Você está na página 1de 79

PULMÃORJ

ISSN 1415-4315

Publicação Oficial da Sociedade de Pneumologia e Tisiologia do Estado do Rio de Janeiro


PulmãoRJ - Volume 30 - Suplemento - Ano 2021

XVIII CONGRESSO DE PNEUMOLOGIA E TISIOLOGIA


DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
2021
09 a 12 de outubro de 2021
Evento

1
EXPEDIENTE - Diretoria SOPTERJ 2019/2021

Diretoria SOPTERJ - 2019 / 2021

Presidente: Fernanda Carvalho de Queiroz Mello


Vice-Presidente: Mônica Flores Rick
Vice-Presidente da Capital e Baixada Fluminense: Alexandre Ciminelli Malizi
Vice-Presidente de Niterói, São Gonçalo e Lagos: André Santiago Brum Marques
Vice-Presidente da Região Serrana: Izabel Cristina de Souza Drummond
Vice-Presidente da Região Norte: Luiz Guilherme Ferreira da Silva Costa
Vice-Presidente da Região Sul: Júlio Cezar Dias Ferenzini da Silveira
Secretário Geral: Ricardo Luiz de Menezes Duarte
Secretário Adjunto: Eucir Rabello
Secretário de Assuntos Científicos: João Pedro Steinhauser Motta
Secretária de Divulgação: Patrícia Andrade Meireles
Tesoureiro: Leonardo Palermo Bruno
Presidente do Conselho Deliberativo: Rogério Lopes Rufino Alves
Conselho Fiscal: Ana Paula Gomes dos Santos,
Arnaldo José Noronha Filho,
Antônio Monteiro da Silva Chibante

2
COMISSÕES PNEUMO IN RIO 2021 - Congresso de Pneumologia

Comissão Executiva
Fernanda Queiroz Mello - Presidente da SOPTERJ Biênio 2019-2021
Mônica Flores Rick - Presidente do Congresso
Paula Werneck - Coordenadora Científica do Congresso
Sonia Catarina de Abreu Figueiredo - Secretaria Executiva do Congresso
Gunther Kissmann - Tesoureiro do Congresso

Comissão Avaliadora dos Trabalhos Científicos


Alexandre Pinto Cardoso
Ana Alice Amaral Ibiapina Parente
Ana Paula Santos
Arthur Vianna
Carlos Alberto de Barros Franco
Carlos Henrique Boasquevisque
Clarissa Baldotto
Daniel Cutrim
Denis Muniz Ferraz
Felipe de Miranda Carbonieri Ribeiro
Fernanda Chibante
Fernando Azevedo Pacheco
Fernando Silva Guimarães
Gabriel Santiago
Gunther Kissmann
Joana Acar
Leonardo Palermo Bruno
Lilian Faroni
Marcelo Chaves
Maria Armanda Monteiro da Silva Vieira
Mauro Zukin
Nadja Polisseni
Patricia Canto Ribeiro
Paula do Nascimento Maia
Paula Werneck Steimback
Rafaela Baroni Aurílio
Renato de Lima Azambuja

3
Palavra da Presidente do Congresso

Caros colegas

É com enorme orgulho e satisfação que eu e a Comissão Organizadora trazemos a vocês o


XVIII Congresso de Pneumologia e Tisiologia do Estado do Rio de Janeiro, o nosso já consagrado
Pneumo In Rio de 2021.

Foi um grande desafio concluir esse projeto, que foi elaborado em plena pandemia da Co-
vid-19. Tivemos que modificar o projeto inicial, de um grandioso Congresso presencial, passando
para o evento online, mas não menos grandioso. Elaborado a várias mãos, com a valiosa contribui-
ção das Comissões da SOPTERJ, temos uma grade instigante com assuntos relevantes para o dia a
dia da Pneumologia, contribuindo para tomadas de decisão nos vários subtemas da especialidade.

Serão 4 dias de muita ciência, em 4 salas virtuais simultâneas; no primeiro dia, os tradicio-
nais cursos pré-congresso, e na sequência, 3 dias de aulas com temas palpitantes, onde todos os
palestrantes estarão à disposição para interagir com a audiência após suas exposições. Todos os
dias haverá uma sessão de discussão de casos clínicos totalmente ao vivo, para uma melhor experi-
ência de todos. Além dos casos clínicos, as sessões estão divididas em Aula Magna, Hot Topics e Prós
x Contras; 3 palestrantes internacionais irão abrilhantar nosso evento.

Recebemos trabalhos científicos de excelente qualidade, e 14 foram selecionados para apre-


sentação oral. Os tradicionais Simpósios Satélites também estarão presentes, com temas interes-
santes e algumas novidades.

Além da excelência da grade, teremos o lançamento do livro “Diagnóstico e Tratamento em


Pneumologia”, voltado para estudantes, residentes e clínicos, organizado pela diretoria atual da
SOPTERJ e escrito pelas Comissões e parceiros.

Esperamos que todos possam aproveitar o Congresso, idealizado e preparado com muito
carinho e cuidado. Sejam bem-vindos!

Mônica Flores Rick


Presidente do XVIII Congresso de Pneumologia e Tisiologia do Estado do Rio de Janeiro

4 Palavra da Presidente do Congresso


5
SUMÁRIO
SÁBADO, 09 DE OUTUBRO DE 2021
SALA 01 - Sábado, 09 de outubro - 09h00 - 18h00
CURSO – COVID-19: Revisão global da fisiopatologia, abordagem do paciente ambulatorial e crítico e das síndromes pós COVID 15
Substrato anatomopatológico da doença 15
Abordagem do paciente ambulatorial 15
O uso racional de terapêuticas farmacológicas na COVID-19 baseado em evidências 15
Estratégias de ventilação mecânica e ecmo 15
Traqueostomia e pneumomediastino 15
Reabilitação no paciente COVID 15
Síndromes Pós COVID 15
SALA 02 - Sábado, 09 de outubro - 09h00 - 12h10
CURSO – Tabagismo: contextualização atual, abordagem multidisciplinar ao tratamento 15
Panorâmica da Convenção Quadro da OMS 15
Anatomia dos dispositivos eletrônicos de fumo 15
Existe redução de danos em tabagismo 15
Como atuar em grupos de cessação 15
Como abordar o tabagismo havendo distúrbios psiquiátricos 15
Lapsos e recaídas: acolhendo e orientando 16
Orientações para cessação com uso de uma, duas ou nenhuma medicação 16
SALA 03 - Sábado, 09 de outubro - 09h00 - 18h00
CURSO – Imagem do tórax: tomografia e ultrassonografia 16
Diagnóstico diferencial nas doenças intersticiais pulmonares 16
Nódulo Pulmonar: Caracterização por Imagem 16
Padrões tomográficos na COVID-19 16
Infecções pulmonares e bronquiectasias 16
Más formações pulmonares congênitas no adultos 16
US de tórax na avaliação do paciente ambulatorial 16
US de tórax na avaliação do doente crítico 16
SALA 04 - Sábado, 09 de outubro - 09h00 - 12h00
CURSO – Farmacovigilância em TUBERCULOSE – A importância do monitoramento dos Eventos Adversos 16
O problema da TB no mundo e no Brasil 16
Histórico da Farmacovigilância no mundo e no Brasil 16
Sistemas de Informação em Farmacovigilância 16

DOMINGO, 10 DE OUTUBRO DE 2021


SALA 01 - Domingo, 10 de outubro - 09h00 - 20h00
ABERTURA DO CONGRESSO 17
Palestra de Abertura – Respire Fundo 17
DOENÇA PULMONAR INTERSTICIAL – AULA MAGNA 17
FPI: do diagnóstico ao tratamento com antifibróticos. O que precisamos saber? 17
SIMPÓSIO SATÉLITE – BOEHRINGER 17
Como proteger o pulmão de forma holística em se tratando de doenças crônicas e progressivas? 17
DOENÇA PULMONAR INTERSTICIAL – HOT TOPICS 17
Padrões tomográficos de doenças intersticiais que dão diagnóstico 17
Quando não podemos fugir da biópsia? 17
Meu paciente com sarcoidose mantém sintomas. O que fazer? 17
SIMPÓSIO SATÉLITE – INC 17
Transplante Pulmonar no Rio de Janeiro – Desafio na construção de um novo centro no SUS 17
Doença Pulmonar Intersticial – Discussão de Casos 18
Caso: Doença intersticial pulmonar a esclarecer 18
DOENÇA PULMONAR INTERSTICIAL – PRÓ x CONTRA 18
Pneumonia por hipersensibilidade: fazer broncoscopia e colher LBA em todos os pacientes com suspeita diagnóstica? 18

SALA 02 - Domingo, 10 de outubro - 10h00 - 20h00


CTI – AULA MAGNA 18
The Italian experience by COVID-19 pandemic in Genoa (esta sessão contará com tradução simultânea) 18

6
SIMPÓSIO SATÉLITE – BOEHRINGER 18
Como proteger o pulmão de forma holística em se tratando de doenças crônicas e progressivas? 18
CTI – HOT TOPICS 18
Fisiopatologia funcional da lesão pulmonar aguda induzida por SARS-CoV-2 e implicações 18
Novas evidências científicas no conceito de VM 18
A ventilação não invasiva depois da pandemia: O que mudou 19
CTI – DISCUSSÃO DE CASOS 19
Caso: Pneumomediastino em paciente COVID 19
CTI – PRÓ x CONTRA 19
Anticoagulação plena na COVID? 19
SALA 03 - Domingo, 10 de outubro - 10h00 - 20h00
ONCOLOGIA – AULA MAGNA 19
História da arte do tratamento do câncer de pulmão 19
Histórico da cirurgia no tratamento do câncer de pulmão 19
ONCOLOGIA – HOT TOPICS 20
Nódulo pulmonar 20
Pré-operatório câncer de pulmão 20
Pós-operatório câncer de pulmão 20
ONCOLOGIA – DISCUSSÃO DE CASOS 20
Caso: Câncer de pulmão localmente avançado 20
ONCOLOGIA – PRÓ x CONTRA 20
Existe evidência para suportar essa escolha no paciente candidato a cirurgia? 20
Cirurgia minimamente 20
Radiocirurgia 20
SALA 04 - Domingo, 10 de outubro - 10h00 - 20h00
ASMA – AULA MAGNA 20
A Asma na era da genética e dos imunobiológicos 20
SIMPÓSIO SATÉLITE – SANOFI 20
Alcançando novos objetivos no tratamento da asma grave com foco na inflamação tipo 2 20
ASMA – HOT TOPICS 20
Onde entra o exame de espirometria no seguimento do asmático ambulatorial 21
Síndrome de sobreposição e o desafio do tto 21
Os dilemas da asma 21
ASMA – DISCUSSÃO DE CASOS 21
Caso: Asma grave no adulto 21
ASMA – PRÓ x CONTRA 21
Desmame do corticoide inalado na asma leve 21

SEGUNDA-FEIRA, 11 DE OUTUBRO DE 2021


SALA 01 - Segunda-feira, 11 de outubro - 10h00 - 20h00
SONO – AULA MAGNA 21
O que o Pneumologista precisa saber sobre apneia do sono – do ronco à mortalidade cardiovascular 21
SIMPÓSIO SATÉLITE – GSK 21
Novos olhares na abordagem da Asma e DPOC: Dos traços tratáveis à vida real 21
SONO – HOT TOPICS 22
Como eu faço: Avaliação na prática do paciente com AOS 22
Visão do Otorrino – Como eu examino as VAS? Que exames peço e quando? Quando indico cirurgia 22
Visão do BucoMaxilo – Como eu examino a anatomia? Que exames peço e quando? Quando indico cirurgia 22
Visão do Dentista – Como eu examino a cavidade oral? Quando é possível ou não colocar AIO 22
SONO – DISCUSSÃO DE CASOS 22
Caso: Distúrbio respiratório do sono 22
SONO – PRÓ x CONTRA 22
A polissonografia tipo 1 ainda é o melhor exame para diagnosticar apneia do sono? 22
SALA 02 - Segunda-feira, 11 de outubro - 10h00 - 20h00
DPOC – AULA MAGNA 22
A evolução natural da DPOC pode ser modificada? 22
SIMPÓSIO SATÉLITE – GSK 22
Novos olhares na abordagem da Asma e DPOC: Dos traços tratáveis à vida real 22
DPOC – HOT TOPICS 23
Imagem e DPOC 23
O impacto das comorbidades no sucesso do tto da DPOC 23
A nova era das válvulas endobrônquicas 23

7
DPOC – DISCUSSÃO DE CASOS 23
Caso: DPOC descompensada em paciente internado em pré operatório 23
DPOC – PRÓ x CONTRA 23
Terapêutica tríplice 23
SALA 03 - Segunda-feira, 11 de outubro - 10h00 - 20h00
HIPERTENSÃO ARTERIAL PULMONAR – AULA MAGNA 23
Hipertensão pulmonar tromboembólica crônica: o estado da arte 23
SIMPÓSIO SATÉLITE – ZODIAC 23
FPI: A importância do diagnóstico e tratamento precoce 23
SIMPÓSIO SATÉLITE – CHIESI 23
A importância de tratar paciente com risco de exacerbação moderada na DPOC 23
HIPERTENSÃO ARTERIAL PULMONAR – HOT TOPICS 24
Avaliação ecocardiográfica na HP 24
Estratificação de risco simplificada na HAP 24
Tratamento na HAP 24
HIPERTENSÃO ARTERIAL PULMONAR – DISCUSSÃO DE CASOS 24
Caso: Abordagem diagnóstica e seguimento na HAP 24
HIPERTENSÃO ARTERIAL PULMONAR – PRÓ x CONTRA 24
Tratamento de reperfusão nos pacientes com risco intermediário na embolia pulmonar 24
SALA 04 - Segunda-feira, 11 de outubro - 10h00 - 20h00
AULA MAGNA – EDUCAÇÃO MÉDICA 24
Lançamento do livro 24
SIMPÓSIO SATÉLITE – GLENMARK 25
SESSÃO DE TEMAS LIVRES – TUBERCULOSE 25
Avaliação nutricional de crianças e adolescentes diagnosticados com tuberculose ativa e tuberculose latente em Niterói – Rio de Janeiro, Brasil 25
Caracterização molecular de genes envolvidos na farmacocinética de rifampicina e isoniazida 25
A Acurácia do GeneXpert MTB/Rif®️ para Diagnóstico de Tuberculose em Amostras Respiratórias em um Centro de Referência Universitário para Tuberculose no Rio
de Janeiro 25
Análise de dados públicos e validação de assinaturas gênicas em tuberculose pleural 25
Desempenho do teste tuberculínico (ppd) e do ensaio de produção de Interferon-gama (igra) para rastreio de tuberculose latente em pacientes com doenças 25
inflamatórias imunomediadas 25
SESSÃO DE TEMAS LIVRES – ASMA, DPOC E CIRURGIA DE TÓRAX 25
Variabilidade de genes de interesse farmacogenético em pacientes asmáticos do estado do Rio de Janeiro 25
Reprodutibilidade da Medida Fração exalada de Óxino Nítrico (FeNO) em Uma Coorte de Pacientes com Asma 25
A capacidade de exercício tem relação com a performance nas atividades diárias em pacientes com DPOC? 25
Há correlação entre a Fração Exalada de Óxido Nítrico (FeNO) e a presença de resposta broncodilatadora na espirometria? 25
Cirurgia torácica robótica: comparação dos resultados cirúrgicos por faixa etária. Análise de 457 cirurgias 26
Perfil dos pacientes encaminhados ao ambulatório de asma grave pelo sistema de regulação do estado do rio de janeiro (SISREG). Será que realmente é asma grave? 26
SESSÃO DE TEMAS LIVRES – COVID-19 26
Avaliação das alterações sistêmicas e na ultrassonografia de tórax no acompanhamento dos pacientes após infecção pelo SARS-COV-2 26
Achados da espirometria e da oscilometria de impulso no acompanhamento de pacientes após período agudo da COVID-19 26
Perfil de citocinas TH1/TH2/TH17 antígeno-específicas para SARS-COV-2 em sangue total de indivíduos recuperados e com síndrome PÓS-COVID-19 26
Sessão de Premiação dos Melhores Trabalhos – PRÊMIO DRA. MARIA DAS GRAÇAS BASÍLIO RIOS 26
TERÇA-FEIRA, 12 DE OUTUBRO DE 2021
SALA 01 - Terça-feira, 12 de outubro - 10h00 - 20h00
PEDIATRIA – AULA MAGNA 26
Up to date – Tuberculose na Pediatria 26
SIMPÓSIO SATÉLITE – ASTRAZENECA 26
O Protagonismo do Pneumologista no Manejo do Nódulos Pulmonares e no Diagnóstico Precoce do Câncer de Pulmão 26
Mudando os Paradigmas no Manejo da Asma Grave Eosinofílica: Benralizumabe 27
SIMPÓSIO SATÉLITE – ONCOCLINICAS 27
Screening e detecção precoce em câncer de pulmão: desafios atuais e papel da biópsia líquida 27
Debate: Os desafios atuais 27
Biópsia líquida: aplicabilidade atual no rastreio e doença inicial 27
PEDIATRIA – HOT TOPICS 27
Fibrose Cística – Atualização no diagnóstico e tratamento 27
Desafios do acompanhamento da fibrose cística 27
Discinesia Ciliar Primária – Dificuldades no diagnóstico 27
PEDIATRIA – DISCUSSÃO DE CASOS 27
Caso: Doença Enxerto Hospedeiro com acometimento pulmonar após Tx de MO: desafios diagnósticos e terapêuticos 27
PEDIATRIA – PRÓ x CONTRA 27
Tratamento profilático da Asma na Infância conforme o GINA 2021 27

8
SALA 02 - Terça-feira, 12 de outubro - 10h00 - 20h00
INFECÇÕES – AULA MAGNA 28
Como a COVID mudou as infecções pulmonares 28
SIMPÓSIO SATÉLITE – ASTRAZENECA 28
O Protagonismo do Pneumologista no Manejo do Nódulos Pulmonares e no Diagnóstico Precoce do Câncer de Pulmão 28
Mudando os Paradigmas no Manejo da Asma Grave Eosinofílica: Benralizumabe 28
SIMPÓSIO SATÉLITE – ONCOCLINICAS 28
Screening e detecção precoce em câncer de pulmão: desafios atuais e papel da biópsia líquida 28
Debate: Os desafios atuais 28
Biópsia líquida: aplicabilidade atual no rastreio e doença inicial 28
HOT TOPICS – INFECÇÕES 28
Histoplasmose capsulata em tempos de pandemia da Covid-19: mito ou verdade? 28
Existe outro papel para a avalição da ADA no líquido pleural? 28
Aspergilose pulmonar associada a COVID – oportunista ou produto do dano pulmonar grave? 28
INFECÇÕES – DISCUSSÃO DE CASOS 28
Caso: Micobacteriose não tuberculosa e doença intersticial pulmonar: uma combinação incomum 28
HOT TOPICS – FIBROSE CÍSTICA 29
A tríade da adesão e os cinco pilares do cuidado na fibrose cística 29
Tratando a raiz do problema na fibrose cística 29
SALA 03 - Terça-feira, 12 de outubro - 10h00 - 20h00
TUBERCULOSE – AULA MAGNA 29
New WHO analysis on the impact of COVID-19 on the TB response (esta sessão contará com tradução simultânea) 29
SIMPÓSIO SATÉLITE – QIAGEN 29
Como otimizar o diagnóstico da Tuberculose Latente para melhorar a utilização dos recursos 29
Análise econômica do Teste IGRA e seus impactos na Saúde Suplementar e Pública e programas de gestão do paciente 29
O papel da auditoria nos programas de gestão do paciente com risco de desenvolvimento de tuberculose ativa na saúde suplementar 29
HOT TOPICS – MINISTÉRIO DA SAÚDE 29
Estratégias para um Brasil livre da TB: desafios e perspectivas 29
Desafios atuais: Tuberculose e COVID-19 29
TB- HIV: como reduzir a mortalidade? 29
Pesquisa em Tuberculose 30
TUBERCULOSE – HOT TOPICS 30
Diagnóstico molecular: LPA 30
Tratamento: o desafio do manejo da resistência 30
Tratamento de TB latente: o que todo pneumologista deve saber 30
TUBERCULOSE – DISCUSSÃO DE CASOS 30
Caso: Paciente com tuberculose grave em terapia intensiva 30
HOT TOPICS – TUBERCULOSE – O FUTURO 30
Vacina TB 30
BCG e COVID 30
SALA 04 - Terça-feira, 12 de outubro - 10h00 - 20h00
HOT TOPICS – ENSINO MÉDICO E DEFESA PROFISSIONAL 30
O ensino médico na era pós pandemia: o que mudou? 30
A teleconsulta é possível na realidade Brasileira? 30
SIMPÓSIO SATÉLITE – GSK 30
Importância da vacinação contra coqueluche para indivíduos portadores de DPOC 30
SIMPÓSIO SATÉLITE – BD 31
Diagnóstico Laboratorial de Tuberculose 31
HOT TOPICS – VACINAS 31
Moderadora: Adriana Carvalho (RJ) 31
Vacinação na era COVID 31
Calendário vacinal do adulto – como fica agora 31
HOT TOPICS – OCUPACIONAL 31
Poluição do ar, risco para o adoecimento por COVID-19? 31
COVID-19, uma doença ocupacional? 31
HOT TOPICS – FISIOTERAPIA 31
Ventilação Mecânica Invasiva e Não-Invasiva na COVID: podemos evitar a P-SILI? 31
Atualização em disfunção diafragmática associada à ventilação mecânica 31
Telerreabilitação Pós-COVID 31

9
PÔSTERES
ASMA
A ASMA É UM FATOR DE RISCO PARA DESFECHOS GRAVES NA INFECÇÃO POR COVID 19? ANÁLISE DOS PACIENTES DO AMBULATÓRIO DE ASMA MODERADA OU GRAVE
DA POLICLÍNICA PIQUET CARNEIRO 33
“ASMA É TRANSMISSÍVEL?” 33
ASMA GRAVE E TUBERCULOSE ENDOBRÔNQUICA EM GESTANTE - DESAFIOS NO DIAGNÓSTICO E NO TRATAMENTO 33
ASSOCIAÇÃO DE ASMA COM FREQUÊNCIA DE INTERNAÇÕES EM ADOLESCENTES BRASILEIROS 33
AVALIAÇÃO DA TÉCNICA INALATÓRIA DE ASMÁTICOS AMBULATORIAIS ATRAVÉS DE VÍDEOS DOMICILIARES GRAVADOS POR APARELHOS CELULARES: UMA EXPERIÊNCIA
INICIAL DE UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO 34
AVALIAÇÃO DO USO DE DISPOSITIVOS INALATÓRIOS POR ASMÁTICOS COM TÉCNICAS INALATÓRIAS INCORRETAS EM ESTUDO PRÉVIO 34
BRONCOPNEUMONIA COMO AGENTE SECUNDÁRIO A ASMA BRÔNQUICA: RELATO DE CASO 34
EFICÁCIA DA SUBSTITUIÇÃO POR MEPOLIZUMABE AO TRATAMENTO COM OMALIZUMABE NA ASMA EOSINOFÍLICA GRAVE NÃO CONTROLADA – RELATO DE CASO 34
ESTUDO EPIDEMIOLÓGICO DAS INTERNAÇÕES POR ASMA BRÔNQUICA NO ESTADO DO PIAUÍ 35
GRANULOMATOSES EOSINOFÍLICAS COM POLIANGIITE (GEPA) EM PACIENTES PORTADORES DE ASMA E EOSINOFILIA. UM DESAFIO DIAGNÓSTICO 35
HÁ CORRELAÇÃO ENTRE A FRAÇÃO EXALADA DE ÓXIDO NÍTRICO (FENO) E A PRESENÇA DE RESPOSTA BRONCODILATADORA NA ESPIROMETRIA? 35
OBESIDADE E ASMA EM PACIENTES PEDIÁTRICOS: PONTOS RELEVANTES 35
O MANEJO ASSISTENCIAL DA ASMA NA ATENÇÃO PRIMÁRIA Á SAÚDE 36
PERFIL DOS PACIENTES ENCAMINHADOS AO AMBULATÓRIO DE ASMA GRAVE PELO SISTEMA DE REGULAÇÃO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO (SISREG). SERÁ QUE
REALMENTE É ASMA GRAVE? 36
REPRODUTIBILIDADE DA MEDIDA FRAÇÃO EXALADA DE ÓXINO NÍTRICO (FENO) EM UMA COORTE DE PACIENTES COM ASMA 36
VARIABILIDADE DE GENES DE INTERESSE FARMACOGENÉTICO EM PACIENTES ASMÁTICOS DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO 36
CÂNCER DE PULMÃO
EXPERIÊNCIA INICIAL DAS BIÓPSIAS TRANSTORÁCICAS GUIADAS POR ULTRASSONOGRAFIA NO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO PEDRO ERNESTO 37
O PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DA TAXA DE ÓBITOS POR NEOPLASIA MALIGNA DE TRAQUEIA, BRÔNQUIOS E PULMÕES POR FAIXA ETÁRIA 37
O RASTREAMENTO DE CÂNCER DE PULMÃO NA ATENÇÃO BÁSICA 37
PANORAMA DO CÂNCER DE TRAQUEIA, BRÔNQUIOS E PULMÃO NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO 37
TUMOR MIOFIBROBLÁSTICO INFLAMATÓRIO: RELATO DE CASO DE TUMOR RARO EM ADULTOS 38
CIRURGIA TORÁCICA
BENEFÍCIOS DA SEGMENTECTOMIA PULMONAR ROBÓTICA 38
CIRURGIA TORÁCICA ROBÓTICA: COMPARAÇÃO DOS RESULTADOS CIRÚRGICOS POR FAIXA ETÁRIA. ANÁLISE DE 457 CIRURGIAS 38
RESSECÇÃO SUBLOBAR ANATÔMICA, S3 POR VIA ROBÓTICA, NO TRATAMENTO DE CÂNCER DE PULMÃO EM PACIENTE IDOSO COM COMORBIDADES: RELATO DE CASO 39
TRANSPLANTE CARDIOPULMONAR: PONTOS IMPORTANTES 39
TRATAMENTO DO ENFISEMA MEDIASTINAL VOLUMOSO PROGRESSIVO (EMVP) POR DRENAGEM SUBXIFÓIDE EM PACIENTES COM COMPLICAÇÕES DA COVID-19. SÉRIE
DE SEIS CASOS 39
TRATAMENTO DO QUILOTÓRAX DE ALTO DÉBITO NO PÓS-OPERATÓRIO DE CIRURGIA TORÁCICA ROBÓTICA POR EMBOLIZAÇÃO PERCUTÂNEA DO DUTO TORÁCICO –
RELATO DE DOIS CASOS 39
COVID-19
ACHADOS DA ESPIROMETRIA E DA OSCILOMETRIA DE IMPULSO NO ACOMPANHAMENTO DE PACIENTES APÓS PERÍODO AGUDO DA COVID-19 40
A EVOLUÇÃO DA PANDEMIA NO BRASIL: INTERNAÇÕES E ÓBITOS POR COVID-19 EM 2021 40
A HIPÓXIA SILENCIOSA NA COVID-19: UMA REVISÃO INTEGRATIVA 40
ANÁLISE DO IMPACTO DA VACINAÇÃO NOS NÚMEROS DE CASOS E ÓBITOS DE COVID-19 NO BRASIL 40
A PANDEMIA DENTRO DOS HOSPITAIS: UM ESTUDO SOBRE A INFECÇÃO POR COVID-19 NO LOCAL DE TRABALHO 41
A UTILIZAÇÃO DE APLICATIVO DE MENSAGEM COMO FACILITADOR NO ACESSO À POLICLÍNICA PIQUET CARNEIRO 41
AVALIAÇÃO DA PRODUÇÃO DE INTERFERON-GAMA (IFN- Γ) ANTÍGENO-ESPECÍFICA EM SANGUE TOTAL DE INDIVÍDUOS COM DIFERENTES GRAUS DE EXPOSIÇÃO À
COVID-19 41
AVALIAÇÃO DAS ALTERAÇÕES SISTÊMICAS E NA ULTRASSONOGRAFIA DE TÓRAX NO ACOMPANHAMETO DOS PACIENTES APÓS INFECÇÃO PELO SARS-COV-2 41
CORTICÓIDE INALATÓRIO COMO TRATAMENTO PARA COVID-19 LEVE E MODERADA, UMA ANALISE DO ESTUDO STOIC 42
DESFECHO GRAVE EM PACIENTE JOVEM COM COINFECÇÃO POR COVID-19 E TUBERCULOSE: RELATO DE CASO 42
FUNÇÃO PULMONAR E SUA RELAÇÃO COM FORÇA DE PREENSÃO MANUAL E FADIGA GERAL EM PACIENTES NO PERÍODO PÓS-COVID-19 42
INCIDÊNCIA DE EFLÚVIO TELÓGENO COMO SEQUELA DA COVID-19: UMA REVISÃO INTEGRATIVA 42
INDICAÇÕES E CONTRAINDICAÇÕES PARA O USO DA ECMO EM COMPLICAÇÕES DO COVID-2019 43
LINFANGIOLEIOMIOMATOSE (LAM) E COVID-19: UMA INTERESSANTE ASSOCIAÇÃO 43
OBESIDADE E COVID-19 43
O IMPACTO DAS INFECÇÕES ASSOCIADAS AOS CUIDADOS DE SAÚDE NO DESFECHO DE PACIENTES COM COVID-19 43
PERFIL DE CITOCINAS TH1/TH2/TH17 ANTÍGENO-ESPECÍFICAS PARA SARS-COV-2 EM SANGUE TOTAL DE INDIVÍDUOS RECUPERADOS E COM SÍNDROME PÓS-COVID-19 44
PERFIL DOS PACIENTES PORTADORES DE COVID-19 INTERNADOS EM UMA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA DE UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO: UM ESTUDO DESCRITIVO 44
PNEUMOMEDIASTINO ESPONTÂNEO E ENFISEMA SUBCUTÂNEO EM PACIENTE COM COVID-19: RELATO DE CASO 44
PNEUMONIA EM ORGANIZAÇÃO COMO COMPLICAÇÃO DA COVID-19 44
POTÊNCIA MECÂNICA NA MORTALIDADE DE PACIENTES COM SÍNDROME DO DESCONFORTO RESPIRATÓRIO AGUDO ASSOCIADA À COVID 19: COORTE RETROSPECTIVA 45
PROGNÓSTICO DE PACIENTES COM DOENÇA RENAL CRÔNICA INTERNADOS EM UTI POR COVID-19: REVISÃO SISTEMÁTICA 45
PROPORÇÕES EPIDEMIOLÓGICAS DA SÍNDROME RESPIRATÓRIA AGUDA GRAVE EM IDOSOS EM GOIÁS NOS ANOS 2019 E 2020 45
RELATO DE CASO: REAÇÃO ALÉRGICA IMPORTANTE 48 HORAS APÓS PRIMEIRA DOSE DE VACINA ASTRAZENECA CONTRA COVID-19 45
VENTILAÇÃO NA POSIÇÃO PRONA EM PACIENTES COM COVID-19 SUBMETIDOS À VENTILAÇÃO MECÂNICA 46

10
DOENÇAS DO SONO
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DO DISTÚRBIO COMPORTAMENTAL DO SONO REM 46

DPOC
A CAPACIDADE DE EXERCÍCIO TEM RELAÇÃO COM A PERFORMANCE NAS ATIVIDADES DIÁRIAS EM PACENTES COM DPOC? 47
ANÁLISE DA SITUAÇÃO VACINAL DE PACIENTES COM DOENÇA PULMONAR CRÔNICA 47
AVALIAÇÃO DA MOBILIDADE DIAFRAGMÁTICA, FORÇA MUSCULAR RESPIRATÓRIA, PARÂMETROS DE FUNÇÃO PULMONAR E DISPNEIA EM PACIENTES COM DOENÇA
PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA 47
IMPACTO DA PANDEMIA DO COVID-19 NAS INTERNAÇÕES POR DOENÇAS PULMONARES OBSTRUTIVAS CRÔNICAS NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO 47
MANEJO DO PACIENTE COM DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA NA ATENÇÃO BÁSICA 48
O QUE É MAIS FREQUENTE NA DPOC: EXACERBAÇÃO OU DISPNEIA? 48
O TREINAMENTO MUSCULAR INSPIRATÓRIO PODE ALTERAR O RISCO DE DEPRESSÃO EM PACIENTES COM DPOC? 48
PACIENTES COM DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA (DPOC) QUE EXACERBAM TEM MAIS EOSINÓFILOS? 48
PACIENTES COM DPOC APRESENTAM MAIOR RISCO DE QUEDA? 49
PACIENTES QUE RECEBEM BRONCODILATADOR PELA SECRETARIA DE SAÚDE ADEREM MAIS AO TRATAMENTO? 49
PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO DA MORTALIDADE EM DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA NO PERÍODO DE 2010 A 2019 49
RELATÓRIO DENSITOMÉTRICO: AVALIAÇÃO QUANTITATIVA POR TC TORÁCICA PARA DIAGNÓSTICO DE DPOC 49
REPERCUSSÕES DA DPOC E SUAS EXACERBAÇÕES EM PACIENTES COM COVID-19 50

ENDOSCOPIA RESPIRATÓRIA
A UTILIZAÇÃO DO ECOBRONCOSCOPIO PARA REALIZAÇÃO DE ECOENDOSCOPIA NO DIAGNÓSTICO DE MASSAS MEDIASTINAIS EM PACIENTES COM CONDIÇÕES VENTILA-
TÓRIAS LIMÍTROFES: RELATO DE CASOS 50
DPOC DESCOMPENSADO POR PNEUMONIA APÓS ASPIRAÇÃO DE CORPO ESTRANHO 50
ENDOSCOPIA RESPIRATÓRIA NO RECÉM-NASCIDO: EXPERIÊNCIA DE 20 ANOS 51
ESTUDO CLÍNICO E EPIDEMIOLÓGICO DOS CASOS DE ESTRIDOR EM CRIANÇAS 51
TRATAMENTO ENDOSCÓPICO DE PAPILOMA DE TRAQUÉIA: CRIOTERAPIA, UMA NOVA OPÇÃO 51

HIPERTENSÃO PULMONAR
HIPERTENSÃO PULMONAR TROMBOEMBÓLICA CRÔNICA 52

IMAGEM
ABSCESSO PULMONAR COM CORPO ESTRANHO (DENTE) 52
ACIDENTE OFÍDICO BOTRÓPICO EVOLUINDO COM DERRAME PLEURAL HEMORRÁGICO, HEMORRAGIA SUBARACNÓIDEA E ÓBITO 52
A IMPORTÂNCIA DA AVALIAÇÃO TOMOGRÁFICA PARA DIAGNÓSTICO DE DPI NAS DOENÇAS REUMÁTICAS IMUNOMEDIADAS: UM RELATO DE CASO 53
ANÁLISE DO PADRÃO TOMOGRÁFICO E FUNCIONAL DOS PACIENTES COM SARCOIDOSE PULMONAR DO AMBULATÓRIO DE DOENÇA PULMONAR INTERSTICIAL DO IDT/UFRJ 53
ASPECTOS DE IMAGEM DAS DOENÇAS DE PEQUENAS VIAS AÉREAS: UM ENSAIO ICONOGRÁFICO 53
DIVERTÍCULO ANTERIOR DE TRAQUEIA: UM RELATO DE CASO 53
LESÃO EXPANSIVA NO ÁPICE PULMONAR: NEM SEMPRE É PANCOAST! 54
OSSIFICAÇÃO PULMONAR DENDRIFORME: RELATO DE CASO 54
PET-TC COM LESÕES HIPERMETABÓLICAS DIFUSAS EM PACIENTE ONCOLÓGICO: DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL 54
SARCOIDOSE COM ACOMETIMENTO LINFONODAL INTRATORÁCICO E INTRA-ABDOMINAL 54
SARCOIDOSE: UM DIAGNÓSTICO DESAFIADOR 55
SÍNDROME DA CIMITARRA DIAGNOSTICADA EM PACIENTE JOVEM 55

INFECÇÕES RESPIRATÓRIAS
ABSCESSO PULMONAR EM TOPOGRAFIA ATÍPICA 55
ANÁLISE DAS INTERNAÇÕES E ÓBITOS DECORRENTES DE PNEUMONIA NO PARÁ DE 2010 A 2019 55
ANÁLISE DO PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DA PARACOCCIDIOIDOMICOSE ENTRE OS ANOS DE 2015 A 2018 NO BRASIL 56
ASPERGILOSE PERICÁRDICA: RELATO DE CASO DE UMA APRESENTAÇÃO ATÍPICA 56
CONEXÃO DE FIBRA: GRUPOS TERAPÊUTICOS COM PACIENTES QUE CONVIVEM COM FIBROSE CÍSTICA 56
DERRAME PARAPNEUMÔNICO COMO COMPLICAÇÃO A PNEUMONIA COMUNITÁRIA NA INFÂNCIA: RELATO DE CASO 56
HISTOPLASMOSE COMO CAUSA DE SINTOMAS RESPIRATÓRIOS E ACHADOS DE IMAGEM EM PACIENTE COM NEOPLASIA DA MAMA ASSOCIADA A MÚLTIPLAS METÁSTASES 57
HISTOPLASMOSE PULMONAR CRÔNICA: RELATO DE CASO 57
MICOSE PULMONAR: UM DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL EM NÓDULOS PULMONARES ESCAVADOS 57
PANORAMA DA BRONQUIECTASIA NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO: UMA ANÁLISE DOS ÚLTIMOS 12 ANOS 57
PANORAMA DA PNEUMONIA NO RIO DE JANEIRO: UMA ANÁLISE DOS ÚLTIMOS 10 ANOS 58
PARACOCCIDIOIDOMICOSE PULMONAR, SUPRA RENAL E CEREBRAL 58
PNEUMONIA ASPIRATIVA EM PACIENTES IDOSOS: UMA REVISÃO 58
PNEUMONIA BRONCOASPIRATIVA DE PACIENTE EM SITUAÇÃO DE RUA: UM RELATO DE CASO 58
REPOSICIONAMENTO IN SILICO DE FÁRMACOS PARA TRATAMENTO DE INFECÇÕES CAUSADAS POR ACINETOBACTER BAUMANNII 59

PNEUMOPATIAS INTERSTICIAIS
A IMPORTÂNCIA DOS CAPILARES: O USO DA CAPILAROSCOPIA COMO FERRAMENTA DIAGNÓSTICA NA DOENÇA INTERSTICIAL PULMONAR 59
AVALIAÇÃO DAS PRINCIPAIS COMORBIDADES ASSOCIADAS A DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA E DOENÇA PULMONAR INTERSTICIAIS 59
BLOQUEIO CARDÍACO E ACOMETIMENTO PULMONAR: DUAS FACES DA MESMA DOENÇA 60
CORRELAÇÃO ENTRE FUNÇÃO PULMONAR, FUNÇÃO FÍSICA E FORÇA MUSCULAR EM MULHERES PORTADORAS DE ESCLEROSE SISTÊMICA 60
EVOLUÇÃO DA FUNÇÃO PULMONAR, CAPACIDADE FUNCIONAL E ÍNDICE DE INCAPACIDADE PARA TAREFAS COTIDIANAS DE PACIENTES COM ESCLEROSE SISTÊMICA 60
DURANTE A PANDEMIA DE COVID-19: UMA SÉRIE DE CASOS 60

11
FIBROSE PULMONAR IDIOPÁTICA: ANÁLISE DA FUNÇÃO PULMONAR, DEGLUTIÇÃO E NUTRIÇÃO EM UMA COORTE DE PACIENTES 60
IMPACTO DA TAXA DE MONÓCITOS NOS PACIENTES COM DOENCA PULMONAR FIBROSANTE 61
LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO COM ACOMETIMENTO DO INTERSTÍCIO PULMONAR 61
PNEUMONIA DE HIPERSENSIBILIDADE POR USO DE MESALAZINA 61
PNEUMONIA EM PACIENTE DE UTI A PARTIR DA ABORDAGEM DA ENFERMAGEM: REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 61
PNEUMONITE INTERSTICIAL SECUNDÁRIA A AMIODARONA COMO DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL DE COVID-19 62
SARCOIDOSE DISSEMINADA: UM RARO CASO DE ACOMETIMENTO PULMONAR, NEUROLÓGICO, CARDÍACO E OFTÁLMICO 62
UM RARO CASO DE PNEUMOMEDIASTINO ESPONTÂNEO EM UMA PACIENTE COM DERMATOMIOSITE AMIOPÁTICA E DOENÇA INSTERSTICIAL PULMONAR 62
USO DE RITUXIMABE PARA PROTEINOSE ALVEOLAR PULMONAR REFRATÁRIA: UM RELATO DE CASO 62
PNEUMOPATIAS OCUPACIONAIS
MANEJO DO PACIENTE COM RINITE 63
PERFIL EPIDEMIOLÓGICO REGIONAL DE INTERNAÇÕES HOSPITALARES POR PNEUMOCONIOSE NO PERÍODO DE 2010 A 2020 NO BRASIL 63
SILICOSE ASSOCIADA À HANSENÍASE: ASSOCIAÇÃO FORTUITA OU VERDADEIRA? 63
PNEUMOPEDIATRIA
ANÁLISE COMPARATIVA DAS INTERNAÇÕES E ÓBITOS DECORRENTE DA PNEUMONIA NA INFÂNCIA 64
A PNEUMOPEDIATRIA E OS CUIDADOS EM SAUDE DA CRIANCA COM FIBROSE CÍSTICA 64
FIBROSE CÍSTICA: QUANDO SUSPEITAR? 64
FÍSTULA TRAQUEOESOFÁGICA EM H EM LACTENTE DE 6 MESES: RELATO DE CASO 64
PERFIL CLÍNICO E RADIOLÓGICO DAS ATELECTASIAS EM CRIANÇAS SUBMETIDAS À BRONCOSCOPIA 65
PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DE INTERNAÇÕES DE CRIANÇAS ENTRE 0 E 9 ANOS COM ASMA EM TERESINA-PI DE 2011 A 2020 65
PERFIL GENOTÍPICO DOS PACIENTES ENCAMINHADOS PELO SERVIÇO DE TRIAGEM NEONATAL NO ESTADO DE SANTA CATARINA ENTRE 2016 E 2020 65
PREVALÊNCIA DAS INTERNAÇÕES HOSPITALARES POR PNEUMONIA EM CRIANÇAS MENORES DE 5 ANOS NA CIDADE DE BELÉM DO PARÁ 65
PROPORÇÕES EPIDEMIOLÓGICAS DA SÍNDROME RESPIRATÓRIA AGUDA GRAVE EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES EM GOIÁS NOS ANOS 2019 E 2020 66
UM CASO DE BRONQUIOLITE OBLITERANTE PÓS-INFECCIOSA 66
REABILITAÇÃO PULMONAR
AVALIAÇÃO DA FORÇA MUSCULAR RESPIRATÓRIA E DA DISTÂNCIA PERCORRIDA NO TESTE DE CAMINHADA DE SEIS MINUTOS EM ADULTOS COM ANEMIA FALCIFORME
ANTES E APÓS UM PROGRAMA DE RECONDICIONAMENTO DOMICILIAR 66
EFEITOS DO TREINAMENTO MUSCULAR INSPIRATÓRIO NA CAPACIDADE DE EXERCÍCIO 66
REABILITAÇÃO PULMONAR DE BAIXA INTENSIDADE ATRAVÉS DE VIDEOCONFERÊNCIA PARA PACIENTES NA FASE PÓS-AGUDA DO COVID-19 67
SOBRECARGA CARDÍACA AVALIADA POR DUPLO-PRODUTO ENTRE O TESTE DE CAMINHADA DE 6 MINUTOS E O TESTE DE DEGRAU DE SEIS MINUTOS 67
TABAGISMO
ABORDAGEM DOS TABAGISTAS EM LISTA DE ESPERA DE UM PROGRAMA PARA TRATAMENTO DO TABAGISMO DURANTE A PANDEMIA COVID-19 67
A IMPORTÂNCIA DA ABORDAGEM DO TABAGISMO NA EDUCAÇÃO BÁSICA 67
CONTROLE DO TABAGISMO NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE 68
O TABAGISMO COMO FATOR DE RISCO PARA COVID-19 68
TABAGISMO EM PESSOAS COM TUBERCULOSE NO ESTADO DO PIAUÍ: UMA ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA 68
TRATAMENTO DE TABAGISMO NO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO ANTÔNIO PEDRO: RESULTADO IMEDIATO E APÓS UM ANO DE SEGUIMENTO 68
TRATAMENTO REMOTO DOS PACIENTES TABAGISTAS DURANTE A PANDEMIA COVID-19 69
TERAPIA INTENSIVA
AUMENTO GRADUAL DA PRESSÃO POSITIVA AO FINAL DA EXPIRAÇÃO REDUZ O DANO PULMONAR E MELHORA A FUNÇÃO CARDÍACA EM MODELO EXPERIMENTAL DE
SÍNDROME DO DESCONFORTO RESPIRATÓRIO AGUDO LEVE 69
TROMBOEMBOLISMO PULMONAR
MANEJO E DIAGNÓSTICO DO TROMBOEMBOLISMO PULMONAR NA GESTANTE 70
PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DAS INTERNAÇÕES POR EMBOLIA PULMONAR NO PIAUÍ ENTRE 2010 E 2020 70
PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DAS INTERNAÇÕES POR TROMBOEMBOLISMO PULMONAR NO ESTADO DO PIAUÍ 70
TUBERCULOSE
A ACURÁCIA DO GENEXPERT MTB/RIF®️ PARA DIAGNÓSTICO DE TUBERCULOSE EM AMOSTRAS RESPIRATÓRIAS EM UM CENTRO DE REFERÊNCIA UNIVERSITÁRIO PARA
TUBERCULOSE NO RIO DE JANEIRO 71
A CRIAÇÃO DA REDE BRASILEIRA DE ENFERMAGEM POR UM BRASIL LIVRE DA TUBERCULOSE (REDE ENFTB) 71
A EPIDEMIOLOGIA DA TUBERCULOSE PULMONAR NO NORDESTE BRASILEIRO ENTRE MAIO DE 2011 E ABRIL DE 2021 71
ANÁLISE DE DADOS PÚBLICOS E VALIDAÇÃO DE ASSINATURAS GÊNICAS EM TUBERCULOSE PLEURAL 71
A SUBNOTIFICAÇÃO DE CASOS DE TUBERCULOSE NO PARÁ A PARTIR DA VIGILÂNCIA DE INTERNAÇÕES E ÓBITOS DURANTE NO ANO DE 2020, COM A PANDEMIA DE
SARS-COV 2 72
AVALIAÇÃO NUTRICIONAL DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES DIAGNOSTICADOS COM TUBERCULOSE ATIVA E TUBERCULOSE LATENTE EM NITERÓI - RIO DE JANEIRO, BRASIL 72
CARACTERÍSTICAS DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES COM DOENÇAS REUMATOLÓGICAS E DIAGNÓSTICO DE TUBERCULOSE E TUBERCULOSE LATENTE EM HOSPITAL
TERCIÁRIO NO RIO DE JANEIRO 72
CARACTERIZAÇÃO MOLECULAR DE GENES ENVOLVIDOS NA FARMACOCINÉTICA DE RIFAMPICINA E ISONIAZIDA 72
DERRAME PLEURAL NEUTROFÍLICO E MARCADORES DE LESÃO E GRAVIDADE NA TUBERCULOSE PLEURAL 73
DESEMPENHO DO TESTE TUBERCULÍNICO (PPD) E DO ENSAIO DE PRODUÇÃO DE INTERFERON-GAMA (IGRA) PARA RASTREIO DE TUBERCULOSE LATENTE EM PACIENTES
COM DOENÇAS INFLAMATÓRIAS IMUNOMEDIADAS 73
EFEITO DA VACINAÇÃO COM BCG NA INCIDÊNCIA DE TUBERCULOSE INFANTIL NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO 73

12
IMPACTO DA PANDEMIA DA COVID-19 NA INCIDÊNCIA DE TUBERCULOSE NO BRASIL 73
IMUNIDADE CELULAR INDUZIDA POR TUBERCULOSE NA FREQUÊNCIA DE INFECÇÃO PELO SARS-COV 2 74
JUDICIALIZAÇÃO POR MOTIVO DE TUBERCULOSE PULMONAR: NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO NOS ANOS 2019-2021 74
O DIAGNÓSTICO DE TUBERCULOSE NA INFÂNCIA DURANTE A PANDEMIA DE COVID-19 74
O INCOMUM ACHADO DA PIRAZINAMIDA COMO CAUSADORA DE REAÇÃO ADVERSA MAIOR AOS TUBERCULOSTÁTICOS 74
PANORAMA DA TUBERCULOSE NO RIO DE JANEIRO 75
PANORAMA EPIDEMIOLÓGICO DA TUBERCULOSE EM CRIANÇAS MENORES DE 5 ANOS NO PARÁ DE 2010 A 2020 75
PANORAMA EPIDEMIOLÓGICO DA TUBERCULOSE NO ESTADO DO PIAUÍ 75
PERFIL DE PACIENTES COINFECTADOS POR TUBERCULOSE E HIV NO ESTADO DO PARÁ ENTRE 2011 E 2020 75
PERFIL DOS PACIENTES ENCAMINHADOS VIA SISTEMA NACIONAL DE REGULAÇÃO (SISREG) AO AMBULATÓRIO DE TUBERCULOSE (TB) EM HOSPITAL DE REFERÊNCIA
DURANTE A PANDEMIA COVID – 19 76
PERFIL REGIONAL NO BRASIL DE ÓBITOS POR TUBERCULOSE NO PERÍODO DE 2010-2020 76
REAÇÃO ADVERSA AO BCG: RELATO DE CASO DE ABSCESSO FRIO EM LACTENTE ATENDIDO EM AMBULATÓRIO DE REFERÊNCIA 76
TABAGISMO, DROGAS ILÍCITAS E ALCOOLISMO COMO FATORES PREDITORES DE MORTALIDADE POR TUBERCULOSE 76
TUBERCULOMA DE SNC E FIBROSE CÍSTICA: ASSOCIAÇÃO RARA MAS POSSÍVEL 77
TUBERCULOSE ASSOCIADA A TABAGISMO E ALCOOLISMO NO BRASIL, DE 2010 A 2020 77
TUBERCULOSE ENDOBRÔNQUICA COM ACOMETIMENTO TRAQUEAL: UMA ENTIDADE INCOMUM 77
TUBERCULOSE ENTRE OS PROFISSIONAIS DA SAÚDE: UM ESTUDO ECOLÓGICO 77
TUBERCULOSE EXTENSIVAMENTE RESISTENTE: FALÊNCIA TERAPÊUTICA 78
TUBERCULOSE MAMÁRIA E ÓSSEA EM PACIENTE IMUNOCOMPETENTE 78
TUBERCULOSE PULMONAR NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO: PERFIL SOCIOECONÔMICO EPIDEMIOLÓGICO 78

13
PROGRAMAÇÃO
XVIII Congresso de Pneumologia e Tisiologia do Estado do Rio de Janeiro

14
Sábado, 09 de outubro de 2021
SALA 01 - SÁBADO, 09 DE OUTUBRO - 09H00 - 18H00

CURSO – COVID-19: Revisão global da fisiopatologia, abordagem do pa-


ciente ambulatorial e crítico e das síndromes pós COVID
Coordenadora: Paula Werneck Steimback

09h00-09h40 – Substrato anatomopatológico da doença


09h40-10h00 – Perguntas – Nicolle Gaglionone (RJ)
10h00-10h40 – Abordagem do paciente ambulatorial
10h40-11h00 – Perguntas – Renato de Lima Azambuja (RJ)
11h00-11h40 – O uso racional de terapêuticas farmacológicas na COVID-19
baseado em evidências
11h40-12h00 – Perguntas – Alessandra Thompson (RJ)

12h00-14h00 – INTERVALO

14h00-14h40 – Estratégias de ventilação mecânica e ecmo


14h40-15h00 – Perguntas – Leonardo Palermo Bruno (RJ)
15h00-15h40 – Traqueostomia e pneumomediastino
15h40-16h00 – Perguntas – Carlos Henrique Boasquevisque (RJ)
16h00-16h40 – Reabilitação no paciente COVID
16h40-17h00 – Perguntas – Renata Santos Guimarães (RJ)
17h00-17h40 – Síndromes Pós COVID
17h40-18h00 – Perguntas – Nina Visconti (RJ)

SALA 02 - SÁBADO, 09 DE OUTUBRO - 09H00 - 12H10

CURSO – Tabagismo: contextualização atual, abordagem multidisciplinar


ao tratamento
Coordenador: Gunther Kissmann

09h00-09h20 – Panorâmica da Convenção Quadro da OMS – Adriana Carva-


lho (SP)
09h20-09h40 – Anatomia dos dispositivos eletrônicos de fumo – Lucas Si-
queira Geber Oliveira (RJ)
09h40-10h00 – Existe redução de danos em tabagismo? – Ricardo Henrique
Sampaio Meirelles (RJ)
10h00 – 10h20 – Discussão

10h30-10h50 – Como atuar em grupos de cessação? – Alessandra Costa


10h50-11h10 – Como abordar o tabagismo havendo distúrbios psiquiátri-
cos? – Carolina Barros Ferreira da Costa (RJ)

15
11h10-11h30 – Lapsos e recaídas: acolhendo e orientando – Sabrina Presman
11h30-11h50 – Orientações para cessação com uso de uma, duas ou nenhu-
ma medicação
11h50 – 12h10 – Discussão

SALA 03 - SÁBADO, 09 DE OUTUBRO - 09H00 - 18H00

CURSO – Imagem do tórax: tomografia e ultrassonografia


Coordenador: Domenico Capone

09h00-09h40 – Diagnóstico diferencial nas doenças intersticiais pulmona-


res
09h40-10h00 – Perguntas – Alessandro Severo (RJ)
10h00-10h40 – Nódulo Pulmonar: Caracterização por Imagem
10h40-11h00 – Perguntas – Rosana Rodrigues (RJ)
11h00-11h40 – Padrões tomográficos na COVID-19
11h40-12h00 – Perguntas – Roberto Mogani (RJ)

12h00-14h00 – INTERVALO

14h00-14h40 – Infecções pulmonares e bronquiectasias


14h40-15h00 – Perguntas – Domenico Capone (RJ)
15h00-15h40 – Más formações pulmonares congênitas no adultos
15h40-16h00 – Perguntas – Edson dos Santos Marchiori (RJ)
16h00-16h40 – US de tórax na avaliação do paciente ambulatorial
16h40-17h00 – Perguntas – Thiago Thomaz Mafort (RJ)
17h00-17h40 – US de tórax na avaliação do doente crítico
17h40-18h00 – Perguntas – Elmo Pereira Jr. (RJ)

SALA 04 - SÁBADO, 09 DE OUTUBRO - 09H00 - 12H00

CURSO – Farmacovigilância em TUBERCULOSE – A importância do moni-


toramento dos Eventos Adversos
Coordenadoras: Aline Gerhardt de Oliveira Ferreira / Erica Fernandes da Silva

09h00-09h40 – O problema da TB no mundo e no Brasil


09h40-10h00 – Perguntas – Aline Gerhardt de Oliveira Ferreira (RJ)
10h00-10h40 – Histórico da Farmacovigilância no mundo e no Brasil
10h40-11h00 – Perguntas – Érica Fernandes da Silva (RJ)
11h00-11h40 – Sistemas de Informação em Farmacovigilância
11h40-12h00 – Perguntas – Aline Gerhardt de Oliveira Ferreira (RJ) e Erica Fernandes
da Silva (RJ)

16
Domingo, 10 de outubro de 2021
SALA 01 - DOMINGO, 10 DE OUTUBRO - 09H00 - 20H00

09h00-10h00 – ABERTURA DO CONGRESSO


Boas vindas:
Dra Irma Godoy – presidente SBPT
Dra Fernanda Mello – presidente SOPTERJ
Dra Monica Flores – presidente do Congresso
Palestra de Abertura – Respire Fundo
Eduardo Rocha (RJ)

10h00-11h00 – DOENÇA PULMONAR INTERSTICIAL – AULA MAGNA


10h00-10h40 – FPI: do diagnóstico ao tratamento com antifibróticos. O que
precisamos saber?
10h40 – 11h00 – Perguntas
Presidente: Cláudia Henrique da Costa (RJ)
Conferencista: Rogério Lopes Rufino Alves (RJ)

11h00-12h30 – SIMPÓSIO SATÉLITE – BOEHRINGER


Como proteger o pulmão de forma holística em se tratando de doenças
crônicas e progressivas?
Palestrantes: Cláudia Costa, Rogerio Rufino e Bruno Hochhegger

12h30-14h00 – INTERVALO

14h00-15h00 – DOENÇA PULMONAR INTERSTICIAL – HOT TOPICS


Moderador: Eduardo Pamplona Bethlem (RJ)
14h00-14h15 – Padrões tomográficos de doenças intersticiais que dão
diagnóstico – Felipe de Miranda Carbonieri Ribeiro (RJ)
14h15-14h30 – Quando não podemos fugir da biópsia? – Leonardo Palermo
Bruno (RJ)
14h30-14h45 – Meu paciente com sarcoidose mantém sintomas. O que
fazer? – Mariana Carneiro Lopes (RJ)
14h45-15h00 – Discussão

15h00-16h00 – SIMPÓSIO SATÉLITE – INC


Transplante Pulmonar no Rio de Janeiro – Desafio na construção de um
novo centro no SUS
Palestrantes: José Eduardo Afonso Jr, Gabriel Ferreira Santiago e
Patrícia Fabrício Guerra Faveret

16h00-17h00 – INTERVALO

17
17h00-18h00 – Doença Pulmonar Intersticial – Discussão de Casos
Moderador: Cláudia Hernique da Costa (RJ)
Caso: Doença intersticial pulmonar a esclarecer
Apresentadora: Bruna Provenzano (RJ)
Debatedores:
Exames complementares: Agnaldo J Lopes (RJ)
Broncoscopista: Denis Muniz Ferraz (RJ)
Patologista: Kalil Madi (RJ)
Fisioterapeuta: Yves Raphael (RJ)
Tomografia: Domenico Capone (RJ)

18h00-19h00 – INTERVALO

19h00-20h00 – DOENÇA PULMONAR INTERSTICIAL – PRÓ x CONTRA


Moderador: João Pedro Steinhauser Motta (RJ)
Pneumonia por hipersensibilidade: fazer broncoscopia e colher LBA em
todos os pacientes com suspeita diagnóstica?
19h00-19h20 – PRÓ – Thiago Thomaz Mafort (RJ)
19h20-19h40 – CONTRA – Nadja Polisseni (RJ)
19h40-20h00 – Discussão

SALA 02 - DOMINGO, 10 DE OUTUBRO - 10H00 - 20H00

10h00-11h00 – CTI – AULA MAGNA


10h00-10h40 – The Italian experience by COVID-19 pandemic in Genoa
(esta sessão contará com tradução simultânea)
10h40 – 11h00 – Perguntas
Presidente: Paula Werneck Steimback (RJ)
Conferencista: Paolo Pelosi (Itália)

11h00-12h30 – SIMPÓSIO SATÉLITE – BOEHRINGER


Como proteger o pulmão de forma holística em se tratando de doenças
crônicas e progressivas?
Palestrantes: Cláudia Costa, Rogerio Rufino e Bruno Hochhegger

12h30-14h00 – INTERVALO

14h00-15h00 – CTI – HOT TOPICS


Moderador: Marcelo Kalichsztein (RJ)
14h00-14h15 – Fisiopatologia funcional da lesão pulmonar aguda induzida
por SARS-CoV-2 e implicações clínicas – Patricia Rocco (RJ)
14h15-14h30 – Novas evidências científicas no conceito de VM protetora –
Leonardo Araujo (RJ)

18
14h30-14h45 – A ventilação não invasiva depois da pandemia: O que mu-
dou? – Marcelo Alcantara Holanda (CE)
14h45-15h00 – Discussão

15h00-17h00 – INTERVALO

17h00-18h00 – CTI – DISCUSSÃO DE CASOS


Moderador: Rafael Pottes
Caso: Pneumomediastino em paciente COVID
Apresentadora: Fernanda Oliveira Baptista da Silva (RJ)
Debatedores
Tomografia: Felipe de Miranda Carbonieri Ribeiro (RJ)
Cirurgia de tórax: Carlos Henrique Boasquevisque (RJ)
Pneumologista: David Henrique Nigri (RJ)

18h00-19h00 – INTERVALO

19h00-20h00 – CTI – PRÓ x CONTRA


Anticoagulação plena na COVID?
Moderador: Marcos Knibel (RJ)
19h00-19h20 – SIM – Felipe Saddy (RJ)
19h20-19h40 – NÃO – Arthur Vianna (RJ)
19h40-20h00 – Discussão

SALA 03 - DOMINGO, 10 DE OUTUBRO - 10H00 - 20H00

10h00-11h00 – ONCOLOGIA – AULA MAGNA


Presidente: Mauro Zamboni (RJ)
10h00-10h25 – História da arte do tratamento do câncer de pulmão
Conferencista: Clarissa Baldotto (RJ)
10h25-10h50 – Histórico da cirurgia no tratamento do câncer de pulmão
Conferencista: Anderson Nassar Guimarães (RJ)
10h50 – 11h00 – Perguntas

11h00-11h30 - SIMPÓSIO SATÉLITE - ONCOLOGIA D’ OR


Tumor Board
Oncologistas: Clarissa Baldotto, Mauro Zukin, Eloá Brabo, Ivan Moreira Jr.
Radiologistas: Marcelo Chaves, Felipe Carbonieri
Pneumologistas: João Pedro Steinhauser, Arthur Vianna
Cirurgia torácica: Felipe Braga, Márcio Lucas
Patologista: Nicolle Gaglionone

12h30-14h00 – INTERVALO

19
14h00-15h00 – ONCOLOGIA – HOT TOPICS
Moderador: Mauro Zukin (RJ)
14h00-14h15 – Nódulo pulmonar – Luiz Paulo Loivos (RJ)
14h15-14h30 – Pré-operatório câncer de pulmão – Danielle Bedin (SP)
14h30-14h45 – Pós-operatório câncer de pulmão – Carlos Eduardo Lima (RJ)
14h45-15h00 – Discussão

15h00-17h00 – INTERVALO
17h00-18h00 – ONCOLOGIA – DISCUSSÃO DE CASOS
Moderador: Luiz Henrique Araújo (RJ)
Caso: Câncer de pulmão localmente avançado
Apresentadora: Heloisa Loureiro (RJ)
Debatedores
Radioterapia: Carolina Lopes (RJ)
Pneumologia: Daniel Cutrim (RJ)
Cirurgia de tórax: Guilherme Dal Agnol (RJ)
Oncologia: Cecília Longo (RJ)
Broncoscopia: João Pedro Steinhauser Motta (RJ)

18h00-19h00 – INTERVALO

19h00-20h00 – ONCOLOGIA – PRÓ x CONTRA


Existe evidência para suportar essa escolha no paciente candidato a
cirurgia?
Moderador: Marcos Eduardo Machado Paschoal (RJ)
19h00-19h20 – Cirurgia minimamente invasiva – Gustavo Gattás (RJ)
19h20-19h40 – Radiocirurgia – Lilian Faroni (RJ)
19h40-20h00 – Discussão

SALA 04 - DOMINGO, 10 DE OUTUBRO - 10H00 - 20H00

10h00-11h00 – ASMA – AULA MAGNA


10h00-10h40 – A Asma na era da genética e dos imunobiológicos
10h40 – 11h00 – Perguntas
Presidente: Fernando Chacur (RJ)
Conferencista: José Roberto Lapa e Silva (RJ)

11h00-11h30 – SIMPÓSIO SATÉLITE – SANOFI


Alcançando novos objetivos no tratamento da asma grave com foco na inflamação
tipo 2
Palestrante: Thiago Bartholo

11h30-14h00 – INTERVALO

14h00-15h00 – ASMA – HOT TOPICS


Moderador: Pedro Fagundes (RJ)

20
14h00-14h15 – Onde entra o exame de espirometria no seguimento do
asmático ambulatorial – Agnaldo Lopes (RJ)
14h15-14h30 – Síndrome de sobreposição e o desafio do tto – Priscila Geller
Wolff (RJ)
14h30-14h45 – Os dilemas da asma grave – Carlos Leonardo Carvalho Pessoa (RJ)
14h45-15h00 – Discussão

15h00-17h00 – INTERVALO

17h00-18h00 – ASMA – DISCUSSÃO DE CASOS


Moderador: Thiago Bartholo (RJ)
Caso: Asma grave no adulto
Apresentadora: Alícia Sales Carneiro (RJ)
Debatedores
Ana Maria Silva Araújo (RJ)
Carlos Leonardo Carvalho Pessoa (RJ)

18h00-19h00 – INTERVALO

19h00-20h00 – ASMA – PRÓ x CONTRA


Desmame do corticoide inalado na asma leve
Moderador: Fábio Aguiar (RJ)
19h00-19h20 – PRÓ – Thiago Bartholo (RJ)
19h20-19h40 – CONTRA – José Elabras Filho (RJ)
19h40-20h00 – Discussão

Segunda-feira, 11 de outubro de 2021


SALA 01 - SEGUNDA-FEIRA, 11 DE OUTUBRO - 10H00 - 20H00

10h00-11h00 – SONO – AULA MAGNA


10h00-10h40 – O que o Pneumologista precisa saber sobre apneia do sono
– do ronco à mortalidade cardiovascular
10h40 – 11h00 – Perguntas
Presidente: Antônio Chibante (RJ)
Conferencista: Anamelia Costa Faria (RJ)

11h00-12h00 – SIMPÓSIO SATÉLITE – GSK


Novos olhares na abordagem da Asma e DPOC: Dos traços tratáveis à
vida real
Palestrantes: Rodrigo Lima, Leda Rabelo e Roberto Stirbulov

12h00-14h00 – INTERVALO

21
14h00-15h00 – SONO – HOT TOPICS
Como eu faço: Avaliação na prática do paciente com AOS
Moderador: Fernando Azevedo Pacheco (RJ)
14h00-14h15 – Visão do Otorrino – Como eu examino as VAS? Que exames
peço e quando? Quando indico cirurgia? – Hassana Fonseca (RJ)
14h15-14h30 – Visão do BucoMaxilo – Como eu examino a anatomia? Que
exames peço e quando? Quando indico cirurgia? – Leonardo Metropolo (RJ)
14h30-14h45 – Visão do Dentista – Como eu examino a cavidade oral?
Quando é possível ou não colocar AIO? – Valeria de Sant’Anna (RJ)
14h45-15h00 – Discussão

15h00-17h00 – INTERVALO

17h00-18h00 – SONO – DISCUSSÃO DE CASOS


Moderador: Júlio Rodrigues (RJ)
Caso: Distúrbio respiratório do sono
Apresentadora: Caroline Guimarães (RJ)
Debatedores
Luiz Lazzarini (RJ)
Gleison Marinho Guimarães (RJ)

18h00-19h00 – INTERVALO

19h00-20h00 – SONO – PRÓ x CONTRA


A polissonografia tipo 1 ainda é o melhor exame para diagnosticar ap-
neia do sono?
Moderadora: Joana Acar (RJ)
19h00-19h20 – PRÓ – Fernanda Chibante (RJ)
19h20-19h40 – CONTRA – Ricardo Luiz de Menezes Duarte (RJ)
19h40-20h00 – Discussão

SALA 02 - SEGUNDA-FEIRA, 11 DE OUTUBRO - 10H00 - 20H00

10h00-11h00 – DPOC – AULA MAGNA


10h00-10h40 – A evolução natural da DPOC pode ser modificada?
10h40 – 11h00 – Perguntas
Presidente: Alexandre Pinto Cardoso (RJ)
Conferencista: Cláudia Henrique da Costa (RJ)

11h00-12h00 – SIMPÓSIO SATÉLITE – GSK


Novos olhares na abordagem da Asma e DPOC: Dos traços tratáveis à
vida real
Palestrantes: Rodrigo Lima, Leda Rabelo e Roberto Stirbulov

14h00-15h00 – INTERVALO

22
14h00-15h00 – DPOC – HOT TOPICS
Moderador: José Manoel Jansen (RJ)
14h00-14h15 – Imagem e DPOC – Gláucia Ribeiro Zanetti (RJ)
14h15-14h30 – O impacto das comorbidades no sucesso do tto da DPOC –
Alexandre Pinto Cardoso (RJ)
14h30-14h45 – A nova era das válvulas endobrônquicas – Hugo Oliveira (RS)
14h45-15h00 – Discussão

15h00-17h00 – INTERVALO

17h00-18h00 – DPOC – DISCUSSÃO DE CASOS


Moderador: Alexandre Pinto Cardoso (RJ)
Caso: DPOC descompensada em paciente internado em pré operatório
Apresentador: Marcos Bethlem (RJ)
Debatedores
Fisioterapia: José Renato Crepaldi Alves (RJ)
Tomografia: Marcelo Chaves (RJ)
Pneumologia: Denis Muniz Ferraz (RJ)

18h00-19h00 – INTERVALO

19h00-20h00 – DPOC – PRÓ x CONTRA


Terapêutica tríplice
Moderadora: Elizabeth Jauhar Cardoso Bessa (RJ)
19h00-19h20 – PRÓ – Paulo Cesar de Oliveira (RJ)
19h20-19h40 – CONTRA – Eucir Rabello (RJ)
19h40-20h00 – Discussão

SALA 03 - SEGUNDA-FEIRA, 11 DE OUTUBRO - 10H00 - 20H00

10h00-11h00 – HIPERTENSÃO ARTERIAL PULMONAR – AULA MAGNA


10h00-10h40 – Hipertensão pulmonar tromboembólica crônica: o estado
da arte
10h40 – 11h00 – Perguntas
Presidente: Daniel Waetge (RJ)
Conferencista: Carlos Jardim (SP)

11h00-11h30 – SIMPÓSIO SATÉLITE – ZODIAC


FPI: A importância do diagnóstico e tratamento precoce
Palestrante: Regina Tibana

11h30-12h20 – SIMPÓSIO SATÉLITE – CHIESI


A importância de tratar paciente com risco de exacerbação moderada na
DPOC
Palestrante: Cláudia Costa

23
12h20-14h00 – INTERVALO

14h00-15h00 – HIPERTENSÃO ARTERIAL PULMONAR – HOT TOPICS


Moderador: Elizabeth Jauhar Cardoso Bessa (RJ)
14h00-14h15 – Avaliação ecocardiográfica na HP – Marcelo Iório Garcia (RJ)
14h15-14h30 – Estratificação de risco simplificada na HAP – Marcia de Sousa
Murta (RJ)
14h30-14h45 – Tratamento na HAP – Leonardo Palermo Bruno (RJ)
14h45-15h00 – Discussão

15h00-17h00 – INTERVALO

17h00-18h00 – HIPERTENSÃO ARTERIAL PULMONAR – DISCUSSÃO DE CASOS


Moderador: Marcia de Sousa Murta (RJ)
Caso: Abordagem diagnóstica e seguimento na HAP
Apresentador: Fabio Kunita (RJ)
Debatedores
Silvana Romano (RJ)
Elizabeth Jauhar Cardoso Bessa (RJ)

18h00-19h00 – INTERVALO

19h00-20h00 – HIPERTENSÃO ARTERIAL PULMONAR – PRÓ x CONTRA


Tratamento de reperfusão nos pacientes com risco intermediário na em-
bolia pulmonar
Moderador: Daniel Waetge (RJ)
19h00-19h20 – PRÓ – Bernardo Massière (RJ)
19h20-19h40 – CONTRA – Renato de Lima Azambuja (RJ)
19h40-20h00 – Discussão

SALA 04 - SEGUNDA-FEIRA, 11 DE OUTUBRO - 10H00 - 20H00

10h00-10h30 – AULA MAGNA – EDUCAÇÃO MÉDICA


10h00-10h20 – Como transformar a educação médica através dos jovens
pneumologistas
10h20 – 10h30 – Perguntas
Presidente: Paula Werneck Steimback (RJ)
Conferencista: Maria do Patrocínio Tenório Nunes (SP)

10h30 – 11h00 – Lançamento do livro


Dra Fernanda Mello – presidente SOPTERJ e editora do livro
Dr Eucir Rabello – editor do livro
Dr Alexandre Pinto Cardoso – editor do livro
Dr João Pedro Steinhauser – diretor científico da SOPTERJ e editor do livro

24
11h00-11h30 – SIMPÓSIO SATÉLITE – GLENMARK

11h30-14h00 – INTERVALO

14h00-15h00 – SESSÃO DE TEMAS LIVRES – TUBERCULOSE


Moderador: Ana Paula Santos (RJ)
14h00-14h07 – Avaliação nutricional de crianças e adolescentes diagnos-
ticados com tuberculose ativa e tuberculose latente em Niterói – Rio de
Janeiro, Brasil
Apresentador: Caio Pluvier Duarte Costa (RJ)
14h07-14h14 – Caracterização molecular de genes envolvidos na farmaco-
cinética de rifampicina e isoniazida
Apresentadora: Cecilia Alvim Dutra (RJ)
14h14-14h21 – A Acurácia do GeneXpert MTB/Rif®️ para Diagnóstico de
Tuberculose em Amostras Respiratórias em um Centro de Referência Uni-
versitário para Tuberculose no Rio de Janeiro
Apresentador: Gabriel Henrique Delazare Miranda (RJ)
14h21-14h28 – Análise de dados públicos e validação de assinaturas gêni-
cas em tuberculose pleural
Apresentadora: Raquel da Silva Corrêa (RJ)
14h28-14h35 – Desempenho do teste tuberculínico (ppd) e do ensaio de
produção de Interferon-gama (igra) para rastreio de tuberculose latente
em pacientes com doenças inflamatórias imunomediadas
Apresentador: Bernardo Torres Skinner (RJ)
14h35-15h00 – Perguntas

15h00-17h00 – INTERVALO

17h00-18h00 – SESSÃO DE TEMAS LIVRES – ASMA, DPOC E CIRURGIA DE


TÓRAX
Moderador: Renato Azambuja (RJ)
17h00-17h07 – Variabilidade de genes de interesse farmacogenético em
pacientes asmáticos do estado do Rio de Janeiro
Apresentadora: Viviane da Conceição Silva (RJ)
17h07-17h14 – Reprodutibilidade da Medida Fração exalada de Óxino Nítri-
co (FeNO) em Uma Coorte de Pacientes com Asma
Apresentadora: Bruna Cuoco Provenzano (RJ)
17h14-17h21 –A capacidade de exercício tem relação com a performance
nas atividades diárias em pacientes com DPOC?
Apresentador: Yves de Souza (RJ)
17h21-17h28 – Há correlação entre a Fração Exalada de Óxido Nítrico
(FeNO) e a presença de resposta broncodilatadora na espirometria?
Apresentadora: Bruna Cuoco Provenzano (RJ)

25
17h28-17h35 – Cirurgia torácica robótica: comparação dos resultados cirúr-
gicos por faixa etária. Análise de 457 cirurgias
Apresentador: Rui Haddad (RJ)
17h35-17h42 – Perfil dos pacientes encaminhados ao ambulatório de asma
grave pelo sistema de regulação do estado do rio de janeiro (SISREG).
Será que realmente é asma grave?
Apresentadora: Ana Paula Ramos Barreto (RJ)
17h42-18h00 – Perguntas

18h00-19h00 – INTERVALO

19h00-19h30 – SESSÃO DE TEMAS LIVRES – COVID-19


Moderador: Arthur Vianna (RJ)
19h00-19h07 – Avaliação das alterações sistêmicas e na ultrassonografia de
tórax no acompanhamento dos pacientes após infecção pelo SARS-COV-2
Apresentadora: Laura Braga Monnerat (RJ)
19h07-19h14 – Achados da espirometria e da oscilometria de impulso no
acompanhamento de pacientes após período agudo da COVID-19
Apresentadora: Mariana Soares da Cal (RJ)
19h14-19h21 – Perfil de citocinas TH1/TH2/TH17 antígeno-específicas para
SARS-COV-2 em sangue total de indivíduos recuperados e com síndrome
PÓS-COVID-19
Apresentadora: Shayane Martins Rodrigues Gomes (RJ)
19h21-19h30 – Perguntas

19h30-20h00 – Sessão de Premiação dos Melhores Trabalhos – PRÊMIO


DRA. MARIA DAS GRAÇAS BASÍLIO RIOS
Apresentação: Mônica Flores Rick
Presidente do Congresso

Terça-feira, 12 de outubro de 2021


SALA 01 - TERÇA-FEIRA, 12 DE OUTUBRO - 10H00 - 20H00

10h00-11h00 – PEDIATRIA – AULA MAGNA


10h00-10h40 – Up to date – Tuberculose na Pediatria
10h40 – 11h00 – Perguntas
Presidente: Ana Alice Amaral Ibiapina Parente (RJ)
Conferencista: Clemax Couto Sant’Anna (RJ)

11h00-12h00 – SIMPÓSIO SATÉLITE – ASTRAZENECA


O Protagonismo do Pneumologista no Manejo do Nódulos Pulmonares e
no Diagnóstico Precoce do Câncer de Pulmão
Palestrante: Luiz Paulo Loivos

26
Mudando os Paradigmas no Manejo da Asma Grave Eosinofílica: Benra-
lizumabe
Palestrante: José Elabras Filho

12h00-13h00 – SIMPÓSIO SATÉLITE – ONCOCLINICAS


Screening e detecção precoce em câncer de pulmão: desafios atuais e
papel da biópsia líquida
Palestrante: Tatiane Montella
Debate: Os desafios atuais
Palestrantes: Jose Gustavo Pugliese, Leonardo Palermo, João Pedro Motta
Biópsia líquida: aplicabilidade atual no rastreio e doença inicial
Palestrante: Rodrigo Dienstmann

13h00-14h00 – INTERVALO

14h00-15h00 – PEDIATRIA – HOT TOPICS


Moderador: Paula do Nascimento Maia (RJ)
14h00-14h15 – Fibrose Cística – Atualização no diagnóstico e tratamento –
Patricia Fernandes Barreto Machado Costa (RJ)
14h15-14h30 – Desafios do acompanhamento da fibrose cística – Tania Foles-
cu Wrobel (RJ)
14h30-14h45 – Discinesia Ciliar Primária – Dificuldades no diagnóstico –
Daniela Souza Paiva Borgli (SP)
14h45-15h00 – Discussão

15h00-17h00 – INTERVALO

17h00-18h00 – PEDIATRIA – DISCUSSÃO DE CASOS


Moderadora: Rafaela Baroni Aurílio (RJ)
Caso: Doença Enxerto Hospedeiro com acometimento pulmonar após Tx
de MO: desafios diagnósticos e terapêuticos
Apresentadora: Lenita de Melo Lima (RJ)
Debatedores:
Ana Alice Amaral Ibiapina Parente (RJ)
Adriana Martins de Sousa (RJ)
Cláudia Stella Pereira Bataglia (RJ)
Michely Alexandrino de Souza Pinheiro (RJ)

18h00-19h00 – INTERVALO

19h00-20h00 – PEDIATRIA – PRÓ x CONTRA


Tratamento profilático da Asma na Infância conforme o GINA 2021
Moderador: Clemax Couto Sant’Anna (RJ)
19h00-19h20 – PRÓ – Ana Alice Amaral Ibiapina Parente (RJ)
19h20-19h40 – CONTRA – Maria de Fátima Pombo Santanna (RJ)
19h40-20h00 – Discussão

27
SALA 02 - TERÇA-FEIRA, 12 DE OUTUBRO - 10H00 - 20H00

10h00-11h00 – INFECÇÕES – AULA MAGNA


10h00-10h40 – Como a COVID mudou as infecções pulmonares
10h40 – 11h00 – Perguntas
Presidente: Gilmar Zonzin (RJ)
Conferencista: Margareth Dalcomo (RJ)

11h00-12h00 – SIMPÓSIO SATÉLITE – ASTRAZENECA


O Protagonismo do Pneumologista no Manejo do Nódulos Pulmonares e
no Diagnóstico Precoce do Câncer de Pulmão
Palestrante: Luiz Paulo Loivos
Mudando os Paradigmas no Manejo da Asma Grave Eosinofílica: Benra-
lizumabe
Palestrante: José Elabras Filho

12h00-13h00 – SIMPÓSIO SATÉLITE – ONCOCLINICAS


Screening e detecção precoce em câncer de pulmão: desafios atuais e
papel da biópsia líquida
Palestrante: Tatiane Montella
Debate: Os desafios atuais
Palestrantes: Jose Gustavo Pugliese, Leonardo Palermo, João Pedro Motta
Biópsia líquida: aplicabilidade atual no rastreio e doença inicial
Palestrante: Rodrigo Dienstmann

13h00-14h00 – INTERVALO

14h00-15h00 – HOT TOPICS – INFECÇÕES


Moderador: Nadja Polisseni (RJ)
14h00-14h15 – Histoplasmose capsulata em tempos de pandemia da Co-
vid-19: mito ou verdade? – Miguel Abidon Aidé (RJ)
14h15-14h30 – Existe outro papel para a avalição da ADA no líquido pleu-
ral? – Bernardo Maranhão (RJ)
14h30-14h45 – Aspergilose pulmonar associada a COVID – oportunista ou
produto do dano pulmonar grave? – Márcio Nucci (RJ)
14h45-15h00 – Discussão

15h00-17h00 – INTERVALO

17h00-18h00 – INFECÇÕES – DISCUSSÃO DE CASOS


Moderadora: Fernanda Carvalho de Queiroz Mello (RJ)
Caso: Micobacteriose não tuberculosa e doença intersticial pulmonar:
uma combinação incomum
Apresentadora: Bianca Peixoto Pinheiro Lucena (RJ)

28
Debatedores:
Roberto Mogami (RJ)
Walter Costa (RJ)

18h00-19h00 – INTERVALO

19h00-20h00 – HOT TOPICS – FIBROSE CÍSTICA


Moderador: Luiz Paulo Loivos (RJ)
19h00-19h20 – A tríade da adesão e os cinco pilares do cuidado na fibrose
cística – Mariane Gonçalves Martynychen Canan (PR)
19h20-19h40 – Tratando a raiz do problema na fibrose cística – Monica Firmi-
da (RJ)
19h40-20h00 – Discussão

SALA 03 - TERÇA-FEIRA, 12 DE OUTUBRO - 10H00 - 20H00

10h00-11h00 – TUBERCULOSE – AULA MAGNA


10h00-10h40 – New WHO analysis on the impact of COVID-19 on the TB
response (esta sessão contará com tradução simultânea)
10h40 – 11h00 – Perguntas
Presidente: Jorge Eduardo Pio (RJ)
Conferencista: Tereza Kasaeva (Russia) – Director, WHO Global TB Programme

11h00-11h30 – SIMPÓSIO SATÉLITE – QIAGEN


Como otimizar o diagnóstico da Tuberculose Latente para melhorar a
utilização dos recursos
11h às 11h15 – Análise econômica do Teste IGRA e seus impactos na Saúde
Suplementar e Pública e programas de gestão do paciente
Palestrante: Mariana Fachi
O papel da auditoria nos programas de gestão do paciente com risco de
desenvolvimento de tuberculose ativa na saúde suplementar
Palestrante: Goldete Priszkulnik
________________________________________
12h00-14h00 – HOT TOPICS – MINISTÉRIO DA SAÚDE
Estratégias para um Brasil livre da TB: desafios e perspectivas
Moderadora: Fernanda Dockhorn (DF)
12h00-12h20 – Plano Nacional pelo Fim da TB: perspectivas para 2021-2025
12h20-12h30 – Perguntas – Tiemi Arakawa (DF)

12h30-12h50 – Desafios atuais: Tuberculose e COVID-19


12h50-13h00 – Perguntas – Sidney Bombarda (SP)

13h00-13h20 – TB- HIV: como reduzir a mortalidade?


