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3.6. História: antiga, medieval, moderna e contemporânea
3.7. Estilos literários: diálogo, tratado, ensaio, poema, aforismo, confissão, carta
(Marcondes-Franco)
3.8. Filosofia e antifilosofia (Sciacca): relativismo sofístico (Platão), historicismo
(Strauss), gnosticismo (Voegelin), emotivismo (MacIntyre), ceticismo (Finnis)
3.9. Elogios da Filosofia: Apologia de Sócrates (Platão), Confissões (Agostinho),
Consolação da Filosofia (Boécio), Pensamentos (Pascal), Migalhas filosóficas
(Kierkegaard), Nascimento da tragédia (Nietzsche), Reflexões autobiográficas
(Voegelin)
4. O que é a Filosofia?
4.1. Pergunta socrática “o que é?” (origem da indagação filosófica)
4.1.1. Conceito nominal (mental) corresponde a uma essência real (objetiva,
idea, substância)?
4.2. Definição nominal ou essencial (Summa Philosophica, Questão 1, Artigo 1,
Objeção 1, p. 10 – SP, q.1, a.1, o.1)
4.2.1. Conceitos são representações mentais de construções culturais relativas?
(SP. Resp.)
4.2.2. Nós os descobrimos (objetivamente) ou criamos (subjetivamente)?
4.2.3. Existe uma natureza humana?
4.3. Conceito equívoco, unívoco ou analógico
4.3.1. John Finnis: método do caso central
4.3.2. Problema do pluralismo epistemológico (MacIntyre)
4.4. Definição clássica, etimológica, como caso central
4.4.1. Etimologia não é mero acidente histórico, mas a explicitação canônica de
uma experiência na sua forma originária (Pitágoras e Sócrates)
4.5. Dimensão moral (bem, belo) e intelectual (verdade)
4.5.1. Dialógica (amizade) e pedagógica (ensino)
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5. Análise da Questão 1, do Módulo 1, da Summa Philosophica, de Peter Kreeft
(St. Augustine´s Press, 2012):
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II. Contrário
Os três fundadores, e maiores filósofos, a definiram assim
(Comentário A: Argumento de autoridade, frágil)
III. Resposta
R.3. Mas os três fundadores convergiam nessa definição, logo não é uma invenção
particular de nenhum deles (mas os três, por serem os maiores, captaram a essência
da Filosofia)
(B. argumento frágil: eles poderiam convir por tradição, seguindo a autoridade
de Pitágoras)
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IV. Refutação das objeções
R.O.1. Nada impede que uma definição nominal (etimológica) coincida com a
definição real.
R.O.1.1. Democracia é um exemplo.
R.O.1.2. Todos os nomes, mesmo os de essências universais e imutáveis,
emergem em tempos particulares, contingentes e históricos.
R.O.1.3. O fato de a Filosofia Clássica (ateniense) ter se transformado em
esperteza universitária (oxfordiana) não significa que ela tenha mudado de
essência. Elas apenas morreu no caminho.
(C: quando se estabelece um caso central de um conceito qualquer, a partir
da sua mais perfeita instanciação histórica, alcança-se um critério
analógico pelo qual se avalia os casos periféricos)
(D: humor, ironia do autor)
R.O.2. O fato de se usar a palavra Filosofia com outras acepções não neutraliza o
seu significado original.
R.O.2.1.Provérbio Abusus non tollit usum.
R.O.2.2. Os fundadores não criaram “departamentos universitários”.
R.O.2.3. A forma dialógica, socrática ou escolástica, não é essencial, mas
efetiva e interessante (já que foi utilizada por dois dos fundadores, Sócrates
e Platão). Nada impede de renová-la e nada exige dispensá-la, embora ela
não garanta que se torne um platonista.
R.O.3. A primazia do método científico não pode ser verificada pelo próprio
método científico, logo esta afirmativa é autocontraditória.
R.O.3.1. Se os clássicos substituíram ciência pela Filosofia, os modernos
fazem o contrário, considerando que ambas têm o mesmo fim, mas com
métodos diferentes, sendo o da Ciência mais apto para conhecer entes
(coisas) físicas, empíricas e quantificáveis.
R.O.3.2. Os modernos consideram o método científico empírico o único
válido (o caso central da epistemologia).
R.O.3.3. Essa é posição do Positivismo Lógico de A. Ayer, em Language,
Truth and Logic.
R.O.3.4. Mesmo as ciências contemporâneas, com exceção da
Matemática, acreditam que nenhuma ideia é absolutamente certa ou
definitiva, mas apenas provável, verificável ou falseável (E: cf. Popper).
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R.O.4. A Filosofia, de fato, almeja o mais alto grau de sabedoria.
R.O.4.1. Conhecimento das causas últimas
R.O.4.2. Conhecimento não apenas de fatos (objetivos, científicos), mas
conhecimento moral de valores, virtudes, bens, direitos e deveres.
R.O.4.3. Conhecimento de entes invisíveis (supraempíricos,
suprassensíveis, inteligíveis), como Deus, liberdade, imortalidade e self.
R.O.4.4. A questão se o fim é alto demais, e portanto inalcançável, já é
filosófica, pressupondo determinada Filosofia (F. caso central, critério de
julgamento).
R.O.4.5. Apenas um materialista (G: que nega a existência de Deus, da
alma e da liberdade) ou um cínico (H. que desenha de valores tradicionais
como da verdade, da bondade e da beleza) a consideram um ideal
inatingível. (I. Nesse sentido, materialismo e cinismo são antifilosofias,
tanto quanto a metafísica é considerada antifilosofia pelo empirismo)
R.O.4.6. Não é verdade que os verdadeiros amantes da sabedoria tornaram-
se céticos desiludidos, tanto quanto (analogicamente) nem todos os
homens que cortejaram belas mulheres permaneceram solteirões.
R.O.5. Filosofia não é ciência do amor, é a ação de amar (loving).
R.O.6. A Filosofia é pessoal, mas a verdade não é apenas opinião subjetiva.
R.O.6.1. A Filosofia não é fácil, mas é possível.
R.O.6.2. A Filosofia não é estéril, porque pensa o ente, não o pensamento
(sobre o ente) (idealismo “cavernoso”). (J. Gilson: Os filósofos falam da
realidade, enquanto os professores de Filosofia falam dos filósofos)
R.O.7. Religião pergunta muitas questões iguais à Filosofia, mas seu método de
resposta é diferente: fé, confiança, escrituras, profetas, místicos, experiência
religiosa (litúrgica), tradição, autoridade, e não apenas razão.
R.O.7.1. Religião é religação com Deus, na definição ocidental, e isso
inclui uma dimensão sapiencial (H: cf. livros sapienciais do Antigo
Testamento)
R.O.7.2. Mas ela é mais do que sabedoria, por ser uma reação
essencialmente pessoal, de amor com Deus.
R.O.7.3. E é menos do que sabedoria, por depender da fé.