serviços prestados pelos Hospitais.

Palavras-chave: Gestão, Gestão de custos, Custos Hospitalares, Qualidade.

v
Abstract
Currently, despite the technological and scientific advances, there is a need for greater care in the
management of hospital costs, focusing crucially on hospital managers, who are responsible for planning,
directing and controlling all hospital activities. In this sense, it was considered relevant to develop a study
on the contribution of hospital cost management to improving the quality of services provided by public
hospitals, with the main objective of evaluating the contribution of hospital cost management to improving
the quality of services provided. by the Nampula Central Hospital (HCN). In order to achieve the retro
objective, descriptive research was used, in order to answer the problem raised, how can hospital cost
management contribute to improving the quality of services provided by the HCN? For this purpose, three
starting questions were raised that served as guidelines in the research process, carried out through the
application of a semi-structured interview to the Department of Administration and Finance, Hospital
Management, Planning and Budget Department, Accounting Department and the Management Unit. and
Executor of the Acquisitions. Subsequently, qualitative data were processed using Bardin's Content
Analysis method. The results obtained indicate that cost management is a very important tool for improving
the quality of services of organizations, since good cost management provides numerous benefits as costs
are rationalized in order to eliminate waste and carry out the cost containment strategy without affecting the
quality of the services provided by the Hospitals.
Keywords: Management, Cost management, Hospital Costs, Quality.

vi
Lista de abreviaturas e siglas

DAF – Direção de Administração e Finanças

CDPCECG – Chefe do Departamento de Planificação-controlo de execução e Controlo de


Gestão

EPI’s – Equipamentos de Proteção Individual


FCS – Faculdade de Ciências e Saúde
HCN – Hospital Central de Nampula

RC – Repartição de Contabilidade

UGEA – Unidade Gestor e Executora das aquisições

vii
Lista de Tabelas

Tabela 1: Definições de qualidade do serviço.........................................................................20

Tabela 2: Resumo dos tipos de custos de qualidade................................................................23

Tabela 3: Características demográficas dos participantes.......................................................32

Tabela 4: Noções sobre Custos Hospitalares...........................................................................33

Tabela 5: Respostas dos participantes sobre o conceito dos custos Hospitalares...................33

Tabela 6: Resposta dos participantes sobre o processo da gestão de custos no HCN.............35

Tabela 7: Resposta dos participantes sobre o contributo da gestão dos custos hospitalares para
a melhoria da qualidade dos serviços prestados pelo HCN......................................................37

Tabela 8: Resposta dos participantes sobre a existência da relação entre a gestão de custos
Hospitalares com a melhoria de qualidade dos serviços prestados...........................................40

viii
Lista de Ilustrações

Ilustração 1: Localização do HCN..........................................................................................54

Ilustração 2: Imagem do HCN................................................................................................54

ix
Índice

Resumo.......................................................................................................................................v
Abstract......................................................................................................................................vi
Lista de abreviaturas e siglas....................................................................................................vii
Lista de Tabelas.......................................................................................................................viii
Lista de Imagens........................................................................................................................ix
CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO................................................................................................12
1.1. Breve introdução sobre o tema......................................................................................12
1.2. Formulação e delimitação do problema.........................................................................13
1.3. Justificativa da investigação..........................................................................................14
1.4. Formulação de objectivos e questões de investigação.......................................................16
1.4.1. Objectivo geral................................................................................................................16
1.4.2. Objectivos específicos....................................................................................................16
1.5. Questões de investigação...................................................................................................16
CAPÍTULO II: REVISÃO DA LITERATURA.......................................................................17
1.1. Conceitos básicos...........................................................................................................17
1.1.1. Hospitais.....................................................................................................................17
1.1.2. Hospital como entidade com fins lucrativos e sem fins lucrativos............................18
1.1.3. Gestão.........................................................................................................................18
1.1.4. Gestão em saúde.........................................................................................................18
1.1.5. Custos hospitalares.....................................................................................................19
1.1.6. Qualidade...................................................................................................................19
1.1.6.1. Qualidade dos serviços................................................................................................20
1.1.6.2. Características Gerais dos Serviços.............................................................................21
1.1.7. Classificaçao dos custos de qualidade nos serviços........................................................23
1.8. Relação entre gestão de custos e a qualidade dos serviços................................................24
1.9. Objectivo da gestão de custos............................................................................................25
CAPITULO III: OPÇÃO METODOLÓGICA.........................................................................26
2.1. Desenho e tipo de estudo...................................................................................................26
2.1.1. Quanto a abordagem.......................................................................................................26
2.1.2. Quanto aos objetivos.......................................................................................................26
2.1.3. Quanto aos procedimentos técnicos................................................................................26
2.2. Universo.....................................................................................................................27

x
2.2.1. Amostra...............................................................................................................27
2.3. Participantes da pesquisa...................................................................................................27
2.4. Técnicas e instrumentos de colecta de dados.....................................................................27
2.5. Técnica de tratamento dos dados.......................................................................................28
2.6. Pré-Teste............................................................................................................................28
2.7. Considerações éticas e legais.............................................................................................28
CAPÍTULO IV: APRESENTAÇÃO, ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS......30
3.1. Breve apresentação do HCN..............................................................................................30
3.2. Apresentação dos dados.....................................................................................................31
3.2.1. Caracteristicas demográficas dos participantes..............................................................31
3.3. Custos Hospitalares............................................................................................................32
3.3.1. Custos Hospitalares e qualidade dos serviços prestados.................................................34
3.3.2. O processo de gestão de custos hospitalares no HCN....................................................35
3.3.3. O contributo da gestão de custos Hospitalares para a melhoria da qualidade dos serviços
prestados pelo HCN..................................................................................................................37
3.3.4. Relação existente entre a gestão de custos hospitalares e qualidade dos serviços
prestados...................................................................................................................................39
3.3.5. Teste da consistência entre o processo de gestão de custos hospitalares aplicados no
HCN com os pressupostos subjacentes.....................................................................................41
3.4. Análise e discussão dos resultados....................................................................................41
3.4.1. Processo de gestão de custos hospitalares do HCN;.......................................................41
3.4.2. O contributo da Gestão de custos Hospitalares para a melhoria da qualidade dos
serviços prestados pelo HCN....................................................................................................42
3.4.3. Relação existente entre a Gestão de custos Hospitalares com a qualidade dos serviços
prestados no HCN.....................................................................................................................43
3.4.4. Teste da consistência entre o processo de gestão de custos hospitalares aplicados no
HCN com os pressupostos subjacentes.....................................................................................44
Conclusão..................................................................................................................................45
Sugestões...................................................................................................................................46
Referência Bibliográfica...........................................................................................................47
APÊNDICES.............................................................................................................................50
ANEXOS..................................................................................................................................49

xi
CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO
Neste capítulo, abarcam conteúdos introdutórios sobre o tema, partindo do prefácio,
estado da arte, identificação do problema de conhecimento, questões de investigação,
relevância da pesquisa e os objectivos que norteiam a investigação.

1.1. Breve introdução sobre o tema


A gestão de custos hospitalares tem sido uma temática de grande debate dos
investigadores e gestores nas últimas décadas, pois estes últimos buscam compreender e
criar mecanismos que visem controlar os custos ou seja, minimiza-los sem que isso possa
afectar a qualidade dos serviços prestados aos seus utentes. Devido a constante mudança
da realidade social empregues pela globalização, avanços tecnológicos, e
fenomenológicos naturais, entidades públicas e privadas de diversos locais do mundo são
forçadas a dinamizar as suas estratégias de modo a se adequar com o mercado para
garantir a sua sobrevivência.

No caso da realidade moçambicana, as expectativas dos utentes e a sua crescente


exigência ao nível da qualidade e rapidez dos processos de saúde na resposta aos seus
anseios, o inconformismo dos profissionais quanto às suas perspetivas profissionais,
acrescida pela rápida evolução tecnológica e científica num setor com fortes medidas
reguladoras estatais, tem representado grandes desafios para a gestão dos custos
hospitalares.

Apesar de que seja sabido que o princípio fundamental de qualquer organização é a


criação de valor, no setor da saúde, essa criação de valor nem sempre assume a mesma
forma para todos os stakeholders sendo frequentemente divergentes entre os profissionais
de saúde e os utentes. Estes últimos, esperam que a organização ofereça soluções de
acordo com as suas necessidades e expectativas ou seja, a sua definição de valor reflete-
se no seu nível de bem-estar. Já para os profissionais de saúde, a definição de valor vai
depender dos recursos disponíveis para o desempenho da sua atividade, permitindo a
prestação de um serviço de qualidade e em segurança.

É neste contexto que, a peculiaridade deste estudo, reside na gestão destes interesses,
muitas vezes divergentes , visando descrever de forma sucinta o processo de gestão de
custos hospitalares no HCN, verificar como a gestão de custos contribui para a eficácia

12
dos serviços prestados, identificar a relação existente entre custos e qualidade do serviço
prestado e também comparar o processo de gestão de custos hospitalares aplicados no
HCN com relação aos pressupostos subjacentes com vista a testar a sua consistência.

O presente trabalho está estruturado em quatro capítulos, para além dos elementos
pré-textuais, nomeadamente, o Capítulo I, que diz respeito aos conteúdos introdutórios
sobre o tema, partindo do prefácio, estado da arte, identificação do problema de
conhecimento, questões de investigação, relevância da pesquisa e os objectivos que
norteiam a investigação; ; o Capítulo II, que faz a menção sobre a apresentação da revisão
da literatura referente à temática em questão; o Capítulo III, que faz menção sobre os
procedimentos metodológicos aplicados na pesquisa, na qual são apresentadas
informações sobre o tipo de pesquisa, as técnicas, o local do estudo e sua descrição, os
participantes da pesquisa, os critérios de inclusão e exclusão, aspectos éticos, as técnicas
de colecta de e analise de dados utilizados no presente estudo; o capítulo IV, que versa
sobre a análise e discussão dos resultados. Por último, o trabalho apresenta conclusões,
sugestões, as referências bibliográficas e os apêndices.