13h20-13h30 – Perguntas – Denise Arakaki Sanchez (DF)

29
13h30-13h50 – Pesquisa em Tuberculose
13h50-14h00 – Perguntas – Afrânio Kritski (RJ)

14h00-15h00 – TUBERCULOSE – HOT TOPICS


Moderador: Jorge Rocha (RJ)
14h00-14h15 – Diagnóstico molecular: LPA – Ana Paula Santos (RJ)
14h15-14h30 – Tratamento: o desafio do manejo da resistência – Giovanni
Migliori (Itália)
14h30-14h45 – Tratamento de TB latente: o que todo pneumologista deve
saber – Anete Trajman (RJ)
14h45-15h00 – Discussão

15h00-17h00 – INTERVALO

17h00-18h00 – TUBERCULOSE – DISCUSSÃO DE CASOS


Moderadora: Maria Armanda Monteiro da Silva Vieira (RJ)
Caso: Paciente com tuberculose grave em terapia intensiva
Apresentador(a): Jéssica Zandomênico de Souza (RJ)
Debatedores:
Tisiologia: Margareth Dalcomo (RJ)
Biossegurança: Paulo Albuquerque da Costa (RJ)
CTI: André Japiassu (RJ)
Domenico Capone (RJ)

18h00-19h00 – INTERVALO

19h00-20h00 – HOT TOPICS – TUBERCULOSE – O FUTURO


Moderadora: Denise Rossato (RS)
19h00-19h30 – Vacina TB – Ana Paula Kipnis (GO)
19h30-19h45 – BCG e COVID – Fernanda Carvalho de Queiroz Mello (RJ)
19h45-20h00 – Discussão

SALA 04 - TERÇA-FEIRA, 12 DE OUTUBRO - 10H00 - 20H00

10h00-11h00 – HOT TOPICS – ENSINO MÉDICO E DEFESA PROFISSIONAL


Moderadora: Sonia Catarina de Abreu Figueiredo (RJ)
10h00-10h20 – O ensino médico na era pós pandemia: o que mudou? – Eucir
Rabello (RJ)
10h20-10h40 – A teleconsulta é possível na realidade Brasileira? – Marcelo
Gervilla (SP)
10h40-11h00 – Discussão

11h00-11h30 – SIMPÓSIO SATÉLITE – GSK


Importância da vacinação contra coqueluche para indivíduos portadores
de DPOC
Palestrante: Emersom Mesquita

30
11h30-12h00 – SIMPÓSIO SATÉLITE – BD
Diagnóstico Laboratorial de Tuberculose
Palestrante: Juliana Maira Watanabe Pinhata

12h00-14h00 – INTERVALO

14h00-15h00 – HOT TOPICS – VACINAS


Moderadora: Adriana Carvalho (RJ)
14h00-14h20 – Vacinação na era COVID – Tatiana Guimarães de Noronha (RJ)
14h20-14h40 – Calendário vacinal do adulto – como fica agora – Isabella
Ballalai (RJ)
14h40-15h00 – Discussão

15h00-17h00 – INTERVALO

17h00-18h00 – HOT TOPICS – OCUPACIONAL


Moderadora: Patrícia Canto Ribeiro (RJ)
17h00-17h20 – Poluição do ar, risco para o adoecimento por COVID-19? –
Hermano Albuquerque de Castro (RJ)
17h20-17h40 – COVID-19, uma doença ocupacional? – René Mendes (SP)
17h40-18h00 – Discussão

18h00-19h00 – INTERVALO

19h00-20h00 – HOT TOPICS – FISIOTERAPIA


Moderador: Fernando Silva Guimarães (RJ)
19h00-19h15 – Ventilação Mecânica Invasiva e Não-Invasiva na COVID: po-
demos evitar a P-SILI? – Cynthia dos Santos Samary (RJ)
19h15-19h30 – Atualização em disfunção diafragmática associada à venti-
lação mecânica – Luiz Alberto Forgiarini Junior (RS)
19h30-19h45 – Telerreabilitação Pós-COVID – Alessandra Choqueta de Toledo
Arruda (RJ)
19h45-20h00 – Discussão

31
TRABALHOS APRESENTADOS
XVIII Congresso de Pneumologia e Tisiologia do Estado do Rio de Janeiro

32
ASMA
A ASMA É UM FATOR DE RISCO PARA DESFECHOS GRAVES NA INFECÇÃO POR COVID ASMA GRAVE E TUBERCULOSE ENDOBRÔNQUICA EM GESTANTE - DESAFIOS NO DIAG-
19? ANÁLISE DOS PACIENTES DO AMBULATÓRIO DE ASMA MODERADA OU GRAVE DA NÓSTICO E NO TRATAMENTO
POLICLÍNICA PIQUET CARNEIRO Bruna Cuoco Provenzano2; Guilherme Guimarães Delgado2; Alicia Sales Carneiro2; Elaine
Elaine Dias Soutinho; Paulo Roberto Chauvet Coelho; Ana Paula Ramos Barreto; Thiago Pru- Dias Soutinho2; Nadja Polisseni Graça1; Marcos César Santos de Castro1; Thiago Prudente
dente Bartholo; Marcos César Santos de Castro; Nadja Polisseni Graça; Laura Lizeth Zuluaga Bartholo1; Paulo Roberto Chauvet Coelho1;
Parra; Guilherme Guimarães Delgado; Bruna Cuoco Provenzano; Natália Oliveira Monteiro; 1. uerj; 2. UERJ.
Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Paciente feminina, 26 anos, natural do RJ, gestante 11 semanas, portadora de Asma e der-
Introdução: Pacientes com doenças pulmonares crônicas como asma tem tendência a des- matite atópica desde a infância, refere não controle apesar de tripla terapia e corticoide oral.
fechos mais graves quando acometidos por infecções respiratórias virais. Será que a infecção Refere piora dos sintomas nos últimos dois anos, estando mais intenso desde a gestação . No
por COVID 19 segue este padrão? Objetivo: Avaliar retrospectivamente os pacientes do am- momento da consulta, encontrava-se sem febre, negava perda de peso e sudorese noturna.
bulatório de asma através de identificação da presença de IgM/IgG como infecção passada Ao exame, lesões cutâneas sugestivas de dermatite atópica. Espirometria com IT: 0,76 / VEF1
por COVID 19, juntamente com questionário onde se identifica sintomas e prováveis compli- 62,4% / CVF 68,6% / Prova BD negativa . Devido a não melhora dos sintomas, tentada terapia
cações causadas na época desta infecção. Métodos: Realizou-se um estudo transversal com tripla em dispositivo único e avaliado início de omalizumabe. Internação na terceira consulta
os pacientes portadores de asma moderada ou grave, com análise de variáveis como: sexo, devido a piora da dispneia e broncoespasmo difuso. Radiografia normal foi iniciado antibióti-
idade, fenótipo, comorbidades, tabagismo, teste rápido IgM/IgG, sintomas, ida a emergência co venoso com melhora e ajuste da medicação com prescrição de dose alta de corticoterapia
e internação, suplementação de oxigênio e intubação orotraqueal. Avaliou-se aumento das oral. Iniciado logo em seguida uso de omalizumabe. A despeito do imunobiológico e corticoi-
doses de medicações usuais, uso de outras medicações e vacinação contra COVID 19. Resulta- de oral com inalatório, seguiu com asma não controlada. Optou-se por realizar tomografia de
dos: A amostra de 61 pacientes com média de idade de 56,89(DP + 13,19 anos), 68,85% de tórax que evidenciou múltiplas opacidades centrolobulares, configurando padrão de árvore
mulheres e 31,15% de homens. Observou-se comorbidades como obesidade (40,98%), dia- em brotamento. Realizada broncoscopia com visualização de lesões endobrônquicas sugesti-
betes mellitus (21,31%), HAS (57,38%) e doença tireoidiana (16,39%), algumas já relaciona- vas de tuberculose e coletado lavado bronquíolo-alveolar, com resultado positivo. Em pacien-
das ao maior risco de gravidade na infecção por COVID 19. Ainda que 36,07% dos pacientes te com asma grave e gestante devemos estar atentos tanto na utilização de corticoterapia
acreditassem ter infecção por coronavírus em algum período dos últimos 12 meses, 22,95% quanto também na possibilidade de outras etiologias como tuberculose endobrônquica.
procuraram atendimento em emergência e, apenas 6,56% precisaram de internação hospi- Este caso, por se tratar de gestante, dificultou o diagnóstico pela dificuldade de realização
talar e suplementação de oxigênio. Nenhum paciente evoluiu para intubação orotraqueal. A de tomografia de tórax. Esta deve ser sempre utilizada, em gestante, com indicação precisa
infecção foi confirmada em 14,76% dos pacientes através de teste rápido IgM/IgG positivo e sempre em última instância para definição diagnóstica de casos fora do habitual. Neste
para COVID 19. Conclusão: A análise da evolução dos pacientes do ambulatório de asma com caso não saberemos se a tuberculose endobrônquica já definia a presença dos sintomas ou
quadro infeccioso por COVID 19 veio confirmar o que a literatura já relata: Asma não parece ser se a corticoterapia oral em dose alta contribuiu para disseminação de tuberculose. Sempre
um fator predisponente a desfecho desfavorável na infecção por coronavírus. O número de in- diante de gestante com asma grave não resolvida de forma esperada; devemos investigar e,
fectados é proporcional aos encontrados na população em geral, entretanto a necessidade de caso necessário , devemos realizar exames complementares. Nesse caso a realização destes
internação e suplementação de oxigênio foi proporcionalmente maior nesta população. Ne- exames foi fundamental para definição diagnóstica e início de tratamento.
nhum necessitou de intubação orotraqueal, resultado diferente ao imaginado provavelmente Palavras-chave: asma tuberculose gestação
ligado a cobertura vacinal (57,38%), maior autocuidado e respeito ao isolamento social ou
ao uso de corticoides inalatórios que parece ser um fator protetor aos desfechos graves. Esta
última hipótese necessita de mais estudos no futuro para sua confirmação
Palavras-chave: COVID 19 Asma Comorbidades Corticoide

“ASMA É TRANSMISSÍVEL?” ASSOCIAÇÃO DE ASMA COM FREQUÊNCIA DE INTERNAÇÕES EM ADOLESCENTES BRA-


Ana Paula Ramos Barreto; Thiago Prudente Bartholo; Paulo Roberto Chauvet Coelho; Nadja SILEIROS
Polisseni Graça; Elaine Dias Soutinho; Guilherme Guimarães Delgado; Bruna Cuoco Proven- Giselle Lopes Pereira; Katia Vergetti Bloch; UFRJ.
zano; Natália Oliveira Monteiro; Marcos César Santos de Castro; Universidade do Estado do Introdução: Asma é uma doença respiratória crônica com hiperresponsividade das vias
Rio de Janeiro. áeras. De início precoce na vida, é marcada por absenteísmo escolar, atendimentos de emer-
INTRODUÇÃO: A asma é uma doença pulmonar crônica, heterogênea e de alta prevalência, gência e hospitalizações, importante tema de saúde pela longa duração da doença e alta
com elevado impacto aos pacientes. Diversos fatores influenciam neste controle, como a ade- morbimortalidade. Objetivo: investigar a associação de internações com asma ativa e grave
são ao tratamento, acesso aos medicamentos e, principalmente, o entendimento da doença em adolescentes brasileiros. Métodos: estudo seccional com dados do Estudo de Riscos Car-
por parte do paciente. O melhor entendimento sobre a asma pelos pacientes poderia impac- diovasculares em Adolescentes, de escolas públicas e privadas, que responderam a questio-
tar na melhor condução da doença. OBJETIVO: Avaliar o entendimento sobre a asma em nário em 2013 e 2014. A quantificação de crises de sibilos nos últimos 12 meses tem alta
pacientes em acompanhamento no Ambulatório de Asma da Universidade do Estado do Rio sensibilidade e especificidade para asma em adolescentes, sendo adequada para a análise de
de Janeiro (UERJ). MATERIAL E MÉTODOS: Estudo transversal com 96 pacientes através da prevalência da doença. Os adolescentes sem crise de sibilos nos 12 meses anteriores ao ques-
aplicação de um questionário com 6 perguntas, além da avaliação do controle da asma pelo tionário foram considerados sem asma. A presença de ao menos 1 crise de sibilo, foi classifica-
Global Initiative for Asthma (GINA). As seguintes perguntas foram realizadas: “1-Você sabe da como asma ativa e 4 ou mais crises como asma grave. A internação foi avaliada nos últimos
o que é asma?; 2-Asma tem cura?; 3-Asma é transmissível?; 4-Há quanto tempo você tem 12 meses, independente da causa. Análises estatísticas foram feitas no software STATA versão
diagnóstico de asma?; 5-Tem familiares com asma?; 6-Você fuma?”. Variáveis como idade, es- 14.0 por frequências relativas e intervalos de confiança de 95%. Foram estimadas Razões de
colaridade, tempo de diagnóstico e carga tabágica (CT) serão analisadas. RESULTADOS: Dos Riscos de 2 ou mais internações segundo ter ou não asma ativa ou grave com modelos de
96 pacientes, 72 (75%) eram do sexo feminino. A média de idade foi de 53,71±15,57 anos. Poisson em estrados de diferentes características. Resultados: A asma ativa se associou com
Sobre escolaridade, 4 (4,17%) não frequentaram a escola, 25 (26,04%) ensino fundamental internações mais frequentes, sendo o risco ao menos 2 vezes maior do que o de adolescentes
incompleto, 12 (12,5%) fundamental completo, 9 (9,38%) médio incompleto, 30 (31,25%) não asmáticos, em ambos os sexos. Considerando a associação da asma ativa com internação
médio completo e 16 (16,67%) cursaram ensino superior. Quanto à pergunta “Você sabe o na presença de obesidade ou de sono de curta duração (menor que sete horas), esse risco
que é asma?”, 59 (61,46%) responderam que sim, sendo que apenas 10 (16,95%) dos que res- é ainda maior. A asma grave também se associou com internação frequente, sendo o risco
ponderam afirmativamente tiveram uma resposta adequada. “Asma tem cura?”, 12 (12,50%) maior em pacientes não asmáticos em ambos os sexos. Essa associação também foi poten-
responderam que sim. “Asma é transmissível?”, 92 (95,83%) relataram que não. O tempo do cializada na presença de relato de sono de curta duração. Conclusão: A asma ativa ou grave
diagnóstico da doença foi de 29,70±21,04 anos. Dos 96 pacientes, 49 (51,04%) relataram está associada a maior incidência de internações em adolescentes. Efeito potencializado por
história familiar de asma. Quanto ao tabagismo, 26 (27,08%) relataram história atual ou pre- obesidade e sono de curta duração. Sono de curta duração foi medido pelo período entre a
gressa (CT de 22,17±20,31 maços/ano). Pelo GINA, 37 (38,54%) possuem asma não contro- hora de dormir e acordar, mas não é possível afastar que seja consequência e não causa da
lada, 34 (35,42%) parcialmente controlada e apenas 25 (26,04%), controlada. CONCLUSÃO: asma. Os resultados mostram que a presença de sibilos pode ser utilizada para diagnosticar
Neste estudo, observa-se que mesmo em centro de referência de asma, os pacientes ainda e classificar asma em adolescentes. O melhor controle da doença deve incluir mudanças de
apresentam dificuldades sobre o entendimento de sua doença. Um percentual expressivo dos hábitos para controle da obesidade e sono.
pacientes (38%) apresentou asma não controlada. As equipes que assistem pacientes com Palavras-chave: asma adolescência obesidade
doença crônica devem ter clareza se as informações fornecidas em cada consulta estão sendo
efetivamente bem entendidas.
Palavras-chave: Asma Tratamento Avaliação

33
AVALIAÇÃO DA TÉCNICA INALATÓRIA DE ASMÁTICOS AMBULATORIAIS ATRAVÉS DE BRONCOPNEUMONIA COMO AGENTE SECUNDÁRIO A ASMA BRÔNQUICA: RELATO DE CASO
VÍDEOS DOMICILIARES GRAVADOS POR APARELHOS CELULARES: UMA EXPERIÊNCIA Ana Maria Esteves Cascabulho; Amanda Aparecida Matos Souza Ferraz; Roberta Cheroto Ma-
INICIAL DE UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO chado; Thaiana Raad Drumond; Ana Paula Machado Frizzo; Tatiana Vargas Queiroz Verdan;
Jessica Zandomênico de Souza; Fernanda Oliveira Baptista da Silva; Pablo waldeck Gonçal- Rebeca dos Santos Veiga do Carmo; Raíssa de Oliveira Amorim; Mário Augusto Silva Ferreira;
ves de Souza; Nathássia da Rosa Paiva Bahiense Moreira; Caroline Pinto Pássaro; José Elabras Fernanda Nogueira Silva; Hospital São Jose do Avai.
Filho; UFRJ. Introdução: A asma é considerada uma doença caracterizada por inflamação crônica da
Introdução: A técnica inalatória incorreta é uma das maiores causas do não controle da mucosa das vias aéreas pode ser caracterizada pela obstrução reversível, que se deve a hi-
Asma. Nem sempre é possível a avaliação do uso dos dispositivos inalatórios durante as con- perreatividade a diferentes estímulos.1 A literatura demonstrou que infecções bacterianas
sultas médicas. A utilização de vídeos previamente gravados em celulares pelos asmáticos no e colonização do trato respiratório, foram associadas à exacerbação e à sibilância recorrente,
seu domicílio parece ser uma alternativa útil para esta finalidade. Objetivo: Avaliar a técnica sendo esse fator independente ou relacionado a um cofator, como os vírus.³ Relato de caso:
de uso de dispositivos inalatórios, através de vídeos gravados em aparelhos celulares no seu P.M.P.R., feminino, 3 anos, admitida em unidade hospitalar sob queixa de “chiado ao respirar
domicílio, em pacientes com asma atendidos em um hospital universitário do Rio de Janeiro. e febre”. Mãe relata que há 5 dias paciente iniciou um quadro de febre persistente, associado
Métodos: Desde Janeiro de 2021, foi solicitado aos asmáticos em acompanhamento ambu- a episódios de sibilância e dispnéia. Relata que a mesma faz uso contínuo dos inalatórios
latorial especializado na nossa instituição, a realização da gravação domiciliar de um vídeo dipropionato de beclometasona e sulfato de salbutamol, para tratamento de asma brônqui-
nos seus aparelhos celulares utilizando cada dispositivo inalatório prescrito. A cada consulta ca. Relatou ter iniciado medicamento amoxicilina com clavulanato em uso domiciliar, sem
rotineiramente a técnica inalatória é orientada pela equipe médica. Os vídeos foram avaliados melhora dos sintomas. A história patológica pregressa, relatou quadro de bronquiolite aos 5
na consulta subsequente e foram observadas a presença ou não de erros de técnica inalató- meses de vida e diagnóstico de asma. Ao exame físico apresentava regular estado geral, sem
ria. Os pacientes foram informados sobre os erros quando observados e orientados para a alterações à ectoscopia. A propedêutica cardiovascular sem irregularidades. A ausculta respi-
sua correção. Resultados: Foram avaliados até o momento 38 pacientes, dos quais 39,47% ratória apresentava murmúrio vesicular presente, porém apresentando sibilos e crepitações
(15) possuíam ensino fundamental, 39,47% (15) ensino médio, 21,06% (8) ensino superior/ difusas, sobretudo nas bases pulmonares. Não apresentava alterações aos demais sistemas.
pós graduação, entre uma faixa etária de 23 a 89 anos, com média de 57 anos, tendo todos Os exames laboratoriais apresentaram leucocitose, neutrofilia e Proteína C Reativa positiva.
apresentados vídeos adequados à análise. 31,58% (12) dos pacientes faziam uso de 2 ou mais Testes para Sars-CoV-2 apresentaram resultados negativos. O exame de imagem apresentou
tipos de dispositivos inalatórios. 68,42% (26) apresentaram erro no uso do inalador, sendo infiltrado na base pulmonar direita, sugestivo de broncopneumonia. Dessa forma, iniciou-se
que destes 42,31% erraram no momento da expiração inicial, 23,08% na inspiração e 34,61% antibioticoterapia com azitromicina e amoxicilina com clavulanato de potássio, corticoidete-
em ambos os momentos. Quanto ao tipo de inalador utilizado, 27 pacientes usavam aerossol rapia com hidrocortisona e dipropionato de beclometasona inalatório, associados ao bron-
dosimetrado, 19 inaladores de pó seco monodose e 7 pacientes inaladores de pó multidoses, codilatador sulfato de sabultamol em jatos. Após 10 dias de internação paciente recebe alta
com porcentagem de erro de 51,85%, 57,89% e 85,71% respectivamente. Conclusão: A médica e encaminhamento para acompanhamento com pediatra assistente e pneumopedia-
utilização de vídeos gravados em aparelhos celulares no domicílio, foi um ferramenta bas- tra. Discussão: O presente relato, tem como objetivo fazer uma interligação ao episódio de
tante útil até o momento na avaliação da técnica inalatória em asmáticos ambulatoriais. Na asma como agente predisponente e facilitador aos episódios de pneumonia, sendo assim, o
casuística vigente 68,42% deles cometeram algum erro na técnica de inalação, sendo o erro controle clínico da doença seria um importante parâmetro para evitar patologias respiratórias
na expiração o de maior incidência. Quanto aos tipos de inaladores, observamos que os de pó secundárias.
multidoses foram os dispositivos onde observamos uma maior porcentagem de erro. Palavras-chave: Asma Asma e pneumonia na Pediatria Pneumonia
Palavras-chave: Asma Dispositivos inalatórios Técnica inalatória Tratamento asma

AVALIAÇÃO DO USO DE DISPOSITIVOS INALATÓRIOS POR ASMÁTICOS COM TÉCNICAS EFICÁCIA DA SUBSTITUIÇÃO POR MEPOLIZUMABE AO TRATAMENTO COM OMALIZU-
INALATÓRIAS INCORRETAS EM ESTUDO PRÉVIO MABE NA ASMA EOSINOFÍLICA GRAVE NÃO CONTROLADA – RELATO DE CASO
Matheus Lyra Romero; Alberto Eduardo Dias; Natalia Gonçalves Garcia; Árthur Urel; Bárbara Elaine Dias Soutinho; Paulo Roberto Chauvet; Thiago Prudente Bartholo; Ana Paula Ramos
Ferreira dos Santos; Alba Cristina Martins da Silveira; Carlos Leonardo Carvalho Pessôa; Uni- Barreto; Marcos Cesar Santos de Castro; Universidade do Estado do Rio de Janeiro.
versidade Federal Fluminense. Introdução: A escolha do imunobiológicos dependerá da análise pregressa das característi-
Introdução: Apesar de neste ambulatório os pacientes terem as TI avaliadas a cada consulta, cas do paciente e na definição do fenótipo de cada indivíduo. Embora pareça fácil escolher,
cerca de 60% as apresentaram com erros em estudo prévio (E1) realizado neste local. Obje- alguns pacientes com asma grave apresentam características sobrepostas que podem se
tivo: Avaliar TI de pacientes que as demonstraram de forma inadequada em estudo prévio. beneficiar de diferentes tratamentos. Relato de Caso: Trata-se de um paciente masculino,
Métodos: Estudo transversal realizado no ambulatório de asma do HUAP/UFF com pacientes 54 anos, com início de quadro de sibilância, dispneia aos médios esforços e tosse produtiva
que apresentaram as TI erradamente em E1. Preencheu-se questionários com dados sociode- no início da quarta década de vida. Refere apenas história de rinite alérgica e urticária des-
mográficos, tempo de uso e tipo de dispositivo inalatório (DI), existência de instruções dadas de a infância. Evoluiu com aumento progressivo das doses de corticoide inalatório, LABA e
pelo médico e avaliação do controle da asma segundo o global initiative for asthma (GINA). SABA de resgate. Uso de prednisona em doses entre 20 a 40 mg e uso contínuo por mais de
A TI foi demonstrada com DI vazios e avaliada com base nas bulas dos fabricantes dos DI, 4 anos. Evoluiu com piora dos sintomas, maior número de exacerbações e maior frequência
Aerolizer, Aerocaps, Diskus e aerossóis dosimetrados (AD). A TI foi considerada certa quando de internações. Com IgE sérica de 132 e eosinofilia sérica > 300/mm3, paciente inicia uso
todas as etapas de uso dos DI foram realizadas corretamente. Análise estatística realizada por de Omalizumabe em 2015 com controle parcial dos sintomas. Ainda assim permaneceu com
meio de Epi Info 7.2. Teste do χ2 usado para verificar associações. Foi considerado um nível de necessidade de corticoide oral e eosinofilia de até 795/mm3. Em 2019 apresentou medição da
significância de 0,05. Resultados: De fevereiro a junho de 2019, incluiu-se 32 dos 43 pacien- fração de óxido nítrico (FeNO) de 99 ppb. A evidência de inflamação eosinifílica de vias aéreas
tes selecionáveis. Vinte e sete (84,4%) do sexo feminino, com idades entre 21 e 81 anos (58,5 centrais e controle parcial dos sintomas, levou a troca do imunobiológico para Mepolizumabe
± 12,8). Quatro (12,5%) pacientes eram tabagistas e 5 (15,6%) ex-tabagistas. Sete (21,9%) com início de uso em dezembro de 2020. O paciente evoluiu com controle dos sintomas, não
estavam na etapa 1 de tratamento do GINA 2018, 10 (31,3%) na etapa 2, 5 (15,6%) na etapa uso de corticoide oral e melhora inclusive do VEF1 e 6 meses de uso. Discussão: Os pacientes
3, 8 (25,0%) na etapa 4 e 2 (6,2%) na etapa 5. Oito (25%) participantes usavam Aerocaps, com fenótipo Th2 high podem apresentar positividade para múltiplos biomarcadores o que
7 (21,9%) utilizavam Aerolizer, 3 (9,4%) Diskus e 14 (43,8%) AD. Dezesseis (50%) estavam dificulta a seleção do biológico mais adequado. Nosso paciente demonstrou características
controlados, 9 (28,1%) parcialmente controlados e 7 (17,4%) não controlados. Todos refe- cada vez mais acentuadas de asma eosinofílica grave com aumento da eosinofilia a níveis
riram ter recebido orientações quanto à forma correta do DI e 13 (40,6%) foram orientados séricos próximos a 1000/mm3. O Mepolizumabe inibe a ligação de IL-5 com o seu receptor
em no mínimo 4 oportunidades. Vinte e oito (87,5%) usavam seus DI há pelo menos 2 anos. expresso nos eosinófilos, promove redução de sua circulação com consequente diminuição
A TI foi realizada de forma incorreta por 21 (65,6%) pacientes. Houve mais equívocos entre das exacerbações. Conclusão: O chamado ¨switch¨ para Mepolizumabe demonstrou ser a
os usuários de AD em relação aos de DI de pó seco (p=0,02). Pacientes com obstruções leves terapia mais adequada para os pacientes com asma eosinofílica grave, principalmente nos
também erraram mais, mas a significância estatística do dado não se confirmou em regressão casos onde ocorre controle parcial dos sintomas com o uso de Omalizumabe.
logística, demonstrando que tal fato se deu em razão de um maior número de usuários de AD Palavras-chave: mepolizumabe omalizumabe asma grave switch
em pacientes com obstruções leves. Conclusões: Cerca de dois terços da amostra mantinha
a TI errada após 2 anos da primeira avaliação. Ensinar a cada consulta não é suficiente para
obtenção de TI adequada por todos os pacientes.
Palavras-chave: Asma Asma/terapia Inalação Técnica inalatória

34
ESTUDO EPIDEMIOLÓGICO DAS INTERNAÇÕES POR ASMA BRÔNQUICA NO ESTADO DO PIAUÍ HÁ CORRELAÇÃO ENTRE A FRAÇÃO EXALADA DE ÓXIDO NÍTRICO (FENO) E A PRESENÇA
Lícia Apoline Santos Marques; Ellem Silva Pestana; Andressa Mendes de Sousa; Paloma Maria DE RESPOSTA BRONCODILATADORA NA ESPIROMETRIA?
Souza Oliveira; Jailson de Sousa Oliveira Júnior; Paula Sabrina Martins Gomes da Rocha; Rafa- Bruna Cuoco Provenzano2; Marcelo Ribeiro-Alves1; Nadja Polisseni Graça2; Marcos César San-
ela Machado Dias de Oliveira; Amanda Vitória da Rocha Granja; Uninovafapi. tos de Castro2; Thiago Prudente Bartholo2; Paulo Roberto Chauvet Coelho2; Kennedy Kirk2;
Introdução: A asma é uma doença que possui diversas formas de apresentação. Define-se 1. Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas; 2. UERJ.
por sintomas que variam na intensidade e tempo, entre eles: dispneia, sibilos, opressão to- Introdução: O óxido nítrico é um importante marcador da resposta inflamatória do tecido
rácica retroesternal e tosse. É um problema de saúde mundial e constitui causa importante pulmonar em pacientes asmáticos com predomínio da resposta Th2 high. Estudos correlacio-
de ausência em escolas e trabalho. Tem preponderância genética e é ativado ou exacerbado naram o aumento da fração exalada de óxido nítrico (FeNO) com o aumento da inflamação.
por exposição a agentes alérgenos . Ao ser exacerbada, há acentuação dos sintomas e neces- A resposta broncodilatadora é um marcador indireto da variabilidade das vias aéreas, sendo
sidade de mudança do tratamento. Por ser heterogênea, o tratamento da doença é feito de também relacionada ao processo inflamatório. Diante disso, será que há correlação entre os
forma personalizada, atendendo às necessidades de cada paciente .É um problema de saúde valores de FeNO entre pacientes asmáticos com e sem prova positiva para resposta bronco-
mundial e constitui causa importante de ausência em escolas e trabalho. Objetivos: Expor dilatadora na espirometria? Metodologia: Foram selecionados 29 pacientes do ambulatório
o perfil epidemiológico das internações por Asma Brônquica no estado do Piauí, notificados de asma da Policlínica Piquet Carneiro. Todos os pacientes foram submetidos a espirometria e
entre 2008 e 2020. Métodos: Trata-se de levantamento epidemiológico, quantitativo e re- a FeNO. Foram ajustados modelos lineares múltiplos de efeito fixo para o desfecho FeNO com
trospectivo das internações que tiveram como causa a Asma Brônquica, no estado do Piauí. a inclusão de variáveis confundidoras idade, gênero, IMC, tempo de diagnóstico e número de
Os dados foram coletados na plataforma do Sistema Único de Saúde do Brasil (DATASUS), a exacerbações no último ano. A partir desses modelos, foram estimados contrastes a partir dos
partir do Sistema de Informações Hospitalares do SUS(SIH/SUS). As variáveis sexo, faixa etária efeitos médios marginais entre os níveis de resposta broncodilatadora e GINA. Todas as aná-
e raça foram buscadas ,no período de 2008 até o primeiro semestre de 2020. As pesquisas lises estatísticas foram realizadas no software R v.4.0.5. Resultado: Dos 29 pacientes, 82%
foram exportadas e tabuladas no software Microsoft Excel. Resultados: 77.245 internações eram mulheres e 18% homens com mediana de idade de 43 anos e tempo de diagnóstico
por asma foram contabilizadas no período analisado, sendo 45% (34.759) em homens e 55% de 30 anos. Apenas pacientes classificados como GINA 3, 4 e 5 participaram do estudo. 13
(42.486) em mulheres. Com relação à raça, tem-se: 6,72% (5.195) em brancos, 1,91% (1.477) pacientes apresentaram prova broncodilatadora negativa e 16 apresentaram prova positiva.
em negros, 61,9% (47.845) em pardos, 2,81% (2.173) em amarelos, 0,16% (8) em indígenas Após correção para idade, gênero, IMC, tempo de diagnóstico e número de exacerbações no
e 26,5% (20.547) não se tem informações. No que se refere à faixa etária, ocorreram 35.565 último ano, pacientes classificados como GINA 5 tiveram valores marginais médios de FeNO
(46%) internações nas idades de 0 a 19 anos, sendo a faixa de 1 a 4 anos a mais acometida sugestivamente mais elevados que daqueles GINA 3 ou 4. Não houve diferença entre os va-
(14.409 internações), 28.617 (37%) nas idades de 20 a 59 anos, com a faixa de 20 a 29 anos lores marginais médios de FeNO entre quem teve prova broncodilatadora positiva e negativa
mais afetada (8.175) e 13.063 (17%) internações na faixa etária a partir de 60 anos. Conclu- na espirometria. Discussão: O presente estudo traz uma análise de 29 pacientes com asma
são: De acordo com o exposto, o perfil epidemiológico dos pacientes internados por asma moderada a grave. FeNO é uma ferramenta que auxilia no diagnóstico e acompanhamento de
brônquica no estado do Piauí é, na sua maioria mulheres na faixa etária de 0 a 19 anos, ade- pacientes com asma, sendo um importante biomarcador da resposta Th2. Não houve relação
mais observou-se maior prevalência entre pardos. Sendo assim, a asma é uma doença pul- entre a presença de prova broncodilatadora positiva e valores elevados de FENO. Contudo,
monar obstrutivo crônica que se apresenta como um problema de saúde pública, sendo ne- houve sugestão de que pacientes mais graves (GINA 5) têm FeNO mais elevado que aqueles
cessária intervenções de prevenção da atenção básica para reduzir número de atendimentos. menos graves (GINA 2 ou 3), sendo fundamental seguir com a investigação do uso do FeNO
Palavras-chave: Asma Hospitalização Epidemiologia como preditor da resposta broncodilatadora.
Palavras-chave: asma inflamação FeNO Th2 broncodilatador

GRANULOMATOSES EOSINOFÍLICAS COM POLIANGIITE (GEPA) EM PACIENTES PORTA- OBESIDADE E ASMA EM PACIENTES PEDIÁTRICOS: PONTOS RELEVANTES
DORES DE ASMA E EOSINOFILIA. UM DESAFIO DIAGNÓSTICO Rebeca Vital Matias Acioli1; Iannah Mendonça Freire de França1; Tadeu Iury Araújo Rodrigues
Guilherme Guimaraes Delgado; Marcos César Santos de Castro; Ana Paula Barreto; Paulo Ro- Silva2; 1. Centro Universitário de João Pessoa - UNIPÊ; 2. Universidade Federal de Campina
berto Chauvet; Thiago Prudente Bartholo; Nadja Polisseni Graça; Alicia Sales Carneiro; UERJ. Grande.
Introdução: A GEPA é uma vasculite necrotizante sistêmica de pequenos vasos, que aco- INTRODUÇÃO: A obesidade é considerada uma epidemia mundial e uma das doenças mais
mete pacientes com asma de início tardio, eosinofilia persistente no sangue periférico e é prevalentes na infância. Em resposta ao aumento de peso, o risco de desenvolver doenças res-
caracterizada por hipereosinofilia periférica, infiltração eosinofilica e o estado de vasculite piratórias, como a asma, torna-se significativo (MADEIRA et al., 2021). OBJETIVO: Discorrer
sistêmica. Relato de Caso: Mulher, 67 anos, portadora de hipertensão arterial sistêmica. a respeito da relação entre a obesidade e asma em pacientes pediátricos. MÉTODO: Trata-se
Há 2 anos iniciou episódios de sibilância, tosse seca e dispneia que se resolviam com B2 ago- de um estudo exploratório, realizado por meio de revisão de literatura na biblioteca virtual
nista inalatório. Os episódios foram aumentando em frequência e intensidade quando foi Scielo e na interface de busca Pubmed. Utilizaram-se os descritores asma, obesidade e pe-
diagnósticado asma e iniciado corticóide inalatório CI) e broncodilatador de longa duração diatria coletaram-se artigos publicados no período de 2019 a 2021. RESULTADOS: Crianças
A despeito do tratamento, mantinha sintomas noturnos diários e exacerbações frequentes. obesas tendem a apresentar quadros mais graves de asma, dificuldade no controle desta e
Evoluiu com queixas de parestesias que melhorou com prednisona. Nesta ocasião, a paciente diminuição da qualidade de vida. É sabido que a obesidade contribui para o desenvolvimento
estava em uso de budesonida 800mcg, formoterol 24mcg e prednisona 40mg ao dia. Exames da síndrome metabólica e os níveis elevados de triglicerídeos séricos e resistência à insulina
complementares revelavam obstrução leve com prova broncodilatadora positiva, infiltrados encontrados nesta estão diretamente associados à doença asmática (BANTULÀ et al., 2021).
pulmonares migratórios, e eosinofilia periférica 1800/ul (25%). A pesquisa de ANCA foi nega- Sugere-se que estes pacientes respiram com volumes pulmonares menores devido ao excesso
tiva assim como a investigação para aspergilose broncopulmonar . Aumentado CI e associado de peso na parede torácica, bem como ao aumento da obesidade abdominal que compro-
tiotrópio sem melhora. Iniciado Mepolizumabe considerando o diagnóstico de asma grave mete o diafragma. Os volumes pulmonares mais baixos resultam em remodelação do mús-
hipereosinofílica. A paciente apresentou melhora parcial conseguindo reduzir prednisona culo liso e hiperreatividade das vias aéreas. Outra hipótese proposta inclui um aumento dos
para 20mg/dia, mas mantendo uso diário de B2 resgate e despertar noturno diário. Pela clas- mediadores inflamatórios sistêmicos associados à obesidade, com os obesos apresentando
sificação da American College of Rheumatology o diagnóstico de GEPA foi considerado. Dos níveis elevados de leptina com consequente aumento da inflamação das vias aéreas (KUDER;
6 critérios diagnósticos: Asma, eosinofila periférica >10%, Infiltrado pulmonar migratório, NYENHUIS, 2020). A perda de peso, seja por dieta e exercícios ou por intervenção cirúrgica
mononeuropatia ou polineuropatia, anormalidades dos seios paranasais e histologia com eo- melhora a função pulmonar, o controle da asma e a qualidade de vida relacionada à asma
sinófilo extravascular; o paciente apresentava os 4 primeiros. Foi então iniciado Metotrexato (TASHIRO; SHORE, 2019). Mudanças no estilo de vida devem envolver uma abordagem multi-
e aumentada a dose do mepolizumabe. Em 8 semanas já com 10mg de prednisona a pacien- dimensional para reduzir a ingestão de energia, aumentar a atividade física e fornecer acon-
te mantém-se sem despertar noturno e b2 de resgate 3 vezes por semana. Conclusão: A selhamento para mudança de comportamento. A massagem terapêutica pode ser promissora
GEPA é uma doença heterogênea de difícil diagnóstico devido ao comportamento dual entre para crianças asmáticas. No entanto, mais estudos de alta qualidade são necessários para
síndrome hipereosinofilica e vasculite sistêmica. Por outro lado a asma pode ser a única ma- fazer recomendações definitivas (SSTANDLEY et al., 2019). CONCLUSÃO: Crianças obesas ten-
nifestação das doença por anos e o uso do corticóide pode mascarar a outras manifestações. dem a respirar com volumes pulmonares menores e a apresentar hiperreatividade das vias
A suspeita clínica de GEPA deve estar sempre presente entre aqueles pacientes com asma aéreas, comprometendo a qualidade de vida. Mudanças no estilo de vida, como exercícios e
hipereosinofílica de início tardio. dieta e aconselhamento psicológico devem ser incentivados para melhor controle asmático.
Palavras-chave: Granulomatoses eosinofílicas com poliang Asma Eosinofilia Palavras-chave: Asma Obesidade Pediatria

35
O MANEJO ASSISTENCIAL DA ASMA NA ATENÇÃO PRIMÁRIA Á SAÚDE REPRODUTIBILIDADE DA MEDIDA FRAÇÃO EXALADA DE ÓXINO NÍTRICO (FENO) EM
Souza, LS; Moreira, CN; Oliveira, CRV; Sampaio, MCB; Gonçalves, MHAF; Ribeiro, AE; Univer- UMA COORTE DE PACIENTES COM ASMA
sidade de Vassouras. Bruna Cuoco Provenzano2; Marcelo Ribeiro-Alves1; Nadja Polisseni Graça2; Marcos César San-
A asma é uma doença inflamatória crônica e genética, de prevalência na infância e adoles- tos de Castro2; Paulo Roberto Chauvet Coelho2; Kennedy Kirk2; Cláudia Henrique da Costa2;
cência, que se caracteriza por uma hiper-responsividade das vias aéreas inferiores e limitação Rogerio Lopes Rufino Alves2; Thiago Prudente Bartholo2; 1. Instituto Nacional de Infectologia
variável ao fluxo aéreo. Sua gravidade baseia-se na análise de frequência e intensidade dos Evandro Chagas; 2. UERJ.
sintomas, além de avaliação da função pulmonar e necessidade de broncodilatador.[1] Além Introdução: O processo inflamatório do tipo Th2 high da asma induz um aumento na ativi-
de limitações às atividades físicas que afetam a qualidade de vida do portador, ela gera gran- dade da óxido nítrico sintetase gerando uma elevação na concentração local de óxido nítrico,
de custo e internações, sendo uma doença de abordagem e manejo da Atenção Primária à o qual pode ser mensurado pela sua fração exalada (FeNO). A partir de uma manobra de
Saúde (APS). [2,3] O objetivo deste estudo é demonstrar como o bom gerenciamento dos expiração lenta, o dispositivo detecta a quantidade de oxido nítrico exalado após atingir um
pacientes com asma feito pela APS, favorecem um melhor prognóstico e mais qualidade de platô de 3 segundos, sendo uma medida de forma fácil, simples e segura. Contudo, ainda é
vida. Trata-se de uma revisão narrativa de literatura com buscas nas bases de dados Biblio- pouco acessível no Brasil pelo alto custo do método. Diante disso, este trabalho tem como
teca Virtual em Saúde (BVS) e Scielo com os descritores “asma”, “atenção primária” e “abor- objetivo avaliar a reprodutibilidade da medição de FeNO em uma coorte de pacientes para
dagem”. Foram abordados artigos em português a partir do ano 2011. Mesmo sendo uma saber se é possível fazer apenas uma mensuração para obtenção de valores adequados. Me-
doença sazonal, há deficiência de políticas específicas de promoção de saúde, onde muitos todologia: Análise retrospectiva em uma coorte de 29 pacientes do ambulatório de Asma
quadros leves acabam encaminhados a especialistas, gerando um custo desnecessário. O tra- Grave da Policlínica Piquet Carneiro (UERJ/RJ), os quais foram submetidos a duas medidas de
tamento do controle sintomático e preservação da função pulmonar depende de recursos da FeNO. Essa avaliação foi realizada pelo mesmo técnico, em momentos distintos, no mesmo
APS, com foco no cuidado integral do usuário e na prevenção de agravos para controle destes dia. A consistência das medidas assumindo que o julgador e os pacientes foram selecionados
casos. A equipe multidisciplinar garante a diminuição no número de pacientes asmáticos nos aleatoriamente foi representada pelo coeficiente de correlação intra-classe (ICC) para mo-
atendimentos de urgência e das doses de corticoide inalatório[4], por meio de prevenção, delos two-way ANOVA (Shrout & Fleiss, 1979). Gráfico de Bland & Altman (1986) também
tratamento e auxílio no manejo clínico. Na faixa etária da adolescência, o elo entre a unidade foram desenhados e a concordância média e seu intervalo de confiança de 95% calculados.
de saúde, família e a escola garantem o tratamento eficaz e a melhora da qualidade de vida. Resultados: Foram realizadas ao todo 58 medidas de FeNO na coorte de 29 pacientes. Ob-
Diante disso, as secretarias municipais de saúde são responsáveis por regular um programa tivemos um ICC de 99.7% [99.35-99.86], P < 0.001 e concordância média de 0.12 [-0.146-
de asma para o alívio rápido dos sintomas e controle a longo prazo. Através de programas de 0.273] entre as medidas de FeNo 1 (primeira) e FeNo 2 (segunda), sendo portanto aceitável a
educação continuada na APS, para capacitar a equipe e demonstrar a relevância da doença realização de apenas 1 medida no teste. Discussão: FeNO é uma medida não invasiva, segura
na comunidade e, educação em saúde prevenindo possíveis agravos. Garantir a prevenção e e que representa de forma precisa o processo inflamatório das vias aéreas. Apesar de muito
universalidade no atendimento do paciente asmático é a chave para se evitar complicações e utilizado nos EUA e Europa, FeNO é pouco acessível no Brasil, principalmente pelo seu alto
mais custos. Além disso, a disponibilidade dos medicamentos facilita na adesão ao tratamen- custo. A partir dos resultados obtidos, demonstra-se boa reprodutibilidade entre os valores
to, mas sempre com a orientação necessárias para o manejo, melhorando assim a qualidade obtidos em duas mensurações distintas, sendo aceitável realizar apenas uma medida.
de vida dos seus usuários. Palavras-chave: FeNO Asma reprodutibilidade
Palavras-chave: asma atenção primária abordagem

PERFIL DOS PACIENTES ENCAMINHADOS AO AMBULATÓRIO DE ASMA GRAVE PELO SIS- VARIABILIDADE DE GENES DE INTERESSE FARMACOGENÉTICO EM PACIENTES ASMÁTI-
TEMA DE REGULAÇÃO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO (SISREG). SERÁ QUE REALMENTE COS DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
É ASMA GRAVE? Silva, VC3; Silva,JRL3; Suffys, PN1; Lopes, MQP1; Filho, JE3; Ferreira, MBM2; Santos, AR1;
Ana Paula Ramos Barreto; Thiago Prudente Bartholo; Paulo Roberto Chauvet Coelho; Nadja 1. Fundação Oswaldo Cruz; 2. Projeto Brasil sem Alergia; 3. Universidade Federal do Rio de
Polisseni Graça; Elaine Dias Soutinho; Guilherme Guimarães Delgado; Bruna Cuoco Proven- Janeiro.
zano; Natália Oliveira Monteiro; Marcos César Santos de Castro; Universidade do Estado do Os β-adrenoreceptores humanos são uma família de receptores subdivididos em β1, β2 e β3
Rio de Janeiro. que são encontrados em diferentes partes do corpo.Os β2 são alvos dos medicamentos utiliza-
INTRODUÇÃO: A asma grave é aquela que permanece não controlada apesar do tratamento dos no tratamento da asma, sendo proteínas transmembrana codificadas pelo gene ADRB2,
com altas doses de corticoide inalatório (ICS) associado à broncodilatador de longa duração localizado no cromossomo 5. Cerca de 49 polimorfismos já foram descritos nesse gene em pa-
(LABA), ou que requer este esquema para manter o controle. O serviço de pneumologia da cientes asmáticos de diferentes grupos étnicos, dentre os quais polimorfismos de base única
UERJ possui centro de referência para asma grave, recebendo pacientes pelo Sistema de (SNPs) sendo Arg16Gly e Gln27Glu os mais frequentes. No caso da asma esses polimorfismos
Regulação do Estado do Rio de Janeiro (SISREG). OBJETIVO: Analisar o perfil dos pacientes podem estar relacionados com a resposta ao tratamento e a severidade da doença. A enzima
que são encaminhados para o Ambulatório de Asma Grave da UERJ via SISREG. MATERIAL E adenil ciclase 9 é uma proteína integral de membrana que desempenha um papel crítico na
MÉTODOS: Estudo transversal com 46 pacientes. Foram analisadas as variáveis: idade, sexo, transdução do sinal do β2 adrenérgico. Ela é responsável em ativar vias de sinalização que vão
IMC, comorbidades, ocupação exercida, tabagismo, variáveis espirométricas (CVF%, VEF1% e culminar no relaxamento da musculatura das vias aéreas e consequentemente no alívio dos
a relação VEF1/CVF) e medicamentos em uso. Além disso, avaliar que pacientes efetivamente sintomas da asma. Esta enzima é codificada pelo gene ADCY9 localizado no cromossomo 16.
apresentam caso suspeito ou confirmado de asma grave. RESULTADOS: Foram avaliados 46 Mutações no gene ADCY9 também são apontadas como responsáveis por variações terapêu-
pacientes, 33 (71,74%) eram do sexo feminino. A média e desvio-padrão de idade foram de ticas no tratamento da asma. Neste gene, a mutação mais estudada é a Ile772Met que está
51,39±14,68 anos e do IMC de 29,84±7,78 (kg/m 2 ). Quanto ao início dos sintomas, 27 relacionada com o aumento da resposta aos broncodilatadores quando administrados junta-
(58,70%) apresentam sintomas respiratórios desde a infância e 19 (41,30%), na vida adulta. mente com corticoides. Neste trabalho, descrevemos as frequências de três SNPs, Arg16Gly,
História atual ou pregressa de tabagismo foi observada em 21 (45,66%) pacientes, com carga Gln27Glu e Thr164Ile, no gene ADRB2 e um, Ile772Met, no gene ADCY9 em 32 pacientes de
tabágica de 46,59±41,46 maços-ano. Em relação à ocupação atual ou prévia, 18 pacientes asmado Instituto de doenças do tórax da Universidade Federal do Rio de Janeiro. As amostras
(39,13%) atuaram em atividade com exposição à agente causador de asma ocupacional. foram genotipadas por sequenciamento. Após análise obtivemos as seguintes frequências:
Apenas 12 (26,09%) já haviam realizado espirometria nos últimos 12 meses, destes, sete com para Arg16Gly 59.3%,18.7% e 21,7% para homozigotos selvagens, heterozigotos e homo-
distúrbio ventilatório obstrutivo. Nove pacientes (19,57%) compareceram com algum exame zigotos mutantes respectivamente.O alelo mutante teve a frequência de 31.2%. Não foi en-
de imagem. Dos medicamentos inalatórios, 9 pacientes (19,57%%) usavam apenas B2 ago- contrado o alelo mutante para Gln27Glu. Thr164Ile apresentou frequências genotípicas de
nista de curta duração, 6 (13,04%) corticoide inalatório (CI) com SABA e 10 (21,74%) CI com 93.7% em homozigotos selvagens e 3.1% em heterozigotos e homozigotos mutantes. O alelo
LABA. Seis (13,04%) sem qualquer medicamento. Dos 46 pacientes, 11 (23,91%) utilizavam mutante teve a frequência de 4.6%. O SNP Ile772Met teve frequênciade 61.5%, 30,7% e 7.6%
corticoide oral diário ou como medicamento de resgate. Quanto ao diagnóstico provável ou em homozigotos selvagens, heterozigotos e homozigotos mutantes respectivamente. O alelo
confirmado pela equipe, 23 (50%) possuem asma não tratada adequadamente e apenas 2 mutante teve a frequência de 23%. Nossos resultados revelam que a mutação mais frequente
(4,35%) asma grave. CONCLUSÃO: O conhecimento sobre os diagnósticos diferenciais e tra- na população de estudo é a Arg16Gly. Alguns estudos já demonstraram que este alelo pode
tamento na asma são fundamentais para o correto encaminhamento dos pacientes para os ser considerado como um marcador da severidade da asma.
centros de referência de asma grave. Palavras-chave: Farmacogenética SNPs ADRB2 Asma
Palavras-chave: Asma Asma grave Diagnósticos diferenciais

36
CÂNCER DE PULMÃO
EXPERIÊNCIA INICIAL DAS BIÓPSIAS TRANSTORÁCICAS GUIADAS POR ULTRASSONO- O RASTREAMENTO DE CÂNCER DE PULMÃO NA ATENÇÃO BÁSICA
GRAFIA NO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO PEDRO ERNESTO Oliveira, CRV1; Padilho, BRB2; Moreira, CN1; Souza, LS1; Gonçalves, MHAF1; Martins, PHP1;
Laura Lizeth Zuluaga Parra; Agnaldo Jose Lopes; Thiago Thomaz Mafort; Alicia Sales Carnei- Ribeiro, AE1; 1. Universidade de Vassouras; 2. Universidade De Vassouras.
ro; Guilherme Guimarães Delgado; Bruna Cuoco Provenzano; Elaine Dias Soutinho; Hospital O câncer de pulmão sendo responsável por 12,3% de todos os casos de câncer e devido sua
Universitario Pedro Ernesto. alta mortalidade, a OMS prioriza as ações de prevenção e cuidado com as condições crôni-
Introdução: A ultrassonografia torácica (UST) é uma ferramenta não-invasiva, sem expo- cas. A interação de saúde deve incluir ações de prevenção e o rastreamento precoce. No CA
sição à radiação e de aplicação relativamente simples. Pode ser realizada rápida e repetida- de pulmão não é diferente, ações precoces são indispensáveis no tratamento efetivo para a
mente, conforme necessário, à beira do leito para a avaliação de doenças do parênquima pul- remissão da doença, visto que o diagnóstico é firmado muitas vezes quando a doença já se
monar periférico, parede torácica, pleura e mediastino. É cada vez mais usada pelos médicos encontra avançada.[1,2] Diante disso, Atenção Básica (AB) se constitui como elo intersetorial,
para complementar o exame físico. Recentemente utiliza-se também a UST como método permitindo a aproximação destes pacientes a ações iniciais de prevenção e diagnóstico.[4]
auxiliar para punções de lesões adjacentes à parede torácica. Objetivo: Descrever os resulta- Este estudo objetiva demonstrar como o rastreio precoce contribui com maior possibilidade
dos iniciais das punções / biópsias transtorácicas guiadas por UST no Serviço de Pneumologia de cura e redução de custos, ressaltando a importância da AB no cuidado desses pacientes.
e Tisiologia do hospital universitário Pedro Ernesto / UERJ. Métodos: Realizada ultrassono- Trata-se de uma revisão integrativa de literatura, utilizando artigos da base de dados Scielo
grafia de 15 pacientes com lesões pulmonares suspeitas de malignidade, adjacentes à parede e Ministério da Saúde. Os descritores utilizados na busca foram: “câncer de pulmão”, “rastre-
torácica. O método permitiu a delimitação precisa das lesões e foi utilizado como guia para amento”, “prevenção” e “atenção básica”. Foram abordados artigos em português a partir do
punção aspirativa por agulha fina (PAAF) ou punção biópsia com agulha de Tru-cut. O mate- ano 2005. Dados do INCA de 2013, afirmam que o câncer de pulmão foi responsável por mais
rial obtido foi encaminhado para análise citopatológica e histopatológica. Os procedimentos de 24 mil mortes no Brasil.[3] Esses dados poderiam ser reduzidos através do rastreio precoce
foram realizados sob efeito de anestesia local e não houve complicações documentadas du- da doença. Sabe-se que detecção precoce salva vidas, reduz a morbidade e diminui custos
rante e após a abordagem. Resultados: Foram analisados 15 pacientes entre 32 e 84 anos, para o sistema de saúde, relacionados ao tratamento da doença. A medida que a AB se es-
divididos em dois grupos: 8 (3 homens e 5 mulheres) sem detalhamento das informações e 7 trutura, definindo de forma clara suas estratégias e a efetiva incorporação de seus princípios
(3 homens e 4 mulheres) com informações detalhadas e média de 71 anos. Na amostra total técnicos e operacionais por cada profissional de saúde, melhora-se a captação precoce e as
de pacientes, 6 masculinos (40%) e 9 femininas (60%), observou-se histórico de tabagis- condutas de prevenção e diagnóstico do câncer pulmonar.[4] Lamentavelmente, o acesso a
mo maior nos homens (100% vs. 77,7%). Assim como encontramos na literatura, o câncer procedimentos diagnósticos menos invasivos, como biópsia percutânea com agulha guiada
de pulmão não pequenas células foi o tipo histológico prevalente comparado ao câncer de por imagem ou broncoscopia, ainda são escassos no sistema público de saúde. Isso acarreta
pulmão de pequenas células (73,3% vs 6,6%) . O subtipo histológico mais frequentemente atraso na linha do tempo do atendimento levando a um pior prognóstico.[5] Portanto, sendo
encontrado foi adenocarcinoma (46,6%), seguido de carcinoma de células escamosas (20%), uma o CA de pulmão, doença de elevada mortalidade, que além de onerar o Sistema Único
carcinoma de grandes células (6,6%) e câncer de pulmão de pequenas células (6,6%). Dois de Saúde (SUS), promove baixa expectativa de vida para os diagnosticados. O rastreio precoce
dos pacientes não conseguiram definir o tipo histológico e em uma paciente o resultado evi- pela AB torna-se vital. Sendo benéfico não apenas para o paciente, que terá um aumento da
denciou leiomioma benigno. Conclusão: A UST tem grande utilidade como guia de procedi- qualidade e expectativa de vida, comparado com os que são diagnosticados tardiamente,
mento invasivo, realizado por clínico (pneumologista) para abordagem de lesões pulmonares mas, também, uma redução de custos totais para todo o SUS.
adjacentes à parede torácica, possibilitando maior agilidade no diagnóstico. A principal limi- Palavras-chave: câncer de pulmão rastreamento prevenção atenção básica
tação do método é estar limitado às lesões adjacentes à parede torácica.
Palavras-chave: Ultrassonografia Biopsia transtoracica Câncer de pulmão

O PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DA TAXA DE ÓBITOS POR NEOPLASIA MALIGNA DE TRA- PANORAMA DO CÂNCER DE TRAQUEIA, BRÔNQUIOS E PULMÃO NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
QUÉIA, BRÔNQUIOS E PULMÕES POR FAIXA ETÁRIA Cazagrande, GS1; Sousa, MR1; Castro, JCAM1; Brandão, PZ1; Moura, MMA1; Moura, LL2; 1.
Mateus de Arêa Leão Martins3; Angelica Arêa Leão Martins3; Francílio Alencar Moraes2; Ma- Universidade de Vassouras; 2. Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro.
ria Clara Arêa Leão Martins1; 1. Cesupa; 2. UniFacid; 3. UniFamaz. Introdução: O câncer (CA) representa a segunda maior causa de morte no mundo, sendo
Introdução: As neoplasias malignas são as doenças mais comuns no mundo, tendo como uma patologia de etiologia multifatorial, envolvendo fatores genéticos, sociais e ambientais.
destaque as neoplasias de pulmão em que é diagnosticado cerca de 1,7 milhões de novos No Brasil, o CA de pulmão, traqueia e brônquios são os tipos de maior prevalência e taxa de
casos, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS). No que se refere a traqueia, tem-se mortalidade, sendo mais frequente em adultos com idade superior a quarenta anos. É im-
uma incidência mais rara, no entanto digna de atenção e prevenção. Dentro dos fatores de portante destacar que essa neoplasia mantém ampla relação com os hábitos de vida, sendo
risco o tabagismo é o principal e corresponde a cerca de 90% da incidência daquelas patolo- seu desenvolvimento potencializado pelo tabagismo e exposição aos derivados do tabaco.
gias. Outros fatores são a idade, em que a maioria dos afetados têm a faixa etária de 50 a 70 Objetivo: O objetivo do estudo é analisar a prevalência e o perfil epidemiológico dos pa-
anos, habitação em ambientes poluídos, fatores genéticos, histórico familiar, dentre outros. cientes com CA de traqueia, brônquios e pulmão no estado do Rio de janeiro (RJ). Métodos:
Objetivos: Caracterizar os perfis epidemiológicos por faixa etária e por taxa de óbitos em Realizou-se uma revisão sistemática da literatura em conjunto à coleta descritiva, transversal
decorrência de neoplasia maligna de traquéia, brônquios e pulmão no período de janeiro de e observacional dos dados disponíveis no DATASUS- Sistema de Informações Hospitalares do
2008 a março de 2021. Métodos: Estudo transversal, descritivo da taxa de óbitos por neo- SUS (SIH/SUS) – de 2008 a 2020, avaliando as internações com valor total de gastos, óbitos
plasia maligna de traquéia, brônquio e pulmão, a partir dos dados registrados no DATASUS. e padrão dos portadores. Resultados: No período analisado houve 121.788 internações
Foram selecionadas as variáveis: Faixa etária 1, com as categorias Menor de 1 ano até 80 por CA de traqueia, brônquios e pulmões no Sudeste, sendo 20.819 no RJ, com gasto de
anos e mais (linha), capítulo CID-10 selecionado neoplasia maligna de traquéia, brônquios e 18.227.231,45 reais. Quanto ao sexo, houve prevalência no masculino com 55,1%. Em relação
pulmões (coluna) e óbitos (conteúdo). Resultados: Com relação à morbidade por neoplasia à cor/raça autodeclarada os mais afetados são os brancos com 45,1% dos casos, porém 20,3%
maligna de traquéia, brônquios e pulmões no período de 2008-2021, foi registrado um total dos registros não tinham essa informação. A faixa etária mais atingida foi de 50 a 79 anos
de 72.232 casos de óbitos. Sendo a sua maior prevalência entre as idades de 60 à 69 anos, com 82,7% dos casos, com destaque para os indivíduos de 60 a 69 anos que representam
representando 24.513 (33,9% do total de casos), enquanto que a menor prevalência apre- 34,7% do total de internações. Houve 7.304 óbitos por CA de traqueia, brônquios e pulmão
sentou-se entre as idades de 5 à 9 anos, 17 casos (0,023% do total). A maior prevalências na nesse período, sendo 56,5% representado por mortes no sexo masculino. O intervalo de idade
faixa etária da infância, apresentou-se em menores de 1ano (0,065%), enquanto que na faixa com maior óbitos foi o mesmo que apresentou prevalência nas internações com 84% das
etária da adolescência, obteve entre as idades de 15-19 anos (0,14%), já na faixa etária dos mortes. Conclusão: O CA de traqueia, brônquios e pulmão é um grave problema de saúde
adultos, obteve entre as idades de 50-59 anos (0,22%), enquanto que nos idosos, apresentou pública, pois é responsável por alta morbimortalidade e elevados gastos públicos. Em virtude
entre as idades de 60-69 anos (33,6%). Conclusão: A taxa de óbito por neoplasia maligna disso, é essencial que haja investimento em prevenção já que esse tipo de neoplasia pode ser
de traquéia, brônquios e pulmões por faixa etária apresentou crescimento com o decorrer evitado pela diminuição da exposição ao tabaco. É importante o investimento em campanhas
da idade, mostra-se predominante entre os 60 a 69 anos (33,6%) e revela a necessidade do de conscientização que alertem sobre o risco do tabagismo, além de uma grande fiscalização
incentivo de políticas públicas na promoção à saúde destinadas a essa população, principal- sobre a produção desses cigarros para que diminuam os ativos possivelmente cancerígenos
mente por terem a idade como fator de risco. nesse tabaco.
Palavras-chave: Morbidade Neoplasia maligna Pulmões Brônquios Traquéia Palavras-chave: Neoplasias Pulmonares Rio de Janeiro Internações Hospitalares Registro
de Óbitos Epidemiologia

