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Tribunais Superiores e seus problemas gerados pelo ativismo jurídico e o sistema de


precedentes no ordenamento jurídico brasileiro. 1

Aurélio Gabriel Macedo Gonzaga Santos2


Nathália Emanuelly Rodrigues de Carvalho Souza3
Me. Roberto Almeida 4

RESUMO

Palavras-chave:

1 INTRODUÇÃO

Os Tribunais Superiores têm a primordial função de examinar e interpretar as leis


para uma decisão final, conceituados como a terceira instância, cabe ressaltar que
formalmente não existe hierarquia no Poder Judiciário. Os Tribunais Superiores atuam em
causas de competência originária ou examinando decisões da primeira e segunda instância,
eles são: Supremo Tribunal Federal (STF), Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e Superior
Tribunal Militar (STM), Superior Tribunal de Justiça (STJ), Tribunal Superior do Trabalho
(TST) (ZUZA,2015).
A principal problemática gira em torno do ativismo judicial que rega as decisões
manipulativas, assim o Tribunal finda revisando e editando decisões onde dentro de sentenças
normativas, retiram normas que são incompatíveis com a CF e acabam redigindo uma norma
geral e vinculante, criando normas. Nas sentenças interpretativas, o Judiciário pronuncia uma
interpretação alinhada à Constituição, face a lei que tem mais de uma interpretação; nas
sentenças aditivas, é acrescentado uma presunção que não é prevista em lei; nas sentenças

1
2° Check do Paper apresentado à disciplina de Recursos do Processo Civil do Centro Universitário Unidade de
Ensino Superior Dom Bosco – UNDB.
2
Aluno do 5° Período do Curso de Direito da UNDB.
3
Aluna do 5° Período do Curso de Direito da UNDB.
4
Professor, Doutor, Orientador.
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substitutivas, é trocado parte de uma lei por outra, isso se dá em circunstâncias de


inconstitucionalidade parcial de uma norma (VOLANTE; NETO; BRUNO, 2022).
Cabe acrescentar e instigar a problemática trazendo a definição e associação do
sistema de precedentes, que é uma decisão judicial de um caso concreto que pode vir a
inspirar outros julgamentos similares. O motivo de uma decisão judicial se tornar um
precedente é a individualização de uma norma para a aplicação de casos similares que são
levados ao judiciário posterior (PASCHOAL; ANDREOTTI, 2018). Neste momento,
encontra-se a problemática do Tribunal exercer o ativismo judicial, onde se torna temeroso os
precedentes que podem surgir a partir de suas decisões judiciais. Pergunta-se até que ponto os
Tribunais Superiores praticando ativismo judicial abrem frestas prejudiciais ao Estado
Democrático de Direito e o uso errado dos precedentes pode causar danos ao direito
brasileiro?
Há um certo risco de haver uma potencialidade danosa ao Estado Democrático de
Direito no âmbito das decisões manipulativas por parte dos Tribunais Superiores, já que
nessas decisões está presente o ativismo judicial. Destarte, o ativismo judicial pode gerar um
comprometimento da legalidade vigente nas decisões, visto que dependerá da moralidade ou
vontade do intérprete (VOLANTE; NETO; BRUNO, 2022). Com isso, é cabível dizer que a
calibração da constitucionalidade das leis por meio das decisões manipulativas é feita por um
controle abstrato do intérprete, fator que pode causar grandes danos no Estado Democrático
de Direito.
É válido também ressaltar que o sistema de precedentes tem uma grande
importância no ordenamento jurídico. Entretanto, o sistema de precedentes modelado pelo
Código de Processo Civil de 2015 não é juridicamente perfeito, e passou a levantar
preocupações pontuais, em que poderia haver um possível “engessamento” do direito
brasileiro (LUIZ, 2018). Essa padronização gerada pelo sistema de precedentes ao invés de
representar um ponto de partida para o debate processual, acaba por representar uma espécie
de ponto final, em que chegará a um momento a discussão do caso se tornará desnecessária,
engessando então as decisões e por consequência, o direito brasileiro.
O escopo do presente trabalho consiste em analisar o ativismo judicial no âmbito
das decisões manipulativas por parte dos Tribunais Superiores, em que exercendo um papel de
legislador negativo somado com a problemática do ativismo judicial podem gerar sérios danos
ao Estado Democrático de Direito. Justifica-se então a apresentação desse trabalho como
forma de contribuir para uma mudança desse ativismo jurídico nas decisões manipulativas,
garantindo que o Estado Democrático de Direito não sofra potenciais danos.
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É reconhecida também a importância do sistema de precedentes, entretanto não da


