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30/08/2021

REFORMA DA TRIBUTAÇÃO DO PATRIMÓNIO

Fernando Silva

ALCANCE:

Aprova o Código do Imposto Municipal sobre


Imóveis (CIMI);
Aprova o Código do Imposto Municipal sobre
Transmissões Onerosas de Imóveis (CIMT);
Altera profundamente o Código do Imposto do
Selo (CIS);
Altera os Códigos do IRS e do IRC;
Altera o Estatuto dos Benefícios Fiscais (EBF);
Altera o Código do Notariado (CN).

ALCANCE:

Revoga o Código da Contribuição Predial;


Revoga o Imposto sobre a Indústria Agrícola;
Revoga o Código da Contribuição Autárquica;
Revoga o Código do Imposto Municipal de Sisa;
Revoga o Código do Imposto sobre as
Sucessões e Doações.

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◦ Reforma de 1958-65:
 Cria o Imposto Municipal de SISA;
 Reformula o Imposto Sucessório.
◦ Reforma 1988-89:
 Introduz a Contribuição Autárquica em
substituição da Contribuição Predial

◦ Falência do anterior sistema de


tributação:
◦ Ao nível da Contribuição Autárquica:
 Método de determinação do valor
tributável completamente desajustado da
realidade atual
 Seria determinado com base no Código de
Avaliações, que nunca foi aprovado;
 Continuavam a aplicar-se as regras do Código
da Contribuição Predial e Imposto da Indústria
Agrícola, datado de 1963, mas com traços do
anterior Código datado de 1913.

 Conduzia a distribuição da carga fiscal inadequada


com o preceito constitucional, previsto no art. 104.º
da CRP:
“A tributação do património deve contribuir para a
igualdade entre os cidadãos”;

 Onerava as famílias mais jovens que adquiriam


prédios novos de elevado valor patrimonial;

 Desonerava as famílias com maior capacidade


contributiva, que habitavam prédios com elevado valor
de mercado, mas cuja inscrição matricial, sendo mais
antiga, registava valores reduzidos;

 Desequilíbrio intergeracional da carga tributária:


De acordo com as estatísticas, 50% dos prédios
proporcionavam 1,4% da receita do imposto,
enquanto 1% dos prédios geravam 30% da receita.

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◦ Ao nível da SISA:
 Sempre foi liquidado com base em matérias coletáveis
subavaliadas;
 Matéria coletável determinada com base no valor declarado
pelas partes:
 Conluio entre transmitentes e adquirentes de direitos de
propriedade e figuras parcelares desses direitos
 Declaravam valores inferiores e ambos viam diminuída a
sua carga fiscal:
 Compradores em SISA
 Vendedores, em Imposto sobre o rendimento (mais-
valias);

◦ Ao nível do ISSD:

Imposto extremamente complexo, de difícil


aplicação por parte das autoridades fiscais;
Pretendia tributar uma série de realidades,
tributando, na realidade, muito poucas
 Elevados níveis de evasão, devidos essencialmente
às elevadas taxas de imposto, que chegavam a
atingir os 50%

ESTABELECE UM REGIME TRANSITÓRIO QUE:


Fixa um prazo máximo para promover a avaliação
geral dos prédios urbanos;

Estabelece regras de atualização transitória dos valores


patrimoniais tributários (VPT), com soluções
diferenciadas para os prédios que estão arrendados e
para os que não estão;

Estabelece um regime de salvaguarda fixando o


aumento da coleta de IMI resultante da atualização do
valor dos prédios.

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ATUALIZAÇÃO DO VALOR PATRIMONIAL


TRIBUTÁRIO (ARTº16º)

Regra Geral:
O valor patrimonial tributário (VPT) é atualizado
com base em coeficientes de atualização monetária:
Entre 1 e 44,21 (Portaria 1337/2003, de 5/12)
Até ao ano de 1970, inclusive, é aplicado o
coeficiente que lhe corresponder nesse ano.
Trienalmente c/ base nos coeficientes de
desvalorização da moeda correspondentes ao ano
da última avaliação ou atualização (Artº 138 do
CIMI).
Nota: No caso de prédios urbanos habitacionais, terrenos
para construção e outros, aplica-se 75% desses coeficientes.

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AVALIAÇÃO GERAL
AVALIAÇÃO DE PRÉDIOS JÁ INSCRITOS NA MATRIZ
(ARTº 15)

 Este preceituado foi profundamente alterado pela


Lei nº 60-A/2011, de 30 de Novembro.

(nº 4) Avaliação geral dos prédios urbanos, será feita


no prazo máximo de 10 anos após a entrada em vigor
do CIMI (até 2013).