37
CIRURGIA TORÁCICA
TUMOR MIOFIBROBLÁSTICO INFLAMATÓRIO: RELATO DE CASO DE TUMOR RARO BENEFÍCIOS DA SEGMENTECTOMIA PULMONAR ROBÓTICA
EM ADULTOS Rebeca Vital Matias Acioli1; Iannah Mendonça Freire de França2; Tadeu Iury Araújo Rodrigues
Márcio Generoso Freires; Jessica Zandomênico de Souza; Fábio Kunita de Amorim; Luiza Gon- Silva3; 1. Centro Universitário de João Pessoa; 2. Centro Universitário de João Pessoa - UNIPÊ;
dim Toledo; Fernanda Oliveira Baptista da Silva; Bianca Peixoto Pinheiro lucena; Marcos de 3. Universidade Federal de Campina Grande.
Carvalho Bethlem; Michelle Cailleaux Cezar; Nina Rocha Godinho dos Reis Visconti; Marcia INTRODUÇÃO: A segmentectomia pulmonar (SP) é uma tecnologia que exige um conhe-
de Sousa Murta; UFRJ. cimento anatômico mais profundo da segmentação pulmonar e de variações anatômicas
Introdução. O tumor miofibroblástico inflamatório é uma condição rara, sendo um tumor (TERRA et al., 2019). Embora seja uma realidade recente, a SP por via robótica permite um
mesenquimal neoplásico que pode surgir nos tecidos moles de quase todos órgãos(2), mas campo de visão tridimensional e garante resultados seguros para os pacientes. OBJETIVOS:
apresenta uma predileção pelo pulmão(3). É compostas por células fusiformes miofibro- Discorrer sobre os benefícios da segmentectomia pulmonar robótica para pacientes com cân-
blásticas acompanhadas por um infiltrado inflamatório de células plasmáticas, linfócitos e cer pulmonar. MÉTODOS: Trata-se de um estudo exploratório, realizado por meio de revisão
eosinófilos(1). O tumor é frequentemente visto na população pediátrica. Sua evolução clinica de literatura na biblioteca virtual Scielo e na interface de busca Pubmed. Utilizaram-se os
é extremamente variável, apresentando lesões benignas, até grandes massas com invasão lo- descritores segmentectomia pulmonar, robótica e benefícios e coletaram-se artigos publica-
cal, metástases à distância e prognóstico desfavorável(4). Relato de caso. Idosa de 80 anos, dos no período de 2017 a 2019. RESULTADOS: A SP é uma técnica cirúrgica capaz de aprimo-
portadora de múltiplas comorbidades, DPOC, acompanhada ambulatorialmente desde julho rar as imagens tomográficas, rastrear as neoplasias pulmonares e tratar metástases. (TERRA
de 2016 por dispneia progressiva, evoluindo até aos pequenos esforços. Mantinha nódulo et al., 2019). Esse procedimento por via robótica está sendo cada vez mais realizado, apesar
pulmonar com densidades de partes moles de aproximadamente 2 cm no maior diâmetro, das evidências publicadas limitadas. As vantagens deste incluem visualização tridimensional
com áreas de vidro fosco esparsas. Teve pouca alteração evolutiva desde o início do acompa- ampliada, destreza com angulação do braço do robô e filtração por tremor, proporcionando
nhamento até março de 2017, quando fora internada para investigação e então submetida a melhores condições para a cirurgia torácica (KIM; JEONG, 2019). Em comparação com cirurgia
broncoscopia com coleta de lavado broncoalveolar (LBA), negativo para doenças infecciosas torácica vídeo-assistida (VATS), a cirurgia torácica robótica reduz efetivamente a ocorrência
e malignas sendo assim reencaminhada ao seguimento ambulatorial. Em março de 2021, de sangramento incontrolável durante a cirurgia, permitindo que o cirurgião arrisque a remo-
reinterna por arritmia cardíaca com instabilidade hemodinâmica e durante avaliação, repete ção de gânglios linfáticos próximos à superfície das artérias e veias. Outrossim, com o movi-
tomografia de tórax (TC), que evidenciou aumento importante da antiga lesão pulmonar com mento flexível do braço robótico, o operador consegue realizar o giro dos lobos pulmonares e
densidade de partes moles, 3,9 x 2,5cm de dimensão, contornos irregulares, mantendo ainda a exposição da estrutura hilar com mais precisão (XIE et al., 2019). O custo da nova tecnologia
as demais áreas em vidro fosco. Foi então submetida à punção percutânea guiada por TC, é a principal limitação para a ampla disseminação (PERRONI; VERONESI, 2020). Entretanto, a
sendo diagnosticado após estudo imunohistoquímico como tumor miofibroblástico inflama- segmentectomia robótica pode ser realizada com segurança, com excelentes resultados pe-
tório. Discussão. O tumor miofibroblástico inflamatório é um raro tumor que se forma em rioperatórios e segurança (WEI; CERFOLIO, 2017). CONCLUSÃO: A abordagem robótica para
superfícies mucosas e mesentéricas, sendo mais comum nos pulmões, órbita e peritônio. São segmentectomia anatômica é provavelmente segura e viável. No entanto, mais estudos são
frequentemente invasivos e metastatizam apesar de raramente ser malignos e geralmen- necessários para comparar esta técnica com as abordagens aberta e por videotoracoscopia,
te possuírem progressão errática. Estão correlacionados, como no caso citado, a infecções e especialmente, para analisar o seguimento no longo prazo em termos de eficácia oncológica.
alterações inflamatórias intensas como pneumonia em organização e Micobacteriose avium Palavras-chave: Benefícios Segmentectomia pulmonar Robótica
intracellulare. Devido sua composição celular variável raramente permite que o diagnóstico
seja feito no pré-operatório com punção aspirativa por agulha fina transtorácica ou biópsia
broncoscópica(4). O diagnóstico é muito difícil e muitas vezes só é possível após a ressecção
do tumor(5).
Palavras-chave: Tumor miofibroblástico inflamatório Tumor pulmonar Pseudotumor infla-
matório Pseudotumor

CIRURGIA TORÁCICA ROBÓTICA: COMPARAÇÃO DOS RESULTADOS CIRÚRGICOS POR


FAIXA ETÁRIA. ANÁLISE DE 457 CIRURGIAS
Rui Haddad3; Ricardo Mingarini Terra4; Carlos Eduardo Lima2; Pedro Henrique Xavier Nabuco
de Araújo5; Felipe Braga2; Rebecca de Oliveira Souza1; Bruna Brandão6; 1. Bioestatística -
Instituto de Matemática da UFRJ; 2. Hospital Copa Star - Rede D’Or - São Luiz; 3. Hospital
Copa Star - Rede D’Or - São Luiz e PUC - Rio; 4. Instituto do Coração e Faculdade de Medicina
da USP - Hospital Vila Nova Star - Rede D’Or - São Luiz; 5. Instituto do Coração e Faculdade de
Medicina da USP - Hospital Vila Nova Star =- Rede D’Or - São Luiz; 6. Residente R2 de Cirurgia
Torácica do Hospital Copa D’Or - Rede D’Or - São Luiz.
Introdução: a cirurgia robótica vem ganhando espaço em várias especialidades e provando
ser uma técnica de valor em muitos procedimentos cirúrgicos. Nesse estudo vamos comparar
os desfechos da cirurgia torácica robótica por faixa etária, em 457 pacientes operados por
cirurgiões de São Paulo e Rio de Janeiro de março de 2016 a dezembro de 2019. Material
e métodos: estudo retrospectivo em banco de dados prospectivo, comparando duração da
cirurgia, tempo de internação, de CTI e de drenagem torácica e os resultados (morbidade,
mortalidade, complicações e readmissões) de acordo cinco faixas etárias: Grupo 1 - menos
que 50 anos, G2 - 50-59, G3 - 60-69, G-4 - 70-79 e G5 - 80 anos ou mais. As variáveis acima
foram estudadas em cada grupo e foi feita análise estatística entre elas de acordo com a faixa
etária. Resultados: dos 457 pacientes consecutivos 251 (55%) eram do sexo feminino. A dis-
tribuição por grupos foi de 85, 83, 143, 115 e 31 pacientes nos grupos 1 a 5 respectivamente.
Foram feitas 268 lobectomias, 77 segmentectomias anatômicas, 24 ressecções em cunha e
88 outros casos (mediastino, diafragma, pleura e miscelânia). A duração média das cirurgias
foi similar nos grupos 1 e 2 e maior nos outros três grupos (p<0,001). Tempo de internação,
CTI, drenagem e admissão foram similares nos grupos 1,2 e 3 e maiores nos grupos 4 e 5
(p<0.001). Complicações menores ocorreram em 10,67% dos pacientes dos grupos 1, 29%
no grupo 2, 16,91% no grupo 3, 32,38% no grupo 4 e 46,43% no grupo 5 (p<0.001 entre
todos os grupos). Mortalidade peri-operatória foi 0 nos grupos 1, 2, e 3, 1 no grupo 4 (0,87%),
e 1 no grupo 5 (3,23%) - p = 0.1115. A taxa de readmissão foi de 1,71% no G1, 6,02% no 2,
4,20% no grupo 3, 13,04% no 4 e 6,65% no 5 - p=0.2271. Mortalidade tardia foi de 1, 1, 1, 2
and 0 nos grupos 1 a 5 - p= 0.6815. Conclusões: Cirurgia torácica robótica é segura em todas
as faixas etárias. Tem um aumento do tempo de internação, CTI e drenagem pleural nos gru-
pos 4 e 5 e um importante aumento de complicações menores nos grupos 4 e 5, explicando o
maior tempo de internação nas faixas de idades mais avançadas, sem no entanto impactar na
mortalidade precoce ou tardia dos pacientes.
Palavras-chave: Cirurgia Robótica Desfechos Complicações Faixa Etária

38
RESSECÇÃO SUBLOBAR ANATÔMICA, S3 POR VIA ROBÓTICA, NO TRATAMENTO DE CÂN- TRATAMENTO DO ENFISEMA MEDIASTINAL VOLUMOSO PROGRESSIVO (EMVP) POR
CER DE PULMÃO EM PACIENTE IDOSO COM COMORBIDADES: RELATO DE CASO DRENAGEM SUBXIFÓIDE EM PACIENTES COM COMPLICAÇÕES DA COVID-19. SÉRIE DE
Raphael Eltink Trad Coutinho2; Daniel Messias Martins2; Carolina Sant’ Anna Filipin2; Gabriel SEIS CASOS
Rabelo de Barros Simão2; Marina Varela Braga de Oliveira1; Andre Dellareti Barreto Martins1; Rui Haddad6; Felipe Braga1; Bruna Brandão9; Carlos Eduardo Lima4; Bernardo Giuseppe Ago-
Daniel Oliveira Bonomi1; 1. Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais; 2. glia7; André Luciano Brandão Pereira2; Mario Celso Martins Reis3; Tadeu Diniz Ferreira5; Caroline
Universidade Federal de Minas Gerais. Andrade2; Gabriel Lucena8; 1. Hospital Copa Star - Rede D’Or - São Lui; 2. Hospital Copa Star
INTRODUÇÃO: No tratamento do câncer de pulmão, ainda hoje, a lobectomia através da - Rede D’Or - São Luiz; 3. Hospital Copa Star - Rede D’Or - São Luiz e HU CFF da UFRJ; 4. Hospital
toracotomia tem sido usualmente empregada. Ressecções pulmonares desta magnitude, Copa Star - Rede D’Or - São Luiz e HUPE - UERJ; 5. Hospital Copa Star - Rede D’Or - São Luiz e
especialmente em pacientes idosos com múltiplas comorbidades, estão associadas a altas HUPE-UERJ; 6. Hospital Copa Star - Rede D’Or - São Luiz e PUC - Rio; 7. Hospital Copa Star - Rede
taxas de morbimortalidade. Nesse contexto, a cirurgia minimamente invasiva pode se apre- D’Or - São Luiz - HUPE - UERJ; 8. Residente R1 de Cirurgia Torácica do Hospital Copa D’Or - Rede
sentar como boa alternativa para pacientes com contraindicações às técnicas convencionais. D’OR - São Luiz; 9. Residente R2 de Cirurgia Torácica do Hospital Copa D’Or - Rede D’OR - São Luiz.
RELATO DE CASO: Paciente masculino, 85 anos, tabagista, DPOC GOLD 2B, com histórico de Introdução - COVID-19, causada pelo vírus Sars-CoV-2, é atualmente uma doença prevalen-
insuficiência cardíaca com fração de ejeção reduzida classe funcional II da NYHA, doença renal te no nosso meio e com frequência necessita de ventilação não-invasiva ou de ventilação me-
crônica estágio KDIGO IIIb e fibrilação atrial persistente, apresentou lesão nodular em lobo su- cânica como complemento terapêutico. A ocorrência de enfisema mediastinal nesses pacien-
perior de pulmão esquerdo em TC realizada no dia 04/03/21. Em 16/03/21, PET-CT confirmou tes é incomum e tem, na maioria das vezes, um curso benigno não necessitando de nenhum
opacidade pulmonar nodular captante, caracterizada por contornos irregulares com amarras procedimento terapêutico, exceto quando acompanhado de pneumotórax. Em raras ocasiões,
pleurais adjacentes no segmento anterior do lobo superior esquerdo, medindo 17mm. Es- entretanto, esse EM é volumoso e progressivo (EMVP) e pode causar síndrome de baixo débito
pirometria para avaliação do risco operatório mostrou VEF1 correspondente a 53% do valor com compressão cardíaca e/ou piora dos parâmetros ventilatórios por compressão lateral dos
esperado e DLCO a 47%, o que caracterizou a lobectomia total como um procedimento de alto pulmões. Nesses casos a drenagem cirúrgica se torna urgente. Material e métodos - Des-
risco para o paciente. Optado, então, por ressecção sublobar por via robótica como terapêutica crevemos uma série de 6 pacientes consecutivos com EMVP com alterações circulatórias ou
principal, o procedimento foi realizado sem intercorrências. Paciente apresentou boa evolu- ventilatórias, em que a drenagem mediastinal por via subxifóide resolveu o enfisema medias-
ção pós-operatória, com dreno retirado no 3° DPO e alta no 7° DPO por controle cardiológico. tinal e melhorou de alguma forma a dinâmica cardiopulmonar. A técnica é rápida e simples,
Anatomopatológico evidenciou adenocarcinoma, 1,5cm, de padrão acinar, lipídico e sólido, feita no CTI, por incisão de 4 cm na linha média começando ao nível do apêndice xifoide,
ressecado com margens cirúrgicas livres. Linfonodos antracóticos negativos para metástase. abertura da línea alba mantendo íntegro o peritônio, dissecção romba para cima sob o xifoide
DISCUSSÃO: Dados da literatura sugerem alto índice de mortalidade para pacientes subme- e, apoiando o dedo na tábua interna do esterno, faz-se dissecção digital do mediastino ante-
tidos a ressecções pulmonares com valores de VEF1 menores que 60% do valor predito. Nesse rior por cima do pericárdio, indo cerca de 4 cm para cada lado, até o nível da carina traqueal
contexto, a cirurgia robótica torácica apresenta-se como boa opção terapêutica, oferecendo (ou acima dela se possível) com cuidado para não abrir as pleuras mediastinais. No espaço
principalmente redução de complicações cirúrgicas e diminuição do tempo de internações criado por essa dissecção romba se introduz um dreno 24 ou 26FR que é ligado a sistema de
hospitalares, quando comparada com a toracotomia convencional. Pacientes idosos e com aspiração contínua com pressão negativa entre 15 e 20 cm H2O, saindo por contra abertura ao
múltiplas comorbidades, frequentemente não elegíveis às técnicas convencionais, tendem lado da incisão que é fechada de maneira habitual. Resultados e conclusões - Todos os seis
a se beneficiar profundamente dessas possibilidades trazidas pela cirurgia torácica minima- casos tiveram resolução do enfisema e melhoraram de alguma forma sua função cardíaca e
mente invasiva. respiratória. Nos três pacientes submetidos a TC de controle o enfisema mediastinal se tornou
Palavras-chave: Lobectomia pulmonar Cirurgia Robótica Neoplasia pulmonar mínimo e houve grande mudança na geometria cardiopulmonar após a drenagem subxifói-
de. Quatro desses pacientes se encontravam em ECMO no momento da drenagem. A maioria
dos pacientes (4 em 6) faleceu de complicações não relacionadas ao EMVP.
Palavras-chave: Pneumomediastino COVID-19 Cirurgia Drenagem

TRANSPLANTE CARDIOPULMONAR: PONTOS IMPORTANTES TRATAMENTO DO QUILOTÓRAX DE ALTO DÉBITO NO PÓS-OPERATÓRIO DE CIRURGIA
Rebeca Vital Matias Acioli1; Iannah Mendonça Freire de França1; Tadeu Iury Araújo Rodrigues TORÁCICA ROBÓTICA POR EMBOLIZAÇÃO PERCUTÂNEA DO DUTO TORÁCICO – RELATO
Silva2; 1. Centro Universitário de João Pessoa - UNIPÊ; 2. Universidade Federal de Campina DE DOIS CASOS
Grande. Rui Haddad5; Daniel Kanaan1; Caroline Andrade4; Bruna Brandão3; Gabriel Lucena2; Pedro
INTRODUÇÃO: O transplante cardiopulmonar (TCP) é uma opção de tratamento para insufi- Castro4; Carlos Eduardo Lima4; Felipe Braga4; Andre Pereira4; Tadeu Diniz Ferreira4; 1. Radio-
ciência cardíaca e pulmonar em fase terminal (PÊGO-FERNANDES, 2020). É uma alternativa logista Intervencionista – Rede D’Or – RJ; 2. Residente R1 do Serviço de Cirurgia Torácica do
que deve ser selecionada com cautela, tendo como critério para bom prognóstico o momen- Hospital Copa D’Or; 3. Residente R2 do Serviço de Cirurgia Torácica do Hospital Copa D’Or; 4.
to de indicação para o transplante, ou seja, antes do agravamento da doença (FERNANDES, Serviço de Cirurgia Torácica do Hospital Copa Star – Rede D’Or – RJ e Cirurgiões Torácicos Asso-
2021). OBJETIVO: Discorrer sobre as indicações, contra-indicações e complicações do TCP. ciados Ltda; 5. Serviço de Cirurgia Torácica do Hospital Copa Star – Rede D’Or – RJ e Cirurgiões
MÉTODOS: Trata-se de um estudo exploratório, realizado por meio de revisão de literatura Torácicos Associados Ltda. – RJ.
na biblioteca virtual Scielo e na interface de busca Pubmed. Utilizaram-se os descritores pul- Introdução - Quilotórax é complicação rara e grave em cirurgia torácica. Com advento da
mão e coração e transplante e coletaram-se artigos publicados no período de 2020 a 2021. cirurgia robótica e pela linfadenectomia extensa desse acesso, tem acontecido com certa
RESULTADOS: Com o avanço de outras opções terapêuticas para a insuficiência cardíaca e frequência. Outras causas são lesão direta do duto torácico ou de seus tributários e má-for-
pulmonar, houve uma redução nas indicações de TCP. Contudo, essa técnica ainda pode be- mação linfática não identificada pré operatoriamente. Apresentamos dois casos de quilotórax
neficiar alguns casos, como a cardiopatia congênita ou hipertensão arterial pulmonar grave que necessitaram de procedimentos percutâneos como tratamento de fístulas de alto débito
e irreversível (FERNANDES, 2021). Devem ser levadas em consideração a gravidade da insu- (definidas como drenagem > 1.000 ml/dia, por mais de 4 dias) apesar de tratamento clínico
ficiência ventricular, hipertensão, disfunção renal, índice cardíaco e outras condições clínicas adequado. Caso 1 – paciente feminina, de 53 anos, operada de tumor de mediastino anterior
(PÊGO-FERNANDES, 2020). Malignidade ativa ou história de malignidade nos últimos dois a por cirurgia robótica (timoma AB – Masaoka IIA). Feita ressecção do timo e de gânglios das
cinco anos; abuso de substâncias ativas; distúrbios psiquiátricos não controlados; baixo su- cadeias 5 e 6. Evolução imediata pós-operatória excelente, alta no segundo dia de PO. Na
porte social e grande incompatibilidade do tamanho pulmonar doador-receptor constituem revisão de 30 dias referia cansaço e RX com extenso derrame pleural esquerdo. Punção reve-
contra-indicações ao TCP. Quanto às complicações, os pacientes correm o risco de desenvolver lou quilotórax (1.500 ml). Foi tratada ambulatoriamente: dieta hipolipídica, TCM e repouso.
disfunção primária do enxerto pulmonar por lesão de reperfusão isquêmica; insuficiência Dois dias após outra punção mostrou líquido mais claro (1.500 ml). Continuou com a dieta +
cardíaca primária do enxerto; síndrome de bronquiolite obliterante e vasculopatia da artéria TCM sem resultado e foi internada 4 dias após, novamente com derrame. Foi feita drenagem
coronária. Uma intervenção complexa dessa só pode ser realizada com segurança quando pleural, dieta zero, nutrição parenteral, Somatostatina 100 microgramas de 8/8 horas SC por
feita por uma equipe multiprofissional dinâmica que trabalha em estreita colaboração com quatro dias e a drenagem não diminuiu. Após mais quatro dias decidimos fazer embolização
os pacientes e suas famílias, pois fatores psicossociais e comportamentais são essenciais na do duto torácico com sucesso e alta em dois dias. Caso 2 – paciente masculino, 73 anos,
sobrevida a longo prazo dos transplantados (TULLY; NAGALLI, 2021) CONCLUSÃO: O TCP é grande fumante, submetido a uma lobectomia superior direita robótica com linfadenectomia
uma opção terapêutica eficaz para pacientes com problemas cardíacos e doença pulmonar. mediastinal para um adenocarcinoma de pulmão estágio IIb (22 gânglios de 6 estações - 1 N1
Embora seja um procedimento arriscado, às vezes pode ser o único método de salvamento. O positivo). No segundo dia de PO foi houve drenagem de 1.200 ml de linfa pelo dreno de tórax,
cuidado adequado do paciente antes e depois da cirurgia pode prolongar significativamente que não diminuiu após 5 dias de tratamento com dieta zero, Somatostatina, TCM e repouso.
a vida do paciente e ajudar a alcançar uma boa qualidade de vida. Feita embolização precoce do duto torácico com resolução e alta em 48 horas. A linfangiogra-
Palavras-chave: Coração Pulmão Transplante fia mostrou má-formação linfática ao nível das cadeias 2 e 4R. A técnica da embolização será
descrita na apresentação. Comentários e conclusões: quilotórax de alto débito é compli-
cação rara e grave. Pacientes rapidamente ficam desnutridos com imunidade comprometida
e devem ser tratados com rapidez. A ligadura do duto por vídeo é minimamente invasiva,
mas procedimentos percutâneos por radiologia intervencionista são ainda menos agressivos
e podem ter ótimos resultados como nos casos descritos.
Palavras-chave: Quilotórax Radiologia Intervencionista Cirurgia Robótica Complicações

39
COVID-19
ACHADOS DA ESPIROMETRIA E DA OSCILOMETRIA DE IMPULSO NO ACOMPANHAMEN- A HIPÓXIA SILENCIOSA NA COVID-19: UMA REVISÃO INTEGRATIVA
TO DE PACIENTES APÓS PERÍODO AGUDO DA COVID-19 Spagnol, JE2; Bertholucci, JP2; Gontijo, EC2; Rodrigues, RL2; Junior, WSB2; Cândido, MA2;
Mariana Soares Da Cal; Thiago Thomaz Mafort; Laura Braga Monnerat; Patrícia Frascari Li- Pinto, JMP2; Costa, LLA1; Sousa, MF2; 1. Universidade de Rio Verde- Campus Aparecida; 2.
trento; Laura Lizeth Zuluaga Parra; Alicia Sales Carneiro; Agnaldo José Lopes; Universidade Universidade Federal de Goiás.
do Estado do Rio de Janeiro. Introdução: A COVID-19 é uma doença aguda grave, que atinge o sistema respiratório hu-
Introdução: A literatura aponta o dano da função pulmonar no longo prazo e evidencia a mano e pode induzir a falência de múltiplos órgãos. Os danos respiratórios podem causar
necessidade de monitorar clinicamente indivíduos acometidos com pneumonia por SARS- hipóxia silenciosa, a qual possui prevalência de 20 a 40% e é definida como uma condição em
-CoV-2, após a fase aguda da COVID-19. Objetivos: Avaliar a evolução dos sintomas e da que o indivíduo tem nível de saturação de oxigênio muito menor do que o previsto, porém ele
função pulmonar medida pela espirometria e oscilometria de impulso (IOS) 1 mês após a não apresenta dificuldade respiratória, o que pode contribuir para altas taxas de mortalida-
COVID-19 e na consulta de retorno 3 meses depois. Método: Estudo observacional prospec- de. Objetivos: Elucidar os aspectos mais relevantes da hipóxia silenciosa em pacientes com
tivo com 24 indivíduos (>18 anos), com queixas respiratórias após a fase aguda da COVID-19. COVID-19. Métodos: Trata-se de um estudo descritivo, baseado em uma revisão integrativa
As avaliações foram realizadas 1 mês após a infecção (Momento 1) e na consulta de retorno da literatura. As plataformas de busca utilizadas foram Medline/Pubmed e BVS. Utilizaram-se
3 meses depois (Momento 2). Em ambos os momentos, os pacientes realizaram espirometria os descritores “Silent”, “Hypoxia” e “Covid-19”. A pesquisa e a seleção resultaram em 7 artigos.
(Vitatrace VT 130 SL, Codax Ltda., Brasil) e IOS (Quark i2m, Cosmed, Itália). Na IOS, foi avaliada Resultados: A COVID-19 possui amplo espectro clínico, desde formas assintomáticas até
a diferença entre as resistências medidas a 4 e 20 Hz (R4-R20), que sinaliza doença de peque- à Síndrome da Angústia Respiratória do Adulto. Há relatos de casos de hipóxia severa em
nas vias aéreas (DPVA). Também foi perguntado acerca da persistência de tosse, dispneia e fa- pacientes sem sinais clínicos evidentes de dispneia e taquipneia, a chamada hipóxia silencio-
diga e, ainda, aplicado o questionário FACIT-F (fadiga geral) e mensurada a força de handgrip sa. Um estudo de coorte obteve que 50% dos pacientes que receberam alta após internação
(HGS) com dinamômetro hidráulico (SH5001, Saehan Corporation, Coreia). As comparações por COVID-19 apresentaram hipóxia severa induzida por exercício, sem dispneia associada. A
foram feitas através do teste t-pareado ou McNemar. Resultados: A amostra contou com fisiopatologia desta condição ainda é pouco compreendida. Algumas hipóteses foram elen-
24 indivíduos, com média de idade de 55,4 anos (variação: 34-75). Ao serem questionados cadas, como: dano na resposta do centro respiratório; falta de vasoconstrição induzida pela
sobre os sintomas em M1, 10 relataram tosse, 16 dispneia e 20 fadiga; já em M2, 8, 12 e 14 hipóxia; níveis normais ou pouco alterados de PaCO2; influência de citocinas. Além disso, ela
pacientes relataram tosse, dispneia e fadiga, respectivamente. A FACIT-F apresentou média leva à expressão acentuada do receptor de ECA-2, potencializando a infecção pelo vírus, e
de 19,5 pontos em M1 e 16,9 pontos em M2. A HGS teve média de 24,4 kgf em M1 e de 27,6 à ativação de sinalização celular de vias de danos secundários a outros órgãos. A falta de
kgf em M2. Em relação à função pulmonar, a espirometria em M1 mostrou-se alterada em sinais clínicos dificulta o diagnóstico precoce, podendo levar a lesão mais extensa provocada
12 participantes (9 com restrição leve, 2 com restrição moderada e 1 misto), e em M2 em 11 pela hipóxia e dificuldade no desmame da ventilação mecânica. Conclusão: Mesmo que os
participantes (10 com restrição leve e 1 misto). Já a IOS em M1 e M2 mostrou elevação de mecanismos fisiopatológicos da hipóxia silenciosa não estejam elucidados, as evidências su-
R4-R20 em 11 e 13 participantes, respectivamente. Quando comparados M1 e M2, houve me- gerem alta mortalidade e a possibilidade do novo vírus afetar o sistema nervoso central. Os
lhora significativa da dispneia e da fadiga (p<0,05), mas sem modificações estatisticamente especialistas necessitam estar alertas, a fim de evitar paradas respiratórias súbitas. Por fim,
significativas nos parâmetros funcionais, sejam eles medidos pela espirometria ou IOS. Con- são necessários mais estudos para que o fator subjacente dessa condição seja compreendido
clusão: A falta de modificação significativa da função pulmonar, usando um método sensível e melhores planos de tratamento para esses pacientes sejam executados.
para detectar DPVA (IOS), sugere que as alterações podem permanecer por longo período Palavras-chave: Covid-19 Hipóxia silenciosa Hipóxia severa
após a fase aguda da COVID-19 e, por conseguinte, esta deve ser continuamente monitorada.
Palavras-chave: COVID-19 SARS-Cov-2 Oscilometria de impulso Pneumonia Desfechos de
médio prazo.

A EVOLUÇÃO DA PANDEMIA NO BRASIL: INTERNAÇÕES E ÓBITOS POR COVID-19 EM 2021 ANÁLISE DO IMPACTO DA VACINAÇÃO NOS NÚMEROS DE CASOS E ÓBITOS DE COVID-19
Pinto, JMP; Brito, MO; Candini, LH; Diniz, ACR; Azevedo, FAS; Bertholucci, JP; Pereira, EM; Uni- NO BRASIL
versidade Federal de Goiás. Bertholucci, JP; Azevedo, FAS; Pinto, JMP; Brito, MO; Candini, LH; Diniz, ACR; Pereira, EM; Uni-
INTRODUÇÃO: Em 2009 com a pandemia de H1N1, criou-se a vigilância da Síndrome Respi- versidade Federal de Goiás.
ratória Aguda (SRAG), em que qualquer caso de SaO2 menor que 95% ou dispneia, que neces- INTRODUÇÃO: A COVID-19 começou como um surto na China, e logo foi reconhecida como
site de hospitalização com síndrome gripal, deve ser compulsoriamente notificado. Cerca de pandemia, convertendo-se na principal causa de óbitos no mundo, o que tornou seu enfren-
11 anos depois, outra pandemia se encaixa nesses critérios e hoje assombra o sistema público tamento uma prioridade inquestionável. Dentre as suas formas de controle, destaca-se a
de saúde com sua alta e veloz taxa de transmissão. Portanto, os dados da COVID-19 devem ser vacinação em massa, assegurando assim uma imunidade coletiva. Com o início tardio e ritmo
acompanhados e usados na criação de medidas de controle do vírus. OBJETIVOS: Analisar a lento de vacinação, ainda é difícil dizer seu efeito na população geral do Brasil. Entretanto, já
partir dos dados acerca de óbitos e internações de SRAG causada por COVID-19, a evolução da existem estudos em outros países, demonstrando a redução no número de óbitos em grupos
pandemia no Brasil. MÉTODOS: Foi realizado um estudo transversal com dados de SRAG por prioritários. OBJETIVOS: Analisar impactos da vacinação na redução de casos confirmados e
COVID-19 coletados em boletins epidemiológicos disponibilizados pelo Ministério da Saúde. óbitos por COVID-19 no Brasil. MÉTODOS: Trata-se de um estudo transversal com dados dos
Os dados são referentes às internações e óbitos no Brasil, separados por idade. Foram anali- números de casos e óbitos por COVID-19 obtidos em boletins epidemiológicos do Ministério
sados boletins das semanas epidemiológicas 1, 5, 10 e 14 do ano de 2021. RESULTADOS: da Saúde. Foram examinadas as semanas epidemiológicas 1, 5, 10, 14 e 18 do ano de 2021.
Registrou-se por SRAG decorrente da COVID-19 em 14 de janeiro de 2021, o total de 957 RESULTADOS: Notificou-se no dia 14 de janeiro, 359.593 casos confirmados e 6.906 óbitos
internações e 121 óbitos no Brasil, havendo na faixa etária acima de 60 anos, para o mesmo pelo Coronavírus. O número de casos confirmados e óbitos obtidos, no dia 19 de fevereiro,
período, 617 internações e 94 óbitos. Por sua vez, no dia 19 de fevereiro de 2021, observou-se foram de 320.820 e 7.067, respectivamente. No dia 18 de março, registrou-se o total de
o alcance de 50.742 internações e 12.203 óbitos pela síndrome, obtendo na faixa etária acima 500.722 casos confirmados e 12.777 óbitos pelo Coronavírus, tendo uma taxa de incidência
de 60 anos, para o mesmo período, 29.225 internações e 9.432 óbitos. A análise do dia 18 de de 236,5/100 mil habitantes e como taxa de mortalidade a relação de 6,0/100 mil habitantes.
março de 2021, apresentou 181.153 internações e 50.476 óbitos pela causa observada, sendo Observou-se que no dia 15 de abril, houve redução no total de casos confirmados (491.409),
na faixa etária acima de 60 anos, para o mesmo período, 96.339 internações e 37.215 óbitos. porém, ocorreu um aumento na quantidade de óbitos (21.141). Por sua vez, no dia 13 de
No dia 15 de abril de 2021, foram registrados 362.923 internações e 119.089 óbitos por SRAG, maio, houve uma relevante queda no número dos dados analisados, sendo 419.904 casos
encontrando na faixa etária acima de 60 anos, para o mesmo período, 187.248 internações e confirmados e 14.879 óbitos pelo vírus SARS-CoV-2, com as respectivas taxas de incidência
83.680 óbitos no país. CONCLUSÃO: Neste estudo, evidenciou-se o perfil epidemiológico da e mortalidade, 198,3/100 mil habitantes e 7,0/100 mil habitantes em todo o território na-
SRAG consequente da COVID-19, na qual a maior porcentagem do número de casos predomi- cional. CONCLUSÃO: A partir dos dados analisados, pode-se inferir que o processo de vaci-
na-se na faixa etária acima dos 60 anos, em comparação e em proporção ao total obtido tanto nação contra a COVID-19 iniciado no começo de 2021 segue de forma lenta, começando a se
de óbitos quanto de internações no período ao qual foi realizada a análise. Ademais, observa- mostrar eficiente em maio. O impacto feito com uma porcentagem pequena da população
-se um rápido crescimento de internações e óbitos, demonstrando a aceleração no avanço da vacinada evidencia que a imunização trará grandes benefícios no combate à pandemia. Por
pandemia no Brasil e que cada vez mais, urge a disseminação de práticas de biossegurança conseguinte, urge acelerar a campanha de vacinação a fim de que haja uma queda brusca
necessárias à quebra da cadeia de transmissão do vírus. de óbitos e o sistema de saúde seja desafogado. Somente assim o Brasil caminhará para o
Palavras-chave: Covid-19 SRGA Óbitos Internações fim da pandemia.
Palavras-chave: Covid-19 Vacinação Eficiência Brasil

40
A PANDEMIA DENTRO DOS HOSPITAIS: UM ESTUDO SOBRE A INFECÇÃO POR COVID-19 AVALIAÇÃO DA PRODUÇÃO DE INTERFERON-GAMA (IFN- γ) ANTÍGENO-ESPECÍFICA EM
NO LOCAL DE TRABALHO SANGUE TOTAL DE INDIVÍDUOS COM DIFERENTES GRAUS DE EXPOSIÇÃO À COVID-19
Oliveira, HMMG; Veloso, L; Sousa, S; Universidade do Grande Rio Professor José de Souza Herdy. Brito, ACS5; Gomes, SMR4; Ribeiro, RSA6; Ribeiro-Alves, M1; Castilho, LR7; Porto, LC2; Lopes,
A COVID-19 é uma doença infectocontagiosa causada pelo coronavírus 2, transmitida de AJ3; Da-Silva, SAG5; Dutra, PML4; Rodrigues, LS6; 1. Fundação Oswaldo Cruz; 2. Ibrag, Depto
modo interpessoal, que apresenta um espectro clínico poli sintomático, podendo evoluir para de Histologia e Embriologia, Laboratório de Histocompatibilidade e Criopreservação, Poli-
uma pneumonia grave e está relacionada à síndrome respiratória aguda grave (SARS-CoV-2). clínica Piquet Carneiro, Patologia Clínica; 3. Serviço Pneumologia HUPE - Policlínica Piquet
O diagnóstico é realizado com maior acurácia através do RT-PCR e não há tratamento especí- Carneiro (HUPE); 4. UERJ - Laboratório de Bioquímica de Protozoários e Imunofisiologia do
fico que tenha eficácia plena. Este estudo teve como objetivo traçar um perfil epidemiológico Exercício, Faculdade de Ciências Médicas; 5. UERJ - Laboratório de Imunofarmacologia Para-
e clínico dos funcionários de um hospital especializado no tratamento de Tuberculose no sitária, Faculdade de Ciências Médicas; 6. UERJ, Laboratório de Imunopatologia, Faculdade
Município do Rio de Janeiro que tiveram COVID-19.Foram incluídos aqueles que tiveram o de Ciências Médicas; 7. Ufrj/Coppe /Laboratório de Engenharia de Cultivos Celulares (LECC).
RT-PCR detectável para SARS-CoV-2 e as variáveis analisadas foram: idade, sexo, categoria Introdução: Atualmente, os testes para definição da infecção pelo coronavírus 2019(CO-
profissional, sintomatologia, comorbidades prévias e desfecho do caso. Como resultado ob- VID-19) estão baseados na identificação viral por teste molecular e/ou na detecção de anti-
servou-se que os meses de abril e maio de 2020 foram os com maior número de atendimen- corpos específicos (resposta humoral). Em paralelo, níveis elevados de citocinas inflamatórias
tos, a categoria profissional dos técnicos de enfermagem foi a mais testada e a prevalência da SARS-CoV-2-específicas têm sido identificados a partir de ensaios com linfócitos T provenien-
infecção foi maior no sexo feminino. A faixa etária com mais pacientes testados foi a de 40-59 tes de sangue de indivíduos infectados apresentando diferentes manifestações clínicas da
anos, com maior número de testes positivos. Os sintomas mais referidos foram tosse, febre doença. Objetivos: O presente estudo buscou analisar os níveis de interferon-gama (IFN-
e cefaleia; e as comorbidades associadas mais relatadas foram HAS e asma. Todos tiveram -γ) em resposta à proteína S (PtnS) de SARS-CoV-2em sangue periférico de indivíduos com
desfecho favorável. Pode-se concluir que os funcionários de unidades de saúde em geral estão diferentes graus de exposição à COVID-19 em comparação com a sorologia (IgG anti-PtnS).
predispostos às diversas patologias presentes nos ambientes de trabalho, sejam elas trans- Metodologia: Um total de 47 indivíduos, sendo 29 mulheres e 18 homens, mediana de 43
mitidas pelo ar ou outras formas; e ainda enfatizar que os funcionários que mantêm contato anos (IQR=14.5), foi recrutado entre pacientes atendidos no complexo de Saúde da Univer-
direto com doentes são os mais vulneráveis a tais infecções. O estudo mostrou que qualquer sidade do Estado do Rio de Janeiro/Policlínica Piquet Carneiro, formando os grupos: não-ex-
faixa etária está sujeita a contaminação e pacientes com alguma patologia prévia tiveram posto (NE; n=21) e expostos a COVID-19 (COVID-19;n=26). Sangue periférico heparinizado
desfechos tão satisfatórios como os sem nenhuma comorbidade associada. foi coletado 2-2,5 meses do início dos sintomas. Para o ensaio de produção de IFN-γ, sangue
Palavras-chave: COVID-19 Trabalhadores de saúde SARS-CoV-2 não-fracionado foi estimulado nas seguintes condições: [1]sem estímulo (controle negativo),
[2]PtnS (5ug/mL), e [3] fitohemaglutinina (controle positivo; PHA; 5ug/mL) por 24 horas
a 37ºC. Os níveisplasmáticos de IFN-γ e a sorologia para IgG anti-PtnS foram quantificados
por ensaio imunoenzimático. Resultados: Todos os indivíduos do grupo COVID-19 foram
IgG-positivos, enquanto 5 (26,3%) indivíduos do grupo NE também apresentaram positivi-
dade. Foram encontrados níveis significativamente aumentados de IgG anti-PtnS no grupo
COVID-19 em comparação com o grupo NE (10,45 IQR=3,21 versus 1,35IQR=0,52, p< 0,001).
Verificamos que os níveis de IFN-γ foram significativamente superiores no grupo COVID-19
(1,61IQR=4.65) quando comparados ao grupo NE (0,05IQR=0,05; p<0,001).Os níveis de
IFN-γ-Ptn-S-específico em sangue total foram significativamente correlacionados aos níveis
de IgG anti-Ptn-S (rho=0,761; p<0,001). Conclusão: Nossos resultados mostraram níveis
diferenciados de IFN-γ em resposta à infecção por SARS-CoV-2 e correlacionados à resposta
humoral. Testes baseados na resposta celular na COVID-19, utilizando potenciais biomarcado-
res, poderiam ser úteis para o monitoramento de exposição/infecção.
Palavras-chave: COVID-19 imunidade celular interferon-gama SARS-CoV-2

A UTILIZAÇÃO DE APLICATIVO DE MENSAGEM COMO FACILITADOR NO ACESSO À POLI- AVALIAÇÃO DAS ALTERAÇÕES SISTÊMICAS E NA ULTRASSONOGRAFIA DE TÓRAX NO
CLÍNICA PIQUET CARNEIRO ACOMPANHAMETO DOS PACIENTES APÓS INFECÇÃO PELO SARS-COV-2
Luciano Damasceno Alves; UERJ. Laura Braga Monnerat; Thiago Thomaz Mafort; Mariana Soares Da Cal; Patrícia Frascari Li-
Introdução: A Universidade do Estado do Rio de Janeiro - UERJ tem como característica, trento; Laura Lizeth Zuluaga Parra; Alicia Sales Carneiro; Agnaldo José Lopes; Universidade
a fomentação nas áreas de pesquisa, ensino, extensão e formação profissional, em múlti- do Estado do Rio de Janeiro.
plas áreas de atuação, com relevância comprovada internacionalmente (RankingWeb, 2020) Introdução: Com o avanço da pandemia pelo Sars-CoV-2, grande preocupação tem sido
caracteriza-se pela sua atuação no fomento à pesquisa, ensino, extensão e formação pro- gerada acerca dos danos no longo prazo. Assim, torna-se importante avaliar as sequelas
fissional. Assim sendo, está inserida na rede de atenção em saúde da municipalidade e do pulmonares e sistêmicas após a fase aguda da doença. Objetivos: Avaliar a evolução dos sin-
Estado do Rio de Janeiro, prestando assistência em saúde através do H.U. Pedro Ernesto e tomas e alterações na ultrassonografia (USG) de tórax de pacientes 1 e 4 meses após o quadro
da Policlínica Piquet Carneiro - PPC. Sendo esta última, caracterizada por ser uma unidade agudo da COVID-19. Método: Trata-se de um estudo observacional prospectivo com dados
ambulatorial com dezenas de especialidades, atendendo cerca de trinta mil pacientes por de 41 indivíduos (média de idade de 56,4 anos) com diagnóstico confirmado de COVID-19. As
mês. No entanto, com a reformulação do Núcleo Interno de Regulação - NIR (MS, 2008), com avaliações foram realizadas 1 mês após a infecção (Momento 1) e no atendimento de retorno
o avanço da pandemia de COVID-19, vimos a necessidade de abrirmos novas possibilidades 3 meses depois (Momento 2). Foram realizadas USG para avaliar as sequelas pulmonares. Os
de contato do paciente com os múltiplos ambulatórios. Objetivo: Demonstrar as formas de sinais de USG foram capturados em 6 áreas de cada hemitórax (>2 linhas B, linhas B coa-
contato dos pacientes aos serviços ofertados pela PPC, através de aplicativo de mensagem lescentes e consolidações subpleurais) e foi calculado um escore de aeração a partir desses
instantânea. Metodologia: Levantamento quantitativo das interações de pacientes atra- sinais. Foram aplicados questionários acerca dos sintomas (tosse, dispneia e fadiga), além de
vés de aplicativo de mensagem instantânea (LIMA, 2018), no período de 31 de agosto de avaliação da fadiga geral (FACIT-F) e handgrip. As comparações foram feitas através do teste
2020 a 30 de setembro de 2020. Resultados: A maioria dos pacientes que apresentaram t-pareado ou McNemar. Resultados: Em M1, foram observadas 32 USG alteradas (9 nor-
algum questionamento para consultas são para Cir. Plástica(n=57), sendo seguido pela Cir. mais), com média de escore de aeração de 5,87 pontos (variação: 1-20). Dezesseis pacientes
Vascular(n=22), Diabetes/ Gastro(n=21), Testagem de COVID-19(n=17), Urologia(n=11), ainda apresentavam tosse, 30 dispneia e 32 fadiga. A média da FACIT-F foi de 20,2 (variação:
Odontologia(n=11), Pneumologia(n=10), Cardiologia(n=10), Laboratório Capsula (n=8), 4-35), e a do handgrip foi de 24,7 (variação: 8-49). Em M2, 22 pacientes permaneceram com
Neurologia(n=6), Fisioterapia (n=1) e Regulação(n=33), com a totalidade de 212 entradas USG alterada (19 normais), com média de escore de aeração de 5,86 (variação: 1-17). Em
individuais. No entanto, os processos precisam ser aprimorados, uma vez que a divulgação M2, 11 pacientes permaneceram com tosse, 21 com dispneia e 23 com fadiga. A média da
foi realizada através das mídias sociais da Policlínica Piquet Carneiro, tendo-se uma progra- FACIT-F foi de 16,7 (variação: 2-40) e a do handgrip foi de 27,7 (variação: 8-53). Quando com-
mação para ampliação dessa comunicação, com a divulgação em ambulatórios, espaços de parados M1 e M2, houve redução significativa do número de pacientes com USG alterado
convivência e junto aos centros de regulação da municipalidade e do estado do Rio de Janeiro. (p<0,05), embora sem diferença significativa no escore de aeração. Em relação às demais
Conclusão: Percebe-se a carência de informação relacionada à saúde de toda a população, medidas, houve melhora significativa entre M1 e M2 para tosse, dispneia e fadiga; além do
uma vez que o canal do Núcleo Interno de Regulação da PPC assume a figura de auxiliadora mais, houve redução significativa da fadiga, concomitante a um aumento significativo do
não apenas na condução de pacientes internos, mas também, de pacientes externos, papel handgrip. Conclusão: Embora tenha havido melhora importante das lesões pulmonares pela
que deveria ser desempenhado pelos entes responsáveis (BRASIL, 1990). USG na maioria dos pacientes, as poucas modificações notadas no escore de aeração sugerem
Palavras-chave: Atenção Secundária à Saúde Aplicativo de mensagem Gestão em Saúde a presença de alterações estruturais permanentes. Além do mais, houve importante melhora
Assistência Ambulatorial COVID nos sintomas e no handgrip, reforçando a importância do acompanhamento no longo prazo.
Palavras-chave: COVID-19 Ultrassonografia pulmonar Pneumonia Desfechos de Médio
Prazo

41
CORTICÓIDE INALATÓRIO COMO TRATAMENTO PARA COVID-19 LEVE E MODERADA, FUNÇÃO PULMONAR E SUA RELAÇÃO COM FORÇA DE PREENSÃO MANUAL E FADIGA
UMA ANALISE DO ESTUDO STOIC GERAL EM PACIENTES NO PERÍODO PÓS-COVID-19
Gabriel Assumpção Paes Leme1; Ingrid Rosa de Sousa2; 1. Universidade Federal Fluminense; Lucas Siqueira Geber Oliveira; Juliana Da Ponte Lopes Pinto Medeiros; Mariana Soares Da Cal;
2. Universidade Federal Fluminese. Laura Braga Monnerat; Alicia Sales Carneiro; Patrícia Frascari Litrento; Thiago Thomaz Mafort;
OBJETIVO: Analisar impacto do uso Corticoesteróide Inalatório (CEI) na evolução de pa- Agnaldo José Lopes; Universidade do Estado do Rio de Janeiro.
cientes com Covid-19 e o beneficio do seu uso na população geral. METODOLOGIA: Revisão Introdução: Visto que os pulmões são frequentemente afetados pela COVID-19, avaliar as
bibliográfica e análise do ensaio clinico randomizado sobre o uso de budesonida inalatório sequelas pulmonares é de fundamental importância nos sobreviventes da doença. Além dos
em pacientes com covid, o estudo “Inhaled budesonide in the treatment of early COVID-19 pulmões, o vírus SARS-CoV-2 afeta outros órgãos e sistemas, sendo comum após o período
(STOIC): a phase 2, open-label, randomised controlled trial” (STOIC). RESULTADOS: O uso de agudo da COVID-19 ocorrerem fadiga geral e a mialgia. Objetivos: Avaliar a função pulmonar
CEI por pacientes com asma e DPOC sugere efeito protetor para COVID-19. No momento de em sobreviventes da COVID-19 e, secundariamente, verificar se há associação dos achados de
escrita desse trabalho somente um ensaio clinico randomizado sobre tratamento com CEI função pulmonar com a fadiga geral e a força muscular periférica. Método: Um mês após o
em pacientes com covid no início dos sintomas foi publicado oficialmente. Seus critérios de diagnóstico de COVID-19, os pacientes com diagnóstico prévio comprovado da doença por
inclusão foram nova febre e tosse, ou anosmia ou ambos critérios nos últimos 7 dias. Foram RT-PCR submeteram à espirometria (Vitatrace VT 130 SL, Codax Ltda, Rio de Janeiro, Brasil).
excluidos partipantes com uso prévio de corticoide inalatório ou sistêmico nos últimos 7 dias. Além disso, estes indivíduos realizaram a medida de força de preensão manual (FPM) atra-
Metade dos participantes foram escolhidos ao acaso para fazer o uso de budesonida inala- vés de um dinamômetro manual (SH5001, Saehan Corporation, Coreia). Adicionalmente, os
tória na dose de 400μg, duas aspirações por vez, duas vezes por dia, dose diaria de 1600 μg. participantes também foram avaliados quanto a presença de fadiga geral através da escala
O desfecho primário analisado foi diminuir a ida a serviços de atendimento de emergência, Functional Assessment of Chronic Illness Therapy-Fatigue (FACIT-F). Resultados: A amostra
resultando em uma diferença de proporções de 0,125 (IC95%: 0,035-0,216 ; p=0,007) com constitui de 117 pacientes. A média de idade foi de 54,3 ± 12,8 anos, e 56 deles (47,9%)
uma redução de risco relativo de 91% no grupo tratado com CEI com Número Necessário para tinham história de internação por COVID-19. Vinte participantes (17,1%) foram internados
Tratar de 8. Enquanto o desfecho secundário foi melhora clinica auto-reportada, resultou em em UTI, enquanto 9 (7,69%) necessitaram de ventilação mecânica. Em relação à função
1 dia a menos de sintomas para o grupo intervenção (mediana de 7 dias (IC95%: 6-9) no pulmonar, a frequência de participantes com exame normal, distúrbio restritivo e distúrbio
grupo budesonida contra 8 dias (IC95%: 7-11) no grupo controle, teste logrank p=0,007). O obstrutivo foi de 66%, 23% e 11%, respectivamente. Entre os que necessitam de internação
estudo foi interrompido precocemente por ter atingido relevância estatística a partir de uma (n = 56), a frequência de participantes com exame normal, distúrbio restritivo e distúrbio
analise estatística independente afirmando que essa interrupção não interferiu no resultado obstrutivo foi de 53%, 36% e 11%, respectivamente. Os valores médios da FPM e da escala
da análise estatistica. CONCLUSÃO As evidências atuais são promissoras que a terapia inicial FACIT-F foram de 62,2 ± 8,71 kgf e de 18,2 ± 1,41 pontos, respectivamente. Não foi encontra-
com CEI possa ser eficaz em reduzir a necessidade de internação ou buscar atendimento de da correlação significativa entre os parâmetros de função pulmonar e os valores da FPM e da
emergência, além de aliviar a intensidade e número de dias de sintomas. No entanto é im- escala FACIT-F (P > 0,05). Conclusão: Pacientes no período pós-COVID-19 podem apresentar
portante ressaltar que se trata de um estudo aberto,o que pode ter interferido nos resultados. função pulmonar anormal, que é especialmente caracterizada por um padrão do tipo restri-
Aguarda-se outros ensaios clínicos com uso de busonida inalatório ou ciclosonida inalatório tivo. Essas alterações foram mais frequentes naqueles que necessitaram de internação. Além
que estão em andamento para que se esclareça o tema, em especial o estudo NCT04377711 disso, não houve relação entre os índices espirométricos e as medidas de FPM e fadiga geral.
que é o unico que é estudo duplo-cego sobre o tema em andamento. Assim, é altamente recomendável que os sobreviventes do COVID-19 sejam monitorados com
Palavras-chave: corticosteróides COVID-19 budesonida corticóide a espirometria para detectar sequelas pulmonares.
Palavras-chave: COVID-19 Teste de função pulmonar Espirometria Fadiga geral

DESFECHO GRAVE EM PACIENTE JOVEM COM COINFECÇÃO POR COVID-19 E TUBERCU- INCIDÊNCIA DE EFLÚVIO TELÓGENO COMO SEQUELA DA COVID-19: UMA REVISÃO
LOSE: RELATO DE CASO INTEGRATIVA
Leonardo Renaux Morais2; Renan de Almeida Gomes2; Hedi Marinho de Melo Guedes de Oli- Azevedo, FAS2; Bertholucci, JP2; Fagundes, SM1; Souza, LGS2; antos, IS2; Oliveira, EJR2;
veira2; Ana Claudia Conengundes Pereira Meohas1; 1. Coordenação de Emergência Regional Paula, YA2; Cobucci, MCA2; Sousa, MF2; 1. Universidade Evangélica de Goiás; 2. Universidade
- Leblon; 2. Universidade do Grande Rio. Federal de Goiás.
Existe uma preocupação mundial com a pandemia de COVID-19 principalmente em países Introdução: A pandemia de COVID-19, com agente etiológico o vírus SARS-CoV-2, iniciou-se
altamente populosos e subdesenvolvidos, devido a rápida disseminação da doença em siste- no final do ano de 2019. Após mais de um ano nesse cenário, estudos discorrem a respeito
mas de saúde deficitários. No atual contexto brasileiro, as doenças endêmicas como a tuber- da doença, com enfoque em danos que o vírus causa nos sistemas respiratório e circulatório.
culose, chamam atenção dos órgãos de saúde, visto que a coinfecção de patologias respirató- Com isso, há menos publicações sobre as manifestações dermatológicas, sendo um déficit que
rias são fatores de pior prognóstico na infecção pelo SARS-CoV 2. Levando em consideração a precisa ser superado. Diante disso, cabe destacar o eflúvio telógeno, queda difusa do cabelo
alta prevalência global de tuberculose e a crescente da COVID-19, a coinfecção é possível. In- após um agente estressor, como uma das sequelas do COVID-19, apresentando os principais
dependentemente da provável associação temporal entre o Coronavírus e TB, ambas doenças achados nesse âmbito. Objetivos: Analisar o eflúvio telógeno após infecção por SARS-CoV-2.
infecciosas podem ter um efeito social e econômico sinérgico sobre todo o mundo. A similari- Métodos: Trata-se de um estudo descritivo, baseado em uma revisão integrativa da literatu-
dade entre os sinais e sintomas iniciais da COVID-19 e TB reforçam a importância e o desafio ra. As plataformas de busca utilizadas foram Medline/Pubmed e Embase, com os descritores :
para discernir entre diagnóstico diferencial, coinfecção ou reativação da doença. Este trabalho “Effluvium”; “Telogen” e “COVID-19”. Foram encontrados, entre 2019 e 2021, 60 artigos em in-
visa reportar um caso de um paciente com 18 anos de idade, atleta, que é levado a emergên- glês e português, dos quais 50 foram descartados por não se enquadrar ao objetivo do estudo.
cia com taquidispneia aos pequenos esforços, febre noturna e tosse secretiva que evoluiu com Resultados: Entre as sequelas pós COVID-19 citadas, a alopecia aparece de forma expressiva.
síndrome do desconforto respiratório agudo grave (SDRA). Na avaliação tomográfica inicial Em estudo chinês com 538 pacientes, sua prevalência foi de 28,6%(n=154), sendo maior
evidencia-se extenso hidropneumotórax a direita associado a desvio contralateral do medias- que sequelas cardiovasculares e psicossociais. Neste trabalho foram analisados diferentes
tino. Além disso, observa-se formações cavernomatosas em pulmão esquerdo acompanhadas tipos de estudo, e foi evidenciado que existem convergências entre eles, como a prevalência
de lesões difusas periféricas em vidro fosco bilateral. Através da baciloscopia direta do escarro maior de ET em mulheres e tempo de manifestação com média de 3 a 4 meses após quadro
e o RT-PCR para COVID-19 foi diagnosticado simultaneamente com ambas as patologias. O de COVID-19. No entanto, em uma série de casos com 27 pacientes que apresentaram ET
mesmo evoluiu de forma desfavorável em unidade de terapia intensiva necessitando de via após quadro de COVID-19, 33% desenvolveram alopecia nas primeiras 3 semanas, achado
aérea avançada e altas doses de aminas vasoativas, sendo constatado óbito 18 dias depois. que pode ser considerado na COVID-19 principalmente em sua fase de convalescença. Por
Portanto, evidencia-se que apesar de jovem e previamente hígido, a infecção por ambas as se tratar de uma doença com etiologia multifatorial, não está claro se o ET está relacionado
patologias piorou o desfecho deste paciente. Ademais, a atenção para as doenças infecciosas ao estresse associado à pandemia ou a efeitos fisiopatológicos da infecção pelo SARS-CoV-2.
endêmicas com tratamento comprovado torna-se ainda mais necessária, principalmente em Conclusão: A literatura apresenta evidências robustas de que o eflúvio telógeno seja sequela
populações periféricas, dado que são mais vulneráveis. da COVID-19, ainda que a infecção possa não ser o único agente estressor. Em geral, foram
Palavras-chave: COVID-19 Tuberculose Coinfecção SARS-CoV2 notadas as características clássicas do ET, como a prevalência maior em mulheres e aparição
de 3 a 4 meses após o estressor inicial. No entanto, mais estudos devem ser realizados para
elucidar correlações do ET com a gravidade do quadro de COVID-19.
Palavras-chave: Eflúvio telógeno Covid-19 Sequelas Alopecia

42
INDICAÇÕES E CONTRAINDICAÇÕES PARA O USO DA ECMO EM COMPLICAÇÕES DO CO- OBESIDADE E COVID-19
VID-2019 Guilherme Vianna Rosseto; Lucas Alves da Silva Rezende; Mayte Côrtes Durão; Ricardo Antô-
Sofia Noronha Araujo dos Santos; Ana Carolina Mariani; Leticia Franco Di Carvalho Vilela; nio Zatti; Bárbara Toledo Barros; Beatriz Bernardino Gomes Silva; Carolina dos Santos Mendes
Bruna Carvalho Silva; Flávia Fiorin Sprone; Juliana Leite Rosa Pinheiro da Silva; Maria Helena de Oliveira; Gustavo Scatamburlo Batista; Maria Auxiliadora Nogueira Saad; Cristina Asvolins-
Machado Rodrigues da Silva; Luciano Penha Pereira; Universidade de Ribeirão Preto. que Pantaleão Fontes; Universidade Federal Fluminense.
INTRODUÇÃO: A membrana de oxigenação extracorpórea (ECMO) é um dispositivo de assis- Estudos têm identificado comorbidades correlacionadas a pior evolução clínica e maior nú-
tência circulatória mecânica de inserção percutânea ou central de uso temporário. Além disso, mero de óbito na COVID-19. Recentemente a obesidade apareceu como possível risco para
é um tratamento de resgate caso a ventilação mecânica não possa mais garantir as trocas ga- quadros graves, com internação hospitalar, internação em CTI, necessidade de ventilação me-
sosas adequadas, podendo ser realizado em pacientes acometidos pela COVID-19 com hipóxia cânica e maior percentual de óbito. Apresentar aspectos por imagem na tomografia compu-
com risco de vida ou danos aos órgãos. Entretanto, também é indicada quando os efeitos tadorizada de tórax (TC), em pacientes internados com diagnóstico confirmado de COVID-19,
negativos da ventilação mecânica invasiva são considerados inaceitáveis. As contraindicações obesidade, e que evoluíram a óbito. Selecionamos cinco casos com IMC maior ou igual a 30
estão relacionadas a idade avançada, fragilidade, uso de ventilação mecânica prolongada, kg/m2, com aspectos por imagem mais evidentes, encontramos achados em diferentes fases
comorbidades, doença pulmonar crônica, insuficiência cardíaca e diabetes. A presença de da doença pulmonar. Na pandemia, artigos já relataram que a obesidade está associada a
múltiplas complicações presentes no quadro clínico do paciente afetam negativamente o resultados adversos, Gao et al. realizaram estudo de coorte baseado na comunidade, con-
resultado da terapia. OBJETIVOS: Trazer informações sobre as complicações do COVID-19 e cluindo que em pacientes com IMC acima de 23 kg / m², existe um aumento linear no risco de
o efeito que elas possuem sobre a necessidade de submeter o paciente a ECMO. MÉTODOS: desenvolver COVID-19 grave, levando a internação e óbito, e também um aumento linear na
Foi realizada revisão bibliográfica com base nas plataformas PubMed e Scielo, sendo o crité- admissão em CTI em todas as faixas de IMC elevado. A obesidade, em particular a obesida-
rio a inclusão artigos em língua portuguesa e inglesa dos últimos 2 anos sobre a temática de grave, é um fator determinante forte e independente de COVID-19 grave, novos estudos
abordada. Usamos combinações de termos de pesquisa que incluíam “ECMO”, “COVID-19” e também sugerem que a obesidade visceral aumenta o risco de complicações (Stephan et al.,
“síndrome respiratória aguda grave”. RESULTADO: A utilização do ECMO deve ser considera- 2021). No estudo Cottini et al. observaram que a obesidade está associada a um maior risco
da em casos de deterioração respiratória progressiva, com o decorrer da evolução clínica do de hospitalização e piores resultados clínicos do que para pacientes não obesos. A obesidade
paciente, como por exemplo: PaO2/FiO2 < 100 mmHg e/ou pH arterial < 7,2 e PaCO2 > 60 contribui para acometimentos secundários, que se apresentam como fatores de risco para
mmHg. Parâmetros adicionais a serem considerados podem ser ventilação mecânica < 7 dias, um pior prognóstico na COVID-19. No estudo de Lou et al. avaliando o volume das lesões
idade < 65 anos, frequência do ventilador < 35 respirações por minuto e pressão de platô > pulmonares na TC, como infiltrado em vidro fosco e consolidações, foram encontradas lesões
30 cmH2O. Com isso, o uso dessa terapia não deve ser utilizado quando apresentar idade > de maior volume nos obesos, e também observou-se que no seguimento da doença tiveram
70 anos, com IMC > 35, doença pulmonar crônica, diabetes, insuficiência cardíaca, uso de diferenças entre os pacientes obesos e não obesos. O exame de TC no paciente obeso é difi-
ventilação prolongada e falência múltipla de órgãos. CONCLUSÃO: Para que o uso da ECMO cultado pelo tecido adiposo, prejudicando a formação da imagem, necessitando de ajustes na
traga bons resultados, é necessário fazer monitoramento regular diário, assegurado de uma técnica, que podem levar a aumento da dose de exposição à radiação recebida pelo paciente
equipe multidisciplinar especializada, para evitar problemas técnicos, como piora das trocas e redução da qualidade da imagem. E também dificultado pelo peso e circunferência abdo-
gasosas e/ou distúrbios da coagulação induzidos pelo mesmo, e infecções extra cardiopulmo- minal, que devem ser de acordo com o aparelho de imagem. Os aspectos observados na TC,
nares, como, por exemplo, lesão renal aguda ; e, em casos de recuperação pulmonar cardíaca, mostraram lesões mais extensas nestes pacientes, o que nos leva a concluir que a combinação
é preciso seguir o protocolo de desmame de rotina para evitar maiores complicações. destas duas pandemias resulta em quadros de maior gravidade e mortalidade da doença.
Palavras-chave: ECMO COVID-19 complicações contraindicações indicações Palavras-chave: Obesidade COVID-19 Radiologia IMC

LINFANGIOLEIOMIOMATOSE (LAM) E COVID-19: UMA INTERESSANTE ASSOCIAÇÃO O IMPACTO DAS INFECÇÕES ASSOCIADAS AOS CUIDADOS DE SAÚDE NO DESFECHO DE
Alícia Sales Carneiro; Thiago Thomaz Mafort; Agnaldo José Lopes; Universidade do Estado do PACIENTES COM COVID-19
Rio de Janeiro. Bruna Cuoco Provenzano2; Marcelo Ribeiro-Alves1; Marcos César Santos de Castro2; Thiago
Introdução: A LAM é uma doença neoplásica rara, caracterizada pela destruição cística dos Prudente Bartholo2; Cláudia Henrique da Costa2; Rogerio Lopes Rufino Alves2; Jose Gustavo
pulmões associada a manifestações linfáticas e tumores abdominais denominados angiomio- Pugliese de Oliveira2; 1. Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas; 2. UERJ.
lipomas. Neste relato, descremos o caso de uma paciente com diagnóstico de LAM e grande Introdução: A pneumonia por SARS-CoV2 provocou um aumento no número de pacientes
dano em parênquima pulmonar, em uso de sirolimus que apresentou um quadro de infecção hospitalizados com demanda por unidade de terapia intensiva (UTI). No Rio de Janeiro é re-
por SARS-CoV-2. Relato de caso: Mulher de 34 anos com diagnóstico prévio de LAM, com conhecida a escassez de leitos de UTI. Uma das estratégias adotadas foi a adaptação de uma
queixas de mialgia difusa, febre e piora da dispneia, sendo necessário aumento do fluxo de unidade de enfermaria de pneumologia de um hospital público para uma UTI. Metodologia:
O2 de 2L/min para 4L/min. Além disso, apresentava febre, tosse não secretiva e diarreia. Na Foi realizado um estudo observacional, retrospectivo da coorte de pacientes que foram inter-
admissão, apresentava-se em regular estado geral, afebril, taquipneica com SpO2 igual a nados nessa UTI. Os dados foram obtidos por meio do prontuário eletrônico. O diagnóstico de
97% em uso de 4L/min de oxigênio. Realizada TC de tórax que evidenciou piora evolutiva da COVID-19 foi feito pela detecção de RNA viral usando a reação em cadeia da polimerase técni-
doença de base, além de focos de consolidação e vidro fosco. Foi suspenso Sirolimus e iniciado ca em tempo real (PCR-RT). Todas as análises estatísticas foram realizadas no R versão 3.6.3.
tratamento para possível pneumonia bacteriana, além de ivermectina e cloroquina seguindo Para determinar os fatores associados ao risco / proteção de morte, efeitos fixos generalizados
protocolo institucional vigente no período. Foi realizada coleta de swab nasal com resultado foram utilizados modelos paramétricos lineares com função de ligação logística (família bi-
positivo para SARS-CoV-2. Após 72 horas da internação, a paciente apresentou melhora da nomial). O tamanho do efeito, a medida de associação foi apresentada como uma função de
mialgia difusa e da dispneia com redução do fluxo de O2 retornando ao basal de 2L/min e odds ratio ajustada por covariáveis de confusão (aOR) ou não (OR). Valores P e intervalos de
mantendo SpO2 igual a 97%. Permaneceu afebril ao longo da internação. Após 2 semanas confiança desses efeitos foram corrigidos pelo número de comparações com o nível de refe-
recebeu alta hospitalar, com O2 suplementar em domicilio e retorno do Sirolimus (1mg/dia). rência do método Holm-Sidak. Resultados: Foram admitidos 51 pacientes com idade média
Discussão: A LAM é uma doença caracterizada pela destruição cística dos pulmões associada de 63 anos, sendo 60% do sexo masculino e 54% caucasianos. Cerca de 67% dos pacientes
a manifestações linfáticas e tumores abdominais. Sua patogênese envolve mutações dos ge- tiveram swab positivo apra SARS-CoV2. A presença de sepse na admissão aumentou a chance
nes do complexo de esclerose tuberosa (CET1 e 2), que geram perda funcional nas proteínas de óbito hospitalar em 21 vezes (aOR = 21,06 (0,79-555,2), P = 0,06), enquanto que o desen-
hamartina e tuberina que têm como papel a inibição do mTOR, uma proteína reguladora do volvimento de choque séptico nosocomial aumentou em 98 vezes (aOR = 98,56; (2,75-3525);
crescimento celular. Dessa forma, na LAM a inativação de CET1 e 2 resulta em constante ativa- P = 0,01). No total, a taxa de mortalidade intrahospitalar foi de 41%, e a taxa de mortalidade
ção da via mTOR. A ATS/JRS aponta como forte recomendação o tratamento com Sirolimus, um dos pacientes em VM foi de 60%. Ser diagnosticado com COVID-19 não foi estatisticamente
inibidor do mTOR que inibe o crescimento das células de LAM. Os inibidores do mTOR também relacionado ao pior resultado. Discussão: Nesta coorte de pacientes, o fator de risco que mais
demonstraram in vitro a redução da atividade inflamatória desencadeada pelo SARS-CoV-2. contribuiu para morte intrahospitalar foi o desenvolvimento de choque séptico nosocomial. O
No presente caso, a paciente apresentou evolução benigna durante o curso da COVID-19, sem aumento de infecções associadas ao cuidado teve um grande impacto no taxa de mortalidade
necessidade de UTI. Nós hipotetizamos que o uso de Sirolimus, dado seu mecanismo de ação, desta coorte. Isso destaca a importância de uma política de saúde estruturada e com enfoque
pode ter contribuído como fator de proteção contra a infecção por SARS-CoV-2. em uma equipe especializada. Portanto, para ter um resultado melhor, não é só o número de
Palavras-chave: Linfangioleiomiomatose COVID-19 Sirolimus leitos que importa, mas também a forma como o cuidado é prestado.
Palavras-chave: covid-19 infecção intrahospitalar CTI

43
PERFIL DE CITOCINAS TH1/TH2/TH17 ANTÍGENO-ESPECÍFICAS PARA SARS-COV-2 EM PNEUMOMEDIASTINO ESPONTÂNEO E ENFISEMA SUBCUTÂNEO EM PACIENTE COM
SANGUE TOTAL DE INDIVÍDUOS RECUPERADOS E COM SÍNDROME PÓS-COVID-19 COVID-19: RELATO DE CASO
Gomes, SMR4; Brito, ACS5; Ribeiro-Alves, M1; Pereira-Manfro, WF6; Castilho, LR8; Da Cal, MS3; Rhélrison Bragança Carneiro1; Bruna Eler de Almeida2; Chiara Yasmin Sena Zanella3; Rafael
Mafort, TT2; Lopes, AJ2; Dutra, PML4; Rodrigues, LS7; 1. Fundação Oswaldo Cruz; 2. Serviço Antônio Cavatti3; André Nazário de Oliveira3; Guilherme Eler de Almeida3; Raquel Marques
Pneumologia HUPE - Policlínica Piquet Carneiro; 3. Serviço Pneumologia HUPE - Policlínica Pi- Sandri3; Flavio de Jesus Junior3; Lethícia Domingos Paulo3; Iane da Costa Scharff3; 1. Centro
quet Carneiro (HUPE); 4. UERJ - Laboratório de Bioquímica de Protozoários e Imunofisiologia Universitário UniFACIMED; 2. Centro Universitário UNIFIMCA; 3. Hospital Regional de Cacoal
do Exercício, Faculdade de Ciências Médicas; 5. UERJ - Laboratório de Imunofarmacologia Pa- – HRC.
rasitária, Faculdade de Ciências Médicas; 6. UERJ - Laboratório de Imunologia de Doenças In- Introdução: Pneumomediastino é definido como a presença de gás livre no mediastino.
fecciosas, Faculdade de Ciências Médicas; 7. UERJ, Laboratório de Imunopatologia, Faculdade Apresenta-se clinicamente por dispneia, crepitações sobre a área cardíaca e dor torácica. O
de Ciências Médicas; 8. Ufrj/Coppe /Laboratório de Engenharia de Cultivos Celulares (LECC). pneumomediastino é uma complicação grave e incomum da Síndrome do Desconforto Res-
Introdução: As citocinas induzidas pela infecção pelo SARS-CoV-2 desempenham um papel piratório Agudo (SDRA), com aumento de sua incidência na SDRA secundária à COVID-19.
crucial na fisiopatologia da doença do coronavírus 2019 (COVID-19).No entanto, respostas Relato do Caso: Homem, 51 anos de idade, hipertenso e dislipidêmico, é trazido à Unida-
hiperinflamatórias têm sido associadas a desfechos clínicos ruins, com evolução para quadros de de Pronto Atendimento com história de tosse há dez dias, febre há sete dias, dispneia e
graves ou complicações subagudas de longo prazo, como a síndrome pós-COVID-19. Obje- taquipneia. Em oxigenioterapia suplementar com cateter nasal a 3L/minuto, apresentando
tivos: O objetivo deste trabalho foi avaliar o perfil de citocinas Th1/Th2/Th17antígeno-es- 90% de saturação de oxigênio. RT-PCR positivo para SARS-CoV-2 na admissão hospitalar. O
pecíficas em sangue periférico de indivíduos recuperados e na fase pós-crônica da infecção exame físico revela murmúrios vesiculares diminuídos em bases pulmonares e estertores
por SARS-CoV-2. Metodologia: Foram incluídos indivíduos com RT-PCR positivo para SARS- finos. Nega tabagismo. Tomografia computadorizada de tórax evidenciou opacidades com
-CoV-2 provenientes da Policlínica Piquet Carneiro (UERJ) e com até dois meses do início dos atenuação em vidro fosco bilaterais com acometimento superior a 75% do parênquima
sintomas, e indivíduos sadios sem histórico de infecção ou exposição ao SARS-CoV-2.Sangue pulmonar. Evolui com piora clínica e gasométrica no segundo dia de internação. Refere no
periférico não-fracionado dos participantesfoi dividido em três tubos cônicos e estimulados terceiro dia de internação dor em região retroesternal e cervical, onde o exame físico revelou
conforme descrição, sendo mantidos a 37°C por 24 horas: [1]sem estímulo (controle negati- crepitações subcutâneas à palpação da região e, após realização de novo exame de imagem,
vo), [2]proteína Spike(S) SARS-CoV-2 (5μg/mL) ou[3]Fitohemaglutinina (PHA; 5μg/mL). As foi confirmado pneumomediastino e enfisema subcutâneo, sem pneumotórax. Evolui com
citocinas IFN-γ, IP-10, TNF, IL-2, IL-4, IL-6, IL-10 e IL-17A foram quantificadas nos plasmas por piora ainda mais pronunciada, sendo transferido para Unidade de Tratamento Intensivo onde
método citométrico baseado em esferas e ensaio imunoenzimático. Resultados: A popula- recebeu tratamento ventilatório invasivo em estratégia protetora, sendo transferido para
ção do estudo foi composta por 47 indivíduos, 29 mulheres e 18 homens, mediana de 43 anos outro município por opção dos familiares. Discussão: O pneumomediastino espontâneo
(IQR=14.5) – sendo 21 controles sadiose 26 indivíduos COVID-19, subdivididos, ainda, em e enfisema subcutâneo são complicações incomuns da SDRA causadas pelo SARS-CoV-2. O
11 recuperados e 15 com síndrome pós-COVID-19. Mais de 40% do grupo COVID-19 apresen- mecanismo fisiopatológico dessa complicação ainda não está bem definido. Acredita-se que
tavam comorbidades. Seis indivíduos foram hospitalizados e 2 precisaram ser intubados. O a fragilidade alveolar decorrente do processo inflamatório agudo culmine na ruptura alveolar
grupo COVID-19 apresentou níveis significativamente maiores de IL-2 (32,48 IQR=80,28 ver- e vazamento de ar, mesmo em gradiente de pressão fisiológico. O gás então se move ao longo
sus 0.001 IQR=0,2), IFN-γ (16,84 IQR=42,4 versus 0,001IQR=0.45), IP-10 (682,67 IQR=2089 do feixe broncovascular até atingir o mediastino. O achado de enfisema subcutâneo corrobora
versus 60,86 IQR=176,37) e IL-6 (1015,15 IQR=5938,44 versus 19,11 IQR=1805,76) em com- com essa hipótese. É importante ressaltar que esse não foi submetido à ventilação invasiva
paração ao grupo de indivíduos sadios (p<0,001).Apenas o grupo pós-COVID-19 apresentou ou procedimentos cirúrgicos, o que poderia estar associado ao barotrauma. Embora a taxa de
níveis de IL-6 e IP-10 significativamente superiores em comparação ao grupo sadio. A análise mortalidade não tenha se mostrado significativamente diferente em pacientes com e sem
de componentes principais identificou que as citocinas IL-6, IL-10, IL-2 e IFN-γ se destacaram pneumomediastino/enfisema subcutâneo, sua ocorrência mostra a COVID-19 usualmente
na distinção dos grupos infectados ou não por SARS-CoV-2. Conclusão: Verificamos que hou- grave, com seus riscos inerentes.
ve uma predominância da resposta Th1 antígeno-específica nos indivíduos acometidos por Palavras-chave: Pneumomediastino Enfisema Subcutâneo SDRA COVID-19 Relato de Caso
COVID-19,sendo as citocinas IL-6 e IP-10 mais elevadas no subgrupo síndrome pós-COVID-19.
Palavras-chave: COVID-19 imunidade celular SARS-CoV-2

