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Saúde Indígena: Interculturalidade em Rede

Unidade 1
1) Como afirma Roy Wagner (2010), “é apenas por meio do contraste experienciado que sua própria cultura se
torna ‘visível’”. No texto Sonacirema (1956), Horace Minner descreve práticas, sobretudo voltadas ao corpo, de
um povo que “vive no território que se estende entre os Cree, do Canadá, aos Yaqui e Tarahumara, do México, e
aos Caribe e Aruque, das Antilhas”. Em determinado trecho do texto, ele apresenta informações sobre o
Latipsoh. Uma leitura atenta evidenciará que Minner está se referindo a uma instituição de saúde bastante
comum ao sistema médico ocidental. Você já descobriu o que é o Latipsoh? Selecione o trecho ao qual ele o
caracteriza:

Resposta:
d)“Crianças pequenas, cuja doutrinação é ainda incompleta, costumam resistir às tentativas de levá-los ao templo,
alegando que ‘é aonde você vai para morrer’. Apesar disso, os doentes adultos não apenas desejam, como ficam
ansiosos para submeter-se à prolongada purificação ritual, se possuem meios para tanto”.
2) Ao compararmos o ritual da menina moça realizado entre os Nambikwara e uma festa de debutantes
comumente realizada entre não indígenas brasileiros, ou diferentes tipos de intervenção corporal, como
depilação, cortar cabelo ou retirar cutícula, percebemos como todos nós lidamos com rituais que compõem o
universo de significados ao qual pertencemos. Nesse sentido, quando nos deparamos com comportamentos que
são incomuns ao que estamos acostumados ou mesmo situações que não conseguimos compreender, percebemos
que há diferentes modos de existir e pensar. Nesses casos, refletimos que é importante: (Você pode escolher mais
de uma alternativa).
Resposta:
b) Conversar com as pessoas que realizam essas práticas para compreender o sentido e a motivação de praticá-las.

3) Nesta unidade, vimos que a depender do lugar no qual estamos posicionados, nossa observação e nossa
percepção sobre um mesmo objeto pode ser diferente. Isso também ajuda a compreender o quanto nossa ideia da
realidade está condicionada pelos modelos e valores que aprendemos ao longo da vida. Em “A Conquista da
América: a questão do outro”, Todorov traz episódios emblemáticos sobre a chegada de Cristóvão Colombo em
território americano e as relações que ele estabeleceu com os povos nativos. Veja o trecho a seguir (adaptado):
Aqui está um episódio significativo, uma espécie de paródia do trabalho etnográfico:
tendo aprendido o vocabulário indígena “cacique”, [Cristóvão Colombo] não se
preocupa em saber o que significa na hierarquia dos índios, sua preocupação é em ver
a que palavra espanhola corresponde exatamente a palavra “cacique”, como se fosse
óbvio que os índios estabelecem as mesmas distinções que os espanhóis, como se o uso
espanhol não fosse uma convenção entre tantas, e sim o estado natural das coisas: Até
então, o Almirante não pudera compreender se esta palavra (cacique) significava rei
ou governador. Eles tinham também outra palavra para os grandes, que chamavam
nitayno, mas ele não sabia se designava um fidalgo, um governador ou um juiz
(Diário, 23.12.1992). Colombo não duvida nem por um segundo de que os índios, como
os espanhóis, distinguem entre fidalgo, governador, e juiz; sua curiosidade limita-se ao
exato equivalente indígena destes termos (TODOROV, 1982:18).
Sobre a visão de Colombo acerca de aspectos da vida nativa, escolha uma alternativa:
Resposta:
a) Colombo realizou uma correlação direta entre um termo indígena [cacique] e um termo espanhol, sem considerar o
significado do termo no contexto indígena em que ele é utilizado;
d)Pesquisar sobre as práticas que nos provocam estranhamento utilizando fontes confiáveis