Uma das tendências mais importantes do mundo empresarial é a mudança económica


baseada na produção para econômica baseada nos serviços. É a era dos Serviços em que
aqueles que estão encarregados de liderar empresas ou organizações do ramo de
prestação de serviços seguram uma responsabilidade em relação aos seus clientes,
funcionários e/ou acionistas.3 Pois para uns autores o sucesso de muitas organizações
consiste basicamente em controlar e reduzir custos, formar corretamente os preços de
venda dos serviços e arquitetar a estrutura operacional .3

1.2. Formulação e delimitação do problema

Estudos indicam que os hospitais públicos em quase todo mundo enfrentam desafios
contínuos de desenvolver e buscar níveis de qualidade elevados e que atendam às
necessidades da população.

Sendo Moçambique parte deste mundo, não é indiferente. Grande parte dos hospitais
nacionais tem enfrentado igualmente problemas similares, associados por um lado aos
recursos escassos que nem sempre são suficientes para atender as necessidades da saúde
pública ou pela má gestão dos mesmos, o que consequentemente vem comprometer a

13
qualidade dos serviços prestados aos utentes. Deste modo, torna-se muito importante
analisar a gestão de custos dos hospitais a fim de identificar quais mudanças seriam
necessárias para o aperfeiçoamento do mesmo e para entender de que forma a gestão de
custos é capaz de contribuir para o funcionamento destes hospitais. Pois acredita-se que,
o estudo adequado dos custos pode auxiliar o gestor na tomada de melhores decisões e
assim, aumentar a capacidade de geração de resultados, sejam estes de ordem financeira
ou qualitativa dos serviços. As entidades que prestam serviços nos sectores públicos e/ou
privado, estão preocupadas em obter resultados admissíveis. No entanto, buscam criar
meios que visem controlar os gastos, preocupando-se na qualidade dos serviços
prestados, para que seja sempre aprimorada, pois a competição no setor se torna a cada
dia mais acirrada.27.

A busca pelo menor custo, sem afectar a funcionalidade e a estrutura da qualidade dos
produtos/serviços, tem se tornado um objetivo permanente nas entidades que buscam a
excelência empresarial. Neste ambiente competitivo, nota-se que uma das áreas que mais
precisa se modernizar, principalmente em Moçambique, é a hospitalar, que ainda se
utiliza de métodos contabilísticos tradicionais que não levam na sua maioria ao efetivo
conhecimento de seus custos.

Por estes e outros aspectos, tem sido notória a existência continua de custos
hospitalares cada vez amais elevados, principalmente, devido ao crescente avanço
tecnológico e também pela suposta má gestão financeira por parte de certas entidades
hospitalares, tornando-se assim cada vez mais preocupante a qualidade dos serviços
oferecida aos utentes. Nestes contornos, o pesquisador levantou o seguinte problema: De
que forma a gestão de custos hospitalares pode contribuir para a melhoria da qualidade
dos serviços prestados pelo HCN?

1.3. Justificativa da investigação

A presente pesquisa se justifica com base nas problemáticas relacionadas a gestão de


custos nos hospitais públicos em Moçambique, que muitas vezes impõe desafios
relacionados a entrega da qualidade de serviços aos utentes. Por um lado, estão as
expectativas dos utentes e a sua crescente exigência ao nível da qualidade e rapidez dos
processos de saúde na resposta aos seus anseios, por outro, observa-se o inconformismo

14
dos profissionais quanto às suas perspetivas profissionais, acrescida pela rápida evolução
tecnológica e científica.

Neste contexto, com a realização deste estudo espera-se que possa trazer ilações que
contribuam para a resolução destes problemas estruturais, com vista a melhoria da
equidade no acesso e na qualidade dos serviços de saúde ofertados a sociedade.

No contexto profissional, a relevância desta pesquisa assenta no contributo para


reflexão acerca da gestão dos custos hospitalares, muitas vezes associada a excessiva
afluência de utentes aos serviços de urgência, a insatisfação quer de utentes, quer de
profissionais e o crescimento desequilibrado da despesa nos hospitais, comprometendo
consequentemente o alcance das metas organizacionais.

No contexto académico, esta pesquisa torna-se relevante na medida que poderá


promover debates no seio académico, servindo de acervo para pesquisas ulteriores,
contribuindo deste modo na solução de problemas da sociedade.

Por fim, consta a razão pessoal que suscitou o interesse nesta temática, A decorrente
das experiências vivenciadas, onde o pesquisador tem observado e auscultado utentes
queixando-se que os serviços oferecidos pelos hospitais não são suficientemente
humanitários, associado a recorrentes queixas de falta de Equipamentos de proteção
individual, materiais hospitalares para cuidados dos utentes, obrigando certas vezes a que
estes adquiram com recursos próprios para fazer face às necessidades consideradas
primáarias enquanto hospedeiros nesses hospitais.

O outro aspecto que reforça a motivação do autor na opção pelo tema, é a


expectactiva de agregar conhecimentos acerca da relevância da gestão de custos
hospitalares nas instituições de Saúde. Por conta disso, acredita-se que uma gestão
inteligente da cadeia de suprimentos hospitalares faz com que os recursos sejam
investidos de maneira mais assertiva, com cautela e um bom senso crítico. Como
consequência haverá um retorno financeiro, obviamente, mas também de valorização da
instituição e do relacionamento com os utentes.

15
1.4. Formulação de objectivos e questões de investigação

1.4.1. Objectivo geral

Avaliar o contributo da gestão de custos hospitalares para a melhoria da qualidade dos


serviços prestados pelo Hospital Central de Nampula (HCN).

1.4.2. Objectivos específicos

 Descrever o processo de gestão de custos hospitalares do HCN;


 Verificar como a gestão de custos contribui para a eficácia dos serviços
prestados pelo HCN;
 Identificar a relação existente entre a gestão custos hospitalares e qualidade dos
serviços prestados no HCN;
 Comparar o processo de gestão de custos hospitalares aplicados no HCN com
relação aos pressupostos subjacentes com vista a testar a sua consistência;

1.5. Questões de investigação

1. Como é feita a gestão de custos Hospitalares no HCN?

2. Como a gestão de custos Hospitalares pode contribuir para a eficácia dos serviços
prestados pelo HCN?

3. Que relação existe entre a gestão de custos hospitalares e qualidade dos serviços
prestados no HCN?

16
CAPÍTULO II: REVISÃO DA LITERATURA
Neste capítulo fez-se a apresentação da revisão da literatura referente à temática em
questão sobre o contributo da gestão de custos hospitalares para a melhoria da qualidade
dos serviços prestados pelos hospitais públicos: caso Hospital Central de Nampula.
Também fez-se a menção da respectiva motivação que influencia os interesses da
investigação e intervenção nesta área.

1.1. Conceitos básicos


1.1.1. Hospitais
Para Almeida29, o Hospital é:

“Uma instituição destinada ao diagnóstico e tratamento de doentes internos e


externos; planejada e construída ou modernizada com orientação técnica; bem
organizada e convenientemente administrada consoante padrões e normas
estabelecidas, oficial ou particular, com finalidades diversas; grande ou pequena;
custosa ou modesta para atender os ricos, os menos afortunados, os indigentes e
necessitados, recebendo doentes gratuitos ou contribuintes; servindo ao mesmo
tempo para prevenir contra a doença e promover a saúde, a prática, a pesquisa e
o ensino da medicina e da cirurgia, da enfermagem e da dietética, e das demais
especialidades afins”.

Uma visão mais moderna apresentada por Rocchi 28, define o Hospital como sendo
uma instituição que são estabelecimentos destinados a cumprir cinco funções na área da
saúde:
a) Preventiva;
b) Reabilitação;
c) Restauradora;
d) Ensino e de pesquisa.
Um hospital é uma unidade econômica que possui vida própria e, difere das outras
empresas porque o seu objetivo ou “produto” básico é a manutenção ou restabelecimento
da saúde do paciente.28

Uma organização Hospitalar é muito mais parecida com uma empresa que produz
serviços como o caso dum Instituição Bancaria, um Hotel, entre outros que com uma
empresa produtora de bens”30.
Assim sendo, o hospital pode ser definido como o espaço físico onde são
proporcionados os cuidados em saúde aos utentes, podendo estes ser (interno ou externo)
que padecem de alguma enfermidade, que vão afim de receber algum diagnostico, cura
ou tratamento.
17
1.1.2. Hospital como entidade com fins lucrativos e sem fins lucrativos
Os hospitais quanto a sua finalidade, eles são classificados como sendo entidades
com fins lucrativos e sem fins lucrativos. Esta primeira refere-se as entidades a eficiência
administrativa é avaliada pela maximização dos lucros dos proprietários. A otimização de
lucros visa remunerar o capital investido a uma taxa satisfatória, estes podem se dar o
caso das denominadas clinicas privadas não filantrópicas. Enquanto que os Hospitais sem
fins lucrativos, a sua finalidade não visa a maximização de lucros aos acionistas ou aos
proprietários. Importa realçar que “Não lucrativo” não significa que o hospital não possa
obter lucro, mas sim, que nenhuma das partes dos lucros líquidos do hospital pode ser
dirigida em benefício de qualquer cidadão ou proprietário. 3 este último pode se dar o caso
dos Hospitais públicos e/ou centros de saúdes públicos.
A diferença entre os Hospitais com fins lucrativos e sem fins lucrativos reside no
fato de que “a performance da administração das primeiras é avaliada pela capacidade de
remunerar a uma taxa ótima o capital investido, embora imbuídas do objetivo social
inerente a todos os hospitais. Quanto à segunda, procuram manter os serviços dentro de
padrões razoáveis na comunidade, sem a preocupação de remunerar o capital investido,
mas desejando um crescimento satisfatório para a melhoria dos serviços e atender a
demanda crescente da comunidade”3.

