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Terapia Hormonal

TERAPIA HORMONAL

• Determinados tumores apresentam crescimento hormônio-


dependente;
• Sendo principalmente aqueles derivados de órgãos
reprodutivos (mama, próstata e endométrio).
• Tratamento sistêmico, com menor taxa de toxicidade.
• Pode retardar o crescimento do tumor sem ocasionar
citotoxicidade
• Paliativo; Aumento da qualidade de vida; Respostas
satisfatórias e longo tempo livre de doença.
MODALIDADES TERAPÊUTICAS

Terapêutica Ablativa: Cirurgia ablativa da glândula, cujo hormônio estimula


o crescimento tumoral

Terapêutica Competitiva: Uso de agentes anti-hormonais que inibem o


efeito dos hormônios naturais.

Terapêutica Inibitória: Uso de substâncias inibitórias da síntese dos


hormônios

Terapêutica Aditiva: Administração de hormônios, exemplo: corticóides.


TERAPIA HORMONAL

RECEPTORES HORMONAIS POSITIVOS

São proteínas presentes nas células, que ao se ligarem aos


hormônios correspondentes, desencadeiam uma série de eventos
em níveis celulares, incluindo a multiplicação celular ocasionando o
crescimento do tumor.
CÂNCER DE MAMA
HORMONIOTERAPIA NO CÂNCER DE MAMA

• O câncer de mama é regulado por estrógenos;


• Receptores hormonais

Receptores de Receptores de
estrogênio progesterona
(RE) (RP)

• 2/3 das pacientes com câncer de mama apresentam RH


positivos, sendo:
60 – 81% RE positivo
44 – 61% RP positivo
HORMONIOTERAPIA NO CÂNCER DE MAMA

• A presença dos RH positivos é significativamente mais


presente em mulher pós-menopausa;
• Prognóstico favorável;
• Pacientes com negatividade para ambos os receptores,
apresentam um pior prognóstico;
• A taxa de resposta ao tratamento mais favorável em
mulheres com RE positivo.
Tratamento câncer de mama

• A finalidade é

bloquear a ação
dos hormônios.

Anastrozol

Tamoxifeno
TAMOXIFENO
Modulador seletivo dos receptores de estrogênio

• Liga-se aos receptores de estrogênio, bloqueando esse


canal de ligação, privando o tumor da estimulação
estrogênica;
• Utilizado em pacientes pré e pós menopausa;
• Efeito antagônico ao estrogênio, porém efeito agonista
parcial do estrogênio

Uso: oral, sendo 20 mg por dia. Indicação por 10 anos


Modulador seletivo dos receptores de estrogênio

Previve
Vantagem desmineralização
óssea

Aumenta risco de
Efeitos
Desvantagem câncer de
tromboembólicos
endométrio
TOXICIDADE DO TAMOXIFENO

• Náuseas e vômito • Corrimento e/ou

• Fogachos sangramento vaginal

• Retenção hídrica • Depressão

• Amenorréia • Fadiga

• Alteração ciclo • Mudanças na córnea e

menstrual catarata
FULVESTRANDO
Antagonista de receptor de estrogênio

• Tratamento de 2ª linha em mulheres pós-


menopausa

• Não possui efeito agonista parcial do


estrogênio

Uso: IM, apresentação única, 250mg para aplicação a cada 28 dias.


Dose: 250 mg ou 500 mg
TOXICIDADE DO FULVESTRANDO

• Náusea • Dor no local da injeção

• Constipação • Febre

• Fogachos • Síndrome gripal flue-

• Edema periférico like

• Artralgias • Insônia

• Cefaléia • Tontura
Fulvestrando x Anastrozol

• Comparação entre
Fulvestrando x Anastrozol, em
relação a sobrevida livre de
progressão (PFS).
• Apresentou diferença
significativa nos resultados
(p=0,0486).
• Grupo fulvestrando: 16,6 meses;
• Grupo anastrozol: 13,8 meses.
ANASTROZOL
INIBIDORES DA AROMATASE

• A aromatase é uma enzima que converte o


hormônio adrenal em estrogênio;

• Indicado para mulheres pós menopausa.


INIBIDORES DA AROMATASE

Fármaco Posologia Efeito colateral

Fogachos, artralgia, dores musculoesqueléticas,


hiperceolesterolemia, edema, cefaléia,
Letrozol (Femara®) 2,5 mg /dia
constipação, ganho de peso, fadiga, dispneia,
tosse, osteopenia, náusea/vômito.

Fogachos, artralgia, dores musculoesqueléticas,


tosse, osteopenia/osteoporose, náusea/vômito,
Anastrozol (Arimidex®) 1 mg/ dia
edema, cefaléia, tosse, faringite, mudança de
humor, angina, hipertensão, eritema cutâneo.

Fogachos, artralgia, náusea, dor abdominal,


Examestano (Aromasin®) 25 mg/dia hipertensão, hiperidrose, fadiga, insônia,
cefaléia, depressão, dor, elevação fosfatase
alcalina.
CUSTO

Fármaco Custo mensal

Letrozol (Femara®)
R$ 639,89

Anastrozol (Arimidex®)
R$ 590,15

Examestano (Aromsin®)
R$ 629,33

Tamoxifeno
R$ 185,57

Fulvestrando (Faslodex®)
R$ 2.945,01
CÂNCER DE
PRÓSTATA
HORMONIOTERAPIA NO CÂNCER DE PRÓSTATA

• A próstata é uma pequena glândula localizada


na pelve masculina;

