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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARÁ

CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE


CURSO DE BIOMEDICINA
PORTUGUÊS INSTRUMENTAL

PRÉ-PROJETO DE PESQUISA
A PRÁTICA DE OFF-LABEL NO BRASIL: Discussões sobre o
uso de Cloroquina na pandemia de Covid-19

ANDERSON ROCHA WANZELER


EDUARDO DA SILVA BONNETERRE
JOÃO MARCELO SILVA
RUAN VICTOR DO NASCIMENTO MARTINS
SEBASTIAN SANTOS TAVARES
WALLACE GURJÃO DA SILVA

ANANINDEUA-PA

2023
ANDERSON ROCHA WANZELER
EDUARDO DA SILVA BONNETERRE
JOÃO MARCELO SILVA SANTOS
RUAN VICTOR DO NASCIMENTO MARTINS
SEBASTIAN SANTOS TAVARES
WALLACE GURJÃO DA SILVA

PRÉ-PROJETO DE PESQUISA
A PRÁTICA DE OFF-LABEL NO BRASIL: Discussões sobre o
uso de Cloroquina na pandemia de Covid-19

Pré-Projeto apresentado como requisito


parcial para obtenção de nota na
disciplina Português Instrumental, no
Curso de Biomedicina, pela Universidade
do Estado do Pará.

Docente: Profº. Dr. Samuel Pereira


Campos

ANANINDEUA-PA

2023
RESUMO

Essa pesquisa tem por objetivo apresentar o que seria a prática do uso off-label de
medicamentos, mostrar que em sua maioria essa prática pode ser benéfica em várias
situações, porém em alguns casos ela pode não ser tão bem vista.
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
3 OBJETIVOS
4 METODOLOGIA
5 CRONOGRAMA
6 REFERÊNCIAS
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1 INTRODUÇÃO
O termo Off-label não possui tradução oficial para o português. Porém, em
tradução literal seria “fora da bula”. Um medicamento off-label é a utilização de um
fármaco para uma indicação terapêutica diferente da que consta nas indicações
aprovadas para aquele medicamento, o que inclui ampliar o uso do
medicamento para outra faixa etária, para uma fase diferente da mesma
doença, ou para uma outra doença.

Portanto, a prática de uso off-label consiste em prescrever Medicamentos para


tratamentos no qual ele não é indicado em seu rótulo.

A utilização de off-label deve-se a diversos fatores que acabam por popularizar o


uso desta prática: A falta de estudos sobre o uso de medicamentos, no caso de
doenças raras ou novas, a falta de Medicamentos no sistema público de saúde,
o longo tempo necessário para o processo de pesquisa e aprovação de novos
medicamentos e tratamentos, por uma agência reguladora, e ainda o preço alto
dos fármacos devidamente aprovados.

O uso off label de um medicamento é feito por conta e risco do médico que o
prescreve, e pode eventualmente vir a caracterizar um erro médico, mas em
grande parte das vezes trata-se de uso essencialmente correto, apenas ainda
não aprovado.

Por conta de seus potenciais riscos, o uso off-label é mais usado em casos de
emergência. Essa pesquisa busca exemplificar de maneira prática a demonstrar
os perigos e benefícios da prática de off-label, utilizando a Cloroquina, tendo sua
indicação na bula para o tratamento de lúpus e malária, em 2016 foi usado por
indicação do próprio ministério da saúde para auxiliar no tratamento de
chinkungunya -Porém foi utilizada apenas em alguns casos específicos que
serão explicados mais adiante-, mostrando bons resultados. Neste caso o uso
da cloroquina em uma situação onde não havia medicamentos foi de grande
ajuda no tratamento. Durante a pandemia do novo corona vírus em 2020, criou-
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se uma discussão sobre o uso emergencial da Cloroquina para esse vírus


também, porém o medicamento se mostrou ineficaz para o tratamento da covid-
19.
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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

De modo geral, para que um medicamento seja registrado, é indispensável que


uma empresa devidamente autorizada tenha interesse em solicitar a concessão
de registro, segundo a Lei 6.360/1976, para posterior avaliação da Agência.
Depois disso, para que o medicamento seja aprovado, ele passa por uma
análise criteriosa para atestar a sua qualidade, eficácia e segurança. Se por
algum motivo não for comprovado que o medicamento possui qualidade,
segurança e eficácia necessárias, o pedido de registro será interrompido e o
medicamento não será disponibilizado à população.