(nº 10) A avaliação geral aplica-se aos prédios


urbanos que em 1 de Dezembro de 2011 não tenham
sido avaliados nos termos do CIMI.

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AVALIAÇÃO DE PRÉDIOS JÁ INSCRITOS NA


MATRIZ (ARTº 15)
A Lei nº 60-A/2011, de 30 de Novembro (Avaliação
Geral) revogou os nºs 1 a 3 e 6 a 8 do Artº 15º do DL
287/2003, mas esta revogação apenas produz efeitos
a partir de 1 de Janeiro de 2012, pelo que, aos
prédios urbanos inscritos na matriz e objeto de
transmissão onerosa ou gratuita ocorrida até 31 de
Dezembro de 2011 aplica-se o disposto na legislação
anterior.
Na prática, a transmissão de imóveis ocorrida até esta
data carece da apresentação da declaração Mod.1.

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AVALIAÇÃO GERAL

Iniciativa do procedimento (Artº 15º-C)


 Cabe aos Serviços centrais da DGI (nº 1);

 As câmaras municipais enviam por via eletrónica aos


serviços de finanças da área de situação dos prédios
urbanos, nos 10 dias subsequentes à sua solicitação,
plantas de arquitetura das construções correspondentes
às telas finais aprovadas e fotocópia do alvará de
loteamento no caso de terrenos para construção (nº 2).

 Pode intervir o perito local em caso de necessidade (nº


5).

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AVALIAÇÃO GERAL

Valor patrimonial tributário (VPT) (Artº 15º-D)


 Determinado por avaliação direta, nos termos dos Artºs 38º e
seguintes do CIMI (nº 1);

 O valor base dos prédios (Vc), o coeficiente de localização (Cl)


e o coeficiente de vetustez são os vigentes à data de
30/Novembro/2011 (nº 2).

 Não é obrigatória a vistoria do prédio a avaliar (nº 3).

 Os VPT resultantes da avaliação geral entram em vigor:


- em 31/Dez/2012 para efeitos de IMI;
- aquando dos factos tributários nos restantes impostos (nº 4).

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AVALIAÇÃO GERAL

Valor patrimonial tributário (VPT) (Artº 15º-D)


 O VPT determinado pela AG não se aplica nos casos de:

 Inscrição de prédios novos e/ou omissos;


 Modificação dos limites (ampliação) de um prédio;
 Prédios melhorados ou outras alterações que determinem a
variação do VPT;
 Reclamação da matriz, nos termos da alínea a) do n.º 3 do
artigo 130.º do CIMI;
 Determinação do valor de venda dos bens penhorados (artigo
250.º do CPPT).

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AVALIAÇÃO GERAL

Segunda avaliação (Artº 15º-F)


 O sujeito passivo, a câmara ou o chefe de finanças podem
requerer a 2ª avaliação ao chefe de finanças da área do prédio
no prazo de 30 dias a partir da data da notificação ao sujeito
passivo (nºs 1 e 3);

 A 2ª avaliação é realizada por um perito avaliador


independente designado pela CNAPU e concluída no prazo de
60 dias após a entrada do pedido (nº 2);

 As despesas da 2ª avaliação ficam a cargo do SP se o valor por


ele contestado se mantiver ou aumentar, ou a cargo da
Câmara se o valor por ela contestado se mantiver ou reduzir
(nºs 4 e 5).

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AVALIAÇÃO GERAL

Prédios urbanos arrendados (Artº 15º-N, nº 1)


 Âmbito:
 prédios urbanos abrangidos pela AG, arrendados por contrato de
arrendamento para habitação celebrado antes da entrada em
vigor do Regime de Arrendamento Urbano (RAU - Decreto-Lei n.º
321-B/90, de 15 de Outubro);
 prédios urbanos abrangidos pela AG, arrendados por contrato de
arrendamento para fins não habitacionais celebrado antes da
entrada em vigor do Decreto-Lei n.º 257/95, de 30 de Setembro.

 O VPT para efeitos de IMI:


 não pode exceder o valor que resultar da capitalização da renda
anual pela aplicação do fator 15.

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AVALIAÇÃO DE PRÉDIOS OMISSOS NA MATRIZ (Nº 2 do


ARTº 32)

Aos prédios omissos cujo pedido para inscrição na


matriz seja apresentado a partir do dia seguinte ao
da publicação do presente diploma aplica-se o
regime de avaliações previsto no CIMI, sendo as
liquidações da contribuição autárquica respeitantes
aos anos anteriores ao de 2003 efetuadas com base
na taxa prevista na alínea c) do n.º 1 do artigo
112.º daquele Código fixada para aquele ano.

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