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“Questões indígenas: ecologia, terra e saberes ameríndios”, que aconteceu no Teatro Maria
Matos, em Lisboa, no dia 5 de maio de 2017. Outra versão deste texto foi apresentada durante
conhecido e reconhecido por seus trabalhos com povos ameríndios, com maior experiência na
Amazônia, professor titular e Doutor em Antropologia Social pela UFRJ, lecionou também
Cambridge. O texto do autor que é base para esta resenha engloba diversos assuntos
referentes aos povos nativos do brasil, no sentido de povos originários, primeiro é exposto
a visão, que segundo o autor é errada, de que nós que nos consideramos brasileiros
temos dos termos índio e indígena, na visão do autor e de certa forma é sim uma verdade
nós que não nos identificamos como um povo, uma etnia temos a ideia que a palavra índio
deriva da palavra indígena, o fato é que as duas palavras não se relacionam, sendo índio
um termo usado pelos europeus ao chegarem em terras tupiniquim com a ideia de que
haviam chegado a Índia, desde lá para cá o termo vem sendo usado para generalizar os
povos que aqui habitam no sentido de que todos são uma só etnia ou povo, já o termo
indígena remete á uma coisa muito mais profunda e autor deixa bem claro essa diferença
com o sentido correto da palavra, de que indígena é aquele que carrega o significado
“gerado dentro da terra que lhe é própria, originário da terra em que vive” ou seja os que lá
estão e sempre estiveram. Depois de explicitado o que são os povos indígenas ele demonstra
como os brancos ou todos aqueles não originários, se tornaram no sentido literal da palavra
inimigos, com a objetificação dos indígenas que simplesmente por existirem e viverem em um
mundo totalmente diferente, não pior, mas diferente, sendo colocados como objetos que aos
olhos europeus lhes dando a ideia de que precisavam mudar, para um dia alcançarem status
de cidadão, assim negando a eles a própria existência, com um poder unificado da sociedade
que agora ali estava reivindicando tudo aquilo que não os pertencia e não os pertence, os
indígenas descobriram que agora haviam sido forçados a se reconhecerem como uma
generalização e unificação denominada índio, para que os indígenas agora índios fossem
possibilidade de lutar pelas causas não só como índios mais de povos indígenas.
Essa união forçada que lhes deu a força, força que se faz necessária na luta contra o “inimigo”
que agora vem na forma do Estado brasileiro, e como o autor aponta, os índios são os
brasileiro, o estado sempre tentou desindianizar o brasil, os que tem o poder sempre
acreditaram que o destino dos índios era desaparecer, e autor mostra isso mostrando que
para o estado tenta mostrar que esse fim criado por eles seria inevitável e que o quanto mais
rápido melhor seria, e fizeram o possível e o abominável para tanto, recursos odiosos como
genocídio e ao meu ver a escravização, foram utilizados e ainda são atualmente, entre outras
que usassem a própria língua e tentando cortar a relação primordial com a terra, tudo isso no
pretexto de torna-los cidadãos, mas que tem a intenção única de implementar um sistema
capitalista que possibilite a capitação das terras e da ideia de riqueza que o capitalismo trás
que é o total oposto da ideia dos povos originários, e para alcançar esse objetivo nas palavras
autor explica que é preciso transformar um índio em pobre, e para chegar ao índio pobre
no meu entendimento passa a ter assistência para que o índio seja aos poucos
descaracterizado e por fim o índio sem terra que agora já não se caracteriza como tal aos olhos
em que não se encaixa como um cidadão branco e já não pode se chamar de índio, e como
base para esses ideais tem-se a ideia de que se tem mais índios terá menos brancos e visse e
versa, no entanto é fato que para o sistema quanto mais branco melhor, eles tentam empurrar
a ideia de que se deixou de ser índio não poderá voltar a ser, mas como o autor demonstra em
seu texto com referências de etnias reivindicaram suas raízes e tornaram a ser índios
revivendo suas culturas outrora reprimidas, demonstrando que é possível existir e fazer parte
dos sistema no sentido de defender os ideais e suas culturas como indígenas sem precisar se
descaracterizar.
O autor também expõe a ideia de que o índio não quer alcançar ou se transformar em alguém
o índio luta para poder ser o que é e continuar diferente de nós, quer o respeito e o
E por fim concluindo o texto aborda muitos temas importantíssimos mas o que fica e é preciso
entender por agora e que precisamos ver o índio como minoria não como uma classe social, já
que para eles não existe classe social ou algum timo de hierarquia monetária ou algo do tipo,
não são eles que precisam se adaptar a nós e sim nós a eles, e cabe á nos que temos o poder,
deles é a terra que habitam a terra a qual eles pertencem não com a ideia de que são inúteis
ou que são terras desperdiçadas mas entender que essas terras nunca foram nossas e que
ainda há muito a progredir na caminhada para a tentativa de redenção que é impossível de ser
alcançada mas que deve ser perseguida e tentar ao máximo dar as condições de serem que
são e preservar esta riqueza cultural, o texto exibe as ideias do autor de modo a entender
perfeitamente como se deu todo o processo da transformação forçada dos involuntários da
pátria.