O uso de medicamentos perpassa um processo de registro que requer a


demonstração, juntos aos órgãos reguladores, de documentação comprobatória
de segurança e eficácia, de modo a permitir a delimitação do uso, que se
costuma dizer como uso segundo o constante em bula – label. Quando o
profissional médico decide por uso fora das prescrições constantes da bula do
medicamento há o advento da situação do uso off label, representado, portanto,
por um ato médico. Situações limites podem justificar a alternativa off label como
aquela que visa a preservar o bem maior de toda ordem jurídica: a vida.

Este tipo de uso/prescrição de medicamentos é legal, uma vez que as entidades


reguladoras não têm autoridade para controlar a prática médica e os médicos
têm liberdade de decisão em relação ao que acham melhor para os seus doentes
(Carneiro and Costa, 2013, O'Malley, 2012). Embora se pense que este seja
feito com suporte na evidência científica, permitindo uma constante inovação, o
uso off-label de medicamentos levanta preocupações relativamente aos riscos
para os pacientes e aos custos inerentes para os sistemas de saúde (Radley et
al., 2006).

O processo de aprovação de um fármaco para indicações específicas é um


processo moroso, que requer uma média de 12 a 15 anos, ensaios clínicos e
recursos financeiros substanciais, acarretando consigo um risco financeiro
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grande para a empresa farmacêutica. Desta forma, a indústria só procurará


aprovação para uma indicação específica se houver uma margem de lucro
razoável, por isso é pouco provável que a farmacêutica acrescente uma nova
indicação a um fármaco que já esteja no mercado (Carneiro and Costa, 2013,
O'Malley, 2012). Portanto, existe uma limitação óbvia no processo de labeling,
que para além de poder impedir o acesso a tratamentos eficazes, põe em causa
a própria validade do mesmo. Assim, segundo O’Malley torna-se imperativa a
adoção de um método que permita uma atualização simplificada das indicações
da bula em concordância com a força da evidência científica (O'Malley, 2012).

Existem vários exemplos de terapêuticas médicas eficazes utilizadas em


situações para as quais não foram aprovadas. Por exemplo, o uso de ácido
acetilsalicílico em síndromes coronários agudos, cuja aprovação só ocorreu muito
depois de a evidência científica na prática clínica ter provado o seu benefício
(O'Malley, 2012). Como outro exemplo, o número de medicamentos aprovados
para o tratamento da obesidade é limitado, muitos pacientes podem não
responder adequadamente aos medicamentos disponíveis e pode-se tentar as
medicações off label. Os medicamentos que atualmente são utilizados de
maneira off label são: topiramato, associação de bupropiona e naltrexona,
semaglutide e dimesilato de lisdexanfetamina.

O topiramato age via snc, através de diversos neurotransmissores, entre eles o


sistema GABA e é normalmente utilizado no tratamento de epilepsia e
enxaqueca. Além desse efeito, ele pode ser útil no controle de compulsão
alimentar em muitos pacientes. Estudos mostraram resultados positivos de
perda de peso em doses variáveis da medicação, apesar de elevados efeitos
colaterais: parestesia (formigamentos), alteração de memória, dificuldade de
concentração, alteração do humor, pode levar a defeitos congênitos se usado
durante a gestação, interferir na ação dos anticoncepcionais orais (deve se usar
outro método durante o seu uso), litíase renal e miopia aguda. Alguns pacientes
tem ótimos resultados especialmente quando associados a outros
medicamentos como a sibutramina ou a bupropiona.
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Apesar da ausência de aprovação para uma indicação terapêutica não implicar


que o fármaco seja danoso, pensa-se que o uso off-label de medicamentos seja
uma determinante importante nos efeitos adversos evitáveis (Radley et al.,
2006).

Em 2020, a COVID-19 deixou o mundo inteiro tenso. A pandemia que surgiu na


China no final de 2019 levou a organização mundial da saúde(OMS) a estado de
alerta. Com a dissipação do vírus em escala mundial, causando diversos
problemas no sistema de saúde do mundo inteiro. Nesse cenário, diversas
figuras públicas importantes sugeriram o uso de Cloroquina contra a COVID-19,
uma vez que o mesmo medicamento apresentou resultados positivos contra o
SARS-CoV-2, assim configurando a prática de OFF-Label.