Unidade 2:
4) Considerando as ideias apresentadas no texto abaixo, avalie as alternativas e escolha aquela que considera
incorreta:
De um lado, conhecemos um grupo do “eu”, o “nosso” grupo, que come igual, veste igual,
gosta de coisas parecidas, conhece problemas do mesmo tipo, acredita nos mesmos deuses,
casa igual, mora no mesmo estilo, distribui o poder da mesma forma, empresta à vida
significados em comum e procede, por muitas maneiras, semelhantemente. Aí, então, de
repente, nos deparamos com um “outro”, o grupo do “diferente” que, às vezes, nem sequer
faz coisas como as nossas ou quando as faz é de forma tal que não reconhecemos como
possíveis. E, mais grave ainda, este “outro” também sobrevive à sua maneira, gosta dela,
também está no mundo e, ainda que diferente, também existe (ROCHA, E. O que é
etnocentrismo? São Paulo: Editora Brasiliense, 1988:5).
Resposta:
c)Quando o autor afirma que o grupo do diferente “nem sequer faz coisas como as nossas”, ele está nos exortando à
necessidade de ensinar esse “outro” a agir de modo semelhante ao nosso, pois o modo como agimos é o único correto.
5) Desde o nosso nascimento somos inseridos em um emaranhado de relações e de processos de aprendizagem
que nos orientam sobre o modo como devemos lidar com o meio em que vivemos e com as pessoas com quem
convivemos. Nosso desenvolvimento está diretamente relacionado ao histórico e acúmulo de informações
produzidas e reproduzidas no grupo em que estamos inseridos. A esse processo damos o nome de:
Resposta:
b) Processo de socialização
6) Na unidade II, vimos a comparação realizada por Kroeber (apud Laraia, 2001:23), que destacou a diferença
entre o homem e o animal ao exemplificar, com o caso do bebê francês levado à China contrastado ao caso do
cachorrinho criado entre gatos, que um mesmo equipamento biológico, o humano, pode se adaptar e se
desenvolver de variadas maneiras. No caso do animal, ao contrário do humano, há um repertório de
possibilidades geneticamente estabelecido. Analisando o enunciado feito por Kroeber, podemos afirmar que:
Resposta:
b)Apesar de responder a algumas necessidades biológicas, como comer e dormir, o homem estaria “acima de suas
limitações orgânicas” e, por oferecer diferentes respostas ao meio, ele seria “predominantemente cultural”
Unidade 3:
7) No texto “Traduzir o outro: etnografia e semelhança”, Marco Antonio Gonçalves observa que a noção de
cultura/especificidade cultural só passou a fazer sentido à realidade da etnia Paresí quando surgiu um projeto de
construção de um museu indígena para esse povo. Antes disso, não se falava em cultura Paresí, simplesmente se
vivia à maneira Paresí. A partir desse fato, Gonçalves argumenta que:
Resposta:
b) Os Paresí não concebiam as atividades que realizavam em seu cotidiano, como festas, danças, alimentação e/ou
agricultura, entre outros, como parte do que entendemos como cultura, sendo esse conceito algo que era exterior à sua
realidade.
8)Como estratégia de sobrevivência aos diversos massacres aos quais foram submetidos os povos indígenas,
especialmente durante o processo de colonização, identidades indígenas foram sendo negadas ao longo de
décadas (Luciano, 2006). No artigo intitulado “No Brasil, todo mundo é índio, exceto quem não é”, Eduardo
Viveiros de Castro problematiza a questão da identidade indígena, apontando que, no senso comum e para o
Estado, parece ser mais aceitável “desvirar”, isto é, abdicar da autoafirmação de ser indígena, do que o
movimento de virar ou voltar a ser, ou se reafirmar indígena. Nesse sentido, discursos sobre o índio “verdadeiro”
e o índio “falso” vêm à tona e, em geral, estão baseados em imagens do que se acredita “ser indígena”,
aprisionadas ao passado ou estereotipadas. Sobre essa discussão, podemos afirmar:
( ) A ideia de índio genérico associada ao exotismo, ao uso de apetrechos ou à própria romantização do “bom
selvagem” ainda é largamente reproduzida na sociedade.
( ) A identidade indígena não é homogênea, portanto, não há como afirmar que determinado indígena seja
verdadeiro ou falso. Há uma diversidade de povos presentes no país.
( ) Por se diferenciarem dos não-indígenas, inclusive no que se refere a acesso a diretos, pode-se dizer que todos
os povos indígenas do Brasil são similares e compartilham dos mesmos costumes.
( ) Por ter sido o primeiro alvo do processo de colonização, houve uma gradativa negação da identidade e
substituição do modo de vida entre os indígenas da região Nordeste. Porém, eles têm recentemente reafirmado e
fortalecido suas identidades por meio de rituais, como a festa do Ouricuri ou o ritual Menino do Rancho.
Estão corretas somente as alternativas:
Resposta:
c) I, II e IV
9)Segundo o Censo de 2010, no Brasil há 305 etnias e são faladas 274 diferentes línguas indígenas. Essa
diversidade de etnias e línguas também abarca modos de vida, que, em geral, se adequam ao contexto e às
relações definidas coletivamente. Nesse sentido, podemos afirmar que:
Resposta:
a) Esses diferentes modos de vida estão relacionados aos estilos de habitação, às formas de sobrevivência, ao modo
como a aldeia e como as relações de parentesco e casamento estão organizadas e à história do grupo.
Unidade 4:
10) Assim como ocorre em qualquer sociedade, o modo como está estabelecida a organização social de um grupo,
que tem estreita relação com sua visão de mundo, produz uma série de classificações, definição de papéis e/ou
atividades entre seus membros. Por exemplo, em alguns contextos ocidentais, temos uma divisão etária bem
marcada, que vai desde a infância, passa pela pré-adolescência, adolescência, juventude, fase adulta, até chegar à
velhice. Essas classificações, bem como as de gênero ou parentesco, entre outras, podem variar de grupo para
grupo. Assim, pode-se afirmar que:
Resposta:
a) É importante conhecer as distinções estabelecidas com base na idade, sexo, posição em uma família e/ou posição
política de uma comunidade, pois elas podem interferir no processo de organização das ações de saúde.
11) São maneiras de evidenciar pertencimento, não pertencimento ou exclusão, e contribuem para
compreendermos as classificações produzidas nas relações entre grupos étnicos:
Resposta:
a) Processos identitários
12)Considere a hipótese da equipe de assistência à saúde chegar a uma aldeia para prestar atendimento e que
nela esteja ocorrendo a festa do Caxiri. Toda a comunidade está envolvida na ocasião. Nesse caso, as alternativas
encontradas pela equipe podem envolver inúmeras possibilidades. Marque o item que julgar adequado:
Resposta:
c) Conversar/negociar com as lideranças da comunidade sobre como poderia se dar o atendimento durante esse período