PERFIL DOS PACIENTES PORTADORES DE COVID-19 INTERNADOS EM UMA UNIDADE PNEUMONIA EM ORGANIZAÇÃO COMO COMPLICAÇÃO DA COVID-19
DE TERAPIA INTENSIVA DE UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO: UM ESTUDO DESCRITIVO Passos, LKB; Miron, LC; Sandy, MB; Almeida, TA; Machado, S; Hospital e Maternidade There-
Viviane Miranda de Souza2; Christiane Fialho Ribeiro2; Simone Abrantes2; Mônica Rodrigues zinha de Jesus.
da Cruz1; 1. HUPE /UERJ; 2. HUPE/UERJ. INTRODUÇÃO: A infecção pelo SARS-CoV-2 foi declarada pandemia e emergência em saúde
Introdução: A doença pelo novo coronavirus (COVID-19) e a internação de pacientes graves pública mundial pela OMS desde o início de 2020. É caracterizada primariamente por lesão
apresenta representa um grande desafio para o sistema único de saúde (SUS), com taxa de pulmonar com complicações sistêmicas a esclarecer. A pneumonia em organização (OP) é
mortalidade entre 60-80%. No entanto, as características clínicas dos pacientes internados uma doença pulmonar intersticial difusa caracterizada por fibrose bronquiolar com prolife-
nas UTI do SUS permanecem pouco descritas na literatura. Objetivo: Descrever as caracte- ração intraluminal de tecido conjuntivo e limitação ao fluxo aéreo, que ocorre como resultado
rísticas clínicas desses pacientes internados em numa UTI do Hospital Universitário Pedro de infecções virais, doenças autoimunes ou de causa idiopática. Este trabalho objetiva relatar
Ernesto (HUPE) no Rio de Janeiro e sua associação com a mortalidade. Metodologia: Es- um caso de paciente com infecção por Covid-19 que evoluiu com provável OP como compli-
tudo do tipo transversal. Foi realizada coleta de informações nos prontuários dos pacientes cação direta do acometimento viral. RELATO DE CASO: R. L. R., feminina, obesa, 46 anos,
internados e posteriormente analisados. As variáveis coletadas foram sexo, idade, etnia, IMC, iniciou quadro de febre, tosse e mialgia, evoluindo com piora clínica após 10 dias de sintomas
comorbidades, SAPS-3, suporte ventilatório, nível de funcionalidade prévio analisado pela e diagnostico de COVID-19 (RT-PCR). A paciente apresentava tomografia (TC) de tórax na ad-
escala ICU Mobility Scale (IMS) e dados referentes ao período de internação. As variáveis qua- missão hospitalar com opacidades em vidro fosco e 50% de acometimento do parênquima
litativas apresentadas em forma de frequência e variáveis quantitativas como média, desvio pulmonar. Após sete dias de tratamento, teve piora da dispneia e aumento da necessidade
padrão e mediana, com uso dos testes T de Student e Teste U de Mann Whitney. A associação de oxigenoterapia. Realizou angiotomografia que apresentava novos achados: consolidação
com a mortalidade foi realizada com a regressão de Poisson com variância robusta. Um valor alveolar com broncograma aéreo de disposição periférica, peri-hilar e bibasal e falha de en-
p<0,05 foi considerado estatisticamente significativo. Resultados: Foram incluídos 27 pa- chimento em ramo segmentar da artéria pulmonar. Recebeu diagnóstico de OP e tromboem-
cientes cuja idade média foi 64 anos, maior frequência com do sexo feminino (51,9%), idosos bolismo pulmonar, com indicação de otimização da dose de corticoide e anticoagulante. Após
(63%) e caucasianos (59,3%). As comorbidades mais comuns foram hipertensão (74%) e 3 semanas de internação, foi realizada TC de controle cujo padrão evoluiu para bronquiectasia
diabetes (32%). O nível de mobilidade maior que 7 pontos foi 16%, de acordo com a ICU Mo- de tração, sugestivo de fibrose. A paciente obteve melhora clínica e recebeu alta com corti-
bility Scale (IMS). Os sinais e sintomas prévios à admissão mais comuns foram febre (63%), coide domiciliar e seguimento ambulatorial. DISCUSSÃO: Devido a evidências clínicas, radio-
tosse (66,7%) e hipoxemia (51,9%). Os pacientes não sobreviventes 55% de probabilidade de gráficas e histopatológicas, a COVID-19 em sua forma pulmonar pode ser entendida como OP
óbito vs 21,5% entre sobreviventes (p 0,04). O tempo médio de duração da ventilação mecâ- secundária a infecção viral; diagnóstico muitas vezes negligenciado devido ao fato de que OP
nica invasiva (VMI) foi 13 dias na população total e a mediana do tempo de UTI e internação em sua forma idiopática (criptogênica) é uma condição rara e pouco reconhecida até mesmo
hospitalar foi de 10 e 15 dias (p 0,18), respectivamente. As complicações mais comuns foram por especialistas. A falta de tratamento adequado influencia diretamente no prognóstico, e
choque, arritmias, insuficiência renal aguda e SDRA. Os fatores associados à mortalidade alguns casos podem evoluir com rápida progressão para insuficiência respiratória aguda e
foram idade > 60 anos (IC 95% [1,15-9,6], p valor 0,02) e o SAPS3- (IC 95% [1-1], p valor morte por extensa fibrose pulmonar. Uma vez que OP responde de forma dramática à corti-
0,02). Conclusão: Nessa amostra, não houve associação entre mortalidade com o sexo, etnia, coide em pulsoterapia, aprimorar o reconhecimento desta associação possibilitaria estraté-
comorbidades e obesidade, porém a faixa etária > 60 de anos e maior pontuação no SAPS-3 gias de rastreio e diagnóstico precoce, levando a redução de morbi-mortalidade.
foi independentemente associada à mortalidade nesses pacientes. Palavras-chave: Coronavírus COVID-19 Pneumonia em Organização
Palavras-chave: SARS-COV-2 Perfil epidemiológico Covid-19 Características clínicas Reabi-
litação

44
POTÊNCIA MECÂNICA NA MORTALIDADE DE PACIENTES COM SÍNDROME DO DESCON- PROPORÇÕES EPIDEMIOLÓGICAS DA SÍNDROME RESPIRATÓRIA AGUDA GRAVE EM
FORTO RESPIRATÓRIO AGUDO ASSOCIADA À COVID 19: COORTE RETROSPECTIVA IDOSOS EM GOIÁS NOS ANOS 2019 E 2020
Costa, EP; Cruz, MR; Hospital Universitário Pedro Ernesto (UERJ) e Instituto Nacional de Infec- Bertholucci, JP; Silva, MA; 756.697.811-04, GR; Barros, GFA; Angelin, FS; Queiroz, NR; Univer-
tologia Evandro Chagas - INI – FIOCRUZ. sidade Federal de Goiás.
Introdução: A potência mecânica (PM) é a quantidade de energia gerada pela ventilação INTRODUÇÃO: A Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) é uma síndrome respiratória
mecânica invasiva (VMI) sobre o sistema respiratório. Suas variáveis foram associadas à mor- causada por vírus. Seus agentes mais comuns são os vírus Influenza e, recentemente, o Sars-
talidade na Síndrome do Desconforto Respiratório Agudo (SDRA) no início da VMI. No entan- -CoV-2. Os extremos etários, como os idosos, possuem maior risco para quadros mais graves.
to, não há dados sobre seu efeito ao longo dos dias em VMI. Objetivo: Investigar o papel A notificação dos casos de SRAG no Brasil é compulsória, seguindo os ditames da Organização
da PM na mortalidade dos pacientes SDRA por SARS-CoV-2 e analisar a sua evolução e das Mundial de Saúde. OBJETIVOS: Investigar o comportamento da SRAG na população idosa do
variáveis em até cinco dias após início da VMI. Metodologia: Estudo de coorte retrospectivo, estado de Goiás, antes e depois da pandemia. MÉTODOS: Foi realizado um estudo transversal
onde foram incluídos pacientes adultos com SDRA e SARS-CoV-2. A PM foi analisada após com dados de SRAG coletados no Sistema InfoGripe, da FioCruz. Os dados são referentes aos
protocolo de titulação de PEEP em dois momentos: até 72h da intubação (T1) e com intervalo casos diagnosticados e óbitos no estado de Goiás nos anos de 2019 e 2020, separados por
de quatro ou cinco dias após T1 (T2). Foram realizadas medidas de mecânica respiratória e idade e etiologia. Foram calculadas as proporções de casos e as Taxas de Letalidade (TL) entre
análises gasométricas. Modelo de regressão de Poisson com variância robusta foi utilizado o total relatado (abrangendo todas as idades) e entre idosos (> 60 anos). Quanto à etiologia,
avaliar a mortalidade em UTI. Resultados: Trinta e dois pacientes com SDRA por SARS-CoV-2 foram classificados em SRAG por Influenza (SRAG-FLU), por SARS-Cov-2 (SRAG-COVID) e não
em VMI foram incluídos; 23 (71,9%) morreram na UTI. Não houve diferença estatística na PM especificada (SRAG-NE). A tabulação e os cálculos foram realizados no Excel ®. RESULTADOS:
entre T1 e T2 nos grupos sobreviventes e não sobreviventes: 17,18 (±6,98) e 19,36 (±5,48) Em 2019, foram notificados um total de 967 casos de SRAG, dos quais 16,03% eram de pa-
vs 18,48 (±5,33), e 22,16 (±6,99) J/min respectivamente. A PM não foi independentemente cientes idosos; e 188 óbitos, dos quais 51,73% pertenciam a esse mesmo grupo. A TL neste
associada à mortalidade na UTI em qualquer momento. O índice de comorbidade de Charlson grupo foi de 44,52%, acima da TL geral, de 19,44%. Quanto à etiologia, a maior parte dos
(IC 95 % [0,203-0,692], p valor 0,035) e a complacência estática em T2, RR 1,15 (IC 95 % casos e óbitos são da categoria SRAG-NE, tanto em idosos (com 81,29% dos casos e 79,71%
[1,00-1,31], p valor 0,044) foram associados à mortalidade na UTI. A frequência respirató- dos óbitos) quanto na população em geral (64,17% dos casos e 72,28% dos óbitos). Já em
ria, pressão de pico, potência mecânica e potência mecânica normatizada pela complacência 2020, foram contabilizados um total de 21.486 casos de SRAG, dos quais 36,70% eram de
apresentaram diferença estatística entre os dois momentos: 24 (14 -26) vs 25,75(±2,6) irpm pacientes idosos. As TL neste grupo foram de 42,42%, acima da TL geral, de 29,74%. Quanto à
p < 0,000, 24,81 (±5) vs 26,72 (±5,29) cmH2O p 0,037, 18,1 (±5,75) vs 21,37 (±6,64) J/ etiologia, a maioria foi notificada na como SRAG-COVID tanto na população em geral (64,17%
min p 0,004 e 0,501 (±0,229) vs 0,558(0,22 - 1,68) J/min/mL/cmH2O p 0,018, respectiva- dos casos e 72,28% dos óbitos) quanto em idosos (64,17% dos casos e 72,28% dos óbitos).
mente. Contudo, não houve diferença estatística entre sobreviventes e não sobreviventes. CONCLUSÃO: Observou-se uma mudança importante no perfil epidemiológico da SRAG entre
Conclusão: Nessa amostra, os valores de PM aumentam ao longo do período de VMI, asso- idosos. Em 2019, a TL de idosos acometidos por essa síndrome foi expressiva, sendo a causa
ciados a incrementos significativos na frequência respiratória e pressão de pico. No entanto, principal a SRAG-NE. No entanto, esta também foi a principal categoria notificada, dificultan-
a avaliação da PM em diferentes momentos não foi associada à mortalidade. Apesar disso, do a investigação da etiologia da SRAG. Em 2020, com o surgimento do SARS-CoV-2, essa taxa
a complacência estática foi independentemente associada à mortalidade nesses pacientes. manteve-se alta, porém, o número absoluto de casos de SRAG aumentou e a causa principal
Palavras-chave: COVID-19 SDRA Potência Mecânica Ventilação Mecânica mudou para SRAG-COVID.
Palavras-chave: Síndrome Respiratória Aguda Grave Epidemiologia Idosos Influenza Hu-
mana COVID 19

PROGNÓSTICO DE PACIENTES COM DOENÇA RENAL CRÔNICA INTERNADOS EM UTI POR RELATO DE CASO: REAÇÃO ALÉRGICA IMPORTANTE 48 HORAS APÓS PRIMEIRA DOSE DE
COVID-19: REVISÃO SISTEMÁTICA VACINA ASTRAZENECA CONTRA COVID-19
Morais, ACS1; Bertholucci, JP2; Gonçalves, BR2; Silva, MA2; Azevedo, FAS2; Sousa, MF2; 1. Thalita Sodré Rodrigues Braga2; Izabel Feitosa da Mata Leite2; Lucas Cardoso Siqueira Al-
Universidade de Rio Verde - Campus Aparecida de Goiânia; 2. Universidade Federal de Goiás. bernaz2; Adelina Mouta Moreira Neto2; Tamara Tâmara de Souza2; Guilherme de Aguiar
INTRODUÇÃO: No fim de 2019, uma pneumonia de etiologia desconhecida foi descrita em Moraes2; Gustavo Fialho Coelho2; Flávia Souza dos Santos1; Rossy Moreira Bastos Júnior2;
Wuhan, China, o epicentro inicial da Doença pelo Coronavírus 2019 (COVID-19). Estudos de 1. ASBAI; 2. UFRJ.
casos indicaram fatores de risco (FR), como idade avançada, hipertensão arterial e doença As vacinas estão entre os produtos biológicos mais seguros ao uso humano, proporcionando
renal crônica (DRC). Apesar disso, a relação entre FR e desfechos, como mortalidade intra-hos- benefícios indiscutíveis à saúde pública. Apesar de raras, reações alérgicas podem ocorrer
pitalar, ainda são incertos. Entre estas condições, buscamos identificar possíveis agravos da e são causadas por mecanismos imunológicos inerentes à susceptibilidade do indivíduo. A
COVID-19 em portadores de DRC, haja vista seu comprometimento da imunidade inata, com hipersensibilidade do sistema imune gera respostas excessivas imediatas ou tardias, com
intensificação do estado inflamatório e potencial limitação terapêutica. OBJETIVO: Avaliar o sintomas como edema, prurido e urticária. Dado o reconhecimento de episódios de anafilaxia
prognóstico de pacientes portadores de DRC que precisaram de internação em Unidade de após imunização para COVID-19, muito tem se discutido acerca dos mecanismos de resposta,
Terapia Intensiva (UTI) pela COVID-19. MÉTODOS: Revisão sistemática. Foi feita uma busca sendo a principal pauta de investigação os excipientes utilizados no processo de produção
nas plataformas PUBMED e EMBASE, com as palavras-chave: “SARS-CoV-2” OR “Coronavirus vacinal. Paciente do sexo feminino, 39 anos e auxiliar de laboratório. Apresentou placas
Disease” AND “Renal Insufficiency, Chronic” OR “Chronic Kidney Failure” AND “Unit, Intensive urticariformes após 48 horas da primeira dose da vacina contra COVID-19 (Astrazeneca/Ox-
Care”. Foram filtrados estudos de coorte de janeiro de 2020 a maio de 2021, comparando DRC ford), evoluindo com edema e hiperemia em membros inferiores (MMII) até a articulação
com desfechos de COVID-19. Critérios de inclusão: (1) pacientes acima de 18 anos, (2) diag- dos joelhos além de angioedema em região auricular. Foi submetida a exames laboratoriais
nóstico de COVID-19, (3) DRC pré-existente. RESULTADOS: Em um estudo estadunidense, a que revelaram D-dímero superior a 10.000 ng/L, além de realização de Doppler de MMII e
utilização de UTI entre pessoas portadoras de três ou mais FR, entre eles a DRC, foi de quase angiotomografia de tórax, sem alterações. Sendo assim, a paciente foi internada e instituiu-
27%, com uma média de 7,8 dias de permanência. Em contraste, pacientes que não possuíam -se terapêutica com anti-histamínicos, corticóides e anticoagulação injetáveis. Recebeu alta,
risco comórbido tinham índices 50% menores, com média de estadia hospitalar de 6,1 dias. sob uso de anti-histamínicos e anticoagulantes orais, com resolução completa dos sintomas.
Outro estudo evidenciou que pessoas com DRC dependentes de diálise evoluem de forma Após duas semanas do quadro inicial, seguiu para acompanhamento reumatológico devido
mais grave se comparados aos independentes de diálise, sendo ela um fator que eleva a mor- à persistência de artralgia nos joelhos e positividade de FAN, já com D-dímero em redução
talidade nestes pacientes. Além disso, em um estudo da República Democrática do Congo, progressiva. Foi encaminhada ao alergista para orientações sobre a segunda dose da vacina
pacientes com DRC mostraram risco relativo 5 vezes maior de evoluir com óbito, sendo um e avaliação do quadro alérgico. Os excipientes utilizados nos imunizantes parecem ser uma
FR suficiente. CONCLUSÃO: A DRC é um dos inúmeros FR associados à COVID-19, e, quanto possível causa de alergia apesar de parecer pouco claro como ocorreriam as primeiras sensi-
mais fatores associados, maior a chance do indivíduo chegar à admissão em UTI com urgência bilizações. Porém, nos casos de surgimento de urticária e angioedema após horas ou dias da
e maior a taxa de mortalidade. Em pacientes com DRC dependentes de diálise a evolução do vacinação, acredita-se que estes correspondam a uma resposta inflamatória natural à imuni-
caso é ainda mais grave. Mais estudos primários devem ser realizados, no intuito de melhor zação com produção de citocinas e outras respostas não mediadas por IgE. Por fim, ainda são
relacionar os efeitos da COVID-19 em portadores de DRC a fim de fornecer base científica para necessários mais estudos para detalhar os processos alérgicos relacionados às novas vacinas
elaboração de protocolos mais específicos e eficientes. para COVID-19.
Palavras-chave: Covid-19 Doença Renal Crônica Prognóstico UTI Palavras-chave: COVID-19 ALERGIA E IMUNOLOGIA IMUNIZAÇÃO

45
DOENÇAS DO SONO
VENTILAÇÃO NA POSIÇÃO PRONA EM PACIENTES COM COVID-19 SUBMETIDOS À VEN- PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DO DISTÚRBIO COMPORTAMENTAL DO SONO REM
TILAÇÃO MECÂNICA Iannah Mendonça Freire de França2; Rebeca Vital Matias Acioli2; Tadeu Iury Araújo Rodrigues
Vital, IPDA; Correia, RF; Silva, AR; Gaspari, CH; Silva, CSMC; Kurtz, P; Gonçalves, B; Instituto Silva1; 1. UFCG; 2. UNIPÊ.
Estadual do Cérebro Paulo Niemeyer. INTRODUÇÃO: O distúrbio comportamental do sono REM (RBD) é caracterizado por compor-
Introdução: Pacientes com a doença coronavírus 2019 (COVID-19) estão em risco de síndro- tamentos associados aos sonhos, que consistem em movimentos complexos, como chutes e
me do desconforto respiratório agudo (SDRA). Em pacientes com SDRA grave, a ventilação socos (OLIVEIRA; CARDOSO, 2021). Essa condição é reconhecida como um sinal de alerta para
mecânica com posicionamento prono precoce e prolongado (PP) demonstrou ser seguro, para os primeiros sintomas de doenças neurodegenerativas e ainda é uma doença subdiagnos-
melhorar a oxigenação e diminuir a mortalidade. Objetivo: Descrever o uso e o resultado ticada (POYARES; PIOVEZAN, 2020). OBJETIVOS: Expor as principais características da RBD.
desse tipo de estratégia ventilatória em pacientes com COVID-19. Métodos: Este estudo MÉTODOS: Trata-se de um estudo exploratório, realizado por meio de revisão de literatura na
retrospectivo e unicêntrico foi conduzido entre pacientes com COVID-19 com insuficiência plataforma Pubmed e Scielo. Utilizaram-se os descritores distúrbios do sono, características
respiratória aguda necessitando de intubação e ventilação com PP. Os pacientes foram hospi- e RBD coletaram-se artigos publicados no período de 2020 a 2021. RESULTADOS: Prejuízos
talizados de 17 de março a 17 de junho de 2020. Os dados extraídos de prontuários eletrôni- na comutação do circuito neural e desequilíbrio entre as populações neuronais inibitórias e
cos incluíram: dados demográficos, parâmetros de ventilação mecânica (PEEP e FiO2), PaO2, excitatórias são mecanismos provavelmente responsáveis por RBD (HU, 2020). No que tange
disposição do paciente e eventos adversos relacionados à manobra de PP. Os pacientes foram à prevalência, o distúrbio é mais comum em homens idosos e em pacientes com doenças neu-
considerados respondedores bem-sucedidos da manobra de PP se houvesse um aumento de rodegenerativas e é um importante precursor de parkinsonismo, atrofia de múltiplos sistemas
PaO2/FiO2 ≥20% entre antes e durante a PP. Os dados são expressos como números (%) ou ou demência com corpo de Lewy (KHAWAJA, SPURLING; SINGH, 2021). Estudos recentes reve-
medianas e intervalo interquartil (25º a 75º percentil). Resultados: A manobra PP foi rea- lam que pacientes com RBD têm função cognitiva prejudicada, o que predispõe à ansiedade,
lizada 78 vezes em 38 pacientes com teste SARS-CoV-2 confirmado que foram submetidos à depressão e sequelas patológicas (HU, 2020). Para o diagnóstico, o padrão-ouro consiste em
ventilação mecânica. Desses pacientes, 29% (11) eram do sexo feminino e 71% do masculino uma avaliação clínica associada a um estudo subsequente de polissonografia de vídeo duran-
(27). Das 78 manobras, houve 60 (77%) respondedores e 18 (23%) não respondentes. A pres- te a noite (ROGUSKI et al., 2020). Os profissionais de saúde devem fornecer aos pacientes um
são expiratória final positiva mediana (PEEP) utilizada foi de 12cmH20 (14-12) e a mediana ambiente seguro para dormir através de abordagens farmacológicas e não farmacológicas.
de FiO2 foi de 80% (100-70). Não houve perda de dispositivos artificiais para vias aéreas (tubo Evitar objetivos potencialmente perigosos próximo à cama e retirar antidepressivos tricíclicos
endotraqueal ou traqueostomia) em todos as 78 manobras realizadas. Vinte e um por cento que exacerbam a RBD constituem importantes recomendações. A melatonina ou clonazepam
dos pacientes (8) tiveram alta para casa, 18% (7) foram transferidos da UTI para uma unida- em baixas doses auxiliam na melhora dos sintomas. O RBD deve ser gerenciado de maneira
de intensiva e 61% (23) morreram. Não houve eventos de extubação não programados ou multidisciplinar e aconselhar os pacientes e seus parceiros é essencial (KHAWAJA, SPURLING;
quaisquer complicações que levaram à interrupção imediata da PP. Conclusão: Apesar da SINGH, 2021). CONCLUSÃO: A RBD desperta a necessidade da melhoria na qualidade de vida
conhecida alta mortalidade geral de pacientes graves com COVID-19, a PP foi considerada efi- e da conscientização sobre os distúrbios do sono e seus efeitos. Por ser uma doença subdiag-
caz em 60% das manobras com aumento imediato (> 20%) nos valores de PaO2/FiO2 antes e nosticada, é preciso expandir as pesquisas e disseminar o conhecimento dessa condição para
durante a PP, melhorando a oxigenação. Não houve eventos adversos associados às manobras toda população. Para o manejo da RBD, a polissonografia é o exame ideal e as medidas far-
de PP, indicando que é um procedimento seguro para ser realizado nesses pacientes. Mais macológicas e não farmacológicas são essenciais para esses pacientes.
estudos são necessários para determinar a mortalidade e os resultados em longo prazo. Palavras-chave: Características Distúrbio do sono RBD
Palavras-chave: pronação covid-19 ventilação mecânica

46
DPOC
A CAPACIDADE DE EXERCÍCIO TEM RELAÇÃO COM A PERFORMANCE NAS ATIVIDADES AVALIAÇÃO DA MOBILIDADE DIAFRAGMÁTICA, FORÇA MUSCULAR RESPIRATÓRIA,
DIÁRIAS EM PACENTES COM DPOC? PARÂMETROS DE FUNÇÃO PULMONAR E DISPNEIA EM PACIENTES COM DOENÇA PUL-
de Souza, Y; Suzana, ME; Salum, L; Macedo, J; Medeiros, S; da Costa, CH; Departamento de MONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA
Pneumologia e Tisiologia – UERJ. Bianca do Carmo Figueira Silva; Yves de Souza; Diego Condesso; Manoele Figueiredo; Mariana
INTRODUÇÃO: A melhora da capacidade de exercício no DPOC é um dos pilares da reabilita- da Cal; Rogerio Rufino; Thiago Mafort; Claudia Costa; Universidade Estadual do Rio de Janeiro.
ção pulmonar. A medida é feita em ambiente clínico controlado, sendo a mais reproduzida, Introdução: A doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) tem evolução progressiva, ca-
o Teste de Caminhada de Seis Minutos (TC6M). Medidas de participação nas atividades coti- racterizada pela obstrução das vias aéreas, com repercussões extrapulmonares, tais como,
dianas como a Atividade Física na Vida diária (AFVD), representada pelo número de passos perda de massa muscular, intolerância ao exercício e dispneia. Alguns autores descrevem a
realizados por dia, surgem como um marcador confiável e reprodutível. OBJETIVO: Avaliar redução da mobilidade diafragmática (MD) em pacientes com DPOC como uma dessas altera-
se existe relação direta entre a capacidade de exercício e o nível de AFVD de pacientes com ções. Objetivo: Verificar a relação da mobilidade diafragmática com parâmetros funcionais,
DPOC. MÉTODO: Estudo transversal observacional, registrado na Plataforma Brasil e aprova- capacidade do exercício e presença de dispneia em pacientes com DPOC. Método: Estudo
do pelo comitê de ética do Hospital Universitário Pedro Ernesto (N. 255.321). Foram incluídos prospectivo que incluiu pacientes com diagnóstico de DPOC, de acordo com critérios esta-
pacientes com diagnóstico de DPOC de acordo com GOLD 2019, VEF1/CVF < 70%, idade > belecidos pelo Global Initiative for Chronic Obstrutive Lung Disease (GOLD) provenientes do
40 anos, histórico de tabagismo >20 anos/maço, uso regular das medicações, sem histórico ambulatório da Pneumologia da Policlínica Piquet Carneiro (PPC). Os pacientes foram sub-
de internação hospitalar, uso de antibiótico e/ou aumento da dose dos BD e CI nos últimos metidos às seguintes avaliações: Ultrassonografia diafragmática (USG), teste de caminhada
3 meses. Avaliados e solicitados a realizar o TC6M de acordo com as diretrizes da ATS e ERS. de 6 minutos, teste do degrau de 6 minutos e escala de dispneia (MRCm). Resultado: Foram
Foram coletados distância percorrida, pressão arterial inicial e final, a frequência cardíaca analisados os dados de 46 pacientes com doença estável. Encontramos a média com desvio
(FC) assim como a saturação periférica de O2 coletadas no início, final e o maior/menor valor padrão da mobilidade diafragmática em repouso (MDR) de 27,91 ±10,12 mm e na inspiração
durante o teste. A medida de AFVD foi realizada utilizando um pedômetro triaxial por dois profunda (MDIP) de 57 ±16,81 mm, 50,25 ±27,00 cmH2O. Verificamos correlação positiva,
dias seguidos. A localização foi padronizada pelos avaliadores e de acordo com orientações embora fraca, e estatisticamente significativa entre a MDIP com o resultado do teste do
do fabricante, alinhado à crista ilíaca anterossuperior esquerda. A lateralidade foi escolhida degrau (r2=0,2; p=0,005). Analisamos, através do teste de qui-quadrado, a relação entre
pela equipe apenas para padronização da medida. Os pacientes foram instruídos a manter mobilidade diafragmática e dispneia, considerando como pouca MD os pacientes que apre-
os equipamentos no mesmo local, apenas retirando na hora do banho e na hora de dormir, sentaram valores <57mm. Consideramos como dispneicos todos os pacientes com MRCm >
definido pausa longa noturna. Cochilos durante o dia não eram considerados, assim como 2. Verificamos que houve relação entre dispneia e baixa MD (p=0,03). Conclusão: Em uma
outros usos do banheiro. Após dois dias de uso, os pacientes retornaram para retirada e coleta análise preliminar de um grupo de pacientes com DPOC foi demonstrado que a mobilidade
do valor. RESULTADO: Foram avaliados 55 pacientes de ambos os sexos. A média percorrida diafragmática se correlaciona com a dispneia, mas não verificamos correlação com os dados
no TC6M foi de 346m (294–402), e o resultado da AFDV foi 7551 (433 –11046) passos em funcionais. Mais dados são necessários para reforçar a hipótese de que nos pacientes com
48 horas. Encontramos correlação positiva e moderada entre as duas medidas com r=0,54 DPOC ocorre alteração da MD e que se correlaciona com sintomas.
significância estatística (p<0.0001). CONCLUSÃO: Os dois testes avaliam de forma diferente Palavras-chave: DPOC Mobilidade Diafragmática Ultrassonografia
a performance de pacientes com DPOC. Foi possível verificar que as duas medidas apresentam
correlação e podem ser aplicadas clinicamente em pacientes com DPOC.
Palavras-chave: Reabilitação Pulmonar DPOC Atividade Física

ANÁLISE DA SITUAÇÃO VACINAL DE PACIENTES COM DOENÇA PULMONAR CRÔNICA IMPACTO DA PANDEMIA DO COVID-19 NAS INTERNAÇÕES POR DOENÇAS PULMONARES
Mariana Soares da Cal; Alícia Sales Carneiro; Guilherme Guimarães Delgado; Elizabeth Jauhar OBSTRUTIVAS CRÔNICAS NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
Cardoso Bessa; Cláudia Henrique da Costa; Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Negrello, CA3; Sandrini, IG3; Grings, LR3; Rosenstengel, MS3; Negrello, JA3; Martins, L3;
Introdução: As diretrizes recomendam que pacientes com doenças crônicas pulmonares Frassetto, MD3; Bortolotto, AP3; Dias, RF1; Salvaro, MM2; 1. UniCesumar; 2. Universidade de
sejam vacinados para influenza e pneumococo. Atualmente, está em vigência uma ampla Santa Cruz do Sul; 3. Universidade do Extremo Sul Catarinense.
campanha vacinal para COVID-19 que tem como população alvo adultos acima de 18 anos Introdução: A doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) ocorre de forma lenta e progres-
e com a vacinação de grupos prioritários já concluída, e em paralelo a campanha anual para siva, afetando, principalmente, indivíduos acima de 40 anos1. Um dos principais preditores
Influenza. Objetivo: Avaliar se os pacientes com DPOC e doenças intersticiais pulmonares que indicam o descontrole da doença são os quadros de exacerbação. Estes são predispostos,
(DIP), acompanhados nos ambulatórios da Policlínica Piquet Carneiro (PPC/UERJ), estavam principalmente, por infecções virais e bacterianas, necessitando na maioria dos casos de in-
imunizados para gripe e pneumococo e a adesão à campanha vacinal para COVID-19. Mé- ternação hospitalar1,2,3. A infecção viral causada pelo SARS-CoV-2 passou a ser considerado
todos: A situação vacinal dos pacientes foi verificada através de pergunta direta durante as um possível fator de risco para as exacerbações e para as hospitalizações pela doença. Obje-
consultas realizadas durante os meses de maio e junho de 2021. Não foi feita a confirmação tivos: Comparar as taxas de internação e mortalidade por doenças pulmonares obstrutivas
dessa informação pela carteira de vacinação. Resultados: Foram questionados 82 pacien- crônicas entre os anos de 2017 e 2020 (antes e durante a pandemia da COVID-19) no esta-
tes com DPOC, sendo 52 mulheres, com idade média de 69,6 e 73 pacientes com DIP, sendo do do Rio de Janeiro, avaliando se houve impacto ou não da pandemia. Métodos: Estudo
50 mulheres, com média de 63,4 anos. Em relação à vacina para gripe realizada em 2020, descritivo, retrospectivo, com coleta de dados secundário através do Sistema de Morbidade
51 pacientes com DIP (70%) e 69 com DPOC (84%) haviam se vacinado mesmo durante a Hospitalar no banco de dados do DATASUS. A população foi composta por todos os pacien-
pandemia. Por outro lado, a vacinação para gripe de 2021 mostrou-se atrasada, apenas 24 tes internados no estado do Rio de Janeiro entre 2017 e 2020 em decorrência de bronquite,
dos 73 pacientes com DIP (33%) e 27 de 82 com DPOC (33%) estavam imunizados, devido enfisema e outras doenças pulmonares obstrutivas crônicas. Avaliou-se também a taxa de
à priorização da imunização para COVID-19. A vacina pneumo23 foi aplicada em 37% dos mortalidade por essas doenças no mesmo período. Resultados: A média de internações por
pacientes com DIP e em 55% dos com DPOC e 2 pacientes não souberam informar. Para CO- bronquite, enfisema e outras doenças pulmonares obstrutivas crônicas, no período proposto,
VID-19 86% dos pacientes com DIP e 94% dos com DPOC recebeu pelo menos uma dose da foi de 2.054 casos/ano. O ano com maior número de internações foi em 2017 com 2.511 casos,
vacina. Dentre os 9 pacientes com DIP não vacinados, 2 estavam aguardando a vez, 7 tinham seguido de 2019 com 2.239 e 2018 com 2.165. Sendo o ano de 2020, o ano do surgimen-
doenças autoimunes e referiam receio de reações adversas. Já os pacientes com DPOC, 5 op- to da pandemia da COVID-19 no Brasil, o ano com o menor número de casos, totalizando
taram por não receber a vacina por medo de complicações pós vacinais, cabe ressaltar que 3 1.303 internações. Dessa forma, houve uma queda de 36,56% na taxa de internações quando
deles negaram todas as vacinas questionadas. Conclusão: Embora a vacinação de pacientes comparado 2020 à média no período proposto. Em relação a taxa mortalidade no mesmo
com doenças crônicas seja recomendada nas diretrizes verificamos que grande parte ainda período, a média foi 15,91%/ano. O ano com a maior taxa de mortalidade foi em 2020 com
mantém dúvidas quanto a sua efetividade e segurança, sugerindo a necessidade de medidas 17,73%, seguido de 2018 com 16,86%, 2019 com 16,61% e 2017 com 13,38%. Assim, houve
para educação e conscientização dessa parcela da população. um aumento de 11,43% na taxa de mortalidade, se comparado 2020 com a média do perío-
Palavras-chave: Vacinação Imunização Vacinas do. Conclusão: Diante do exposto, evidencia-se importante queda dos casos de internações
por DPOC no ano de 2020, presumivelmente pelo medo dos indivíduos de irem ao hospital.
Entretanto, a mortalidade em 2020 foi a mais elevada em comparação aos anos anteriores,
evidenciando o impacto da COVID-19 como fator de risco para maior morbimortalidade nos
pacientes com DPOC.
Palavras-chave: DPOC Internações Pandemia COVID-19

47
MANEJO DO PACIENTE COM DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA NA ATENÇÃO BÁSICA O TREINAMENTO MUSCULAR INSPIRATÓRIO PODE ALTERAR O RISCO DE DEPRESSÃO
Moreira, CN; Oliveira, CRV; Oliveira, GALL; Campos, MBR; Sousa, MR; Gonçalves, MHAF; Ribei- EM PACIENTES COM DPOC?
ro, AE; Universidade de Vassouras. de Souza, Y; Suzana, ME; Salum, L; Macedo, J; Medeiros, S; da Costa, CH; Departamento de
A doença pulmonar obstrutiva crônica possui repercussões sistêmicas, é prevenível e tratável. Pneumologia e Tisiologia – UERJ.
É uma importante causa de morbimortalidade em todo o mundo, caracterizada pela diminui- Introdução: A dispneia é a principal causa de incapacidade física nos pacientes com DPOC,
ção do fluxo aéreo pulmonar, parcialmente reversível e geralmente progressiva. Mesmo com relacionada às atividades de vida diária (AVD) e em repouso. O treinamento muscular inspira-
os impactos socioeconômicos pessoais, continua a ser subdiagnosticada e subtratada, devido tório (TMI) produz aumento da força muscular respiratória, medida pela Pressão Inspiratória
às dificuldades ao diagnóstico e acesso a medicamentos.[1] Sendo a APS a porta de entrada Máxima (PImax), gerando redução da dispneia e da inatividade induzida pela sintomato-
preferencial do sistema de saúde, esses pacientes devem ter seu manejo realizado nas UBS logia. Isso melhora o bem-estar psicológico do paciente com DPOC, diminuindo o risco de
e quando necessário ter o cuidado coordenado com o nível secundário de atenção. Basea- desenvolvimento de depressão. Objetivo: Verificar se o TMI pode alterar o risco do paciente
do na longitudinalidade, é garantido a adesão terapêutica e estímulo ao acompanhamento com DPOC desenvolver depressão. Métodos: Ensaio clínico controlado e randomizado em
detalhado desses pacientes.[2] O objetivo do estudo é analisar a importância do manejo da pacientes com DPOC diagnosticado pelos critérios do documento GOLD e diagnóstico de
DPOC na APS. Trata-se de uma revisão narrativa de literatura com buscas nas bases de dados fraqueza muscular respiratória (PImax < 70%). A avaliação foi realizada com espirometria,
Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) e Scielo com os descritores “DPOC”, “atenção básica” e “abor- PImax, dispneia pela escala modificada do Medical Research Council (MRC) e o Questioná-
dagem”. Foram abordados artigos em português a partir do ano 2010. A APS dispõe de todas rio de saúde do paciente número 9 (PHQ-9). Foram randomizados em grupo controle (GC) e
as ferramentas para manejo efetivo da DPOC, entretanto esbarra na grande subnotificação grupo intervenção (GI) seguindo o mesmo protocolo: Duas sessões por dia com 30 respirações
dos casos e no consequente não tratamento[1,3], uma vez que, ou o paciente não procura cada, todos os dias da semana durante 8 semanas, com uma sessão semanal presencial. A
o atendimento ou procura por outras causas. Nesse contexto, a busca ativa demonstra ser diferença entre os grupos estava na carga. O GI realizou o treinamento com carga de ≈50% da
um importante instrumento[3], porque pode realizar o rastreamento daqueles pacientes que PImax, atualizada semanalmente de acordo com a PImax aferida antes do treino presencial.
possuem fortes preditores para a doença, a idade elevada, sexo masculino, tabagismo e a O GC realizou o TMI com carga >10% da PImax atualizada semanalmente antes de iniciar o
presença de dois sintomas respiratórios associados como a tosse crônica com ou sem expec- treino presencial. Após as 8 semanas, os pacientes de ambos os grupos foram reavaliados.
toração, dispnéia que piora com esforço, respiração ruidosa.[3,4] Para tanto, é indispensável Resultados: Foram avaliados 22 pacientes, sendo 9 do grupo controle e 13 do braço ativo. Os
capacitar os profissionais para efetiva abordagem do paciente e da DPOC, o que resultará pacientes do grupo controle não apresentaram diferenças no pré e pós TMI: PImax= (pré= 66
num rastreio precoce da doença, ações de prevenção, diagnóstico e tratamento adequados, ± 11cmH2O pós= 67 ± 9 cmH2O. p valor= 0,3559); MRC= (pré= 4 ± 1 pós= 3 ± 0. p valor=
reduzindo a morbimortalidade.[4] DPOC é uma das principais queixas subdiagnosticadas e 0,1723) e PHQ-9= (pré= 15 ± 5 pós= 14 ± 4. p valor= 0,2481).Os pacientes do GI apre-
muitas vezes é negligenciada tanto pelo paciente quanto pelo sistema de saúde apesar de sentaram aumento da PImax, diminuição da dispneia e diminuição da pontuação do PHQ-9:
sua grande morbimortalidade. Dessa forma, a promoção em saúde e a educação aos profis- PImax= (pré= 69 ± 12 cmH2O pós= 112 ± 15 cmH2O. p valor > 0,0001); MRC= (pré= 3
sionais da APS, assim como aos pacientes torna esse diagnóstico mais rápido e fácil, além de ± 1 pós= 1 ± 1. p valor= 0,0002) e PHQ-9= (pré= 12 ± 4 pós= 8 ± 3. p valor= 0,0036).
promover uma melhor adesão ao tratamento. Ademais, ações que incentivem a cessação do Conclusão: O aumento da força respiratória tem influência na diminuição da dispneia, que
tabagismo, fator preditor da doença, são essenciais para diminuir sua incidência. por sua vez, reduz a inatividade induzida pela sintomatologia, levando a melhoria do bem-
Palavras-chave: DPOC atenção básica abordagem -estar psicológico do paciente. Portanto o TMI foi capaz de reduzir o risco desses pacientes
desenvolverem depressão.
Palavras-chave: DPOC Fraqueza Muscular Depressão

O QUE É MAIS FREQUENTE NA DPOC: EXACERBAÇÃO OU DISPNEIA? PACIENTES COM DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA (DPOC) QUE EXACERBAM
Alícia Sales Carneiro; Guilherme Guimarães Delgado; Mariana Soares da Cal; Elizabeth Jauhar TEM MAIS EOSINÓFILOS?
Cardoso Bessa; Margareth Gomes Pio; Cláudia Henrique da Costa; Universidade do Estado do Alícia Sales Carneiro; Guilherme Guimarães Delgado; Mariana Soares da Cal; Elizabeth Jauhar
Rio de Janeiro. Cardoso Bessa; Margareth Gomes Pio; Cláudia Henrique da Costa; Universidade do Estado do
Introdução: Conforme orientação das diretrizes nacionais e internacionais, sintomas como Rio de Janeiro.
dispneia e exacerbação devem ser procurados ativamente em todas as consultas de pacientes Introdução: A DPOC é uma doença crônica, heterogênea e que periodicamente é marcada
com DPOC. Adaptação da terapia inalatória deve ser feita nos pacientes que mantém disp- por exacerbações, as quais são definidas como uma piora dos sintomas de dispneia, tosse,
neia ou exacerbação apesar do tratamento realizado. O corticoide inalatório está indicado aumento da produção de escarro e aspecto purulento, que necessitam alteração do trata-
especialmente para os pacientes exacerbadores, mas na prática observa-se um uso exagerado mento. Exacerbações podem ser frequentes em determinados endótipos da DPOC e apresen-
desse fármaco. Objetivos: Avaliar a frequência de dispneia e exacerbação no ano anterior em tam consequências clinicas e impactos econômicos. Eosinófilos são células do sistema imune
pacientes com DPOC em acompanhamento ambulatorial e em uso de medicamento inalató- inato que são encontrados nas vias aéreas, tecidos e sangue dos pacientes com DPOC durante
rio. Métodos: dados levantados durante consulta programada de pacientes em seguimento períodos de exacerbação ou estabilidade da doença. Estudos epidemiológicos que avaliam o
no ambulatório de DPOC da Policlínica Piquet Carneiro/UERJ entre 03/05/2021 e 28/06/2021. uso de corticoides no tratamento da DPOC mostraram uma associação entre a contagem de
Era perguntado ao paciente se havia apresentado piora dos sintomas que necessitasse de eosinófilos e a eficácia do uso de corticoide inalatório. Objetivo: Avaliar se os pacientes com
medicamento oral (corticoide ou antibiótico) ou se havia procurado a emergência devido a DPOC que exacerbaram no último ano apresentavam eosinófilos maior do que os que não
exacerbação no ano anterior. A dispneia era avaliada de acordo com a escala do Medical Rese- exacerbaram. Métodos: Amostragem de conveniência baseada em dados dos prontuários de
arch Counsil modificada (MRCm) Resultados: Foram incluídos 82 pacientes com diagnóstico pacientes em seguimento no ambulatório de DPOC da Policlínica Piquet Carneiro/UERJ entre
confirmado pelos critérios GOLD e com doença estável. A idade média era de 69,6 anos, sendo 03/05/2021 e 28/06/2021. Resultados: Foram incluídos 82 pacientes com DPOC estável e
63% do sexo feminino. Verificou-se que 65 (79%) pacientes apresentavam dispneia ou exa- diagnosticados de acordo com critérios do documento GOLD. Desses, 20 (24,3%) haviam exa-
cerbação apesar de estarem em tratamento. Na amostra, 25% dos pacientes eram exacerba- cerbado no último ano. Desses 20 que exacerbaram, obtivemos hemograma recente (menos
dores e 74% tinham dispneia, sendo que 16 pacientes apresentaram dispneia e exacerbação de 6 meses) de 13 e desses, 3 (23%) apresentavam eosinófilos menor que 200 cél./mcL e
e 17 (21%) não apresentavam sintomas. Verificou-se ainda que dentre os 61 pacientes com 10 (76%) apresentavam eosinófilos maior ou igual a 200 cél./mcL. Dentre os pacientes não
dispneia, 29 (47%) faziam uso irregular da medicação por falta de acesso e 32 (52%) usavam exacerbadores que foram 62 (75,6%), 22 apresentavam eosinófilos menor que 200 cél./mcL e
duas medicações broncodilatadoras. Conclusão: Considerando a alta frequência de dispneia 14 apresentavam eosinófilos maior ou igual a 200 cél./mcL. Conclusão: Apesar do pequeno
em pacientes com DPOC em acompanhamento, verificamos que políticas públicas que facili- número de pacientes, parece haver uma relação entre o número de eosinófilos sanguíneos e
tem o acesso ao tratamento com dupla broncodiltação é essencial no nosso Estado. exacerbações. Além disso, a contagem de eosinófilos também está relacionada a mortalida-
Palavras-chave: DPOC Sintomas Exacerbações de, declínio de VEF1 e resposta a corticoides inalatórios. Dessa forma, constitui-se um impor-
tante marcador para manejo do paciente com DPOC, dado o impacto que cada exacerbação
pode acarretar ao paciente.
Palavras-chave: DPOC Exacerbações Eosinófilos

48
PACIENTES COM DPOC APRESENTAM MAIOR RISCO DE QUEDA? PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO DA MORTALIDADE EM DOEN-
Diego Condesso de Abreu1; Bianca Figueira1; Yves de Souza3; Manoele Figueiredo1; Thais ÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA NO PERÍODO DE 2010 a 2019
Lima de Carvalho1; Marcos Eduardo Ribeiro Pereira3; Rogério Rufino2; Claudia Costa2; 1. Marvão, MCR3; Jardim, GC3; Parente, FS3; Barbosa, LC1; Gonçalves, CLA3; Gonçalves , JMA2;
PPC/UERJ; 2. UERJ; 3. UVA. Reis, LR3; Alberio, CAA3; 1. Centro Universitário do Estado do Pará (CESUPA); 2. Centro Uni-
INTRODUÇÃO: A doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) caracteriza-se pela limitação versitário Metropolitano da Amazônia (UNIFAMAZ); 3. Universidade Federal do Pará (UFPA).
do fluxo aéreo de forma progressiva. Tradicionalmente, o foco do tratamento desses pacientes INTRODUÇÃO: A Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) é um agravo respiratório
se encontra nos sintomas respiratórios, porém seus efeitos sistêmicos estão, cada vez mais, crônico causa pela inalação de material particulado que provoca um processo inflamatório
ganhando maior atenção. A redução de força muscular periférica e diminuição da capacidade responsável pela obstrução irreversível das vias aéreas inferiores levando a sintomas respi-
de exercícios funcionais, por exemplo, são alterações já conhecidas e estudadas, porém novas ratórios de obstrução crônica, sendo de forma progressiva. Segundo dados de estudos de
evidências estão surgindo como, as alterações posturais e o déficit de controle do equilíbrio indicadores no Brasil, nos anos de 2015 a 2016, a DPOC era a quarta causa de morte no país
podendo gerar quedas e piora gradativa da qualidade de vida desses pacientes. OBJETIVO: e a quinta maior morbidade de internação no Sistema Único de Saúde, em pacientes com
avaliar se existe relação entre o ângulo de protração/anteriorização dos ombros com o Teste faixa etárias acima de 40 anos. Logo, a necessidade de estudos ecológicos e epidemiológicos
de Alcance Funcional (TAF) em pacientes com DPOC. MÉTODO: Estudo prospectivo que in- se faz necessário para análises da progressão da doença no território nacional. OBJETIVOS:
cluiu amostra de conveniência de pacientes provenientes do ambulatório da Pneumologia da Caracterizar o perfil epidemiológico da mortalidade por Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica
Universidade do Estado do Rio de Janeiro com diagnóstico de DPOC, de acordo com critérios no Estado do Rio de Janeiro durante o período de 2010 a 2019. MÉTODOS: Trata-se de um
estabelecidos pelo Global Initiative for Chronic Obstrutive Lung Disease (GOLD). Todos os pa- estudo transversal, observacional e descritivo, o a partir de dados coletados do DATASUS, re-
cientes realizaram avaliação postural analisando especificamente a angulação da protração ferente ao período de 2010 a 2020, utilizando os CID-10 J41; J42; J43 e J44 para caracterizar
dos ombros através de fotogrametria, utilizando o Software de Avaliação Postural (SAPO) e a busca ativa. RESULTADOS: O coeficiente geral de mortalidade por DPOC no estado do RJ
mediram o alcance funcional através do TAF. RESULTADOS: Foram avaliados os resultados foi de 2,09 óbitos/1000 habitantes, sendo a capital a cidade com maior registro de óbitos
obtidos em 43 pacientes, sendo 22 homens, com idade média de 72 anos. Observou-se cor- (14.817). Em relação ao perfil epidemiológico da mortalidade, o sexo masculino teve o maior
relação positiva entre o ângulo de protração dos ombros e a distância (cm) medida no TAF número de óbitos (18.921), associado à faixa etária de 80 anos ou mais (6.416). Além disso,
(p=0.019 r=0.355) o que sugere que quanto maior a anteriorização dos ombros, menor a a cor branca foi a mais prevalente (21.817). Já em relação à escolaridade, pessoas com 1 a 3
distância de alcance funcional podendo gerar um aumento do risco de queda nesses pacien- anos de escolaridade somaram o maior número de óbitos. (3.741).
tes. CONCLUSÃO: Os distúrbios posturais (protração dos ombros) associados ao déficit de Palavras-chave: Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica Epidemiologia Inflamação Doenças
equilíbrio e à redução de mobilidade (distância reduzida no TAF) podem representar grande Respiratórias
influência na dificuldade de realização das atividades simples do dia-dia. Com isso, à medida
que esses componentes ficam mais evidentes, o risco de queda aumenta e o paciente vai pro-
gressivamente perdendo autonomia e qualidade de vida. Estes dados reforçam a necessidade
de uma avaliação holística do paciente com DPOC.
Palavras-chave: DPOC postura queda avaliação postural

PACIENTES QUE RECEBEM BRONCODILATADOR PELA SECRETARIA DE SAÚDE ADEREM RELATÓRIO DENSITOMÉTRICO: AVALIAÇÃO QUANTITATIVA POR TC TORÁCICA PARA
MAIS AO TRATAMENTO? DIAGNÓSTICO DE DPOC
Alícia Sales Carneiro; Guilherme Guimarães Delgado; Mariana Soares da Cal; Elizabeth Jauhar Bruno Hochhegger; Juliane Nascimento de Mattos; Irmandade Santa Casa de Misericórdia de
Cardoso Bessa; Margareth Gomes Pio; Cláudia Henrique da Costa; Universidade do Estado do Porto Alegre.
Rio de Janeiro. Introdução: Estima-se que a doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), afete aproxima-
Introdução: O tratamento farmacológico constitui um dos principais pilares do manejo do damente de 6 a 15,8% da população com idade superior a 40 anos. Atualmente o enfisema
paciente com DPOC. Contudo, o custo pode –se tornar fator limitante para realização da me- pulmonar, a bronquite crônica e a bronquiolite obstrutiva são referidas em conjunto sob o
dicação, dispositivo mais adequado e adesão ao tratamento. Objetivos: Avaliar modalidades acrônimo DPOC. Sabe-se que os exames convencionais utilizados para o diagnóstico como,
de tratamento farmacológico da DPOC dos pacientes do ambulatório da Policlínica Piquet raios-x tórax e espirometria, apresentam inúmeras limitações. A partir do advento da to-
Carneiro /UERJ, verificar quantos destes recebiam medicamentos pela Secretaria Estadual mografia computadorizada (TC) de tórax, da natureza digital dos dados armazenados e do
de Saúde (SES) e se a dificuldade de acesso está relacionada à interrupção do tratamento. permanente avanço da computação, a quantificação “in vivo” objetiva de enfisema pulmonar,
Métodos: Amostragem de conveniência baseada em pergunta direta aos pacientes em se- tornou-se uma realidade. A TC é um exame que fornece dados de volume pulmonar total,
guimento no ambulatório de DPOC entre 03/05/2021 e 28/06/2021. Resultados: Foram in- volume pulmonar com densidade semelhante a enfisema, volume pulmonar com densidades
cluídos 82 pacientes com diagnóstico confirmado pelos critérios GOLD e com doença estável. de fibrose pulmonar, volume pulmonar com densidade semelhante a aprisionamento aéreo e
A idade média era de 69,6 anos, sendo 63% do sexo feminino. Verificou-se que 39% faziam volume pulmonar com densidades normais. Objetivo: Descrever algumas aplicabilidades clí-
uso da associação de beta agonista de longa duração (LABA), antimuscarínico de longa du- nicas do estudo da avaliação quantitativa por TC de tórax para diagnóstico de DPOC, com o ob-
ração (LAMA) e corticoide inalatório (CI); 43% faziam uso LABA/CI; 7% faziam uso de LAMA/ jetivo de auxiliar o pneumologista no consultório, respondendo as dúvidas frequentes deles.
LABA; 1% fazia uso de LABA; 6% faziam uso de LAMA e 2% não faziam uso de medicações Métodos: Um total de cinco questões foram descritas com base nas dúvidas mais frequentes
inalatórias. Dos 82 pacientes analisados, 67% faziam uso de um dispositivo e os demais fa- de médicos pneumologistas que tratam pacientes tabagistas ou não, com diagnóstico de
ziam uso de dois dispositivos. Dos 20 pacientes que recebiam medicamento pela SES, apenas DPOC. As questões foram formuladas com auxílio de médicos radiologistas torácicos e pneu-
um não fazia o uso regular; 60 comparavam a medicação e desses, 67% faziam uso irregular. mologistas de um hospital terciário de Porto Alegre (RS). (CAAE: 2 39780620.3.3001.5345).
Conclusão: Um maior percentual de pacientes apresentou adesão ao tratamento prejudica- Resultados e discussão: Foi possível identificar, através das respostas das perguntas, que
da quando adquiriam a medicação por meios financeiros próprios. Dessa forma, a dificuldade a TC de tórax para diagnóstico de DPOC possui maior acurácia que a espirometria, pois pa-
de acesso está diretamente ligada à interrupção do tratamento. cientes com DPOC e espirometria normal possuem alterações significativas para enfisema e
Palavras-chave: DPOC Tratamento farmacológico Adesão fibrose quando avaliados por meio deste exame. A TC também é capaz de identificar peque-
nas alterações significativas ao longo do tempo de pacientes com DPOC, que a espirometria
não é capaz de demonstrar. Conclusão: A densitometria pulmonar é um método que pode
ajudar no diagnóstico precoce, no diagnóstico diferencial e no acompanhamento da evolução
da doença permitindo uma avaliação completa da extensão e gravidade das anormalidades
estruturais pulmonares.
Palavras-chave: Tomografia computadorizada doença pulmonar obstrutiva crônica densi-
tometria

49
ENDOSCOPIA RESPIRATÓRIA
REPERCUSSÕES DA DPOC E SUAS EXACERBAÇÕES EM PACIENTES COM COVID-19 A UTILIZAÇÃO DO ECOBRONCOSCOPIO PARA REALIZAÇÃO DE ECOENDOSCOPIA NO
Daniel Oliveira Chaid Demes Alves; Maria Luiza da Matta Clementino; Victoria Sabino Marche- DIAGNÓSTICO DE MASSAS MEDIASTINAIS EM PACIENTES COM CONDIÇÕES VENTILATÓ-
si; Ana Carolina Mariani; Leticia Franco Di Carvalho Franco; Maria Helena Machado Rodrigues RIAS LIMÍTROFES: RELATO DE CASOS
da Silva; Luciano Penha Pereira; Luiza Camargo Petta; Universidade de Ribeirão Preto. Fernanda Oliveira Baptista da Silva; João Pedro Steinhauser Motta; Amir Szklo; José Luiz dos
Introdução: A DPOC foi apontada como possível fator de risco para a infecção por SARS- Reis Queiroz Junior; Marcos de Carvalho Bethlem; Bianca Peixoto Pinheiro Lucena; Jessica
-CoV-2 durante a pandemia global. Dados demonstram um aumento da gravidade da do- Zandomênico de Souza; Márcio Generoso Freires; Fábio Kunita de Amorim; Luiza Gondim
ença, principalmente em relação às exacerbações de DPOC. Mesmo tendo como principal Toledo; UFRJ.
fator desencadeante as infecções respiratórias virais (IRVs), seus índices de incidência e Introdução: A endossonografia, que inclui a ecobroncoscopia (EBUS) e a ecoendoscopia
hospitalização foram reduzidos comparados ao ano anterior à pandemia. Objetivos: Trazer (EUS), é uma importante inovação para a endoscopia de tórax (2). Sua indicação mais comum
dados sobre o COVID-19 em relação a incidência, prevalência, gravidade, hospitalizações e é o diagnóstico e estadiamento do câncer de pulmão, mas as abordagens de massas medias-
mortalidade da DPOC e de suas exacerbações. Métodos: Revisão bibliográfica baseada em tinais são objetos de estudo desse método. A combinação das duas abordagens (EBUS e EUS)
ensaios e periódicos do Pubmed, The Lancet, Scielo e Lilacs, de estudos recentes pautados nos tem-se mostrado mais sensível e com maior poder diagnóstico do que as técnicas isolada-
anos de pandemia do SARS-CoV-2. Resultados: A prevalência de DPOC em pacientes com mente (3). O uso do aparelho do EBUS para realização do EUS (EUS-B), permitiria essa aborda-
COVID-19 foi baixa (2 a 10%). Contudo, o risco de gravidade nesses pacientes correspondeu gem pelo mesmo examinador e no mesmo tempo anestésico. O EUS-B vem provando-se mais
a 63%, sendo 33,4% em pacientes sem DPOC, tendo um risco de mortalidade em torno de útil para amostragem de massas ou nódulos localizados em região paratraqueal esquerda,
60%. Isto pode ser explicado pelo fato da enzima de conversão da angiotensina-2 (ECA2), janela aortopulmonar e no mediastino inferior (1), além de vantagens em relação a seguran-
receptor responsável pela entrada do SARS-CoV-2 nas células, ser regulado positivamen- ça do paciente. Podendo ser um método mais interessante em pacientes limítrofes do ponto
te no epitélio das pequenas vias aéreas e nos alvéolos de indivíduos com DPOC e por esses de vista ventilatório. Relato de Caso: No primeiro semestre de 2021 foram realizados dois
pacientes terem respostas imunes prejudicadas que provocam depuração retardada de vírus exames no Serviço de Métodos Especiais do Instituto de Doença do Tórax do Rio de Janeiro
respiratórios. Juntos, esses fatores podem facilitar a propagação do SARS-CoV-2 nos pulmões, utilizando o aparelho de ecobroncoscopia com abordagem esofagiana para biópsias de mas-
levando à rápida deterioração clínica e maior gravidade. Estudos recentes têm mostrado que sas mediastinais em pacientes com condições ventilatórias limítrofes. O primeiro foi o de uma
os corticoides inalatórios (CI) estão ligados à regulação negativa do receptor ECA2, assim paciente de 74 anos, tabagista, com doença pulmonar obstrutiva crônica em investigação de
poderiam conferir um efeito protetor para COVID-19. Também observou-se uma redução na nódulo periférico em lobo superior esquerdo associado a massa linfonodal paratraqueal es-
média mensal de hospitalizações de COVID-19 com exacerbações de DPOC de 92 para 36. querda e linfonodomegalia infracarinal. Idosa frágil com saturação limítrofe em ar ambiente,
Além disso, a incidência de PCR positivo para IRV concomitantes à exacerbaaguda da DPOC optado pelo EUS-B. Realizadas punções aspirativas de massa linfonodal de 6,5cm na posição
reduziram de 30,4% para 10,6%. Conclusão: Houve uma queda na incidência, prevalência, paratraqueal esquerda e linfonodo de 1,5cm na posição infracarinal. Diagnóstico de carcino-
hospitalizações e exacerbações de casos de DPOC, possivelmente causada pela maior adesão ma de pequenas células. O segundo, um paciente de 46 anos, sem comorbidades em inves-
aos tratamentos de controle e pelas medidas protetivas de combate à pandemia e não apenas tigação de massa mediastinal encaminhado via sistema de regulação do estado do Rio de
a uma diminuição na busca de cuidados médicos devido medo dos pacientes e cuidado das Janeiro. Apresentava síndrome de veia cava superior associada a quadro respiratório instável
equipes de saúde em reservar leitos hospitalares para casos de COVID-19. Entretanto, a DPOC e baixa tolerância ao decúbito dorsal. Optado pelo EUS-B sendo evidenciado massa adjacente
e suas exacerbações detêm graus de gravidade elevados quando relacionados a COVID-19. ao esôfago. Realizadas punções aspirativas guiadas. Material enviado para análise com diag-
Palavras-chave: COVID19 DPOC Exacerbação Pandemia Epidemiologia nóstico de adenocarcinoma. Discussão: Esses casos elucidam a importância do treinamento
e desenvolvimento dos endoscopistas torácicos na técnica do EUS-B para conseguir avançar
ainda mais na investigação de massas mediastinais e adjacentes à árvore traqueobrônquica.
Palavras-chave: EUS-B ecobroncoscopia endoscopia de tórax ecoendoscopia massas me-
diatinais

DPOC DESCOMPENSADO POR PNEUMONIA APÓS ASPIRAÇÃO DE CORPO ESTRANHO


Luiz Guilherme Ferreira Da Silva Costa; Hospital São José do avai.
Paciente sexo masculino, 52 anos, natural de Itaperuna, histórico de tabagismo há 39 anos
(80 maços/ano). Há aproximadamente uma semana procurou a Unidade Pronto-Atendimen-
to (UPA) em Itaperuna-RJ, relatando tosse, mialgia e febre vespertina de início há 3 dias.
Apresentou concomitantemente lesões ulcerosas extensas em membros inferiores, bilaterais,
motivo ao qual procurou o atendimento. Ao exame físico, apresentou alterações no aparelho
respiratório com estertores no ápice do pulmão direito. Aos exames laboratoriais apresentou
leucocitose (20.000/mm³ com desvio). A tomografia computadorizada apresentava áreas de
consolidação em lobo superior direito e suspeita de corpo estranho em árvore brônquica. Ba-
ciloscopia direta negativa. Durante a broncoscopia foi visualizado corpo estranho no brônquio
intermediário direito, sendo identificado como fragmento de osso de galinha, realizando
assim a retirada endoscópica com drenagem de grande quantidade de secreção purulenta
após remoção. Diante disso, o diagnóstico de pneumonia por aspiração de corpo estranho foi
confirmado e, logo após, foi iniciado antibioticoterapia com Clindamicina e Rocefin. Houve
melhora clínica do quadro e o paciente recebeu alta hospitalar.
Palavras-chave: CORPO ESTRANHO BRONCOASPIRAÇÃO PNEUMONIA

50
ENDOSCOPIA RESPIRATÓRIA NO RECÉM-NASCIDO: EXPERIÊNCIA DE 20 ANOS TRATAMENTO ENDOSCÓPICO DE PAPILOMA DE TRAQUÉIA: CRIOTERAPIA, UMA NOVA OPÇÃO
Ingrid Sakimoto Garcia; Geórgia Fagundes Marinho da Silva; Selma Maria de Azevedo Sias; Laura Lizeth Zuluaga Parra; Raquel Esteves Brandão Salles; Leonardo Palermo; Thiago Thomaz
Licinio Esmeraldo da Silva; Douglas Guedes Ferreira; Universidade Federal Fluminense. Mafort; Agnaldo Jose Lopes; Bruna Cuoco Provenzano; Guilherme Guimarães Delgado; Alicia
Introdução: a broncoscopia é um procedimento utilizado para avaliação das vias aéreas su- Sales Carneiro; Elaine Dias Soutinho; Hospital Universitario Pedro Ernesto.
periores e inferiores, sendo capaz de diagnosticar e tratar diversos distúrbios respiratórios. Por Introdução: A papilomatose respiratória recorrente (RRP) é caracterizada pelo crescimento
se tratar de um exame rápido e seguro tem sido atualmente realizado com maior frequência papilomatoso do epitélio brônquico em resposta à infecção pelo vírus do papiloma humano
na população pediátrica, porém são escassos os estudos em recém-nascidos (RN). Objetivos: (HPV); mais frequente HPV-6 e HPV-11. O relato descreve o caso de uma paciente com lesão
descrever a casuística dos exames endoscópicos de vias aéreas realizados no recém-nascido. vegetante obstruindo a luz da traquéia submetida a crioterapia. Relato do Caso: Feminina
Material e métodos: estudo observacional e retrospectivo das endoscopias respiratórias de 66 anos, previamente hipertensa, portadora de papiloma de corda vocal recidivante, inter-
realizadas em crianças de até 30 dias de vida, no período de 2000 a 2019, no Hospital Univer- na no HUPE por quadro de 3 meses de evolução de dispneia aos pequenos esforços, tosse seca,
sitário Antônio Pedro (HUAP). As variáveis coletadas dos prontuários e banco de dados digital e sibilância. Na chegada, paciente em bom estado geral, eupneica em ar ambiente, sat: 98%,
do serviço de endoscopia respiratória pediátrica e do laboratório de microbiologia do HUAP sem alterações no exame físico. Exames laboratoriais da admissão normais. Tomografia de
foram analisadas em planilha Excel utilizando-se frequências e proporções e/ou médias, tórax: traquéia centrada com formação nodular lobulada medindo 14x12mm com densidade
desvios padrões, valores máximo e mínimo, medianas e amplitudes interquartílicas. Resul- de partes moles junto à parede interna do terço superior. Broncoscopia com presença de lesão
tados: Foram realizados no período estudado 1703 endoscopias respiratórias, 61 (3,58%) vegetante ocluindo aproximadamente 85% da traquéia já em terço superior. Espirometria:
destas em recém-nascidos: 48 (78,69%) broncoscopias e 13 (21,31%) rinolaringoscopias. A Distúrbio ventilatório obstrutivo acentuado com redução de CVF. Realizada extração da lesão
média de idade em dias foi de 22,73 (variando entre 5 e 30 dias), sendo 31(50,82%) do sexo sob anestesia geral, via máscara laríngea. Utilizado videobroncoscópio com canal de trabalho
masculino e 30(49,18%) feminino. Quanto a procedência de 42 RN, 36 (59,01%) estavam in- 2.8mm e crioprobe de 2.4mm. Realizados ciclos de congelação de 5 a 8 segundos, seguidos
ternados (18 no HUAP) e 6 eram do ambulatório. Utilizou-se aparelho flexível em 50 (81,97%) de tração em bloco do broncoscópio e probe para ressecção progressiva da referida lesão.
exames e rígido em 11 (18,03%). As principais indicações foram estridor 31 (50,82%), pneu- Procedimento realizado sem intercorrências. Na patologia foi observado papiloma escamoso
monia 6 (9,84%), dificuldade de extubação 5 (8,20%) e obstrução alta 5 (8,20%), dentre associado a focos de neoplasia intra-epitelial de baixo grau. Paciente segue em acompanha-
outras. Os achados mais comuns foram laringomalácia 27 (44,26%), processo inflamatório mento no 4º mês do diagnóstico. Discussão: O papiloma traqueal (TP) é um tumor raro da
19 (31,14%) e estenose subglótica 5 (8,20%). Cinco (8,20%) exames foram normais. Conclu- traqueia. Pode ser solitário, múltiplo e afetar qualquer parte da árvore traqueobrônquica.
sões: A broncoscopia no recém-nascido ainda é pouco indicada no nosso meio. Em sua maio- Raramente é isolado na traqueia e tem risco baixo de transformação maligna. A etiologia na
ria, o exame é realizado em RN provenientes de UTI neonatal. O estudo acima mostrou que idade adulta é desconhecida. Não está claro se o contato sexual ou a ativação viral latente
a broncoscopia flexível foi o procedimento endoscópico mais realizado no período neonatal, é a principal forma de transmissão. Sua apresentação clínica é inespecífica e o diagnóstico
o estridor foi a principal indicação sendo a laringomalácia o achado predominante, achados definitivo é feito por broncoscopia. O tratamento é difícil e geralmente requer intervenções
que corroboram com os apresentados na literatura. endoscópicas recorrentes, sendo o primeiro objetivo remover o tumor e manter a patência
Palavras-chave: Broncoscopia Recém-nascido Broncoscopia flexível das vias aéreas. Sua excisão cirúrgica é essencial. A crioterapia é relatada como bem-sucedida
em casos com obstrução endobrônquica. A recorrência local é comum, o acompanhamento
clínico rigoroso pós-excisão é muito importante.
Palavras-chave: Papilomatose Respiratoria Recorrente Endoscopia Respiratotia Crioterapia

ESTUDO CLÍNICO E EPIDEMIOLÓGICO DOS CASOS DE ESTRIDOR EM CRIANÇAS


Nathalia de Paula Navi; Selma Maria Azevedo Sias; Barbara Neffa Lapa e Silva; Natalia Neto
Dias Barboza; Universidade Federal Fluminense.
Introdução: O estridor é o sintoma mais importante de obstrução da via aérea em crian-
ças. É um ruído respiratório causado por uma obstrução à passagem de ar nas vias aéreas
resultando em um fluxo de ar turbulento. Pode ocorrer em toda árvore respiratória desde as
fossas nasais até a traquéia, sendo uma indicação freqüente de laringotraqueobroncoscopia.
As principais causas de estridor são as congênitas, predominando no sexo masculino. A mais
frequente é a laringomálacia, uma anomalia congênita autolimitada e geralmente de curso
benigno. Porém casos graves, com história de apnéia, cor pulmonale e comprometimento do
crescimento e desenvolvimento da criança podem ocorrer. Objetivos: Analisar as caracte-
rísticas epidemiológicas, clínicas e endoscópicas das crianças portadoras de estridor do ser-
viço de Endoscopia Respiratória do Hospital Universitário Antonio Pedro. Métodos: Estudo
observacional, retrospectivo e descritivo dos pacientes pediátricos portadores de estridor
atendidos no Serviço de Endoscopia Respiratória Pediátrica do HUAP do ano de 2000 a 2015
Resultados: No período estudado, 1702 pacientes pediátricos foram submetidos ao exame
endoscópico das vias aéreas. Destes, foram selecionados para o estudo, 181 casos cuja indi-
cação foi estridor ou respiração ruidosa. Dos pacientes analisados, 76 (42%) pertenciam ao
sexo feminino e 105 (58,1%) ao sexo masculino. Os casos foram divididos por faixas etárias, 0
a 30 dias de vida (n=32; 17,6%), 1 mês a 2 anos (n=98; 54,1%), 3 a 6 anos (n=28; 15,4%),
7 a 12 anos (n= 19; 10,4%) e maiores que 13 anos (n=4; 2,2%). Em 21 casos (11,6%) foram
utilizados aparelho rígido e o flexível em 160 casos (88,4%). Os principais achados endoscó-
picos foram: 120 casos (66,2%) de laringomalácia, 16 (8,8%) de estenose subglótica e 23
(12,7%) de hipertrofia de adenoides. Conclusão: O Serviço de Endoscopia Respiratória do
HUAP, referência em exame endoscópico na população pediátrica, tem o estridor como uma
das principais indicações de broncoscopia. Na analise estudada observou-se que em relação
a idade, sexo e a etiologia do estridor correspondem com o que há relatado na literatura.
Palavras-chave: estridor respiracao ruidosa endoscopia respiratoria