1.1.3. Gestão
De Gestão pode ser entendida como sendo acto administrativo que consiste
basicamente na, planificação, organização, direção ou liderança, controlo ou avaliação. A
gestão é um conjunto e actividades coordenadas para dirigir e controlar um grupo de
pessoas e instalações com responsabilidade, zelo, autoridade e relações definidas. 31 A
gestão pode ser definida como um conjunto de actividades interligadas e que deve
vincular todos os processos empresariais, interagindo no planeamento, implantação,
mensuração, monitoramento, avaliação e aprimoramento desses mesmos processos,
podendo evoluir ou simplesmente sucumbir.

1.1.4. Gestão em saúde


A gestão é a forma que os relacionamentos entre as pessoas acontecem, na busca
do alcance dum objetivo em comum.23 também a gestão pode ser definido como um
conjunto de atividades coordenadas para dirigir e controlar um grupo de pessoas e
instalações com responsabilidade, autoridade e relações definidas.24 enquanto que gestão
18
em saúde “é o acto de administrar recursos como tempo, dinheiro, pessoas e
processos em uma instituição de saúde”.1 Ela pode ser aplicada tanto em instituições
públicas assim como em instituições privadas de diversas dimensões, como o caso dos
hospitais e operadoras de planos de saúde. Essa área objetiva principalmente garantir que
o utente esteja no centro do cuidado, sendo a prioridade na hora de definir os protocolos a
serem seguidos.

1.1.5. Custos hospitalares


Especialistas concordam que, em conjunto, os avanços na tecnologia médica são
um dos principais contribuintes para o aumento das despesas de saúde.11 Porém, não
convém atribuir ao avanço tecnológico toda a responsabilidade pelos problemas
enfrentados na área. Dentre os fatores que contribuíram para o aumento dos custos,
destaca-se além do avanço da tecnologia, a má gestão financeira. Atualmente, os
hospitais vêm apresentando problemas financeiros decorrentes do aumento dos custos
hospitalares e da insuficiência de recursos.

Os hospitais estão sendo pressionados a reestruturar suas políticas de gestão,


principalmente as relacionadas ao controle de custos. Isso se deve as mudanças ocorridas
no mercado mundial, causadas pela globalização e pela revolução tecnológica. No
entanto, a preocupação de não deixar cair a qualidade na prestação de serviços
permanece, uma vez que está ligada diretamente à competitividade.8

Goldberg e Kosinski12 afirmam que o importante é que a qualidade não seja


sacrificada pelo custo, e que o valor seja fornecido para todos os stakeholders. E para
isso, deve haver uma melhor compreensão dos custos. Sendo assim, a redução dos custos
deve provir do aumento da eficiência e não diminuição da qualidade. O desafio recai
justamente no que foi exposto acima: reduzir os custos e melhorar a qualidade dos
serviços prestados.

1.1.6. Qualidade
Com a descoberta da Qualidade como uma ferramenta estratégica que pode
proporcionar a diferença, conquistar clientes, produzir lucros e criar estabilidade no
mercado ou permanência. A qualidade passou por inúmeras transformações no seu
conceito de tal modo que, não existe um conceito universalmente aceite. Pois para uns
autores, a qualidade pode ser definida como o grau em que as expectativas do cliente são

19
atendidas, excedidas por sua percepção do serviço prestado. 32 Na visão doutra autoria,
define a qualidade como sendo uma propriedade, atributo ou condição das coisas ou das
pessoas, capaz de distingui-las das outras e de lhes determinar a natureza. Numa escala de
valores, qualidade é que permite avaliar e, consequentemente, aprovar, aceitar ou recusar
qualquer coisa.33

1.1.6.1. Qualidade dos serviços


Os conceitos da qualidade dos serviços podem ser apresentados, conforme segui a
tabela32:

Tabela 1: Definições de qualidade do serviço

Autores Definições

Define a qualidade como sendo um ajustamento das propriedades de um


Sitting (1964)
produto á situação da procura.

Parasuraman Conceptualizam o serviço de qualidade como sendo a conformidade com as


et al. (1990) expectativas do cliente.

Crosby (1986) Enfatiza que qualidade é a conformidade com os requisitos.

Estabelece que a qualidade do serviço com nível elevado é aquele que


proporciona uma realização a um preço satisfatório, em conformidade com
um custo aceitável. Esta definição relaciona a qualidade com o preço e tem
por base a teoria económica do preço, isto é, o preço, na ausência de outras
Garvin (1988) informações, pode significar qualidade.

Teoriza que a qualidade do serviço é o diferencial entre o serviço percebido


Hart (1988)
e o serviço esperado.

Argumenta que o bom serviço tem a ver com o que o cliente pensa. Serviço
Denton (1991) de qualidade é aquele em que o fornecedor excede as expectativas do
cliente.

Define a qualidade do serviço como sendo a capacidade que um serviço tem


para satisfazer uma necessidade, resolver um problema ou fornecer
Albrecht
benefícios.
(1994)

Qualidade é o conjunto das características de uma entidade (bem ou serviço)


NP EN ISO
que lhe conferem a aptidão para satisfazer as necessidades expressas ou
8402 (1997)
implícitas.

20
Com tudo, de qualidade do serviço pode ser entendida como sendo, a satisfação
das expectativas do cliente, de forma exata ou por excesso, tendo em atenção o
correspondente custo da aquisição. Enquanto que serviço ele é definido como sendo

Serviço consiste em qualquer acto ou desempenho que uma parte pode oferecer a
outra e que seja essencialmente intangível e não resulte na propriedade de nada. Sua
produção pode ou não está vinculada a um produto físico.34

1.1.6.2. Características Gerais dos Serviços


Os serviços podem ser baseados em máquinarias e/ou equipamentos (máquinas de
venda, digitação de trabalhos, maquinas de lavar, entre outros), onde esses equipamentos
tangíveis levam a execução do serviço em si e em pessoas que podem ser inexperientes
ou profissionais especializados34.

Nesse último aspecto os serviços se mostram em seu pleno carácter intangível, pois, as
habilidades das pessoas intrincadas é que faz o serviço se efectivar.

Os serviços podem ser caracterizados por34:

a) Intangibilidade

É a característica que faz com que o fornecedor tente tornar tangível a abstração em
que já se consiste o serviço. Como fim, ele busca tornar mais visível ao cliente sua
qualidade, atribuindo-lhe34, características bastante concrectas como:

 Localização: Se o prestador de serviço pretende relacionar a empresa com a


agilidade, por exemplo, os espaço físico deverá corresponder com vias livres de
passagem, isto é, um layout planejado para a melhor circulação de pessoas ou
materiais.
 Funcionários: Tal qual o espaço físico, estes também deverão ser eficiente sendo
o mais velozes possível e na quantidade certa dentro da empresa.
 Equipamentos: Os mais ágeis e modernos, materiais de comunicação tecidos e
fotos, comunicação visual e sugestiva, indicando movimento e velocidade.
 Símbolos: Que assumam formas ou personagens que expressem qualidade.

21
A qualidade de procura é uma característica bastante ligada aos produtos 19, pois seus
diversos aspectos podem ser avaliados antes da aquisição ou compra, do contrário ao
serviço, têm a qualidade de Experiência ou apresenta a qualidade de experiência, onde o
consumidor final pode avaliar somente depois da compra e ainda qualidades credenciais,
onde até mesmo depois de utilizar o serviço encontra dificuldades em avaliar. Nesse
sentido, o que se diz a respeito ou qual o conceito deste serviço na opinião de
consumidores que já o utilizaram, parece determinante no momento de optar por este ou
aquele serviço verifica-se então sua confiabilidade no mercado.

b) Inseparabilidade

Nos serviços não existe um processo longo de elaboração do resultado final, como
no caso dos produtos. O fornecedor de serviços e o cliente estão inseridos no processo
onde este último obtém um benefício que lhe ofertado pelo primeiro. Ao contrário da
formação de um bem físico, nos serviços seus funcionários estão frente a frente com o
cliente, a produção e o consumo são realizadas simultaneamente. Isso faz com que o
aspecto do controle da qualidade de serviços, seja de difícil avaliação, pois não há um
interim entre o prestador e o cliente para ser analisados e corrigida qualquer falhas. Por
isso elas devem fundamentalmente serem prevenidas.

c) Variabilidade

Assim os são definidos por dependerem de pessoas para realizá-los, sendo que estas
mudam de acordo com as circunstâncias internas e externas a elas. Para minimizar estes
efeitos e garantir a qualidade, os prestadores de serviço devem investir substancialmente
em treinamento e selecção de pessoal, para que como consequência seja verificada a
padronização em qualquer unidade daquela empresa, conquistando a clientela. Bom
atendimento sempre e em todo lugar.

d) Perecíveis

Os serviços não são estocáveis. Como exemplificou Kotler “Alguns médicos cobram
de seus pacientes o horário quando eles não comparecem à consulta marcada, porque o
valor do serviço existiu apenas naquele momento34” . Não se pode “guardar a lavagem

22
de um carro”, se o cliente não tiver a necessidade e ir até ao car wash, o serviço
simplesmente nunca existiu.