Entre 2016 e 2017, ocorreu um surto de chikungunya no Brasil, diante de uma


situação absolutamente nova, os médicos precisaram apelar para a experiência e
o conhecimento acumulados com outras enfermidades. "A classe dos
antimaláricos, do qual a cloroquina faz parte, é usada há décadas como
tratamento de doenças inflamatórias crônicas, como a artrite reumatoide e o
lúpus", relata a reumatologista Cláudia Marques, gerente de pesquisa e ensino
do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco

Mas a cloroquina não foi usada indiscriminadamente: do total de acometidos por


chikungunya, só 50% evoluem para a fase subaguda, em que as dores
articulares são a principal manifestação — o restante se cura e não têm sintomas
articulares. E, mesmo dentro do primeiro grupo, o remédio não é prescrito para
todo mundo. Mas, em cerca de 5% dos pacientes, o vírus funciona como gatilho
para a manifestação de uma doença autoimune e o desenvolvimento de uma
condição muito parecida ou igual à artrite reumatoide", explica. É justamente
nessa turma bem específica que a cloroquina pode trazer ganhos, após a
avaliação e a prescrição do médico que realiza o acompanhamento.

Depois de entrar em nosso organismo, vírus como o chikungunya, o zika e o


próprio Sars-CoV-2 (o coronavírus responsável pela pandemia atual) precisam para
invadir nossas células e dar início à infecção.
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A cloroquina teria a capacidade de atrapalhar esse processo de entrada dos vírus


na célula.

Seguindo esse rito, a cloroquina foi testada em diversas pesquisas nos últimos
meses, mas seus resultados não convenceram a comunidade científica. Hoje em
dia, é consenso entre os especialistas e as instituições mais importantes da área
que ela não funciona contra a covid-19.
Seu uso como preventivo ou tratamento precoce nesse contexto, aliás, pode até
prejudicar a saúde, dizem alguns cientistas. No início da infecção pelo coronavírus,
nós precisamos que nosso sistema imune esteja preparado para combater o
avanço do quadro.

3 OBJETIVOS

3.1. Objetivo Geral

O uso de medicamentos sem a comprovação de eficácia para enfermidades

3.2. Objetivo Específico

Estudo de caso a cerca da prescrição da cloroquina no tratamento de


pacientes infectados com covid-19

4 METODOLOGIA

Utilização de artigos científicos para investigação, analise e amostragem de dados.


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5 CRONOGRAMA

FEVEREIRO MARÇO MAIO ABRIL

X
ESCRITA DO
PROJETO DE
PESQUISA

X
INVESTIGAÇÃO
DAS
HIPÓTETESES E
CONCEITOS

X
ESTUDO DE
CASO
ESPECÍFICO

X
OBTENÇÃO
DOS
RESULTADOS E
APRESENTAÇÃ
O DOS DADOS
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6 REFERÊNCIAS
[1] CARDOSO, Luís André Gomes. USO OFF-LABEL DE MEDICAMENTOS.
Universidade Fernando Pessoa. Porto, 2014. Acesso em : 15 de fevereiro de 20223
Disponível em: https://bdigital.ufp.pt/bitstream/10284/4879/1/PPG_20098.pdf

[2] SILVEIRA, Marilusa Cunha da. O USO OFF-LABEL DE MEDICAMENTOS NO


BRASIL. Escola nacional de saúde pública Sérgio Arouca, fundação Oswaldo Cruz.
Brasília, 2019. Acesso em: 15 de fevereiro de 20223.
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Disponível em: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/39683

[3] Como a anvisa vê o uso off label de medicamentos. ANVISA. 2021.


Acesso em : 16 de fevereiro de 20223.
Disponível em: http://antigo.anvisa.gov.br/en_US/resultado-de-busca?
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[4] Medicamentos off label para o tratamento da obesidade. Clínica Klie, 2020.
Acesso em : 15 de fevereiro de 20223.
Disponível em: https://www.clinicaklie.com.br/artigo/medicacoes-off-label-para-tratamento-
daobesidade#:~:text=Os%20medicamentos%20que%20atualmente
%20utilizamos,semaglutide%20e%20dimesilato%20de%20lisdexanfetamina

[5] Cloroquina : porque o medicamento foi indicado contra Chikungunya, mas não serve
contra covid-19?. Sociedade Brasileira de Reumatologia,2021.
Acesso em: 15 de fevereiro de 20223.
Disponível em: https://www.reumatologia.org.br/sbrnamidia/cloroquina-por-que-o-
medicamento-foi-indicado-contra-chikungunya-mas-nao-serve-contra-covid-19/
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