51
HIPERTENSÃO PULMONAR IMAGEM
HIPERTENSÃO PULMONAR TROMBOEMBÓLICA CRÔNICA ABSCESSO PULMONAR COM CORPO ESTRANHO (DENTE)
Rebeca Vital Matias Acioli1; Iannah Mendonça Freire de França1; Tadeu Iury Araújo Rodrigues Juliana Garcia Alves da Trindade; Gustavo Scatamburlo Batista; João Gabriel do Valle Garrot;
Silva2; 1. Centro Universitário de João Pessoa - UNIPÊ; 2. Universidade Federal de Campina Lucas Alves da Silva Rezende; Luisa Dutra de Castro; Maryanah Lima Silva; Matheus Madureira
Grande. Fernandes; Mayte Côrtes Durão; Mary Lucia Bedran Ananias; Cristina Asvolinsque Pantaleão
INTRODUÇÃO: A hipertensão pulmonar tromboembólica crônica (HPTEC) é uma complica- Fontes; Universidade Federal Fluminense.
ção da embolia pulmonar e uma das principais causas de hipertensão pulmonar crônica (KIM O abscesso pulmonar é caracterizado por uma lesão necrótica relacionada à presença de
et al., 2019). O diagnóstico envolve a realização de exames de imagem e o manejo pode ser microorganismos piogênicos e, consequentemente, infecção, no parênquima pulmonar. Nos
clínico e/ou cirúrgico. OBJETIVO: Dissertar sobre fisiopatologia, fatores de risco, sintomas exames por imagem os abscessos pulmonares frequentemente são coleções circunscritas com
e diagnóstico da HPTEC. MÉTODO: Trata-se de um estudo exploratório, realizado por meio densidade de partes moles e presença de gás, e a imagem clássica do abscesso pulmonar no
de revisão de literatura nas plataformas Scielo e Pubmed. Utilizaram-se os descritores ca- RX de tórax é uma imagem arredondada com densidade de partes moles , podendo apresen-
racterísticas, hipertensão pulmonar e tromboembolismo e coletaram-se artigos publicados tar somente líquido/necrose ou também nível líquido com o gás, esta imagem costuma ser
no período de 2018 a 2020. RESULTADOS: A HPTEC é caracterizada pela organização do semelhante nas incidências frontal e lateral, tendo suas margens bem visualizadas, porém
trombo intraluminal sem resolução e estenose fibrosa ou obliteração completa das artérias podendo apresentar consolidações adjacentes, o que pode dificultar a avaliação. Quanto a to-
pulmonares, promovida por remodelamento progresivo da vasculatura pulmonar (GERGES; pografia o segmento superior do lobo inferior direito é o local mais comum nesta infecção. A
YACOUB, 2020). Os fatores de risco identificados para HPTEC constituem doenças autoimunes TC permite melhor estudo da lesão e de outros achados que podem estar associados, e quan-
e hematológicas, shunts ventrículo-atriais, tromboembolismo venoso prévio, anticoagulan- do a escavação está presente pode mostrar as paredes, geralmente espessas com superfície
te lúpico e terapia de substituição da tireoide (OPITZ; ULRICH, 2018). Nos estágios iniciais, interna irregular, e o conteúdo com líquido necrótico e gás. E no caso de corpo estranho, as
a HPTEC apresenta sintomas inespecíficos, como falta de ar durante esforço, intolerância ao reconstruções multiplanares e técnica de broncoscopia virtual permitem identificar a traqueia
exercício e mal estar geral. O exame físico pode demonstrar componente pulmonar proemi- e árvore brônquica, e muitas vezes delimitar o corpo estranho conforme seja sua densidade,
nente de S2 e sopro sistólico, refletindo regurgitação tricúspide. Nos estágios tardios, sinais formato ou esteja circundado por secreção. Apresentamos caso clínico de paciente adulto,
de insuficiência cardíaca direita costumam se fazer presentes (GERGES; YACOUB, 2020). Para tetraplégico por acidente automobilístico há cerca de três anos, com traqueostomia em ar
o diagnóstico, ecocardiografia deve ser realizada e cintilografia V/Q será o método comple- ambiente, com gastrostomia, diabético, que apresentou febre e tosse sendo encaminhado
mentar. Caso esta apresente resultado afirmativo de alta probabilidade, o segundo exame a para o hospital, sendo realizado diagnóstico clínico de pneumonia aspirativa. A Tomografia
ser feito é a angiografia pulmonar por tomografia computadorizada (ATAMAÑUK, 2019). No computadorizada de tórax (TC) mostrou abscesso pulmonar com corpo estranho (dente) de
que diz respeito ao tratamento específico da doença, opções cirúrgicas (endarterectomia pul- permeio, o estudo do lavado brônquico revelou staphylococcus aureus, na evolução da do-
monar), intervencionistas percutâneas (angioplastia pulmonar com balão) e farmacológicas ença o paciente apresentou empiema, que foi drenado. Na investigação da doença, quando
(riociguat) estão disponíveis para alvejar lesões proximais, lesões distais e microvasculopatia os aspectos clínicos e os demais exames incluindo os por imagem não forem indicativos do
(GERGES; YACOUB, 2020). CONCLUSÃO: A história clínica, o exame físico e a ecocardiografia diagnóstico, a biópsia por aspiração por agulha percutânea guiada por TC pode ser indicada
são os pilares para obter um diagnóstico preciso da HPTEC. O bom prognóstico depende da para o diagnóstico final e instituição do tratamento. Como resultado da melhora no diagnós-
conduta e eficácia do tratamento, seja cirúrgico ou farmacológico. tico etiológico e uso de antibióticos, a incidência de abscessos pulmonares tem sido reduzida,
Palavras-chave: Características Hipertensão pulmonar Tromboembolismo como também a mortalidade. Os pacientes idosos, imunocomprometidos, desnutridos ou
debilitados são particularmente suscetíveis e têm pior prognóstico.
Palavras-chave: abscesso pulmonar corpo estranho pneumonia por aspiração TC

ACIDENTE OFÍDICO BOTRÓPICO EVOLUINDO COM DERRAME PLEURAL HEMORRÁGICO,


HEMORRAGIA SUBARACNÓIDEA E ÓBITO
João Gabriel do Valle Garrot; Mary Lucia Bedran Ananias; Barbara Toledo Barros; Beatriz
Bernardino Gomes Silva; Juliana Garcia Alves da Trindade; Lucas Alves da Silva Rezende; Levi
Brito Siebra de Oliveira; João Carlos Sarmento Santos; Gustavo Scatamburlo Batista; Cristina
Asvolinsque Pantaleão Fontes; Universidade Federal Fluminense.
Introdução: O veneno botrópico possui atividades fisiopatológicas importantes, com lesões
locais e destruição de tecidos (ação proteolítica), ativa a cascata da coagulação e pode ter
uma ação coagulante por induzir incoagulabilidade sanguínea pelo consumo de fibrinogê-
nio, pode promover liberação de substâncias hipotensivas, e ter ação hemorrágica por causar
danos à membrana basal dos capilares, que associada à trombocitopenia e alterações da
coagulação, promovem manifestações hemorrágicas, frequentes neste tipo de acidente ofí-
dico. A quantidade de veneno inoculado na vítima varia de acordo com o tamanho da cobra
e, como também no caso das serpentes botrópicas, há diferença entre o veneno do filhote,
que é predominantemente coagulante, e o do adulto, com maior ação proteolítica e menor
ação coagulante. Objetivos e Métodos: Apresentamos caso clínico acompanhado no nosso
hospital, com o paciente apresentou extensa hemorragia subaracnóidea e derrame pleural
moderado a esquerda, (com densidade 86 a 90 UH), evoluindo para óbito. A tomografia com-
putadorizada foi o método diagnóstico por imagem de escolha na avaliação do tórax e crânio,
dentre outros aspectos dada a rapidez na realização do exame do paciente grave. Com base
nas manifestações clínicas podemos classificar o acidente botrópico em leve, moderado e gra-
ve, principalmente visando o local da picada e o membro acometido, e as manifestações sistê-
micas como hipotensão arterial, choque, oligoanúria ou hemorragias intensas já classificam
os casos como grave, independentemente do quadro clínico do local da picada. Discussão:
No nosso país os acidentes ofídicos têm importância médica agregada a políticas de saúde,
e uma padronização de condutas de diagnóstico e tratamento, e acesso ao soro específico
devem ser implementadas, dada a grande frequência e gravidade destes acidentes, e a ex-
tensão do nosso país, sendo as regiões com maiores números de casos, as regiões Sul, Sudeste
e Centro Oeste. Os venenos das serpentes são intoxicantes complexos, contendo vinte ou mais
componentes diferentes e funções não totalmente esclarecidas, e podem variar na sua com-
posição, tanto entre espécies diferentes, como dentro de uma mesma espécie, sendo esta
determinada conforme a distribuição geográfica e idade do animal. A soroterapia precoce
continua sendo o método mais eficaz para o sucesso do tratamento de acidentes botrópicos.
Palavras-chave: acidente ofídico derrame pleural hemorragia subaracnóidea bothrops ja-
raracussu

52
A IMPORTÂNCIA DA AVALIAÇÃO TOMOGRÁFICA PARA DIAGNÓSTICO DE DPI NAS DOEN- ASPECTOS DE IMAGEM DAS DOENÇAS DE PEQUENAS VIAS AÉREAS: UM ENSAIO ICO-
ÇAS REUMÁTICAS IMUNOMEDIADAS: UM RELATO DE CASO NOGRÁFICO
Ana Beatriz Lima Resende2; Guilherme Santos Lopes2; Ana Carolina Lima Resende1; Soraia Souza, A; Melo, ASA; Gomes, MVC; Zatti, RA; Universidade Federal Fluminense.
Abou el Hosn Cordero da Silva1; Paulo Miranda Cavalcante Neto1; Simone Lobo Krupok Ma- Introdução: Doenças de Pequenas Vias Aéreas (DPVA), as bronquiolites, correspondem a um
tias1; Milena Tenorio Cerezoli1; Marina Dornfeld Cunha Castro1; Maria Raquel Soares1; Carlos grupo de doenças inflamatórias ou fibróticas que comprometem os bronquíolos e alvéolos.
Alberto de Castro Pereira1; 1. Escola Paulista de Medicina - UNIFESP; 2. Universidade Cidade Possuem etiologia, histopatologia, clínica e prognóstico diversos. O quadro clínico é variável
de São Paulo. e inespecífico, pode manifestar através de tosse, dispneia, tórax em tonel, hipersonoridade
Introdução: A artrite reumatoide (AR), uma doença reumática imunomediada (DRIM), tem pulmonar, sibilância, entre outros. O diagnóstico por imagem engloba a Radiografia de Tórax
como manifestação extra-articular de maior relevância a doença pulmonar intersticial (DPI), (RX) e a Tomografia Computadorizada de Alta Resolução (TCAR) de Tórax. Objetivos: Estudar
sendo sua apresentação mais comum a pneumonia intersticial usual (PIU). Existem 4 sinais anormalidades observadas nos métodos de imagem de pacientes com Doenças de Pequenas
tomográficos que, ao acompanharem o padrão PIU, devem levantar a hipótese de DPI secun- Vias Aéreas e contribuir para a construção da literatura sobre esses achados radiológicos. Mé-
dária à DRIM, são eles: sinal da borda reta, sinal do faveolamento exuberante, sinal do lobo todos: Foi realizada uma revisão de literatura nos bancos de dados PubMed e SciELO sobre os
superior anterior e sinal dos 4 cantos. Relato: Feminino, 73 anos. Dispneia progressiva há Aspectos de Imagem das Doenças de Pequenas Vias Aéreas com recorte temporal dos últimos
10 anos, atual mMRC 3. Referiu ainda dispneia paroxística noturna, sibilância e tosse com dez anos. Foram selecionados seis artigos e um livro. Houve adição manual de três artigos
expectoração amarelada há 2 meses. Portadora de AR há 5 anos, em uso de metotrexato. sobre a fisiopatologia das doenças e um livro do qual foi extraída uma imagem. A busca pelos
Ex-tabagista, cessou há 19 anos, CT: 12 maços-ano. Relatava criação de papagaios por 30 exames de imagem foi realizada no banco de dados do sistema RIS/PACS do Hospital Uni-
anos, afastada há 1 ano. Apresentou há 2 anos quadro infeccioso, tratado como pneumonia versitário Antônio Pedro, no estado do Rio de Janeiro. A procura foi por exames de TCAR com
adquirida na comunidade (PAC). Com nova piora meses depois, diagnosticada com PAC∕Exa- indicação clínica ou impressão diagnóstica de DPVA. Resultados: Geralmente o exame de RX
cerbação de DPI no Hospital São Paulo e encaminhada para ambulatório de DPI da UNIFESP é normal no paciente com DPVA, mas pode ocorrer hiperinsuflação, padrão nodular ou reticu-
para investigação. Ao exame físico: estertores em velcro bibasais até terço médio, SatO2 92% lonodular, colapso lobar, presença de paredes espessadas, fibrose, cardiomegalia e derrame
em ar ambiente, FR:14 irpm, sem sinais de doença articular ativa. Fator reumatoide positi- pleural. O lóbulo pulmonar secundário é a menor unidade funcional anatômica pulmonar
vo 1/320. Evidenciado em TC de tórax presença de intersticiopatia fibrosante, caracterizada visível na TCAR. Os bronquíolos normais estão abaixo do limite de tamanho identificável, po-
por opacidades reticulares associadas a bronquiectasias e bronquiolectasias de tração, com rém na ocorrência de processo patológico os bronquíolos podem se tornar visíveis tornando
predominância basal e posterior, e extenso faveolamento, alterações compatíveis com PIU. possível o diagnóstico por imagem. A TCAR fornece três padrões distintos de acometimento,
Realizada discussão multidisciplinar do caso e definida como principal hipótese diagnóstica sendo eles: Padrão de Árvore em Brotamento e Nódulos Centrolobulares; Atenuação em Mo-
PIU relacionada à AR. Discussão: O sinal da borda reta é caracterizado por processo fibrótico saico e Atenuação em Vidro Fosco. Conclusão: DPVA apresentam diversas causas. Não há um
isolado em bases pulmonares, com limites claros entre tecido fibrótico e tecido sem altera- padrão ouro para o diagnóstico. O conhecimento anatômico e fisiológico do lóbulo pulmonar
ções. O sinal do faveolamento exuberante consiste na presença de cistos de faveolamento em secundário é imprescindível para estabelecer hipóteses diagnósticas adequadas com base nos
>70% das porções fibróticas do pulmão acometido. Combinando os dois, a especificidade padrões da TCAR. É necessário um bom manejo médico para direcionar os aspecto de imagem
para DPI-DRIM é de 95,5%. No caso descrito, a paciente possuía múltiplas exposições e con- encontrados e correlacioná-los para o diagnóstico e/ou segmento.
dições clínicas que poderiam levar ao desenvolvimento de DPI fibrosante, porém, a história Palavras-chave: Bronquíolos Bronquiolite Diagnóstico por Imagem Tomografia Computa-
de AR associada aos achados tomográficos do sinal da borda reta e faveolamento exuberante dorizada Patologia
foram conclusivos para o diagnóstico de PIU decorrente de DRIM. Diante deste diagnóstico, os
pacientes devem ser acompanhados e o uso de antifibróticos considerado.
Palavras-chave: Sinal da Borda Reta Doença Pulmonar Intersticial Doença Reumática Imu-
nomediada Faveolamento Exuberante Sinais Tomográficos

ANÁLISE DO PADRÃO TOMOGRÁFICO E FUNCIONAL DOS PACIENTES COM SARCOIDOSE DIVERTÍCULO ANTERIOR DE TRAQUEIA: UM RELATO DE CASO
PULMONAR DO AMBULATÓRIO DE DOENÇA PULMONAR INTERSTICIAL DO IDT/UFRJ 1 Ricardo Antônio Zatti; Bárbara Toledo Barros; Beatriz Bernardino Gomes Silva; Carolina dos
Bianca Peixoto Pinheiro Lucena; Marcos de Carvalho Bethlem; Luiz Paulo Pinheiro Loivos; Santos Mendes de Oliveira; Guilherme Vianna Rosseto grosseto@id.uff.br; Gustavo Scatam-
Nadja Polisseni Graça; Nina Rocha Godinho dos Reis Visconti; Márcio Generoso Freires; Fer- burlo Batista; João Gabriel do Valle Garrot; Juliana Garcia Alves da Trindade; Prof Alair Augusto
nanda Oliveira Baptista da Silva; Fábio Kunita de Amorim; Luiza Gondim Toledo; Michelle S.M.D. dos Santos; Cristina Asvolinsque Pantaleão Fontes; Universidade Federal Fluminense.
Caileaux-Cezar; IDT/UFRJ. Introdução: Divertículo (DV) de traqueia ou cisto aéreo paratraqueal é uma afecção benigna
Introdução: A sarcoidose é uma doença granulomatosa rara de acometimento multissis- caracterizada por evaginações na parede da traqueia. Tem origem mais frequente na parede
têmico, sendo o pulmonar o mais frequente. Objetivos: Avaliar prevalência das alterações posterior, onde os anéis cartilaginosos são incompletos. É uma condição rara, com poucos
funcionais e radiológicas dos pacientes com sarcoidose do ambulatório de doenças intersti- casos descritos, sobretudo os divertículos com localização anterior à traqueia. A maioria dos
ciais do IDT/UFRJ. Métodos: Estudo transversal, descritivo de uma coorte de pacientes com casos é assintomática, entretanto, infecções repetidas, tosse crônica, odinofagia, soluços e
diagnóstico de sarcoidose pulmonar. Foram analisados 65 pacientes, que realizaram prova de dispneia são sintomas possíveis. Relato de Caso: Apresentamos caso clínico de um pacien-
função pulmonar e tomografia computadorizada (TC) de tórax no momento do diagnóstico. te masculino, 70 anos, com queixa de aumento de volume na região cervical anterior. Na
Resultados: Dos 65 pacientes analisados, 66% são mulheres, 31% tem história de tabagis- avaliação da tomografia computadorizada (TC) cervical e torácica com contraste endovenoso,
mo. A mediana de idade foi de 49 anos. Com relação à imagem, destacam-se a presença de: observou-se em corte coronal e axial, imagem ovalada com conteúdo aéreo, contorno liso,
linfadenopatia (80%), nódulos perilinfáticos (48%) com predomínio médio-superior (60%) e parcialmente lobulado, anterior à traqueia, num plano ao nível de D1 e D2, medindo cerca de
fibrose pulmonar (42%). Dos achados funcionais, notou-se: presença de distúrbio ventilatório 2,71x1,50x1,60 cm, compatível com DV de traqueia. Discussão: O DV traqueal costuma ser
em 55%. Desses, 31% restritivos, 39% obstrutivos e 9% mistos. 25% apresentou redução de detectado acidentalmente por métodos de imagens e é caracterizado por uma ou múltiplas
capacidade de difusão pulmonar ao monóxido de carbono. Conclusão: Os achados coinci- coleções de ar na área paratraqueal, revestidos por epitélio colunar ciliado. Sua incidência é
dem com dados encontrados na literatura em relação as características demográficas como de 2,4%. Os divertículos traqueais geralmente estão localizados na região póstero-lateral da
predomínio em pacientes não tabagistas, de meia-idade e do sexo feminino. Em relação aos traqueia (97,1%), raramente localizam-se no lado esquerdo ou parte anterior. São divididos
aspectos tomográficos, há uma correlação parcial, uma vez que o mais comum é a presen- em dois subgrupos: congênito e adquirido. DV traqueal infectado pode levar a abcesso para-
ça de linfadenopatia, nódulos perilinfáticos e predomínio nos lobos superiores. No entanto, traqueal, empiema ou abscesso subfrênico. O tratamento pode ser cirúrgico, endoscópico por
quase metade dos pacientes apresentavam achados compatíveis com fibrose pulmonar no cauterização ou conservador. Intervenções não são necessárias em pacientes assintomáticos.
momento do diagnóstico. Isso talvez se deva ao fato da demora em conseguir atendimen- A TC multidetector é o melhor método de imagem para demonstrar o DV traqueal e os acha-
to médico. Em relação ao aspecto funcional, há uma divergência com a literatura. Apesar dos característicos incluem saculações de parede fina contendo ar em seu interior na área pa-
do mais comum ser espirometria dentro da normalidade, em nossa amostra a maioria dos ratraqueal com ou sem comunicação para o lúmen traqueal. Relatamos o caso de um paciente
pacientes apresentava alguma alteração. O distúrbio mais encontrado foi o obstrutivo. Essa com aumento de volume na região cervical e sem sintomatologia respiratória. A opção por
divergência pode ser explicada pois no nosso estudo foram avaliados apenas pacientes que tratamento conservador foi a escolha terapêutica, justificada pela ausência de sintomas e ida-
foram submetidos a espirometria no momento do diagnóstico. Talvez a maior prevalecia de de do paciente. O presente estudo exemplifica uma condição rara de DV anterior de traqueia,
exames alterados em relação ao relatado na literatura se deva ao fato dos pacientes que não provavelmente do subtipo adquirido, que deve ser lembrado no espectro de apresentações
fizeram espirometria apresentassem doença menos extensa na TC ou fossem assintomáticos clínicas cervicais, torácicas e respiratórias. O paciente segue em acompanhamento clínico.
no momento do diagnóstico. Palavras-chave: divertículo traqueal doenças traqueais cisto paratraqueal
Palavras-chave: Sarcoidose Epidemiologia Achados clínico-tomográficos

53
LESÃO EXPANSIVA NO ÁPICE PULMONAR: NEM SEMPRE É PANCOAST! PET-TC COM LESÕES HIPERMETABÓLICAS DIFUSAS EM PACIENTE ONCOLÓGICO: DIAG-
Juliana Garcia Alves da Trindade; Pedro Luccas Silva de Sousa; Gustavo Scatamburlo Batista; NÓSTICO DIFERENCIAL
Ricardo Antônio Zatti; Bárbara Toledo Barros; Beatriz Bernardino Gomes Silva; Carolina dos Ana Beatriz Lima Resende1; Guilherme Santos Lopes1; Marina Dornfeld Cunha Castro2; Ana
Santos Mendes de Oliveira; Guilherme Vianna Rosseto; Cristina Asvolinsque Pantaleão Fontes; Carolina Lima Resende2; Caroline Mielli Auricchio1; Arthur Calil Canfur1; 1. Universidade Ci-
Alair Augusto S.M.D. dos Santos; Universidade Federal Fluminense. dade de São Paulo; 2. Universidade Federal de São Paulo.
Os tumores neurogênicos são encontrados mais comumente no mediastino posterior, na re- INTRODUÇÃO: A sarcoidose é uma doença granulomatosa sistêmica de etiologia desconhe-
gião paravertebral, e muitas vezes identifica-se sua relação com o forame neural nos exames cida que frequentemente acomete pulmões e linfonodos. Pacientes oncológicos possuem
por imagem como Tomografia Computadorizada (TC) ou Ressonância Magnética (RM). As elevado risco de desenvolverem sarcoidose e reação sarcoide, podendo mimetizar progressão
lesões podem ser originárias do nervo periférico, benignas (neurofibroma e schwannoma) do câncer. A distinção entre doença granulomatosa e malignidade pode ser desafiadora. A
ou malignas (neurofibrossarcoma), ou do gânglio simpático (ganglioneuroma, ganglioneu- tomografia computadorizada por emissão de pósitrons (PET-CT) pode ser uma ferramenta
roblastoma e neuroblastoma). As lesões benignas são mais comumente caracterizadas como útil para avaliar a extensão do acometimento e auxiliar na diferenciação de lesões hipermeta-
massas esféricas ou lobuladas, com realce pelo contraste tanto na TC ou RM, homogêneas, bólicas, porém o diagnóstico final é histológico. RELATO: Sexo feminino, 51 anos, com fadiga,
sendo exceção o neuroblastoma, que pode ser mais heterogêneo, inclusive com calcificações. dispneia aos grandes esforços, mialgia e artralgia generalizadas, e perda de 15 kg em 6 me-
Já as lesões malignas tendem a ser de maiores dimensões, mais irregulares e heterogêneas, ses. Antecedente de adenocarcinoma de cólon, com colectomia direita há 5 anos e trombose
e com sinais de extensão ao canal medular e vértebras torácicas (1). Apresentamos caso clí- portal com hiperesplenismo. Exame físico: hipocorada, eupneica, SpO2 98%, adenopatia cer-
nico de paciente com dor no braço e base do pescoço a direita, sendo indicado RX de tórax vical e esplenomegalia. Tomografia computadorizada (TC) de tórax: adenopatia mediastinal
que evidenciou lesão no ápice direito. Encaminhada para nosso hospital. na investigação a e hilar, nódulos perilinfáticos e espessamento septal com predomínio em campos superiores
TC mostrou a lesão expansiva na goteira parietal direita com extensão foraminal em D2- D3 e e médios. Submetida à PET-CT com hipótese de recidiva tumoral, a qual evidenciou captação
intrarraquiana nestes níveis, com leve compressão da medula, e também discreta compressão difusa (pulmonar, ganglionar, hepática, esplênica, medular, muscular e de partes moles). À
da traqueia para esquerda, sem outras alterações significativas pulmonares ou mediastinais, biópsia excisional de tecido cervical: inflamação crônica granulomatosa não necrotizante,
ou lesões ósseas. Foi realizada biópsia com diagnóstico histopatológico de tumor neurogênico pesquisa de BAAR e fungos negativa. Realizado o diagnóstico de sarcoidose pulmonar estadio
(neurofibroma). A paciente segue em acompanhamento, e recusou a cirurgia. Na última TC II e multissistêmica. Introduzida corticoterapia sistêmica, com melhora clínica e tomográfica
realizada observou-se aumento das dimensões da lesão. Os tumores do mediastino repre- e resolução total da captação à PET-CT após 18 meses de seguimento. DISCUSSÃO: Doença
sentam uma grande variedade de neoplasias de origem tecidual diversa e têm em comum granulomatosa pode ocorrer no curso de neoplasias sólidas ou hematológicas. Reação sarcoi-
o fato de ocorrerem em determinados compartimentos do tórax (2,3). Caracteristicamente, de refere-se ao desenvolvimento de granulomas em pacientes que não preenchem critérios
cada tumor ou cisto do mediastino tem predileção por um determinado local do mediastino, de sarcoidose sistêmica, ocorrendo em linfonodos de drenagem do tumor, estroma, órgão de
em função das estruturas ali contidas, portanto o estudo da anatomia do mediastino é impor- origem do tumor ou tecidos à distância, antes, durante ou após o diagnóstico do câncer. Em
tante para o entendimento clínico e patológico dos tumores que ali ocorrem (3). As principais pacientes oncológicos, reação sarcoide e sarcoidose podem ser de difícil diferenciação de reci-
etiologias de massas do mediastino posterior são, quase exclusivamente, representadas pelos diva tumoral ou metástase, sendo a PET-CT uma ferramenta para estadiamento, guiar locais
tumores neurogênicos. As manifestações clínicas das massas mediastinais vão desde ausên- de biópsia e acompanhar resposta terapêutica. A avaliação histopatológica é mandatória para
cia de sinais e sintomas, sintomas de compressão e invasão de estruturas adjacentes. o diagnóstico final, a fim de evitar tratamento oncológico injustificado.
Palavras-chave: tumor do mediastino posterior tumor no ápice do pulmão tumor neuro- Palavras-chave: PET-CT sarcoidose lesões hipermetabólicas reação sarcoide
gênico TC

OSSIFICAÇÃO PULMONAR DENDRIFORME: RELATO DE CASO SARCOIDOSE COM ACOMETIMENTO LINFONODAL INTRATORÁCICO E INTRA-ABDOMINAL
Mayte Côrtes Durão; Matheus Madureira Fernandes; Pedro Luccas Silva de Sousa; Ricardo Renata de Freitas Fachada1; Leonardo Fachada de Barros e Azevedo2; Aniello Montuori1;
Antônio Zatti; Bárbara Toledo Barros; Beatriz Bernardino Gomes Silva; Carolina dos Santos Cynthia Cristinne de Carvalho Miranda1; Juliana Lumi Nishimoto Higa1; 1. Faculdade Souza
Mendes de Oliveira; Guilherme Vianna Rosseto; Mary Lucia Bedran Ananias; Cristina Asvolins- Marques; 2. Universidade Federal Fluminense.
que Pantaleão Fontes; Universidade Federal Fluminense. Sarcoidose é uma doença multisistêmica cuja etiologia ainda não está definida, caracterizada
Introdução: A Ossificação Pulmonar Dendriforme (OPD), entidade rara, é caracterizada por por apresentar nas amostras de biópsias a presença de granuloma não caseoso. O sistema TH1
formação óssea metaplásica no parênquima pulmonar. Por vezes há associação com doenças pode estar envolvido. Os sintomas são extremamente variádos. Descreveremos caso compatí-
primárias pulmonares, como pneumonia intersticial ou aspiração crônica de ácido gástrico, vel com Sarcoidose linfonodal de torax e abdome sem lesão pulmonar associada. Homem de
porém os casos também podem ser idiopáticos. Especialmente nestes, a fisiopatologia man- 62 anos, se queixa de distensão abdominal , dor abdominal de pequena intensidade, inespe-
tém-se incerta. As lesões de OPD geralmente são assintomáticas e afetam principalmente cífica,que teve início há 2 meses,sem perda de peso, alteração do ritmo intestinal, anorexia,
homens idosos. Relato de caso: Paciente com história de infecção urinária de repetição e febre ou fadiga. Há 5 anos, após trauma, a tomografia de tórax realizada na emergência
uretrite que evoluiu para estenose de uretra com procedimento cirúrgico. Foram realizadas demonstrou a presença de adenomegalias para hilares bilateralmente, sem lesões de parên-
tomografias computadorizadas (TC) de Tórax, Abdome e Pelve para pré-operatório atual, sen- quima associadas. Na investigação ,a mediastinoscopia com biópsia ganglionar, demonstrou
do evidenciadas calcificações de aspecto dendriforme no parênquima pulmonar esquerdo. presença de granuloma não caseoso, sugestivo de Sarcoidose. Recebeu alta, assintomático e
Discussão: As ossificações pulmonares difusas de modo geral dificilmente são visualizadas não procurou atendimento médico. Exames laboratoriais realizados nessa consulta atual, es-
em radiografia de tórax e seus achados radiológicos, quando visíveis, tendem a ser mascara- tavam dentro da normalidade,inclusive o cálcio sérico. Nas fezes não se encontrou parasitose
dos por doenças pulmonares subjacentes e interpretadas como cicatrizes, fibrose e/ou bron- e a pesquisa de sangue oculto foi negativa.Ressonância Magnética de Abdome demostrou
quiectasias. A TC de tórax acaba sendo melhor exame de imagem para caracterização dessas imagem lobulada com limites parcialmente definidos, hipocaptante de contrastem T1 e T2,
lesões. O diagnóstico também pode ser firmado por broncoscopia com biópsia pulmonar ou, situada entre a veia cava inferior, flexura hepática do cólon e cabeça do pâncreas, medin-
muitas vezes, pode ser achado incidental em autópsias. Os achados radiológicos na TC de tó- do 4,9x2,5 correspondendo a adenomegalia. Notava-se outra imagem semelhante em hilo
rax marcantes de OPD são nódulos de 1 a 5 mm de diâmetro na periferia intersticial, formando hepático.Não havia lesões em fígado, baço ou demais orgãos. Ecoendoscopia digestiva con-
linhas contíguas de nódulos que conectam lóbulos, além de calcificações de múltiplas densi- firmou as adenomegalias intra-abdominais e as biópsias foram compatíveis com granuloma
dades que são melhor visualizadas em janela mediastinal. Apesar da raridade, OPD deve ser sem necrose caseosa e negativas para neoplasias, fungos e tuberculose .Tomografia de torax
um diagnóstico diferencial em patologias difusas do parênquima pulmonar. demostrou adenomegalias para hilares bilateralmente sem calcificaçoes, com parenquima
Palavras-chave: ossificação pulmonar calcificação pulmonar dendrítica parênquima pul- pulmonar íntegro. Por apresentar tres critérios maiores como: clinica compatível, imagem
monar TC radiológica e biopsias com granuloma sem necrose, na ausencia de outras possibilidades , é
a Sarcoidose em sua na forma crônica o diagnóstico final. A ecoendoscopia realizada ambu-
latorialmente foi fundamental na confirmação diagnóstica , confirmando sua importancia e
segurança no arsenal dianóstico. Esse acometimento em cadeias ganglionares de tórax e do
abdome sem alterações de parenquima pulmonar , é bastante incomum na prática clinica e
deve ser lembrado na investigação de adenomegalias generalizas.
Palavras-chave: sarcoidose adenomegalias intra-abdominal adenomegalia intra toracica

54
INFECÇÕES RESPIRATÓRIAS
SARCOIDOSE: UM DIAGNÓSTICO DESAFIADOR ABSCESSO PULMONAR EM TOPOGRAFIA ATÍPICA
Beatriz Bernardino Gomes Silva; Barbara Toledo Barros; Juliana Garcia Alves da Trindade; Mar- Cristina Asvolinsque Pantaleão Fontes; Mary Lucia Bedran Ananias; Beatriz Bernardino Gomes
cia Maria Sales; Levi Brito Siebra de Oliveira; Lívia Muniz Mothé; Marly Margareth Sagbini Silva; Juliana Garcia Alves da Trindade; Aryanne Guimarães Ferreira; Gabriel Ângelo Vascon-
Guerrero; João Gabriel do Valle Garrot; Lucas Alves da Silva Rezende; Cristina Asvolinsque celos Sterchile; Nathalia Diirr Travaglia; Barbara Toledo Barros; João Gabriel do Valle Garrot;
Pantaleão Fontes; Universidade Federal Fluminense. Lucas Alves da Silva Rezende; Universidade Federal Fluminense.
A sarcoidose é uma doença inflamatória multissistêmica de etiologia desconhecida que pode A aspiração de secreção da orofaringe persiste como a causa mais frequente da pneumonia
cursar de forma aguda ou crônica. Na literatura sugere-se a exposição ambiental relacionada aspirativa, e do abscesso pulmonar primário, sendo os segmentos mais acometidos o poste-
ao desenvolvimento da doença. Alguns exemplos são: exposição a inseticidas, uso domiciliar rior do LSD e segmento superior do LID ou E, se o paciente estiver em posição supina durante
de ar condicionado e trabalhar na indústria automobilística. O pulmão é o órgão mais frequen- o evento de aspiração pois são os segmentos pulmonares dependentes de gravidade; como
temente acometido, presente em até 90% dos pacientes. O acometimento pulmonar tende a também segmentos basais dos LLII, notadamente do LID, caso o paciente esteja com a ca-
ser bilateral e assimétrico, com predomínio nos lobos superiores. A doença afeta diversas ida- beceira mais elevada ou mesmo de pé. Geralmente as lesões pulmonares infecciosas tem o
des e grupos étnicos, predominando em mulheres e na faixa etária de 20 a 39 anos. No Brasil, seu estudo por imagem inicial com Raios X de tórax (RX), e a Tomografia Computadorizada
a incidência da enfermidade é estimada em 10/100.000 habitantes. O objetivo deste estudo de tórax (TC) será indicada em casos duvidosos e também em pacientes imunodeprimidos e
é apresentar os achados típicos da sarcoidose pulmonar na tomografia computadorizada do oncológicos. Apresentamos caso clínico de paciente com sequela neurológica decorrente de
tórax (TC). Foi realizada uma revisão literária da fisiopatologia da sarcoidose pulmonar. O pa- acidente vascular encefálico hemorrágico, com quadro demencial, com gastrostomia, traque-
drão nodular é o achado típico mais frequente na sarcoidose pulmonar, os nódulos costumam ostomia em ar ambiente, que evoluiu com febre diária e aumento de secreção na traqueosto-
ser pequenos com uma distribuição perilinfática, apresentam também o envolvimento dos mia, tendo diagnóstico clínico de pneumonia bronco aspirativa. O RX foi inexpressivo, preju-
feixes peribroncovasculares, septos interlobulares, regiões centrolobulares subpleurais e ao dicado pela postura do paciente pela sequela neurológica, sendo os achados da imagem na TC
longo das fissuras. Nódulos cavitados, que se assemelham à neoplasias, são encontrados em característicos de abscesso no segmento anterior do LSE. O paciente apresentou boa resposta
15% a 25% dos casos. O padrão de opacidades em vidro fosco dispersas bilateralmente po- ao tratamento clínico, e em um exame de seguimento a TC mostrou acentuada redução das
dem ser observados em 14% a 83% dos casos, podendo estar isolado ou associado a sinais de dimensões do abscesso, e resolução das demais lesões pulmonares adjacentes. A pneumonia
fibrose pulmonar. Opacidades parenquimatosas são menos frequentes, apresentam margens aspirativa está associada a maior mortalidade do que outras formas de pneumonia adquirida
irregulares e se localizam ao longo dos feixes peribroncovasculares ou na periferia pulmonar. na comunidade (29,4% contra 11,6%), um achado que implica maior vigilância em relação à
As anormalidades parenquimatosas podem evoluir para fibrose. As opacidades reticulares identificação de fatores de risco e precocidade no diagnóstico. O RX mantém sua importância
resultam de uma combinação de espessamento dos septos interlobulares e do interstício em demonstrar a lesão pulmonar, tecer possibilidades diagnósticas, e pelas características da
intralobular. O aprisionamento aéreo na expiração pode ser encontrado devido à presença imagem do exame afastar outras etiologias. Para auxiliar no diagnóstico, utiliza-se a TC, que
de granulomas peribrônquicos ou submucosos, levando à oclusão das pequenas vias aéreas. tem melhor definição dos achados na imagem, sendo particularmente útil naquelas cavida-
É possível concluir que a TC, utilizando a técnica de alta resolução, é o método de imagem des não bem delineadas pelo RX ou principalmente quando se suspeita de uma lesão tumo-
com maior sensibilidade e especificidade no diagnóstico da sarcoidose pulmonar, ajudando a ral neoplásica maligna, ou existe também uma coleção pleural associada. A imagem mais
diferenciar achados de lesões em atividade de lesões em estágio avançado. característica do abscesso pulmonar no RX é a de uma lesão arredondada, em geral única,
Palavras-chave: sarcoidose pulmonar tomografia computadorizada TC do tórax com alta de paredes regulares, podendo apresentar septações, com nível líquido, e de localização nos
resolução segmentos pulmonares posteriores, achados que correspondem a cerca de 75% dos casos.
Palavras-chave: abscesso pulmonar pneumonia aspirativa bronco aspiração exames por
imagem

SÍNDROME DA CIMITARRA DIAGNOSTICADA EM PACIENTE JOVEM ANÁLISE DAS INTERNAÇÕES E ÓBITOS DECORRENTES DE PNEUMONIA NO PARÁ DE
Lucas Alves da Silva Rezende; Barbara Toledo Barros; Beatriz Bernardino Gomes Silva; Juliana 2010 A 2019
Garcia Alves da Trindade; Alair Augusto S.M.D. dos Santos; Maria Auxiliadora Nogueira Saad; Fernando Maia Coutinho; Vanessa de Oliveira Freitas; Manoela Oliveira do Nascimento; Nicole
João Gabriel do Valle Garrot; João Carlos Sarmento Santos; Levi Brito Siebra de Oliveira; Cristi- Morais Dillon; Gustavo Soares de Marchi; Diego Moraes Neves; Pedro Henrique Silveira de
na Asvolinsque Pantaleão Fontes; Universidade Federal Fluminense. Sousa; Universidade Federal do Pará (UFPA).
Introdução: Em situações fisiológicas, a drenagem venosa dos pulmões não possui relação INTRODUÇÃO: A pneumonia (PNM) é uma infecção do parênquima pulmonar, categorizada,
com o coração direito, pois todo fluxo venoso é encaminhado ao coração esquerdo através das segundo local de infecção, em pneumonia hospitalar (PH) e pneumonia adquirida na comu-
veias pulmonares. A síndrome da cimitarra configura uma entidade rara caracterizada pela nidade (PAC), sendo esta última uma das causas principais de óbito no mundo, atrelado a con-
anomalia da drenagem venosa, especificamente do pulmão direito, que através de um vaso dições socioeconômicas de ambientes com superlotação para sua transmissão. OBJETIVO:
anômalo drena o fluxo para o coração direito, geralmente por intermédio da veia cava infe- Analisar epidemiologicamente as internações e óbitos decorrentes de PNM no Pará, durante
rior. Alguns achados também bastante típicos da síndrome são hipoplasia do pulmão direito, o período de 2010 a 2019. METODOLOGIA: Trata-se de um estudo transversal descritivo, que
dextrocardia (em decorrência da própria hipoplasia pulmonar), anormalidades da árvore brô- tem como base os dados presentes no Sistema de Informações Hospitalar(SIH/SUS) entre os
nquica e suprimento arterial sistêmico para o pulmão direito, geralmente originado da aorta. anos de 2010 e 2019, associado a uma análise comparativa de literatura das bases Scielo,
A severidade da apresentação desses quadros é bastante variável. Não é incomum que, nos PUBMED e Medline. Foram avaliados os seguintes parâmetros: sexo, faixa etária, cor/etnia e
pacientes portadores dessa síndrome, estejam presentes outras anomalias cardíacas congê- regime de atendimento. RESULTADOS: Entre os anos de 2010 a 2019 foram registrados 331.
nitas, como defeitos septais, ducto arterioso persistente, coarctação da aorta e tetralogia de 261 internações por Pneumonia no Pará, com uma predominância nas seguintes caracterís-
Fallot. Com relação à apresentação clínica, ela geralmente é bastante pobre: o paciente pode ticas: de forma discreta no sexo e cor/etnia, para os pacientes masculinos (52,13%) e pardos
ser assintomático e, quando sintomático, os sintomas mais frequentes são dispneia, fadiga e (49,86%), respectivamente, e um valor majoritário de hospitalizações por caráter de urgên-
pneumonias de repetição. Objetivos e Métodos: Apresentar radiografia (RX) e tomografia cia, representando 98,96% do total. Em relação aos óbitos foi observado 10.895 notificações,
computadorizadado do tórax (TC) de paciente de 13 anos, em que foram identificas achados com um destaque para os registros na população parda, registrando cerca de 47% do total
típicos da síndrome da cimitarra. Método: O raciocínio diagnóstico partiu da identificação supracitado. Por fim, ao analisar as hospitalizações e mortes por faixa etária, evidencia-se
de dextrocardia e de imagem alongada radiopaco de formato curvo no hemitórax direito, um contraste no impacto de tais características para o mesmo parâmetro, pois, enquanto
próximo à silhueta cardíaca, sugestiva do achado desta síndrome. A partir desses achados, indivíduos entre 1 e 4 anos apresentaram um maior número de internações (n=90.487), tal
foi solicitada TC que identificou a drenagem venosa pulmonar direita por um vaso anômalo, valor não se refletiu na preponderância de óbitos nesta faixa etária (n=326), sendo a idade
calibroso, que se comunicava com a veia cava inferior. A TC revelou, também, uma importante superior a 80 anos responsável por esse fato, com 3.134 registros.CONCLUSÃO: Conclui-se
hipoplasia pulmonar. Resultados e conclusões: A celeridade no diagnóstico da síndrome que a PNM afeta de forma significativa a população paraense, evidenciando a necessidade
da cimitarra é um importante fator determinante do prognóstico do paciente que, na ausên- do aprimoramente da atenção primária e secundária para rastreio e acompanhamento dos
cia de terapia adequada, pode evoluir com hipertensão pulmonar e, em um cenário trágico, indivíduos para casos de infecção de PNM, evitando internações em carater de urgência, e
com falência cardíaca congestiva. Nesse sentido, a interpretação inadequada dos achados a redução da taxa de mortalidade em pessoas com idade superior a 80 anos, possivelmente
radiológicos pode incorrer no atraso da terapia ou, no pior caso, determinar o início de uma atrelada a um estado imunológico mais debilitado. Por fim, o impacto de óbitos em indivídu-
terapia inadequada. os pardos indica um cenário em que piores condições socioeconômicas afetam diretamente
Palavras-chave: síndrome da cimitarra anomalia da drenagem venosa tomografia compu- as condições de saúde deste grupo, marginalizado historicamente.
tadorizada raios X do tórax Palavras-chave: Pneumonia Hospitalização Morte Epidemiologia

55
ANÁLISE DO PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DA PARACOCCIDIOIDOMICOSE ENTRE OS ANOS CONEXÃO DE FIBRA: GRUPOS TERAPÊUTICOS COM PACIENTES QUE CONVIVEM COM
DE 2015 A 2018 NO BRASIL FIBROSE CÍSTICA
Castro, GS1; Nunes, VHC1; Cunha, LL1; Vicentini, MM1; Vieira, LK1; Aleixo, CA2; Pereira, P3; Souza, HMA; Impagliazzo, SP; Ferreira, AMS; Johnson, MG; Firmida, MC; UERJ.
Sartor, LA4; Magalhaes, JVS4; Franco, DCZ1; 1. Centro Universitário Presidente Antônio Carlos; Introdução O “Conexão de Fibra” é uma das estratégias de cuidado que compõem o CONFI-
2. Faculdade de Minas; 3. Universidade Federal de Lavras; 4. Universidade José do Rosário BRA – projeto de cuidado integral à pessoa que convive com Fibrose Cística (FC), realizado
Vellano. pelo Centro de Referência de Tratamento de Adultos com Fibrose Cística da Policlínica Piquet
Introdução: Paracoccidioidomicose é uma micose sistêmica cuja etiologia são os fungos Carneiro da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. A FC é uma doença genética, sistê-
dimórficos Paracoccidioides brasiliensis e P. lutzii, sendo restrita à América Latina. No Brasil, mica e progressiva, onde a implementação satisfatória do tratamento exige que o paciente
é considerada como principal micose sistêmica, prevalecendo nas regiões Sul, Sudeste e Cen- se responsabilize e se implique nas práticas de cuidado. Uma das peculiaridades da doença
tro-Oeste pela sua relação com as atividades agrícolas. A doença é adquirida pela inalação de são as diferentes colonizações de bactérias, tornando inviável o contato entre pacientes com
propágulos do fungo, tem evolução insidiosa produzindo sequelas graves. Na forma crônica, colonizações diferentes. A relação entre doença médica e perturbação psicológica são con-
acomete pulmões, linfonodos, pele e mucosas, e pode causar o óbito. É importante o conhe- sequências comuns do adoecimento, prejudicando a qualidade de vida e inflando o impacto
cimento da patologia, pois tem relação com custos sociais e econômicos, principalmente por negativo do diagnóstico. Em prol de oferecer um suporte de qualidade foi implementado o
acometer indivíduos em fase produtiva da vida. Objetivos: Analisar o número de óbitos pela projeto “Conexão de Fibra”, grupo de apoio com o formato de roda de conversa virtual, propi-
enfermidade entre os anos de 2015 a 2018 no Brasil, avaliando a evolução da doença em ciando o convívio em grupo e troca entre a comunidade. Objetivos Construir um espaço de
regiões do país, comparando os números entre si. Métodos: Estudo retrospectivo utilizando acolhimento para as dúvidas, angústias e dificuldades. Elaboração da relação paciente-do-
DATASUS e Scielo. A partir do descritor “Paracoccidioidomicose” foram recuperados artigos ença a partir da troca de experiências. Incentivar a socialização. Oferecer apoio psicossocial.
publicados entre 2015 e 2020 nos idiomas inglês e português. Foram excluídos os estudos que Facilitar o processo de adesão. Método Para a realização do projeto, foi criado um grupo por
não retrataram investigações realizadas no Brasil. Foram investigadas as taxas de incidência meio de um aplicativo de mensagens onde através da interação entre os pacientes é escolhido
e mortalidade por região, além de fatores de risco associadas às regiões com maior núme- o tema para o encontro mensal por videochamada. As rodas de conversa são mediadas pela
ro de casos. Resultados: A incidência da paracoccidioidomicose no Brasil é estimada em equipe de saúde mental que integra o CONFIBRA, podendo haver convidados que agreguem
0,002%. Entre os anos analisados, o número de mortes pela enfermidade no país variou entre ao tema. Resultados A construção do senso de comunidade, unidade, inclusão e identifica-
67 (2018) a 78 (2015). Os dados mostraram diminuição desse índice anual, demonstrando ção pelos pacientes. O apoio e troca horizontalizada de informações e técnicas de manejo da
eficácia nas medidas de manejo dos pacientes sugeridas pelo governo federal e adotadas por doença propostas por aqueles que a vivem. Todos esses sendo critérios importantes para a
profissionais da saúde. O destaque foi a região Sudeste, que reduziu o número de óbitos pela qualidade de vida do paciente. Conclusão É possível observar a participação dos pacientes
doença em 2017, mantendo-o em 2018 (32 óbitos). Por outro lado, no Centro-Oeste houve em cada passo do projeto, resultando numa implicação, promovendo independência ao es-
diminuição dos óbitos de 2015 (12 óbitos) até 2017 (7 óbitos), mas aumento no ano de 2018 timular decisões. Os benefícios oferecidos e construídos pelos pacientes são ferramentas de
(11 óbitos). A causa desse aumento pode ser reflexo do despreparo no reconhecimento da do- adesão importantes de serem mantidas, indicando a necessidade da continuidade do projeto.
ença em tempo hábil para tratá-la. Conclusão: Através da análise dos dados e dos fatores de Palavras-chave: Fibrose Cística Grupo Terapêutico Adesão ao tratamento Qualidade de vida
risco inerentes à doença, pode-se inferir que a principal medida e com maior índice de acerto
é a de tratar os pacientes acometidos pela moléstia de forma correta e precoce, impedindo a
evolução clínica da doença e suas complicações, visto que não existe vacina específica para
prevenção da paracoccidioidomicose.
Palavras-chave: Micose Fungoide Sinais e Sintomas Políticas Públicas de Saúde

ASPERGILOSE PERICÁRDICA: RELATO DE CASO DE UMA APRESENTAÇÃO ATÍPICA DERRAME PARAPNEUMÔNICO COMO COMPLICAÇÃO A PNEUMONIA COMUNITÁRIA NA
Luiza Gondim Toledo; Jessica Zandomênico de Souza; Márcio Generoso Freires; Fábio Kunita de INFÂNCIA: RELATO DE CASO
Amorim; Michelle Cailleaux Cezar; Domenico Capone; Luiz Paulo Pinheiro Loivos; Fernanda Oli- Ana Maria Esteves Cascabulho; Amanda Aparecida Matos Souza Ferraz; Amanda Teixeira
veira Baptista da Silva; Marcos de Carvalho Bethlem; Maria da Gloria Carvalho Barreiros; UFRJ. Muruci; Ana Paula Machado Frizzo; Fernanda Nogueira Silva; Mário Augusto Silva Ferreira;
INTRODUÇÃO. Manifestações da Aspergilose pulmonar incluem: aspergiloma, cavitária Tatiana Vargas Queiroz Verdan; Raíssa de Oliveira Amorim; Rebeca dos Santos Veiga do Carmo;
crônica, semi-invasiva e invasiva¹. Imunossupressão é associada à forma invasiva² e pode Sarah Verdan Moreira; Hospital Sao Jose do Avai.
acometer outros órgãos. Aspergilose cardíaca com envolvimento isolado do pericárdico é Introdução: Pneumonia comunitária (PAC) é a principal causa de mortalidade em crianças
rara3. RELATO DE CASO. Mulher, 46 anos, portadora de Lúpus Eritematoso Sistêmico, usa- menores de cinco anos nos países em desenvolvimento,2 suas complicações representam
va hidroxicloroquina, micofenolato de mofetila e prednisona 10mg/dia. Admitida após 01 importantes causas de morbidade e mortalidade, sendo a PAC complicada àquela que mes-
mês de quadro de anorexia, perda ponderal, fadiga, tosse, dor pleurítica à esquerda e febre mo em uso de antibioticoterapia, evolui com complicações, como derrame parapneumônico
vespertina. Ao exame: estável hemodinamicamente, hipocorada, eupnéica, ausculta pul- (DPP).3 Relato de caso: E.D.V., masculino, 1 ano e 2 meses, admitido na Unidade Terapia
monar normal, sopro sistólico 3+/6+ em foco tricúspide. Laboratório: anemia, VHS 68mm/ Intensiva (UTI) Pediátrica, para continuidade do tratamento de PAC complicada e presença
hora, PCR 189,1mg/L, piúria, urocultura com isolamento de Klebsiella Sp. Iniciado antibiótico de DPP. Paciente iniciou quadro 4 dias antecedentes a admissão: febre persistente, gemência,
para infecção urinária. Tomografia de Tórax (TCT): espessamento e coleção em pericárdio (as- desconforto respiratório e recusa alimentar. Diante da piora progressiva do quadro, incluindo
pecto crônico) com compressão do átrio direito. Ecocardiograma transtorácico: pericárdio do taquidispnéia e retração subcostal, o serviço de terapia intensivo foi indicado. Apresentava
ventrículo direito espessado, com massa heterogênea (3,37X6,76cm) e leve derrame, sem ao exame físico, hidratado, hipocorado, acianótico, anictérico, taquipneico e hipotenso. Ao
restrição e função preservada. Evoluiu com tromboembolismo pulmonar segmentar em lobo exame físico do aparelho respiratório: murmúrio vesicular reduzido à direita, presença de
superior esquerdo, AngioTCT mostrou também 3 lesões pericárdicas com necrose central e macicez a percussão em hemitórax direito, estertores finos bilaterais e dispneia. Restante do
micronódulos esparsos periféricos. Escarro induzido negativo para micobactérias. Biópsia exame físico sem alterações. Os exames laboratoriais apresentaram leucocitose com desvio a
da lesão pericárdica anterior: pesquisa para micobacterias negativa e cultura positiva para esquerda. À investigação radiológica torácica: opacidade em hemitórax direito e obliteração
Aspergillus fumigatus. Iniciado Voriconazol. Após 26 dias de tratamento, houve piora clínica. do seio costofrênico à direita. Solicitados hemocultura e análise liquido pleural, não retardan-
Nova TCT: vidro fosco difuso, reticulação intralobular, espessamento interlobular com esboço do o início da antibioticoterapia de amplo espectro com vancomicina e ceftriaxone. Prescri-
de halo invertido, nódulos confluentes, consolidações e derrame pleural bilateral. Apresen- tos cuidados intensivos rigorosos, incluindo suporte ventilatório não invasivo. Submetido à
tou complicação infecciosa bacteriana, insuficiência renal dialítica, hipoxemia e evoluiu para toracostomia à direita e drenagem em selo d’agua, com posterior aplicação do fibrinolítico
óbito. DISCUSSÃO. Há relato do envolvimento pericárdico por Aspergillus sp. diagnosticado alteplase intrapleural. Nos dias subsequentes, paciente apresentou quadro de hipotensão, hi-
acidentalmente em cirurgia cardíaca no paciente usuário crônico de corticóide por doença potermia e oligúria, sendo necessária expansão volêmica, com estabilização hemodinâmica.
autoimune4. Há descrição com maior freqüência de massas fúngicas intravasculares na As- A evolução foi favorável, com alta médica após 23 dias de hospitalização, encaminhamento
pergilose disseminada5, que no espaço pericárdico. “Massas pericárdicas” também sugerem ao pediatra ambulatorial e prescrição de fisiote rapia motora e respiratória. Discussão: O DPP
neoplasia, mas o agravamento rápido do quadro e o acometimento pulmonar posterior suge- deve ser investigado diante da suspeita de uma pneumonia bacteriana. A antibioticoterapia
riam infecção. Aspergilose invasiva é grave e pode ter rápida disseminação se diagnóstico for de amplo espectro foi administrada, sendo ainda realizado toracostomia com drenagem to-
tardio, ainda mais em apresentações raras como no pericárdio. rácica e abordagem química do DPP com fibrinolítico. O presente relato, reforça a importância
Palavras-chave: Aspergilose Aspergilose pericárdica Infecções respiratórias dos protocolos propostos ao caso, com tratamento dirigido a fase evolutiva da doença em que
o paciente se encontra.
Palavras-chave: Pneumonia Comunitária na Infância Derrame Parapneumônico Tratamento
Derrame Pleural

56
HISTOPLASMOSE COMO CAUSA DE SINTOMAS RESPIRATÓRIOS E ACHADOS DE IMAGEM MICOSE PULMONAR: UM DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL EM NÓDULOS PULMONARES ESCAVADOS
EM PACIENTE COM NEOPLASIA DA MAMA ASSOCIADA A MÚLTIPLAS METÁSTASES Rafaela Clara Resende da Silva (Silva RCR)2; Silmara Machado (Machado S)3; Larissa de Al-
Barcellos, MMR; Monteiro, AOR; Macaciel, MS; Azevedo, KO; Luvizotto, PHM; Costa, JRS; Mora- meida Sales (Sales LA)1; Cláudia Caroline Soares Oliveira de Carvalho (Carvalho CCSOC)3; 1.
es, RFS; Massahud, FC; Cardoso, TCS; Oliveira, ACP; Universidade Federal Fluminense. Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde de Juiz de Fora – Suprema; 2. Hospital e Materni-
O Histoplasma capsulatum pode ser responsável pelo adoecimento de pacientes imunossu- dade Therezinha de Jeses; 3. Hospital e Maternidade Therezinha de Jesus.
primidos, com apresentações clínica e de imagem diversas, inclusive achados semelhantes à Introdução: Micoses são doenças causadas por fungos e têm amplo espectro de apresen-
tuberculose. O câncer de mama é o principal causador de morte por câncer em mulheres no tação clínica, variando desde lesões superficiais (até a epiderme)até infecções graves e dis-
Brasil e pode ser responsável pelo surgimento, dentre outras, de metástase linfonodal no me- seminadas. As micoses pulmonares são causadas por fungos leveduriformes, primariamente
diastino. Paciente feminina, 42 anos, com câncer de mama desde 2017, é atendida na Pneu- patogênicos, habitualmente encontrados no solo. Os indivíduos, ao entrarem em contato com
mologia em julho/20. Há história pregressa de de asma brônquica e estava assintomática estes se contaminam e podem adoecer. Relato de Caso: Paciente JDA, 64 anos, sexo femi-
até há dois meses antes, quando passou a apresentar tosse seca persistente, eventualmente nino, raça branca, residente em JF-MG. Admissão hospitalar para investigação de nódulos
associada a sibilos. No mês de janeiro de 2020 foram descobertas metástases ósseas e em pulmonares escavados encontrados em radiografia de tórax para avaliação de dor em ombro
axila esquerda (E), quando então iniciou ribociclibe, anastrozol e gosserrelina, drogas que não esquerdo. Paciente negava sintomas respiratórios ou sistêmicos. Portadora de cirrose de etio-
justificam os sintomas apresentados pela paciente. Trouxe para primeira consulta PET-CT de logia alcoólica. Tabagista 50 anos-maço, etilista inveterada. Posteriormente realizada tomo-
abril/20 que mostrava, além de lesões sugestivas de implantes neoplásicos nos ossos, fígado grafia computadorizada de tórax, que evidenciou inúmeros nódulos pulmonares escavados,
e axila E, estrias e nódulos no parênquima pulmonar associados a linfonodos calcificados no de paredes espessas e algo irregulares, mais notadamente no seguimento anterior do lobo
hilo E e mediastino. Foi tratada com drogas inalatórias específicas para asma, havendo apenas superior esquerdo. Presença de linfonodomegalias mediastinais e hilares. Realizada broncos-
melhora parcial dos sintomas. Em outubro/20, novo PET-CT evidencia consolidação grosseira, copia sem evidência alterações macroscópicas, apresentando pesquisas em lavado bronco-
nodular, com tênue halo em vidro fosco, justa pleural, no segmento basal posterior do pulmão alveolar: baciloscopia e teste rápido molecular para tuberculose negativos, pesquisa direta
esquerdo, associada a lesões de linfonodos, ossos e fígado descritas como compatíveis com para fungos negativa, tinta da China negativa para fungos e ausência de células atípicas. A
progressão da doença maligna. Apesar dos achados de imagem sugerirem piora da doença paciente foi submetida à segmentectomia pulmonar esquerda , cujo exame histopatológico
neoplásica mediastinal, foi solicitada sorologia para Histoplasmose. O resultado foi positivo demonstrou processo inflamatório granulomatoso com áreas de necrose, pesquisa histoquí-
para Banda M, compatível com a doença fúngica. Houve então acréscimo de itraconazol à mica para fungos demonstrou numerosas estruturas esporuladas, algumas gemulantes, não
prescrição. A paciente evoluiu com melhora clínica expressiva da asma, as lesões mediasti- identificadas pela morfologia apenas, pesquisa histoquímica para BAAR negativa. Estabele-
nais regrediram, exceto por uma, algumas se tornando cálcicas, e a consolidação no pulmão cido o diagnóstico de micose pulmonar, recebeu alta hospitalar em uso de fluconazol. Soro-
esquerdo chegou a aumentar inicialmente, mas já apresenta aspecto de lesão residual. O logias para Paracoccidioidomicose e Histoplasmose negativas. Paciente não trouxe sorologias
caso descrito mostra imagens pulmonares e mediastinais que não nos permitem restringir a para Criptococose. Posteriormente evolui para óbito. Conclusão: O diagnóstico diferencial de
evolução apenas a hipótese diagnóstica de progressão da doença neoplásica como sugerido nódulos pulmonares escavados inclui neoplasias e doenças infecciosas. Nesse caso, a paciente
no PET-CT. A melhora da infecção pulmonar repercutiu favoravelmente nos sintomas da asma não apresentava sintomas respiratórios ou sistêmicos, tinha exame do lavado broncoalveolar
brônquica. No nosso meio, as doenças associadas à imunossupressão, como as infecções fún- sem evidência de células neoplásicas ou microorganismos, sendo a realização da biópsia pul-
gicas, devem ser sempre lembradas. monar necessária para o esclarecimento diagnóstico e início do tratamento.
Palavras-chave: nódulos pulmonares micoses pulmonares incindentaloma diagnóstico
diferencial

HISTOPLASMOSE PULMONAR CRÔNICA: RELATO DE CASO PANORAMA DA BRONQUIECTASIA NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO: UMA ANÁLISE DOS
Rhélrison Bragança Carneiro1; Bruna Eler de Almeida2; Angélica Santos Moraes1; Nathália ÚLTIMOS 12 ANOS
Vitorino Araújo1; Beatriz Dalcolmo de Almeida Leão3; Guilherme Eler de Almeida4; Isabely Cazagrande, GS1; Sousa, MR1; Castro, JCAM1; Marques, MA1; Siqueira, ACF4; Sousa, JAS5;
Pereira Sanches1; Arthur Mendes Valentim1; 1. Centro Universitário UniFACIMED; 2. Centro Júnior, CPS2; Moura, LL3; 1. Universidade de Vassouras; 2. Universidade Federal do Pará; 3.
Universitário UNIFIMCA; 3. Faculdade FAMP; 4. Hospital Regional de Cacoal – HRC. Universidade Federal do Rio de Janeiro; 4. Universidade Federal Fluminense; 5. Universidade
Introdução: A histoplasmose é uma micose sistêmica oportunista causada pelo fungo Paulista.
dimórfico Histoplasma capsulatum que tem afinidade pelo sistema fagocitário-mononucle- Introdução: Bronquiectasia não fibrocística é uma doença crônica e hipersecretiva, cau-
ar. O habitat natural desse patógeno é o solo contendo fezes de aves e morcegos. A exposição sadora de uma dilatação anormal com destruição das vias aéreas, alteração da ventilação
inicial ocorre pela inalação dos conídeos com um período de incubação de 3 a 30 dias. A his- pulmonar, alto risco de colonização bacteriana e comprometimento da qualidade de vida dos
toplasmose pulmonar crônica (HPC) é uma forma clínica rara que acomete principalmente os indivíduos afetados. Era considerada uma “doença órfã” clinicamente incomum e sub-diag-
lobos superiores dos pulmões. Relato do Caso: Paciente do sexo masculino, 51 anos de ida- nosticada, pelo desconhecimento de seus mecanismos fisiopatológicos e etiopatogênicos.
de, operador de máquina, tabagista (100 anos-maço), alcoólatra e portador de hipertensão Atualmente, a ampliação do conhecimento de suas características possibilitou melhorar o
arterial sistêmica. História epidemiológica de exposição a fezes de aves. Queixa-se de odino- atendimento dos pacientes portadores desta, porém o que ainda não é satisfatório. Obje-
fagia e globus faríngeo há seis meses. Refere dispneia (MRC-2), tosse vespertina sem expec- tivo: O objetivo do estudo é analisar a prevalência e o perfil epidemiológico dos pacientes
toração e perda ponderal de 5kg em seis meses. Ao exame físico apresentava-se emagrecido, com bronquiectasia no estado do Rio de Janeiro (RJ). Métodos: Realizou-se uma revisão sis-
SpO2 92%, murmúrios vesiculares reduzidos difusamente com roncos e sibilos inspiratórios temática da literatura em conjunto à coleta descritiva, transversal e observacional dos dados
à direita e sopro holossistólico 2+/6+ em foco mitral. Sorologia negativa para HIV. Tomo- disponíveis no DATASUS- Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS) – de 2008
grafia computadorizada revelou opacidades irregulares com cavitação central, a maior em a 2020, avaliando as internações com valor total de gastos, óbitos e padrão dos portadores.
lobo superior direito e outras nodulares em feixe broncovascular circundadas de opacidades Resultados: No período analisado houve 6.997 internações por Bronquiectasia no Sudeste,
em vidro fosco; linfonodos mediastinais e paratraqueais superiores aumentados; e enfisema sendo 803 no RJ, com gasto de 1.137.520,57 reais. Quanto ao sexo, houve prevalência no
centrolobular e paraseptal. Espirometria com distúrbio ventilatório obstrutivo (DVO). À biop- masculino com 50,1%. Em relação à cor/raça autodeclarada os mais afetados são os casos
sia observou-se processo inflamatório crônico com crescimento fúngico sugestivo de Histo- que não tinham informação, correspondendo a 33,7% dos registros, e em segundo lugar os
plasma capsulatum e negativo para micobactérias. Foi iniciado tratamento com itraconazol brancos com 32,9% dos casos. A faixa etária mais atingida foi de 50 a 59 anos com 18,7% dos
400mg/dia por 30 dias e, após, 200mg/dia por um ano. Sessou tabagismo e encontra-se com casos, com destaque para o caráter de atendimento ligado à urgência médica com 105 casos,
melhora sintomática e ganho de 12kg de massa. Discussão: A HPC é uma manifestação rara de um total de 150 notificações. Houve 31 óbitos por Bronquiectasia nesse período, sendo
que se apresenta por febrícula vespertina, perda ponderal, sudorese noturna, precordialgia 54,8% representado pelo sexo masculino. O intervalo de idade com maior número de óbitos
e tosse com expectoração hemoptóica. Exames de imagem mostram infiltrados intersticiais foi o de 70 a mais de 80 anos, correspondendo a 45,2% das notificações. Conclusão: As bron-
em ápices pulmonares, mais comuns à direita, com fibrocavitações. Dentre os fatores de risco quiectasias não fibrocísticas estão em ascensão na prática médica e na morbidade dos por-
estão tabagismo, idade ≥50 anos e portadores de DVO ou enfisema. Pode evoluir para insufi- tadores, principalmente por ser subdiagnosticada. É necessário o aumento da promoção em
ciência respiratória ou caquexia, sendo fatal em 80% dos casos. O diagnóstico é firmado pelo saúde evitando sua ocorrência, sendo fundamental o esclarecimento da população quanto a
isolamento do fungo no escarro ou material de broncoscopia. O tratamento de escolha é o identificação, seu desenvolvimento e evolução. Incentivos maiores na educação permanente
itraconazol 400mg/dia por 6 a 24 semanas e dose de manutenção de 200mg/dia. dos profissionais da saúde, além da busca por melhores estratégias terapêuticas e pesquisas
Palavras-chave: Histoplasmose Histoplasma capsulatum Micose Sistêmica Micose Pulmo- de novos manejos para a doença.
nar Relato de Caso Palavras-chave: Pneumopatias Bronquiectasia Internações Hospitalaress Epidemiologia

57
PANORAMA DA PNEUMONIA NO RIO DE JANEIRO: UMA ANÁLISE DOS ÚLTIMOS 10 ANOS PNEUMONIA ASPIRATIVA EM PACIENTES IDOSOS: UMA REVISÃO
Sousa, MR1; Cazagrande, GS1; Moura, MMA1; Castro, JCAM1; Netto, BO1; Moura, LL2; 1. Uni- FRANCISCO PEREIRA DE MIRANDA JÚNIOR: Miranda Júnior, FPM; GIOVANA DA ROCHA LEAL
versidade de Vassouras; 2. Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro. DIAS: Dias, GRL; BEATRIZ SOUSA SANTOS: Santos,BS; Silmara Ferreira de Oliveira: Oliveira, SF;
Introdução: Pneumonia é uma doença comum, provocada por penetração de um agente Caio Matheus Feitosa de Oliveira: Oliveira, CMF; CENTRO UNIVERSITARIO UNINOVAFAPI.
infeccioso ou irritante no espaço alveolar, local de ocorrência das trocas gasosas; a maior inci- INTRODUÇÃO: A pneumonia aspirativa refere-se a uma infecção de razão multifatorial
dência ocorre nos extremos de idade. A infecção é 41 vezes maior em pacientes HIV positivos resultante principalmente de um decréscimo dos mecanismos de defesa do organismo. As
que em pacientes de mesma faixa etária HIV negativo. Tem como fator de risco importante o ocorrências de aspirações em pacientes idosos, cursando com graves consequências são res-
tabagismo e está atrelado a ambientes com superlotação. Objetivo: O objetivo do estudo é ponsáveis por até 70% de mortalidade. OBJETIVO: Avaliar as evidências científicas atuais
analisar a prevalência e perfil epidemiológico dos pacientes internados com pneumonia no sobre a pneumonia aspirativa em pacientes idosos. METODOLOGIA: Esta revisão de literatura
Rio de Janeiro (RJ). Métodos: Realizou-se uma revisão sistemática da literatura em conjunto foi realizada por meio de busca online das produções científicas nacionais utilizando as bases
à coleta descritiva, transversal e observacional dos dados disponíveis no DATASUS- Sistema de dados disponíveis no SCIELO, MEDLINE e LILACS. Foram definidos como critérios para a
de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS) – de 2008 a 2018, avaliando as internações seleção da amostra: artigos em português, no período de 2016 a 2020 e que se enquadrassem
com valor total de gastos, óbitos, taxa de mortalidade e padrão dos portadores. Resultados: na temática. Utilizando os descritores “Pneumonia” and “Pneumonia aspirativa” and “Idosos”,
No período analisado houve 84.944 casos de pneumonia no RJ, representando um gasto de e selecionando quanto aos critérios de inclusão foram encontrados 4 artigos científicos que,
81.928.844,40 reais. Quanto ao sexo, é mais prevalente no masculino com 50,3%. Evidencian- após leitura aprofundada, foram utilizados para essa pesquisa. REVISÃO DE LITERATURA:
do faixa etária, vê-se que é maior nos extremos, menor que 1 ano e maior que 80; se tratando A presença de germes patogênicos no material aspirado, pulmões incapazes de resistir aos
de 36,6% dos casos totais. Majoritariamente maior na cor branca com 71% dos casos. Houve germes patogênicos e a presença de comorbidades são fatores preditivos para o desenvolvi-
aumento no número de internações quando se compara 2008 e 2018, sendo 7172 casos em mento de pneumonia aspirativa em idosos. A contaminação do parênquima pulmonar nesses
2008 e 8554 em 2018, fato que pode ser explicado pela quantidade de infecções pelo vírus pacientes, em virtude da inalação dos micro-organismos pela orofaringe, se encontrará mais
da imunodeficiência humana adquirida (HIV) o qual debilita o sistema imune do paciente susceptível a doenças infecciosas em decorrência de diversos fatores funcionais e fisiológicos
além da diminuição da cobertura vacinal da gripe, os quais são fatores diretamente ligados comuns do processo de envelhecimento. Dessa maneira, o diagnóstico precoce com identifi-
a pneumonia. Nesse período, houve 3941 óbitos por pneumonia, os quais afetaram mais as cação destes fatores e a conduta terapêutica correta são necessários para que se tenha uma
mulheres com 59,31% dos casos. Conclusão: A pneumonia é uma infecção respiratória com rápida resolução da doença evoluindo com um bom prognóstico e diminuindo os índices de
alta morbimortalidade e gastos que dependente, na maioria dos casos, dos hábitos sociais e óbitos. CONCLUSÃO: As ocorrências de aspirações em pacientes idosos estão fortemente
qualidade do sistema imune do paciente. Em virtude disso, é fundamental a prevenção pri- associadas a alguns fatores de risco, entre eles a presença de comorbidades e presença de
mária com promoção da saúde realizada através conscientização da população sobre o perigo germes patogênicos no material aspirado. Desta forma, é necessário maiores discussões,
dessa patologia, aproveitando para reforçar a promoção da infecção pelo HIV, muito associa- elaborações de estratégias preventivas e terapêuticas a fim de prevenir o alto número de
do à pneumonia. Além disso, é essencial o investimento na vacinação da gripe, por exemplo, internações e os índices de mortalidade nesses pacientes.
e da conscientização da importância da adesão da população a essa vacinação como meio de Palavras-chave: Pneumonia Pneumonia Aspirativa Idosos
prevenir complicações.
Palavras-chave: Pneumonias Rio de Janeiro Infecções Respiratórias Epidemiologia Interna-
ções Hospitalares