1.1.7. Classificação dos custos de qualidade nos serviços


Os custos sempre foram um aferro para qualquer entidade, com a qualidade não
poderia ser diferente. Desde de que os conceitos da qualidade começaram a difundir na
área de gestão, sempre foi necessário a busca pelo reforço pela possibilidade dum
aumento dos custos. Pois para se ter qualidade, há meramente a necessidade de custear
as suas estratégias que visem proporcionar a qualidade desejada sob um determinado
produto ou serviço. Um paradigma este que deu origem ao termo “qualidade custa
caro”.

Quanto aos tipos, os custos podem ser classificados em conformidade com a tabela 2:

Tabela 2: Resumo dos tipos de custos de qualidade

Tipos de custos de qualidade Exemplos em serviços

Custos de Prevenção Treinamento e desenvolvimento de pessoal

Custos de todas as atividades que visam Manutenção preventiva de equipamentos


impedir, preventivamente, os erros que de processo
ocorrerem.
Desenvolvimento de implantação de
auditorias do sistema de qualidade

Avaliação e desenvolvimento de
fornecedores

Desenvolvimento e Implantação de
auditorias do sistema de qualidade

Aferição de instrumentos de medição

Desenvolvimento de sistemas à prova de


falhas

Custos de Inspeção Inspeção e testes de material comprado

Custos de todas as atividades que visam Inspeção e testes ao longo do processo


verificar se erros ocorreram, depois de a
Inspeção e teste do resultado do serviço
atividade, serviço ou produto ter sido executado.
prestado

Operação de sistemas de controle de


processo

Sistema de avaliação da qualidade do

23
serviço pelo cliente

Custos de falhas internas Refazer de imediato um serviço mau


prestado
Custos de todas as atividades que visam lidar
com erros que ocorreram, e foram detectados Refugos e retrabalhos em bens do cliente
enquanto o cliente ou seu bem ainda estão na ou bens facilitadores
organização.
Compensações imediatas ao cliente por
falhas na prestação do serviço

Reorganizar processos e procedimentos


após a falha

Negócios perdidos enquanto corrigindo a


falha

Diagnóstico das causas das falhas

Custos com recuperação do cliente

Custos de falhas externas Garantia do serviço

Custos de todas as atividades que visam lidar Retrabalho e re-serviço


com erros que ocorreram e foram notados
Responsabilidades civis por falhas no
depois que os serviços foram prestados a o
serviço prestado
cliente ou o bem já deixou organização.
Gerenciamento de reclamações

Perda de fidelidade do cliente, afetando


futuros negócios

Testemunho desfavorável do cliente


insatisfeito a outros clientes potenciais

Fonte: (Corrêa et al)35

1.8. Relação entre gestão de custos e a qualidade dos serviços

No sector privado e público, para se ter conhecimento em relação a gestão de


custos, há necessidade duma compreensão e/ou interpretação das Demonstrações
financeiras, sendo as mais relevantes o Balanço Patrimonial (posição financeira) e a
Demonstração do Resultado do Exercício.25 As perdas não se confundem com as
despesas, tão pouco com custos.26 Não se trata de sacrifício para obtenção de bens ou
serviços.

24
A gestão de custos compreende todos os gastos e investimentos necessários para
que uma determinada entidade realize suas atividades e produza34. Com base no
raciocínio do autor, dá a entender que a gestão de custos pode servir de diretrizes no
planeamento estratégico duma determinada firma. A gestão de custos feita de maneira
eficiente contribui para a boa saúde financeira da empresa.

Sobretudo, a gestão de custos pode influenciar positivamente para o


funcionamento das empresas ou organizações quando devidamente aplicada ou quando
aplicada de forma eficiente, podendo assim gerar inúmeros benefícios para as
instituições, mas quando aplicada de forma incorreta pode gerar inúmeras consequências
negativas sobre as empresas ou organizações.

1.9. Objetivos da gestão de custos

Os custos estão presentes em todos os momentos das nossas vidas, sendo que
quase todos os bens necessários ao consumo ou o seu uso têm sempre um custo por se
pagar, oque não difere muito das empresas, que também carecem de fazer aquisição de
recursos para realizar suas atividades, tais recursos também têm os seus custos.

A gestão de custos é uma ferramenta estratégica de grande importância que


objetiva o auxílio a administração na geração de informações necessárias e flexíveis para
a tomada de decisões.34 Da mesma maneira que a contabilidade é um grande sistema de
identificação, registro, mensuração de actos e factos de uma organização, a gestão de
custos ajuda a analisar e interpretar tais actos e factos, com o objetivo de garantir a
sustentabilidade organizacional.40 a Gestão de custos ela objectiva facilitar os
administradores na tomada de decisão, afim de proporcionar informações precisas para o
tomador de decisão, pois também ajuda na planificação, organização, direcção e controlo
de todos os custos duma determinada instituição afim de garantir a sustentabilidade sobre
determinada organização ou empresa.

25
CAPÍTULO III: OPÇÃO METODOLÓGICA

Neste capítulo serão apresentados os procedimentos metodológico, que foram


aplicadas para a presente pesquisa. Sendo que a metodologia é entendida como sendo o
conjunto das atividades sistemáticas e racionais que, com maior segurança e economia, permite
alcançar o objetivo, conhecimento validos e verdadeiros, traçando o caminho a ser seguido,
detetando erros e auxiliando as decisões do cientista .18

2.1. Desenho e tipo de estudo


2.1.1. Quanto a abordagem
A pesquisa é de natureza qualitativa. uma vez que se preocupa em compreender e
interpretar a opinião e as expectativas dos entrevistados sem no entanto quantifica-las.
Pois, a pesquisa Qualitativa é qualquer tipo de pesquisa que produza resultados não
alcançados através de procedimentos estatísticos ou de outro meio de quantificação. 16, 21 a
presente pesquisa não visou o alcance dos seus resultados por meios estatísticos como o
basilar, na medida em que os dados vão sendo colhidos, analisados e interpretados.

2.1.2. Quanto aos objetivos


A pesquisa é do tipo descritiva, pois busca observar, registar, analisar, classificar e
interpretar os factos de seu escopo sem interferir nos resultados. Além disso, visa expor
as características da população em estudo, identificando-se possíveis relações entre as
principais variáveis. As pesquisas descritivas “visam descrever as características de
determinada população ou fenómeno ou o estabelecimento de relações entre variáveis.
Envolve o uso de técnicas padronizadas de colecta de dados: entrevista e observação
sistemática. Assume, em geral, a forma de levantamento”13.

2.1.3. Quanto aos procedimentos técnicos


A presente pesquisa caracteriza-se como um estudo de campo., uma vez que
objectiva obter de informações ou conhecimentos a respeito dum problema, pelo qual
procura-se uma solução ou, ainda, gerar a descoberta de novos fenómenos ou entender as
relações entre eles.18
O estudo de campo consiste na observação de factos fenomenológicos tal como
ocorrem fluentemente, na colecta de informações a eles alusivos e na documentação de
variáveis que se presumem relevantes, para serem analisados.17 A escolha deste
procedimento permitiu com que o autor observe factos ou fenômenos que ocorrem no

26
local de estudo por meio de colecta de dados que posteriormente foram analisados e
interpretados esses dados colhidos, na base duma fundamentação teórica.

2.2. Universo
A população ou universo da pesquisa corresponde aos Hospitais Centrais de
Moçambique.

2.2.1. Amostra
Para o presente estudo, foi aplicada a amostra não probabilística por acessibilidade,
tendo sido optado o Hospital Central de Nampula. Desta forma, a amostra limitou-se à
um Hospital por ser o central da Cidade de Nampula, e ainda pelo facto de ser uma
instalação que mais se observam custos devido ao nível constante de atendimentos aos
utentes.

2.3. Participantes da pesquisa

A parte da população que realmente foi submetida para a concretização do estudo, é


de (08) funcionários vinculados às principais áreas de gestão de custos, correspondente a
100% do universo, nomeadamente:

 (2) Direção do HCN;


 (2) Departamento de Planificação-controlo de execução e Controlo de Gestão
(CDPCECG);
 (2) Direção de Administração e Finanças (DAF);
 (2) Repartição de Contabilidade (RC).

A escolha destes participantes foi devido ao facto de que toda a informação e


estratégia em matéria da gestão de custos são produzidas nos sectores destes
participantes, no que diz respeito a execução dessas estratégias produzidas.

2.4. Técnicas e instrumentos de colecta de dados


Para a colecta de dados da pesquisa foi usada a entrevista semi-estruturada, por
ser uma técnica onde o pesquisador estabelece uma relação com o pesquisado, a
utilização desta técnica visa privilegiar a articulação de conhecimentos livres da

27
realidade20. Possibilitando que formule questões de diversas formas, tudo com a intuição
de tornar as respostas das entrevistas mais claras e objectivas, possíveis e promovidas
para a pesquisa.

2.5. Técnica de tratamento dos dados


Para o tratamento dos dados, foi utilizada a técnica de Análise de Conteúdo de
Laurence Bardin, que visa a validade dos resultados da pesquisa por meio de uma
coerência interna e sistemática das fases de:22
1) Pré-análise;
2) Exploração do material, categorização ou codificação;
3) Tratamento dos resultados, inferências e interpretação.
Após organização dos dados em categorias e subcategorias, produziram-se
diferentes grelhas que facilitaram a leitura dos dados de forma vertical, isto é, uma leitura
dos dados mediante as respostas de cada sujeito.

2.6. Pré-Teste
O Pré-Teste, consistiu em testar os instrumentos da pesquisa sobre a amostra,
antes de ser aplicado definitivamente, a fim de evitar que a pesquisa chegasse a um
resultado não apropriado, permitindo que se corrigissem quaisquer inadequações caso
fosse observada alguma inconsistência, com o intuito final de torná-los mais adequados,
garantindo o êxito na colecta dos dados.