forma que ele é utilizado, visto que caso não mude a sua forma de atuação de uma espécie de
ponto final para um ponto de partida, pode vir a gerar o engessamento do direito brasileiro.
Esse engessamento pode prejudicar em diversos casos de formas diferentes, visto que se fará
desnecessária a discussão deste. O trabalho então servirá como contribuição para que haja
uma mudança na forma de atuação do sistema de precedentes no sistema judiciário brasileiro.

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 Apresentar como o ativismo jurídico prejudica as decisões manipulativas e formas


para sanar esse vício.

O Ativismo Judicial é um fenômeno em que o Poder Judiciário adota uma postura


proativa e interfere de maneira regular e significativa em decisões judiciais, tomando como
parâmetro o senso de política, moral ou ideológica do intérprete (VOLANTE; NETO;
BRUNO, 2022). As decisões manipulativas são uma espécie de modalidade de decisões que
importam na interferência sobre o conteúdo normativo dos dispositivos legais fiscalizados, em
que são levadas em consideração uma interpretação variante da que originalmente se faz no
âmbito do sistema jurídico (VARGAS, 2011).
A importância das decisões manipulativas se dá em que no direito há uma
necessidade de um controle abstrato das normas que tornem elas mais efetivas, já que com
análises mais abstratas de uma sociedade complexa que vive se modificando, teremos uma
Constituição de forma mais completa, trazendo estabilidade, coerência e constitucionalidade
para as regras jurídicas vigentes (VOLANTE; NETO; BRUNO, 2022). Essa análise se faz de
grande importância devido ao fato de que o texto constitucional nem sempre é 100% preciso,
em que existem lacunas que devem ser preenchidas pelo intérprete de acordo com a realidade
e consequências da decisão naquele momento.
Entretanto, a utilização dessas decisões manipulativas pode gerar um ativismo
judicial em que o intérprete atue como legislador positivo quando este ultrapassa o papel de
Legislador negativo, lesionando então o Direito brasileiro uma vez que, como afirma George
Abboud:
(...) a atividade do supremo não mais consiste em anular de forma geral um ato
legislativo. Posicionar a jurisdição constitucional como um legislador negativo
retirar-lhe-ia todas as possibilidades de proferir as sentenças interpretativas como
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aquelas que versariam sobre a possibilidade hermenêutica da lei e não sobre o texto
de lei em si, algo irrealizável se o controle de constitucionalidade se restringir a um
aspecto formal
Isso mostra como existe uma linha tênue entre decisões manipulativas e ativismo
judicial, em que esse tipo de decisão é uma ferramenta sensível e que seu mal uso pode gerar
grandes danos ao direito (VOLANTE; NETO; BRUNO, 2022).
Tendo em mente essa fragilidade e que o ativismo jurídico sacrifica a legalidade
por prestigiar a moral, ideologia e o senso de justiça do intérprete, se faz necessária a
exigência de prudência e ponderação por parte dos Tribunais Superiores em fazer uso da
decisão manipulativa (VOLANTE; NETO; BRUNO, 2022). Destarte, deve-se minimizar ao
máximo a utilização dessas ferramentas, em que é essencial analisar a necessidade e
consequências da utilização desta para que não sejam causados mais danos ao direito
brasileiro, já que a Corte Constitucional não deve ter esse papel de inovar no ordenamento
jurídico.

