Você está na página 1de 4

Professor Victor Sales Pinheiro - Curso de Introdução Geral à Filosofia

Módulo I. Introdução
Aula 6. As formas literárias da Filosofia
(Danilo Marcondes; Irley Franco, A filosofia: o que é? Para que serve?)

0. Logos: pensamento, palavra e “texto escrito”


0.1. Filosofar
0.1.1. Pensar, refletir, questionar – amar, buscar a sabedoria
0.1.2. Estudar, ler textos de filósofos, dialogar com eles
0.1.3. Assistir a obras de artes (música Cravo bem temperado de Bach, Últimos
quartetos de cordas de Beethoven; Ópera, Teatro, Quadros, Arquitetura, Liturgia)
0.2. Oralidade (espontaneidade, informalidade, imediaticidade, performance, contexto
social e psicológico, elementos comunicacionais constitutivos e paralelos às palavras)
e escrita (reflexiva, lenta, formal, lógico-gramatical)
0.2.1. George Steiner, Heidegger (Fondo de Cultura Económica)
0.2.2. Benedito Nunes, ‘O fazer filosófico ou oralidade e escrita em filosofia’, in
Ensaios filosóficos, ed. Martins Fontes
0.3. Implicação forma expressiva (literária) e conteúdo intelectual
0.4. A teoria dos quatro discursos de Aristóteles (Olavo de Carvalho, Aristóteles em nova
perspectiva)
0.4.1. Poético (Poesia)
0.4.2. Retórico (Tratado, Ensaio, Carta, Confissão)
0.4.3. Dialético (Diálogo, Questão Disputada)
0.4.4. Lógico (Tratado)
0.5. Qual é o caso central da forma filosófica?
0.5.1. Oral ou escrita?
0.5.2. Se escrita, qual é o caso central de escrita filosófica? (Diálogo platônico)
0.5.3. Se oral, qual é o caso central da fala filosófica? (Diálogo intimo entre amigos)

1
1. Poesia
1.1. Forma originária de logos
1.1.1. Origem da linguagem: rito (música sagrada) e fórmula jurídica
1.1.2. Música e memória dos mitos
1.2. Filosofia como filha e rival da poesia
1.2.1. Antiga querela entre Poesia (Homero) e Filosofia (Platão)
1.2.2. A censura pedagógica, de forma e conteúdo moral, de Homero por Platão
(República)
1.3. A poesia “pensa” por imagens, não por conceitos
1.3.1. Alegoria e símbolo
1.4. Antiguidade
1.4.1. Pré-Socráticos - Parmênides, Xenófanes, Empédocles, Lucrécio
1.4.2. Tragediógrafos: Ésquilo e Sófocles
1.4.3. Platão: dramas, mitos, alegorias, ...
1.5. Cristandade: Dante e Shakespeare
1.6. Modernidade
1.6.1. Poetas metafísicos: John Donne
1.6.2. Goethe e Nietzsche (Zaratustra: libertar a palavra da universalidade do conceito)
1.7. Contemporaneidade
1.7.1. Romancistas: Herman Melville, Machado de Assis, Guimarães Rosa, Clarice
Lispector
1.7.2. Romances e contos policiais (mistério): Allan Poe, R. Chandler, C. Doyle, G.
Chesterton
1.7.3. Existencialistas: Sartre, Camus
1.7.4. T.S.Eliot
1.8. Questão hermenêutica
1.8.1. Martin Heidegger e a interpretação do “dizer poético essencial” pelo qual o ser
se revela e se oculta: Parmênides, Heráclito; Hölderlin, Rilke, Trakl
1.8.2. George Steiner (The poetry of thought – from hellenism to Cellan)
1.8.3. Benedito Nunes (Hermenêutica e Poesia – o pensamento poético)

2
2. Diálogo
2.1. A oralidade de Sócrates (que nada escreveu): diálogo direto com interlocutores
específicos
2.2. A escrita de Platão como imitação escrita do diálogo oral de Sócrates
2.2.1. Crítica à limitação da escrita
2.2.1.1. Fedro: produz esquecimento, confiança numa plataforma externa, não
assimilada e inscrita na alma, saber aparente, discurso morto, sem autor para
defender suas ideias
2.2.1.2. Carta VII: não escreveu sobre o mais importante, que não pode ser
reduzido à escrita; apenas a amizade filosófica, pautada no longo convívio
intelectual de discípulo e mestre permite o despertar filosófico (G. Steiner,
Lições dos mestres)
2.2.2. Drama poético
2.3. Expoentes: Cícero, Santo Agostinho, Galileu, George Berkley, David Hume, Leopardi

3. Tratado
3.1. Sofistas e o desenvolvimento inicial da prosa científica: retórica
3.2. Aristóteles: exposição sistemática e didática de conceitos logicamente encadeados
3.3. Modernidade: Descartes, Locke, Hume
3.4. Ideal científico: Dissertação e Tese acadêmica
3.5. Comentários (tradução, edição e história – articulação de temas, autores e períodos)
3.5.1. Porfírio sobre Plotino e Aristóteles
3.5.2. Aquino sobre Aristóteles
3.5.3. Heidegger sobre Platão e Nietzsche

4. Questão disputada
4.1. Pedagogia escolástica: conciliar a autoridade da tradição cristã e da filosofia clássica
4.2. Diálogo socrático em miniatura: refutar as objeções à tese defendida
4.3. Tomás de Aquino: Suma Teológica; Suma contra os Gentios

5. Carta
5.1. Diálogo ou confissão com um amigo distante: possibilidade de
5.2. Estilo informal, pessoal, natureza biográfica
5.3. Platão, Cícero, Santo Agostinho (São Paulo), Descartes

3
6. Confissão
6.1. Gênero fundado por Santo Agostinho: relato moral, sinceridade autobiográfica diante
de um interlocutor onisciente
6.2. Contexto cristão sacramental
6.3. Dimensão existencial: primeira pessoa do singular, “eu” (self) irredutível e
incomparável, diante de Deus
6.4. Autoexame socrático
6.5. Herdeiros: Descartes, Rousseau

7. Ensaio
7.1. Renascimento
7.1.1. Montaigne: subjetivismo, relativismo e ceticismo
7.1.2. Francis Bacon e David Hume
7.2. Exercício livre e despretensioso do pensamento, sem o rigor metodológico do tratado
científico
7.2.1. Valéry: dança
7.3. Dimensão aberta, policromática, fluída, flexível, inconclusivo
7.4. Herdeiros
7.4.1. Emerson
7.4.2. Adorno: fragmentos
7.5. Benedito Nunes e a sinóptica do fragmento (Ensaios filosóficos, ed. Martins Fontes)

8. Aforismo
8.1. Origem: máximas sapienciais, provérbios (Livros sapienciais da Bíblia
8.2. Linguagem oracular (“misteriosa”), lacônica, compacta, lacunar, densa
8.3. Tom incisivo, provocador
8.4. Unidade autônoma de sentido a ser “descoberto”: isolamento incomensurável
8.4.1. Interpretações inesgotáveis
8.5. Heráclito, Nieztsche
8.6. Wittgenstein
8.7. Adorno: fragmentação moral e alienação dos indivíduos (pós-modernismo)
8.8. Linguagem das redes sociais:, blog, post, twitter...
8.9. Slogan comercial e político

Você também pode gostar