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Com respeito ao verbete filosofia encontramos 4 problemas: I- com relação ao termo; II-
com relação às origens da filosofia; III- com relação à sua significação e IV- com relação à divisão
da filosofia.
I- O termo. O termo filosofia significa “amor à sabedoria” e, sobre essa definição, encontramos
os primeiros vestígios em Heródoto, Tucídides e Heráclito. O primeiro a se denominar filósofo foi
Pitágoras (Cícero, Diógenes e Jâmblico) e a explicação do termo “filósofo” em Pitágoras parece ter
sido dada por Heráclides Pôntico.
Uma primeira definição surgiu quando “filosofar” foi entendido como estudar teoricamente
a realidade e, sendo assim, sábios, sofistas, historiadores, físicos e fisiólogos foram denominados
filósofos pois, como disseram Platão e Aristóteles, todos eram homens sapientes. Vemos nos gregos
antigos uma tendência à unidade do saber e daí surge a “filosofia como busca da sabedoria por si
mesma” que resulta numa explicação racionalizada do mundo.
Deve-se entender, entretanto, que os significados expostos não são os únicos sendo que
filosofia também poderia designar outras coisas (Anne M. Malingrey) como: eloquência ou moral
prática (Isócrates), contemplação do cosmos e método de investigação científica (Aristóteles), vida
em comunidade (Epicuro) e outras mais encontradas em Fílon de Alexandria, Clemente de
Alexandria, os estoicos e os cristãos (filosofia como realidade cristã e filósofo como o cristão
perfeito ou até Cristo).
II- A origem. A filosofia se inicia mesclada com mitologia ou cosmogonia (Hesíodo e Ferécides)
e há uma no método que é descritivo nos teólogos e racional nos filósofos. Uma outra questão
aparece. Alguns dizem que a filosofia só poderia surgir entre os gregos; outros afirmam influências
orientais no pensamento grego e outros dizem que China e Índia mostraram especulações que
deveriam ser chamadas filosóficas. Seja qual for a origem, a filosofia amadurece na Grécia.
III – A significação. As definições são variadas, mas permanece o fato de que nos vários
sistemas, a mesma é o primeiro de seus problemas (Simmel). De modo semelhante, Josef Pieper
mostra como perguntar “O que é a física?” não é uma pergunta da ciência física, mas perguntar “O
que é filosofia?” é uma pergunta filosófica. Cada resposta dada a esse problema é parcial, mas
necessária. Portanto, a exposição dessas definições pode ser considerada o conjunto das
perspectivas a partir das quais a filosofia foi vista. Devemos também lembrar que a unidade da
filosofia se manifesta através de sua diversidade.
Vemos que a filosofia apresenta condição dupla: por um lado, a filosofia manifesta um
interesse universal, enfatiza a superioridade da razão, destaca a importância da teoria, não quer dar
nada por suposto, quer identificar-se com o puro saber e com o que será chamado de ciência,
apresenta-se como uma série de proposições; por outro revela escassa atenção pela diversidade dos
fatos, inclina-se a uma intuição do ser de índole às vezes mais mística que discursiva, assinala o
caráter fundamental da virtude e do comportamento, é decididamente crítica, está submersa em todo
tipo de suposições, destaca o afã da salvação, apresenta-se como atitude humana. (cita os sofistas,
os pitagóricos, os jônios, Aristóteles e Platão)