O Pré-Teste foi aplicado por duas vezes, tendo em vista o seu aprimoramento e o
aumento de sua adequabilidade.

2.7. Considerações éticas e legais


Como forma de preservar os direitos dos participantes da pesquisa, isto é, a fonte de
informação, bem como a da instituição em estudo, o investigador optou por manter suas
identidades em sigilo. Após a aceitação da realização da investigação, o investigador ira
mantê-los cientes sobre a temática da investigação, quanto ao processo de investigação e
quanto à finalidade do estudo.
 Solicitou uma autorização antecipada para a realização da pesquisa;
 Respeitou e garantiu os direitos de todos participantes na presente pesquisa;
28
 Protegeu os participantes de qualquer dano ou prejuízo;
 Mantéu informado os participantes sobre os resultados apurados na investigação;
 Mantéu o sigilo das informações obtidas;
 Não manipulou quaisquer informações fornecida pelos participantes.

Antes da realização da pesquisa, foi feito o pedido de autorização a Direcção do


HCN para a realização do estudo por meio de uma credencial emitida pela Universidade
Lúrio.

Os gestores envolvidos no estudo, antes assinaram um termo de consentimento


livre informado para manutenção e garantia do sigilo da identidade dos participantes,
respeitando-lhes o direito a privacidade e resguardando que estas informações partilhadas
serviriam apenas para fins de publicações científicas.

Os participantes foram devidamente esclarecidos sobre o objectivo do estudo e


ainda foram esclarecidos que estariam livres de desistir do estudo a qualquer instante, se
eventualmente não se sentissem confortáveis em continuar a entrevista, preservando em
todos momentos os métodos não invasivos na recolha dos das informações. Os objectivos
e o contexto do estudo foram explicados detalhadamente aos entrevistados e todos os
indivíduos elegíveis ao estudo foram convidados a participar no estudo e a sua inclusão
foi mediante a assunção de uma posição de gestão (estritamente relacionada aos custos) e
aceitação em participar no estudo através de consentimento escrito

29
CAPÍTULO IV: APRESENTAÇÃO, ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS
RESULTADOS

Neste capítulo é apresentada a análise e discussão dos resultados, colhidos dos


participantes da pesquisa do HCN, que depois de apresentadas, passam por analisess e
interpretadas através dum guião de entrevista dirigido aos mesmos, a fim de se apurar
resultados sobre o contributo da gestão de custos hospitalares para a melhoria da
qualidade dos serviços prestados pelos hospitais públicos.

3.1. Breve apresentação do HCN

O Hospital Central de Nampula também conhecida pela sigla HCN, é o hospital


central ou também denominado o Hospital provincial, está localizada na Cidade de
Nampula O Hospital Central de Nampula, localiza-se na Avenida Samora Machel
Numero 1061 C.P 14 Cidade de Nampula, próximo do estabelecimento comercial
Shoprite. Esta com o horário de funcionamento de 24/24h. tendo como chefias o Director
do Hospital, Director Clinico, Administrador, Director de Serviços, com influencias na
cidade de Nampula, Niassa e na província de Cabo Delgado.

Missão

É missão do HCN é de garantir a atenção assistencial de 4 nível de alta qualidade


a nossa população da província e de referência, e aumentar gradualmente acessibilidade
da mesma, nos sectores sociais mais desenvolvidos. Prestar formações pré e pós-
graduação de qualidade a todos profissionais e estudante de ciências de saúde que
realizam a sua formação no Hospital central de Nampula, assim como dar formação
continua adequado aos profissionais do hospital central de Nampula para melhor
desempenho das suas funções. Desenvolver uma cultura de qualidade científica, e da
pesquisa entre os nossos profissionais, fomentando as intervenções baseadas em
evidencia científica e desenvolvimento de guias de actuação e protocolos clínicos de
trabalho em cuidados de enfermagem.

Visão

O Hospital Central de Nampula, consolida se como um centro sanitário público de


excelência do hospital modelo de gestão dentro da rede dos hospitais do sistema nacional
de saúde de Moçambique.

30
Valores

 Atenção humanizada aos nossos pacientes e seus familiares;


 Promover relação de respeito, cordialidade entre os próprios trabalhadores e
desenvolvimento de formação adequada de Recursos Humanos em todos os
níveis;
 Compromisso com o Sistema nacional de Saúde em melhorar o desempenho
atingir os objectivos preconizados;
 Atenção de saúde baseada na evidência científica, actividades clínicas e de
enfermagem baseadas em protocolos clínicos assumidos pelos profissionais.

3.2. Apresentação dos dados

Numa fase inicial foram analisadas, classificadas e agrupadas as respostas dos


participantes em conformidade com o seu grau de proximidade e segundo o género que
exprimem significâncias importantes aos objectivos. Os participantes da pesquisa foram
codificados pela sigla (G). Sendo: G1 – Director do HCN, G2 –Director Administrativo
do HCN, G3- Chefe do Departamento de Planificação-Controlo de Execução e Gestão;
G4 – Técnico Administrativo do Departamento de Planificação-Controlo de Execução e
Gestão; G5- Chefe da DAF; G6 – Técnico administrativo da DAF; G7 – Chefe da RC;
G8 – Técnico Administrativo da RC.

3.2.1. Características demográficas dos participantes

Nesta pesquisa participaram um total de oito funcionários do HCN, que


correspondem a 100% do Universo. Caracterizados por Cargo, Gênero, faixa etária,
Nível.

São os participantes da presente pesquisa, 8 Gestores que representam 100% dos


entrevistados, sendo 3 do sexo masculino que corresponde a 37,5% e 5 do sexo feminino
que compreende 62,5%. Destes, 8 participantes correspondente a 100% estão na faixa
etária entre 32 a 44 anos, na qual 8 dos mesmos participantes, correspondentes a 100%
têm o nível acadêmico superior. Conforme é apresentado na tabela 03.

31
Tabela 3: Características demográficas dos participantes

Total dos %
Variável Respondente Respostas
respondentes
Dir.do
G2, G5 2 25%
HCN
Cargos G1, G8 DPO 2 25%
G3, G4 DAF 2 25%
G6, G7 RC 2 25%
G2, G5, G8 Masculino 3 37,5%
Gênero G1, G3, G4, G6,
Feminino 5 62,5%
G7
Faixa G1, G2, G3, G4, 31 á 52
8 100%
etária G5, G6, G7, G8 anos
Nível G1, G2, G3, G4,
Superior 8 100%
acadêmico G5, G6, G7, G8

De acordo com a tabela 3, observa-se que os participantes estão distribuídos em


cargos de Dir.do HCN 2 participantes, correspondentes a 25%, DPO 2 participantes,
correspondentes a 25%, DAF 2 participantes, correspondentes a 25%, e por fim, RC 2
participantes correspondentes a 25%, que ambos perfazem 100% dos 8 participantes no
total. Ainda nota-se na tabela 3 que a pesquisa contou maioritariamente com participantes
do Gênero feminino equivalentes a 62,5% em relação ao gênero masculino
correspondente a 37,5%, dos quais ambos encontram-se na faixa etária entre os 31 a 52
anos de idade, e por fim verifica-se que tosos os participantes têm o nível superior.

Dando a possibilidade de perceber que participaram no estudo Gestores jovens e


adultos, entidades estas com capacidades de fornecer dados fiáveis sobre o contributo da
gestão de custos hospitalares para a melhoria da qualidade dos serviços prestados pelos
hospitais públicos, tratando-se exclusivamente do HCN.

3.3. Custos Hospitalares

Nesta subcategoria, o autor pretendia saber dos participantes, se já ouviram falar


dos custos Hospitalares, buscou também explorar o nível de percepção dos custos
hospitalares e o seu contributo na melhoria da qualidade dos serviços. Pelo que, 100%
dos participantes alegaram já ter ouvido falar dos custos Hospitalares, conforme é
ilustrado na tabela 4.

32
Tabela 4: Noções sobre Custos Hospitalares
Total dos %
Variável Respondente Respostas
respondentes

Noções Sim
sobre os G1, G2, G3, G4, G5, Já ouvi falar
8 100%
Custos G6, G7, G8 dos custos
Hospitalares Hospitalares

Conforme se pode observar na tabela 4, todos os participantes afirmaram já ter


ouvido falar dos custos hospitalares, o que implica que as respostas proporcionadas pelos
participantes da pesquisa possam em algum momento ser consideradas como respostas
fidedignas, pois ambos possuem noções sobre os custos Hospitalares, pelo que, puderam
dar o seu ponto de vista com relação aos custos hospitalares conforme é apresentado na
tabela 5.

Tabela 5: Respostas dos participantes sobre o conceito dos custos Hospitalares


Total dos %
Variável Respondente Respostas
respondentes
Custos “Custos Hospitalares,
Hospitalares são despesas que os
hospitais realizam
G2 durante um tempo de 1 12,5%
sua execução ou do seu
funcionamento,
podendo eles ser
directos e indirectos”.
“Custos hospitalares
são conjunto de
despesas que o hospital
G5, G8 realiza em determinado 2 25%
tempo de sua execução
na prestação de
serviços aos utentes.”
G1, G3, “Custos hospitalares 2 25%
são os valores
desembolsáveis ou que
incidem sobre os
insumos (recursos
consumidos) num

33
determinado período
de tempo pelos
hospitais para adquirir
ou na utilização de
bens ou fornecer
serviços, num
determinado espaço de
tempo”
“Custos hospitalares
são a colecta,
organização e
comparação de dados,
G4, G6, G7, 3 37,5%
sobre todos os valores
investidos na entrega/
prestação de serviços
aos pacientes”

Com base nos dados apresentados na tabela 5, observa-se que os participantes em


alguns momentos concordam com os conceitos, tratando-se do caso G5 e G8; G1 e G3;
G4, G6 e G7.

