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Universidade Estadual da Paraíba – UEPB


Curso: Licenciatura e Bacharelado em Ciências Biológicas
Disciplina: Filosofia e História da Ciência para Biologia
Docente: Roberta Smania Marques
 
Problema 3

Nova atualização do parecer médico sobre a inclusão da Hidroxicloroquina


no tratamento da COVID- 19.

Brenda Layana Gomes de Almeida¹

Legislanda Vasconcelos 2

Lucas Emmanuel 3

Lilian Lima 4

Lucas Tadeu 5

Maria Jéssica 6

Tatiane dos Santos 7

INTRODUÇÃO
A equipe de multiprofissionais integrantes da comissão da Associação Médica
do Estado de São Paulo (AMSP) que é regida pela Lei 0.000/00, regulamentada pelo
Decreto 000.000/00 e suas condutas éticas que estão regulamentadas através da
Resolução CRM n° 000/0000. Vem por meio deste informar que após o surgimento
de questionamentos por parte de um dos membros da Associação Médica do Estado
de São Paulo (AMSP), quanto à metodologia utilizada pela equipe na decisão de não
incluir a hidroxicloroquina no protocolo de tratamento da COVID-19, os demais
membros desta associação decidiram aprofundar os estudos e realizar uma nova busca
por evidências que possam trazer respostas com mais precisão e objetividade.
Diante dessas dúvidas a equipe em reunião, estabeleceu que a diretriz a ser
seguida seria a de revisão sistemática, uma vez que estas revisões possuem vantagens
quando comparadas às revisões tradicionais. As revisões sistemáticas com
metanálises e overview, utilizam métodos rigorosos, confiáveis e auditáveis. Tendo
em vista que esse método busca avaliar e sintetizar o conjunto de evidências dos
estudos de forma imparcial. Os resultados achados são otimizados, o que faz com que
diminua a ocorrência de vieses, uma vez que a análise quantitativa destes estudos
incluídos na revisão fornece informações adicionais.
Esse trabalho tem como objetivo corroborar dados científicos com base em
uma análise sistemática da literatura disponível que sustentem a decisão de não
incluir a hidroxicloroquina no protocolo de tratamento da COVID-19.

METODOLOGIA
A pesquisa foi realizada durante o mês de outubro de 2022, sendo utilizada a
metodologia de revisão sistemática de metanálises e overview, nas bases de dados do
Google acadêmico, LILACS, Pubmed e Elsevier, utilizando os termos
“Hidroxicloroquina” + “Covid19” + “terapia” + “eficácia”. Dos resultados foram
filtrados os publicados entre 2020 e 2022, classificados com maior relevância pelas
plataformas.

RESULTADOS E DISCUSSÕES
Dentro dos critérios estabelecidos foram filtrados quatro trabalhos que
apresentam relevância e estavam de acordo com a tese defendida.
O primeiro pesquisador traz a pesquisa realizada pelo Núcleo de Avaliação de
Tecnologias em Saúde do Hospital Sírio-Libanês (NATS-HSL), que fez uma revisão
das revisões (OVERVIEW). O artigo apresenta os critérios supracitados, bem como o
fato de se tratar de um hospital de renome, cujas pesquisas são reconhecidas
mundialmente. O Hospital analisou 5.785 referências, e foram incluídas 14 revisões
sistemáticas avaliando o uso de hidroxicloroquina/cloroquina para tratamento e/ou
prevenção de Covid-19, considerando o cenário ambulatorial ou hospitalar. Dentre essas
revisões, três preencheram os critérios de priorização e contribuíram com os resultados
e as conclusões de overview.
O uso de hidroxicloroquina para o tratamento de Covid-19 resultou em pouca ou
nenhuma diferença na taxa de mortalidade, caracterizando uma (evidência de alta
certeza), houve um aumento do risco de qualquer evento adverso e não houve redução
da necessidade de ventilação mecânica (evidência de moderada certeza), e pouco ou
nenhum efeito sobre o risco de eventos adversos graves (evidência de baixa certeza) e
seu efeito sobre o tempo até a melhora clínica ainda é incerto (evidência certeza muito
baixa). MARTIMBIANCO et al (2021).
No que diz respeito ao uso de hidroxicloroquina para a prevenção de Covid-19,
os resultados foram um pequeno aumento ou pequena redução do risco de ter Covid-19
confirmada laboratorialmente, (evidência de moderada certeza), houve pouca ou
nenhuma diferença na taxa de mortalidade e na taxa de hospitalização (evidência de alta
certeza) aumentou o risco de qualquer evento adverso e de eventos adversos que levam
à interrupção do tratamento (evidência de moderada certeza). MARTIMBIANCO et al
(2021).
Conforme Martimbianco et al (2021, p.16)

A overview identificou 14 revisões sistemáticas sobre os


efeitos da hidroxicloroquina/cloroquina para Covid-19.
Com base nas três revisões sistemáticas mais recentes,
com melhor qualidade metodológica e considerando
comparações diretas, não foram identificados benefícios
em desfechos clinicamente relevantes de eficácia e
ainda há possibilidade de maior risco de eventos
adversos com o uso destes medicamentos quando
comparados ao placebo, nenhuma intervenção ou com a
terapia de suporte, tanto para prevenção quanto para o
tratamento de Covid-19.