• Sofre influências hormonais, sendo controlado


principalmente pela testosterona.
HORMONIOTERAPIA NO CÂNCER DE PRÓSTATA

• Historicamente primeira supressão de


testosterona realizada pela orquiectomia;

• O bloqueio hormonal para o tratamento da


doença avançada é utilizado desde os anos
1940;

• Em 1967 foi publicado o primeiro estudo


utilizando hormonioterapia.
TRATAMENTO

Castração

Cirúrgica Química
Orquiectomia Agonista LHRH

Antiandrogênios
TRATAMENTO

• Objetivo => zerar o nível de testosterona

• Avaliado pelo nível de PSA

• Pacientes com câncer de próstata


metastático devem ser tratados por
supressão hormonal
TRATAMENTO

Classe Droga
Goserelina (Zoladex)
Análogos LHRH
Leuporida (Eligard)

Antiandrogênios Flutamida
Bicalutamida
Segunda
Estrógenos conjugados
Estrógenos Dietilbesterol
Linha
Estradiol
ANÁLOGOS
LHRH
ANÁLOGOS LHRH

• Agonista do receptor do hormônio liberador


do hormônio luteinizante (LHRH);

• Ocasiona diminuição do nível sérico de


testosterona;

• Tratamento adjuvante.
ANÁLOGOS LHRH

Goserrelina (Zoladex®) Triptorrelina (Decapeptyl®)

• Aplicação SC • Aplicação IM

• 3,6 mg mensal • A cada 3 meses

• 10,8 mg a cada três meses • Aplicação pelo técnico de


• Aplicação exclusiva do enfermagem

enfermeiro
TOXICIDADE DOS ANÁLOGOS LHRH

• Fogachos (50%) • Mudança de


• Disfunção erétil comportamento

• Ginecomastia (40 – 80%) • Osteopenia e


• Náuseas, vômito osteoporose

• Diarréia ou constipação
• Ganho de peso
ANTIANDROGÊNIOS
ANTIANDROGÊNIOS

• Bloqueia os receptores da testosterona e


impede sua ação na próstata;

• Não reduz o nível de testosterona.


ANTIANDROGÊNIOS

Flutamida – 125 mg 3 vezes/dia VO

Bicalutamida – 50 mg/dia VO
TOXICIDADE DOS ANTIANDROGÊNIOS
• Ginecomastia e • Diarréia
Galactorréia
• Náuseas e vômito
• Fogachos
• Disfunção hepática
• Impotência
• Edema e retenção
• Mialgia
hídrica
• Fadiga
• Hipertensão
• Insônia
ACETATO DE CITOPROTERONA (ANDROCUR®)

• Inibição da secreção de Gonadotrofina;

• Suprime LH e FSH e abaixa os níveis de


testosterona a níveis de castração.
TOXICIDADE DO ACETATO DE CITOPROTERONA (ANDROCUR®)

MONITORAR!!
• Ginecomastia
Glicemia
• Impotência Função hepática

• Hepatotoxicidade

• Alteração no metabolismo dos carboidratos

• Redução do nível de cortisol


GLICOCORTICÓIDES
GLICOCORTICOESTERÓIDES

• São hormônios esteróides, sintetizados no córtex


da glândula adrenal;

• Efeitos antinflamatórios e imunossupressores;

• Indicado para tratamento de tumores onco-


hematológicos e gliomas.
GLICOCORTICOESTERÓIDES

• Reduz a proliferação linfocitária;

• Dexametasona promove uma inibe a


proliferação celular glioblastoma;

• Reduz a pressão intracraniana.


GLICOCORTICOESTERÓIDES

Droga Tumor

Dexametasona
Leucemia
Hidrocortisona Linfomas
Mieloma Múltiplo
Glioblastoma
Metilprednisona

Prednisona
TUMORES NEUROENDÓCRINOS
• São neoplasias raras;
• Podem se originar diferentes órgãos;
• Secreta em quantidades exageradas de hormônio;
• Ex:
Os tumores secretores de insulina provocam
hipoglicemia
Os gastrinomas que secretam gastrina reduz o ph
gástrico
TRATAMENTO - TUMORES NEUROENDÓCRINOS
REFERÊNCIAS

• Bonassa E.M.A, Gato M.I.R. Terapêutica oncológica para enfermeiros e farmacêuticos /– 4. Ed –


são paulo: editora atheneu, 2012
• Liedke P.E.R. Hormonioterapia adjuvante em câncer de mama. Rev. Bras. Oncologia clínica 2006
. vol. 3 . n.º 8 (mai/ago) 23-27.
• Leal JHS, Cubero D e Del Giglio A. Hormonioterapia paliativa em câncer de mama: aspectos
práticos e revisão da literatura. Rev bras clin med 2010;8(4):338-43
• Eisenberg A.L.A, Koifman S. Câncer de mama: marcadores tumorais (revisão de literatura).
Revista brasileira de cancerologia, 2001, 47(4): 377-88
• Saad ED, et al. Inibidores da aromatase no câncer de mama: da doença metastática ao
tratamento adjuvante. Revista brasileira de cancerologia, 2002, 48(4): 555-567
• Dornas M.C et al. Câncer de próstata. Revista do hospital universitário pedro ernesto, UERJ.
Ano 7, janeiro / junho de 2008
• Guimarães J.F.M. Câncer de próstata metastático. Rev. Bras. Oncologia clínica 2007 . vol. 4 . n.º
11 (mai/ago) 7-12
• Fernandes I, amaral T, macedo D, cortes P, costa L. Opções terapêuticas em carcinomas
neuroendócrinos gastroenteropancreáticos (GEP NETS) metastáticos. Revista portuguesa de
cirurgia (2011) (16):47-54
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