Pelo que, de custos pode-se entender que são os sacrifícios de recursos (matéria
prima, mão-de-obra, energia elétrica, entre outros), necessários para a fabricação de um
produto ou execução dum serviço.36 Nessa onda de raciocínio, submete-nos a reflexão
que, então os custos Hospitalares eles diferenciam-se dos Gastos, pois os Gastos
compreendem os sacrifícios financeiros com que a entidade arca para a obtenção de um
produto ou serviço, sacrifício este representado por entrega ou promessa de entrega de
activos geralmente financeiros37. Este conceito abarca tudo quanto diz respeito a
aquisições de bens ou serviços. Assim sendo, é imperioso distinguir os custos dos gastos,
pois os gastos incidem diretamente sobre os bens e serviços auferidos na aquisição de
outros bens e/ou serviços, quanto que gastos são as despesas que as entidades arcam na
obtenção dum determinado bem ou serviço também denominado por Activo.

3.3.1. Custos Hospitalares e qualidade dos serviços prestados


Nesta subcategoria, o autor pretendia saber dos participantes, acerca dos
contributos dos custos Hospitalares na melhoria da qualidade dos serviços. Pelo que, de

34
acordo com as respostas dos participantes, G2 e G8 correspondente a 25% afirmaram que
“para melhorar a qualidade dos serviços prestados pelo HCN, os custos directos como
são inevitáveis esses são os principais custos a serem conotados, pois incide diretamente
sobre os serviços prestados pelo HCN na medida em que por exemplo mantemos
motivados os nossos quadros a trabalhar, e fornecemos todos os materiais necessários
para que o seu trabalho seja realizado com excelência aos utentes.” ainda acresceram
que “Os custos indirectos também ajudam na melhoria da qualidade dos serviços, na
medida em que mantemos eles sempre na ordem corecta e para o devido efeito, como o
caso da higienização dos quartos, salas, entre outros”. Para G1, G3 e G4 correspondente
a 37,5%, afirmaram que “Os custos Hospitalares podem de certa forma melhorar a
qualidade dos serviços prestados, na medida em que forem executados de forma
racional”, Com isso, a redução dos custos em saúde deve ser de feita de forma planeada e
coerente de modo a não afetar a qualidade dos serviços prestados pelos hospitais. 37
enquanto que G5, G6 e G7, correspondente a 37,5%, concordam ambos que “não há
sombras de duvidas que os custos hospitalares ajudam na melhoria da qualidade dos
serviços prestados pelo HCN, na medida em que é efectuada uma boa Gestão dos
mesmos, pois eles podem garantir a existência continua de diversos factores de produção
relevantes no atendimento aos utentes e na execução de tarefas diversas”. Sobre tudo os
hospitais têm o compromisso de manter bons níveis de serviços e oferecer qualidade
devido a sua responsabilidade social.37
Por tanto, dá a entender que tanto os custos directos e indirectos são de grande
importância na melhoria da qualidade dos serviços prestados pelo HCN, pois os custos
directos incidem sobre a mão-de-obra directa e em outros activos que influenciam
directamente na produção ou entrega dos serviços aos utentes, quanto que os custos
indirectos também incidem inidirectamente sobre os serviços prestados pelo HCN, mas
cujo o seu impacto é de extrema importância para a satisfação dos utentes, pois é
impossível fornecer atendimento aos utentes se não houver a aquisição de material para
tal, o pagamento para os fornecedores, a preparação da comida, a limpeza dos quartos na
qual serão atendidos.

3.3.2. O processo de gestão de custos hospitalares no HCN

Nesta categoria, o autor pretendia explorar e entender dos participantes sobre


como é feita o processo da gestão de custos hospitalares no HCN, pelo que, as respostas

35
foram categorizadas conforme os seus níveis de proximidade na qual é apresentado na
tabela 6.

Tabela 6: Resposta dos participantes sobre o processo da gestão de custos no HCN


Total dos %
Variável Respondente Respostas
respondentes
O processo “A gestão de custos
de gestão de Hospitalres é feita com
base na planificação
custos
anual do HCN, onde lá
hospitalares existem diversas
rubricas, e agestao de
custos vai sendo
realizada de acordo
com as necessidades
G1, G6, G8 3 37,5%
que forem se fazer
sentir nos diversos
sectores. Pois os
sectores manifestam a
sua necessidade de
material e por sua vez
a UGEA, baseada em
normas gere e executa
a aquisição referido
dum material”
“A gestão de custos
Hospitalres em
particular o HCN, é
feita da seguinte
maneira:
Os custos
denominados
G2 operacionais ou 1 12,5%
tambem directos, estes
a sua gestão é
avaliada após a
obtenção dos factores
e após o seu consumo.
Como por exemplo: o
consumo de agua, gás
de cozinha e luz ”
G3, G4, G5, “A gestão de custos 4 50%
G7 hospitalares no HCN,
é feita de forma directa
ou seja, após
manifestada uma
determinada
necessidade em um

36
determinado sector, a
UGEA atende de
imediato caso exija
disponibilidade para
tal, devido a natureza
do serviço que os
hospitais prestam ”

Com base na tabela anterior, pode se perceber que, a Gestão dos custos
hospitalares no HCN, eles são analisados antes e após a sua execução, e compete
maioritariamente a repartição da UGEA e RC o gerenciamento dos custos para que então
as planifique e execute na medida em que se forem fazer sentir. Na percepção do Neto e
Yoshitaque (1998), O processo de gestão de custos na estrutura organizacional insere-se
no próprio processo de racionalização burocrática, enquanto substituição consciente dos
motivos de uma ação por motivos outros socialmente aceitáveis. 38 Ainda para estas
autorias, o processo de gestão de custos obedece as etapas como pesquisas internas ou
externas dos custos, objetivos e metas por se alcançar, planeamento, execução dos custos
e avaliação dos custos após a sua realização ou execução. Importa realçar que pelo facto
do HCN ser uma entidade publica, as suas actividades elas são reguladas por leis, pelo
que, não é diferente com os processos de gestão de custos, pois esta atividade é regulada
pelo Decreto lei 14/2020 de 23 de Dezembro (lei do SISTAFE).

3.3.3. O contributo da gestão de custos Hospitalares para a melhoria da qualidade


dos serviços prestados pelo HCN
Nesta subcategoria o autor tencionava colher a partir dos participantes da pesquisa
sobre o contributo da gestão de custos para a melhoria da qualidade dos serviços
prestados pelo HCN, e se é possível minimizar os custos mantendo ou melhorando a
qualidade dos serviços prestados, e como? Pelo que, as respostas foram categorizadas em
conformidade com o seu grau de proximidade e mensurados na tabela 7.

Tabela 7: Resposta dos participantes sobre o contributo da gestão dos custos hospitalares
para a melhoria da qualidade dos serviços prestados pelo HCN
Total dos %
Variável Respondente Respostas
respondentes

37
“A gestão dos custos
hospitalares fazem
parte do
funcionamento desta
G1 unidade hospitalar, 1 12,5%
pois sem os custos não
será possível o
funcionamento das
unidades sanitárias. ”
“a gestão de custos
hospitalares ajuda-nos
a ter o conhecimento e
controlo de todos os
custos praticados pelo
hospital, ajuda-nos a
manter e/ou aumentos
G2, G3, G6 dos insumos ou 3 37,5%
factores de produção,
garante o
abastecimento
O continuo de material
contributo para que os serviços
sejam feitos ou
da gestão de executados ”
custos “A gestão de custos
hospitalares contribui
Hospitalares muito na melhoria dos
para a serviços prestados,
pois uma péssima
melhoria da gestão dos custos faz
qualidade com que os materiais
não sejam suficientes
dos serviços G4, G5 2 25%
para realização de
prestados tarefas ou serviços,
enquanto que uma boa
gestão de custos,
permite que os
serviços sejam
entregues com boa
qualidade ”

“O contributo da
gestão de custos
hospitalares para a
melhoria de qualidade
na ajuda de definição
de metas e monitoria 2
G7,G8
da saúde financeira
dos hospitais, permite 25%
fazer mais com menos
e, o abastecimento
continuo e atempado
de material”

De acordo com os dados apresentados na tabela 7, pode se perceber que, de facto


a gestão de custos Hospitalares contribui para a melhoria de qualidade dos serviços

38
prestados pelo HCN, sendo que este é uma ferramenta que auxilia o gestor na sua toma de
decisão. A gestão de custos hospitalares fornece informações credíveis aos tomadores de
decisão, fazendo com que eles tomem decisões mais assertivas sobre aquisições ou
continuidade de abastecimentos de factores de produção que consequentemente
culminem ou visem proporcionar uma boa qualidade de serviços prestados pelo HCN,
oque vai em conformidade com o autor Abbas (2001), no qual afirma que a gestão de
custos é de grande importância para os gestores, uma vez que lhes fornece as informações
necessárias que auxiliam o controle e as tomadas de decisões. 1 Beuren (1993), acresce
que a gestão de custos visa a busca pelo desenvolvimento técnico e procedimentos que
atendam às expectativas ou necessidades dos seus usuários, assim fornecendo
informações relevantes ou crediveis sobre o comportamento dos custos naquela
organização.
Ainda, 100% dos participantes correspondente a 8 respondentes, acresceram que é
possível minimizar os custos mantendo a qualidade ou melhorando a qualidade dos
serviços prestados. G3 acresce que “embora possível, não é fácil minimizar os custos
neste Hospital isso por causa da dimensão da instalação e pela natureza dos trabalhos
desempenhados, pois em alguns momentos a redução dos custos pode culminar com a
redução da qualidade”. Sobre tudo, 100% dos participantes alegaram que quanto aos
critérios que podem ser usados para a minimização dos custos são: “reduzir o
fornecimento de material nos diversos departamentos ou enfermarias, evitando alocação
dos materiais sem necessidades, ter um plano de distribuição eficaz, Automatização dos
processos, terceirização de serviços, simplificar e padronizar os processos
administrativos, substituir equipamentos antigos, avaliar os fornecedores
periodicamente”. Na visão de Silva (2016), Uma forma de aumentar a qualidade
reduzindo os custos é através da melhoria do trabalho. 39 com isso, pode se entender que
pode-se reduzir os trabalhos extras relevantes por falta de mão-de-obra, equipamentos
precários, engenharia deficiente e falta de planeamento, por meio da melhoria destes
recursos, e também pode arrumar mais produção e venda, na substituição dos esforços
improdutivo em trabalhos produtivos.