      O segundo pesquisador, fez uma busca no Google acadêmico usando as palavras
chaves: “Hidroxicloroquina” + “Covid19” + “terapia” + “eficácia”. Na sua busca ele
analisou os métodos, resultados e conclusão de seis artigos, onde a maioria eram
revisões literárias vagas, dentre eles apresentou-se um artigo com uma base de dados
mais completa, o mesmo utilizou para a busca PubMed, LILACS, SciElo e Google
Acadêmico num período entre 24 de março de 2020 a 10 de abril de 2020.
No artigo de revisão do Jornal of Health and Biological Sciences-JHB, foram
analisadas 30 publicações, onde sete atenderam os critérios de inclusão. Dos sete
ensaios clínicos analisados, apenas cinco obtiveram resultados de cura e/ou remissão
dos sintomas e/ou redução da carga viral dos pacientes (MENESES, SANCHES e
CHEQUER, 2020, p.7)

  Na opinião de Menezes, Sanches e Chequer (2020, p. 7):

A literatura científica, de modo geral, é escassa e


divergente quanto à efetividade dos medicamentos
cloroquina e hidroxicloroquina associada (ou não) à
azitromicina no tratamento da afecção COVID-19, pela
rápida disseminação e instalação da pandemia na esfera
global

      Ratificando e completando o que foi mencionado, sobre a hidroxicloroquina a


utilização de modo off-label (sem prescrição médica) da medicação em pauta, traz
inúmeras reações adversas para os seus usuários, colocando em risco os seus quadros
clínicos. Foi observado uma onda de automedicação da população e isso deve ser um
alerta para a comunidade médica. A publicação aponta que a automedicação pode
causar efeitos cardíacos, gastrointestinais, dermatológicos, e no sistema nervoso
central (MARMÉ, 2022).
     O terceiro pesquisado elenca a metanálise mais recente sobre sobre os efeitos
colaterais do uso da hidroxicloroquina relatados por Izcovich et al. 2022 o qual
analisou 16 estudos randomizados totalizando, com um total de 8.152 pacientes
acompanhados. 
Em suas conclusões, Izcovich et al. (2022, p. 12) contribuí que:

A hidroxicloroquina provavelmente aumenta o


risco de diarreia e náusea e/ou vômito e pode aumentar o
risco de toxicidade cardíaca e disfunção cognitiva/delírio.

CONCLUSÃO
Diante das informações obtidas na literatura a equipe de multiprofissionais
integrantes da comissão da Associação Médica do Estado de São Paulo (AMSP) conclui
que continua com a decisão de não recomendar a inclusão da hidroxicloroquina no
protocolo de tratamento da COVID-19. Visto que os trabalhos encontrados relatam a
baixa eficiência da sua utilização em diversas fases dos casos de COVID-19, associados
com a presença dos efeitos adversos e aumento de casos de automedicação capaz de
trazer danos à saúde.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICAS
GRAUTET, Philippe et al. Hydroxychloroquine and azithromycin as a treatment of COVID-19: results
of an open-label non-randomized clinical trial. Disponível em: <
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC7102549/> Acesso em: 09 de setembro, às 14h34

IZCOVICH, Ariel et al. Efeitos adversos do remdesivir, hidroxicloroquina e lopinavir/ritonavir quando


usados para COVID-19: revisão sistemática e meta-análise de estudos randomizados. BMJ aberto , v.
12, n. 3, pág. e048502, 2022. 

MARTIMBIANCO, Cabrera, Ana Luiza et al. Eficácia e segurança da hidroxicloroquina/cloroquina


para prevenção e tratamento de covid-19: revisão de revisões sistemáticas (overview). Disponível em:
<https://www.oxfordbrazilebm.com/Overview_HCQ_Covid19_150521_final.pdf> Acesso em: 28
de setembro, 2022 às 16h00.
MINISTÉRIO, da Saúde. Diretrizes metodológicas, elaboração de revisão sistemática e metanálise de
ensaios clínicos randomizados. Brasília–DF. 2012. Disponível em:
<https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/diretrizes_metodologicas_elaboracao_siste matica.pdf>
Acesso em: 28 de setembro, 2022 às 15h13
MENESES, Carolline, SANCHES, Cristina e CHEQUER, Farah Maria. Efetividade e toxicidade da
cloroquina e da hidroxicloroquina associada (ou não) à azitromicina para tratamento da COVID-19. O
que sabemos até o momento?. Health Biol Sci. 2020 J; 8(1):1-9. Disponível em:
<https://periodicos.unichristus.edu.br/jhbs/article/download/3206/1097> Acesso em: 15 de outubro,
2022 às  14h30
TORRESS, Gyovanna Borges Lustosa et al. Os riscos da automedicação de hidroxicloroquina e
ivermectina como tratamento da Covid-19 no período pandêmico: revisão de literatura.
Disponível em
:<https://comum.rcaap.pt/bitstream/10400.26/41851/1/Maria%20In%c3%aas%20da%2 0Silva
%20Marm%c3%a9.pdf> Acesso em: 12 de outubro, 2022 às 18:46

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