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Resenha

Nome: Antonio V F pinto RA:238370

Viveiros De Castro, Eduardo. Os Involuntários da Pátria: Elogio do subdesenvolvimento,

“Questões indígenas: ecologia, terra e saberes ameríndios”, que aconteceu no Teatro Maria

Matos, em Lisboa, no dia 5 de maio de 2017. Outra versão deste texto foi apresentada durante

o ato Abril Indígena, na Cinelândia, no Rio de Janeiro, em 20 de abril de 2016.

O autor Eduardo Viveiros De Castro grande antropólogo brasileiro internacionalmente

conhecido e reconhecido por seus trabalhos com povos ameríndios, com maior experiência na

Amazônia, professor titular e Doutor em Antropologia Social pela UFRJ, lecionou também

em importantes universidades fora do Brasil como na universidade de Chicago e em

Cambridge. O texto do autor que é base para esta resenha engloba diversos assuntos

referentes aos povos nativos do brasil, no sentido de povos originários, primeiro é exposto

a visão, que segundo o autor é errada, de que nós que nos consideramos brasileiros

temos dos termos índio e indígena, na visão do autor e de certa forma é sim uma verdade

nós que não nos identificamos como um povo, uma etnia temos a ideia que a palavra índio

deriva da palavra indígena, o fato é que as duas palavras não se relacionam, sendo índio

um termo usado pelos europeus ao chegarem em terras tupiniquim com a ideia de que

haviam chegado a Índia, desde lá para cá o termo vem sendo usado para generalizar os

povos que aqui habitam no sentido de que todos são uma só etnia ou povo, já o termo

indígena remete á uma coisa muito mais profunda e autor deixa bem claro essa diferença

com o sentido correto da palavra, de que indígena é aquele que carrega o significado

“gerado dentro da terra que lhe é própria, originário da terra em que vive” ou seja os que lá

estão e sempre estiveram. Depois de explicitado o que são os povos indígenas ele demonstra
como os brancos ou todos aqueles não originários, se tornaram no sentido literal da palavra

inimigos, com a objetificação dos indígenas que simplesmente por existirem e viverem em um

mundo totalmente diferente, não pior, mas diferente, sendo colocados como objetos que aos

olhos europeus lhes dando a ideia de que precisavam mudar, para um dia alcançarem status

de cidadão, assim negando a eles a própria existência, com um poder unificado da sociedade

que agora ali estava reivindicando tudo aquilo que não os pertencia e não os pertence, os

indígenas descobriram que agora haviam sido forçados a se reconhecerem como uma

generalização e unificação denominada índio, para que os indígenas agora índios fossem

desindianizados mais facilmente, hoje no entanto essa generalização os confere mais

possibilidade de lutar pelas causas não só como índios mais de povos indígenas.

Essa união forçada que lhes deu a força, força que se faz necessária na luta contra o “inimigo”

que agora vem na forma do Estado brasileiro, e como o autor aponta, os índios são os

primeiros indígenas do brasil e também os primeiros a não se reconhecerem no estado

brasileiro, o estado sempre tentou desindianizar o brasil, os que tem o poder sempre

acreditaram que o destino dos índios era desaparecer, e autor mostra isso mostrando que

para o estado tenta mostrar que esse fim criado por eles seria inevitável e que o quanto mais

rápido melhor seria, e fizeram o possível e o abominável para tanto, recursos odiosos como

genocídio e ao meu ver a escravização, foram utilizados e ainda são atualmente, entre outras

maneiras de negar-lhes a própria existência, cristianizando os vestindo e negando e proibindo

que usassem a própria língua e tentando cortar a relação primordial com a terra, tudo isso no

pretexto de torna-los cidadãos, mas que tem a intenção única de implementar um sistema

capitalista que possibilite a capitação das terras e da ideia de riqueza que o capitalismo trás

que é o total oposto da ideia dos povos originários, e para alcançar esse objetivo nas palavras

autor explica que é preciso transformar um índio em pobre, e para chegar ao índio pobre

existem etapas a serem seguidas, a primeira coisa é descaracteriza-lo tirando a identidade

étnica e o transformando na generalização do índio depois em índio administrado aquele que


agora faz parte do sistema mais ainda se identifica índio, depois em índio assistido aquele que

no meu entendimento passa a ter assistência para que o índio seja aos poucos

descaracterizado e por fim o índio sem terra que agora já não se caracteriza como tal aos olhos

do sistema e se vê totalmente renegado de sua existência e raízes, no entanto se vê num limbo

em que não se encaixa como um cidadão branco e já não pode se chamar de índio, e como

base para esses ideais tem-se a ideia de que se tem mais índios terá menos brancos e visse e

versa, no entanto é fato que para o sistema quanto mais branco melhor, eles tentam empurrar

a ideia de que se deixou de ser índio não poderá voltar a ser, mas como o autor demonstra em

seu texto com referências de etnias reivindicaram suas raízes e tornaram a ser índios

revivendo suas culturas outrora reprimidas, demonstrando que é possível existir e fazer parte

dos sistema no sentido de defender os ideais e suas culturas como indígenas sem precisar se

descaracterizar.

O autor também expõe a ideia de que o índio não quer alcançar ou se transformar em alguém

o índio luta para poder ser o que é e continuar diferente de nós, quer o respeito e o

reconhecimento de sua existência.

E por fim concluindo o texto aborda muitos temas importantíssimos mas o que fica e é preciso

entender por agora e que precisamos ver o índio como minoria não como uma classe social, já

que para eles não existe classe social ou algum timo de hierarquia monetária ou algo do tipo,

não são eles que precisam se adaptar a nós e sim nós a eles, e cabe á nos que temos o poder,

infelizmente usurpado, os brancos, ajuda-los e protege-los é preciso entender que a riqueza

deles é a terra que habitam a terra a qual eles pertencem não com a ideia de que são inúteis

ou que são terras desperdiçadas mas entender que essas terras nunca foram nossas e que

ainda há muito a progredir na caminhada para a tentativa de redenção que é impossível de ser

alcançada mas que deve ser perseguida e tentar ao máximo dar as condições de serem que

são e preservar esta riqueza cultural, o texto exibe as ideias do autor de modo a entender
perfeitamente como se deu todo o processo da transformação forçada dos involuntários da

pátria.

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