3.3.4. Relação existente entre a gestão de custos hospitalares e qualidade dos serviços
prestados

Nesta subcategoria, o autor pretendia perceber dos participantes se existe alguma


relação entre a gestão dos custos Hospitalares com a qualidade dos serviços prestados, e
39
buscou entender qual seriam essas possíveis relações. Pelo que, 8 dos participantes
correspondentes a 100% afirmaram haver a relação entre a gestão de custos hospitalares
com a qualidade dos serviços prestados no HCN, conforme é ilustrado na tabela 8.
Tabela 8: Resposta dos participantes sobre a existência da relação entre a gestão de
custos Hospitalares com a melhoria de qualidade dos serviços prestados.

Respondent Total dos


Variável Respostas
e respondentes %

Relação “Sim existe


entre a uma relação
gestão de G1, G2, G3, entre a Gestão
custos de custos
hospitalare G4, G5, G6, Hospitalares 8 100%
se G7, G8 com a
qualidade qualidade dos
dos serviços serviços
prestados prestados”

Com base na tabela acima, observa-se que de facto existe uma relação entre a Gestão de
custos Hospitalares com a qualidade dos serviços prestados, pois ainda todos os 8
participantes G1, G2, G3, G4, G5, G6, G7, G8, alegaram que “A relação consiste num
laço interdependente, pois uma boa gestão de custos pode culminar com várias
oportunidades do desenvolvimento do HCN e investimentos em mais factores de
produção ou mais tecnologias, criação de estabilidade financeira do HCN, pode gerar
inúmeros benefícios para o HCN, entre outros benefícios que podem culminar com
melhores qualidade no atendimento ou melhores serviços.” Ainda os participantes G1,
G2, G3, G4, G5, G6, G7, G8 acrescem que, “uma péssima gestão pode proporcionar o
contrário da boa gestão, pois os custos não serão controlados, criando assim
desestabilidade financeira do HCN, incapacidade de bons resultados operacionais, que
podem igualmente culminar com péssima qualidade dos serviços prestados pelo HCN”.
Enquanto que para Silva (2016), afirma que quanto a relação, a qualidade não se faz
apenas com tecnologia. Ela se faz com pessoas, sobretudo com pessoas capacitadas,
treinadas, lideradas, motivadas e plenamente conscientes de suas responsabilidades.39
sobre tudo, dá a entender que os colaboradores também são factores que possibilitam a
melhoria de qualidade, pois um quadro capaz, pode também proporcionar a melhoria de
qualidade dos serviços prestados pelo HCN. O dinheiro vem da redução de custos. As
melhorias são necessárias quando se procura maior produtividade ou menores custos. 39

40
3.3.5. Teste da consistência entre o processo de gestão de custos hospitalares
aplicados no HCN com os pressupostos subjacentes
Nesta subcategoria, o autor pretendia comparar o processo de gestão de custos
hospitalares aplicado no HCN com relação aos pressupostos subjacentes com vista a
testar a sua consistência.
De acordo com os dados obtidos na tabela 6, apurou-se que o processo de gestão dos
custos hospitalares no HCN, inicia por uma planificação, sendo que decorrer do processo,
os custos são analisados antes e por vezes após a sua execução (custos não previstos), e
compete maioritariamente a repartição da UGEA e RC, o gerenciamento dos custos para
que então as planifique e execute na medida em que se forem fazer sentir. Por outro lado,
na visão de Neto e Yoshitaque (1998), O processo de gestão de custos na estrutura
organizacional insere-se no próprio processo de racionalização burocrática, enquanto
substituição consciente dos motivos de uma ação por motivos outros socialmente
aceitáveis.38 Ainda para estas autorias, o processo de gestão de custos obedece as etapas
como pesquisas internas ou externas dos custos, objetivos e metas por se alcançar,
planeamento, execução dos custos e avaliação dos custos após a sua realização ou
execução.

3.4. Análise e discussão dos resultados

3.4.1. Processo de gestão de custos hospitalares do HCN;

Com o objetivo de “Descrever o processo de gestão de custos hospitalares do


HCN”, foi feita as seguintes questões: a) Já ouviu falar de custos Hospitalares? b) Na
sua opinião oque são custos Hospitalares? d) Como é feita a gestão de custos
Hospitalares no HCN?

Na primeira questão, 100% dos participantes afirmaram já ter ouvido falar sobre
os custos Hospitalares, pelo que afirmaram que os custos Hospitalares são os gastos
realizados referente aos recursos utilizados no âmbito da entrega dum serviço ou
manufactura dum determinado bem em Hospitais, enquanto que para Horngren et al,
definem os custos Hospitalres como sendo os sacrifícios de recursos (matéria prima, mão-
de-obra, energia elétrica, entre outros), necessários para a fabricação de um produto ou
execução dum serviço36, oque vai em conformidade com o definido pelos participantes da

41
pesquisa. De seguida, os participantes afirmaram que quanto ao processo da gestão de
custos Hospitalares no HCN, estes compreendem uma planificação, analise antes e após a
sua execução. Enquanto que na visão de Neto e Yoshitaque38 o processo de gestão de
custos obedece as etapas como pesquisas internas ou externas dos custos, objetivos e
metas por se alcançar, planeamento, execução dos custos e avaliação dos custos após a
sua realização ou execução. Processos esses que não são feitos na sua totalidade pelo
HCN.

3.4.2. O contributo da Gestão de custos Hospitalares para a melhoria da qualidade


dos serviços prestados pelo HCN

Com objectivo de “Verificar como a gestão de custos contribui para a melhoria


dos serviços prestados pelo HCN” foi feita a seguinte questão: Na sua opinião, quais são
os contributos da gestão de custos Hospitalares para a melhoria da qualidade dos
serviços prestados? Pela sua experiência, é possível minimizar custos e obter melhor
qualidade dos serviços prestados pelo HCN? Que critérios podem ser utilizados para a
minimização dos custos?

Pelo que, os participantes afirmaram que a gestão de custos hospitalares fornece


informações credíveis aos tomadores de decisão, fazendo com que eles tomem decisões
mais assertivas sobre aquisições ou continuidade de abastecimentos de factores de
produção que consequentemente culminem ou visem proporcionar uma boa qualidade de
serviços prestados pelo HCN, oque vai em conformidade com o autor Abbas (2001), no
qual afirma que a gestão de custos é de grande importância para os gestores, uma vez que
lhes fornece as informações necessárias que auxiliam o controle e as tomadas de
decisões.1 Beuren (1993), acresce que a gestão de custos visa a busca pelo
desenvolvimento técnico e procedimentos que atendam às expectativas ou necessidades
dos seus usuários, assim fornecendo informações relevantes ou crediveis sobre o
comportamento dos custos naquela organização.

Ainda, 100% dos participantes correspondente a 8 respondentes, acresceram que é


possível minimizar os custos mantendo a qualidade ou melhorando a qualidade dos
serviços prestados. G3 acresce que “embora possível, não é fácil minimizar os custos
neste Hospital isso por causa da dimensão da instalação e pela natureza dos trabalhos
desempenhados, pois em alguns momentos a redução dos custos pode culminar com a

42
redução da qualidade”. Sobre tudo, 100% dos participantes alegaram que quanto aos
critérios que podem ser usados para a minimização dos custos são: “reduzir o
fornecimento de material nos diversos departamentos ou enfermarias, evitando alocação
dos materiais sem necessidades, ter um plano de distribuição eficaz, Automatização dos
processos, terceirização de serviços, simplificar e padronizar os processos
administrativos, substituir equipamentos antigos, avaliar os fornecedores
periodicamente”. Na visão de Silva (2016), Uma forma de aumentar a qualidade
reduzindo os custos é através da melhoria do trabalho. 39 com isso, pode se entender que
pode-se reduzir os trabalhos extras relevantes por falta de mão-de-obra, equipamentos
problemáticos, tecnicas deficiente e falta de planeamento, por meio da melhoria destes
recursos.

3.4.3. Relação existente entre a Gestão de custos Hospitalares com a qualidade dos
serviços prestados no HCN
Com objetivo de “Identificar a relação existente entre a gestão custos hospitalares
e qualidade dos serviços prestados no HCN”, fez-se a seguinte questão: Na sua opinião,
existe alguma relação entre a Gestão de custos Hospitalares com a Qualidade dos
serviços prestados? Qual é?