Unidade 5
13) Os povos indígenas têm o direito de participar na adoção de decisões em questões que afetem seus direitos,
vidas e destinos, através de representantes eleitos por eles, em conformidade com seus próprios procedimentos,
assim como manter e desenvolver suas próprias instituições de adoção de decisões” (Artigo 18, Declaração das
Nações Unidas sobre os Direitos dos Povos Indígenas). Pode-se interpretar que o artigo acima exposto se refere a
quais direitos dos povos indígenas?

Resposta:

a) Direito à participação e à autodeterminação

14) Quais atitudes podem contribuir para que a equipe conheça e estabeleça um bom vínculo em seu território de
atuação? Você pode escolher mais de uma opção:

Resposta:

b) Participar de refeições coletivas, quando possível


c) Participar de atividades coletivas na aldeia nas horas vagas
e) Aproximar-se e conversar com as pessoas da comunidade
f) Exercitar uma boa comunicação e explicar aos membros da comunidade as ações que serão realizadas naquele
território
g) Compreender as dinâmicas familiares e comunitárias por meio de observação e conversa com os moradores locais
h) Procurar aprender alguns vocábulos básicos como “bom dia”, “olá”, “tchau”, “tudo bem”, na língua local (quando for
o caso).
15)Antes da promulgação da Constituição de 1988, os povos indígenas eram alvo de políticas integracionistas,
cujo objetivo era torná-los trabalhadores nacionais, sem qualquer consideração aos seus modos de vida ou à sua
história. Com o processo da Constituinte, além do direito ao território, foram reconhecidas especificidades
socioculturais, como língua, organização social, costumes e tradições, dando-lhes liberdade para viverem
conforme acreditam. Essa mudança de perspectiva é resultado de uma significativa alteração da relação do
Estado com os povos indígenas, que passou a considerar:
Resposta:
a) A pluralidade étnica existente no país

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