PARACOCCIDIOIDOMICOSE PULMONAR, SUPRA RENAL E CEREBRAL PNEUMONIA BRONCOASPIRATIVA DE PACIENTE EM SITUAÇÃO DE RUA: UM RELATO DE CASO
Barbara Toledo Barros; Beatriz Bernardino Gomes Silva; Juliana Garcia Alves da Trindade; de Paula, RSP; Machado, MHFSS; Jorge, AKB; Pacheco, AFC; Moraes, AP; Lubanco, BM; dos
Gabriel Ângelo Vasconcelos Sterchile; Alair Augusto S.M.D. dos Santos; João Gabriel do Valle Santos, LV; Grillo, MPP; Soares, NF; Rodrigues, NAN;
Garrot; Lucas Alves da Silva Rezende; Maria Auxiliadora Nogueira Saad; Mary Lucia Bedran Universidade Iguaçu.
Ananias; Cristina Asvolinsque Pantaleão Fontes Fontes; Universidade Federal Fluminense. INTRODUÇÃO: Pacientes encontrados sem identificação, em “situação de rua” e em estado de
A paracoccidioidomicose (PCM) uma micose sistêmica endêmica na América Latina, cujo inconsciência é uma realidade muito comum no Brasil. O termo “situação de rua” expressa a
agente etiológico é fungo dimórfico da espécie Paracoccidioides brasiliensis. No Brasil, é a forma como vive o sujeito naquele momento e isso não quer dizer “ausência de casa”. O prin-
terceira maior causa de morte por doença infecciosa crônica e é mais prevalente entre a po- cipal motivo que leva o indivíduo a viver e morar na rua é o vício de drogas e/ou alcoolismo.
pulação adulta masculina das áreas rurais. A infecção pelo P. brasiliensis se dá pela inalação O profissional de saúde deve estar atento aos determinantes sociais, assim como à questão
de conídios atingindo os pulmões, os microconídios iniciam uma reação granulomatosa que, da vulnerabilidade à violência física. A anamnese e a semiologia são instrumentos importan-
habitualmente, cursa de forma subclínica e autolimitada na maioria dos infectados imuno- tes para auxiliar o médico nesse diagnóstico. RELATO DE CASO: Paciente do sexo masculino,
competentes por ficarem em estado latente em lesões fibróticas. Em 2% dos casos, anos identidade desconhecida, encontrado em situação de rua, foi trazido de ambulância do PU,
após a infecção primária, o equilíbrio imunológico é perdido manifestando-se clinicamente inconsciente, sem informações referidas. A equipe do PU relatou crises convulsivas. Paciente
a forma crônica (a forma aguda é rara e juvenil), subdividida em unifocal ou multifocal, po- foi internado na sala vermelha da Unidade de Pronto Atendimento. Apresentou escoriações
dendo atingir a via hematogênica e acometer sítios extrapulmonares. O diagnóstico é dado em membros superiores e inferiores, hematoma no tórax ântero superior direito, com sinais
pelo isolamento do fungo por exame de cultura em espécimes clínicos. Nosso estudo obje- de reabsorção, sinais de etilismo crônico e onicomicose em membros inferiores. Foi submeti-
tiva apresentar os principais aspectos nos exames por imagem de caso clínico de paciente do à ventilação mecânica via tubo orotraqueal, apresentando roncos em base direita, ausculta
acompanhado no nosso hospital, com a manifestação crônica multifocal, com acometimento cardíaca normal com bulhas hipofonéticas. O abdome encontrava-se distendido, residuando
pulmonar, supra renal e cerebral, realizando revisão bibliográfica da PCM e apresentando as à direita com sinais de gastroparesia, peristalse débil e sem vísceromegalia. Evolução na ga-
imagens dos exames de ressonância magnética do crânio e tomografia computadorizada do sometria para sepse. No exame de imagem, identificou-se bronquiectasias e consolidações.
tórax, abdome e pelve. Na TCAR do tórax na PCM os achados são diversos, os mais frequen- Após a internação e realização dos exames, foi constatado quadro de pneumonia broncoas-
tes são opacidades em vidro fosco com aspecto de árvore em brotamento, espessamento pirativa, necessitando de transferência para a UTI, permanecendo intubado enquanto aguar-
peribroncovascular, sinal do “halo invertido”, nódulos centrolobulares e subpleurais, massa, dava vaga no hospital. DISCUSSÃO: Esse quadro clínico é sugestivo de pneumonia bronco-
cavitação e bronquiectasias. Dentre os diagnósticos diferenciais podemos incluir outras do- aspirativa. Houve suspeita de que o paciente tivesse aspirado conteúdo, evoluindo para uma
enças fúngicas, tuberculose, pneumonia bacteriana e doenças neoplásicas malignas. Já na reação inflamatória. Primeiramente, é importante definir pneumonia como uma doença
RM do crânio, o cérebro pode ser invadido pelo fungo em cerca de 10% dos casos, exibe com inflamatória aguda, de causa infecciosa, que acomete espaços aéreos e pode ser causada por
maior frequência lesões parenquimatosa capsulares com bordas hiperintensas e um centro vírus, bactérias ou fungos. Classificamos como PAC – Pneumonia Adquirida na Comunidade
necrótico que representam abcessos cujo aspecto radiológico assemelha-se ao de abcessos a doença adquirida fora do ambiente hospitalar ou de unidades especiais de atenção à saúde
piogênicos, e um pequeno percentual pode apresentar uma forma mista, em associação a ou naqueles casos em que o paciente manifestou a clínica em no máximo 48 horas após sua
forma meningoencefalítica. Conclui-se que, embora não sejam o padrão ouro, a TC e RM são admissão na unidade assistencial.
ferramentas de importância expressiva na abordagem da PCM pois seus achados típicos auxi- Palavras-chave: Pneumonia Broncoaspirativa Sepse Situação de Rua Pneumonia Adquirida
liam não somente no diagnóstico como na dimensão do acometimento tecidual pelo fungo. na Comunidade
Palavras-chave: paracoccidioidomicose tomografia computadorizada ressonância magné-
tica

58
PNEUMOPATIAS INTERSTICIAIS
REPOSICIONAMENTO IN SILICO DE FÁRMACOS PARA TRATAMENTO DE INFECÇÕES CAU- A IMPORTÂNCIA DOS CAPILARES: O USO DA CAPILAROSCOPIA COMO FERRAMENTA
SADAS POR ACINETOBACTER BAUMANNII DIAGNÓSTICA NA DOENÇA INTERSTICIAL PULMONAR
Kellen Christina Malheiros Borges; Bruno Junior Neves; André Kipnis; Ana Paula Junqueira Bruna Cuoco Provenzano; Guilherme Guimarães Delgado; Alicia Sales Carneiro; Elaine Dias
Kipnis; Universidade Federal de Goias. Soutinho; Thiago Thomaz Mafort; Jose Gustavo Pugliese de Oliveira; Cláudia Henrique da Cos-
Acinetobacter baumannii é uma bactéria de grande relevância em doenças nosocomiais, ta; Rogerio Lopes Rufino Alves; UERJ.
sendo responsável por amplo espectro de infecções, incluindo bacteremias, meningites e Introdução: As pneumopatias intersticiais compreendem um conjunto de alterações hete-
infecções no trato urinário. Sua maior prevalência, entretanto, está relacionada à pneumonia rogêneas, com apresentação clínica variável. Muitas vezes são a apresentação inicial de uma
associada à ventilação mecânica em pacientes internados em unidades de terapia intensi- doença sistêmica. Por conta disso, o diagnóstico diferencial é importante não somente para
va, levando a complicações do quadro clínico e ao óbito, devido à severidade das infecções definir prognóstico como para escolher o tratamento. Relato do Caso: Paciente, feminina,
causadas pela mesma. O aumento significativo da resistência aos antimicrobianos, uma ca- 59 anos, iniciou quadro de dispneia e tosse há 1 ano, sem febre e perda ponderal. História
racterística frequente nesta espécie, tem sido um grande desafio a ser superado em relação prévia de tabagismo com carga tabágica 10 maços.ano. trabalhava como babá, sem expo-
a esses microrganismos. Nesse sentido, o reposicionamento de fármacos tem se apresentado sição ambiental relevante. Realizada TC de tórax que evidenciou áreas de faveolamento com
como uma estratégia promissora, uma vez que possibilita redução dos custos, riscos e tempo. predomínio nos lobos superiores compatível com pneumopatia intersticial crônica, além de
Neste estudo nós realizamos uma abordagem de quimiogenômica in silico com o objetivo de nódulo sólido subpleural no lobo inferior direito de 7mm, associado a FAN 1/160 pontilhado
reposicionar fármacos aprovados ou candidatos a fármacos para tratamento A. baumannii. fino e anti-Ro positivo. Apresentava ecocardiograma com PSAP de 55mmHg e disfunção dias-
Inicialmente, foi realizada anotação das sequências de proteínas ortólogas através das bases tólica de VD. Diante do quadro, foi encaminhada à reumatologia com o diagnóstico de pos-
de dados DrugBank (DB) – 5258 ortólogos e Therapeutic Target Database (TTD) – 3474 ortó- sível Síndrome de Sjogren. Iniciado tratamento com prednisona e hidroxicloroquina. Evoluiu
logos. A plataforma OrthoVenn2 permitiu a análise dos clusters existentes entre A. baumannii com descompensação do cor pulmonale e necessidade de internação hospitalar. Durante a
(proteoma total: 3475) e os respectivos ortólogos. No TTD foram encontrados 189 clusters, internação, foi realizada capilaroscopia do leito ungueal com padrão típico de dermatomio-
contendo 502 ortólogos e no DB foram encontrados 504 clusters, contendo 1293 ortólogos. site. Diante disso, foi repetida TC que mostrou aumento do nódulo. Feito biópsia percutânea
Em seguida foi realizada a etapa BLASTp, com a finalidade de comparar as sequências protei- com diagnóstico de neoplasia de pulmão tipo oat cell. Assim, foi fechado o diagnóstico de
cas primárias de A. baumannii e seus ortólogos, e posteriormente a filtragem manual daque- dermatomiosite amiopática paraneoplásica. Discussão: As doenças intersticiais associadas à
les que apresentaram percentual de identidade >30%. Obtivemos ao final desta etapa 599 autoimunidade são muitas vezes um desafio, visto a inespecificidade dos métodos diagnós-
fármacos previstos do TTD e 1391 fármacos do DB. Foi realizada posteriormente a análise das ticos. A capilaroscopia do leito ungueal compreende um exame pouco invasivo que permite
regiões conservadas dos alvos e de seus ortólogos com homologia >60% pela plataforma demonstrar com alta sensibilidade alterações sugestivas de padrões específicos das colage-
ConSurf, selecionando 434 fármacos. Utilizando a base de dados PubMed realizamos uma noses. Nesse relato de caso, a capilaroscopia indicou um diagnóstico diferencial importante.
busca na literatura para selecionar apenas os fármacos que não apresentaram dados registra- Apesar de não ter outros comemorativos, a dermatomiosite apresenta alterações específicas
dos contra A. baumannii e encontramos 80 fármacos potencialmente ativos. Como perspec- à capilaroscopia, sendo suficientes o padrão de imagem e o padrão de capilaroscopia para
tivas para este trabalho, realizaremos estudos complementares para validação experimental determinar o diagnóstico. A correlação de dermatomiosite e síndrome paraneoplasica é ex-
in vitro e in vivo dos fármacos identificados, assim como estudos de docking molecular para tensamente estudada, sendo as principais etiologias pulmão e ovário. Portanto, esse relato de
investigação das bases moleculares da atividade antibacteriana em A. baumannii. caso exemplifica a importância da realização da capilaroscopia como ferramenta propedêuti-
Palavras-chave: bioinformática reposicionamento de fármacos quimiogenômica Acineto- ca para o diagnóstico diferencial das pneumopatias intersticiais.
bacter spp Palavras-chave: doença intersticial dermatomiosite paraneoplasia capilaroscopia

AVALIAÇÃO DAS PRINCIPAIS COMORBIDADES ASSOCIADAS A DOENÇA PULMONAR


OBSTRUTIVA CRÔNICA E DOENÇA PULMONAR INTERSTICIAIS
Guilherme Guimaraes Delgado; Alicia Sales Carneiro; Elizabeth Jauhar Cardoso Bessa; Maria-
na Soares da Cal; Claudia Henrique da Costa; Mariana Carneiro Lopes; UERJ.
Introdução: As doenças intersticiais pulmonares (DIP) e a doença pulmonar obstrutiva crô-
nica (DPOC) são patologias que estão relacionadas a maior risco de hospitalização e óbito
quando associado a comorbidades. Objetivo: verificar quais são as comorbidades mais co-
mumente encontradas associadas às doenças pulmonares intersticiais e à doença pulmonar
obstrutiva crônica. Método: Foram selecionados pacientes dos ambulatórios de DPOC e de
doenças intersticiais da Policlínica Piquet Carneiro (PPC/UERJ) no período de 03/05/2021 a
28/06/2021. Os dados sobre comorbidades foram coletados dos pacientes e não foram feitos
exames para confirmar ou para diagnosticar outras enfermidades. Os dados foram planilha-
dos e posteriormente analisados.Resultados: Foram incluídos 73 pacientes com DIP, sendo
50 mulheres, com idade média de 63,4 anos; e 82 pacientes com DPOC, sendo 52 mulheres,
com idade média de 69,6 anos. No grupo com DPOC todos os pacientes tinham histórico de
tabagismo, sendo que 15 deles (18%) mantinha o hábito. Entre os pacientes com doença in-
tersticial, apenas 1 paciente era tabagista ativo e 22 haviam fumado (30%). Apenas 12 (15%)
pacientes com DPOC não tinha nenhuma comorbidade e 41% (34/82 pacientes) tinham 3 ou
mais doenças associadas. Dentre os pacientes com DIP 6 (8%) não tinham comorbidade e 17
(23%) tinham 3 ou mais doenças associadas. As principais comorbidades foram as mesmas
nos dois grupos avaliados: hipertensão arterial sistêmica (HAS) (66% na DIP e 67% na DPOC),
diabetes mellitus (DM) (34% na DIP e 26% na DPOC), doença arterial coronariana (11% na
DIP e 23% na DPOC) e hipotiroidismo (14% na DIP e 13% na DPOC). Numericamente, obtive-
mos mais pacientes com DM no grupo de pacientes com diagnóstico de doenças intersticiais,
várias delas tratadas com corticoide oral, já a história de doença coronariana foi mais comum
nos pacientes com DPOC, associado a história de tabagismo. Dentre as comorbidades menos
frequentes, a doença do refluxo gastresofágico e fibromialgia foram numericamente mais
comuns nos pacientes com DIP. Glaucoma e catarata foram mencionados apenas pelos pa-
cientes com DPOC (4 casos). Conclusão: Nossos resultados estão de acordo com a literatura,
que sugere que apenas 1 a cada 10 pacientes não terá outra doença associada.Assim, Verificar
outras doenças relacionadas a estas patologias e fundamental.
Palavras-chave: comorbidades Doença pulmonar obstrutiva crônica Doença pulmonar in-
tersticial

59
BLOQUEIO CARDÍACO E ACOMETIMENTO PULMONAR: DUAS FACES DA MESMA DOENÇA EVOLUÇÃO DA FUNÇÃO PULMONAR, CAPACIDADE FUNCIONAL E ÍNDICE DE INCAPACI-
Ana Beatriz Lima Resende1; Guilherme Santos Lopes1; Marina Dornfeld Cunha Castro2; Ana DADE PARA TAREFAS COTIDIANAS DE PACIENTES COM ESCLEROSE SISTÊMICA DURAN-
Carolina Lima Resende2; Marília Missiano de Carvalho1; Arthur Calil Canfur1; Maria Raquel TE A PANDEMIA DE COVID-19: UMA SÉRIE DE CASOS
Soares2; Carlos Alberto de Castro Pereira2; 1. Universidade Cidade de São Paulo; 2. Universi- Samantha Gomes de Alegria; Carolina Pontes Nonato; Patrícia Frascari Litrento; Jéssica Ga-
dade Federal de São Paulo. briela Messias Oliveira; Beatriz Luiza Pinheiro Alves Azevedo; Thiago Thomaz Mafort; Agnaldo
Introdução: A sarcoidose é uma doença granulomatosa que pode acometer qualquer órgão. José Lopes; Universidade do Estado do Rio De Janeiro.
O acometimento cardíaco ocorre por inflamação granulomatosa, com bloqueio, arritmia, in- Introdução: A esclerose sistêmica (ES) é uma doença autoimune, onde as alterações pul-
suficiência cardíaca e morte súbita. Sintomas ocorrem em menos de 5% dos casos, incluindo monares são a principal causa de mortalidade. No atual contexto da pandemia por COVID-19,
palpitação, síncope e sintomas de disfunção ventricular, dependendo da localização, exten- pacientes com ES encontram-se no grupo de risco para as formas graves, tendo que ado-
são, presença de atividade inflamatória ou fibrose. A grande heterogeneidade é responsável tar medidas rígidas de mitigação de contágio. Objetivo: Descrever uma série de casos de
pela ausência de padrão único para seu diagnóstico, sendo este desafiador. Relato de caso: mulheres com ES, comparando a função pulmonar, capacidade funcional e capacidade para
Sexo feminino, 37 anos, com histórico de síncope e holter demonstrando bloqueio atrioventri- tarefas cotidianas, no período assolado pela pandemia. Método: Estudo descritivo baseado
cular total, com implante de marcapasso definitivo. Quadro de dispneia progressiva, sibilân- na avaliação fisioterapêutica, medição da capacidade vital forçada (CVF), mensuração da
cia, tosse seca e fadiga há 6 meses. Tomografia de tórax com adenopatia mediastinal e hilar e capacidade funcional através do teste de AVD-Glittre e Questionário de Avaliação de Saúde
múltiplos nódulos pulmonares perilinfáticos com áreas de confluência. Biópsia transbrônqui- (HAQ-DI), realizado em 2 momentos distintos: 2019 e 2021. Foi realizado teste t pareado,
ca com inflamação granulomatosa não caseosa e pesquisa de agentes infecciosos negativa. analisando a diferença entre as variáveis de interesse. Resultados: Foram analisados dados
Estadiamento sistêmico normal, exceto por tomografia de abdome com múltiplos nódulos de 6 pacientes. Em 2019, idade média de 50 anos, tempo médio de diagnóstico de 7,6 anos,
hepáticos e adenopatia difusa. Hipótese diagnóstica de sarcoidose multissistêmica (pulmo- IMC médio de 29,4kg/m², todas não fumantes, não praticantes de atividade física, sem tra-
nar estadio II, cardíaca, hepática e linfonodal) e prescrição de corticoide e metotrexato, com tamento fisioterapêutico e queixando-se de dificuldades na execução das atividades de vida
melhora da dispneia, porém aumento da extensão do acometimento abdominal (hepatoes- diária (AVD). Em 2021, as mesmas pacientes apresentaram idade média de 52 anos, tempo
plênico) após 18 meses de tratamento. Trocada droga de segunda linha para azatioprina com médio de diagnóstico de 9,5 anos, IMC médio de 28,5kg/m², todas não fumantes, não prati-
bom controle sistêmico, seguindo em tratamento com prednisona, após ressonância cardíaca cantes de atividade física, sem tratamento fisioterapêutico e queixando-se de dificuldades na
afastar inflamação ativa. Discussão: Relatamos um caso de sarcoidose cardíaca, pulmonar execução das AVD. Nenhuma das pacientes teve o diagnóstico de COVID-19 e todas afirmavam
e abdominal, ressaltando a importância da suspeição e manejo multidisciplinar. Diversos que mantinham medidas de mitigação de contágio. Quanto a CVF, foi observado um aumento
fatores limitantes, como mimetização de outras doenças, falta de padronização em testes de 65% (36-92) para 73% (41-95) (P=0,007). No teste de AVD-Glittre, foi observada uma
de rastreamento, indisponibilidade de exames de imagem avançados em diversos locais e redução no tempo do teste de 246s (166-327) para 234s (214-254), mas sem significância
especificidade limitada, levam a dificuldades para a confirmação diagnóstica. Tratamento estatística (P=0,739). Ainda no teste de capacidade funcional, verificamos que, em 2021,
imunossupressor é usualmente recomendado, além de condutas especificas para as conse- uma das pacientes não conseguiu completar o teste pedindo para interrompê-lo devido à
quências da doença, como medidas para insuficiência cardíaca, antiarrítmicos, implante de exaustão. Em relação ao HAQ-DI, obtivemos uma tendência de elevação na pontuação de
dispositivos e até transplante cardíaco. Estudos adicionais são necessários para definição de 1,375 (0,250-2,375) em 2019 e de 1,625 (0,625-2,625) em 2021, porém sem significância
protocolos de triagem ideais para sarcoidose cardíaca, estabelecendo adequadamente seu estatística (P=0,315). Conclusão: Nesta série de casos, não foi detectado prejuízo da função
diagnóstico e manejo terapêutico. pulmonar. As pacientes mantiveram estabilidade na capacidade funcional e, além do mais,
Palavras-chave: Sarcoidose Inflamação Granulomatosa Diagnóstico Multidisciplinar relataram discreta piora na capacidade para realizar tarefas cotidianas, no período da pan-
demia de COVID-19.
Palavras-chave: Esclerose sistêmica COVID-19 Espirometria Capacidade funcional Atividade
de vida Diária

CORRELAÇÃO ENTRE FUNÇÃO PULMONAR, FUNÇÃO FÍSICA E FORÇA MUSCULAR EM FIBROSE PULMONAR IDIOPÁTICA: ANÁLISE DA FUNÇÃO PULMONAR, DEGLUTIÇÃO E
MULHERES PORTADORAS DE ESCLEROSE SISTÊMICA NUTRIÇÃO EM UMA COORTE DE PACIENTES
Agnaldo José Lopes; Nathália Alves de Oliveira Saraiva; Damara Guedes Gardel; Dayana Cristi- Paula Vasconcellos2; Claudia Henrique da Costa1; Thiago Thomaz Mafort1; 1. UERJ; 2. Univer-
na Neiva de Almeida Marques; Centro Universitário Augusto Motta. sidade do Estado do Rio de Janeiro.
Introdução: A esclerose sistêmica (ES) é uma doença autoimune, reumática e difusa, que INTRODUÇÃO: A deglutição é um processo complexo que requer a coordenação de músculos
causa fibrose em pele e acometimento de vasos e órgão viscerais. As alterações pulmonares da boca, faringe, laringe e esôfago possibilitando o transporte o bolo alimentar da cavidade
podem se associar ou não à hipertensão pulmonar (HP). Na avaliação da função pulmonar, oral ao estômago de maneira segura e eficiente. A desordem durante o processo da degluti-
a redução da capacidade de difusão (DLCO) <60% do predito e o aumento da relação entre ção é nomeada de disfagia. Doenças pulmonares fibrosantes são aquelas que cursam com o
capacidade vital forçada (CVF) e DLCO acima de 1,6 são considerados fatores de risco para o comprometimento do parênquima/interstício pulmonar e aumento da quantidade do teci-
desenvolvimento de HP. Objetivos: Correlacionar os parâmetros de função pulmonar com do conjuntivo intersticial. A mais característica desse grupo é a fibrose pulmonar idiopática
a distância percorrida no teste de caminhada de seis minutos (DTC6M), a avaliação da força (FPI). No caso de sujeitos com doenças respiratórias, a presença de disfagia orofaríngea pode
muscular de quadríceps e a função física em mulheres com ES. Método: As pacientes foram aumentar as exacerbações das doenças, podendo gerar um rápido declínio da função pulmo-
submetidas à avaliação da função pulmonar através do equipamento HD PFR 3000 (NSpire nar. OBJETIVO: Verificar a presença de disfagia orofaríngea e suas correlações com estado
Health, Inc. Longmont, CO, EUA). Em seguida, foi aplicado o Health Assessment Questionnaire nutricional e função pulmonar em uma coorte de pacientes com FPI. MÉTODOS: Indivíduos
Disability Index (HAQ- DI) para avaliação da função física; este consiste em um questionário com diagnóstico de FPI foram submetidos aos questionários Eating Assessment Tool (EAT-
com perguntas sobre movimentos finos dos membros superiores e atividades dos membros 10), a Mini Avaliação Nutricional versão reduzida (MNA®-SF), à escala de dispneia do Medical
inferiores, onde as respostas possíveis têm um valor de 0 a 3 (quanto maior o valor, maior a Research Council (MRCm). Os pacientes também realizaram medida da força de preensão
dificuldade em realizar a tarefa). Todas as participantes realizaram avaliação de força muscu- palmar, avaliação funcional da deglutição e espirometria. RESULTADOS: Foram avaliados 20
lar de quadríceps através de um dinamômetro de tração com capacidade do sensor de 200 pacientes 15% mulheres e 85% homens, com média de idade de 70,7 ±7,1 anos. A disp-
kg (E-lastic 5.0, E-sporte SE, Brasil). Finalmente, essas participantes submeteram ao TC6M neia estava presente (MRCm>2) em 17/20 pacientes analisados. Após a aplicação do MNA,
em um corredor de 30 metros. Resultados: Este estudo avaliou 26 mulheres portadoras de 35% dos sujeitos foram classificados sob risco de desnutrição, 15% como desnutridos e 50%
ES, com média de idade de 49,2 ± 14,5 anos e média da relação CVF/DLCO de 1,07 ± 0,45. como apresentando estado nutricional normal. O IMC médio foi de 25,6 ±3,4. A aplicação do
A média dos valores de CVF e DLCO foi de 72,34 ± 17,59 e 71,03 ± 25,96, respectivamente. questionário EAT-10 identificou 4 sujeitos com pontuação acima de 3. Todos os pacientes com
Houve correlação significativa da relação CVF/DLCO com DLCO (r=-0,666; P<0,001). Também pontuação maior que 3 no EAT-10 apresentaram alteração na avaliação clínica da deglutição.
houve correlação significativa entre o handgrip e o Score HAQ-DI (r=-0,495; P=0,012). A DT- A força de preensão palmar média foi de 29,4 ±7,4 kg/força. A CVF média foi de 2,3 ± 0,6L. A
C6M correlacionou positivamente com a força muscular de quadríceps (r=0,445; P=0,029). A análise de regressão linear evidenciou relação moderada (r = 0,24) e estatisticamente signifi-
medida de CVF correlacionou significativamente com a medida de DLCO (r=0,561; P=0,004). cante entre IMC e força de preensão palmar. A análise através do teste Chi-Quadrado também
Conclusão: Houve uma estreita relação entre os dois principais parâmetros de acompanha- encontrou relação estatisticamente significante entre MNA e EAT-10 (p=0,04) e entre EAT-10
mento de pacientes com ES (CVF e DLCO). Entretanto, essas medidas de função pulmonar não e MRC (p=0,035). CONCLUSÃO: Os dados sugerem que possa haver relação entre o estado
se associaram com as variáveis de função física e força muscular. Isso aponta na direção de nutricional do paciente e dispneia. O estudo da deglutição de pacientes com FPI deve ser feito
que o dano pulmonar, isoladamente, não explica a baixa performance de pacientes com ES. especialmente naqueles que estão evoluindo com perda de peso.
Palavras-chave: Esclerose sistêmica Teste de caminhada de seis minutos Função pulmonar Palavras-chave: fibrose pulmonar idiopática transtorno de deglutição deglutição
Funcionalidade Força muscular

60
IMPACTO DA TAXA DE MONÓCITOS NOS PACIENTES COM DOENCA PULMONAR FIBROSANTE PNEUMONIA DE HIPERSENSIBILIDADE POR USO DE MESALAZINA
Guilherme Guimaraes Delgado; Alicia Sales Carneiro; Elizabeth Jauhar Cardoso Bessa; Maria- Cardoso, TCS; Souza, JBS; Lima, GF; Melo, ASA; Hospital Universitário Antonio Pedro – UFF.
na Soares da Cal; Claudia Henrique da Costa; Leonardo Palermo Bruno; Elaine Dias Soutinho; Introdução: A pneumonia de hipersensibilidade (PH) é uma doença pulmonar mediada
Mariana Carneiro Lopes; UERJ. pelo sistema imunológico, secundária a agentes orgânicos e inorgânicos aos quais o indivíduo
Introdução: As doenças pulmonares intersticiais (DPI) cursam com evolução altamente foi previamente sensibilizado, presentes no ambiente domiciliar, no local de trabalho ou nos
variável e prognóstico difícil de prever. Por isso, atualmente, há uma necessidade de bio- hobbies. Relato de caso: Paciente feminina branca, 76 anos, trabalhava como arrumadeira,
marcadores simples e econômicos que indiquem pior evolução e prognostico. Kreuter e cols portadora de retocolite ulcerativa, hipertensão arterial sistêmica, hipotireoidismo e passa-
publicaram recentemente artigo (AJRCCM) avaliando 2067 pacientes com fibrose pulmonar do de trombose venosa profunda. Fazia uso crônico de diversas medicações e há 6 meses
idiopática (FPI) estratificados pela taxa de monócitos sanguíneos. Os autores concluem que iniciou mesalazina. A história tem início com um quadro de tosse seca, temperaturas sub-
pacientes com maior número de monócitos sanguíneos apresentam pior prognóstico e maior febris e dispneia aos médios esforços que progrediu para pequenos esforços, com evolução
risco de progressão. Considerando que a FPI é uma doença fibrosante sempre progressiva e de 2 semanas. Buscou atendimento hospitalar, sendo evidenciada hipoxemia, PCR elevada
que outras doenças intersticiais podem não progredir, hipotetizamos que a taxa de monó- e ausência de leucocitose. Fez 3 coletas de escarro com BAAR negativo e PPD não reator.
citos possa estar mais alta nesses pacientes do que nos com outros diagnósticos de doença Lavado broncoalveolar (LBA) com 70% de linfócitos. Tomografia de tórax mostrou nódulos
intersticial fibrosante. Objetivo: Comparar a taxa de monócitos sanguíneo em pacientes com centrolobulares em vidro fosco difuso, áreas de atenuação em mosaico e linfonodomegalia
diferentes tipos de doença pulmonar fibrosante em acompanhamento no ambulatório de mediastinal, poupando cisuras e regiões subpleurais. Após retirada da mesalazina e início
patologias intersticiais pulmonares da policlínica Piquet Carneiro/UERJ. Métodos: Incluídos de corticoterapia apresentou regressão completa da doença. Após o período de melhora a
pacientes com doença pulmonar fibrosante e acometimento de pelo menos 10% de extensão cultura do último escarro foi positiva para Mycobacterium tuberculosis. Iniciado esquema
vista na TCAR no período de 03/05/2021 a 28/06/2021. Resultados: Foram analisados os da- RIPE, com consequente intolerância medicamentosa após 3 meses por rash intenso e prurido.
dos de 73 pacientes, sendo 14 com fibrose pulmonar idiopática (FPI), 13 com Pneumonia por Nova tentativa de reintrodução do esquema sem sucesso. Foi suspenso o esquema RIPE e
hipersensibilidade (PH), 24 com doenças do colágeno (incluindo IPAF), 8 com sarcoidose e 14 manteve-se assintomática. Feito novo PPD também não reator. Houve também tentativa de
com outras doenças não classificáveis (PINE idiopático e COP). Dentre as doenças intersticiais reintroduzir a mesalazina, porém retornou com o quadro de dispneia e febre. Novamente a
pulmonares analisadas, o grupo de pacientes com FPI apresentaram numericamente maior droga foi retirada com resolução completa dos sintomas. Discussão: A PH deve ser conside-
taxa de monócitos 478,3 + 94, seguido dos com PH 407 + 154, doenças do colágeno 404 + rada mediante quadro clínico, radiológico, e um LBA com linfocitose. A busca por um agente
127, sarcoidose 337 + 77 e outros diagnósticos 371 + 238. Houve diferença estatisticamente sensibilizante requer uma história clínica detalhada. Outro aspecto evidenciado no caso é a
significativa entre o número de monócitos dos pacientes com FPI e o grupo da sarcoidose importância da vigilância laboratorial da tuberculose, em relação a possibilidade de conta-
(p=0,002). Também observamos correlação moderada entre monócitos e CVF% (r=-0,56, minação de material, que foi considerado nesse caso. A não correlação dos achados clínico e
p=0,01). Conclusão: Os dados sugerem que a taxa de monócitos no sangue periférico possa radiológico com a tuberculose, a melhora da paciente com corticoterapia e a não detecção de
ser um biomarcador de gravidade da fibrose, fato que tem relação com progressão e prog- micobacterias por PCR nos escarros reforça a hipótese de contaminação.
nóstico. Palavras-chave: pneumonia de hipersensibilidade mesalazina tuberculose
Palavras-chave: Doença pulmonar Fibrosante monócitos gravidade de doença

LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO COM ACOMETIMENTO DO INTERSTÍCIO PULMONAR PNEUMONIA EM PACIENTE DE UTI A PARTIR DA ABORDAGEM DA ENFERMAGEM: RE-
Juliana Garcia Alves da Trindade; Beatriz Bernardino Gomes Silva; Mary Lucia Bedran Ananias; VISÃO BIBLIOGRÁFICA
Maria Auxiliadora Nogueira Saad; Bárbara Toledo Barros; João Gabriel do Valle Garrot; Lucas Borges, LPB; Galdino, SDAV; Faculdade Cosmopolita.
Alves da Silva Rezende; Aryanne Guimarães Ferreira; Marly Margareth Sagbini Guerrero; Cris- Introdução: Um dos bens mais preciosos que o ser humano possui, é a saúde, a busca por
tina Asvolinsque Pantaleão Fontes Fontes; Universidade Federal Fluminense. estilo de vida de vida saudável e manutenção da condição vital é uma necessidade indis-
Introdução: Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES) é uma doença inflamatória de caráter au- pensável para o equilíbrio da saúde-doença. A infecção hospitalar tem sido evidenciada com
toimune pertencente ao grupo de doenças do tecido conjuntivo, que predomina no sexo um dos mais importantes riscos ao paciente internado, o que justifica sua inclusão nos indi-
feminino (9:1) em idade reprodutiva. O acometimento de múltiplos órgãos é comum, in- cadores de eficiência da qualidade à saúde. As unidades de terapia intensiva (UTI) exigem
clusive do sistema respiratório (50% a 70%), porém algumas manifestações como: alveolite constantes evolução, aprimoramento e tecnologia de rcursos mecânicos ou humanos para o
fibrosante e fibrose intersticial difusa (3%) são consideradas raras. A pneumonia intersticial atendimento de pacientes que se encontram em estado crítico e necessitam de uma atenção
não específica comumente está associada às colagenases, com acometimento basal, perifé- de toda equipe multidisciplinar. E neste cenário, tem-se os casos de pneumonia hospitalar,
rico e simétrico, padrão de vidro fosco extenso, preservação subpleural, bronquiectasias de que podem, inclusive, ser resultado da aspiração de microrganismos da orofaringe, da inspi-
tração e opacidades lineares irregulares. Objetivos e métodos: Apresentamos caso clínico ração de aerossóis incluindo a propagação por bactérias ou, menos repetidamente, dissipação
de paciente com LES que realizou diagnóstico no nosso hospital, e evoluiu com comprome- hematogênica partindo de algum foco distante ou deslocamento bacteriano, sendo este, o
timento do interstício pulmonar, sendo os exames por imagem importantes no diagnóstico acesso microbiano e depois do lúmem do trato gastrintestinal. Objetivos: Identificar as prin-
diferencial, e também no acompanhamento da paciente que apresentou derrame pleural e cipais características relacionadas à ventilação mecânica, bem como, os principais cuidados
pericárdico no seguimento da doença. Resultados e conclusão: O acometimento pulmonar da assistência de enfermagem; Verificar quais os métodos de avaliação utilizados pelos enfer-
nas Doenças do Tecido Conjuntivo (DTC) pode ter causa secundária a uma infecção, secundária meiros aos pacientes internados na unidade de terapia intensiva com pneumonia; Verificar os
à própria doença ou mesmo reação a medicação utilizada no tratamento. Porém o acometi- principais cuidados de enfermagem junto aos pacientes internados na terapia intensiva que
mento do parênquima pulmonar observado na paciente com LES é incomum. É necessário utilizam a ventilação mecânica. Métodos: Pesquisa bibliográfica. Foram encontrados nos
realizar, em casos de acometimento pulmonar, possíveis diagnósticos diferenciais, tais como, banco de dados do Scielo (Scientific Eletronic Library OnLine), Lilacs (Literatura Latino-ame-
pneumonite lúpica, a hemorragia alveolar difusa e pneumonite medicamentosa. O quadro ricana e do Caribe em Ciências da Saúde), Medline (Medical Literature Analysis and Retrieval
apresentado trata-se de um acompanhamento de LES, e a paciente apresentou comprometi- System Online) e da Base de Dados de Enfermagem (BDENF). Resultados: Os estabeleci-
mento pulmonar crônico secundário a LES, considerado raro (3%). O tratamento é direciona- mentos voltados para a saúde estão cada vez mais se empenhando para realizar mudanças
do ao controle da doença de base, incluindo corticosteroides e outras drogas citotóxicas, visto pertinentes no que diz respeito à implantação de novas tecnologias e avanços que visem à
que a pneumonite lúpica ocorre por acúmulo de imunocomplexos que levam ao dano alveolar melhoria da qualidade dos serviços prestados, trazendo agilidade, segurança e manejo do
observado. Concluindo, na avaliação da TC de tórax é importante a avaliação por médico ra- trabalho da equipe de enfermagem, exigindo desta a criticidade, a agilidade, o domínio de
diologista experiente em radiologia torácica, para realização do diagnóstico diferencial, pois técnicas e a eficiência no cuidado. Conclusão: Diante disso a enfermagem se vê frente a um
as diferenças entre cada tipo de acometimento pulmonar podem ser sutis e, vale ressaltar, a novo desafio que leva a repensar os seus processos de trabalho, por isso ela pode contribuir de
necessidade da história clínica para finalizar o diagnóstico. forma mais efetiva, tendo como foco necessidades do paciente.
Palavras-chave: lúpus eritematoso sistêmico pneumonia intersticial TCAR Palavras-chave: Cuidados de Enfermagem Pneumonia Ventilação mecânica

61
PNEUMONITE INTERSTICIAL SECUNDÁRIA A AMIODARONA COMO DIAGNÓSTICO DIFE- UM RARO CASO DE PNEUMOMEDIASTINO ESPONTÂNEO EM UMA PACIENTE COM DER-
RENCIAL DE COVID-19 MATOMIOSITE AMIOPÁTICA E DOENÇA INSTERSTICIAL PULMONAR
Eduardo Henrique Santos Martins; Leila John Marques Steidle; Roger Pirath Rodrigues; Pablo Bianca Peixoto Pinheiro Lucena; Marcos de Carvalho Bethlem; Nadja Polisseni Graça; Michelle
Moritz; Manuela Brisot Felisbino; Luiz Felipe de Souza Nobre; Elaine Cristina Caon de Souza Cailleaux-Cezar; Nina Rocha Godinho dos Reis Visconti; Luiza Gondim Toledo; Márcio Generoso
Bulsing; Mariangela Pimentel Pincelli; Camila Blanco Miguel; Universidade Federal de Santa Freires; Fernanda Oliveira Baptista da Silva; Fábio Kunita de Amorim; Jessica Zandomênico de
Catarina –UFSC. Souza; IDT/UFRJ.
Introdução A amiodarona é um antiarrítmico muito utilizado. A pneumonite intersticial é o Dermatomiosite (DM) pode estar associada a doença intersticial pulmonar em até 10% dos
evento adverso mais frequente. Em geral aparece em alguns meses de tratamento com doses casos. Um subtipo raro, a DM amiopática, caracterizada pela ausência de fraqueza muscular,
acima de 400mg.Ocorre em cerca de 1 a 5% dos casos e pode aumentar com uso prolongado também apresenta tal associação. Pneumomediastino espontâneo é uma rara complicação,
e em doses mais elevadas. Relato de caso Masculino, 70 anos, nega tabagismo. Em uso de especialmente da DM amiopática. O caso relatado é de uma paciente que apresentou esse
amiodarona 200mg/dia desde 2018 para fibrilação atrial.Em outubro/2020 apresentou AVC quadro. Paciente de 45 anos, portadora de DM amiopática há 2 anos, ulcerações cutâneas
isquêmico insular e permaneceu hospitalizado 7 dias. Retornou 3 dias após alta com dispneia, recorrentes, em uso de 150 mg de ciclosporina e 30 mg de prednisona por dia. Procura a
hipoxemia e fadiga, sem sintomas gripais. TC de tórax evidenciou opacidades em vidro fosco emergência com queixa de dispneia progressiva há 4 dias, tosse seca e rouquidão, associado a
bilaterais e periféricas, compatível com pneumonia viral. RT PCR para COVID-19 negativo. edema e rubor em região torácica. Relata também surgimento de nódulo doloroso em região
Paciente persistiu 7 dias com mMRC 4, hipoxemia e necessidade de O2. Exames laboratoriais palmar direita, há 20 dias. Ao exame, presença de enfisema subcutâneo em região cervical e
sem sinais de infecção. Novo RT PCR para COVID-19 e teste rápido, negativos. Realizado bron- torácica, sinal do xale, pápulas de Gottron e fenômeno de Raynaud em extremidades, além de
coscopia com lavado broncoalveolar com predomínio de macrófagos; citopatologia e culturas ulcerações em mãos e abscesso na região palmar direita. Tomografia computadorizada (TC)
negativas. Foi então considerada, a hipótese de doença intersticial associada à amiodarona. A do tórax evidenciou pneumotórax laminar a direita, pneumomediastino, enfisema subcutâ-
TC foi revisada e não apresentava sinais de deposição hepática do fármaco. Solicitada avalia- neo extenso, pneumorraque, além de opacidades periféricas em vidro fosco, espessamento
ção oftalmológica, que demonstrou deposição de amiodarona nas córneas. Orientou-se a sus- de septos interlobulares e distorção arquitetural. Descartada ruptura esofágica por TC com
pensão da amiodarona e prednisona 60mg/dia. Apresentou melhora progressiva do quadro contraste oral. PCR para SARS-CoV-2 negativo. Exames laboratoriais apenas com velocidade
respiratório com desmame progressivo de O2. Alta 7 dias após, sem O2 e mMRC 3.Evoluiu com de hemossedimentação de 85mm/h. Adotada conduta conservadora diante da estabilidade
melhora clínica significativa (mMRC 1), com redução progressiva do corticoide até suspensão clínica. Dermatologia sugeriu doença em atividade pelas lesões cutâneas, sendo realizada
7 meses após a alta. TC realizada com dois meses após a alta evidenciou melhora significativa corticoterapia, com melhora das lesões. A paciente se manteve estável, evoluindo com reso-
dos achados. Discussão O caso em questão ocorreu em meio à pandemia de COVID-19, com lução dos sinais e sintomas. Pneumomediastino espontâneo é uma rara complicação da DM.
padrão radiológico semelhante, sem evidência de infecção.Neste contexto, a possibilidade Quando ocorre, geralmente está associado a forma amiopática, que tem a positividade do
doença intersticial induzida por amiodarona deve ser considerada, mesmo com três anos de anticorpo anti-MDA5 em quase 90% dos casos. De acordo com a literatura, este fenômeno
uso e em doses menores. Apresenta-se principalmente como padrão de pneumonia intersti- poderia ser explicado por duas teorias: por episódios de aumento da pressão intra-alveolar
cial não específica ou pneumonia em organização. Uma avaliação oftalmológica pode auxi- em um pulmão com alterações estruturais e por vasculite pulmonar. Esta última surgiu em
liar, com achados de depósitos epiteliais simétricos na córnea em vórtice.TC também pode virtude da identificação de uma associação de pneumomediastino espontâneo com vasculi-
demonstrar deposição hepática da droga. O tratamento consiste na suspensão da droga e, nos te cutânea. A paciente apresenta a associação dessas duas condições. O caso apresentado é
casos mais graves, uso prolongado de prednisona (0,75-1mg/Kg/dia) por cerca de 6 meses. bastante raro e especialmente interessante na época de pandemia que vivemos, uma vez que
Vale destacar o diagnóstico diferencial devido o contexto de pandemia por COVID-19. pacientes com COVID-19 desenvolvem, com certa frequência, enfisema subcutâneo, pneu-
Palavras-chave: Amiodarona Pneumonite Hipoxemia Covid momediastino e pneumotórax
Palavras-chave: Dermatomiosite amiopática Pneumomediastino espontâneo Doença in-
tersticial pulmonar

SARCOIDOSE DISSEMINADA: UM RARO CASO DE ACOMETIMENTO PULMONAR, NEURO- USO DE RITUXIMABE PARA PROTEINOSE ALVEOLAR PULMONAR REFRATÁRIA: UM RE-
LÓGICO, CARDÍACO E OFTÁLMICO LATO DE CASO
Marcos de Carvalho Bethlem1; Bianca Peixoto Pinheiro Lucena2; Nina Rocha Godinho dos Guilherme Santos Lopes2; Ana Beatriz Lima Resende2; Ana Carolina Lima Resende1; Soraia
Reis Visconti2; Nadja Polisseni Graça2; Michelle Cailleaux-Cezar2; Fábio Kunita de Amorim2; Abou el Hosn Cordero da Silva1; Paulo Miranda Cavalcante Neto1; Simone Lobo Krupok Ma-
Fernanda Oliveira Baptista da Silva2; Jessica Zandomênico de Souza2; Luiza Gondim Toledo2; tias1; Milena Tenorio Cerezoli1; Marina Dornfeld Cunha Castro1; Maria Raquel Soares1; Carlos
Márcio Generoso Freires2; 1. IDT; 2. IDT/UFRJ. Alberto de Castro Pereira1; 1. Escola Paulista de Medicina - UNIFESP; 2. Universidade Cidade
Sarcoidose é uma doença granulomatosa multissistêmica. Esse é um relato de um paciente de São Paulo.
com sarcoidose disseminada e achados atípicos pulmonares e acometimento neurológico. Introdução: A proteinose alveolar pulmonar (PAP) é uma doença rara que causa acúmulo de
Homem, 35 anos, bombeiro, sem comorbidades, apresenta quadro de tosse, dispneia aos surfactante nos alvéolos por deficiência de clearance dos macrófagos. A forma mais prevalen-
esforços, febre e sudorese noturna. Evoluiu com perda ponderal de 20Kgs em 3 meses, po- te é a auto-imune, causada pela presença de anticorpos (Ac) anti-GM-CSF (fator estimulador
liartralgia simétrica de grandes articulações, vertigem, hipoacusia e ataxia de marcha. Foi das colônias de granulócitos e macrófagos). Diagnóstico é baseado em achados clínicos e
atendido em outros serviços no intervalo de 1 ano e 8 meses e foi tratado para pneumonia tomográficos. Os principais sintomas são dispneia e tosse. Em TCAR, padrão “crazy-paving”
bacteriana com melhora inicial, tuberculose (6 meses) mesmo com pesquisa para micobacté- é altamente sugestivo quando extenso e simétrico em sintomáticos. Relato de caso: Femi-
ria negativa e pneumocistose, sem melhora. Interna em hospital universitário para investiga- nino, 28 anos, encaminhada ao ambulatório de Doenças Pulmonares Intersticiais da UNIFESP
ção, exame físico inocente salvo o exame neurológico com Romberg positivo, marcha atáxica, para investigação. Relato de dispneia há 4 anos, atualmente aos moderados esforços, piora
head impulse test positivo, hipoacusia esquerda, hiperreflexia com clônus esgotável proximal nos últimos 5 meses, associada a tosse seca. Neste período, recebeu diagnóstico de pneumo-
e arreflexia distal. A investigação evidenciou: laboratório inocente, marcadores de autoimuni- nia adquirida em comunidade, tratada ambulatorialmente. Ao exame físico: estertores finos
dade negativos, calcemia e calciúria normais; Tomografia computadorizada de tórax com pre- bibasais, FR 18 irpm, SatO2 96% em ar ambiente. Teste do degrau com dessaturação para
domínio de vidro fosco, atenuação em mosaico, bronquiectasias/bronquiolectasias e imagens 89%. TCAR: opacidades em vidro fosco com padrão em mosaico, associado a espessamento
císticas e alguns micronódulos perilinfáticos, cissurais e subpleurais com linfonodomegalia difuso dos septos interlobulares, padrão “crazy-paving”. Sob suspeita de PAP, realizou bron-
hilar e mediastinal; Espirometria com distúrbio restritivo moderado (capacidade pulmonar coscopia, identificado em lavado broncoalveolar (LBA) líquido de aspecto leitoso. Os achados
total de 66%) e difusão ao monóxido de carbono de 21%; Punção lombar inocente, sem in- clínicos e tomográficos em associação com LBA característico confirmaram diagnóstico. De-
fecção. Ressonância magnética (RM) de neuroeixo com acometimento de VIII par bilateral; vido sintomas e dessaturação no teste do degrau, foi indicada e realizada lavagem pulmonar
Ecocardiograma com aumento de ventrículo direito, abaulamento do septo interventricular, total (LPT). Evoluiu com melhora clínica, funcional e radiológica. Após 2 anos de estabilidade,
pressão sistólica de artéria pulmonar de 43mmHg e função biventricular normal; Avaliação apresentou piora. Devido refratariedade e indisponibilidade da terapia com GM-CSF, optado
oftálmica com uveíte intermediária e sinais de uveíte anterior granulomatosa prévia. Durante por uso de Rituximabe, com resposta satisfatória. Discussão: Pacientes com PAP oligossin-
internação evoluiu com extrassístoles frequentes, ECG com bigeminismo. RM cardíaca evi- tomáticos com pouca ou nenhuma repercussão na função pulmonar e sem hipoxemia podem
dencia fibrose não isquêmica compatível com sarcoidose. Realizada ecobroncoscopia linear, ser acompanhados. Considerar tratamento se dispneia ao repouso, aos pequenos esforços,
com realização de lavado broncoalveolar, biópsia de nodulações de mucosa brônquica e de ou se hipoxemia. O tratamento padrão é LPT, efetiva em 85% dos casos. Se refratariedade,
linfonodos das cadeias 7 e 4R. Pesquisa para micobactérias, fungos e germes comuns foi ne- 1ª escolha é a terapia com GM-CSF, pouco disponível. O uso do Rituximabe (anti CD20) tem
gativa e a biópsia evidenciou granuloma sarcóide, fechando o diagnóstico de sarcoidose. O se mostrado promissor como alternativa, reduzindo as taxas de Ac anti-GM-CSF, propiciando
caso relatado é raro pelo acometimento pulmonar atípico com extenso vidro fosco e imagens adequada ação macrofágica, permitindo assim, troca gasosa efetiva. O algoritmo de trata-
císticas, assim como comprometimento neurológico, presente em apenas 10% dos casos. mento destes pacientes pode mudar em um futuro recente. Há TRIALS em andamento com
Palavras-chave: Sarcoidose Neurosarcoidose Cisto pulmonar Sarcoidose cardíaca outros medicamentos promissores. Se progressão, considerar antifibróticos.
Palavras-chave: Proteinose Alveolar Pulmonar Rituximabe Lavagem Pulmonar Total Crazy
Paving

62
PNEUMOPATIAS OCUPACIONAIS
MANEJO DO PACIENTE COM RINITE SILICOSE ASSOCIADA À HANSENÍASE: ASSOCIAÇÃO FORTUITA OU VERDADEIRA?
Dillon, NM2; Silva, JO2; Coutinho, FM2; Costa, EO2; Monteiro, LR2; Barbosa, LC1; Marvão, Lima, G. F.; Filho, A. M.; Chen, J.; Cardoso, T. C. S.; Moreira, V. B.; Nani, A. S. F.; Castro, M. C.
MCR2; Mesquita, BC2; Costa, GJR2; Maciel, CR1; 1. Centro Universitário do Pará - CESUPA; 2. S.; Marques, A. C. M. G. G.; Oliveira, A. C. P.; Vahia, P. F. M.; Hospital Universitário Antônio
Universidade Federal do Pará – UFPA. Pedro – UFF.
Introdução: A rinite alérgica é definida como uma inflamação da mucosa nasal, induzida Introdução: Silicose é uma doença ocupacional causada pela inalação de sílica cristalina,
pela exposição a alérgenos que, após sensibilização, desencadeiam uma resposta inflama- que induz reação tecidual de caráter fibrogênico. Está associada ao aumento do risco de in-
tória mediada por imunoglobulina E (IgE), que pode resultar em sintomas crônicos ou recor- fecção micobacteriana, especialmente a tuberculose. Não há relato na literatura de associa-
rentes. Os principais sintomas incluem rinorréia aquosa, obstrução/prurido nasais, espirros e ção de silicose com hanseníase. Apresentamos um relato de caso de paciente com silicose e
sintomas oculares, tais como prurido e hiperemia conjuntival, os quais se resolvem esponta- infecção pelo Mycobacterium leprae. Relato de caso: Paciente do sexo masculino, 66 anos,
neamente ou através de tratamento. Objetivos: Delinear uma análise do manejo do paciente residente de São Gonçalo, trabalhou com jateamento de areia por 18 anos, tabagista 60
com renite para o tratamento levando em consideração os quesitos: principais sintomas e maços-ano. Admitido no Hospital Universitário Antônio Pedro com história de dispneia aos
complicações. Métodos: Estudo do tipo revisão bibliográfica, construído por consulta na pla- médios esforços e tosse seca há 2 anos. Sem relato de febre ou emagrecimento. Tomogra-
taforma SciELO com informações coletadas em 5 artigos científicos equivalentes aos anos de fia de tórax realizada evidenciou grandes opacidades nos segmentos posteriores dos lobos
2015 a 2019. Resultados: O tratamento desses pacientes necessita de uma abordagem mul- superiores com calcificações de permeio e micronódulos difusos, compatível com silicose.
tidisciplinar e integrativa, visto que a exposição de pacientes sensibilizados a altos níveis de Espirometria mostrou distúrbio ventilatório obstrutivo moderado com CVF normal e prova
alérgenos está relacionada ao aumento da inflamação das vias aéreas e à maior gravidade dos broncodilatadora negativa. Em 2020, apresentou lesões cutâneas eritematosas no tronco e
sintomas. Em crianças e adolescentes com rinite, intervenções ambientais individualizadas, nos membros inferiores. No ano seguinte, evoluiu com dor em membros inferiores, infiltração
são eficazes reduzindo a exposição a aeroalérgenos domésticos, resultando em redução da do pavilhão auricular bilateral e espessamento dos nervos ulnares. Realizada biópsia de pele
morbidade e melhoria da qualidade de vida. O objetivo do tratamento farmacológico consiste em janeiro de 2021, conclusivo para Hanseníase Virchowiana, sendo encaminhado para trata-
em promover uma prevenção efetiva ou alívio dos sintomas. A remoção ou a prevenção do mento. Paciente segue em acompanhamento. Discussão: Hanseníase e tuberculose são cau-
contato com alérgenos é sempre recomendada; entretanto, a terapêutica farmacológica é fre- sadas por micobacterias de morfologia bacilar. As semelhanças entre essas doenças incluem
qüentemente necessária. O emprego de medidas simples, como lavagem nasal com solução a maior incidência em indivíduos imunodeprimidos e o envolvimento do trato respiratório
salina ou a adição de anti-histamínico tópico ou oral associado a uma baixa dose de corticóide na forma de transmissão. A relação entre silicose e tuberculose é bem estabelecida na litera-
intranasal, ajuda no controle da rinite alérgica e das rinossinusites crônicas. Conclusão: A tura, por causas multifatoriais como a quebra de mecanismos de imunidade nos pulmões e
abordagem multidisciplinar e integrativa vem se mostrando extremamente eficaz em relação formação dos nódulos silicóticos, nos quais o bacilo pode se encapsular. O risco de portadores
ao manejo do paciente com rinite. Intervenções individualizadas também se mostram efica- de silicose desenvolverem tuberculose pulmonar é até 39 vezes maior quando comparados a
zes na redução a exposição de aeroalergenos, diminuindo assim a morbidade e melhorando pessoas sadias. A hanseníase é uma doença transmitida por via respiratória e causada pelo
a qualidade de vida. Medidas simples de higiene, como lavagem nasal, ajudam prevenindo e Mycobacterium leprae. A forma virchowiana representa o polo de baixa resistência dentro do
controlando a rinite alérgica e rinossinusites crônicas. espectro imunológico da doença. Na revisão de literatura não foi encontrado nenhum caso da
Palavras-chave: Rinite Doenças Respiratórias Manejo associação dessas duas doenças. Os autores ao relatarem um caso de silicose com hanseníase,
chamam atenção para possibilidade desta associação ainda não descrita.
Palavras-chave: Silicose Hanseníase coinfecção

PERFIL EPIDEMIOLÓGICO REGIONAL DE INTERNAÇÕES HOSPITALARES POR PNEUMO-


CONIOSE NO PERÍODO DE 2010 A 2020 NO BRASIL
Monteiro, LR; Tavares, NP; Universidade Federal do Pará.
INTRODUÇÃO: As pneumoconioses são um grupo de doenças pulmonares consideradas do-
enças ocupacionais, as quais decorrem da inalação e acúmulo de poeira nos pulmões, que
geram reações granulomatosas e fibrose do tecido pulmonar. O nome das pneumoconioses
é definido com base na poeira inalada, sendo representadas por talcos, sílicas, asbesto, fer-
ro, estanho e outras poeiras minerais. No Brasil, devido ao alto número de extrativismo e
indústrias, muitos trabalhadores são expostos às poeiras minerais que geram tais doenças,
constituindo um problema de saúde pública. OBJETIVO: Analisar o perfil regional no país em
relação às internações hospitalares por pneumoconiose, nos anos de 2010 a 2020. MÉTODOS:
Trata-se de um estudo epidemiológico observacional transversal, com dados coletados a par-
tir da plataforma do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS) no
período de janeiro de 2010 a dezembro de 2020 referentes a quantidade de internações por
pneumoconiose por região brasileira. As variáveis estudadas foram: região, ano de diagnós-
tico, internações e lista de morbidade CID-10: pneumoconiose. RESULTADOS: A partir dos
dados analisados, verificou-se um total de 6.015 casos de internações por pneumoconiose em
todo Brasil. A maioria das ocorrências são da região Sudeste com 2.119 casos (35,22%), segui-
das da região Nordeste com 1.427 casos (23,72%) e da região Sul com 1.128 casos (18,75%).
No que tange ao sexo, em todas as regiões brasileiras, os homens são mais acometidos, repre-
sentando 3.909 casos (aproximadamente 65%) enquanto as mulheres são 2.106 casos (35%).
Ademais, a faixa etária mais acometida são as acima de 50 anos, sendo que dos 50 a 59 anos
foram notificados 1.018 casos, dos 60 a 69 anos 1.213 casos e dos 70 a 79 anos 989 casos.
CONCLUSÃO: O perfil de distribuição de internações por pneumoconiose apresentou-se de
forma constante quanto aos anos pesquisados, contudo, com alta relevância entre as regiões
que historicamente têm maior apelo industrial, além do perfil ser claramente entre homens
acima dos 50 anos. Delineado o retrato da pneumoconiose no país, é possível estabelecer
ações que promovam a adoção de medidas profiláticas no ambiente laboral, como o uso de
equipamentos de proteção individual a fim de evitar a exposição a partículas tóxicas e conter
novos casos ou agravos.
Palavras-chave: Epidemiologia Pneumoconiose Brasil

63
PNEUMOPEDIATRIA
ANÁLISE COMPARATIVA DAS INTERNAÇÕES E ÓBITOS DECORRENTE DA PNEUMONIA NA FIBROSE CÍSTICA: QUANDO SUSPEITAR?
INFÂNCIA Santos, PFAM; Vargas, BPG; Consultório Médico.
Maria Clara Arêa Leão Martins; Manuelle Pinto Sotero; CESUPA. Introdução: A fibrose cística (FC) é uma doença genética autossômica recessiva, que afeta
Introdução: A pneumonia é um processo inflamatório agudo que acomete o parênquima múltiplos órgãos e é caracterizada pela disfunção do gene CFTR. O diagnóstico geralmen-
pulmonar e pode ser provocada por vírus, bactérias e fungos. É a principal causa de morte te é feito na infância, mas pode ser realizado em idades mais tardias, nos fenótipos mais
de crianças por doenças infecciosas no mundo. Segundo o Fundo das Nações Unidas para a leves e nas formas atípicas. Relato do caso: Adolescente, 17 anos, masculino, foi encami-
Infância (UNICEF), em 2019, a cada trinta e nove segundos uma criança morria de pneumo- nhado para investigação de imunodeficiência primária pelo alergista/imunologista. Referia
nia. Apesar do decréscimo na mortalidade de crianças por pneumonia nas últimas décadas, história de aftas, impetigo, rinossinusite e pneumonias recorrentes desde o primeiro ano de
essa doença ainda é considerada uma importante causa de internação e morte nos países vida, com duas internações por pneumonia. Negava uso regular de medicamentos, asma e
em desenvolvimento. Objetivos: O estudo visa comparar a taxa de óbito por pneumonia na tuberculose. Vacinação completa para a idade, sem história de reação vacinal grave. Cres-
população infantojuvenil com o número de internações no período de 2008 a 2021, no Brasil. cimento adequado, porém, atraso no desenvolvimento. Na história familiar, havia relato de
Métodos: Estudo descritivo da taxa de óbitos por pneumonia na população infantojuvenil consanguinidade entre os avós maternos e paternos, neoplasia familiar e atopia materna. O
comparada com as internações, a partir dos dados registrados no DATASUS. Foi selecionado paciente apresentava ceratocone e hipertrofia de cornetos nasais com palidez de mucosas,
as variáveis: faixa etária 1(menor de 1 ano, 1 a 4 anos, 5 a 9 anos e 10 a 14 anos) em linha, sem outras alterações ao exame físico. Solicitados exames complementares: hemograma
capítulo CID-10 selecionado pneumonia em coluna, óbitos e internações em conteúdo. Re- completo, perfil linfocitário, complemento, imunoglobulinas e subclasses de imunoglobuli-
sultados: Entre janeiro de 2008 a março de 2021 foram registrados 3.640.917 internações nas com parâmetros dentro da normalidade. HIV I e II, HTLV I e II negativos. Imunoglobulina
por pneumonia no Brasil, entre as faixas etárias, menor de 1 ano, de 1 a 4 anos, de 5 a 9 anos E elevada para ácaros domésticos. A tomografia de tórax evidenciou parênquima pulmonar
e de 10 a 14 anos, sendo que a faixa etária de 1 a 4 anos correspondeu ao maior número de com valores de atenuação dentro dos limites da normalidade, ausência de bronquiectasias ou
internações 1.734.699, representando (47,6%) do total de internações. Acerca do número de derrame pleural e ausência de linfonodomegalias mediastinais ou hilares. O teste do suor foi
óbitos na população infantojuvenil por pneumonia foram registrados 18.921 casos, corres- alterado e posteriormente repetido, confirmando fibrose cística. O paciente foi encaminhado
pondendo a 0,51% das internações totais no mesmo período no Brasil. O maior número de para acompanhamento com pneumologista. Discussão: NA FC, o paciente tem produção
óbitos ocorreu na faixa etária Menor que 1 ano, com um total de 9.815 (51,8%) e representou excessiva de secreções e muco mais espesso, aumentando a suscetibilidade às infecções. No
(0,82%) do total de internações no mesmo período, enquanto que o menor número de óbitos caso relatado, o paciente apresentava rinossinusite e pneumonia recorrentes, com ausência
ocorreu na faixa etária de 5 a 9 anos com um total de 1.852 (9,7%) e representou (0,36%) de bronquiectasias. Os sintomas nasais associados à sensibilização aos ácaros, sem tratamen-
do total de internações no mesmo período no Brasil. Conclusão: No presente estudo, fica to, seria um fator contribuindo para o aumento das infecções respiratórias. A FC é uma doença
evidente que na população infantojuvenil a taxa de internações por pneumonia no Brasil, genética e nesse caso, havia história de consanguinidade familiar. O diagnóstico foi realizado
no período de 2008 a 2021 é elevada. Apesar da taxa de óbitos corresponder a uma pequena em uma idade mais tardia, sendo importante a investigação familiar. O médico deve estar
parcela do número total de internações, é necessário um incentivo a políticas públicas de atento aos diagnósticos diferenciais para diagnosticar e tratar precocemente, melhorando a
promoção e prevenção à saúde, principalmente para a faixa etária menores de 1 ano, por qualidade de vida do paciente e de seus familiares.
representar mais da metade da taxa de óbito total (51,8%). Palavras-chave: Adolescência Fibrose cística Imunodeficiências primárias
Palavras-chave: Internações Óbitos Pneumonia infantil

A PNEUMOPEDIATRIA E OS CUIDADOS EM SAUDE DA CRIANCA COM FIBROSE CÍSTICA FÍSTULA TRAQUEOESOFÁGICA EM H EM LACTENTE DE 6 MESES: RELATO DE CASO
Borges, LPB; Galdino, SDAV; Faculdade Cosmopolita. Natália Neto Dias Barboza: Barboza, NND2; Bárbara Neffá Lapa e Silva: Silva, BNL2; Selma Ma-
Introdução: A fibrose cística, por ser uma doença crônica, congênita e multissistêmica, que ria de Azevedo Sias: Sias, SMA2; Nathalia de Paula Navi: Navi, NP2; Priscilla Aguiar de Araujo:
atinge o sistema digestivo e respiratório, principalmente, exige uma atenção integrada e Araujo, PA1; 1. CHN; 2. UFF.
multidisciplinar, além do atendimento pneumopediátrico para a oferta de melhor qualidade Introdução: A fístula traqueoesofágica (FTE) é uma anomalia congênita comum, com in-
de vida ao paciente. A patologia, atinge, entre outros, as glândulas exócrinas, presentes em cidência aproximada de 1 em 3.500 nascidos vivos. Geralmente ocorre associada a atresia
diversas células epiteliais, ductos de suor e pancreáticos, em células secretoras de muco e esofágica, sendo um achado isolado (fístula do tipo H) em aproximadamente 4% dos casos.
sudoríparas. Destaca-se a presença constante de muco nos seios paranasais, favorecendo a O diagnóstico de FTE tipo H é mais desafiador. A sua demonstração deve ser inicialmente
ocorrência de cefaleias, sinusite crônica e pólipos nasais, aumentando as dificuldades res- tentada com a radiografia contrastada. A endoscopia e a broncoscopia podem ser utilizadas,
piratórias. Ao exame físico, é possível evidenciar crepitações intermitentes, murmúrios vesi- sendo a tomografia computadorizada com reconstrução digital das vias aéreas uma modali-
culares diminuídos e, ao progredir da doença, estertores e roncos. Objetivos: Identificar as dade adicional para o diagnóstico. Relato de caso Menina, 6 meses de vida, encaminhada
estratégias do cuidado do enfermeiro à criança com fibrose cística e caracterizar os desafios para investigar taquipneia, pneumonia e engasgos frequentes. Frequência respiratória osci-
e obstáculos do enfermeiro na prática da assistência à criança com fibrose cística. Métodos: lando entre 43 e 88 irpm, tratada pneumonia com claritromicina e amoxacilina, com melhora
Pesquisa de revisão de literatura, realizada na base de dados do LILACS, durante o mês de parcial, retornando sintomas em poucos dias. Aleitamento materno exclusivo sem engasgos,
abril de 2021, a partir dos descritores: fibrose cística, cuidados de enfermagem e assistên- mas com roncos e tosse produtiva após alguns minutos. Em uso de pro cinético para refluxo e
cia de enfermagem, sendo selecionados 15 artigos de pesquisas nacionais, publicadas entre mãe em dieta de restrição para alergia a proteína do leite de vaca, sem melhora. Piora aguda
2014 e 2020. Resultados: Os artigos indicam que a assistência de enfermagem indica proto- após de introdução alimentar com banana, com cianose após mamadas. Ao exame: Emagre-
colos e conhecimentos que oportunizam procedimentos específicos aos pacientes portadores cida, FR 66 irpm, Sat O2 95%, com roncos e estertores discretos a direita. Paciente mamou,
de fibrose cística, resultando em melhor apoio para a criança e a família, levando-os para uma sem engasgos mas após alguns minutos apresentou tosse produtiva e piora da ausculta, com
melhor convivência com a doença e para uma educação em saúde sobre a patologia e seu roncos, estertores grosseiros e sibilos difusos, FR 80irpm e Sat O2 89%. Internada, introduzido
prognóstico de forma mais efetiva e, assim, alcançando uma melhor adesão ao tratamento, sonda nasoenteral, apresentou vômitos eliminando banana impactada há 24h no esôfago.
exigindo deste profissional a proximidade e a formação complementar em pneumopediatria. Realizada TC tórax: pneumonia em lobo médio e lobo superior direito, esôfago dilatado, che-
Conclusão: O conhecimento do Enfermeiro sobre a patologia, seu diagnóstico, prognóstico e gando a 2x o diâmetro da traqueia em seu maior eixo. Hipótese diagnóstica de FTE sendo
condutas terapêuticas é fundamental no cuidado à criança e familiares, pois este profissional realizada seriografia com confirmação. Discussão: A FTE em H constitui um desafio diagnós-
desempenha papel de agente educador, cuidador, parceiro, construindo um elo importante tico na ausência de atresia esofágica, ficando por muitas vezes como quadros sem etiologia
de confiança, entre os envolvidos e a equipe multidisciplinar, sendo fundamental o maior definida de pneumonia de repetição. O diagnóstico diferencial com refluxo oculto deve ser
número de profissionais capacitados para o atendimento na pneumopediatria. realizado com cautela, principalmente em casos com perda de peso e ausência de resposta
Palavras-chave: Pneumopediatria Fibrose Cística Saúde da criança a terapia farmacológica. Salienta-se neste relato de caso, a importância da anamnese deta-
lhada e a atenção ao relato dos pais, sendo fundamental ao diagnóstico do caso, guiando a
propedêutica dos exames solicitados.
Palavras-chave: Fístula Traqueoesofágica Pediatria Anormalidades Congênitas

64
PERFIL CLÍNICO E RADIOLÓGICO DAS ATELECTASIAS EM CRIANÇAS SUBMETIDAS À PERFIL GENOTÍPICO DOS PACIENTES ENCAMINHADOS PELO SERVIÇO DE TRIAGEM NE-
BRONCOSCOPIA ONATAL NO ESTADO DE SANTA CATARINA ENTRE 2016 E 2020
Barbara Neffá Lapa Silva; Natalia Neto Dias Barboza; Nathalia de Paula Navi; Selma Maria de Eduardo Piacentini Filho; Norberto Ludwig Neto; Luiz Roberto Agea Cutolo; Fernanda de Sou-
Azevedo Sias; UFF. za Nascimento; Gabriela Peceguini Mathias Arce; Paulo Roberto de Oliveira Miranda Filho;
Introdução: Atelectasia é uma das anormalidades pulmonares mais comumente encontra- Matheus Westarb de Godoi; Sibele Carvalho Seibt; Marta Winck; Hospital Infantil Joana de
das na radiografia de tórax e permanece um desafio diagnóstico diário. Representa a perda Gusmão.
de volume pulmonar a nível de um segmento, um lobo ou mesmo de todo o pulmão. Na pe- Introdução: a fibrose cística (FC) é uma doença autossômica recessiva com acometimento
diatria, a atelectasia encontra-se predominantemente no pulmão esquerdo, principalmente multissistêmico. O gene da FC está localizado no braço longo do cromossomo 7 e codifica
em lobo inferior (LIE), devido à tortuosidade e ao estreitamento do brônquio fonte esquerdo uma proteína denominada CFTR (cystic fibrosis conductance regulator). Até o momento, 2104
dificultando a eliminação de secreção, retendo-o e facilitando o colapso pulmonar. No pul- mutações podem interferir no funcionamento desta proteína. A mais frequente ocorre por
mão direito, os lobos mais comprometidos são o médio e o superior (LSD). Em nosso meio, as- uma deleção de um resíduo de fenilalanina na posição 508 (F508del). Objetivo: descrever o
sumem grande importância as atelectasias desencadeadas por quadros infecciosos, aspiração perfil genotípico dos pacientes portadores de fibrose cística procedentes da Triagem Neonatal
de corpo estranho e broncodisplasia. Na tuberculose, o achado radiográfico mais comum é a no Estado de Santa Catarina. Método: estudo retrospectivo descritivo. Foram incluídos os
linfadenopatia hilar, que pode comprimir brônquios lobares, acometendo frequentemente o pacientes encaminhados pelo Serviço de Triagem Neonatal com uma ou duas amostras de
lobo médio. Objetivo: Conhecer o perfil epidemiológico e radiológico das crianças portado- tripsina imunorreativa alteradas e, posteriormente, teste do suor confirmando o diagnóstico
ras de atelectasia, que realizaram broncoscopia no HUAP, em relação ao sexo, idade, doenças de fibrose cística, no período entre janeiro de 2016 e dezembro de 2020 no Estado de Santa
associadas, topografia da atelectasia e achado macroscópico do lavado broncoalveolar (LBA). Catarina. Resultados: neste período, foram realizados 440.270 testes de triagem neonatal.
Metodologia: Estudo transversal, com dados coletados através de análise de prontuário Quarenta e oito pacientes tiveram o diagnóstico de fibrose cística confirmado. A prevalência
das crianças portadoras de atelectasia, submetidas à broncoscopia no HUAP, nos últimos 12 situa-se em 1:9.172 na população estudada. A idade ao diagnóstico variou de 10 dias a 834
anos. Resultados: Analisadas 41 crianças, com predomínio do sexo feminino (55%), com dias com mediana de 111,3 dias. Dos pacientes incluídos no estudo, 18 pacientes eram homo-
idade média de 2,9 anos. As comorbidades mais encontradas foram: asma (29%), displasia zigotos para a mutação F508del e 17 eram heterozigotos para a mutação F508del. Estes apre-
broncopulmonar (14%), síndromes associadas (12%, entre elas, síndrome de down, acondro- sentaram no outro alelo as seguintes mutações: G542X (4), S4X (2), S549R (2), R334W (2),
plasia, epilepsias) e aspiração de corpo estranho (8%). Em relação à topografia da atelectasia, CFTRdele2,3 (2), 1717-1G>A (1), 2789+5G->A (1), 991del5 (1), I1234V (1) e desconhecida
41,6% encontrava-se em lobo médio, 33% em LIE, 22% em LSD. Os aspectos mais descritos (1). As outras mutações identificadas são: G542X homozigoto (2), 2183AA→G homozigoto (1),
do LBA na topografia acometida foram: líquido turvo com grumos (27,8%), purulento (22%) 1717-1G>A homozigoto (1), c.3746G>A homozigoto (1), G542X/CFTRdele2,3 (1), G542X/
e xantocrômico com grumos (13,8%). A broncoscopia foi resolutiva em 70,1% dos casos de 1717-1G->A (1), R334W/2184delA (1), 3120+1G->A/1812-1G->A (1) e 621+1G→T/G85E
atelectasia persistente. Conclusão: São escassos os estudos abordando atelectasia na po- (1). Três pacientes estavam sem as mutações identificadas até a finalização deste trabalho.
pulação infantil. Desta forma, torna-se de suma importância aprofundar o conhecimento Conclusão: foram 48 pacientes diagnosticados com fibrose cística. A mutação F508del foi
da epidemiologia, do quadro clínico e radiológico bem como o desfecho das atelectasias em identificada em trinta e cinco pacientes (72,9%), sendo a mutação mais frequente como ob-
pacientes pediátricos que foram submetidos à broncoscopia. servado na literatura. Destes, 18 pacientes em homozigose e 17 pacientes em heterozigose.
Palavras-chave: atelectasia broncoscopia crianças A identificação do perfil genotípico pode fornecer subsídios para o aconselhamento genético
das famílias, para a indicação de terapias específicas e a correlação com as manifestações
fenotípicas.
Palavras-chave: Triagem Neonatal Fibrose Cística F508del

PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DE INTERNAÇÕES DE CRIANÇAS ENTRE 0 E 9 ANOS COM ASMA PREVALÊNCIA DAS INTERNAÇÕES HOSPITALARES POR PNEUMONIA EM CRIANÇAS ME-
EM TERESINA-PI DE 2011 A 2020 NORES DE 5 ANOS NA CIDADE DE BELÉM DO PARÁ
Ana Maria Evangelista Sousa2; Aline Marques Santos Neiva2; Arieny Karen Santos Lima2; Cazagrande, GS3; Júnior, CPS5; Sousa, JAS6; Guedes, TSA2; Silva, JLM4; Oliveira, EM7; Silva,
Beatriz Sousa Santos3; Brenno Willian Sousa Santos3; Caio Matheus Feitosa de Oliveira4; Au- MS5; Marques, VGPS1; Júnior, AFS5; 1. Centro Universitário do Piauí; 2. Faculdade Venda Nova
gusto César Evelin Rodrigues1; 1. UFPI; 2. Unifacid; 3. Uninovafapi; 4. Univovafapi. do Imigrante; 3. Universidade de Vassouras; 4. Universidade Federal de Pernambuco; 5. Uni-
INTRODUÇÃO: A asma é um distúrbio crônico não transmissível que acomete cerca de 300 versidade Federal do Pará; 6. Universidade Paulista; 7. Universidade Pitagoras Unopar.
milhões de pessoas em todo o mundo. Tem enfoque na população infantil, resultando em Introdução: A pneumonia, infecção pulmonar que acomete alvéolos pulmonares e inters-
elevada morbidade, sendo a terceira principal causa de hospitalização pelo Sistema Único de tício, é uma das principais causas de morbimortalidade em crianças menores de 5 anos em
Saúde (SUS). Caracteriza-se por eventos de tosse, chiado e aperto no peito, além de dispneia, todo o mundo. Nesse contexto, o conhecimento epidemiológico acerca das internações hos-
decorrentes da obstrução brônquica. Tais consequências são derivadas da sensibilização de pitalares por pneumonia em crianças com menos de 5 anos na cidade de Belém do Pará é
mastócitos e basófilos pela IgE, pelos alérgenos. OBJETIVO: Analisar a incidência das interna- de extrema importância, visto que a doença apresenta elevada incidência na região norte
ções por asma em crianças entre 0 e 9 anos, segundo os fatores sociodemográficos, no período brasileira. Objetivo: Descrever a incidência das internações hospitalares de crianças menores
entre 2011 e 2020, no Piauí. MÉTODOS: Tratou-se de um estudo epidemiológico, descritivo, de 5 anos por pneumonia na cidade de Belém, Pará, nos anos de 2018 a 2020. Métodos:
demográfico, documental, do tipo avaliação de saúde, realizado no Piauí, com dados disponi- Trata-se de um estudo transversal de natureza quantitativa, com abordagem retrospectiva,
bilizados pelo Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde e obtidos a partir do realizado por meio de dados do Sistema de Informação Hospitalar do Sistema Único de Saúde,
Sistema de Informações Hospitalares do Sistema Único de Saúde. Não houve necessidade de referentes às internações hospitalares por pneumonia na cidade de Belém, estado do Pará, no
envio do estudo ao Comitê de Ética e Pesquisa, em virtude de tratar-se de dados de base po- período de 2018 a 2020. Investigou-se: Número de internações, sexo e idade dos acometidos.
pulacional. RESULTADOS: Foram notificados, no período, 17015 casos de asma, em crianças Os dados foram sistematizados e submetidos à estatística simples. Resultados: O estudo
de 0 a 9 anos, no Piauí. A maior incidência de internações pela patologia ocorreu em crianças constatou que, durante o período analisado, foram registradas 13.365 internações hospi-
entre 1 e 4 anos (9064 casos – 53,27%), de pele parda (10494 – 61,67%), do sexo masculino talares por pneumonia em Belém, de acordo com a Classificação Internacional de Doenças
(9520 – 55,95%). O caráter de internação mais frequente foi de urgência (16929 – 99,5%). (CID-10), Sendo que 7.917 (59,2%) foram de crianças menores de 5 anos. Destas, os maiores
Em contrapartida, a taxa de mortalidade é ínfima, sendo toda compreendida entre 0 a 4 anos registros foram nos anos de 2019 (3.559, 44,9%) e 2020 (1784, 22,5%). Dentro da categoria
e correspondendo a 0,02% das internações. DISCUSSÃO: As crianças de 1 a 4 anos foram etária, 3.089 (39%) eram menores de 1 ano e 4.829 (61%) tinham de 1 a 4 anos. Além disso,
mais afetadas como reflexo da introdução no ambiente escolar e consequente maior exposi- observou-se que as crianças do sexo masculino foram a maioria (4308, 54,5%). Conclusão:
ção a alérgenos. O sexo masculino, na faixa etária pesquisada, foi o mais atingido decorrente Conclui-se que Belém apresentou elevada incidência de internações hospitalares de crianças
a fatores hormonais. A asma está mais relacionada a atendimentos de urgência, por ser uma menores de 5 anos por pneumonia, revelando que a doença é um importante problema de
doença crônica da infância com períodos de exacerbação. Além disso, a mortalidade está saúde pública na cidade. Dessa forma, políticas públicas de saúde e ações de promoção da
compreendida entre 0 a 4 anos devido a desafios restritos a essa faixa etária, como dificulda- saúde para o público infantil devem ser implementadas a fim de diminuir os números de
de de realizar procedimentos diagnósticos. CONCLUSÃO: As internações por asma divergem internação por pneumonia nessa população em Belém, uma vez que a doença é uma infecção
conforme variam os fatores genéticos, hormonais e ambientais. Assim, o perfil encontrado comum e potencialmente grave em crianças.
em condições ambientais desfavoráveis ou em regiões que padecem por receber atendimento Palavras-chave: Pneumonias Crianças Hospitalização Epidemiologia
inadequado adquire maior risco de internação por esse distúrbio.
Palavras-chave: Infância Asma Internação Incidência

65
REABILITAÇÃO PULMONAR
PROPORÇÕES EPIDEMIOLÓGICAS DA SÍNDROME RESPIRATÓRIA AGUDA GRAVE EM AVALIAÇÃO DA FORÇA MUSCULAR RESPIRATÓRIA E DA DISTÂNCIA PERCORRIDA NO
CRIANÇAS E ADOLESCENTES EM GOIÁS NOS ANOS 2019 E 2020 TESTE DE CAMINHADA DE SEIS MINUTOS EM ADULTOS COM ANEMIA FALCIFORME AN-
Silva, MA; Bertholucci, JP; Pedroso, BL; Souza, GR; Pinto, JMP; Queiroz, NR; Universidade Fe- TES E APÓS UM PROGRAMA DE RECONDICIONAMENTO DOMICILIAR
deral de Goiás. Lucas Siqueira Geber Oliveira2; Juliana da Ponte Lopes Pinto Medeiros2; Carlos Henrique
INTRODUÇÃO: A Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) é uma complicação da síndrome Stohler de Almeida1; Andréa Ribeiro Soares2; Maria Christina Paixão Maioli2; Agnaldo José
gripal, e os extremos etários, como neonatos, possuem maior risco para quadros graves. Seus Lopes2; 1. Centro Universitário Augusto Motta; 2. Universidade do Estado do Rio de Janeiro.
agentes mais comuns são o Influenza e, agora, o Sars-CoV-2, sendo a notificação de SRAG Introdução: A expectativa de vida tem aumentado progressivamente em pessoas com ane-
no Brasil compulsória, seguindo os ditames da Organização Mundial de Saúde. OBJETIVOS: mia falciforme (AF), o que gera a necessidade de empreender estratégias reabilitativas nessa
Analisar o comportamento epidemiológico de SRAG em Crianças e Adolescentes (CA) em Goi- população. Tendo em vista os avanços da reabilitação funcional nas últimas décadas, a reabi-
ás, antes e depois da pandemia. MÉTODOS: Estudo transversal com dados de SRAG coletados litação domiciliar tem sido cada vez mais empregada por aumentar a aderência do pacientes
no Sistema InfoGripe, da FioCruz. Os dados são referentes a diagnósticos e mortes no estado e reduzir os custos ao sistema de saúde. Objetivos: Investigar os efeitos de um programa de
em 2019 e 2020, separados segundo idade e etiologia. Foram calculadas proporções de ca- reabilitação domiciliar sobre a capacidade funcional, a força muscular respiratória e a quali-
sos e taxas de letalidade (TL) entre o total (abrangendo todas as idades) e entre CA de cada dade de vida (QV) em adultos com AF. Método: Trata-se de um estudo de intervenção em
faixa etária pediátrica (< 2 anos, 2 a 4 anos, 5 a 9 anos e 10 a 19 anos). Quanto à etiologia, que adultos com AF submeteram a um programa de exercícios por meio de uma cartilha, com
foram classificadas SRAG por Influenza (SRAG-FLU), por SARS-Cov-2 (SRAG-COVID) e não es- duração de 12 semanas, 3 vezes por semana. Utilizamos exercícios de treinamento muscular,
pecificada (SRAG-NE). A tabulação e os cálculos foram realizados no Excel ®. RESULTADOS: resistência aeróbia e flexibilidade, os quais englobavam membros superiores e inferiores.
Em 2019, houve 967 casos, dos quais 41,68% eram de 0 a 19 anos; e 188 óbitos, dos quais Antes e ao final do treinamento, os participantes submeteram às seguintes avaliações: capa-
17,02% pertenciam ao grupo etário. Nele, a TL foi de 7,94%, inferior à da população em geral, cidade funcional através da distância percorrida no teste de caminhada de 6 minutos (DTC6’);
de 19,44%. A maior incidência entre CA era composta por menores de 2 anos (56,57% dos medidas de pressão inspiratória máxima (PImax) e pressão expiratória máxima (PEmax); e
casos e 53,12% das mortes). Quanto à etiologia, a maior parte é de SRAG-NE, tanto no grupo QV usando o Medical Outcomes Study Short-Form 36 através de seu componente físico (SF-
analisado (90,57% dos casos e 87,50% dos óbitos) quanto na população em geral (83,86% -36CF) e mental (SF-36CM). Resultados: A amostra contou com 40 indivíduos, com média
dos casos e 80,85% dos óbitos). Em 2020, houve 21.486 casos, dos quais 3,91% eram em pa- de idade de 31,8 ± 14,5 anos. Após realização da reabilitação domiciliar, foram observados
cientes de 0 a 19 anos; e 6390 óbitos, dos quais 0,66% pertenciam ao grupo. Nele, a TL foi de aumentos significativos nas médias dos valores da DTC6’ (505,3 ± 72,6 m para 540,8 ± 77,6
0,05% contra 29,74% da população em geral. As faixas mais vulneráveis foram a de 0 a 2 anos m; P <0,0001), PImax (61,9 ± 15,8 % previsto para 72,6 ± 17,3 % previsto; P<0,0001),
(34,49% dos casos e 38,09% dos óbitos) e a de 10 a 19 anos (26,07% dos casos e 54,76% dos PEmax (44,6 ± 11,6% previsto para 50,4 ± 11,4 % previsto; P<0,0001), SF-36CF (38,5 ±
óbitos). Quanto à etiologia, a maioria foi SRAG-COVID tanto na população em geral (64,17% 19,5 pontos para 45,8 ± 18,1 pontos; P <0,0001) e SF-36CM (45,1 ± 15,2 pontos para 56,8 ±
dos casos e 72,28% dos óbitos) quanto entre CA (64,17% dos casos e 72,28% dos óbitos). 16,2 pontos; P<0,0001). O delta relativo entre pré- e pós-intervenção da DTC6’ correlacionou
CONCLUSÃO: Observou-se uma mudança na incidência de SRAG entre CA. Em 2019, houve significativamente com os deltas relativos de PImax (r=0,640; P<0,0001) e PEmax (r=0,587;
um expressivo acometimento do grupo. SRAG-NE foi a causa principal, dificultando a inves- P<0,0001). Quando os participantes foram separados em relação ao uso de hidroxiureia, fo-
tigação etiológica. Em 2020, com a pandemia, a incidência e a TL no grupo caíram drastica- ram observados aumentos significativos nos deltas relativos dos valores da DTC6’, PImax e
mente, não obstante o aumento dos números absolutos. Nova causa principal: SRAG-COVID. PEmax. Conclusão: Em adultos com AF, a reabilitação domiciliar aumenta a capacidade fun-
Palavras-chave: Síndrome Respiratória Aguda Grave Epidemiologia Criança Pré-Escolar cional, a força muscular respiratória e a QV. Assim, nossos resultados suportam a consideração
Adolescente do treinamento domiciliar como estratégia terapêutica para adultos com AF.
Palavras-chave: Anemia falciforme Exercício Capacidade funcional Força muscular respira-
tória Qualidade de vida

UM CASO DE BRONQUIOLITE OBLITERANTE PÓS-INFECCIOSA EFEITOS DO TREINAMENTO MUSCULAR INSPIRATÓRIO NA CAPACIDADE DE EXERCÍCIO
Gonçalves, GL; Roffes, GA; Souza, GG; Gomes, GS; Reinicke, HVP; Souza, HB; Baba, JPDN; Silva, de Souza, Y; Suzana, ME; Salum, L; Macedo, J; Soares, J; Medeiros, S; da Costa, CH; Departa-
RFPL; Queiroz, MVNP; Lasmar, LMLBF; Universidade Federal de Minas Gerais. mento de Pneumologia e Tisiologia – UERJ.
Introdução: A bronquiolite obliterante pós-infecciosa (BOPI) é uma doença obstrutiva das Introdução: A Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC), em 2002, foi a quinta maior
vias aéreas resultante de infecção, geralmente, por adenovírus. Deve ser cogitada em quadros causa de morte no mundo. Sua gravidade pode ser intensificada por manifestações extra-
de bronquiolite viral aguda e pneumonia viral cujos sinais e sintomas persistem após 4 a 8 pulmonares, como redução da força muscular respiratória, gerando inatividade induzida pela
semanas. No entanto, é frequentemente confundida com outras afecções. Este trabalho dis- dispneia e consequente diminuição da capacidade de exercício. Objetivo: investigar os efei-
cute um caso de BOPI diagnosticado como asma, destacando particularidades do diagnóstico tos do treinamento muscular inspiratório (TMI) na capacidade de exercício de pacientes com
diferencial. Relato do caso: Paciente do sexo masculino, 12 anos. Aos 3 meses, apresentou DPOC. Método: Ensaio clínico controlado e randomizado incluindo pacientes com DPOC, de
pneumonia de etiologia desconhecida que, após resolução, evoluiu com magreza acentuada ambos os gêneros, com fraqueza muscular respiratória. Foram avaliados através de espirome-
e persistência de tosse, sibilância, crepitações e dessaturação. Até os 5 meses, foi interna- tra, PImax, dispneia pela escala modificada do Medical Research Council (MRC), Teste de Ca-
do 6 vezes e diagnosticado com asma, apesar de não responder a broncodilatadores (Bd) e minhada de Seis Minutos (TC6M) e Teste de Degrau de Seis Minutos (TD6M), e randomizados
corticoides sistêmicos. Aos 5 meses, realizou tomografia computadorizada de alta resolução em grupo controle (GC) e grupo intervenção (GI). Seguiram o mesmo protocolo: Duas sessões
(TCAR) em inspiração e expiração, que evidenciou padrão de atenuação em mosaico, aprisio- por dia com 30 respirações cada, todos os dias durante 8 semanas, com uma sessão semanal
namento aéreo e bronquiectasias, sugerindo BOPI. Foi submetido a 3 pulsoterapias e oxige- presencial. A diferença entre os grupos estava na carga. O GI realizou o treinamento com carga
noterapia domiciliar por 2 meses, com melhora clínica, e mantido em acompanhamento. Aos de ≈50% PImax, atualizada semanalmente no treino presencial após nova aferição da PImax.
9 anos, foi encaminhado a um centro de referência no tratamento da asma grave pediátrica. O GC realizou o TMI com carga >10% da PImax. Após as 8 semanas de TMI, os pacientes foram
Realizou 2 espirometrias que evidenciaram relação VEF1/CVF normal e redução de CVF (70% reavaliados. Resultados: Foram avaliados 38 pacientes, sendo 16 do grupo controle e 22 do
e 53%) e VEF1 (68% e 52%) sem resposta significativa ao Bd. Foi solicitada pletismografia, braço intervenção. Os pacientes do grupo controle não apresentaram diferenças das avalia-
ainda não realizada. Discussão: A BOPI pode ser clínica, radiológica e funcionalmente seme- ções feitas antes e após o TMI, exceto no TC6M, onde tiveram uma diminuição da distância
lhante à asma. Algumas manifestações auxiliam na distinção, como início do quadro após após o treinamento com placebo: PImax= (pré= 66 ± 11 pós= 67 ± 9. p valor= 0,3559);
infecção do trato respiratório inferior em menores de 3 anos com persistência de sibilância, MRC= (pré= 4 ± 1 pós= 3 ± 0. p valor= 0,1723), TC6M= (pré= 443 ± 49 pós= 413 ± 43.
crepitações, tosse e hipoxemia constantes e prejuízo ao ganho de peso; já a asma não deve p valor= 0,0039) e TD6M= (pré= 182 ± 56 pós= 183 ± 54. p valor= 0,5710). Os pacientes
ser diagnosticada em lactentes e tem manifestações episódicas e variáveis. A ausência de do GI apresentaram aumento da PImax, diminuição da dispneia e melhora do resultado do
resposta clínica e funcional ao Bd de curta ação não exclui a hipótese de asma, mas sugere TC6M e do TD6M: PImax= (pré= 69 ± 12 pós= 112 ± 15. p valor > 0,0001); MRC= (pré= 3
diagnósticos diferenciais. A atenuação em mosaico à TCAR associada ao padrão obstrutivo ± 1 pós= 1 ± 1. p valor= 0,0002), TC6M= (pré= 442 ± 78 pós= 467 ± 64. p valor= 0,0116)
na espirometria corrobora a hipótese de BOPI. Apesar de clinicamente estável, a sequela de e TD6M= (pré= 173 ± 71 pós= 207 ± 58. p valor= 0,0460). Conclusão: Os pacientes que
função pulmonar é relevante, especialmente na faixa etária de ganho funcional. Anamnese e realizaram TMI apresentaram aumento na distância do TC6M e no resultado do TD6M, com
exame físico são, portanto, fundamentais para o raciocínio clínico, principalmente em meno- diminuição da dispneia em repouso, o que evidencia melhora da capacidade de exercício. O
res de 5 anos, em que provas funcionais não são facilmente realizadas. TMI pode ser considerado como estratégia principal em pacientes que apresentam fraqueza
Palavras-chave: bronquiolite asma pediatria da musculatura inspiratória
Palavras-chave: DPOC Treinamento Muscular Inspiratório Reabilitação Pulmonar

66
TABAGISMO
REABILITAÇÃO PULMONAR DE BAIXA INTENSIDADE ATRAVÉS DE VIDEOCONFERÊNCIA ABORDAGEM DOS TABAGISTAS EM LISTA DE ESPERA DE UM PROGRAMA PARA TRATA-
PARA PACIENTES NA FASE PÓS-AGUDA DO COVID-19 MENTO DO TABAGISMO DURANTE A PANDEMIA COVID-19
Maria Aparecida Marques Alves; Rayana Santos Barroso do Nascimento; Joseane Felix Mace- Barandas, MT; Silva, IM; Rezende, JM; Guimarães, LBS; Leal, SEM; Moreira, VB; Pessôa, CLC;
do; Stefany Medeiros Gomes; Yves Raphael de Souza; Universidade Veiga de Almeida. Castro, MCS; Souza, JBS; Ferreira Nani, AS; Universidade Federal Fluminense.
INTRODUÇÃO: Em março de 2020, para a contenção da disseminação do COVID-19, todos os Introdução: O Programa de Tratamento de Tabagismo do Hospital Universitário Antônio
centros de reabilitação do Rio de Janeiro fecharam. Pacientes que se encontravam em fase Pedro (HUAP) teve início em 2005, realizando grupos presenciais para auxiliar os pacientes
aguda da doença notaram a necessidade do acompanhamento, entretanto seria impossível na cessação do fumo. Devido à pandemia da COVID-19, a equipe do programa teve que se
realizar a reabilitação de forma presencial. Seguindo as diretrizes internacionais, o quanto reinventar para oferecer ajuda aos pacientes. Como o tabagismo é uma doença crônica e re-
antes o paciente iniciar o processo de reabilitação, maiores e mais rápidos serão os ganhos corrente, é importante realizar uma avaliação prévia do perfil do fumante, com o objetivo de
funcionais. OBJETIVO: O objetivo deste estudo foi verificar se o programa de reabilitação aumentar a taxa de sucesso do tratamento. Objetivos: Analisar o perfil sociodemográfico
pulmonar por meio de videoconferência promoveria melhora da capacidade de exercício dos e história tabágica dos tabagistas inscritos na lista de espera do Programa de Tratamento
pacientes após a fase aguda do COVID-19. MÉTODO: Nós avaliamos 196 indivíduos, que não do Tabagismo do HUAP e fornecer orientações a esses pacientes, de forma remota, frente à
tiveram admissão em UTI, durante a fase pós aguda do COVID-19, divididos em dois grupos. pandemia da COVID-19. Métodos: Realizadas ligações telefônicas para 88 pacientes inscritos
O Grupo Controle (GC) contendo 92 indivíduos que não receberam nenhuma intervenção de na lista de espera do programa, durante o ano de 2020. Elaborado um roteiro de entrevista
reabilitação após o tratamento clínico por seis semanas, e o Grupo Intervenção (GI) com 104 telefônica contendo dados sociodemográficos, história tabágica, teste de Fargestrom para
indivíduos que realizaram o programa de Reabilitação Pulmonar de baixa intensidade (PRP) avaliar o grau de dependência nicotínica, interesse e possibilidade de participação de sessões
em casa, com uma sessão de videoconferência síncrona por semana, durante seis semanas. O de grupos online. As ligações também possuíram caráter informativo, alertando quanto ao
protocolo todo realizado por videoconferência teve como base para avaliação da capacidade fato do tabagismo ser fator de risco e agravamento da COVID-19. Elaborada uma cartilha con-
de exercício o Teste de Sentar e Levantar de 30 segundos (TSL), a sensação de fadiga após tendo orientações práticas para auxiliar na cessação do tabagismo para ser disponibilizada
exercício foi avaliada usando a Escala Borg de 10 pontos e o nível de atividade física foi quan- aos pacientes que assim desejassem. Resultados: O estudo incluiu 56 pacientes, (88 ligações
tificado através da medida da Atividade Física na Vida Diária (AFVD) usando um aplicativo de realizadas, 64 atendidas, sendo que destas, 2 pacientes haviam falecido, 5 tinham parado de
celular que mensurava a quantidade de passos por dia. RESULTADOS: O GI após seis semanas fumar e 1 estava em tratamento em outra instituição). Dos 56 pacientes, 42 (75%) eram do
de PRP teve significativo aumento no TSL e AFVD, superiores ao valor mínimo clinicamente sexo feminino, média de idade 58 anos, carga tabágica média 46 maços/ano. A maioria pos-
significativo, e importante diminuição da sensação de fadiga após exercício (p <0.05). O Gru- suía grau elevado de dependência à nicotina, 44 (78,6%) relataram interesse e condições de
po Controle não apresentou melhora na AFDV e no TSL assim como não mostrou melhora na participar remotamente das sessões online, 49 (87,5%) relataram que gostariam de receber
sensação de fadiga após o exercício. CONCLUSÃO: Nossos achados reforçam a importância a cartilha enquanto aguardavam na fila de espera e 52 (92,8%) tinham conhecimento que o
de avaliar e oferecer um programa de baixa intensidade através de videoconferência para tabagismo é fator de risco e agravamento da COVID-19. Conclusão: A maioria dos pacientes
pacientes após fase aguda do COVID-19, beneficiando esta população, apresentando melhora que procura o Programa é constituída de mulheres tabagistas com alto grau de dependência.
na capacidade de exercício, AFVD e sensação de fadiga após seis semanas. Importante ainda A abordagem desses pacientes é imprescindível, mesmo que de forma remota, durante o pe-
destacar que foi o primeiro processo de reabilitação oferecido a pacientes após a COVID-19 no ríodo de pandemia da COVID-19, uma vez que fazem parte do grupo de risco.
Brasil, e o primeiro através de meios de comunicação, em presencialidade. Palavras-chave: tabagismo COVID-19 dependência de nicotina
Palavras-chave: Reabilitação Pulmonar Telessaúde COVID-19 Capacidade de Exercício

SOBRECARGA CARDÍACA AVALIADA POR DUPLO-PRODUTO ENTRE O TESTE DE CAMI- A IMPORTÂNCIA DA ABORDAGEM DO TABAGISMO NA EDUCAÇÃO BÁSICA
NHADA DE 6 MINUTOS E O TESTE DE DEGRAU DE SEIS MINUTOS Luciano Damasceno Alves; UERJ.
Suzana, ME; de Souza, Y; Salum, L; Macedo, J; da Costa, CH; Departamento de Pneumologia Introdução: Apesar das crescentes ações de combate ao tabagismo e à adesão de novas
e Tisiologia – UERJ. práticas agrícolas pelas famílias produtoras de tabaco, o caminho para uma redução nos im-
Introdução: O duplo-produto (DP) é um eficiente indicador da sobrecarga cardíaca em exer- pactos causados pelo consumo de produtos tabaco-derivados, sejam eles na economia, no
cícios de força, calculado pela fórmula DP= frequência cardíaca (FC) (bpm) x pressão sistólica ambiente ou na saúde, ainda estão no início do seu caminho. Nos documentos oficiais – Lei de
(mmHg). Estudos mostram que os valores de DP são maiores em exercício aeróbico do que Diretrizes Básicas e Parâmetros Curriculares Nacional, não há citação para a prática de ativida-
em exercício com carga. O teste de caminhada de 6 minutos (TC6M) e o teste de degrau de 6 des que estimulem a saúde e o cuidado com o ambiente. E diante dessa situação, a aplicação
minutos (TD6M) são aeróbicos. O TD6M apresenta maior esforço analisado através escala de de atividades constantes dentro da comunidade escolar, com a interação da comunidade ex-
Borg e da frequência cardíaca com valores maiores que no TC6M. O cálculo do DP pode de- terna, teria a possibilidade de obtenção de resultados satisfatórios Objetivo: Discutir como
monstrar sobrecarga cardíaca imposta por cada teste. Objetivos: comparar o DP apresentado a temática do tabagismo e seus impactos são abordados em materiais didáticos, ambien-
após a performance do TC6M e TD6M através de indicadores de saúde. Método: O estudo tes escolares e com a comunidade escolar, verificando a problemática sobre o consumo de
foi realizado na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), onde foram selecionados produtos de tabaco, além dos seus impactos sociais. Metodologia: Pesquisa em material
indivíduos saudáveis e sedentários homens (H) e mulheres (M) com idade entre 20-80 anos. bibliográfico inerente ao objeto da pesquisa, presente em artigos científicos, livros, leis vigen-
Os critérios de inclusão foram resultados normais na radiografia de tórax, eletrocardiograma tes, documentos institucionais e matérias jornalísticas, além de consulta a bancos de dados
e testes de função respiratória. Critérios de exclusão foram fumantes, distúrbios pulmonares, de órgãos governamentais, com a prerrogativa de compreensão da comunidade escolar em
exames anormais e distúrbios cardiovasculares. A frequência cardíaca, saturação de oxigênio, questão, de maneira a impactar, de modo positivo, esta mesma comunidade escolar, além da
pressão arterial, escala de Borg foram medidos antes e após ambos os testes. Os valores do comunidade adjacente. Com isso, estima-se a obtenção de material que atenda os objetivos
DP encontrados antes e imediatamente após cada testes foram comparados. Análise Esta- propostos anteriormente, gerando questionamentos e possíveis soluções nos resultados que
tística: Sudent’s T test paired – Prism 6.0. Resultados: Foram analisados os dados de 329 seguem. Resultados: Através da metodologia definida para este trabalho, alcançamos múl-
indivíduos saudáveis. A média do DP encontrada antes dos testes em H e M foi H=9044,96 tiplos questionamentos, que foram divididos em tópicos de A a H, além de seus subtópicos,
± 1833,08 e M=8795,54 ± 1419,78. Após o TC6M: H=14059,16 ± 2874,15 e M= 14508,39 chegando a um total de 29 questões e respostas que devem ser aplicadas, para resolução de
± 3085,17. Após o TD6M: H=17024,69 ± 4184,27 e M= 17317,64 ± 3743,64. A diferença problemas encontrados perante a temática abordada: desde o consumo de derivados de ta-
encontrada entre os resultados do DP obtidos antes e depois do TC6M e do TD6M é estatis- baco em ambiente familiar, ocasionando elevação do absenteísmo de escolares por doenças
ticamente significativa: 5.420 + 2.567 (p<0,0001) e 8.353 + 3.438 (p<0,0001), respectiva- respiratórias (RIBEIRO, 2002), incluindo alterações de DNA (DE OLIVEIRA ALVES, 2017), até o
mente. Comparando os dois testes avaliado (TC6M vs. TD6M) verificamos que existe diferença impacto do contrabando de cigarros (INCA, 2020). Conclusão: Acreditamos que, com uma
estatisticamente significativa de 2.932 + 3.342 (p<0,0001), sendo que o DP foi maior após a mudança no formato de comunicação junto aos escolares, além de uma revisão/inclusão nas
realização do TD6M. Conclusão: A comparação do duplo-produto mostrou que a sobrecarga leis de diretrizes básicas de, tenhamos um significativo avanço na implementação dos pontos
cardíaca causado pelo TD6M é maior do que a do TC6M. estabelecidos em acordos internacionais (INCA, 2011).
Palavras-chave: Sobrecarga Cardíaca Exercício Aeróbico Reabilitação Cardiovascular Palavras-chave: tabagismo educação básica saúde coletiva prevenção dpoc

67
CONTROLE DO TABAGISMO NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE TABAGISMO EM PESSOAS COM TUBERCULOSE NO ESTADO DO PIAUÍ: UMA ANÁLISE
Sousa, MR; Padilho, BRB; Moreira, CN; Oliveira, CRV; Gonçalves, MHAF; Saloio, RM; Rabelo, EPIDEMIOLÓGICA
LBA; Durans, TM; Ribeiro, AE; Universidade de Vassouras. Olivera, SF1; Tajra, NA1; Santos, BS1; Sanção, OR1; Carvalho, ACML1; Silva, AKS1; Miranda
O tabagismo é considerado a principal causa de doenças preveníveis no mundo estando asso- Júnior, FP1; Oliveira, SF2; Oliveira, CMF1; 1. Centro Universitário Uninovafapi; 2. Faculdade de
ciado a cerca de 70% dos casos de câncer de pulmão, 42% das doenças respiratórias crônicas e Ensino Superior de Floriano.
10% das doenças cardiovasculares. No Brasil, o seu controle vem sendo realizado desde 1989, Introdução: A literatura tem apontado uma associação desfavorável entre a tuberculose
quando o Ministério da Saúde (MS) criou o Programa Nacional de Controle do Tabagismo (TB) e o tabagismo, nas quais a exposição à fumaça do tabaco está associada com infecção,
(PNCT), cujo principal objetivo foi reduzir a prevalência de fumantes no e a morbimortalidade doença e mortalidade pela TB. Objetivos: Analisar o uso de tabaco entre pessoas com TB e
por doenças relacionadas ao tabaco, através da implementação de ações principalmente a seu perfil epidemiológico no estado do Piauí no período de 2001 a 2020. Métodos: Trata-
nível de atenção primária à saúde (APS). O estudo objetiva analisar a importância do cuidado -se de um estudo epidemiológico descritivo, de abordagem quantitativa. A base de dados
prestado ao tabagista na APS. Realizou-se uma revisão narrativa da literatura nas bases de utilizada foi o Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), disponibilizados
dados SCIELO e UNASUS de artigos em português a partir do ano de 2012. A APS é a porta pre- pelo Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS). Foram analisados:
ferencial do Sistema Único de Saúde (SUS) e é nela que se desenvolvem, majoritariamente, casos de TB por ano, tabagismo associado, sexo, faixa etária, escolaridade, forma e desfecho
as ações do PNCT. A equipe APS exerce importante papel na prevenção e promoção em saúde clínico. Resultados: Entre 2001 e 2020 foram notificados 19.802 casos de TB no estado do
através da conscientização da população atendida acerca dos males causados à saúde e no Piauí. O tabagismo foi presente em 758 casos, o que corresponde a 3,8% dos casos de TB
apoio aqueles que desejam abandonar o tabagismo, o qual inclui avaliação clínica, aborda- notificados nesse recorte temporal. Dos 758 casos de tabagismo associado a TB, quase a tota-
gem mínima ou intensiva, individual ou em grupo e, se necessário, terapia medicamentosa. A lidade dos casos concentrou-se nos anos de 2014 a 2020, com 754 casos (99%), sendo 2020 o
equipe de saúde da família deve estar envolvida no auxílio aos usuários de tabaco. Os agentes ano mais prevalente, com 155 casos (15,1%). Destes, 594 eram do sexo masculino (78,3%) e
comunitários de saúde devem alertar os moradores da sua microárea sobre os riscos advindos 164 (21,7%) do sexo feminino. Quanto a faixa etária, a maioria dos tabagistas concentrou-se
do uso do tabaco e incentivá-los a participar dos grupos de apoio desenvolvidos na APS. Neste na faixa de 40 e 59 anos, com 303 casos (39,9%), seguido das pessoas entre 20 e 39 anos,
mesmo sentido, os dentistas, o enfermeiro e o médico podem atuar tanto na sensibilização com 297 casos (39,1%). Boa parte dos casos concentrou-se entre pessoas com escolaridade
dos que procuram por atendimento e são fumantes como na condução dos grupos. O médico de 1ª a 4ª série incompleta do ensino fundamental, com 201 casos (26,5%), seguido de 115
também participa do processo com a prescrição dos medicamentos de apoio e no tratamento pessoas (15,1%) analfabetas. A forma pulmonar da TB foi prevalente entre os tabagistas, com
de problemas de saúde decorrentes do uso do tabaco. A APS ao desenvolver ações que culti- 682 casos (89,9%). Quanto ao desfecho clínico, 396 casos (52,2%) evoluíram com cura da TB
vam hábitos saudáveis na população transcende a visão de que a saúde é apenas a ausência e 71 (9,3%) abandonaram o tratamento. Além disso, 100 casos (13,1%) vieram a óbito e 5
de doenças e propicia o cuidado através da prevenção. Dessa forma, é essencial que o cuidado (0,6%) necessitaram de mudança no esquema de tratamento da TB. Conclusão: Conclui-se
seja sempre acompanhado de educação em saúde o que propicia o empoderamento da po- que o perfil epidemiológico das pessoas com TB e tabagismo associado no estado do Piauí é
pulação assistida e melhora a adesão tanto visando que os indivíduos não fumem quanto in- de homens adultos e com baixa escolaridade. Apesar da taxa eficaz de cura, a presença do
centivando aqueles que fumam a cessarem tal hábito. Cabe a todos os profissionais da equipe abandono do tratamento e óbitos reforça a associação negativa entre o tabagismo e a TB.
o esforço de investir na melhoria do modo de viver cotidiano. Assim, a revelação dos dados pelo presente estudo contribui para o diagnóstico situacional
Palavras-chave: Tabagismo atenção primária abordagem controle e pode auxiliar os gestores da saúde e os trabalhadores no planejamento e reformulação de
estratégias de prevenção e tratamento do tabagismo entre pessoas com TB.
Palavras-chave: Tuberculose Tabagismo Epidemiologia

O TABAGISMO COMO FATOR DE RISCO PARA COVID-19 TRATAMENTO DE TABAGISMO NO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO ANTÔNIO PEDRO: RESUL-
Iannah Mendonça Freire de França3; Rebeca Vital Matias Acioli2; Tadeu Iury Araújo Rodrigues TADO IMEDIATO E APÓS UM ANO DE SEGUIMENTO
Silva1; 1. UFCG; 2. Unipê; 3. UNIPÊ. Barandas, MT; Silva, IM; Rezende, JM; Guimarães, LBS; Leal, SEM; Moreira, VB; Pessôa, CLC;
INTRODUÇÃO: A COVID-19 é uma doença viral sistêmica e infectocontagiosa com importan- Castro, MCS; Vahia, PFM; Ferreira Nani, AS; Universidade Federal Fluminense.
tes efeitos respiratórios. Os fumantes fazem parte dos grupos vulneráveis a esse vírus, tendo Introdução: O tabagismo é uma doença crônica e recorrente. Apesar dos recursos terapêu-
maior risco de desenvolver a forma grave da doença, e, consequentemente, altas taxas de ticos existentes, a taxa de recaída é elevada. É importante realizar uma avaliação prévia do
mortalidade quando comparados aos não fumantes (CHATKIN; GODOY, 2020). OBJETIVOS: perfil do tabagista, com o objetivo de aumentar a taxa de sucesso do tratamento. Objetivos:
Discorrer sobre os possíveis efeitos do tabagismo na suscetibilidade à infecção por COVID-19 e Analisar o perfil dos pacientes tabagistas e os resultados do tratamento imediato e após um
na gravidade da infecção. MÉTODOS: Trata-se de um estudo exploratório, realizado por meio ano de acompanhamento. Métodos: Foram avaliados 367 pacientes que participaram de,
de revisão de literatura na biblioteca virtual Scielo e na interface de busca Pubmed. Utiliza- pelo menos, 4 das 6 sessões de terapia cognitivo-comportamental, do Programa de Trata-
ram-se os descritores tabagismo e COVID-19 e coletaram-se artigos publicados no período de mento do Tabagismo do HUAP, de janeiro/2011 a dezembro/2019. Características sócio-de-
2020 a 2021. RESULTADOS: A alta suscetibilidade dos fumantes a esse vírus é explicada pelo mográficas e história de dependência à nicotina foram analisadas. O teste de Fagerstrom foi
aumento da permeabilidade da mucosa brônquica, deficiência no mecanismo mucociliar, utilizado para avaliar o grau de dependência à nicotina. Pacientes que pararam de fumar
maior aderência dos patógenos, ruptura do epitélio respiratório, inflamação e fibrose. Além durante ou ao término das 6 sessões de grupo foram considerados de sucesso imediato. O
disso, tendo em vista que um dos principais meios de contaminação é pelas mãos infectadas, sucesso tardio foi definido como abstinência por um período de um ano. Os dados foram co-
o próprio ato de fumar é um facilitador da infecção (CHATKIN; GODOY, 2020). Estudo realizado letados através das fichas das entrevistas iniciais dos participantes. Para avaliação da taxa de
por Jiménez-Ruiz et al. (2021) revela que ser fumante ou ter fumado aumenta em 96% as recaída foi utilizado um roteiro de entrevista telefônica. Resultados: Dos 367 pacientes, 244
chances de evolução grave da doença e em 79% as chances de que admissão na UTI e intuba- (66,5%) eram do sexo feminino, média de idade de 57 ± 9,8 anos, fumavam em média 21 ±
ção sejam necessárias. Uma hipótese baseia-se no fato da enzima conversora de angiotensina 10,1 cigarros/dia, média de idade de início do tabagismo de 16 ± 5,6 anos, tempo médio de
2 expressar-se mais frequentemente em macrófagos alveolares e nos pneumócitos do tipo 2 tabagismo de 41 ± 10,5 anos e carga tabágica média de 43 maços-ano. A maioria (66,5%)
nos alvéolos dos fumadores. É, portanto, plausível que os fumantes sejam expostos a cargas dos pacientes possuía grau elevado ou muito elevado de dependência à nicotina, 286 (87,2%)
mais elevadas de SARS-CoV-2 como resultado do aumento da expressão desses receptores já haviam feito tentativas prévias de parar de fumar. Dos 327 pacientes participantes, 273 fo-
(Reddy et al., 2021). Diante disso, medidas de saúde pública enfatizando o conselho para ram avaliados em relação ao sucesso do tratamento. Destes, 219 pacientes pararam de fumar
parar de fumar, suporte e farmacoterapia devem ser fornecidas para reduzir a carga geral da (taxa de abstinência imediata de 80,2%). Dentre estes, 189 foram contactados após 1 ano e
doença. É altamente provável que a cessação do tabagismo possa reduzir a transmissão e a 100 mantiveram-se abstinentes (taxa de abstinência tardia de 52,9%). Das variáveis analisa-
gravidade do COVID-19 na comunidade (MATOS et al., 2021). CONCLUSÃO: Entre os principais das, o uso de medicação, morar acompanhado e o grau de escolaridade se associaram ao su-
fatores de risco para a forma mais grave da COVID-19, estão o tabagismo em si e as doenças cesso imediato (p< 0,05). Nenhuma variável mostrou associação significativa com a recaída.
relacionadas ao uso do tabaco. Por isso, é urgente a necessidade de medidas de redução desse Conclusão: A alta taxa de abstinência imediata e tardia possivelmente estão relacionadas ao
hábito a fim de reduzir a taxa de morbimortalidade da atual pandemia. maior conhecimento do perfil destes pacientes e à abordagem por equipe multiprofissional.
Palavras-chave: COVID-19 Suscetibilidade Tabagismo Os serviços de tratamento do tabagismo devem oferecer suporte a longo prazo, especialmen-
te para pacientes com alto grau de dependência à nicotina.
Palavras-chave: tabagismo dependência de nicotina cessação tabágica

68
TERAPIA INTENSIVA
TRATAMENTO REMOTO DOS PACIENTES TABAGISTAS DURANTE A PANDEMIA COVID-19 AUMENTO GRADUAL DA PRESSÃO POSITIVA AO FINAL DA EXPIRAÇÃO REDUZ O DANO
Guimarães, LBS; Barandas, MT; Leal, SEM; Moreira, VB; Pessôa, CLC; Castro, ACPO; Souza, JBS; PULMONAR E MELHORA A FUNÇÃO CARDÍACA EM MODELO EXPERIMENTAL DE SÍN-
Ferreira Nani, AS; Rezende, JM; Silva, IM; Universidade Federal Fluminense. DROME DO DESCONFORTO RESPIRATÓRIO AGUDO LEVE
Introdução: O Programa de Tratamento de Tabagismo do Hospital Universitário Antônio Pe- Ana Carolina Gomes Montechiari Teixeira; Marcos Vinícius de Souza Fernandes; Nathane San-
dro (HUAP) iniciado em 2005, vem realizando grupos presenciais para auxiliar os pacientes na tanna Felix; Cynthia dos Santos Samary; Nazareth de Novaes Rocha; Luisa Helena Andrade da
cessação da dependência nicotínica, e elevadas taxas de abstinência imediata e tardia após Silva; Mariana Coelho da Silva; Gisele Camargo Rodrigues; Pedro Leme Silva; Patrícia Rieken
tratamento têm sido alcançadas ao longo desses anos. Nos anos de 2020 e 2021, devido à Macedo Rocco; Universidade Federal do Rio de Janeiro.
pandemia da COVID-19, a equipe do Programa teve que se reinventar para oferecer ajuda a Introdução: O aumento da pressão positiva ao final da expiração (PEEP) na Ventilação Mecâ-
esses pacientes. Objetivo: Avaliar o sucesso do tratamento, de forma remota, dos pacientes nica leva ao aumento do estresse no parênquima pulmonar, na MEC e nos vasos pulmonares.
tabagistas inscritos no Programa. Métodos: Realizadas ligações telefônicas para os pacientes Até o momento, nenhum estudo avaliou o impacto das modificações progressivas de parâ-
inscritos na lista de espera do Programa de Tratamento do Tabagismo do HUAP no ano de metros estáticos como a PEEP em modelo de Síndrome do Desconforto Respiratório Agudo
2020, e selecionados aqueles que tinham interesse e possibilidade de participar das sessões Objetivos: Avaliar os efeitos da PEEP quando é aumentada bruscamente (sem período de
de grupos online. Para avaliar o sucesso terapêutico, os pacientes deveriam participar de adaptação), gradualmente (período de adaptação mais curto) ou mais gradualmente (pe-
pelo menos quatro das oito sessões online de terapia cognitivo-comportamental, semanais ríodo de adaptação mais longo) no dano pulmonar e na função cardíaca Métodos: A SDRA
e com duração de 60 minutos. As plataformas utilizadas foram Zoom Meeting e Google Meet. foi induzida pela instilação do lipopolissacarídeo de Escherichia coli (LPS) via intratraqueal.
Os participantes que pararam de fumar durante ou ao término das sessões de grupo foram Após vinte e quatro horas, ratos Wistar (n=48) foram randomicamente divididos em quatro
considerados de sucesso imediato. Disponibilizada uma cartilha contendo informações e estratégias de ventilação mecânica: 1) PEEP=3 cmH2O por 2 horas (Controle); 2) PEEP=3
orientações práticas para auxiliar na cessação do tabagismo para os participantes do gru- cmH2O durante a primeira hora (hora 1) seguida por um aumento abrupto da PEEP para 9
po por e-mail ou whatsApp. Resultados: Das 88 ligações telefônicas realizadas, 64 foram cmH2O até o final da segunda hora (hora 2) (sem período de adaptação); 3) PEEP=3cmH2O
atendidas, e 56 pacientes responderam a uma entrevista telefônica. Destes, 44 disseram que durante os primeiros 30 minutos, seguidos de um aumento gradual da PEEP até 9cmH2O
tinham interesse e possibilidade de participar de um grupo online, sendo então convidados por 30 minutos, depois mantida constante até o final da hora 2 (período de adaptação mais
para compor o primeiro grupo 16 pacientes. Doze deles obtiveram uma frequência mínima de curto); e 4) aumento da PEEP mais gradual, de 3 cmH2O a 9 cmH2O durante 1 hora, depois
4 sessões de grupo e foram avaliados em relação ao sucesso do tratamento. Destes, 8 pararam mantida constante até o final da hora 2 (Período de adaptação mais longo) Resultados: 1)
de fumar, o que corresponde a uma taxa de sucesso imediato de 66,7%. Conclusão: Altas A oxigenação estava melhor nos grupos com período de adaptação curto e longo, comparado
taxas de abstinência imediata e tardia têm sido obtidas, historicamente, no programa com o com os grupos sem período de adaptação e controle; 2) O escore do dano alveolar difuso
tratamento de grupos presenciais. No entanto, essa avaliação fica prejudicada, nos grupos on- cumulativo e a expressão gênica de biomarcadores associados a inflamação (IL-6), danos às
line, por se tratar de um estudo piloto com poucos pacientes. É imprescindível oferecer apoio células epiteliais (CC-16), endoteliais (VCAM-1) e aos componentes da MEC (MMP-9, decori-
e tratamento aos pacientes tabagistas durante a pandemia COVID-19, já que eles fazem parte na e sindecan), bem como o estresse alveolar (anfiregulina), que estavam maiores no grupo
do grupo de risco. O acesso remoto vem ao encontro da necessidade do momento, já que esses sem período de adaptação, do que nos demais grupos. 4) A pressão arterial pulmonar estava
pacientes devem evitar aglomerações e espaços públicos coletivos. reduzida no grupo com período de adaptação mais longo, quando comparado com os grupos
Palavras-chave: tabagismo COVID-19 cessação tabágica tratamento de período mais curto e sem adaptação, como indicado pela razão entre PAT/PET Conclusão:
O aumento gradual da PEEP pode levar à distribuição do estresse pulmonar de forma homo-
gênea, tanto nos compartimentos alveolares e microvasculares, resultando numa redução ao
dano pulmonar, enquanto no aumento ainda mais gradual da PEEP mostrou uma redução
significativa na pressão arterial pulmonar
Palavras-chave: SDRA Lesão pulmonar induzida por ventilação Dano alveolar difuso Pressão
positiva ao final da expiração Matriz extracelular

69
TROMBOEMBOLISMO PULMONAR
MANEJO E DIAGNÓSTICO DO TROMBOEMBOLISMO PULMONAR NA GESTANTE PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DAS INTERNAÇÕES POR TROMBOEMBOLISMO PULMONAR
Rocha, Amanda1; Rocha, Renata2; 1. Escola de Medicina Souza Marques; 2. Hospital Muni- NO ESTADO DO PIAUÍ
cipal Mariska Ribeiro. Lícia Apoline Santos Marques; Amanda Vitória da Rocha Granja; Andressa Mendes de Sousa;
INTRODUÇÃO: Tromboembolia pulmonar é uma das principais causas de morte materna no Ellem Silva Pestana; Jailson de Sousa Oliveira Júnior; Paula Sabrina Martins Gomes da Ro-
mundo ocidental. A partir das mudanças fisiológicas ocasionadas pela gestação, estabelece- cha; Paloma Maria de Souza Oliveira; Rafaela Machado Dias de Oliveira; Luiz Bezerra Neto;
-se a tríade de Virchow, composta por hipercoagulabilidade, estase venosa e lesão vascular. Uninovafapi.
Este conjunto de fatores propicia a incidência de tromboembolismo venoso, que inclui trom- Introdução: O tromboembolismo pulmonar (TEP) é uma síndrome clínica e fisiopatológica
bose venosa profunda e tromboembolia pulmonar. O tromboembolismo venoso cursa com que resulta da opilação da circulação arterial pulmonar por um ou mais êmbolos. Além de
manifestações clínicas similares às da gravidez, podendo levar a um diagnóstico tardio devido ser a terceira causa de morte por evento cardiovascular, é uma das emergências mais sub-
a dificuldade de determinação, e prejudicar o tratamento do quadro. Portanto, salienta-se o diagnosticadas no mundo. No Piauí, o elevado número de casos representa a relevância do
papel crucial do diagnóstico e manejo precoce da tromboembolia pulmonar, para a redu- reconhecimento e do adequado manejo de tal patologia. Objetivos: Caracterizar o perfil
ção da mortalidade materna. OBJETIVO: O estudo objetiva elucidar o diagnóstico e manejo epidemiológico das internações por Tromboembolismo Pulmonar no estado do Piauí, no-
do tromboembolismo pulmonar em gestantes. MÉTODOS: Este trabalho consiste em uma tificados entre 2008 e 2020. Métodos: Trata-se de estudo epidemiológico, quantitativo e
revisão de literatura através das plataformas digitais PubMed e New England Medical Jour- retrospectivo dos casos de TEP no estado do Piauí.Os dados foram coletados na plataforma do
nal, com artigos de 2020-2010. Realizou-se a busca com os descritores: embolia pulmonar, Sistema Único de Saúde do Brasil(DATASUS),a partir do Sistema de Informações Hospitalares
tromboembolismo venoso e gravidez. RESULTADOS: Sinais e sintomas de tromboembolismo do SUS(SIH/SUS). Sexo,faixa etária,raça e óbitos foram variáveis levadas em consideração,-
venoso na gravidez são: dispnéia, taquicardia, dor e/ou edema de perna e dor torácica. A com informações de 2008 até o primeiro semestre de 2020.As pesquisas foram exportadas
partir da suspeita de tromboembolia pulmonar o método diagnóstico mais seguro e eficien- e tabuladas no software Microsoft Excel. Resultados: No período analisado,649 casos de
te nos três trimestres é o algoritmo YEARS adaptado para gestantes combinado com o teste internação por TEP foram confirmados no Piauí.Destes,463 foram em homens (71,34%) e 186
dímero-D, visto que os exames de imagem previamente recomendados, apresentavam riscos em mulheres (28,65%).Quanto à faixa etária,218 internações foram referentes a pacientes de
à mãe e ao feto devido à exposição ao contraste e radiação. O YEARS possui três critérios a 60-69 anos(33,59%) ,167 na faixa de 50-59 anos (25,73%), 97 entre 70 e 79 anos (14,94%)
serem avaliados, são estes: sinais clínicos de trombose venosa profunda, hemoptise e embolia e 66 com 80 anos ou mais (10,16%).A faixa etária de 0 a 14 anos foi a menos acometida,com
pulmonar como principal diagnóstico, baseado no exame físico e histórico do paciente. Reali- 3 casos (0,46%).No que se refere à raça,433 são pardos (66,71%),41 amarelos (6,31%),18
za-se a angiotomografia pulmonar computadorizada, exame padrão-ouro, caso apresente 1 brancos(2,77%) e 15 negros(2,31%).Em contrapartida,142 pacientes não tiveram a raça in-
a 3 critérios e dímero-D ≥ 500 ng/ml, ou não se encaixar nos critérios e possuir um dímero-D formada (21,87%).Quanto ao número de óbitos,74 foram contabilizados. Conclusão: O TEP
≥1000 ng/ml. Inicia-se a terapia com anticoagulantes se as imagens indicarem o diagnóstico. tem diagnóstico difícil,clínica variável e evolução imprevisível,constituindo uma patologia
Não apresentando estes dados, descarta-se tromboembolismo pulmonar e está contraindi- potencialmente fatal e subnotificada.No estado do Piauí acomete principalmente homens na
cado a anticoagulação, esta quando realizada indevidamente eleva o risco de hemorragia. faixa etária de 60 a 69 anos,na medida que fatores de risco para TEP como Trombose Venosa
CONCLUSÃO:O algoritmo YEARS adaptado para gestantes associado ao teste Dímero-D, per- Profunda,obesidade e tabagismo também são mais prevalentes nessa faixa etária e sexo.
mite maior precisão e segurança, evitando exames e terapia desnecessárias que podem ser Palavras-chave: Tromboembolismo Pulmonar Embolia Internações
prejudiciais à grávida.
Palavras-chave: Embolia Pulmonar Tromboembolismo Venoso Gravidez

PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DAS INTERNAÇÕES POR EMBOLIA PULMONAR NO PIAUÍ EN-


TRE 2010 E 2020
Santos, BS; Santos, BWS; Oliveira, CMF; Tajra, NA; Sanção, OR; Dias, GRL; Oliveira, SF; Junior,
FPM; CENTRO UNIVERSITÁRIO UNINOVAFAPI.
INTRODUÇÃO: A Embolia Pulmonar (EP) é uma doença bastante comum que ocorre devi-
do ao desprendimento de um trombo formado no sistema venoso profundo, promovendo
oclusão de um ou mais vasos. Dessa forma, essa doença é potencialmente fatal e requer diag-
nóstico rápido e preciso. OBJETIVOS: Analisar o perfil epidemiológico de internações por EP
no Piauí no período de 2010 a 2020. MÉTODOS: Foi realizado um estudo epidemiológico,
descritivo, demográfico, utilizando dados do Sistema de Informações Hospitalares do Sistema
Único de Saúde (SIH/SUS), disponibilizados pelo Departamento de Informática do Sistema
Único de Saúde (DATASUS). Não foi necessária avaliação pelo Comitê de Ética e Pesquisa, uma
vez que trata-se de dados de base populacional. Além disso, foram investigadas as seguintes
variáveis: casos por ano do primeiro atendimento, sexo, cor/raça e faixa etária. RESULTADOS:
Foram notificados no período de 2010 a 2020, 623 casos de internações por EP no estado do
Piauí, com significante oscilação quando à ocorrência no decorrer dos anos. A maior incidên-
cia deu-se no ano de 2011 (14,77%), seguido de 2010 (14,29%) e menor incidência em 2014
(5,94%). Em relação a faixa etária, notou-se maior ocorrência nas idades mais avançadas,
compreendidas respectivamente entre 60 e 69 anos (33,71%) e 50 e 59 anos (24,40%). As
idades correspondentes às crianças menores de um ano até os 14 anos, demonstraram pouca
relação com a EP, todas com ocorrência de 1 caso (0,16%). Outra variável relevante foi o sexo,
uma vez que mais da metade dos casos, 437 (70,14%), correspondiam ao sexo masculino,
enquanto que a outra alíquota de 186 casos (29,86%) pertencia ao sexo feminino. E por fim,
a cor/raça foi avaliada e observou-se que a concentração ocorreu entre as pessoas considera-
das pardas com 397 casos (63,72%) e em contraponto a isso, a população considerada preta
possuiu o menor escore com 16 (2,58%). CONCLUSÃO: Pode-se concluir, dessa maneira, que
o perfil epidemiológico dos casos de EP no estado do Piauí contempla majoritariamente ho-
mens com faixa etária mais elevada, de 50 a 69 anos, assim como cor da pele parda. Nesse
viés, a investigação e estudos desses casos contribuem ativamente no diagnóstico precoce
da doença em questão, afim de evitar superlotação nos hospitais e promover auxílio para
os profissionais de saúde na formulação de estratégias para prevenção e tratamento da EP.
Palavras-chave: EMBOLIA PULMONAR PNEUMOLOGIA EPIDEMIOLOGIA

70
TUBERCULOSE
A ACURÁCIA DO GENEXPERT MTB/RIF®️ PARA DIAGNÓSTICO DE TUBERCULOSE EM A EPIDEMIOLOGIA DA TUBERCULOSE PULMONAR NO NORDESTE BRASILEIRO ENTRE
AMOSTRAS RESPIRATÓRIAS EM UM CENTRO DE REFERÊNCIA UNIVERSITÁRIO PARA MAIO DE 2011 E ABRIL DE 2021
TUBERCULOSE NO RIO DE JANEIRO Rocha, SMA2; Coelho, IAR3; Brito, MET1; Pereira, GLS3; Oliveira, JSA2; Oliveira, MS2; 1. unit;
Gabriel Henrique Delazare Miranda; Flávia Marques Romano; Matheus Costa Felix Feitosa De 2. Unit; 3. UNIT.
Aguiar; Juliana Garcia Rodrigues; Matheus Soares Braga; Luana de Souza Andrade; Fernanda INTRODUÇÃO: A tuberculose é uma doença causada pelo Mycobacterium tuberculosis que
Carvalho De Queiroz Mello; Universidade Federal do Rio de Janeiro. é considerado um BAAR. Esse pode ser transmitido por via inalatória através da transmissão
Introdução: A Tuberculose Pulmonar (TB) permanece atualmente como um grave problema respiratória de partículas infectantes¹. A apresentação clínica da tuberculose pulmonar tem
de saúde pública, com alta morbidade e mortalidade, requerendo diagnóstico e tratamento como sintomas clássicos: tosse crônica com expectoração, episódios de hemoptise, febre ves-
precoces para um bom prognóstico. O GeneXpert MTB/Rif®️ (Xpert), nesse sentido, trouxe pertina e sudorese noturna e perda de peso. A demora no diagnóstico e, consequentemente,
celeridade no diagnóstico da doença, possibilitando a detecção da bactéria causadora mais no tratamento podem ser fatais e estão associadas à evolução para formas extrapulmonares².
rapidamente. Objetivos: Avaliar a acurácia do Xpert em amostras respiratórias de lavado Objetivo: Estudo descritivo com dados do Departamento de Informática do Sistema Único
broncoalveolar e escarro induzido, usando como padrão-ouro a cultura para micobactérias. de Saúde (DATASUS). Nesse, utilizamos os casos em todo território que compreende a região
Metodologia: A amostra do estudo foi constituída de pacientes que realizaram broncoscopia Nordeste, sendo utilizadas também as ferramentas de faixa etária, sexo, raça / cor e óbitos.
ou escarro induzido no Hospital Universitário Clementino Fraga Filho - Instituto de Doenças Resultados: Entre maio de 2011 e abril de 2021, foram registrados 32866 casos de TB na
do Tórax na cidade do Rio de Janeiro. Foram aplicados o Xpert e a cultura no mesmo espécime região Nordeste. Esses casos, quando analisados sob a ótica da faixa etária, têm as seguintes
respiratório durante o período de janeiro de 2017 até novembro de 2019. Resultados: No distribuições: 55 casos em menores de 1 ano, 1687 casos em pessoas com idade entre 1 e 19
período de condução, foram analisadas 1717 amostras respiratórias, 704 (41%) das quais anos, 25368 casos em adultos entre 20 e 59 anos, 5756 casos em idosos com idade superior
foram broncoscopias. A mediana da idade desses pacientes foi de 56 anos, com predomi- ou igual à 60 anos. Quanto ao sexo, 23958 casos foram em pacientes do sexo masculino e
nância do sexo masculino (51%). Das amostras de lavado broncoalveolar, foram obtidos 115 8908 casos no sexo feminino. Foram registrados 2589 óbitos sendo 1933 óbitos em pacientes
resultados positivos no Xpert, 91 destes com cultura positiva e 24 com cultura negativa. Dos do sexo masculino e 656 óbitos em pacientes do sexo feminino. Por fim, os dados do DATA-
589 resultados negativos no Xpert, 12 foram considerados falsos negativos pela cultura e 6 SUS mostram uma taxa de mortalidade de 7,88. Conclusão: Os dados colhidos demonstram
continham outras micobactérias. Isso resultou numa acurácia de 95%, Se de 88%, Sp de 96%, que, por mais que a tuberculose pulmonar seja uma doença evitável, ela ainda faz parte do
VPP de 79% e VPN de 98%. Além disso, foram realizados 302 (17%) escarros induzidos, com cotidiano hospitalar brasileiro. Além disso, os dados demonstram que os adultos são os mais
a mediana da idade dos pacientes de 45 anos e predominância do sexo masculino (54%). Dos acometidos pela doença. Sendo assim, é preciso que haja uma constante vigilância e divul-
302 pacientes, 55 (18%) tinham status positivo para HIV. Foram obtidas 56 amostras com gação sobre o agravo, em especial, em ambientes de confinamento como, como por exemplo,
Xpert positivo, sendo 49 positivas também na cultura e 7 resultados falsos-positivos. O Xpert presídios.
também evidenciou 246 amostras com resultado negativo, sendo 3 delas resultados falsos Palavras-chave: Tuberculose Epidemiologia Pulmonar
negativos. Isso resultou numa acurácia de 97%, Se de 94%, Sp de 97%, VPP de 87% e VPN de
99%. Conclusão: Este estudo confirmou o papel do Xpert no lavado broncoalveolar para o
diagnóstico de TB, com boa sensibilidade e alta especificidade. O Xpert também se mostrou
seguro e eficaz para diagnóstico da doença em pacientes sem escarro negativo para TB. O
escarro induzido, quando comparado à broncoscopia, é um método barato e que não depende
de mão-de-obra especializada para sua realização.
Palavras-chave: Tuberculose GeneXpert Diagnóstico

A CRIAÇÃO DA REDE BRASILEIRA DE ENFERMAGEM POR UM BRASIL LIVRE DA TUBER- ANÁLISE DE DADOS PÚBLICOS E VALIDAÇÃO DE ASSINATURAS GÊNICAS EM TUBERCU-
CULOSE (REDE ENFTB) LOSE PLEURAL
Fernando Augusto Dias e Sanches10; Nathalia Halax Órfão9; Gabriela Tavares Magnabosco8; Raquel da Silva Corrêa2; Thyago Leal-Calvo1; Juliana Cristina Borges da Silva2; Thiago Thomaz
Maria Eugênia Firmino Brunello3; Marneili Pereira Martins7; Marlúcia da Silva Garrido6; Lívia Mafort4; Ana Paula Gomes dos Santos4; Rogério Lopes Rufino Alves4; Milton Ozório Moraes1;
Maria Lopes Gazzafi1; Sheila Maria Borges Santiago5; Walter Ataalpa de Freitas Neto4; Tiemi Luciana Silva Rodrigues3; 1. Laboratório de Hanseníase, Instituto Oswaldo Cruz/Fiocruz; 2.
Arakawa2; 1. Centro Universitário Municipal de Franca; 2. COORDENAÇÃO GERAL DE VIGILÂN- Laboratório de Imunopatologia, Faculdade de Ciências Médicas/UERJ; 3. Laboratório de Imu-
CIA DAS DOENÇAS DE TRANSMISSÃO RESPIRATÓRIA DE CONDIÇÕES CRÔNICAS/DCCI/SVS/MS; nopatologia, Faculdade de Ciências Médicas/UERJFaculdade de Ciências Médicas - UERJ; 4.
3. Faculdade de Tecnologia em Saúde; 4. Secretaria Estadual de Saúde do Estado da Bahia; 5. Serviço de Pneumologia e Tisiologia, Hospital Universitário Pedro Ernesto/UERJ.
Secretaria Estadual de Saúde do Estado do Ceará; 6. SES - Programa Estadual de Controle da Introdução: Trabalhos anteriores têm investigado perfis transcricionais que diferenciem TB
Tuberculose AM; 7. SES - Programa Estadual de Controle da Tuberculose RJ; 8. Universidade pulmonar de outras doenças, porém, até o início desta pesquisa, esta abordagem não foi apli-
Estadual de Maringá; 9. Universidade Federal de Rondônia; 10. Universidade Federal do Rio cada em tuberculose pleural (TBpl). Objetivo: Identificar um conjunto de genes marcadores
de Janeiro. previamente descritos para TB pulmonar e validá-los em amostras de pacientes com TBpl.
Introdução: O Brasil integra os 20 países com alta carga de doença para TB, notificando Método: Primeiramente, os genes-alvo foram selecionados usando o algoritmo florestas
73.000 casos em 2020 (taxa incidência 64/100.000). Associado a este contexto alarmante, aleatórias com eliminação recursiva de atributos (RFE) aplicados aos dados públicos de mi-
ocorreram mais de 4.000 óbitos (taxa 2,3/100.000). Outra situação que chama a atenção é croarranjo de Bloom et al., 2013. Em seguida, amostras de sangue periférico (SP) e líquido
que cerca de 20-30% dos novos casos de TB são hospitalares. A CGDR conversou com lide- pleural (LP) de pacientes com derrame pleural exsudativo, recrutados prospectivamente do
ranças dos estados, convidando o grupo a pensar em novas estratégias para acabar com a Serviço de Pneumologia e Tisiologia do Hospital Universitário Pedro Ernesto - UERJ, foram
tuberculose. Em 2020, enfermeiro(a)s líderes se reuniram inúmeras vezes e, em 27/09/2020, coletadas em tubos PAXgene após o procedimento de toracocentese. A expressão dos genes
foi lançada a Rede EnfTB! Objetivos: Potencializar as metas de Erradicação da TB, bem como selecionados foi quantificada por PCR em tempo-real single-plex (RT-qPCR). Resultados: A
propiciar o desenvolvimento de estratégias à equipe de enfermagem na perspectiva da auto- análise de seleção de atributos com RFE apontou 10 genes candidatos (CARD17, BHLHE40,
nomia e utilizá-la para estimular um ambiente de trabalho digno e seguro. Aprimorar a inte- FCGR1A, BATF2, STAT1, BTN3A1, ANKRD22, C1QB, GBP2 e SEPTIN4) com maior importância
gração entre assistência, ensino, pesquisa e extensão em enfermagem para o enfrentamento para o modelo, o qual demonstrou uma acurácia de 89.5% para distinguir casos TB pulmonar
da TB, de forma indissociável, bem como nas funções gerenciais em nível local, municipal e de outras doenças respiratórias em um segundo banco de dados do mesmo autor. Nossa co-
estadual; Acompanhar a implementação da política e a aplicação dos recursos públicos nas orte consistiu de 28 homens e 20 mulheres, entre 18-92 anos, agrupados como TBpl (n=24)
ações de controle da doença. Resultados: O impacto direto e indireto, nesses oito meses de e não-TB (n=24). Verificamos que CARD17, BTN3A1 e C1QB tiveram expressiva diferença na
existência, a Rede EnfTB, atingiu diversos municípios, fazendo valer o termo indissociável - expressão gênica entre os grupos TBpl e não-TB, LP (log2FC±95%IC: 2,2±0,9; 1,5±0,75;
assistência-ensino-pesquisa-extensão. Tivemos mais de 1.000 enfermeiro(a)s, participando -2,5±1,45) e SP (log2FC±95%IC: 0,59±0,74; 0,51±0,75; 1,27±0,76), respectivamente.
dos encontros virtuais, utilizando meios digitais, discutindo protocolos com visões pragmáti- Sendo as expressões de CARD17 e BTN3A1 maiores em LP de TBpl que em não-TB. A expres-
cas/operacionais e compartilhando experiências de diferentes contextos do país continental. são de C1QB foi inversa, maior no LP de não-TB. A expressão de SEPTIN4 não foi detectada.
Conclusões: A criação de uma rede nacional, especial, envolvendo a equipe de enfermagem Quanto à capacidade discriminatória, BATF2 teve acurácia de 93% (95%IC±6%) na distinção
(2.600.000 pessoas no Brasil), trouxe um grande sentido de pertencimento, alinhando obje- entre TBpl de não-TB em SP; já CARD17 teve 90% (95%IC±9%) na mesma classificação em
tivos ao mesmo tempo em que se empodera com perspectiva científica: aprimorar cada vez LP. Atualmente, a amostra está sendo ampliada para posteriormente investigar os achados
mais idéias inovadoras, pensamentos críticos e potencialização dos processos de comunica- transcricionais em ensaios celulares. Conclusão: Viu-se que CARD17, BTN3A1 e C1QB são
ção em todo o país para o combate à TB. importantes para melhor compreensão da fisiopatologia da TBpl. Já BATF2 e CARD17 mos-
Palavras-chave: Tuberculose Rede de Enfermagem Saúde do Trabalhador Vigilância em traram-se promissores para discriminar TBpl de outras doenças, assim, contribuindo para
Saúde Estabelecimento de Assistência à Saúde acelerar o início da terapia anti-TB.
Palavras-chave: Tuberculose Pleura Derrame exsudativo Expressão gênica Mycobacterium
tuberculosis

71
A SUBNOTIFICAÇÃO DE CASOS DE TUBERCULOSE NO PARÁ A PARTIR DA VIGILÂNCIA DE CARACTERÍSTICAS DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES COM DOENÇAS REUMATOLÓGICAS
INTERNAÇÕES E ÓBITOS DURANTE NO ANO DE 2020, COM A PANDEMIA DE SARS-COV 2 E DIAGNÓSTICO DE TUBERCULOSE E TUBERCULOSE LATENTE EM HOSPITAL TERCIÁRIO
Fernando Maia Coutinho2; Vanessa de Oliveira Freitas3; William Wallace Cordeiro dos San- NO RIO DE JANEIRO
tos3; Andréia Di Paula Costa Melo3; Glauber Arthur Vieira dos Santos3; Márcio César Ribeiro Lenita de Melo Lima; Adriana Rodrigues Fonseca; Ana Alice Ibiapina Amaral Parente; Claudia
Marvão3; Eunice de Oliveira Costa3; Bertho Vinícius Rocha Nylander1; Juliana de Oliveira Stella Pereira; Clemax Couto Sant’Anna; Flavio Roberto Sztajnbok; Maria de Fatima Bazhuni
Silva3; Carlos Augusto Abreu Alberio3; 1. Centro Universitário Metropolitano da Amazônia Pombo Sant’Anna; Marta Cristine Felix Rodrigues; Michely Alexandrino de Souza Pinheiro;
(UNIFMAZ); 2. Universidade Federal do Pará (UFPA); 3. Universidade Federal do Pará (UFPA). Rafaela Baroni Aurilio; IPPMG.
INTRODUÇÃO: A persistência de casos de Tuberculose (TB) configura-se como um problema Introdução: Estima-se que 10 milhões de pessoas tiveram tuberculose (TB) em 2019, sendo
de saúde pública no Brasil, onde a notificação de casos corresponde a 35% do total registrado 12% em crianças e adolescentes. Pacientes com doenças reumáticas têm maior frequência
nas Américas. Tais registros são feitos nos Sistemas de Informação em Saúde (SIS), os quais de TB, porém são escassos os estudos sobre TB e tuberculose latente (ILTB) em crianças com
processam essas informações, contudo, muitas vezes essas plataformas não são devidamente afecções reumáticas. Objetivo: Descrever características de crianças e adolescentes com do-
operadas pelos profissionais de saúde, afetando estratégias de saúde pública e, consequente- enças reumáticas e diagnóstico de TB ou ILTB em serviço terciário de pneumologia pediátrica,
mente, impulsionando a morbimortalidade associada à TB. Ademais, tal cenário é agravado conforme a medicação em uso ao diagnóstico. Métodos: Estudo descritivo, observacional e
pela pandemia de COVID-19, com a redução da detecção de outras doenças infecciosas com retrospectivo. Inclusão de pacientes de 0 a 18 anos com doença reumática, em seguimento
quadro semelhante, como a TB. OBJETIVO: Indicar uma subnotificação de casos de TB no es- por TB ou ILTB nos últimos 15 anos pelo serviço de pneumologia pediátrica do Instituto de
tado do Pará por meio da análise dos registros de internações e óbitos em diferentes sistemas Puericultura e Pediatria Martagão Gesteira/UFRJ. Os pacientes foram divididos em 2 grupos:
de notificação presentes no DATASUS. METODOLOGIA: Trata-se de um estudo transversal, em uso de drogas imunossupressoras (grupo A) e sem droga imunossupressora (grupo B).
de caráter observacional e descritivo, que tem como base os dados presentes no Sistema de Os dados foram coletados após aprovação ética (número CAAE45099121.3.0000.5264),
Informações Hospitalar (SIH/SUS) e no Sistema de Informação de Agravos de Notificação armazenados e analisados através do Excel 12.0 (Office 2007). Resultados: Do total de 20
(SINAN) no ano de 2020. RESULTADOS: O estado do Pará apresentou 2.531 hospitalizações pacientes incluídos, 13 pertenciam ao grupo A e 7 ao grupo B. A distribuição entre os sexos
por TB foram registradas de 2015-2019, com uma média anual de 424 casos; entretanto, em foi semelhante, idade média ao diagnóstico de 10,4 anos (2,5 a 16,4 anos). Corticoide foi a
2020 foram observadas 340 internações por TB dentre cerca de 400 casos esperados, inferior droga mais utilizada (7), seguido pelo metotrexato (6) e apenas 2 imunobiológicos. No grupo
em cerca de 20% da média apresentada anteriormente. Por fim, em relação ao óbito, o SIH A, 8 tinham artrite idiopática juvenil (AIJ), 2 dermatomiosite juvenil (DMJ) e 3 lúpus erite-
apresentou 39 casos de óbitos por TB em 2020, enquanto ao analisar a situação de encerra- matoso sistêmico juvenil (LESJ), sendo 1 encaminhado por história de contato, 6 por troca de
mento pelo SINAN observa-se 73 mortes por TB, além de 2987 informações em branco e/ medicação imunossupressora/ início de biológico e 6 por sinais/sintomas de TB. O diagnóstico
ou ignoradas. CONCLUSÃO: Portanto, nota-se que, embora o país estivesse enfrentando a final, nesse grupo, foi de TB em 5 (62%, sendo 3 na forma pulmonar e 2 extrapulmonar) e de
pandemia da COVID-19, a taxa de hospitalizações por doenças respiratórias por ano diminuiu ILTB em 8 (38%). No grupo B, foram 5 com AIJ, 1 com DMJ e 1 com Arterite de Takayasu. Ras-
em 2020 quando comparado aos 5 anos anteriores. Outrossim, observou-se uma relação de treio para TB foi o motivo do atendimento em 6 e sinais/sintomas de TB em 1. Todos tiveram
queda nas notificações de TB no mesmo ano, possivelmente associada ao baixo rastreamento diagnóstico final de ILTB. Discussão: no presente estudo, os pacientes com TB pertenciam
de novos casos. Por fim, percebe-se uma discrepância dos dados sobre o número de óbitos no ao grupo em uso de imunossupressores ou biológicos, sugerindo que imunossupressão me-
próprio DATASUS, evidenciando uma margem de casos ainda não registrados. dicamentosa tenha sido o fator determinante da doença. Conclusão: Os achados ressaltam
Palavras-chave: Tuberculose Sub-Registro Hospitalização Epidemiologia SARS-CoV-2 a necessidade de considerar a TB como um dos eventos adversos importantes da terapia com
agentes imunossupressores.
Palavras-chave: tuberculose tuberculose latente doenças reumáticas imunossupressores
pediatria