2.2 Discutir sobre o sistema de precedentes e das formas que ele é usado.

Entende-se como precedente uma decisão judicial que servirá como base para
formação de outro pronunciamento jurisdicional, a partir dessa breve definição
compreende-se que os precedentes são fonte primária do direito, com caráter vinculativo. No
Brasil é utilizado duas formas de precedentes, os vinculantes que nos casos análogos
garantem julgamentos iguais, que traz um significado de que a decisão anterior cria o direito,
e que atende aos princípios da igualdade e da segurança jurídica (PASCHOAL;
ANDREOTTI, 2018).
O termo common law é a base desse dos precedentes vinculantes, isso se dá
porque uma das características desse sistema é o status de fonte do direito, observa-se que a
construção dos precedentes se deu ao longo dos anos com a forma de atuação e entendimentos
jurisdicionais (RAMOS, 2013).
Os não vinculantes ou persuasivos, permite que não se tenha a obrigação de
acatar aquela decisão, caso seja usado como precedente significa dizer que aquela decisão
judicial convenceu para ser usada no caso concreto. O poder de persuasão será maior, a
depender do órgão que proferir a decisão. O Código de Processo Civil/2015 recolheu a
dinâmica do precedente que consiste na teoria dos precedentes obrigatórios e as técnicas de
revisão.(PASCHOAL; ANDREOTTI, 2018)
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Devido a constante mudança do pensamento jurídico, o ordenamento que é


baseado em precedentes precisa ficar atento a essas mudanças, pra que seja previsível as
distinções e superações. Como já mencionado o modelo de precedentes obrigatórios acolhido
pelo CPC/15, é importantíssimo para evitar problemas políticos e também assegurar os
princípios jurídicos dentro do Estado democrático de direito. Temos visto o Poder Judiciário
se preocupando com a resolução eficaz das solicitações levadas a ele e o sistema de
precedentes ajuda no andamento, apresenta igualdade para as partes processuais em situações
parecidas. (PASCHOAL; ANDREOTTI, 2018)

3 DISCUSSÃO DO TEMA (Será elaborado no Paper)

4 CONCLUSÃO (Será elaborado no Paper)


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REFERÊNCIAS

VOLANTE, Joaquim Pedro de Oliveira; NETO, Ferdinando Scremin; BRUNO, Smolarek


Dias. Das decisões manipulativas: um olhar crítico ao papel criativo dos tribunais frente ao
ativismo judiciário. Revista Eletrônica Direito e Política, Programa de Pós-Graduação Stricto
Sensu em Ciência Jurídica da UNIVALI, Itajaí, v 17, n. 1, 1º quadrimestre de 2022.
Disponível em: https://periodicos.univali.br/index.php/rdp/article/view/18661

ABBOUD, Georges. Processo Constitucional Brasileiro. São Paulo: Thomson Reuters,


2021. [Livro eletrônico]

VARGAS, Denise. As decisões manipulativas ou intermédias na jurisdição constitucional.


Jusbrasil. 2011. Disponível em:
https://denisevargas.jusbrasil.com.br/artigos/121936165/as-decisoes-manipulativas-ou-interm
edias-na-jurisdicao-constitucional

PASCHOAL, Gustavo Henrique; ANDREOTTI, Paulo Antonio Brizzi. CONSIDERAÇÕES


SOBRE O SISTEMA DE PRECEDENTES JUDICIAIS NO NOVO CÓDIGO DE
PROCESSO CIVIL. 2018. Disponível em:
<http://www.mpsp.mp.br/portal/page/portal/documentacao_e_divulgacao/doc_biblioteca/bibli
_servicos_produtos/bibli_boletim/bibli_bol_2006/Rev-Juris-UNITOLEDO_v.3_n.4.03.pdf.>

RAMOS, Vinícius Estefaneli. Teoria dos precedentes judiciais e sua eficácia no sistema
brasileiro atual. 2013. Disponível em:
https://jus.com.br/artigos/24569/teoria-dos-precedentes-judiciais-e-sua-eficacia-no-sistema-br
asileiro-atual.

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO 1
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 3
2.1 Apresentar como o ativismo jurídico prejudica as decisões manipulativas e
formas para sanar esse vício. 3
2.2 Discutir sobre o sistema de precedentes e das formas que ele é usado. 4
3 DISCUSSÃO DO TEMA 5
4 CONCLUSÃO 5
REFERÊNCIAS 6

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