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Ficha 6

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Talvez, até agora, poucos o tenham feito de forma tão explícita como Mark
Zuckerberg. O líder do Facebook mostrou, no passado mês de outubro, num vídeo de
mais de uma hora, qual era a sua visão para o futuro: “A próxima plataforma será ainda
mais imersiva, uma internet incorporada em que tu és a experiência, não olhando apenas
5 para ela, e chamámos a isso o metaverso. Irás conseguir fazer quase tudo o que puderes
imaginar, estar com amigos e família, trabalhar, aprender, jogar, comprar e criar.” Para
mostrar que esta é mesmo uma aposta séria, o criador da maior rede social do mundo
anunciou também a mudança do nome da empresa que fundou, passando de Facebook
para Meta. O termo escolhido por Zuckerberg para este novo mundo foi usado pela
1 primeira vez há 30 anos no livro de ficção científica Snow Crash, de Neal Stephenson.
0 Nessa narrativa, […] as pessoas refugiavam-se no metaverso, bastando para isso colocar
óculos de realidade virtual para entrarem num universo paralelo e digital em que tinham os
seus avatares em forma 3D.
“O conceito que aí é apresentado tem muitas semelhanças com o significado que
atualmente se associa a este termo”, observa Luís Gonzaga Magalhães, professor no
1 Departamento de Sistemas de Informação da Universidade do Minho […].
5 […] A ideia de termos uma existência num universo paralelo não é nova. “Já houve
várias tentativas de criação de universos digitais paralelos, começando pelo Second Life
da Linden Lab lançado em 2003”, recorda Paulo Dias, professor do Departamento de
Eletrónica, Telecomunicações e Informática da Universidade de Aveiro. A diferença […] é
que “enquanto as tentativas
2 anteriores eram pouco imersivas (já
0 que o utilizador interagia com o
mundo através do rato e do teclado
à semelhança do que se faz em
jogos na primeira pessoa), estas
tentativas mais recentes são mais
2 imersivas através da utilização de
5 tecnologia de realidade virtual e
aumentada”. Além disso, o Second
Life era outra vida, uma segunda vida. O que nos propõem agora é uma única vida, em
que as dimensões físicas e virtuais existem ao mesmo tempo.
Mark Zuckerberg acredita que a atual internet móvel – que nos permite estar ligados
3 em todo o lado – será substituída pelo metaverso, que possibilitará termos a sensação de
0 presença quando e onde quisermos. […] Caso a visão de Zuckerberg e de outras grandes
tecnológicas se concretize, poderemos chegar a um ponto em que os monitores de
computadores, teclados e ratos se tornarão obsoletos, dando lugar a wearables como
óculos, luvas ou pulseiras com sensores que replicarão os nossos movimentos reais num
mundo virtual. […]
3 O admirável mundo novo que mistura virtual com real está aí à porta. E, mais tarde ou
5 mais cedo, poderemos ser confrontados com a opção entre o comprimido azul – da
alienação, simulação e escape – ou o vermelho, que nos mantém conscientes da
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realidade. Serão essas escolhas dos criadores e dos utilizadores de tecnologia mais
imersiva que poderão ditar se viveremos numa realidade enriquecida por oásis virtuais ou
se a continuação da abolição de limites entre os dois universos nos conduzirá a um
4 deserto do real.
0 Rui Barroso, in Visão, n.º 1506, 13 a 19 de janeiro de 2022, pp. 30-39 (texto com supressões)

1. A referência a Mark Zuckerberg (linha 1)


(A) destaca o interesse que esta inovação tecnológica tem evidenciado.
(B) decorre das críticas de que o Facebook tem sido alvo recentemente.
(C) relaciona-se com a importância crescente da rede social a que preside.
(D) tem como objetivo mostrar o cansaço da sociedade face às redes sociais.

2. No contexto em que ocorre, o vocábulo “imersiva” (linha 3) significa que


(A) os indivíduos viverão constantemente num mundo virtual.
(B) a utilização da Internet implica a aquisição de novos equipamentos.
(C) a interação entre o indivíduo e a plataforma será absoluta.
(D) será impossível distinguir o mundo real do mundo virtual.

3. A mudança do nome da empresa de Mark Zuckerberg


(A) é uma estratégia de marketing para evitar que o Facebook seja multado.
(B) relaciona-se com o reposicionamento da empresa perante a realidade do metaverso.
(C) foi pensada como forma de atrair investidores para acrescentar valor à rede social.
(D) impede a empresa de ser alvo de processos judiciais e de fugir aos impostos.

4. A referência à obra Snow Crash, de Neal Stephenson (linha 10),


(A) tem como objetivo explicar a utilização do vocábulo “metaverso”.
(B) é um argumento para justificar o interesse pelo mundo virtual.
(C) é uma proposta para que o leitor se interesse pela leitura da obra.
(D) tem como objetivo manter o leitor interessado no Facebook.

5. Relativamente ao primeiro parágrafo, o segundo parágrafo


(A) submete o conceito de imersão virtual à ideia de realidade física.
(B) demonstra a inutilidade do metaverso enquanto imersão virtual.
(C) explica a novidade do conceito que é apresentado previamente.
(D) faz uma síntese da perspetiva histórica do conceito de imersão virtual.
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6. Através do segmento “as tentativas anteriores eram pouco imersivas” (linhas 20 e 21), o autor
(A) sustenta a ideia de que o metaverso, no início, era mais seguro.
(B) mostra as vantagens do mundo virtual, quando surgiu, em 2003.
(C) expõe as limitações que os mundos virtuais apresentavam, antigamente.
(D) critica a incapacidade de o mundo físico se adaptar ao mundo virtual.

7. A perspetiva de que os computadores e os seus periféricos se poderão tornar obsoletos


(A) justifica-se pela crescente evolução tecnológica dos equipamentos informáticos.
(B) decorre da evolução do conceito de metaverso e das suas implicações tecnológicas.
(C) implica a necessidade de atualização dos computadores para aceder às redes sociais.
(D) fundamenta a ideia de que se deve adquirir um computador o mais evoluído possível.

8. O último parágrafo do texto


(A) argumenta contra a permanência exclusiva no mundo físico.
(B) alerta para os perigos do exagero da imersão virtual contínua.
(C) combate a noção do desprezo presente pelo metaverso.
(D) implica a ideia de uma escolha que terá de ser feita em breve.
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Ficha 6
1. (A);

2. (C);

3. (B);

4. (A);

5. (D);

6. (C);

7. (B);

8. (D).

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