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O Ministério da Saúde do Brasil orienta que a dose administrada da terapia hormonal deve ser a mínima eficaz

para melhorar os sintomas indesejáveis causados pela menopausa, devendo ser interrompida assim que os
benefícios tenham sido alcançados ou os riscos superem os benefícios.(41,63)

Os estrógenos naturais – estradiol, estriol e estrona – são os mais utilizados na reposição hormonal. Os estrógenos
conjugados são hormônios naturais extraídos da urina de éguas prenhas e incluem, além de estradiol, estrona e
sulfato de estrona, também derivados de equilina, equilenina e seus sulfatos. Os efeitos biológicos dos estrógenos
conjugados são resultantes principalmente da combinação de sulfato de estrona, sulfato de equilina e seus
metabólitos. A equilina, por si só, é mais potente que todos os outros componentes dos estrógenos conjugados. As
vias de administração de estrógenos naturais são a oral, transdérmica, percutânea e vaginal. Quando a TRH usa
estrógenos associados aos progestínicos ela é denominada de “combinada”. A combinação pode variar entre
contínua e sequencial ou cíclica. A forma mais popular de esquema contínuo combinado é o uso de 0,625 mg de
estrógenos conjugados com 2,5 mg de medroxiprogesterona. O esquema que utiliza estrogênio isolado, de forma
cíclica ou contínua, é recomendado para mulheres histerectomizadas.(15)

Nas mulheres em que a terapia hormonal é indicada após a suspensão dos ciclos e não apresentam contra-
indicações, administram-se estrogênios equinos conjugados (0,3 mg/dia a 0,625 mg/dia por via oral), estradiol
micronizado (1 mg/dia a 2 mg/dia por via oral) ou valerato de estradiol (1 mg/dia a 2 mg/dia por via oral) ou 17b
– estradiol (25 µg/dia a 50 µg/dia ou 0,5 g a 1,5 g por via transdérmica, na forma de adesivo ou gel
respectivamente), diariamente sem interrupção. Em mulheres com útero, a qualquer forma de estrogenioterapia
deve ser associado um progestógeno, que pode ser o acetato de medroxiprogesterona ou acetato de nomegestrol (5
mg/dia por via oral) ou diidrogesterona (10 mg/dia por via oral), ou progesterona natural (200 mg a 300 mg por
via oral ou vaginal), ou gestodeno (25 µg/dia, sempre do primeiro ao décimo quarto dia de cada mês).(64)

A TRH surgiu com o propósito de aliviar sintomas e de agir preventivamente, reduzindo assim o aparecimento de
doenças, como as cardiovasculares e a osteoporose. Está clara a importância da TRH na melhora dos sintomas
climatéricos, como os sintomas vasomotores e atrofia urogenital. Todavia, menos de 20% das mulheres pós-
menopáusicas fazem uso desta terapia.(16,43,65)

A conclusão é de um estudo norte-americano, o WHI (Women’s Health Initiative), que investigou


mais de 16 mil mulheres de 50 a 79 anos.
Uma parte delas recebeu o tratamento hormonal (estrogênio e progesterona), enquanto outro grupo
recebeu apenas um placebo. A pesquisa apontou que os riscos da terapia foram maiores que os
benefícios. Veja, a seguir, alguns resultados com o grupo que recebeu a reposição hormonal:
• aumento de 29% de ataques cardíacos;
• aumento de 41% de derrames cerebrais;
• aumento de 113% de embolias pulmonares;
• aumento de 26% de câncer de mama;
• redução dos riscos de fraturas ósseas em 34%;
• redução dos riscos de câncer de cólon em 37%.
Outra pesquisa norte-americana também apontou a relação entre reposição hormonal e maior risco
de câncer de mama e doenças cardiovasculares.

Quais são as contraindicações?


No caso das mulheres com sintomas mais fortes e mais vulneráveis aos problemas causados pelo
climatério, o médico avalia o histórico de saúde da paciente, pois a reposição hormonal é
contraindicada nos casos de:
• mulheres que tenham ou já tiveram alguns tipos de câncer que dependam do estrogênio para
sua evolução, como de mama ou de endométrio;
• histórico de câncer de mama na família;
• tromboembolismo agudo ou tromboembolismo prévio;
• sangramento vaginal ou lesões do endométrio;
• doenças do fígado, se a terapia for feita via oral.
precaução na indicação da terapia de reposição hormonal em casos de:
• miomas;
• cistos de ovário;
• histórico sugerido de tromboembolismo;
• tabagismo;
• obesidade;
• varizes de grosso calibre.
Iniciando a terapia, o recomendado é que a paciente retorne ao médico após cerca de 2 meses para
fazer ajustes nas doses de hormônios. Após esse período, ela pode ser reavaliada a cada 6 meses.
Antes e durante o tratamento, o especialista solicita uma série de exames, como de
sangue, mamografia, ultrassonografia transvaginal e densitometria óssea, para acompanhar a saúde
da mulher.

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