AVALIAÇÃO NUTRICIONAL DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES DIAGNOSTICADOS COM TU- CARACTERIZAÇÃO MOLECULAR DE GENES ENVOLVIDOS NA FARMACOCINÉTICA DE RI-
BERCULOSE ATIVA E TUBERCULOSE LATENTE EM NITERÓI - RIO DE JANEIRO, BRASIL FAMPICINA E ISONIAZIDA
Caio Pluvier Duarte Costa2; Christiane Mello Schmidt2; Clarissa Netto dos Reys Laia Franco2; Dutra, CA2; Kritski, AL2; Silva, EC2; Suffys, PN1; Teixeira, RLF1; Santos, AR1; 1. Fundação Insti-
Remberto Maurício de La Cruz Vargas Vilte2; Selma Maria de Azevedo Sias2; Clemax Couto tuto Oswaldo Cruz; 2. Universidade Federal Do Rio De Janeiro.
Sant’Anna1; Claudete Aparecida Araújo Cardoso2; 1. Universidade Federal do Rio de Janeiro; Polimorfismos de Base Única (SNPs) presentes em genes envolvidos na farmacocinética dos
2. Universidade Federal Fluminense. fármacos de primeira linha antituberculose, incluindo NAT2 (metabolismo da isoniazida),
Introdução: A desnutrição infantil é considerada globalmente o principal fator de imunos- SLCO1B1, SLCO1B3 e ABCB1 (transporte da rifampicina), podem afetar a exposição destes
supressão em crianças e pode aumentar o risco de adoecimento por tuberculose (TB); por no plasma, diminuindo a sua concentração e comprometendo a eficácia do tratamento. O
outro lado, pode ser subsequente a essa coafecção. Nesse contexto, a redução da prevalên- objetivo desse projeto é caracterizar genotipicamente os sujeitos da pesquisa através da iden-
cia de desnutrição, o diagnóstico precoce e o tratamento adequado da TB são importantes tificação desses SNPs e associar as variantes com o desfecho de demora terapêutica. Trata-se
ferramentas para o controle da doença, e consequentemente, melhor desfecho clínico da de um estudo retrospectivo que inclui 176 pacientes do Centro Municipal de Saúde de Duque
população acometida. Objetivo: Comparar o status nutricional de crianças e adolescentes de Caxias (RJ), entre eles 95 diagnosticados com tuberculose e submetidos a tratamento e 81
com TB (pulmonar e extrapulmonar) e infecção latente de tuberculose (ILTB), por meio da sem a doença. O DNA foi extraído a partir de amostras de sangue e as regiões gênicas foram
mensuração antropométrica. Métodos: Trata-se de estudo de corte transversal com parti- amplificadas por PCR, seguido de sequenciamento de Sanger. Até o momento, foram identifi-
cipantes de zero a 18 anos, distribuídos em três grupos, TB, ILTB e contactantes saudáveis, cados 14 SNPs na região codificante dos genes citados. Em NAT2: c.191G>A (0.01), c.282C>T
admitidos no Centro de Atenção e Investigação de TB, em Niterói, Rio de Janeiro, no período (0.39), c.341T>C (0.38), c.481C>T (0.30), c.578C>T (0.01), c.590G>A (0.32), c.803A>G
de 2014 a 2021. Avaliou-se participantes, cujos dados antropométricos foram coletados no (0.34) e c.857G>A (0.05); em ABCB1: c.3435C>T (0.54), c.3548T>G (0.21) e c.3569C>T
primeiro atendimento no serviço e plotados na curva de Z score da Organização Mundial da (0.34); em SLCO1B1: c.388A>G (0.60) e c.463C>A (0.12); e em SLCO1B3: c.334T>G (0.33). O
Saúde (OMS), sendo considerados desnutridos aqueles com valor Z < -1. Para o cálculo da fenótipo de acetilação, caracterizado pela presença de polimorfismos em NAT2, interfere nos
variável IMC x Idade utilizou-se o programa WHO AnthroPlus e empregou-se o teste de Mann- níveis séricos de isoniazida. Acetiladores rápidos apresentam demora na resposta terapêutica
-Whitney na comparação dos grupos analisados aos pares, pelo GraphPad Prism, sendo consi- devido a maior depuração da droga e menor biodisponibilidade. SNPs identificados no gene
derado p < 0,05 com significância estatística. Resultados: Foram incluídos 93 participantes ABCB1 podem conferir maior atividade da glicoproteína P no intestino, contribuindo para
no estudo, sendo 20 (21,5%) com TB ativa, 38 (40,8%) com ILTB e 35 (37,7%) contactantes maior excreção da droga e menor absorção. Quanto ao gene SLCO1B1, sabe-se que SNPs tem
saudáveis. Observou-se que 12 (12,9%) dos participantes eram desnutridos à admissão. Ob- relação com baixa concentração de rifampicina, como no caso da variante C463A, que confere
servou-se que o grupo TB ativa foi o que apresentou um maior percentual de desnutrição, aos indivíduos uma concentração 48% menor do fármaco. O papel de SNPs no gene SLCO1B3
representando 25% da sua população, significativamente superior ao ILTB, que correspondeu não é bem elucidado, mas acredita-se que estes podem alterar a expressão e a especificidade
a 0,05% (p=0,0053) desse grupo. Apesar de não ter apresentado diferença estatística, quan- da proteína transportadora, resultando na redução do influxo de alguns substratos, como a
do comparado ao grupo TB, a desnutrição acometeu apenas 13% dos contactantes saudáveis. rifampicina. Apesar dos potentes fármacos utilizados, desfechos terapêuticos desfavoráveis
Conclusão: Foi observado que a desnutrição foi mais frequente no grupo TB ativa, quando são frequentes e podem estar relacionados ao papel dos SNPs sobre as concentrações dos
comparado ao ILTB, com diferença significativamente estatística. Ao comparar o grupo TB fármacos em diferentes pacientes. A descoberta de preditores de falha/demora terapêutica é
com os contactantes saudáveis, é perceptível que a desnutrição acomete quase metade do necessária para otimizar a eficácia do tratamento.
grupo TB, sugerindo relação entre o grau de desnutrição com a TB na sua forma ativa. Palavras-chave: TUBERCULOSE POLIMORFISMOS DE BASE ÚNICA FARMACOCINÉTICA
Palavras-chave: Tuberculose Desnutrição Criança Adolescente

72
DERRAME PLEURAL NEUTROFÍLICO E MARCADORES DE LESÃO E GRAVIDADE NA TU- EFEITO DA VACINAÇÃO COM BCG NA INCIDÊNCIA DE TUBERCULOSE INFANTIL NO ESTA-
BERCULOSE PLEURAL DO DO RIO DE JANEIRO
Matos, JF2; Ribeiro, RSA2; Lopes, IR2; Mafort, TT2; Tavares, IF1; Pereira, VS1; Rodrigues, LS2; Negrello, CA3; Dias, RF1; Frassetto, MD3; Rosenstengel, MS3; Negrello, JA3; Bortolotto, AP3;
1. Fiocruz; 2. UERJ. Martins, L3; Salvaro, MM2; Sandrini, IG3; Grings, LR3; 1. UniCesumar; 2. Universidade de San-
Introdução: O derrame pleural (DP) é o acúmulo excessivo de líquido no espaço entre as ta Cruz do Sul; 3. Universidade do Extremo Sul Catarinense.
pleuras visceral e parietal, e possui diferentes etiologias, dentre elas, a tuberculose (TB) – Introdução: A tuberculose (TB) em crianças e adolescentes por muito tempo permaneceu
forma mais comum de TB extrapulmonar. Sabe-se que a infiltração maciça de neutrófilos as- negligenciada. Por isso, a abordagem diagnóstica, terapêutica e preventiva merece impor-
sociada à infecção pelo Mycobacterium tuberculosis relaciona-se com o desenvolvimento de tante atenção nessa faixa etária.1 A BCG é uma vacina bacteriana viva, atenuada, do Myco-
importantes complicações e sequelas significativas, contribuindo para o comprometimento bacteriun bovis.2 O Rio de Janeiro é a terceira federação com maior coeficiente de mortali-
funcional da pleura e dos pulmões. Objetivos: Definir marcadores moleculares associados dade por TB.3 Esse dado corrobora a importância da administração da vacina, aliado ao fato
à lesão e gravidade no DP neutrofílico da TB pleural (TBPl), utilizando dados laboratoriais, de que crianças portadoras são veículos de transmissão aos familiares e colegas. Objetivos:
clínicos e de imagem ultrassonográfica (USG). Métodos: Estudo retrospectivo, com pacientes Correlacionar os dados epidemiológicos de casos de tuberculose em crianças de 0 a 4 anos
de ambos os sexos, maiores de 18 anos, provenientes do Serviço de Pneumologia e Tisiologia com a cobertura vacinal da BCG no estado do Rio de Janeiro. Métodos: Estudo observacional,
do Hospital Universitário Pedro Ernesto (UERJ), de março de 2015 a dezembro de 2018. Foram descritivo e retrospectivo com coleta de dados secundária na base de dados do DATASUS. Fo-
colhidas amostras de líquido pleural (LP) e sangue periférico (SP) de pacientes com DP por ram analisados os dados da cobertura vacinal (nº de doses aplicadas/população alvo x 100)
TBPl. Dados sociodemográficos, clínicos e laboratoriais foram coletados por questionário e da BCG no estado do Rio de Janeiro desde o ano de 2006, quando ela passou a ser aplicada
consulta de prontuário eletrônico. Resultados: Foram incluídos no estudo 36 pacientes com em dose única, até 2020, assim como o número de casos notificados de tuberculose em indi-
TBPl, nos quais 15 são mulheres e 21, homens, com idade mínima de 18, máxima de 92 anos víduos de 0 a 4 anos no mesmo estado e período. Resultados: No período proposto, a média
e mediana de 41 anos. Sete pacientes com TBPl possuíam exsudato neutrofílico (19,4%) e 29, de cobertura vacinal foi de 69,89. Sendo 2020 o ano com o menor índice de cobertura vacinal
exsudato linfocítico (80,5%). O grupo com DP neutrofílico apresentou mediana dos níveis de até então registrado, com apenas 46,68% da população alvo vacinada; seguido de 2016 com
adenosina deaminase (ADA) no LP de 74 U/L, e da lactato desidrogenase (LDH) no SP e LP de 47,98%. Os anos de maior adesão foram em 2015 e 2011, com 96,14% e 83,91%, respecti-
212,5 UI/L e 848 UI/L, respectivamente. No grupo com DP linfocítico, a mediana de ADA no vamente. Ademais, desde 2017 a taxa de cobertura vacinal está decrescendo no estado do
LP foi 47,7 U/L, e de LDH no SP e LP foi 183 UI/L e 326 UI/L, respectivamente. A mediana dos Rio de Janeiro: 77,67% em 2017, 72,67% em 2018, 61,19% em 2019 e 46,68% em 2020. Em
níveis de alfa-1-antitripsina no SP mostrou que, no grupo com DP neutrofílico, foi 285 mg/ relação aos casos de tuberculose na população estudada, entre 2006 e 2020 teve um total de
dL, enquanto no grupo com DP linfocítico foi 263 mg/dL. Segundo a USG, padrões de DP nos 2.466 casos, resultando em uma média de 165 casos por ano. Entre 2006 e 2009, a média foi
pacientes com TBPl considerados de baixa/média complexidade foram 47,22%, enquanto de de 182 casos/ano. Enquanto entre 2010 e 2016 houve uma redução na média, com 150 casos/
alta complexidade foram 50%. Conclusão: Nossos dados mostraram que as medianas de ano. Porém, nos últimos quatro anos (2017-2020), ocorreu um aumento na média com 170
ADA e LDH no LP foram superiores nos DP com exsudatos neutrofílicos. A mediana de alfa- casos/ano. Conclusão: Portanto, percebe-se a relação entre a redução na cobertura vacinal
-1-antitripsina também foi superior no DP neutrofílico, mas este resultado não foi estatis- e o aumento do número de casos de tuberculose registrados no mesmo período, reforçando
ticamente significativo. As perspectivas do estudo incluem a dosagem de mieloperoxidase a importância de um índice maior de vacinados na prevenção da doença. Levando em consi-
e histona H-3 citrulinada. deração os resultados apresentados, uma redução na cobertura vacinal pode potencializar o
Palavras-chave: tuberculose pleural neutrófilos derrame pleural surgimento de novos surtos de tuberculose na população não vacinada.
Palavras-chave: Tuberculose Vacinação BCG Rio de Janeiro

DESEMPENHO DO TESTE TUBERCULÍNICO (PPD) E DO ENSAIO DE PRODUÇÃO DE INTER- IMPACTO DA PANDEMIA DA COVID-19 NA INCIDÊNCIA DE TUBERCULOSE NO BRASIL
FERON-GAMA (IGRA) PARA RASTREIO DE TUBERCULOSE LATENTE EM PACIENTES COM Negrello, CA3; Bortolotto, AP3; Negrello, JA3; Dias, RF1; Frassetto, MD3; Salvaro, MM2; San-
DOENÇAS INFLAMATÓRIAS IMUNOMEDIADAS drini, IG3; Rosenstengel, MS3; Martins, L3; Grings, LR3; 1. UniCesumar; 2. Universidade de
Skinner, BT; Silva, ACOS; Silva, JCB; Ribeiro, RSA; Leung, JAM; Costa, W; Mafort, TT; Rodrigues, Santa Cruz do Sul; 3. Universidade do Extremo Sul Catarinense.
LS; Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Introdução: A tuberculose continua como principal causa de morte por doença infecciosa
Introdução: Imunossupressores e/ou imunobiológicos, dentre os quais estão os inibidores entre adultos em todo o mundo, com mais de 10 milhões de pessoas adquirindo-a cada ano.1
do fator de necrose tumoral (TNF), estão indicados para o tratamento de doenças inflamató- Ela é causada principalmente pelo Mycobacterium tuberculosis e é transmitida via aerossol
rias imunomediadas por promoverem importante melhora do quadro clínico. Contudo, esta de pessoas com a doença ativa2, especialmente em locais de alta densidade populacional e
abordagem representa risco aumentado de infecções, incluindo reativação da infecção laten- aglomero.3 Em países de incidência alta ou média de tuberculose, a doença afeta com mais
te por tuberculose (TBL). Objetivo: Avaliar o desempenho do teste tuberculínico e do ensaio frequência crianças menores de 4 anos de idade, seguido por adultos jovens.2 Segundo a
de produção do interferon-gama (IGRA) para a detecção de TBL em pacientes com doenças Organização Mundial da Saúde, entre os anos de 2016 e 2020, o Brasil esteve entre os 20
inflamatórias imunomediadas. Métodos: Estudo transversal, incluindo pacientes atendidos países com as maiores taxas de tuberculose no mundo.4 Objetivo: Avaliar as incidências de
no Ambulatório de TB latente do Serviço de Pneumologia e Tisiologia, Hospital Universitário tuberculose por faixa etária no Brasil nos anos de 2019 e 2020 – período pré e durante a pan-
Pedro Ernesto (HUPE-UERJ). Os pacientes foram submetidos ao teste tuberculínico por injeção demia da COVID-19. Métodos: Trata-se de um estudo descritivo, retrospectivo, com coleta de
intradérmica do derivado proteico purificado (PPD) de Mtb, com leitura após 72h. Amostras dados secundária na plataforma de dados do Departamento de Informática do Sistema Único
de sangue periférico foram coletadas para realização do ensaio IGRA QuantiFERON-TB Gold de Saúde Brasil (DATASUS). Foram Incluídos na amostra todos os casos notificados no ano de
Plus (QFT-Plus). Todos os pacientes estavam em uso de drogas imunossupressoras e/ou esta- 2019 e de 2020, separados por onze faixas etárias. Resultados: Houve redução de casos no-
vam para iniciar o imunobiológico no momento da realização de ambos os testes. Resulta- tificados de tuberculose em todas as faixas etárias do ano de 2019 para 2020. O número total
dos: Foram incluídos 13 pacientes, dos quais 5 tinham artrite reumatoide (AR), 2 lúpus erite- de casos em 2019 foi de 97.629, enquanto que em 2020 esse número baixou para 83.676,
matoso sistêmico (LES), 1 AR/LES, 3 psoríase, 1 doença de Crohn e 1 espondilite anquilosante. uma diminuição de 14,29% de um ano para o outro. A faixa etária que teve maior queda
Deste total, um caso apresentando LES foi excluído por apresentar resultado indeterminado entre os anos foi a de 1 a 4 anos de idade, tendo diminuído 44,60%. Já a faixa etária que teve
para o IGRA. Dos 12 pacientes com resultados válidos, foram observadas as seguintes com- a menor alteração foi a dos pacientes com menos de 1 ano de idade, com queda de apenas
binações: PPD+/IGRA+ = 2; PPD+/IGRA- = 5; PPD-/IGRA- = 4; PPD-/IGRA+ = 1. Sendo 0,9%. Conclusão: Uma vez que um dos principais fatores de risco para a Tuberculose seja o
assim, 7 (58,3%) pacientes foram positivos para o PPD, enquanto 3 (25%) foram positivos aglomero social, a redução da incidência da doença do ano de 2019 para o de 2020 pode ser
para o IGRA. Observamos uma concordância de 50% entre os testes. Dos casos discordantes explicada devido às medidas de isolamento feitas por conta da pandemia da COVID-19 ini-
(6/12), apenas um já havia iniciado a terapia biológica. Uma paciente, com diagnóstico de AR, ciadas por volta de março de 2020 em todo o Brasil. O uso obrigatório das máscaras também
teve PPD não reator e iniciou o tratamento profilático devido ao IGRA positivo. Conclusão: pode ter influenciado nessa redução do número de casos, devido ao meio de transmissão da
Embora tenhamos observado uma baixa concordância entre os testes PPD e IGRA em nossa tuberculose se dar via aerossol infectado. Assim, as medidas de isolamento social aplicadas à
população de estudo, a utilização do QFT-Plus contribuiu para a identificação de um caso não pandemia no ano de 2020 tiveram efeito sobre a incidência brasileira de Tuberculose, reper-
detectado pelo PPD. A inclusão de um número maior de pacientes no estudo, assim como a cutindo uma melhora de seu número em todas as faixas etárias, principalmente naquela que
associação com exames de imagem de tórax poderão conduzir a uma melhor compreensão se espera que tenha o maior número de casos - idade entre 1 a 4 ano.
da contribuição dos testes de nova geração para detecção de TBL. Palavras-chave: Tuberculose COVID-19 Pandemia Isolamento Social
Palavras-chave: Tuberculose IGRA PPD Terapia biológica Doenças autoimunes

73
IMUNIDADE CELULAR INDUZIDA POR TUBERCULOSE NA FREQUÊNCIA DE INFECÇÃO O DIAGNÓSTICO DE TUBERCULOSE NA INFÂNCIA DURANTE A PANDEMIA DE COVID-19
PELO SARS-COV 2 Michely Alexandrino de Souza Pinheiro; Rafaela Baroni Aurilio; Ana Alice Ibiapina Amaral Pa-
BRUNA CUOCO PROVENZANO; Alicia Sales Carneiro; Walter Costa; Janaina Leung; Ana Paula rente; Clemax Couto Sant’Anna; Maria de Fátima Bazhuni Pombo Sant’Anna; Sidnei Ferreira;
Santos; UERJ. Lenita de Melo Lima; Claudia Stella Pereira; Belize Marques Barreto; Gabriela Pereira Diogo;
Introdução: O desenvolvimento de imunidade celular tem um importante papel na preven- IPPMG.
ção da forma grave da COVID-19. Estudos recentes mostram uma correlação favorável entre a Introdução: A tuberculose (TB) é considerada uma emergência global e um desafiador
imunidade celular estimulada pela tuberculose (TB) e a infecção por SARS-CoV2. Objetivo: problema de saúde pública, tendo grande expressividade no Brasil e no estado do Rio de
Avaliar a frequência de COVID-19 em pacientes em tratamento para TB ativa em um hospital Janeiro. Em dezembro de 2019, surgiu a “Coronavirus disease 2019” (COVID-19) que se espa-
de referência no RJ. Metodologia: Estudo retrospectivo baseado em dados de prontuá- lhou rapidamente, tornando-se uma pandemia. Durante a pandemia, houve necessidade de
rio eletrônico de pacientes atendidos entre 03/2020 e 05/2021 no Núcleo de Tisiologia do confinamento da população e, consequentemente, aumento dos contatos intradomiciliares e
Hospital Universitário Pedro Ernesto da UERJ. Os pacientes foram contactados por telefone queda na procura dos serviços de saúde. Objetivo: Contribuir para o conhecimento da apre-
e interrogados quanto ao diagnóstico de COVID-19 e a data do diagnóstico. Resultados: sentação clínica e do período de diagnóstico de casos novos de TB durante o primeiro ano
Entre os pacientes atendidos no período do estudo, 37 responderam ao contato telefônico. da pandemia pelo COVID-19 em um hospital terciário, no Rio de Janeiro. Métodos: Estudo
Destes, a idade média foi de 48 anos e 52% eram homens. Em 76% dos casos os pacientes transversal, retrospectivo, e descritivo com pacientes de 0 a 19 anos, com diagnóstico de tu-
residiam do Rio de Janeiro (76%) com representação de quase todas as áreas programáticas berculose nas formas pulmonar (TBP), extrapulmonar (TBEP), ou combinada. Os dados foram
e 24% oriundos da Baixada Fluminense. 60% apresentavam comorbidades, em especial dia- coletados após aprovação do comitê de ética. Resultado e discussão: Trinta e um pacientes
betes mellitus (24%) e doenças autoimunes (22%). Em 30% dos casos a TB se apresentou foram incluídos: 32%(10) adolescentes e 68%(21) crianças (< 10 anos). Ocorreu atendimento
na forma extra-pulmonar (EP). 30% dos pacientes desenvolveram COVID-19, com tempo de prévio em outras unidades em 67%(21/31), porém 77%(24/31) confirmaram TB na nossa ins-
diagnóstico mediano de 5 meses após a identificação da TB. Não houve diferença estatística tituição. O diagnóstico final de TB foi estabelecido por dados clínicos, exames laboratoriais ou
significativa entre os doentes e os não doentes por COVID-19 em termos de gênero, idade, radiológicos, sendo 19%(6/31) de pacientes com TBP, 48%(15/31) com TBEP e 32%(10/31)
presença de comorbidades ou origem. No entanto, os pacientes que desenvolveram COVID-19 com TBP +TBEP. Vinte e oito pacientes realizaram prova tuberculínica e 57%(16) foram re-
apresentavam em sua maioria a TBEP (55%) comparados com a forma pulmonar (55% x 45%, atores. A positividade do Xpert Ultra foi: 47%(7/15) TBEP; 66%(4/6) TBP e 60%(6/10) com
p=0,09). Quatro pacientes foram internados em virtude da doença viral e 3 necessitaram TBP +TBEP. A positividade da baciloscopia e da cultura ocorreu em apenas 3 exames. O his-
de O2 suplementar. Não houve registro de necessidade ventilação mecânica ou óbito nesta topatológico foi compatível com TB em 70%(9/13) dos pacientes com TBEP e em 23%(3/13)
amostra. Conclusão: Em nossa amostra, a frequência de COVID-19 foi moderada mesmo em combinada, apenas 1 paciente não realizou o exame, tendo o diagnóstico estabelecido com
uma análise de pacientes de hospital universitário, imunossuprimidos por medicamentos outros critérios. Houve uma queda substancial no número de casos de TB notificados entre o
ou comorbidades. Um maior número de casos de COVID-19 foi registrado em pacientes com início da pandemia (março/2020) e o lockdown (maio/2020) - no primeiro trimestre (março
a TBEP, suscitando a hipótese sobre uma resposta imune celular menos exuberante nestas a maio/2020) 4 pacientes. Após a flexibilização (junho/2020), ocorreu aumento em crescente
apresentações de TB com consequente maior risco de COVID-19. Ensaios clínicos utilizando a dos diagnósticos de TB – 5, 9 e 9 pacientes nos trimestres seguintes até fevereiro/2021. Con-
vacina BCG contra a COVID-19 estão em curso, testando o papel da imunidade celular contra a clusão: Durante o início da pandemia do COVID-19 houve redução dos diagnósticos de TB em
infecção pelo SARS-CoV 2. Os resultados destes estudos serão úteis para demonstrar a verda- nossa instituição, provavelmente devido ao isolamento social.
deira interação entre TB e COVID-19. Palavras-chave: Tuberculose Tuberculose pulmonar Tuberculose extrapulmonar COVID - 19
Palavras-chave: BCG imunidade SARS-COV2 tuberculose vacina Pandemia.

JUDICIALIZAÇÃO POR MOTIVO DE TUBERCULOSE PULMONAR: NO ESTADO DO RIO DE O INCOMUM ACHADO DA PIRAZINAMIDA COMO CAUSADORA DE REAÇÃO ADVERSA
JANEIRO NOS ANOS 2019-2021 MAIOR AOS TUBERCULOSTÁTICOS
Derly Judaissy Díaz Rodríguez2; Jeffrey Andrés Díaz Rodríguez2; María Paula Pineda Díaz1; 1. Monteiro, AOR; Barcellos, MMR; Macaciel, MS; Azevedo, KO; Massahud, FC; Moraes, RFS; Cos-
Universidade de Boyacá; 2. Universidade do Estado do Rio de Janeiro. ta, JRS; Luvizotto, PHM; Lima, GF; Oliveira, ACP; Universidade Federal Fluminense.
A judicialização é um fenômeno crescente que permeia a saúde e nela os acontecimentos Há muitos anos a tuberculose se apresenta como uma das principais causas de morte por
sociais associados (CNJ, 2019). Referimo-nos neste estudo à passagem pelos Tribunais do doenças infecciosas no mundo, assim como HIV e, agora, COVID-19. Por tratar-se de uma
Estado de Rio de Janeiro de petições que chegaram à segunda instância, relativas à tubercu- doença contagiosa, o diagnóstico precoce e tratamento correto são fundamentais. Sabe-se
lose pulmonar. Objetivo geral: Caracterizar os pedidos em segunda instancia do Tribunal de contudo, que surgem reações adversas secundárias ao uso dos tuberculostáticos. A intensida-
Justiça do Estado do Rio de Janeiro durante o período 2019-2021 com relação à tuberculose de das apresentações é variável, mas costuma ser controlada com sintomáticos. Entretanto,
pulmonar. Métodos: Estudo observacional, transversal e retrospectivo de tipo documental; por vezes elas precisam ser suspensas e drogas alternativas são introduzidas para viabilizar o
atinente às ações judiciais com relação à ‘tuberculose pulmonar’ no site do Tribunal de Justiça tratamento. Dentre reações adversas possíveis, as alterações cutâneas estão presentes em até
do Estado do Rio de Janeiro, julgados durante os anos 2019-2021 (inclusive até 11 de julho 20% das manifestações, principalmente como prurido e exantema leve. As drogas usualmen-
de 2021. Resultados: Foram achados 55 processos, incluíram-se 32 no estudo, sendo o 44% te envolvidas nas alterações cutâneas são a Rifampicina e a Isoniazida. Paciente feminina,
pedidos de indenização por óbitos de em decorrência de tuberculose pulmonar, em pessoal 35 anos, iniciou quadro com queda do estado geral, febre baixa, sudorese noturna e tosse
recluso, e o restante divido em erros ou demoras diagnósticas, e pedidos de internação, 1 seca. A radiografia de tórax mostrou opacidade hilar no terço superior do pulmão direito.
pedido de tratamento para tuberculose multirresistente e administrativos vários. Conclu- A ausência de escarro motivou o pedido de uma tomografia de tórax que apresentou opa-
sões: Com relação aos pedidos de indenização por óbitos de pessoas reclusas, alerta sobre cidades centrolobulares, por vezes coalescendo, nos lobos superiores e segmento apical do
as políticas existentes, no Brasil, a saber, desde o consolidado Programa Nacional de Controle lobo inferior direito. Posteriormente, a broncoscopia, através do lavado brônquico, detectou
da Tuberculose (BRASIL, 1999). Não obstante, as dificuldades próprias do confinamento sabi- o DNA do Mycobacterium tuberculosis. A paciente foi então encaminhada a Unidade Básica
damente dificultam a práticas de cuidados de saúde em geral, e ainda mais da tuberculose, de Saúde (UBS) e, após menos de meia hora da ingesta dos tuberculostáticos, iniciou quadro
como o reforça a Secretaria de Atenção Primária à Saúde (2021). Existe ainda demora e/ou com prurido intenso no corpo, principalmente na face e pescoço, associado a lesões eczema-
erros logísticos no diagnóstico e instauração de tratamento Os profissionais de saúde devem tosas difusas, que predominavam nessas áreas de maior desconforto. A medicação foi sus-
sempre atentar para o diagnóstico de tuberculose pulmonar, havendo condições clínicas e pensa e iniciados corticóide e antialérgico. A mesma foi então encaminhada para realização
epidemiológicas que o sugiram sustentados na prevalência já referenciada. É destacável que de testes cutâneos com as drogas do esquema básico. O prick teste e o teste intradérmico
a pandemia da Covid-19 em 2020, quando comparado com o ano 2019, houve redução da tardio mostraram hiperreatividade à pirazinamida. A UBS prescreveu rifampicina, isoniazida
realização de testes laboratoriais diagnósticos: escarro, baciloscopia, teste de sensibilidade, e etambutol (2RHE /7RH) e a paciente completou o tratamento proposto. Embora as reações
teste para HIV e Radiografia de tórax, e apesar do aumento do teste rápido molecular 7%. A cutâneas sejam esperadas com as drogas do esquema básico, a intensidade dos achados ini-
avaliação dos contatos prejudicou-se ostensivamente, diminuindo um 13% (BRASIL, 2021). ciais obrigaram a suspensão imediata dos medicamentos. A possibilidade de realização dos
O pedido de fornecimento de tratamento para tuberculose multirresistente, lembra por um testes cutâneos não apenas indicou a pirazinamida como causadora da reação, como também
lado os abandonos de tratamento e /ou erros no isolamento de pessoas bacilíferas, o por comprovou a etiologia por um tuberculostático não usual segundo a literatura. Todo esse pro-
outro lado, falha grave na contenção da doença no sistema de saúde. cesso viabilizou a escolha mais adequada para o tratamento da paciente.
Palavras-chave: Tuberculose Poder Judiciário Saúde Pública Palavras-chave: tuberculose reações adversas pirazinamida efeitos adversos maiores tuber-
culostático

74
PANORAMA DA TUBERCULOSE NO RIO DE JANEIRO PANORAMA EPIDEMIOLÓGICO DA TUBERCULOSE NO ESTADO DO PIAUÍ
Marianna Ramalho de Sousa1; Géssica Silva Cazagrande1; Julia Carolina Alves Monteiro de Francisco Pereira de Miranda Júnior : Miranda Júnior, FPM; Giovana da Rocha Leal Dias : Dias,
Castro1; Marcela Mamede de Araújo Moura1; Beatriz Oliveira Netto1; Leonardo de Lima Mou- GRL; Beatriz Sousa Santos : Santos,BS; Silmara Ferreira de Oliveira : Oliveira, SF; Caio Matheus
ra2; 1. Universidade de Vassouras; 2. Universidade Federal do Rio de Janeiro. Feitosa de Oliveira : Oliveira, CMF; CENTRO UNIVERSITARIO UNINOVAFAPI.
A tuberculose (TB) é uma doença infecciosa e contagiosa, constantemente associada a con- INTRODUÇÃO: A tuberculose (TB) é uma doença infectocontagiosa transmitida pelo Myco-
dições de pobreza e de alta incidência de coinfecção com doenças que debilitam o sistema bacterium tuberculosis ou Bacilo de Koch (BK) e acomete a humanidade há milhares de anos.
imunológico como o HIV. É considerada pela Organização Mundial de Saúde (OMS), desde O panorama da tuberculose permanece como um dos principais problemas de saúde a serem
1993, como uma emergência mundial, e foi destacada como área prioritária em vários pa- enfrentados em todo o mundo, sendo responsável anualmente por aproximadamente 1,5
íses incluindo o Brasil por ser uma doença tratável e curável quando o tratamento é feito milhão de mortes. OBJETIVO: Caracterizar o perfil clínico e epidemiológico da tuberculose no
adequadamente, mas devastadora quando não tratada. O objetivo do estudo é analisar a estado do Piauí. METODOLOGIA: Trata-se de um estudo epidemiológico descritivo e retros-
prevalência e o perfil epidemiológico dos pacientes com TB no estado do Rio de janeiro (RJ). pectivo, no qual os dados das variáveis quantitativas e qualitativas (ano, microrregião, sexo,
Realizou-se uma revisão integrativa da literatura em conjunto à coleta descritiva, transversal faixa etária, forma clínica e situação de encerramento) foram coletados dos dados epidemio-
e observacional dos dados disponíveis no DATASUS- Sistema de Informações Hospitalares do lógicos sobre tuberculose no estado do Piauí notificados no Sistema Nacional de Notificações
SUS (SIH/SUS) – de 2011 a 2018, avaliando as internações com valor total de gastos, óbitos e Agravos no período de 2016 a 2020. Os dados foram apresentados de forma descritiva e
e padrão dos portadores. No período analisado houve 109.971 casos notificados de TB no RJ, analisados através de frequência absoluta. RESULTADOS: Foram coletados 3.907 casos de
dos quais 67,8% referem-se ao sexo masculino. Quanto à faixa etária, há maior prevalência na Tuberculose no estado do Piauí e, através desses casos foi observado que no período estudado
faixa etária de 20 a 59 anos com 77,6% dos casos, destacando-se os indivíduos entre 20 e 39 houve maior prevalência dos casos de tuberculose no ano de 2018, seguido pelo ano de 2019
anos que correspondem a 45,6% do total de casos. A forma mais comum da TB é a pulmonar com prevalência de 64,61% do sexo masculino, 35,81% com faixa etária entre 20 e 39 anos,
com 85,9% das notificações. Em relação à escolaridade, destacam-se os que tem da 5º a 8º 41,07% concentrada nos níveis de instrução até o ensino fundamental completo ou equiva-
série incompleta do EF com 16,9% dos casos, porém 29,5% dos registros não possuem essa lente e 75,84% residindo na zona urbana. Em relação à forma clínica, foi verificada a predomi-
informação. Cerca de 9,4% dos casos de TB notificados possui coinfecção com HIV, entretanto nância da forma pulmonar, e considerando o encerramento dos casos, a maioria evoluiu para
25,9% dos registros não possuem tal informação, comprometendo a qualidade dos dados. a cura. A identificação do perfil sociodemográfico da população estudada indicou aspectos
Uma questão relevante é que das mulheres contaminadas, 671 eram gestantes, isso é impor- importantes, que favorecem a transmissão e contágio, a serem observados. CONCLUSÃO: A
tante porque a mortalidade materna e neonatal são a principal complicação da TB durante a partir disso, constatou-se que, dos casos estudados, o sexo masculino foi o mais atingido, com
gravidez. A TB é uma doença grave que representa altos custos, mas tratável e curável. Em idade entre 20-39 anos, baixa escolaridade e residente da zona urbana. Assim, percebe-se a
virtude disso, é essencial o investimento em campanhas de conscientização acerca do trata- necessidade de profissionais atuantes, especialmente no âmbito da Atenção Básica, que esta-
mento, pois um dos maiores problemas relacionados à doença é o abandono do tratamento, beleçam estratégias de intervenções efetivas e que contribuam significativamente para redu-
o que muitas vezes ocasiona a piora do quadro e internações que poderiam ser evitadas. É zir a incidência da tuberculose no Piauí. É preciso, ainda, fortalecer o processo de comunicação
essencial ainda, o investimento em melhorias das condições sanitárias, o que vai diminuir a entre o nível hospitalar e a Atenção Primária, com foco efetivo na continuidade assistencial.
propagação da bactéria reduzindo os casos de infecção. Palavras-chave: Saúde pública Vigilância epidemiológica Tuberculose
Palavras-chave: Tuberculose Epidemiologia Pneumologia Rio de Janeiro

PANORAMA EPIDEMIOLÓGICO DA TUBERCULOSE EM CRIANÇAS MENORES DE 5 ANOS PERFIL DE PACIENTES COINFECTADOS POR TUBERCULOSE E HIV NO ESTADO DO PARÁ
NO PARÁ DE 2010 A 2020 ENTRE 2011 E 2020
Neto, BFV2; Sousa, FM2; Gonçalves, RP2; Dillon, NM2; Monteiro, LTF2; Corrêa, VS1; Silva, JO2; William Wallace Cordeiro dos Santos3; Fabiola Gonçalves Andrade4; Fernando Maia Couti-
Santos, GAV2; 1. Centro Universitário do Pará - CESUPA; 2. Universidade Federal do Pará – nho3; João Rodrigues dos Santos Neto2; Luiza da Costa barbosa1; Bruna do Carmo Mesquita3;
UFPA. 1. CESUPA; 2. UEPA; 3. UFPA; 4. UNIFAMAZ.
Introdução: A tuberculose caracteriza-se por uma doença aeróbio-estrita, álcool-ácido re- Introdução: Atualmente, nota-se uma maior ocorrência de Tuberculose (TB) em pacientes
sistente (BAAR) e de transmissão respiratória. Em 2017, a OMS estimou 1.000.000 de casos com o vírus da imunodeficiência humana (HIV), o que representa uma problemática de saú-
novos nos menores de 14 anos, com 69% desses não sendo diagnosticados e/ou notificados de pública. Assim, é necessário conhecer tal grupo a fim de desenvolver estratégias para
em menores de 5 anos Quanto aos óbitos, 80% ocorreram em menores de 5 anos e em 96% interromper a evolução da doença, restringir a propagação dos patógenos e criar métodos de
dos casos as crianças não tiveram acesso ao tratamento anti-TB. Assim, é importante men- prevenção. Objetivos: Caracterizar o perfil epidemiológico dos pacientes coinfectados pela
surar e compreender o panorama epidemiológico da tuberculose, especialmente no aspecto Tuberculose e HIV no estado do Pará no período de 2011 a 2020. Metodologia: Trata-se de
regional. Objetivos: Descrever o panorama epidemiológico da Tuberculose em crianças me- um estudo observacional, descritivo, quali e quantitativo realizado de acordo com os dados
nores de 5 anos no Estado do Pará de 2010 a 2020. Métodos: Trata-se de um estudo obser- do DATASUS, pertencentes ao Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), os
vacional, transversal, descritivo, do tipo série temporal, baseado em dados secundários do quais compuseram a análise epidemiológica da coinfecção de Tuberculose e HIV no estado do
Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS). As variáveis utilizadas Pará no período de 2011-2020. Verificou-se: sexo e faixa etária com maior prevalência; além
foram casos confirmados, sexo e número de óbitos. Resultados: Entre 2010 e 2020, obser- de hábitos como tabagismo, elitismo e uso de drogas ilícitas. Resultados: Entre os anos de
vou-se um total de 566 casos de Tuberculose em crianças menores de 5 anos, com queda de 2011 a 2020, foram notificados 3.934 casos de Coinfecção de TB e HIV no estado do Pará,
aproximadamente 25% no número de casos do início ao final do período. Em 2010, foram representando cerca de 9% para o total de notificações de TB (n=44.193) no mesmo período.
registrados 25 casos em crianças de até 1 ano, e 26 em crianças entre 1 e 4 anos, totalizando Anualmente, foi observado uma progressão de casos de coinfecção entre o intervalo de 2011
51. Em 2020, registraram-se 16 casos em crianças menores de 1 ano, e 22 em crianças entre 1 (n=307) a 2019 (n=549), um aumento percentual de 56% nas notificações. Ao analisar a
e 4 anos, totalizando 38. O ano de 2015 apresentou a mínima de casos, com 32 confirmados, população acometida, foi perceptível um impacto maior para indivíduos do sexo masculino
coincidindo com a mínima de casos abaixo de 1 ano de idade. Já 2017 apresentou a máxima (70%) e no intervalo de idade entre 20 e 30 anos (58%). Em relação à forma, nota-se uma
de casos, 73 confirmados, também coincidindo com a máxima de casos entre crianças me- predominância da forma pulmonar(n=2705), em comparativo a extrapulmonar (n=826) e a
nores de 1 ano. A faixa etária entre 1 e 4 anos teve mínima de 15 em 2014 e duas máximas forma pulmonar e extrapulmonar(n=403). Além disso, concomitante à coinfecção TB e HIV, a
de 37 registradas nos anos de 2018 e 2019. As crianças do sexo masculino foram as mais influência de alcoolismo foi percebida em cerca 16,7%, a de drogas ilícitas em torno de 9,15%
afetadas, correspondendo a 62,3%, tendo valor absoluto de 353, contra 213 do feminino. Em e de tabagismo em cerca 9.8% dos casos. Os registros nesse intervalo também apontaram
relação ao número de óbitos, houve 14 óbitos no total, sendo 10 masculinos e 4 femininos. um índice de cura de tuberculose em aproximadamente 45,5% dos casos entre pacientes
Conclusão: Nota-se que a tuberculose ainda representa um entrave para a população in- com HIV positivo. Conclusão: Diante do exposto, observa-se que no Pará houve um aumento
fantil, embora tenha demonstrado queda no período analisado. Ademais, é possível concluir significativo das notificações de casos de coinfeccção por Tuberculose e HIV no período citado,
que o sexo masculino é o mais acometido pela doença e o que possui maior índice de óbitos, sendo mais prevalente no sexo masculino, em jovens adultos e sob a forma pulmonar. Ade-
quando comparado com o feminino. Sendo assim, faz-se necessária a adoção de medidas que mais, constatou-se que há relação do alcoolismo, tabagismo e drogas ilícitas com a coinfecção
objetivem o rastreio precoce da tuberculose, assim como o tratamento efetivo e a redução de TB e de HIV. Logo, nota-se a necessidade de destinar políticas públicas
da sua transmissão. Palavras-chave: Tuberculose Coinfecção pelo HIV Epidemiologia
Palavras-chave: Tuberculose Crianças Epidemiologia

75
PERFIL DOS PACIENTES ENCAMINHADOS VIA SISTEMA NACIONAL DE REGULAÇÃO (SIS- REAÇÃO ADVERSA AO BCG: RELATO DE CASO DE ABSCESSO FRIO EM LACTENTE ATENDI-
REG) AO AMBULATÓRIO DE TUBERCULOSE (TB) EM HOSPITAL DE REFERÊNCIA DURAN- DO EM AMBULATÓRIO DE REFERÊNCIA
TE A PANDEMIA COVID – 19 Adriana Paiva de Mesquita2; Ariane Molinaro Vaz de Souza2; Bianca Nirenberg Weikershei-
Alícia Sales Carneiro; Bruna Cuoco Provenzano; Janaína Aparecida de Madeiros Leung; Ana mer1; Camila Pessanha Habib1; Daniela Rabello Franco1; Gabriel da Silva Vasconcelos3; Jessi-
Paula Santos; Walter Costa; Universidade do Estado do Rio de Janeiro. ca Gracioli1; Lucas Franco da Silva Donadello3; Regina Celia de Souza Jesus Rangel2; Solange
Introdução: A redução da busca de casos e de diagnósticos de TB, o uso de máscaras e o dis- Gonçalves David de Macedo1; 1. Hospital Municipal Jesus; 2. Hospital Municipal Jesus/UNESA;
tanciamento social impostos na pandemia COVID-19 podem justificar a redução da incidência 3. UNIVERSIDADE ESTACIO DE SA(UNESA).
de TB do Brasil em 2020. Objetivos: Avaliar o impacto da COVID-19 em mudanças no perfil INTRODUÇÃO: A vacina BCG pode causar eventos adversos locais, regionais ou sistêmicos,
dos pacientes encaminhados via SISREG ao serviço de Tisiologia no Hospital Universitário Pe- que podem ser decorrentes do tipo de cepa utilizada, da quantidade de bacilos atenuados
dro Ernesto da UERJ, referência em TB complicada. Métodos: Estudo retrospectivo baseado administrados, da técnica de aplicação e da presença de imunodeficiência primária ou adqui-
em dados dos formulários de referência/contrarreferência e prontuários de pacientes enca- rida. Os abscessos subcutâneos frios são indolores e tardios. Localizam-se em torno do local
minhados à Tisiologia do HUPE entre 03/2020-01/2021. Resultados: Incluídos 35 pacientes da aplicação da vacina, onde, dependendo do tempo de evolução, pode surgir uma área de
com idade média de 47 anos (± 18), 66% do sexo masculino. As áreas programáticas (AP) flutuação. Tais abcessos podem fistulizar, o que ocorre em cada 1/2500 vacinados. O objetivo
2.1 e 5.3 foram a maior origem de pacientes (17%cada), seguidos pelas AP1.0, 3.2 (14%), deste trabalho é relatar um caso de reação adversa ao BCG (abscesso frio) em lactente de 1
3.1 (11%), 2.2 e 4.0 (9% cada), 3.3 (6%), 5.2 (3%). 60% dos casos foram adequadamente ano e 5 meses encaminhado para ambulatório especializado. RELATO DO CASO: L.S.A., 1 ano
encaminhados, de acordo com os requisitos estabelecidos no sistema de regulação (31%-TB e 5 meses, do sexo feminino, encaminhada pela clínica da família ao ambulatório de pneu-
extrapulmonar; 20%-evolução clínica desfavorável; 6%-infecção por micobactéria não TB e mologia pediátrica em junho de 2021 devido a queixa de cisto no braço direito, com evolução
6%-eventos adversos. Em 40% a indicação da referência não preenchia os critérios: sequela de aproximadamente doze meses. Negava febre, emagrecimento, presença de sinais flogísti-
de TB(17%); outras pneumopatias(9%); investigação de TB (6%);TB droga resistente(6%). cos e saída de secreção. Foram prescritos, inicialmente, compressas, ibuprofeno e 14 dias de
Entre pacientes referenciados, 34,5% permaneceram em tratamento na tisiologia do HUPE; cefalexina. Não houve. US do braço direito: 06/05/21: nódulo cístico de 1,6 cm x 0,6 cm, de
57% foram contrarreferenciados à UBS, 3% foram internados por TB e 3% internados por contornos regulares, conteúdo anecóico espesso sem adenomegalias. Nasceu a termo, AIG,
outra patologia; 3% referenciados para o tratamento TB droga resistente. Entre as AP, a 5.3 recebeu BCG com dois dias de vida. Sem outras intercorrências relatadas, família saudável.
realizou o maior número de encaminhamentos inadequados. Conclusão: Um maior número Exame físico: Eutrófica, bom estado geral, corada, hidratada, acianótica, anictérica, eupneica,
de pacientes foi atendido no serviço com maior percentual de referências adequadas duran- boa perfusão. Formação ovalada, sem sinais flogísticos, flutuante, medindo 4 cm x 3 cm, em
te a pandemia COVID-19, quando comparado com análise prévia realizada neste serviço. Os braço direito, próximo ao BCG. Ausência de adenomegalias satélites. Restante do exame físico
achados podem alimentar a discussão sobre a queda da incidência de TB no Brasil: somente sem alterações. US de 15/06/21: indicava aumento da lesão comparativo 2,5 cm x 2,4 cm. Rx
pacientes com quadros clínicos sugestivos foram diagnosticados e adequadamente triados de tórax e hemograma normais. Realizada notificação e iniciada isoniazida 100mg/kg/dia.
para unidades de referência visando manter as redes pública disponível para o atendimento DISCUSSÃO: A incidência de reação adversa à BCG é baixa e suas complicações são raras. O
da doença viral. A identificação da AP5.3 como fonte de encaminhamentos inadequados su- caso descrito se mostrou de acordo com a literatura tendo, contudo, reconhecimento e noti-
gere a necessidade de treinamento e reciclagem desta equipe. Estudos assim são úteis para ficação tardios. Ainda que tenha havido evolução de forma benigna, é de suma importância
mapear áreas que precisem de maior atenção em termos de recurso humano e treinamento que os profissionais de saúde saibam reconhecer, notificar e tratar adequadamente, evitando
e, dessa forma, aperfeiçoamento para operacionalização do sistema e melhor atendimento erros de diagnóstico e possíveis complicações futuras.
aos usuários. Palavras-chave: BCG reação adversa criança
Palavras-chave: Tuberculose SISREG COVID - 19

PERFIL REGIONAL NO BRASIL DE ÓBITOS POR TUBERCULOSE NO PERÍODO DE 2010-2020 TABAGISMO, DROGAS ILÍCITAS E ALCOOLISMO COMO FATORES PREDITORES DE MOR-
Tavares, NP; Monteiro, LR; Universidade Federal do Pará. TALIDADE POR TUBERCULOSE
INTRODUÇÃO: A tuberculose (TB), apesar de possuir tratamento, ainda é uma das principais Negrello, JA3; Negrello, CA3; Martins, L3; Grings, LR3; Frassetto, MD3; Sandrini, IG3; Dias, RF1;
causas de morte por doença infecciosa no mundo, sendo considerada um problema de saúde Bortolotto, AP3; Salvaro, MM2; Rosenstengel, MS3; 1. UniCesumar; 2. Universidade de Santa
pública. Por isso, a Organização Mundial da Saúde (OMS) tem traçado metas para prevenção, Cruz do Sul; 3. Universidade do Extremo Sul Catarinense.
atenção e controle com o intuito de reduzir a incidência de casos e número de óbitos. O Bra- Introdução: A tuberculose (TB) permanece sendo um dos mais importantes problemas de
sil está na lista dos países prioritários para controlar a doença no mundo, pois possui carga saúde para a humanidade. Em 2019, aproximadamente 10 milhões de pessoas adoeceram
elevada para TB, no entanto, segundo a OMS o Brasil atingiu as metas referentes à incidên- por TB e 1,5 milhão faleceram. Por mais que haja esforços para conter a epidemia, há vários
cia e mortalidade por tuberculose, cooperando com a diminuição da carga da TB no mundo, fatores que contribuem para sua predisposição e prognóstico da doença, entre elas: taba-
além de conseguir manter estável o coeficiente de óbitos desde 2010. OBJETIVOS: Analisar o gismo, drogas ilícitas e o alcoolismo.1,2 Objetivos: Avaliar o impacto do tabagismo, alco-
perfil regional no país em relação aos óbitos por pacientes diagnosticados com tuberculose, olismo e uso de drogas ilícitas na mortalidade por tuberculose no estado do Rio de Janeiro.
nos anos de 2010 a 2020. MÉTODOS: Trata-se de um estudo epidemiológico observacional Métodos: Estudo observacional, descritivo e retrospectivo com coleta de dados secundária
transversal, com dados coletados a partir da plataforma do Departamento de Informática do no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) na base de dados do DATASUS.
Sistema Único de Saúde (DATASUS) no período de janeiro de 2010 a dezembro de 2020 refe- A população estudada foram todos os casos notificados de tuberculose no estado do Rio de
rentes a quantidade de óbitos por tuberculose por região brasileira. As variáveis estudadas Janeiro entre 2005 e 2020, a qual foi dividida em sete grupos. As variáveis analisadas foram
foram: região, ano de diagnóstico e situação de encerramento (óbito). RESULTADOS: Verifi- número de casos, número de óbitos e taxa de mortalidade (TM) para cada um dos grupos.
cou-se um total de 33.602 de óbitos por tuberculose no Brasil entre 2010-2020. A maioria dos Resultados: No período proposto houve um total de 84.147 de casos de TB notificados,
casos deram-se na região Sudeste, contabilizando 15.573 do total dos casos, correspondendo apresentando 2.815 óbitos e assim, uma taxa de mortalidade de 3,34 para cada 100 casos.
a 46,34%. Logo após, segue a região Nordeste com 9.822 casos (correspondente à 29,23%) e No grupo de apenas tabagistas, houve 5.874 casos e 172 óbitos, com TM de 3. Os usuários
da região Sul com 4.155 casos (correspondente à 12,36%). Quanto ao sexo, em todos os anos exclusivos de drogas ilícitas apresentaram 2.668 casos e 46 óbitos, com TM de 1. No grupo
e regiões, o sexo masculino é o mais acometido, com quase 75% do total de óbitos em com- de somente alcoolismo, identificou-se 2.938 casos e 141 óbitos, com TM de 4,79. Os usuários
paração ao sexo feminino com 25%. CONCLUSÃO: Apesar do tratamento de TB ser gratuito de drogas ilícitas e álcool apresentaram 1.298 casos e 64 óbitos, com TM de 4,93. O grupo de
e acessível oferecido pelo Sistema Único de Saúde, a quantidade de pacientes que foram à tabagismo e alcoolismo exibiu 2.926 casos e 152 óbitos com TM de 5,19. Tabagistas e usuários
óbito permanece constante com relação aos anos pesquisados, porém de forma discrepante de drogas ilícitas exibiram 3.277 casos e 43 óbitos, com TM de 1,31. Enquanto, o grupo com
quanto às regiões brasileiras, com o Sudeste representando aproximadamente a metade de tabagismo, drogas ilícitas e alcoolismo, apresentou 4.215 casos e 137 óbitos, com TM de 3,25.
todos os casos registrados no país e o sexo masculino representando ¾ do total de óbitos. Com Conclusão: Sabe-se que o tabagismo, o consumo exagerado de álcool e o uso de drogas
o perfil claro e tendo em vista a não redução significativa dos óbitos com o passar dos anos, ilícitas são fatores de risco predisponentes para o desenvolvimento de tuberculose. Nesse
é relevante ratificar para a população a importância de completar o tratamento para evitar a sentido, pôde-se observar que entre 2005 e 2020 houve uma taxa de mortalidade maior em
transmissão e o aumento dos casos de morte. pacientes que pertenciam a tais grupos, comparados à população geral. Ainda, a mortalidade
Palavras-chave: Tuberculose Perfil regional Brasil Óbitos foi mais elevada em pacientes que possuíam mais de 1 fator de risco concomitante, elucidan-
do a interferência do cigarro, do álcool e de substâncias ilícitas no curso da doença.
Palavras-chave: Tuberculose Fatores de risco Tabagismo Alcoolismo Drogas ilícitas

76
TUBERCULOMA DE SNC E FIBROSE CÍSTICA: ASSOCIAÇÃO RARA MAS POSSÍVEL TUBERCULOSE ENDOBRÔNQUICA COM ACOMETIMENTO TRAQUEAL: UMA ENTIDADE
Laura Lizeth Zuluaga Parra; Carolina Gianella Cobo Chantong; Jose Ignacio Marenco Avila; INCOMUM
Elaine Dias Soutinho; Alicia Sales Carneiro; Pedro Neves Paiva De Castro; Thiago ThomasMa- Luiza Gondim Toledo4; Nelson Pimentel3; Bruno Freire Baena2; David Henrique Nigri1; Ga-
fort; Marcos Cesar Santos de Castro; Monica Muller Taulois; Mônica De cássia Firmida; Hospital briel Ferreira Santiago2; 1. David Nigri Médicos Associados; 2. Hospital Copa D’or; 3. Hospital
Universitario Pedro Ernesto. Pró-cardíaco; 4. Universidade Federal do Rio de Janeiro.
Introdução: Tuberculose não é comum em indivíduos com fibrose cística (FC). Relatamos INTRODUÇÃO. Tuberculose endobrônquica foi inicialmente reconhecida em 1689 em sua
aqui uma apresentação rara, causando febre arrastada. Relato do Caso: Homem, 19 anos, forma ulcerada. Com o advento dos tuberculostáticos, a incidência do acometimento brôn-
com diagnóstico de FC aos 2 anos de idade, genética G542X/F508del, insuficiência pancreáti- quico pela tuberculose caiu vertiginosamente, sendo o diagnóstico desta entidade realizado,
ca exócrina, bronquiectasias, infecção crônica por P. aeruginosa. Tosse e febre alta e recorrente muitas vezes, de maneira tardia¹. RELATO DE CASO. Mulher, 28 anos, sem comorbidades,
há cerca de 2 meses, sem resposta a diferentes esquemas antibióticos orais. Aguardava vaga não-tabagista, sem uso de medicações regulares além de anticoncepcional oral. Vinha há 06
hospitalar, quando apresentou 2 episódios de crise convulsiva. Tomografia computadorizada meses com quadro de tosse seca, disfonia, perda ponderal, dispneia aos grandes esforços e
(TC) de crânio: lesão heterogênea ovalada no lobo frontal esquerdo, com captação periférica/ dor pleurítica à direita, sem melhora após tratamento empírico para refluxo gastroesofágico.
anular de contraste. Bronquiectasias difusas, com predomínio nos lobos superiores, e nódulos Ao exame: estável hemodinamicamente, eupneica, hipocorada 1+/4+, saturação de oxi-
centrolobulares bilaterais à TC de tórax. Hemograma: leucocitose, neutrofilia e presença de gênio 97%, ausculta pulmonar com roncos e restante do exame sem alterações. Realizada
formas jovens. Função renal e hepática sem alterações, ecocardiograna normal, sorologias prova de função respiratória que evidenciou distúrbio ventilatório restritivo leve. Tomogra-
virais negativas, hemoculturas negativas. LCR: hemácias 0, leucócitos 2, mononucleares 50%, fia de tórax (TCT) revelou infiltrado de pequenas vias aéreas em lobo superior direito (LSD)
polimorfonucleares 50%, glicose 90.9, proteínas totais 3,0 mg/dl, BAAR negativa e GeneX- e espessamento de mucosa brônquica em brônquio fonte direito (BFD) e brônquio do LSD.
pert MTB/RIF negativo. RM de crânio com lesão heterogênea, sinal predominantemente Dois dias após realização de TCT evoluiu com febre e expectoração, sendo submetida a vi-
hipointenso em T2, com impregnação periférica pelo meio de contraste e discretos sinais de deobroncoscopia diagnóstica que revelou pseudomembrana se estendendo por traqueia,
restrição a difusão em suas margens (1,8x1,4x1,6cm) na região frontal direita; lesão circun- BFD e brônquio do LSD. A entrada do brônquio do LSD estava arquiteturalmente alterada,
dada por extensa área de edema. Realizadas ressecção da lesão e análise histopatológica, não sendo possível a passagem do aparelho. Árvore brônquica direita edemaciada e friável.
Genexpert MTB/RIF positivo e BAAR positivo. Iniciado tratamento com corticoide sistêmico e Coletado lavado brônquico (LB) que mostrou presença de bacilos álcool-ácido resistentes
antituberculostáticos. Resposta satisfatória, com cura sem sequelas. Discussão: Tuberculose (BAAR) 3+ e teste molecular para micobactéria positivo, sem resistência a Rifampicina. A
é rara em pessoas com FC, mas é doença de alta incidência em nosso meio. Portanto, deve biópsia de linfonodo mediastinal guiada por ultrassom endobrônquico mostrou BAAR + e a
sempre ser lembrada no diagnóstico diferencial de síndrome febril arrastada ou outros sinto- biópsia endobrônquica mostrou processo inflamatório granulomatoso com necrose caseosa.
mas compatíveis também nesta população. DISCUSSÃO. Há relato na literatura de acometimento da árvore traqueobrônquica em 32%
Palavras-chave: TUBERCULOSE SISTEMA NERVOSO CENTRAL FIBROSE CISTICA dos pacientes portadores de tuberculose pulmonar. Desse seleto grupo, apenas 4% cursam
com envolvimento traqueal³. Algumas alterações grosseiras vistas na broncoscopia desses
pacientes podem mimetizar carcinoma broncogênico. Corticoterapia ainda é controversa na
prevenção de estenose brônquica nesses casos e, quanto mais tardio o diagnóstico, maior a
chance de evolução com sequelas². A doença ativa, que cursa com espessamento e irregula-
ridade de parede brônquica, é relatada como reversível na literatura, diferente do que ocorre
no estágio fibrótico4.
Palavras-chave: tuberculose endobrônquica traqueal broncoscopia

TUBERCULOSE ASSOCIADA A TABAGISMO E ALCOOLISMO NO BRASIL, DE 2010 A 2020 TUBERCULOSE ENTRE OS PROFISSIONAIS DA SAÚDE: UM ESTUDO ECOLÓGICO
Pires, AB3; Melo, ADPC3; Nakanishi, BAA1; Maciel, CR1; Fernandes, MAE2; Costa, EO3; Assad, Mayara Borges Gomes Moura; VINICIUS CAVALCANTE MARINHO; Lorena Oliveira Carneiro;
MN3; Sousa, MS3; Perinazzo, VM2; 1. Centro Universitário do Estado do Pará; 2. Centro Univer- Henrique Vieira dos Santos; UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS.
sitário Metropolitano da Amazônia; 3. Universidade Federal do Pará. INTRODUÇÃO: A tuberculose é uma doença de caráter infecto-contagioso que representa
Introdução: A tuberculose (TB) é uma das principais causas de morbimortalidade no mundo. uma das principais causas de mortalidade e morbidade no Brasil. Visando reduzir a incidên-
Desde 1918, o tabagismo é comprovado como um dos principais fatores de risco para TB. cia e auxiliar na implementação de medidas de saúde pública, é importante compreender
O alcoolismo crônico é apontado como forte fator de risco à tuberculose, pois os pacientes a prevalência entre os profissionais de saúde. OBJETIVOS: Avaliar o perfil epidemiológico
alcoólatras estão expostos a situações de desnutrição e baixa imunidade. Assim, é importante brasileiro da tuberculose, identificando a prevalência dessa infecção entre profissionais de
estudar a epidemiologia e a relação do tabagismo e alcoolismo com a TB, a fim de criar estra- saúde no período de 2014 a 2020. METODOLOGIA: Estudo ecológico realizado a partir de
tégias efetivas de prevenção e tratamento. Objetivos: Caracterizar os casos de TB associados dados secundários, retirados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN).
ao tabagismo e ao alcoolismo no Brasil entre 2010 e 2020. Métodos: Trata-se de um estudo Considerou-se o período de 2014 a 2020, tendo em vista o período no qual ocorreu a inclusão
observacional descritivo da associação entre alcoolismo, tabagismo e tuberculose, entre os de profissionais da saúde dentre as populações especiais para notificação do agravo estudado.
anos de 2010 e 2020 no Brasil. A busca de artigos foi efetuada na base de dados SciELO. Uti- Para tabulação dos dados, foram selecionados casos confirmados por região de notificação
lizaram-se os descritores “tabaco”, “consumo de tabaco”, “alcoolismo”, “tuberculose”, isolados para profissionais da saúde, segundo faixa etária, raça, escolaridade e sexo. Levou-se em
e/ou combinados. Foram também adquiridas informações a partir da plataforma TABNET do consideração também a forma, a confirmação laboratorial e a situação encerrada, confor-
Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde do Brasil. O período de análise foi me seleções disponíveis no TabNet. RESULTADOS: A prevalência de casos confirmados de
do ano de 2010 a 2020, usando o CID-10: A15, que condiz a Tuberculose respiratória, com con- tuberculose entre profissionais da saúde foi proporcional à prevalência no resto da população,
firmação bacteriológica e histológica. Não houve critérios de exclusão. Resultados: Segundo sendo a região Sudeste com mais casos notificados para profissionais de saúde (45,49%). Há
dados do DATASUS, o Brasil apresentou 48.684 casos confirmados de TB entre os anos de 2010 maior prevalência de tuberculose para profissionais de saúde na faixa etária de 20 a 39 anos
e 2020. Destes, constata-se que houve 4.146 casos por tabagismo (8,5%) e 5.625 casos por (51,45%) e 40 a 59 anos (37,26%), escolaridade superior completa (30,85%), raça branca
alcoolismo (11,5%). Durante esse período, os maiores índices se referem ao ano de 2019, (45,50%) e parda (36,49%), sexo feminino (64,18%) e na forma pulmonar (69,83%). Quanto
com um total de 5.519 casos de TB, dos quais 782 (14%) estavam associados ao alcoolismo, ao diagnóstico, 50,81% (n=3.641) dos profissionais de saúde não realizaram confirmação
assim como 1.012 (18%) ao tabagismo. Além disso, dados de uma pesquisa realizada em São laboratorial. Nota-se que 72,24% (n=5.177) dos casos notificados evoluíram para cura, a
Paulo demonstram relação entre tabagismo, alcoolismo e TB. Segundo o estudo, 28% dos mortalidade por tuberculose foi de 1,28% (n=92) e o abandono do tratamento ocorreu entre
pacientes com TB fumaram por mais de 20 anos antes da doença. Ademais, 29% dos pacien- 4,21% (n=302) dos profissionais da saúde. CONCLUSÃO: O presente afasta a hipótese dos
tes foram considerados bebedores moderados, 11% bebedores excessivos e 3% bebedores profissionais de saúde como um grupo de risco para a tuberculose. Os resultados mostram
adictos. Conclusão: Nesse trabalho, observou-se a correlação entre tuberculose, tabagismo ainda uma relação inversa entre número de casos e idade, além de uma ligação entre nível de
e alcoolismo no período de 2010 a 2020, sem distinção quanto ao tipo de tabaco ou bebida escolaridade e casos de tuberculose.
alcoólica consumida. A partir da análise dos dados, verifica-se que o tabagismo e o etilismo Palavras-chave: tuberculose profissionais da saúde perfil epidemiológico
são fatores de risco para o desenvolvimento de tuberculose pulmonar.
Palavras-chave: Tuberculose Tabagismo Alcoolismo

77
TUBERCULOSE EXTENSIVAMENTE RESISTENTE: FALÊNCIA TERAPÊUTICA TUBERCULOSE PULMONAR NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO: PERFIL SOCIOECONÔMICO
Oliveira, HMMG; Finoquio, MS; Lima, TNA; Universidade do Grande Rio Professor José de Sou- EPIDEMIOLÓGICO
za Herdy (UNIGRANRIO). Almeida, TTS2; Carvalho, IP2; Cortez, IF2; Boçon Junior, F1; Martins, HRM2; Fonseca, MMA2;
INTRODUÇÃO: Se tratando de uma doença com elevada incidência no território nacional e Fonseca, WLMS2; 1. UFPR; 2. UNIFOA.
principalmente no Rio de Janeiro, a tuberculose (TB) tornou-se um importante desafio ao Introdução: A tuberculose (TB), classicamente, atinge os estratos sociais menos favorecidos
sistema de saúde. Em relação a tuberculose extensivamente resistente (TB-XDR) o manejo do ponto de vista epidemiológico. O estado do Rio de Janeiro responde por aproximadamente
correto da patologia é de suma importância para garantir o sucesso no processo saúde-do- 20% da população do sudeste, cuja capital conta com 40 % da População do estado. Segundo
ença. RELATO DE CASO: C.L.M, masculino, 56 anos, negro, morador de Belford Roxo, ensino dados nacionais, a capital carioca é uma das mais afetadas pela tuberculose e com maior
fundamental incompleto, ex-tabagista e ex-etilista, apresenta tosse produtiva, anorexia, número de casos notificados em 2019. Objetivo: Correlacionar dados socioeconômicos e epi-
dispnéia aos moderados esforços, dor torácica, náuseas e vômitos iniciados há 1 semana e demiológicos com casos confirmados de tuberculose pulmonar. Métodos: Estudo ecológico
evoluindo com piora progressiva. Diagnosticado com TB desde 2010 com história de baixa retrospectivo quantitativo dos casos notificados de Tuberculose pulmonar registrados no SI-
adesão ao tratamento medicamentoso devido a etilismo exacerbado, evoluiu com resistência NAN, no período de janeiro de 2014 a dezembro de 2019, e correlacionados a dados coletados
adquirida ao longo do tempo até ser finalmente classificado como TB-XDR em 2015. História do censo de 2010 (IBGE), Atlas Brasil (IDH, taxa de densidade populacional por moradia) e do
pregressa de 5 internações hospitalares devido a doença e 7 esquemas terapêuticos tendo Instituto trata Brasil (Indicadores de saneamento básico). Resultados: A análise da situação
realizado tratamento completo em 2011, e evoluído com falência em 5, sendo um deles o es- epidemiológica da capital do Rio de Janeiro permitiu observar que há uma correlação mul-
quema que utilizava a Bedaquilina, medicação aprovada pela Comissão Nacional de Incorpo- tifatorial para as altas taxas de notificação de TB pulmonar. Das capitais do sudeste, o Rio de
ração de Tecnologia porém, ainda não disponível no mercado brasileiro. Na última internação Janeiro apresenta o menor IDH (0,799) e a maior média de número de casos relativos de TB
o paciente apresentou hepatotoxicidade, tendo sido suspenso o esquema tuberculostático Pulmonar (108,2). Além disso, o município apresenta maior média que a nacional (39,30).
com posterior reintrodução após melhora clínica e laboratorial. Como investigação, foram re- Pode-se observar que o Rio de Janeiro (28,11) é a segunda capital com maior percentagem
alizados exames laboratoriais e de imagem, evidenciando Hepatite C ativa. A USG de abdome em relação a densidade por domicilio. Logo, é possível apontar uma provável relação entre
total foi normal. Paciente recebeu alta assintomático, teste de sensibilidade evidenciando o alto índice de casos com o compartilhamento de espaços, em uma mesma residência, por
resistência a Rifampicina, Isoniazida, Pirazinamida, Etambutol, Estreptomicina, Amicacina, várias pessoas. A capital fluminense também, apresenta indicadores pouco favoráveis na es-
Capreomicina. Levofloxacina, Moxifloxacina e Canamicina, com novo esquema terapêutico fera de saneamento básico. Assim, entre as capitais da região sudeste, o Rio de Janeiro tem
para dar seguimento em nível terciário. DISCUSSÃO: O paciente apresentava fatores que o segundo menor indicador total de esgoto (85,98 %). Conclusão: À vista disso, o conceito
indicavam maior probabilidade de evolução para resistência, como história de tabagismo e de TB pulmonar como um problema de saúde pública se reforça. Pela extensão dos fatores
etilismo, internações hospitalares anteriores e sucessivas falências terapêuticas. O tratamento apontados e decorrentes deles, investir na melhoria de somente um fator dessa complexa
proposto foi individualizado de acordo com o padrão de resistência e evidenciado por testes relação não deve demonstrar resultados expressivos. O presente estudo evidencia também a
de sensibilidade. Nota-se, portanto, a importância do manejo adequado da TB-XDR para evi- necessidade de maiores estudos locais sobre os fatores socioeconômicos e sua relação direta
tar internações futuras, abandono terapêutico e promover a cura da doença. com TB pulmonar, bem como ratifica a importância da correta notificação de doenças para os
Palavras-chave: Tuberculose TB-XDR Resistência Tuberculose Extensivamente Resistente estudos de saúde populacional.
Palavras-chave: Epidemiologia Doenças Transmissíveis Infectologia Tuberculose Saúde
Pública

TUBERCULOSE MAMÁRIA E ÓSSEA EM PACIENTE IMUNOCOMPETENTE


Moraes, KAS; Barreto, GLD; Postigo, PRM; Madeira, DRS; Alves, HFM; Caetano, DAP; Guima-
rães, MB; Monteiro, AOR; Madureira, RLP; Oliveira, ACP; Universidade Federal Fluminense.
A tuberculose (TB) pode se manifestar na forma extrapulmonar em 15 a 20% dos casos. A
tuberculose mamária (TM) é uma apresentação rara da TB pós-primária, mais prevalente em
países em desenvolvimento, mulheres negras, multíparas, no quadrante superior externo e
corresponde a 0,1% das doenças da mama. De evolução insidiosa, a TM tem como principais
sinais e sintomas dor e tumefação nodular local. Ela pode ser considerada como foco principal
quando não há outro sítio de infecção conhecido, ou secundária a disseminação de bacilo
proveniente de outro foco. Outra manifestação extrapulmonar possível é a Tuberculose Ós-
sea, sendo especificamente a TB da coluna responsável por aproximadamente 1% de todos
os casos da doença. Mulher, 53 anos, negra, com um filho, imunocompetente, sem TB prévia
conhecida, iniciou em novembro/19 quadro álgico na prega inframamária esquerda (E), as-
sociada à lesão nodular. Esta foi drenada em junho/20 e houve saída de secreção purulenta.
No local da incisão surgiu lesão exofídica, de aspecto granulomatoso. Nessa época passou a
apresentar também dor no arco costal correspondente á lesão. Em janeiro/21 a mesma inicia
dor na coluna lombar. No mês de fevereiro de 2021, já no HUAP, foi realizada biópsia de mama
que mostrou mastite granulomatosa com extensas áreas de necrose. Em abril/21 a paciente
retorna com dor na coluna lombar, quadril e raiz de coxa direita, associada a fraqueza dos
MMIIs. Dentre outros exames, a tomografia de tórax mostrou, além da lesão nodular, linfo-
nodos na mama, axila, espaço intercostal E, com pulmões normais. A ressonância magnética
(RM) de coluna evidenciou lesão compatível com espondilite. O PPD foi reator com 22mm. A
nova biópsia de mama mais uma vez não foi conclusiva, mas optou-se por iniciar tratamento
para TB. Após dois meses, a cultura da lesão mostrou crescimento de Mycobacterium sp. O
carcinoma de mama com implantes metastáticos foi o grande diagnóstico diferencial do caso.
Mesmo com a lesão mamária em local atípico, os achados das biópsias sem malignidade,
associado às imagens da RM se mostraram fundamentais para a decisão do tratamento em-
pírico para TB. A cultura positiva disponível posteriormente corroborou a conduta escolhida.
Pela sua apresentação sabidamente insidiosa e frequência menos incomum do que na mama,
a doença na coluna pode ter sido a percursora das demais lesões apresentadas pela paciente.
Palavras-chave: Tuberculose mamária Tuberculose óssea Mal de Pott Carcinoma de mama

78
ISSN 1415-4315

79

Você também pode gostar