Nesta questão, 100% dos participantes afirmaram haver uma relação “sim”, pois
ainda acresceram que “A relação consiste num laço interdependente, pois uma boa
gestão de custos pode culminar com várias oportunidades do desenvolvimento do HCN e
investimentos em mais factores de produção ou mais tecnologias, criação de estabilidade
financeira do HCN, pode gerar inúmeros benefícios para o HCN, entre outros benefícios
que podem culminar com melhor qualidade no atendimento ou melhores serviços.” Ainda
os participantes G1, G2, G3, G4, G5, G6, G7, G8 acrescem que, “uma péssima gestão
pode proporcionar o contrário da boa gestão, pois os custos não serão controlados,
criando assim desestabilidade financeira do HCN, incapacidade de bons resultados
operacionais, que podem igualmente culminar com péssima qualidade dos serviços
prestados pelo HCN”. Uma visão contraditória dada pelo Silva (2016), afirma que quanto
a relação, a qualidade não se faz apenas com tecnologia. Ela se faz sobretudo com
indivíduos capacitados, treinados, liderados, motivados e plenamente conscientes de suas
responsabilidades.39 No entanto, dá a entender que os colaboradores também são factores

43
que possibilitam a melhoria de qualidade, pois um quadro capaz, pode também
proporcionar a melhoria de qualidade dos serviços prestados pelo HCN.

3.4.4. Teste da consistência entre o processo de gestão de custos hospitalares


aplicados no HCN com os pressupostos subjacentes
Com o objectivo de “comparar o processo de gestão de custos hospitalares
aplicados no HCN com relação aos pressupostos subjacentes com vista a testar a sua
consistência”, o autor buscou trazer uma comparação entre as respostas dos participantes
e as literaturas. Pelo que, de acordo com os dados obtidos na tabela 6, apurou-se que o
processo de gestão dos custos hospitalares no HCN, passa por uma planificação, sendo
que, no decorrer do processo, os custos são analisados antes e por vezes após a sua
execução (custos não previstos), e compete maioritariamente a repartição da UGEA e
RC, o gerenciamento dos custos para que então as planifique e execute na medida em que
se forem fazer sentir. Por outra, sob o ponto de vista literário, o processo de gestão de
custos na estrutura organizacional insere-se no próprio processo de racionalização
burocrática, enquanto substituição consciente dos motivos de uma acção por motivos
outros socialmente aceitáveis.38 pois, ainda sob o ponto de vista empírico, o processo de
gestão de custos obedece as etapas como: a) pesquisas internas ou externas dos custos, b)
objetivos e metas por se alcançar, c) planeamento, d) execução dos custos e avaliação dos
custos após a sua realização ou execução.

44
Conclusão

O presente estudo, avaliou o contributo da gestão de custos hospitalares para a


melhoria da qualidade dos serviços prestados pelo Hospital Central de Nampula. Em que
numa primeira fase descreveu-se o processo de gestão de custos hospitalares do HCN,
onde observou-se que os custos passam por um processo de planificação, onde compete a
repartição da UGEA e RC planificar, gerir e executar os custos. Verificou-se também que
a gestão de custos é uma ferramenta de grande importância para o contributo na melhoria
da qualidade dos serviços das organizações, pois uma boa gestão de custos propicia
inúmeros benefícios na medida em que os custos vão sendo racionalizados com vista a
eliminar os desperdícios e efectuar a estratégia da contenção de custos sem que seja
afectada a qualidade dos serviços prestados pelos Hospitais.

De seguida a pesquisa objectivou verificar como a gestão de custos contribui para


a melhoria da qualidade dos serviços prestados pelo HCN, onde apurou-se que uma boa
gestão pode implicar no fornecimento de informações credíveis aos tomadores de
decisão, fazendo com que eles tomem decisões mais assertivas sobre aquisições ou
continuidade de abastecimentos de factores de produção que consequentemente
culminem ou visem proporcionar uma boa qualidade de serviços prestados pelo HCN.

No que tange a identificação da relação existente entre a gestão custos


hospitalares e qualidade dos serviços prestados no HCN, apurou-se que a relação consiste
num laço interdependente, pois uma boa gestão de custos pode culminar com várias
oportunidades do desenvolvimento do HCN e investimentos podendo assim gerar
inúmeros benefícios incluindo a melhoria da qualidade dos serviços.

Por fim, quanto a comparação do processo de gestão de custos hospitalares


aplicados no HCN com relação aos pressupostos subjacentes com vista a testar a sua
consistência, observou-se que o HCN embora siga os processos internos próprios para a
gestão dos seus custos, ela obedece os processos plasmados em literaturas em especial as
leis que regulem o seu exercícios pelo facto do HCN ser uma entidade publica, conforme
vem no Decreto lei 14/2020 de 23 de Dezembro (lei do SISTAFE), no seu artigo 2, em
que é realçado que Nenhuma despesa ou custo deve ser assumido, realizado ou ordenado,
sem que sendo legal, se encontre inscrito no Plano econômico social e Orçamento do
Estado. Pelo que, os processos compreendem pesquisas internas ou externas dos custos,

45
objetivos e metas por se alcançar, planeamento ou planificação, execução dos custos e
avaliação dos custos após a sua realização ou execução.

Sobre tudo, conota-se que a gestão de custos permite compreender quanto cada
produto ou serviço custa para o Hospital não só no âmbito dos serviços prestados, mas
sim no funcionamento como o seu todo. A qualidade não se faz apenas com os
investimentos das tecnologias, a qualidade pode ser feita por meio de pessoas, sobretudo,
pessoas bem capacitadas, com bom treinamento, lideradas, motivadas e plenamente
conscientes de suas responsabilidades como um profissional. Importa realçar que as
conclusões inferidas no HCN podem não ser os mesmas conclusões inferidas ou
encontradas em outro hospital público ou privado, devido a sua dimensão, pois a natureza
da gestão do sector público é limitada quanto ao do sector privado.

Sugestões
Com vista a ultrapassar as dificuldades achadas na presente pesquisa em torno do
contributo da gestão de custos Hospitalares para a melhoria da qualidade dos serviços
prestados pelo HCN, sugere-se:

 O HCN deve criar uma equipe interna ou Repartição de control de custos, com
vista a efectuar estudos contínuos sobre a gestão de custos no HCN, com vista a
minimizar os custos e maximizar sempre a qualidade dos serviços prestados;
 Os departamentos da UGEA e RC devem passar a documentar as matérias
relacionadas a gestão de custos do HCN, com vista a facilitar aos tomadores de
decisão

46
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49
APÊNDICES
APÊNDICE I: TERMO DE CONSENTIMENTO INFORMADO

O contributo da gestão de custos hospitalares para a melhoria da qualidade dos serviços


prestados pelos Hospitais Públicos. Um Estudo com Profissionais do Hospital Central de
Nampula.

Introdução

Bom dia/boa tarde, o meu nome é Abdul-Hallimo Juma Valigy, sou estudante do curso de
Administração e Gestão em Saúde da Universidade Lúrio, no âmbito da culminação do curso
pretendendo desenvolver uma pesquisa no âmbito de intervenção na área de Gestão
Hospitalar e futuramente a sua implementação no Hospital Central de Nampula, e
pretendendo envolver ao chefe adjunto do departamento de Administração e Finanças,
Contabilidade, Patrimônio, UGEA e outros técnicos auxiliares dos departamentos
anteriormente mencionados do Hospital central de Nampula.

O(A) senhor(a) foi um dos participantes seleccionados para fazer parte do estudo em questão.
Com vista a zelar pela ética de pesquisa, houve meramente a necessidade de pedirmos a sua
autorização e o seu consentimento da participação no estudo. Todas as informações e dados
fornecidos, serão mantidos em total sigilo, sendo apenas utilizadas somente para fins
acadêmicos. Igualmente, solicitamos autorização para secções fotográficas, gravação de
Áudios de modo com que as informações não possam ser perdidas no âmbito da investigação,
e também para servir de evidencias para a própria direcção da universidade, com vista a
garantir maior fiabilidade do estudo. A entrevista terá a duração de 30 minutos. Em casos de
inquietações, ou preocupações relacionadas com o estudo, ou se surgimento de qualquer
assunto por ser esclarecido, por favor, ligue para a autor da pesquisa Abdul-Hallimo Juma
Valigy pelo Contacto 873972038

Termos de aceitação
___________________________________________
Nome legível do participante
___________________________________________
Nome legível do Pesquisador
APÊNDICE II: GUIÃO DE ENTREVISTAS

Esta entrevista é parte de um estudo com objectivos académicos. A sua opinião é de


suma importância para a concretização da presente pesquisa. Todas as informações
serão utilizadas de maneira agrupada, não podendo sob a hipótese nenhuma ser
identificado o participante da pesquisa.

I. Dados demográficos dos participantes


a. Cargo
b. Gênero
c. Faixa etária
d. Nível acadêmico
II. O contributo da gestão de custos hospitalares para a melhoria da qualidade dos
serviços prestados pelos hospitais públicos
1. Já ouviu falar de custos Hospitalares?
2. Na sua opinião oque são custos Hospitalares?
3. Como é feita a gestão de custos Hospitalares no HCN?
4. Na sua opinião, como é que a gestão dos custos hospitalares pode melhorar a
qualidade dos serviços prestados pelo HCN?
5. Na sua opinião, quais são os contributos da gestão de custos Hospitalares para a
melhoria da qualidade dos serviços prestados?
6. Pela sua experiência, é possível minimizar custos e obter melhor qualidade dos
serviços prestados pelo HCN?
6.1. Como?
12. Que critérios podem ser utilizados para a minimização dos custos?
13. Na sua opinião, existe alguma relação entre a Gestão de custos Hospitalares com a
Qualidade dos serviços prestados?
13.1. Qual é?

Obrigada pela atenção!


ANEXOS
Ilustração 1: Localização do HCN

Fonte: Google Maps

Ilustração 2: Imagem do HCN

Fonte: Google

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